Os americanos estão cada vez mais com medo de carros autônomos

Os cidadãos americanos estão com medo quando o assunto é carros autônomos, e cada mês aumenta mais esse receio pela automação dos carros. Os Estados Unidos da América têm sido um dos países onde se tem desenvolvido mais testes de carros sem motorista, são milhares de carros autônomos em fase de testes nas estradas americanas.

Porém, a confiança do público americano em relação aos carros autônomos nunca foi tão baixa como está agora. Em um estudo realizado em Abril pela AAA (American Automobile Association) foi descoberto que 73% dos americanos não confiam nos carros sem condutor. É um aumento de 10% em relação aos 63% que diziam não confiar no final de 2017.

O estudo revela que apenas 20% dos inquiridos entraria em um carro sem condutor. O maior declínio de confiança veio dos mais jovens. Apesar de continuarem a serem a população que mais confia neste tipo de tecnologia, neste momento 64% dos mais jovens afirma que não viajaria em um veículo autônomo, em comparação com os 49% que o afirmavam em 2017.

“Apesar do potencial (dos carros autônomos) para tornar as estradas mais seguras a longo prazo, os consumidores tem as expectativas altas no que concerne a segurança,” afirmou Greg Brannon, o diretor de Engenharia Automóvel da AAA.

“Os nossos resultados mostram que qualquer incidente que envolva um veículo autônomo irá provavelmente alterar a confiança dos consumidores, que é um componente critico para a aceitação maior dos veículos autônomos”.

*Por Any Karolyne Galdino

 

 

 

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*Fonte:

“Em 20 anos ninguém mais terá carros” – afirma lendário executivo automotivo

Bob Lutz, ex-vice-presidente e chefe de desenvolvimento de produtos da General Motors, afirmou para o portal Automotive News que “estamos nos aproximando do fim da era automotiva”.

As manchetes de tecnologia parecem corroborar sua previsão: enquanto o meio ambiente implora pela extinção do combustível e as estradas ficam cada vez mais lotadas e impossíveis de se trafegar, soluções como o Hyperloop, capazes de levar muitas pessoas de um lugar para o outro de forma mais rápida, segura e ecológica, despontam como o futuro mais provável.

 

A entrevista com Lutz fez parte de uma série jornalística chamada “Redesigning the Industry”, que explora o futuro desse negócio em plena mudança.

Lutz também ocupou cargos executivos importantes em empresas como a Ford, Chrysler, BMW e Opel. Ou seja, estamos diante da opinião de alguém que certamente entende do que está falando.

As grandes mudanças

Por centenas de anos, o cavalo foi o principal meio de transporte dos seres humanos. Nos últimos 120 anos, o automóvel tem sido.

Agora, estamos nos aproximando do final da linha para o automóvel, de acordo com Lutz.
O futuro? Módulos de transporte automáticos e padronizados.

 

Uber e concorrentes

“O estado final será o módulo totalmente autônomo sem capacidade para que o motorista exerça comando. Você vai convocá-lo, ele chegará à sua localização, você entrará, informará seu destino e navegará pela estrada. Na rodovia, ele se fundirá perfeitamente em um fluxo de outros módulos que viajam a 200, 240 km/h. A velocidade não importa. Você tem uma mistura de transporte ferroviário com transporte individual”, escreveu Lutz para o Automotive News.

Esses módulos funcionarão como um misto de transporte público rápido e táxi: você viajará sozinho, será cobrado pelo serviço quando chegar ao seu destino, e o modulo poderá seguir com outro passageiro.

A maioria desses módulos padronizados serão inclusive de propriedade dos Ubers e Lyfts da vida, argumenta Lutz. Uma minoria de indivíduos poderá optar por ter módulos personalizados, pela conveniência, mas isso provavelmente será algo restrito.

Os veículos, no entanto, certamente não serão conduzidos por humanos, porque em 15 a 20 anos, tal situação será proibida.

 

Carros autônomos ou sem motorista: a norma

Lutz aposta que o ponto de inflexão ocorrerá quando 20 a 30% dos veículos circulando na estrada forem totalmente autônomos, como o Google Driverless Car.

Os governos analisarão as estatísticas de acidentes e descobrirão que os motoristas humanos estão causando 99,9% deles. Logo, proibirão carros que precisam de motorista de circularem nas estradas.

Claro, haverá um período de transição. O executivo crê que cerca de cinco anos serão oferecidos pela legislação para que as pessoas tirem seus carros de circulação, vendendo-os para ferros-velhos ou trocando-os por módulos personalizados.

Mas e se o público não aceitar carros autônomos?

Lutz também argumenta que não precisamos de aceitação pública de veículos autônomos para eles se tornarem a norma, em caso de você estar pensando que carros sem motorista não vão ficar populares em tão pouco tempo por conta do medo das pessoas.

“Tudo o que precisamos é a aceitação pelas grandes frotas: Uber, Lyft, FedEx, UPS, o Serviço Postal dos EUA, empresas de serviços públicos, serviços de entrega”, disse.

Por exemplo, você faz uma compra em uma grande empresa como a Amazon, e recebe a entrega em módulos automáticos que nem sequer possuem o logotipo de marcas automotivas famosas, como Chevrolet, Ford ou Toyota. Na verdade, pertencem a Uber ou Lyft ou outra empresa competindo no mercado.

Logo, o público vai entender que este é o futuro, que é seguro e que funciona.

Outras mudanças

Lutz também fez outras previsões, como a de que empresas de transporte poderão solicitar módulos de vários tamanhos, sejam eles pequenos, médios ou grandes. Apesar disso, o desempenho será o mesmo para todos, porque ninguém vai passar ninguém na estrada. Esse é o sinal da morte para empresas como BMW, Mercedes-Benz e Audi, porque esse tipo de performance não vai importar mais.

Em cada veículo, você poderá solicitar diferentes níveis de equipamento, desde módulos básicos a módulos de luxo que incluem geladeira, TV e computador com conectividade. Não há limites para o que se pode incluir nos módulos, porque beber ou escrever mensagens de texto enquanto viaja não será mais um problema.

A importância do design também será minimizada, porque os módulos de alta velocidade precisam ser achatados nas duas extremidades.

O futuro das concessionárias

Tudo isso também implica, necessariamente, no desaparecimento do varejo automotivo como o conhecemos.

Os vendedores de carros continuarão a existir como um negócio marginal, como os vendedores de cavalos hoje, para pessoas que querem módulos personalizados ou que compram reproduções vintages de carros como Ferraris.

O esporte automotivo sobreviverá, apenas não nas rodovias públicas. Vai ser provavelmente uma coisa elitista, embora possam existir estradas públicas, como quadras esportivas públicas, nas quais você poderá se divertir por algumas horas.

“Como criadores de cavalo de corrida, haverá fabricantes de carros de corrida e carros esportivos e veículos off-road. Mas será uma indústria artesanal”, opina Lutz.

Em resumo, todo o grande mercado do automóvel, das oficinas mecânicas, das concessionárias e da mídia automotiva chegará ao fim em 20 anos.
A sobrevivência das montadoras

As montadoras de hoje só vão sobreviver se conseguirem se adaptar a esse novo mercado.

Lutz afirma que a General Motors está fazendo as escolhas certas, apostando em funções automáticas, para resistir quando a transição ocorrer.

“Penso que todo mundo vê [a mudança] chegando, mas ninguém quer falar sobre isso. Eles sabem que estarão bem por alguns anos, se continuarem a fornecer tecnologia superior, design superior e um bom software para a condução autônoma. Assim, por um tempo, a ‘ideia autônoma’ será capturada pelas empresas automobilísticas. Mas então isso vai se transformar, e o ‘valor’ será capturado pelas grandes frotas. Essa transição estará amplamente completa em 20 anos”, conclui Lutz. [AutoNews]

 

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*Fonte: hypescience