Nossa vida radioativa

Um núcleo atômico excessivamente cheio simplesmente não pode se manter.

Quando um átomo tem muitos prótons ou nêutrons, é inerentemente instável. Embora possa aguentar firme por um tempo, eventualmente, ele não pode se manter por mais tempo e de forma espontânea decai, atirando energia na forma de ondas ou partículas.

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O resultado final é um núcleo menor, mais estável. As ondas e as partículas criadas são conhecidas como radiação, e o processo de degradação nuclear que as produz é chamado de radioatividade.

A radiação é uma parte da vida. Há elementos radioativos na maioria dos materiais que encontramos diariamente, que constantemente nos pulverizam com radiação. Para o americano comum, isso resulta em uma dose de cerca de 620 millirems de radiação todo ano. Isso é aproximadamente equivalente a 10 raios-X abdominais.

Os cientistas usam a unidade millirem para expressar o quanto uma dose de radiação danifica o corpo humano. A pessoa recebe 1 millirem durante um voo de um lado a outro dos EUA.

Mas de onde exatamente vem a nossa dose anual de radiação? Olhando para as fontes, podemos dividir a dose em duas partes quase iguais: cerca de metade vem da radiação de fundo natural e metade é proveniente de fontes artificiais.

Radiação de fundo natural se origina no espaço, na atmosfera, no solo e nos nossos próprios corpos. Há radônio no ar que respiramos, rádio na água que bebemos e elementos radioativos diversos nos alimentos que comemos. Alguns deles atravessar nossos corpos sem muita dificuldade, mas outros são incorporados em nossas moléculas. Quando os núcleos eventualmente decaem, nossos próprios corpos nos expõe a doses pequenas de radiação.

“Nós estamos expostos a radiação de fundo, quer queiramos ou não”, diz Sayed Rokni, oficial de segurança radiológica e chefe do departamento de proteção contra as radiações no SLAC National Accelerator Laboratory. “Isso acontece, não importa o que façamos. Eu não aconselharia isso, mas podemos optar por não ter raios-X dentais. Porém não podemos escolher não ser expostos à radiação terrestre – radiação que proveniente da crosta da Terra, ou a partir de radiação cósmica”.

Mas isso não é motivo para pânico.

“A espécie humana, e tudo o que nos rodeia, tem evoluído ao longo dos séculos enquanto recebe a radiação de fontes naturais. Ela nos formou. Então, claramente, há um nível aceitável de radiação”, diz Rokni.

Qualquer radiação que não é considerada de fundo provém de fontes artificiais, principalmente por meio de procedimentos médicos de diagnóstico ou terapêuticos. No início de 1980, os procedimentos médicos foram responsáveis por 15% da exposição à radiação anual de um americano – eles agora respondem por 48%.

“A quantidade de radiação natural de fundo continua a mesma”, diz Don Cossairt, gerente de proteção contra as radiações do Fermilab. “Mas a radiação de procedimentos médicos floresceu, talvez correspondendo às grandes melhorias no tratamento de muitas doenças”.

O crescimento no uso de imagens médicas aumentou a exposição anual do americano de 360 millirems em 1980 para 620 millirems hoje. A média anual de hoje não é considerada nociva para a saúde por qualquer autoridade reguladora.

Enquanto procedimentos médicos compõem a maior parte da radiação artificial que recebemos, cerca de 2% da dose anual vem da radiação emitida por alguns produtos de consumo. A maioria destes produtos estão, provavelmente, na sua casa no momento. Basta examinar a cozinha e encontrar uma cornucópia de itens que emitem radiação suficiente para detectar com um contador Geiger, de produtos feitos pelo homem a alimentos naturais.

Há castanha do Pará em sua despensa? Elas são o alimento mais radioativo que existe. As raízes das castanheiras vão muito para baixo no solo, e no subsolo, onde há mais rádio, absorve esse elemento radioativo e o passa para as castanhas. A castanha do Pará também contêm potássio, que ocorre conjuntamente com o potássio-40, um isótopo radioativo que ocorre naturalmente.

O Potássio-40 é o elemento radioativo mais prevalente nos alimentos que nós comemos. As bananas cheias de potássio são bem conhecidas por sua radioatividade, tanto que o valor de radioatividade de uma banana é usado como uma medida informal de radiação, chamada Banana Equivalent Dose (BED). Um BED é igual a 0,01 millirem. A radiografia de tórax tem algo em torno de 200 a 1000 BED. A dose fatal de radiação é de cerca de 50 milhões BED de uma só vez.

Alguns outros petiscos contendo potássio-40 que emitem radiação incluem cenouras, batatas, feijão roxo, feijão lima e carne vermelha. Só entre alimentos e água, a pessoa recebe em média uma dose anual de cerca de 30 millirem. Isso são 3000 bananas!

