Dia: 27 de março, 2023
Cientistas listam empregos ameaçados pela Inteligência Artificial
Em 2018 , os pesquisadores – Edward Felten, Manav Raj e Rob Seamans – analisaram os empregos que mais mudaram devido aos avanços da IA entre 2010 e 2015. Em seguida, aprofundaram suas pesquisas em 2021 para criar o AIOE (para AI Occupational Exposição ) — um modelo para medir a exposição à IA no nível da ocupação, mas também no nível da indústria e geográfico.
Tendo feito isso, eles cruzaram essas informações com o banco de dados O*NET (American Occupational Information System) para examinar a importância e a prevalência de cada habilidade em mais de 800 profissões. Depois de deduzir para cada “uma pontuação de exposição profissional à IA”, eles puderam analisar como o progresso feito em um ou outro campo pode afetar as profissões.
Neste novo estudo, eles examinaram as implicações dos recentes avanços na modelagem de linguagem. Curiosamente, o modelo inicial da AIOE mostrou que os empregos de maior risco exigiam alto nível de escolaridade e eram geralmente bem pagos. Mas levando em consideração os avanços recentes na modelagem de linguagem, o modelo retornou uma lista muito diferente.
Ensino superior na berlinda?
O estudo mostra que os trabalhadores de call center são os mais expostos. Esse resultado não surpreende, visto que várias empresas já estão usando chatbots com inteligência artificial para preencher essa função.
No entanto, como apontam os pesquisadores, os operadores de telemarketing poderiam melhorar drasticamente seu trabalho usando a modelagem de linguagem; por exemplo, o que os clientes dizem pode ser usado em tempo real por um modelo de linguagem para fornecer respostas relevantes e personalizadas ao operador de telemarketing.
Isto é seguido por vários professores pós-secundários: professores de língua e literatura inglesa, língua e literatura estrangeira e história. Os professores de Direito ocupam o quinto lugar entre as profissões mais expostas. Os autores do estudo observam que muitas profissões relacionadas à educação estão entre as 20 profissões com maior probabilidade de serem substituídas.
A análise também conclui que os três principais setores expostos a avanços na modelagem de linguagem são, nessa ordem, serviços jurídicos, futuros e outros investimentos e atividades de seguros. Em resumo, educadores e profissionais de serviços financeiros provavelmente serão os primeiros a sofrer com o uso massivo de modelos de linguagem.
No entanto, essas tendências devem ser vistas com cautela. O ChatGPT é conhecido por ter dificuldades com a matemática, especialmente quando se trata de resolver equações complexas – embora tenha recebido recentemente uma atualização que deveria melhorar seus recursos.
Outra IA revelou-se inadequada para o ensino de história , reinventando completamente o perfil de certas personalidades históricas. No fim das contas, tudo dependerá de melhorias futuras e, como já mencionado, das especificidades de cada profissão.
*por Davson Filipe
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*Fonte: realidadesimulada
National Geographic Society lança Mapa Mundial da Água
Plataforma desenvolvida em parceria com a Universidade de Utrecht já identificou 22 pontos críticos de disponibilidade de água no mundo
Uma parceria entre a National Geographic Society e Universidade de Utrecht, na Holanda, vai mapear pontos críticos de disponibilidade de água doce, visualizar oferta e demanda global e registrar como as pessoas usam esse recurso. O Mapa Mundial da Água faz parte da Iniciativa Global de Água Doce e vai ser desenvolvido durante os próximos 5 anos.
A nova ferramenta virtual foi desenvolvida com um software de sistemas de informação geográfica desenvolvido pela empresa Esri, o ArcGIS. A cartografia é baseada em um dos modelos de código aberto mais avançados que existem para rastrear a disponibilidade de água em diferentes partes do mundo.
A crise hídrica enfrentada pela humanidade tem como característica a abundância de água doce em alguns lugares e insuficiência em outros. O mapa criado pela National Geographic traz uma visualização interativa de cada local e mostra quanta água as pessoas consomem para uso agrícola, industrial e doméstico; e o que há disponível na natureza.
