Dia: 1 de fevereiro, 2023
Coisas a gente compra de novo, pessoas a gente perde para sempre
Muita gente se preocupa com os riscos da calota do carro sem nunca perguntar como a esposa se sente. Muitos pais verificam o boletim escolar, mas se esquecem de olhar nos olhos dos filhos. Muitos de nós notamos quando o amigo engordou, porém, nem percebemos o quanto ele pode estar precisando de nossa ajuda.
Como é difícil balancearmos com equilíbrio nossas prioridades, dando a devida atenção tanto ao que precisamos obter quanto ao que precisamos manter junto de nós. Embora a vida nos obrigue a despendermos a maior parte de nosso tempo trabalhando para conquistar qualidade e conforto, essa rotina pesada ao mesmo tempo nos distancia mais e mais dos contatos e interações com as pessoas.
Nessa toada, acabamos muitas vezes nos apegando demasiadamente aos bens que acumulamos, valorizando a materialidade que nos rodeia acima de qualquer coisa. E assim relegamos ao segundo plano nossas necessidades afetivas, nossos desejos sentimentais, tudo aquilo que não possui preço, o que não se compra nem se vende, apenas se vive.
Por mais que sejamos alertados para o perigo que reside nessa busca maçante pelos bens, pela riqueza, pelo status social, acabamos sendo atraídos quase que mecanicamente pelos apelos disso tudo. Vamos nos enchendo de objetos e nos esvaziando de sustância emocional, pois acabamos apenas enxergando o que os olhos veem, esquecendo-nos das carências de nossa essência humana.
Por isso é que muita gente se preocupa com os riscos da calota do carro sem nunca perguntar como a esposa se sente. Por isso é que muitos pais olham o boletim escolar, mas se esquecem de olhar nos olhos dos filhos. Por isso é que muitos de nós percebemos quando o amigo engordou, porém jamais percebemos o quanto ele está precisando de nossa ajuda. Por isso é que muitas vezes temos tudo o que queremos, mas não temos ninguém de quem precisamos.
É necessário, pois, mantermos o foco nas escolhas que vimos fazendo, nas atitudes que tomamos, na importância que estamos dando àquilo que colocamos como prioridade em nossas vidas. Não podemos nos desconcentrar em relação ao que temos de mais precioso em termos de parceria, amizade, amor verdadeiro, ou acabaremos lotados de tralhas que não preencherão o nosso vazio existencial.
*Por Marcel Camargo
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*Fonte: fasdapsicanalise
Butch Vig, produtor de “Nevermind”, revela que não achou o Nirvana tão bom quando conheceu a banda
Butch Vig, o cara que produziu o álbum Nevermind, do Nirvana, recordou alguns momentos e desafios do processo de gravação por trás do trabalho que redefiniu o rock a partir de 1991. Falando com o Consequence.Net, Vig forneceu detalhes sobre o legado deixado por ele nesse disco, como o fato de conseguir convencer Kurt Cobain a duplicar seus vocais e ajustar a distorção de sua guitarra.
No entanto, o que chama a atenção é uma declaração do produtor que revela o fato dele quase ter descartado a possibilidade de produzir Nevermind. Vig contou na entrevista que não curtiu muito o álbum de estreia do Nirvana, Bleach, produzido por Jack Endino: “Eu não fiquei impressionado. Achei o disco deles meio unidimensional, mas havia lá uma música, ‘About a Girl’, que para mim soou como uma canção pop brilhante, como uma composição ao estilo de Lennon e McCartney”.
A faixa, que se tornaria ao longo dos anos um clássico do rock, foi suficiente para despertar o interesse de Vig no grupo de Seattle e ele convidou os caras para irem até seu Smart Studios na cidade de Madison, com o objetivo de começar a trabalhar nas primeiras versões das músicas que resultariam em Nevermind.
O produtor conta que a sonoridade desse icônico disco é fruto de alguns truques que utilizou, como gravar os vocais de Kurt Cobain em no máximo três takes, para evitar que sua voz começasse a falhar, conversar sobre ajustes pontuais na guitarra e buscar a essência das composições das músicas.
“Eu sabia que ele [Cobain] estava tentando crescer como compositor e foi durante as primeiras sessões que descobri que era um grande fã dos Beatles e, por mais que admirasse a estética de John Lennon, ele realmente admirava as composições melódicas de Paul McCartney e sua sensibilidade melódica. Então eu arquivei isso como um ponto de referência que usaria mais tarde”.
Foi quando o vocalista do Nirvana se mostrou relutante em utilizar overdubs (técnica para corrigir defeitos na gravação original), por medo de que isso comprometesse a essência da banda, que Vig disse: “Ouça John Lennon. Ouça Paul McCartney, todos os vocais são duplos. E ele ficou sentado em silêncio por cerca de cinco segundos, e então ele disse: ‘Ok’”.
A entrevista na integra de Butch Vig pode ser lida, em inglês, AQUI.
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*Fonte: radiorock89