Mesmo o prato em que você está comendo pode estar te dando uma ligeira dose de radiação. O esmalte de algumas cerâmicas mais velhas contém urânio, tório ou o bom e velho potássio-40 para torná-lo colorido, especialmente a cor vermelho-alaranjado feito antes de 1960. Da mesma forma, alguns antigos copos amarelados e esverdeados contém urânio como corante. Embora esta louça faça um contador Geiger apitar, ainda é seguro para ser usada.

Seu detector de fumaça, que geralmente paira silenciosamente no teto até que suas baterias morram, é radioativo também. É assim que ele pode salvá-lo de um prédio em chamas: uma pequena quantidade de amerício-241 no dispositivo permite detectar quando há fumaça no ar.

“Não é perigoso, a menos que você bata nele com um martelo para liberar a radioatividade”, diz Cossairt. A Associação Nuclear Mundial observa que o dióxido de amerício encontrado em detectores de fumaça é insolúvel e iria “passar através do trato digestivo sem deixar dose significativa de radiação”.

As bancadas de granito também contêm urânio e tório, que decai para o gás radônio. A maior parte do gás fica preso na bancada, mas alguma quantidade pode ser liberada e adicionar uma pequena quantidade no nível de radônio de uma casa – que vem principalmente do solo.

O granito não apenas emite radiação no interior da casa. As pessoas que vivem em áreas com mais rocha de granito recebem uma dose extra de radiação por ano.

A exposição à radiação anual varia significativamente dependendo de onde você mora. Pessoas em altitudes mais elevadas recebem uma maior dose de radiação vinda do espaço por ano.

Mas não se preocupe se você vive em um local com muita altitude e granito, como Denver, Colorado. “Nenhum efeito para a saúde devido à exposição à radiação já foi correlacionado com as pessoas que vivem em altitudes mais elevadas”, diz Cossairt. Da mesma forma, ninguém notou uma correlação entre a saúde e o aumento da dose de radiação das rochas de granito nos ambientes.

Não importa se você vive em altitudes elevadas ou no nível do mar, nas montanhas rochosas ou na costa leste de Maryland – a radiação está em toda parte. Mas doses anuais de fundo e de fontes artificiais não são suficientes para se preocupar. Então aproveite a sua banana e sinta-se livre para pegar outro punhado de castanhas do Pará.

*Por Jessica Nunes
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*Fonte: universoracionalista

O seu DNA pode ser extraído do ar – e isso preocupa especialistas

Pesquisadores descobrem que fragmentos de DNA humano no ambiente podem revelar informações médicas e de ancestralidade

Na última década, pesquisadores da vida selvagem aprimoraram técnicas para recuperar o DNA ambiental, ou eDNA — pequenas quantidades de material genético que todos os seres vivos deixam para trás. No entanto, desde o início, os cientistas têm recuperado grandes quantidades de DNA humano.

Para eles, isso é considerado poluição, uma espécie de captura acidental do genoma humano que prejudica seus dados. Mas e se alguém se propusesse a coletar intencionalmente o eDNA humano?

Como o eDNA é usado
Uma ferramenta poderosa e econômica para ecologistas, o eDNA está presente em todos os lugares — flutuando no ar ou permanecendo em superfícies, até mesmo na água. Cientistas têm conhecimento da existência do DNA ambiental há décadas, mas não acreditavam que pudesse ser usado na identificação de indivíduos, dado seu tamanho diminuto e nível de degradação.

Os pesquisadores têm usado esse método para detectar espécies invasoras antes que elas se estabeleçam, rastrear populações vulneráveis ou secretas de animais selvagens e até mesmo redescobrir espécies consideradas extintas.

A tecnologia de eDNA também é utilizada em sistemas de vigilância de águas residuais para monitorar o Covid e outros patógenos.

O que é possível fazer com o eDNA humano?
Entre a poeira, pólen e pequenas partículas encontradas no ar, pode estar o DNA humano. Imagem: Ralf Geithe / Shutterstock.com
David Duffy, um geneticista de vida selvagem da Universidade da Flórida, começou a encontrar DNA humano em todos os lugares que olhava enquanto buscava uma maneira melhor de rastrear doenças em tartarugas marinhas.

Em um experimento, ele e seus colegas coletaram uma amostra de água de um riacho e a analisaram usando um sequenciador de nanoporos, capaz de ler trechos mais longos de DNA. Os pesquisadores recuperaram inesperadamente DNA humano legível das amostras.

A análise das amostras limitadas revelou informações sobre ancestralidade genética alinhadas com a composição racial da região. Também foram encontradas mutações-chave associadas a diabetes, problemas cardíacos e doenças oculares.

Os resultados de suas pesquisas, publicados nesta segunda-feira na revista Nature Ecology & Evolution, demonstram que os cientistas podem recuperar informações médicas e genealógicas a partir de fragmentos minúsculos de DNA humano presentes no meio ambiente.

Questões éticas

A tecnologia baseada em eDNA pode ser usada para vigilância de certos grupos de pessoas, como aquelas com ancestralidade específica ou condições médicas ou deficiências particulares.

As implicações de tais usos dependem de quem está utilizando a tecnologia e por quê.


A análise de eDNA poderia facilitar o rastreamento genético de minorias étnicas em países como a China, que já realiza um monitoramento genético extensivo e explícito dessas populações.


A pesquisa em eDNA levanta questões éticas sobre a identificação de indivíduos e seu potencial uso em investigações criminais.


Atualmente, a identificação individual a partir de eDNA não é possível com os métodos usados pelas autoridades de aplicação da lei nos Estados Unidos.


No entanto, pesquisadores forenses sugerem que a identificação individual a partir de eDNA já pode ser possível em espaços fechados com menos pessoas.


A ciência do eDNA ainda não está madura o suficiente para usos forenses, uma vez que os fundamentos do eDNA ainda não estão completamente compreendidos.


A tecnologia de sequenciamento de nanoporos ainda apresenta uma taxa de erro maior do que tecnologias mais antigas.


Apesar dos avanços na análise de eDNA, ainda existem limitações e incertezas que precisam ser abordadas antes de seu uso em aplicações forenses.

Éticos forenses e estudiosos do direito afirmam que as descobertas da equipe da Flórida aumentam a urgência de regulamentações abrangentes sobre privacidade genética.

Para os pesquisadores, isso também destaca um desequilíbrio nas regras em torno de tais técnicas nos Estados Unidos. Eles apontam ser mais fácil para as autoridades policiais implantarem uma nova tecnologia incompleta, do que para os pesquisadores científicos obterem aprovação para estudos que confirmem se o sistema realmente funciona.

Erin Murphy, professora de direito na Faculdade de Direito da Universidade de Nova York especialista no uso de novas tecnologias no sistema legal, descreve novas técnicas de coleta de DNA como “irresistíveis” para autoridades policiais.

Isso pode representar dilemas para a preservação da privacidade e das liberdades civis, especialmente à medida que o avanço tecnológico permite a obtenção de mais informações a partir de amostras cada vez menores de eDNA.

Informações genéticas e privacidade
Comparando a coleta de eDNA humano a outras tecnologias de vigilância, como câmeras de reconhecimento facial, há uma distinção importante.

A coleta de DNA não afeta apenas os indivíduos, mas também seus familiares e, em alguns casos, comunidades inteiras.
O DNA pode rastrear parentes, descendentes e ancestrais, o que levanta questões sobre a privacidade e o uso futuro dessas informações genéticas.

Há um amplo mercado para informações genéticas, desde empresas farmacêuticas desenvolvendo terapias até seguradoras e pesquisadores de saúde pública.

No entanto, a falta de definições legais claras sobre o DNA dificulta a proteção do público. Quem é o proprietário dessas informações? É sempre considerado informação médica?
Especialistas em bioética e liberdades civis afirmam que o alerta do Dr. Duffy oferece uma oportunidade única para discussões éticas e legais antes que essa nova técnica genética se torne amplamente utilizada.
Geralmente, os debates éticos estão sempre um passo atrás, mas, graças aos ecologistas da vida selvagem, agora há uma pequena vantagem para iniciar essas discussões.

*Por Ana Luiza Figueiredo
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*Fonte: olhardigital

Prepare-se, super El Niño deve mudar o clima do mundo em breve

Esse super El Niño pode trazer climas inesperados para determinados locais, como secas onde

Previsões climáticas estão indicando a presença de um super El Niño no segundo semestre deste ano. O fenômeno meteorológico deve ser muito intenso e modificar o clima do planeta enquanto estiver ativo.

Existem dois tipos de El Niño: o clássico, que altera a temperatura do mundo todo com o aquecimento de uma grande faixa do Oceano Pacífico, e o costeiro, em que ocorre o aquecimento apenas na costa do Peru e do Equador.

No momento, o que está em vigor é o costeiro, mas o super El Niño previsto para o segundo semestre é o clássico.

“El Niño é basicamente uma mudança na força e direção dos ventos alísios que sopram do leste para o oeste no Oceano Pacífico, o que faz com que a água quente encontrada na parte ocidental do Oceano Pacífico se mova para a região central e oriental do Pacífico”, explica Ángel Adames Corraliza, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, à BBC News.

Segundo a Metsul, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, informou que a “anomalia de temperatura da superfície do mar era de +0,3ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na faixa de neutralidade de -0,4ºC a +0,4ºC”.

“Por outro lado, a região Niño 1+2, perto das costas do Equador e do Peru, que costuma impactar as precipitações e a temperatura no Sul do Brasil em qualquer época do ano, estava com anomalia de +2,5ºC, em nível de El Niño costeiro forte a muito forte”, completa ainda.


Super El Niño deve fazer estrago

O evento previsto para o segundo semestre, de acordo com dados da Universidade de Colúmbia, em Nova York, pode causar uma anomalia na região do Pacífico Centro-Leste entre 2,5ºC e 3,0ºC.

Mas quais mudanças o El Niño pode provocar? Esse fenômeno pode trazer climas inesperados para determinados locais, como secas onde costuma ser úmido e até mesmo chuvas e desertos.

“Em geral, os impactos tendem a ser mais de calor e seca para a América Latina, mas os maiores efeitos tendem a ocorrer na encosta ocidental dos Andes e nas montanhas que predominam na América Latina. Então, estamos falando de Lima e de todas as grandes cidades daquela região costeira no lado do Pacífico da América do Sul que tendem a sofrer grandes impactos em termos de chuvas e calor”, finaliza Adames.

*Por Lucas Soares
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*Fonte: olhardigital

Cientistas descobriram uma grande capacidade de armazenamento em baterias à base de água

Cientistas da Universidade do Texas A&M descobriram baterias à base de água que têm uma capacidade de armazenamento de energia de até 1.000%. A bateria consiste em um cátodo, um ânodo e um eletrólito, onde os cátodos e ânodos são polímeros que armazenam energia e o eletrólito é água misturada com sais orgânicos. A tecnologia de bateria de água pode mitigar potenciais escassez de metais como o cobalto e o lítio, além de eliminar o risco de incêndios em baterias.

Cientistas da Universidade do Texas A&M têm trabalhado com eletrodos de baterias livres de metal à base de água e descobriram que a diferença na capacidade de armazenamento de energia é de até 1.000%. De acordo com um artigo publicado pelos cientistas na Nature Materials esta semana, as baterias à base de água, ou aquosas, consistem em um cátodo – o eletrodo negativamente carregado; um ânodo – o eletrodo positivamente carregado; e um eletrólito, como baterias tradicionais.

Mas, nesta bateria à base de água, os cátodos e ânodos são polímeros que podem armazenar energia, e o eletrólito é água misturada com sais orgânicos. O eletrólito transfere os íons – as partículas que carregam a carga – para trás e para frente entre o cátodo e o ânodo, e o eletrólito também é fundamental para o armazenamento de energia por meio de suas interações com o eletrodo. (SEO: “Cientistas descobrem baterias à base de água com capacidade de armazenamento de energia de até 1000% em estudo na Texas A&M University”).

A professora de engenharia química e coautora, Dra. Jodie Lutkenhaus, afirma que se um eletrodo inchar muito durante o ciclo, ele não pode conduzir elétrons muito bem e você perde todo o desempenho. Ela acredita que há uma diferença de capacidade de armazenamento de energia de até 1.000%, dependendo da escolha do eletrólito devido aos efeitos de inchaço.

De acordo com seu artigo, os eletrodos, os “polímeros radicais não conjugados redoxativos”, são candidatos promissores para baterias à base de água devido à alta voltagem de descarga e cinética de redox rápida dos polímeros.

No entanto, os pesquisadores observam no resumo do artigo que pouco se sabe sobre o mecanismo de armazenamento de energia desses polímeros em um ambiente aquoso. Eles sugerem que as baterias à base de água podem mitigar potenciais escassez de metais como cobalto e lítio, bem como eliminar o potencial de incêndios de baterias. Os pesquisadores também realizaram simulações e análises computacionais, e realizarão mais simulações para entender melhor a teoria.

O professor assistente de Química e co-autor, Dr. Daniel Tabor, disse: Com essa nova tecnologia de armazenamento de energia, estamos avançando em direção a baterias livres de lítio. Temos uma imagem molecular melhor do que faz alguns eletrodos de bateria funcionarem melhor do que outros, e isso nos dá fortes evidências de onde avançar no design de materiais.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

2023 teve segundo mês de março mais quente da história

Recorde para mês continua sendo o registrado em 2016

O mês de março de 2023 foi o segundo mais quente da história para o período, sendo superado apenas por março de 2016, revelaram os dados do Serviço sobre as Mudanças Climáticas do Copernicus, o serviço de observação por satélite da União Europeia, nesta quinta-feira (6).

Na parte sul e central da Europa, as temperaturas do ar ficaram acima da média para o mês – enquanto no norte ficaram abaixo.