O documento é baseado em modelos hidrológicos elaborados pela Universidade de Utrecht, integrando mais de 40 anos de dados históricos e será atualizado para monitorar regularmente as mudanças na disponibilidade e demanda de água.
Situação atual é precária
Um estudo recente prevê que a demanda global por água doce supere a oferta deste recurso em 40%, até 2030. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2025 metade da população mundial poderá viver em áreas com escassez de água e isso se acentua entre as comunidades marginalizadas.
Isso se deve não apenas às mudanças climáticas, como também ao rápido desenvolvimento urbano, à poluição, ao colapso da infraestrutura hídrica, ao crescimento e distribuição populacional e à má gestão dos recursos hídricos.
Mapa Mundial da Água
Como os fatores que impulsionam a disponibilidade de água são complexos e variam em cada região, o Mapa Mundial da Água contém várias camadas para visualizar a lacuna entre a oferta e a demanda. Ele foi desenvolvido pelos exploradores da National Geographic e pelos especialistas em água da Universidade de Utrecht, Marc Bierkens e Niko Wanders, e utiliza uma tecnologia de ponta da Esri chamada GIS.
“A crise de disponibilidade de água exigirá a compreensão e a ação de todos nós”, disseMarc Bierkens. “Esse mapa é o primeiro passo para disseminar informações sobre o problema e nos ajudar a abrir a discussão sobre soluções que gerem consciência global sobre o assunto”.
A ferramenta oferece uma visualização exclusiva que permite aos usuários explorar o mapa simulando a disponibilidade de água em escala global, indicando áreas onde a demanda excede a disponibilidade de recursos hídricos renováveis – o que foi considerado uma verdadeira lacuna hídrica.
“Nossos recursos globais de água doce são insubstituíveis e usar o mapeamento para contar sua história – e como as pessoas, a vida selvagem e a natureza a usam – faz parte de nosso compromisso contínuo de proteger as maravilhas do nosso mundo”, conta Alex Tait, geógrafo da National Geographic Society. “O Mapa Mundial da Água será uma ferramenta poderosa para apoiar a pesquisa, conservação, educação e as narrativas sobre a água doce.”
A ferramenta já identifica 22 pontos críticos em todo o mundo, incluindo o Vale Central, na Califórnia; Java; Indonésia; o Delta do Rio Nilo, no Egito; e a Bacia do Rio Indo, no Paquistão. Com base nos dados coletados ao longo de 40 anos, foi possível determinar que esses locais enfrentam escassez crítica de água devido à diferença entre a demanda para uso humano e a disponibilidade do recurso.
Essas crises são agravadas por diversos fatores, entre eles as mudanças climáticas, o aumento do consumo e o desenvolvimento econômico, que pressionam a disponibilidade de água para fins agrícolas, municipais, industriais e pecuários.
Água perto da gente
Com o Mapa Mundial da Água, os usuários poderão pesquisar sobre a bacia hidrográfica na qual vivem (com visualizações no mapa com precisão de até 10 km) para entender a disponibilidade de água doce, a demanda e os problemas de sustentabilidade que afetam sua comunidade e qualquer outra região no mundo.
“Para entender e trabalhar melhor a crise global da água, é necessário quantificar e contextualizar a oferta e a demanda pelo recurso, portanto, o mapeamento é fundamental”, explica Sean Breyer, gerente do programa Living Atlas of the World, do Esri.
Ao criar uma interface interativa que aproxima o público em geral de dados que normalmente só são utilizados e acessíveis a instituições científicas podemos melhorar nossa compreensão coletiva dos desafios que enfrentamos em relação ao acesso mundial à água doce e da crescente crise hídrica. O Mapa Mundial da Água serve como uma ferramenta educativa para ajudar as pessoas de todo o mundo a entender agir para proteger os recursos de água doce.
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*Fonte: ciclovivo