Dia: 23 de dezembro, 2022
Qual o valor de uma árvore?
Um pesquisador da Esalq da cidade de Piracicaba decidiu responder esta questão. Confira!
O engenheiro florestal Flávio Henrique Mendes criou uma nova metodologia para calcular o valor aproximado que as árvores geram em serviços ecossistêmicos para a sociedade. O estudo foi desenvolvido durante seu doutorado, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e acaba de ser publicado na revista científica Labverde.
Orientada pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do departamento de Ciências Florestais, a pesquisa desenvolveu um método simplificado de valoração baseado na relação entre a área da copa, o Índice de Área Foliar (IAF) e um parâmetro médio R$/m2 de copa encontrado na literatura, ou seja, na magnitude da copa, uma vez que a maior parte dos serviços ecossistêmicos provém dela.
Quanto vale uma árvore?
A cidade de Piracicaba foi a escolhida por Mendes para realizar o seu estudo aproximado. A pesquisa estimou que as árvores retornem cerca de R $41 milhões por ano para a cidade em serviços ecossistêmicos. “Áreas arborizadas exigem menor investimento do poder público em manutenção de vias, além dos benefícios para a saúde humana”, pondera o autor do estudo.
Método acessível
Na prática, o pesquisador utilizou um método bastante acessível à população em geral. Segundo o engenheiro florestal, o valor do Índice de Área Foliar (IAF) pode ser calculado utilizando-se lentes fotográficas grande-angular, também conhecidas como “olho de peixe” a um preço acessível. As áreas de copa também podem ser medidas no próprio local, usando-se equipamentos ou até mesmo utilizando o passo como medida.
Metodologia utilizada pelo pesquisador para calcular o Índice de Área Foliar (IAF) utilizando fotografias. | Montagem de fotos retirada do estudo “Valoração monetária da arborização urbana baseada na magnitude da copa em Piracicaba/Brasil”
O levantamento levou em conta uma base de registro da cidade de Piracicaba de 60.146 árvores urbanas localizadas em calçadas. “Esse conjunto pode retornar ao município aproximadamente R $41 milhões (USD 8,2 milhões) por ano em serviços ecossistêmicos”, comentou Mendes.
Sapucaia do XV
Um dos símbolos do conjunto arbóreo piracicabano é um exemplar de Sapucaia, plantado em comemoração ao final da I Guerra Mundial. Localizada ao lado do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, a árvore chama a atenção do público em geral. “Como curiosidade, estimamos a valoração desta árvore símbolo do município e percebemos que sozinha ela retorna cerca de R $9 mil ao ano em serviços ecossistêmicos além, claro, dos valores históricos e sentimentais envolvidos no contexto dessa árvore”, aponta o pesquisador.
Segundo o autor do trabalho, investigações como esta, nas quais são aplicadas soluções baseadas na Natureza (SbN), poderão auxiliar no planejamento, gestão e formulação de políticas públicas. “A arborização urbana proporciona importantes serviços ecossistêmicos, porém, cada vez mais ela compete pelo espaço com grandes superfícies cinzentas, o que a pode tornar um elemento secundário no planejamento das cidades. A valoração monetária das árvores urbanas aparece, então, como mais uma alternativa capaz de mostrar a relevância desses seres vivos. Na prática, isso poderia viabilizar o pagamento por serviços ambientais como descontos em IPTU, por exemplo, aos moradores que possuem árvores em frente à sua casa”, finaliza.
Clique aqui e acesse o artigo na íntegra.
*Por Mayra Rosa
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*Fonte: ciclovivo
Lightyear 0: o carro movido a energia solar que dura meses sem carregar
Lightyear 0 é o nome do sedã elétrico que obtém energia para funcionar por meio da luz do sol. O veículo parece significar, finalmente, a produção em massa de carros que operam de modo sustentável, proposta que tem sido o grande projeto de muitas empresas. Nos últimos anos, várias startups lançaram carros únicos movidos a energia solar, mas até então ainda não havia a perspectiva de uma produção em larga escala.
Totalmente conduzido à energia proveniente do sol, esse carro pode ficar meses sem que careça de recarga, como promete sua fabricante.
Produzido pela startup holandesa, a Lightyear, o carro elétrico Long Range Lightyear One possui 5 metros quadrados de painéis solares de curva dupla que podem carregar o carro elétrico enquanto ele está dirigindo ou estacionado ao ar livre. Tais painéis podem adicionar até 70 quilômetros de alcance por dia, além de seus estimados 625 quilômetros no ciclo WLTP da Europa.
Todas essas características dão ao carro a capacidade de funcionar por meses sem que o motorista precise recarregá-lo numa tomada ou carregador público. A empresa estima que pessoas que dirigem moderadamente, podem passar até sete meses para efetuar uma nova carga. Além disso, os painéis solares podem acrescentar até 11.000 quilômetros de alcance anual.
O cofundador e CEO da Lightyear, Lex Hoefsloot, comemora: “Hoje é o dia que todos esperávamos desde que nós, cinco cofundadores, sentamos em uma cozinha esboçando nosso sonho de construir o carro mais sustentável do planeta […] Em 2016, tínhamos apenas uma ideia; três anos depois, tínhamos um protótipo. Agora, após seis anos de testes, iterações, (re)desenhos e inúmeros obstáculos, o Lightyear 0 é a prova de que o impossível é realmente possível.”
Destaque
Não são apenas os painéis solares que fazem do Lightyear 0 um carro inovador, ele se destaca dos outros carros elétricos atuais devido os seus quatro motores nas rodas, capazes de gerar 174 cavalos de potência combinados e 1.269 libras-pés de torque, que podem acelerar o Lightyear 0 de 0 a 100 km/h em apenas 10 segundos e uma velocidade máxima de 160 km/h.
Orgulhosamente, a empresa afirma que o Lightyear 0 é o veículo elétrico mais eficiente da categoria – o consumo de energia é de 10,5 kWh por 100 quilômetros – e seu coeficiente de arrasto inferior a 0,19 o torna o carro familiar mais aerodinâmico até agora. Mesmo possuindo 16,4 pés de comprimento, o carro pesa apenas 3.472 libras.
Sustentabilidade e design
O Lightyear 0 foi projetado tendo em vista a sustentabilidade, mas além dessa característica importante, seu design corrobora com sua essência, uma vez que seus detalhes minimalistas são feitos com materiais veganos e de origem natural, como assentos de camurça de microfibra e detalhes de palma de vime. Seu interior também possui um sistema de infoentretenimento com tela sensível ao toque de 10,1 polegadas que executa o sistema operacional Android Auto.
Em comunicado, Hoefsloot disse que “Os carros elétricos são um passo na direção certa, mas têm um problema de escala. Até 2030, podemos esperar 84 milhões de veículos elétricos (EVs) nas estradas da Europa sozinho. Não há como esconder isso, o acesso às estações de carregamento não acompanhará a demanda por carros elétricos.”
Ele continua: “Para minimizar o carregamento de plugues e maximizar o alcance, a estratégia da indústria, até agora, tem sido adicionar baterias. Isso aumenta a pegada de carbono de produção e, por sua vez, aumenta o peso e a necessidade de estações de carregamento de alta potência. Nossa estratégia inverte essa abordagem. O Lightyear 0 oferece mais alcance com menos bateria, reduzindo o peso e as emissões de CO² por veículo.”
Preço
Como era de se esperar, o Lightyear 0 não é barato, seu preço inicial é de US$ 263.243. A boa notícia é que a empresa também está trabalhando em um segundo modelo que tende a atrair o mercado de massa com um preço inicial de US$ 31.589, cuja produção começará no final de 2024 ou início de 2025.
*Por Daniela Marinho
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*Fonte: socientifica