Foram registrados ainda valores muito acima da média em uma ampla faixa do território que cobre o norte da África, o sul da Rússia e a maior parte da Ásia, onde todas bateram seus recordes no termômetro para o período.
Entre as regiões que registraram as condições mais secas em relação à média histórica, iniciadas no fim dos anos 1800, estão incluídas a maior parte da Península Ibérica, onde a estiagem ajudou a propagar incêndios florestais, no arco que cobre os Alpes, que estão com uma cobertura de gelo cerca de 50% menor para a época conforme dados italianos, parte da Europa Central, os Balcãs e a costa noroeste do Mar Cáspio.

O relatório do Copernicus ainda apontou que o mês teve uma taxa de umidade do ar superior à média em uma faixa que se estende da zona sul a noroeste da Europa e na Turquia.

Já a extensão do gelo marinho antártico foi a segunda mais baixa já registrada no histórico dos dados por satélite, chegando a ficar 28% abaixo da média para a época e batendo o recorde negativo registrado em fevereiro de 2023. No caso do gelo ártico, a área ficou 4% abaixo da média, ficando no quarto pior lugar entre os meses de março.

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*Fonte: epocanegocios

Você sabia que fisicamente é impossível encostar em algo ou alguém?

Toda matéria é formada por átomos, que são compostos por prótons, elétrons e nêutrons. No entanto, 99,9% do interior do átomo é espaço vazio. Um exemplo dado é que se o núcleo do átomo fosse do tamanho da cabeça de um alfinete, o átomo em si seria do tamanho do estádio do Maracanã.

Toda matéria conhecida do universo é composta por átomos, que por sua vez são formados por partículas ainda menores chamadas prótons, elétrons e nêutrons (estes ainda formados por quarks). Você sabia?

Entretanto, 99,9% do interior do átomo é um espaço vazio. Para você ter ideia de quanto espaço vazio há dentro de um único átomo, vamos imaginar que seu núcleo é do tamanho da cabeça de um alfinete. Então, o átomo em si seria do tamanho do estádio do Maracanã. Realmente há muito espaço “vago” dentro de cada átomo. Compreende?

Isso pode fazer você se perguntar: mas se há tanto espaço vazio dentro de um átomo, como é que eles não se cruzam ou se atravessam? Isto é, como nós podemos tocar em objetos ou em outras pessoas se nossos átomos são enormes vazios com um minúsculo núcleo?

A resposta é simples: nunca, em hipótese alguma, encostamos realmente em outras coisas ou pessoas. Quando nos aproximamos muito de um corpo, temos a sensação de o estar tocando. Mas lá dentro o que realmente acontece é a chamada repulsão elétrica. Resumidamente, trata-se de um fenômeno onde duas partículas de cargas elétricas iguais se repelem. Isso significa que chegamos muito perto de outros corpos, mas nunca realmente o tocamos.

Assim, conforme aumentamos a força de nossa mão (ou qualquer parte do corpo) contra outra superfície, maior é a força de repulsão que impede que ambos os corpos se atravessem. Em outras palavras, sempre haverá um espaço invisível aos olhos humano entre dois corpos que estão aparentemente juntos.

Claro que a repulsão elétrica não é uma força infalível. Quanto são submetidos a altas temperaturas, os átomos de hidrogênio, por exemplo, ganham uma força suficiente para vencer a repulsão. Sempre que isso acontece, temos a fusão nuclear, fenômeno que permite que as estrelas brilhem e liberem energia através do universo.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Engenheiros criam metal não cortável – uma inovação única na história humana

Pesquisadores europeus criaram o primeiro material sintético não cortável da história, que pode ser mais resistente que o diamante. O material destrói ativamente qualquer objeto cortante que entre em contato com ele e foi desenvolvido por engenheiros da Universidade de Durham, na Inglaterra, e do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, liderados pelo Dr. Stefan Szyniszewski. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.

Será que o diamante é realmente o material mais resistente do mundo? Pesquisadores europeus afirmam ter criado algo que pode superá-lo. Trata-se do primeiro material sintético não cortável da história, que além disso, destrói ativamente qualquer objeto cortante que entre em contato com ele.

Esse novo material foi desenvolvido através de uma pesquisa internacional conduzida por engenheiros da Universidade de Durham, na Inglaterra, em colaboração com o Instituto Fraunhofer, na Alemanha. O trabalho foi liderado pelo Dr. Stefan Szyniszewski, da academia alemã, e publicado na revista Scientific Reports.

Proteus: Conheça o material mais resistente do mundo inspirado na natureza

Enquanto muitos acreditam que diamantes e safiras são os materiais mais resistentes do mundo, pesquisadores estão provando o contrário com o Proteus – o novo material mais resistente já criado. Ao contrário de suas inspirações naturais, o Proteus é baseado nas células da casca da toranja e nas conchas do molusco abalone. Além de ser não cortável, é forte e leve ao mesmo tempo.

De acordo com informações divulgadas pelos pesquisadores, o Proteus é composto por esferas de cerâmica de alumina envolvidas em alumínio celular e uma estrutura de espuma metálica. O material funciona revertendo a força de uma ferramenta de corte sobre si mesma, ou seja, o Proteus devolve a ação contra o objeto cortante. Com sua incrível resistência, o Proteus promete revolucionar a indústria e a tecnologia.

Um vídeo divulgado pelos pesquisadores mostra os efeitos impressionantes do material sintético em uma serra circular. Assista:

No vídeo, é possível observar a serra circular cortando a superfície, mas incapaz de penetrar no material sintético. Em vez disso, a serra começa a se desgastar até desaparecer. Além de ser testado contra serras circulares, o novo material mais resistente do mundo também foi submetido a testes com jatos de água e brocas.

Proteus: A tecnologia por trás do material mais resistente do mundo

Como o Proteus consegue sobreviver e afetar a ferramenta cortante? A resposta está no fato de que, na verdade, ele não é impossível de ser cortado, mas devolve o efeito ao objeto cortante. Assim, a ferramenta é destruída antes de conseguir perfurar o material.

De acordo com declaração da Universidade de Durham, o professor Dr. Stefan Szyniszewski explicou que, no caso de brocas e serras, uma conexão vibracional entrelaçada criada pelas esferas de cerâmica dentro do invólucro cega o corte. Já nos jatos de água, o design curvo das cascas de cerâmica envolvidas na espuma metálica amplia o jato de água, reduzindo substancialmente sua velocidade e poder de corte.

O Proteus é um material revolucionário que tem o potencial de transformar a indústria e a tecnologia. Seu funcionamento inteligente é um exemplo fascinante de como a natureza pode inspirar a criação de novos materiais e tecnologias avançadas.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Empresa anuncia o primeiro avião hipersônico capaz de cruzar o planeta em uma hora

Fabricantes afirmam que a aeronave atingirá mais de 11 mil quilômetros por hora

A Venus Aerospace, uma empresa dos Estados Unidos, anunciou a construção de um avião hipersônico projetado para voar em altitudes elevadas. Segundo a companhia, a aeronave, batizada Stargazer, é capaz de cruzar o mundo de um ponto a outro em tempo recorde. Os fabricantes dizem que o veículo poderá ir de Los Angeles até Tóquio em apenas uma hora (viagem que atualmente dura cerca de 12 horas).

Nove vezes mais rápido que a velocidade do som

O termo “hipersônico” refere-se a veículos ou mísseis capazes de atingir ou ultrapassar a velocidade Mach 5 (6.130 km/h). De acordo com a Venus Aerospace, a Stargazer tem o potencial de atingir Mach 9 (11.025 km/h), o que representa nove vezes a velocidade do som. O veículo está sendo projetado para acomodar 12 passageiros.

Segundo a Venus Aerospace, a Stargazer decolará de um aeroporto convencional e depois subirá até a borda do espaço, voando a uma altitude de 51,8 quilômetros. A expectativa é que os primeiros testes com a aeronave hipersônica aconteçam em 2025. A empresa diz que conseguiu arrecadar 33 milhões de dólares para financiar o projeto.

O Stargazer não é o único projeto de avião hipersônico desenvolvido no momento. Recentemente, uma empresa chinesa anunciou que está trabalhando em uma aeronave do tipo, chamada de Tianxing I. A Força Aérea dos Estados Unidos também está financiando um veículo chamado QuarterHorse, capaz de voar cinco vez mais rápido que o som.

*Por Wellington
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*Fonte: deolhonaengenharia

Apenas 0,001% da população global respira ar realmente limpo, diz estudo

Análise mostra que concentrações diárias do material particulado fino PM 2.5 cresceram entre 2000 e 2019, ficando acima do limite seguro indicado pela OMS

A exposição ao ar poluído afeta a saúde de milhões de pessoas e contribui para a carga global de doenças e mortalidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse problema é responsável pela morte de 7 milhões de pessoas por ano no mundo e está relacionado a doenças cardiovasculares, respiratórias e até câncer.

O material particulado (PM 2.5) é um dos principais fatores de risco. O termo refere-se às partículas de poeira com 2,5 mícrons de diâmetro (20 vezes menos do que um grão de areia), e inclui partículas inaláveis suficientemente pequenas para penetrar no sistema respiratório. E elas está por todo lado, literalmente.

