Dia: 21 de dezembro, 2022
Por que os cortes de papel doem tanto?
Quem se lembra da cena do filme Lua Nova, em que a personagem Bella Swan, ao receber um presente de aniversário da família do seu namorado vampiro, abre a embalagem e se corta com o papel? Os momentos seguintes ficaram marcados na mente dos fãs ao redor do mundo: muito sangue e uma confusão familiar digna de um episódio de Casos de Família. E tudo por conta de um corte de papel.
Esse bendito machucado, além de provocar um caos na vida da família vampiresca, também traz arrepios na vida real. Quem nunca se cortou com o papel e ficou pensando no motivo do corte doer tanto? E não é qualquer dor, é aquela que incomoda a cada toque, banho, e até em repouso o dedo não deixa de estar dolorido. Quer saber por que esse corte minúsculo dói tanto? Continue a leitura que a gente te conta!
Combinação tenebrosa
O motivo de tanta dor é muito simples. As nossas mãos são incrivelmente sensíveis à dor e as bordas dos papéis são surpreendentemente irregulares. Essa terrível combinação é a principal causa do nosso sofrimento. A gente quase não percebe, mas as pontas dos nossos dedos são mais delicadas do que qualquer outra parte do corpo. Isso acontece porque ao longo dos anos, durante o processo evolutivo, elas foram sendo adaptadas para sentir a sensação do toque através das terminações nervosas. De acordo com especialistas, as mãos e os dedos humanos carregam uma alta concentração de células nervosas chamadas de nociceptores, que respondem a sinais liberados por células danificadas. Por conta disso, os machucados nessa área podem causar agonia intensa — quanto mais forte e mais rápido for o sinal enviado ao cérebro por meio dos nociceptores, mais rápida e intensa será a resposta — a dor. Que azar.
Os tão chatinhos cortes de papel acionam, principalmente, os nociceptores mecânicos, que detectam danos celulares causados por cortes e perfurações, em oposição aos danos causados por temperaturas extremas, por exemplo. É uma espécie de mecanismo de segurança. Em menor grau, os cortes de papel também podem ativar nociceptores que são sensíveis à irritantes químicos, como alvejantes usados para clarear o papel. Essas células nervosas também podem gerar sensações de coceira em torno do machucado.
O papel também tem culpa
Olhando de longe, o papel não parece ser um objeto cortante, certo? Temos a impressão de que as bordas de suas folhas são retas e suaves. Mas, microscopicamente, podemos perceber que as bordas do papel são parecidas com uma faquinha de serra — e quando entram em contato com as pontinhas sensíveis dos dedos, rasgam e dilaceram a pele, atingindo mais terminações nervosas em comparação com objetos cortantes mais precisos, por exemplo.
Outro motivo para essa dor incomodar tanto é a profundidade do machucado. Cortes mais fundos acionam os mecanismos de defesa do corpo, como a formação de crostas e a coagulação de sangue, que ajudam no processo de cicatrização do ferimento. Já o corte de papel é superficial e atinge apenas os nociceptores. Dessa forma, os mecanismos de defesa naturais do corpo demoram mais tempo para serem acionados, deixando as terminações nervosas expostas por mais tempo.
E ainda tem mais essa! A sua própria mente pode ser a causa da dor
Acredite se quiser, ainda tem mais essa! De acordo com a revista Scientific American, existe um elemento psicológico muito forte nos cortezinhos de papel — a dor pode ser mais intensa simplesmente por ter sido causada por algo inofensivo e muito menor do que nós. E não é que nossa mente é nosso próprio inimigo mesmo?
Agora que você já sabe por que esses machucados causados por papéis incomodam tanto, vale a pena redobrar o cuidado ao ler um livro ou folhear uma revista. Caso aconteça, não se esqueça: curativo no dedo para não deixar as terminações nervosas, mais nervosas ainda.
*Por Maria Fernanda Coutinho
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*Fonte: megacurioso
TikTok na horizontal? Rede testa modo tela cheia para vídeos e pode concorrer com YouTube
O TIkTok surgiu para o mundo em 2018, crescendo de forma vertiginosa pelos anos seguintes até dominar a “concorrência” entre as plataformas de vídeos curtos na vertical. Agora, porém, a rede social de origem chinesa parece que também quer comandar os mais diversos formatos, incluído os horizontais. Ao testar um novo modo full screen que poderá oferecer seus vídeos também “deitados”, o TikTok pode estar declarando guerra a um poderoso inimigo que lidera justamente o compartilhamento no formato: o YouTube.
A possibilidade de oferecer também o modo de visualização paisagem ainda está sendo testada somente em um grupo fechado de usuários: no teste, os vídeos seguem inicialmente na vertical, mas podem ser convertidos para a tela cheia na horizontal se tiverem sido filmados no formato. A inovação se alinharia a outras mudanças que o TikTok já realizou, como passar a permitir vídeos de maior duração, com até 10 minutos, ainda que os vídeos curtos sejam a essência da rede e a maior parte dos conteúdos disponíveis.
A possível inclinação para o horizontal pode, em princípio, parecer uma declaração de guerra ao YouTube, mas o processo pode ser mais complexo do que parece: o sucesso do TikTok, que lidera o tempo de visualização dos vídeos entre as plataformas, reside também na agilidade dos conteúdos curtos e verticais, para serem “passados” rapidamente. Da mesma forma que os usuários não aderiram aos vídeos longos na rede, nem mesmo à opção equivalente ao Stories, a possibilidade do compartilhamento em horizontal não necessariamente se tornará popular entre os usuários.
A principal barreira para o TikTok nessa possível concorrência, porém, é financeira: ainda que o algoritmo chinês facilite em muito a viralização de um vídeo, o YouTube é a rede que melhor paga aos criadores de conteúdo, o que inibe que produtores de vídeos que trabalham para o YouTube eventualmente migrem para o TikTok. O caminho contrário, porém, é viável, já que o TikTok é uma plataforma eficaz para atrair público para um canal no YouTube.
Com isso, a inovação, segundo especialistas, pode provocar o efeito oposto, e prejudicar a plataforma em sua busca desinibida por um sucesso ainda maior, se por acaso tornar o TikTok em um meio desforme e sem foco. Não há confirmação da implementação nem previsão para que os vídeos horizontais passem a ser oferecidos, mas uma coisa é certa: com as plataformas cada vez mais devorando umas às outras, a competição entre as redes sociais vai se tornando ainda mais veloz, cruel e inclemente – podendo transformar (e derrubar) tudo de um dia para o outro: do vertical para o horizontal.
*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness