O estresse é contagioso?

O estresse é algo muito comum, especialmente na sociedade atual, em constante movimento. Mas o estresse é contagioso? Fato é que, segundo a Organização Mundial de Saúde, o estresse pode ser definido como qualquer tipo de mudança que causa uma perturbação física, emocional ou psicológica.

Há inúmeras experiências e eventos que podem catalisar períodos de estresse, como começar num novo emprego ou ter um filho.

Mas será que o estresse é contagioso? Seria possível “pegar” estresse de outra pessoa?

Um artigo de 2014 na revista Psychoneuroendocrinology chamou atenção online quando seus autores sugeriram que o estresse era contagioso. Os autores afirmaram que o mero fato de ver outra pessoa numa situação estressante pode fazer nosso corpo liberar cortisol, um hormônio envolvido na resposta do estresse.

Esse fenômeno, nomeado como “estresse empático”, tende a ser mais forte quando vemos alguém próximo em sofrimento, os pesquisadores sugeriram, mas também pode ocorrer diante o sofrimento de estranhos.

De acordo com um review na revista Current Biology, as emoções podem se “espalhar” de uma pessoa para outra através de “neurônios espelho”. Seriam células cerebrais que se ativam ao vermos alguém desempenhar alguma atividade — como bocejar —, assim desencadeando uma resposta recíproca.

Isso significa que, se alguém vê outra pessoa cansada, a primeira pode começar a se sentir cansada também. E se vê alguém estressado, pode acabar por adotar ou simular, sem intenções, o seu estado emocional.

Para os cientistas, a capacidade de transmitir emoções é um importante mecanismo de sobrevivência. Por exemplo, numa situação de perigo, se alguém reage emocionalmente, isso pode sinalizar outras pessoas na área, que imediatamente ficam sob alerta.

Essa transferência de emoções, todavia, é uma atitude subconsciente, e não se limita aos humanos. Outros animais também podem perceber as emoções dos membros da sua própria espécie.

O estresse é contagioso, mas pode ser evitado
Assim, ainda que o estresse seja algo que todos buscam evitar, ele acaba por desempenhar um papel importante, tanto para humanos como para animais. Todavia, segundo Tara Perrot, professora de psicologia e neurociências em entrevista ao Live Science, nem todo estresse é igual.

“Ele [o estresse] prepara nossos corpos e cérebros para lidar com o estressor. Se um leão correr em sua direção, você vai querer uma forte resposta ao estresse que libere glicose, aumente a frequência cardíaca e reduza atividades não essenciais, como a digestão”, contou ela.

Contudo, ainda de acordo com Perrot, nos humanos modernos a resposta ao estresse pode ocorrer com uma frequência muito alta. Isso porque nós percebemos muitas atividades diárias como estressantes, e portanto a resposta ao estresse pode ocorrer mais frequentemente do que o adequado, prejudicando o corpo e o cérebro.

Um estudo de 2014 na revista Interpersona descobriu que o estresse pode, em algumas circunstâncias, ser contagioso, e concluiu que um único indivíduo estressado tem a capacidade de “infectar” todo um escritório.

Mas será que é possível evitar esse contágio? Segundo Perrot, tudo depende de como nós abordamos e lidamos com uma determinada situação.

“Toda resposta ao estresse começa com a percepção do estressor”, disse Perrot. Atividades como respirar ar puro, fazer exercícios de respiração e exercícios em geral pode ajudar a superar, ou pelo menos reduzir, o impacto de absorver o estresse alheio.

Joe Herbert, professor de neurociência da Universidade de Cambridge, contou ao Live Science que a chave encontra-se em ver o estresse como dividido em dois componentes: o estressor e a resposta que damos a ele.

“O estressor é externo ou interno, por exemplo, uma demanda financeira ou uma doença”, disse ele. “A resposta ao estresse é como o indivíduo reage — tanto emocionalmente, como também fisiologicamente (hormônios, pressão sanguínea etc).”

Herbert disse ainda que a resposta ao estresse é adaptável, e que aprender a controlar isso é a chave para se proteger do estresse alheio.

Segundo ele, a empatia aumenta a percepção das emoções alheias, mas bons líderes e até mesmo pais e mães conseguem aprender a não absorver o estresse dos outros, lidando com a situação estressora ao invés disso.

*Por Dominic Albuquerque
…………………………………………………………………………………………….
*Fonte: socientifica

Cerveja de 2.500 anos encontrada foi produzida novamente. Você tomaria?

Arqueólogos descobriram uma antiga “cerveja” em um caldeirão de 2.500 anos em um local de sepultamento da Idade do Ferro, uma descoberta incomum entre restos mortais, ferramentas e artefatos de ouro.

A pesquisadora principal, Bettina Arnold da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, e sua equipe encontraram um caldeirão de bronze, que continha quase 14 litros de uma bebida alcoólica desconhecida enterrada com o ocupante do túmulo.

Após a descoberta, a equipe recorreu aos serviços do Dr. Manfred Rösch, um paleobotânico, para analisar o conteúdo do caldeirão e criar uma receita para recriar a antiga bebida.

A equipe descobriu que o conteúdo do caldeirão era uma bebida alcoólica à base de mel contendo doce de prado e menta, duas espécies de plantas adicionadas como aromatizantes. Foi determinado como sendo um tipo de hidromel chamado braggot, que tem origens antigas.

Os produtores locais de cerveja Milwaukee, a Cervejaria Lakefront, ajudaram a equipe a criar a cerveja. Após sete horas para fazer a receita e duas semanas para fermentá-la, eles provaram o produto final.

A cerveja da Idade do Ferro era suave e agradável, com um toque de menta e ervas e embalada com um teor alcoólico. Não é provável se torne popular entre os consumidores de hoje, mas a capacidade da equipe de recriar a antiga receita proporciona uma visão dos aspectos há muito enterrados da cultura da Idade do Ferro.

A descoberta indica que era essencial enviar indivíduos para a vida após a morte não apenas com espadas e lanças, mas também com a bebida propriamente dita para se fazer uma festa na “chegada”.

*Por Damares Alves
…………………………………………………………………………..
*Fonte: socientifica