É o que indica um estudo na Universidade Monash, na Austrália, publicado na edição de março do periódico The Lancet Planetary Health. De acordo com a pesquisa, apenas 0,18% da área terrestre global e 0,001% da população mundial estão expostos a níveis considerados seguros de PM 2.5.

Até então, poucos estudos haviam analisado as variações globais das concentrações diárias de PM 2.5 nas últimas duas décadas. O novo trabalho apresenta um mapa de como isso mudou entre os anos 2000 e 2019.

Yuming Guo, pesquisador e professor na Faculdade de Saúde Pública e Medicina Preventiva da Universidade Monash, conta que a equipe usou uma abordagem inovadora de aprendizado de máquina para integrar várias informações meteorológicas e geológicas.

Os cientistas também recorreram a observações tradicionais de monitoramento da qualidade do ar, detectores meteorológicos e de poluição do ar baseados em satélite. “Usamos métodos estatísticos e de aprendizado de máquina para avaliar com mais precisão as concentrações diárias globais de PM 2.5 no nível da superfície em uma alta resolução espacial entre 2000 e 2019”, relata Guo, em comunicado. “Focamos em áreas acima de 15 microgramas por metro cúbico (μg/m³), que é considerado o limite seguro pela OMS; limite esse que ainda é discutível.”

O estudo revelou que a concentração anual de PM 2.5 e os dias de alta exposição aos materiais particulados na Europa e na América do Norte diminuíram ao longo das duas décadas; mas as exposições aumentaram no sul da Ásia, na Austrália, Nova Zelândia, América Latina e no Caribe.

Acima do limite
Outro ponto é que, apesar de uma pequena diminuição nos dias de alta exposição ao PM 2.5, em 2019, mais de 70% dos dias ainda apresentavam concentrações superiores a 15 μg/m³. Nas regiões sul e leste da Ásia, mais de 90% dos dias apresentaram concentrações diárias acima do limite seguro.

Ainda em 2019, a Austrália e a Nova Zelândia tiveram um aumento acentuado no número de dias com altas concentrações de PM 2.5. Mas esses ainda foram os locais com menores concentrações de material particulado, com apenas 8,5 μg/m³. Na Oceania como um todo, foi observada uma concentração de 12,6 μg/m³; e na América do Sul, de 15,6 μg/m³.

As maiores concentrações de PM 2.5 estão distribuídas nas regiões da Ásia Oriental, com 50,0 µg/m³) e do Sul da Ásia (37,2 µg/m³), seguidas pelo norte da África (30,1 µg/m³). De acordo com o estudo, levando em conta 175 países, a concentração média anual ponderada de PM 2.5 para o período entre 2000 e 2019 foi estimada em 32,8 μg/m 3.

As maiores concentrações também apresentaram diferentes padrões sazonais. “No nordeste da China e no norte da Índia, a maior alta foi durante os meses de inverno (dezembro, janeiro e fevereiro), já as áreas orientais da América do Norte apresentaram altas PM 2.5 nos meses de verão (junho, julho e agosto)”, destaca Guo.

Na América do Sul, os maiores registros de poluição atmosférica de PM 2.5 ocorreram em agosto e setembro, e na África Subsaariana entre junho e setembro. “Com essas informações, os formuladores de políticas, autoridades de saúde pública e pesquisadores podem avaliar melhor os efeitos da poluição do ar a curto e longo prazo na saúde e desenvolver estratégias de mitigação da poluição do ar”, considera Guo.

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*Fonte: revistagalileu

Por que o raio faz zigue-zague? Um estudo curioso responde

O raio poderia simplesmente descarregar em uma linha reta. Mas, ao invés disso, ele sempre acaba se dividindo em “galhos” e formando um zigue-zague no céu.

Essa questão acabou fazendo com que uma equipe de cientistas da Austrália realizasse um estudo sobre por que o raio faz um zigue-zague quando ocorre.

“Sabemos tudo sobre a maioridade das coisas na Terra […]. Mas ainda existem grandes mistérios sobre os velhos raios comuns”. Essa é uma fala do cientista John Lowke da University of South Australia sobre seu estudo que investiga o padrão curioso dos raios.

Lowke e seus colegas publicaram um estudo em dezembro de 2022 no Journal of Physics D: Applied Physics onde eles indicam por que o raio faz zigue-zague.

Segundo o estudo, esse formato acontece devido a um canal de oxigênio que se concentra irregularmente à medida que o raio segue para o solo, às vezes por grandes percursos.

Este fato foi percebido após os cientistas tirarem fotos rápidas dos raios, onde é possível ver que antes deles acontecerem, existem cargas de ar ionizado que se dividem no fundo de uma nuvem de tempestades.

Este ar, que também é chamado de “líder”, não pode ser visto a olho nu, mas são eles que formam o padrão em zigue-zague que o raio possui.

Para isso, eles criam uma região com alta concentração de moléculas de oxigênio com um estado de energia inferior ao normal.

Assim, o motivo do raio fazer zigue-zague é explicado devido à alta descarga elétrica nessa região segundos antes do raio acontecer de fato para ficar nesse formato.

O que os cientistas sabem sobre o “líder” do raio?
Os cientistas viram que o líder pode ter cerca de 50 metros de comprimento. Além disso, quando ele surge, acaba se ramificando em várias direções de forma natural.

Para fazer isso, o “líder” vai descarregando a eletricidade em etapas sucessivas que acontecem em cerca de um milésimo de segundo. Até a etapa acabar, as moléculas de oxigênio vão se dividindo em diversas direções, formando o zigue-zague.

O que causa os raios ainda é um mistério para os cientistas
A maioria das pessoas sabe como os raios acontecem. A explicação mais aceita é que eles surgem quando as nuvens carregadas eletricamente acabam gerando atrito entre suas massas resultando assim em raios no céu.

No entanto, nem todos os cientistas estão convencidos dessa versão da história. Lowke diz que esse fato não é conhecido com certeza, mostrando que ainda há estudos a serem feitos no campo dos raios.

Principalmente porque compreender melhor como os raios funcionam podem nos ajudar a sobreviver de tempestades e até informar melhor onde os pára-raios podem ser instalados em locais altos, como edifícios e mastros de rádios.

Mas, ao menos, já sabemos por que o raio faz zigue-zague. Apesar disso, Lowke afirma que “os mistérios não foram reconhecidos e não são conhecidos pelo público em geral” quando o assunto são os raios.

*por Letícia Silva Jordão
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*Fonte: socientifica

Grigori Perelman, o gênio que resolveu um dos maiores problemas matemáticos do milênio e ‘sumiu do mapa’

Perelman, um dos grandes cérebros do século 21, deu adeus à profissão e à vida pública

Há uma década, Grigori Perelman, um dos grandes cérebros do século 21, deu adeus à profissão e à vida pública.

Na época, ele já era mundialmente famoso por resolver um dos mais difíceis enigmas matemáticos do milênio, cuja origem remete ao século 18 e se materializa na antiga cidade prussiana de Königsberg (hoje Kaliningrado, na Rússia).

A cidade tinha sete pontes sobre o rio Pregel, para conectar não só os dois lados da cidade, mas também duas ilhotas dentro do curso do rio. Reza a lenda que as pessoas da época formularam um questionamento, que se converteu em um célebre problema:

Será possível sair de casa em uma das quatro regiões de Königsberg, cruzar todas as pontes uma única vez e voltar ao mesmo ponto de partida?

A solução não só é mais difícil do que parece, como levou à criação de novos ramos da matemática, incluindo a topografia.

Eventualmente, em 1735, o grande matemático Leonhard Euler deu a resposta: não era possível. Mas o mais curioso é que, na resolução do problema, deu um salto conceitual.

Euler se deu conta de que as distâncias entre as pontes eram irrelevantes. O que realmente importava era como as construções estavam conectadas entre si, o que faz com que a teoria não se limite unicamente à cidade de Königsberg, mas sim a todas as configurações topologicamente iguais.

Eis o início dos conceitos de topologia, que hoje embasam praticamente todos os trajetos de mapas de metrô do mundo, para comunicar claramente aos usuários o que eles necessitam saber: como chegar aonde querem ir.

Embora as origens da topologia remetam às pontes de Königsberg, foi só nas mãos do mais famoso e respeitado matemático do final do século 19, o francês Henri Poincaré, que o tema se converteu em uma nova e poderosa maneira de enxergar a forma.

A topologia
A principal ideia atrás da topologia é que, quando se estuda um objeto, o mais importante são as suas propriedades, e não o objeto em si. E, se dois objetos compartilham as mesmas propriedades, devem ser estudados, porque os resultados disso poderão ser escalonados a todos os objetos que compartilhem das mesmas propriedades – ou seja, os objetos homeoformos.

Algumas pessoas se referem a esse importante campo da matemática como “geometria flexível”, porque, segundo ele, duas formas são a mesma se for possível transformar uma em outra sem quebrá-la.

Então, por exemplo, topologicamente uma bola de futebol e uma bola de rúgbi são equivalentes, porque uma pode ser moldada para se transformar na outra.

É por isso que se brinca que um topologista não consegue distinguir entre uma xícara de café e uma rosquinha de donut.

É que, embora soe estranho, topologicamente uma xícara e o donut são iguais.

Mas, se é possível deformar um donut para transformá-lo em uma xícara e vice-versa, não há como deformar uma bola a ponto de transformá-la em um donut, porque não podemos criar o buraco em seu meio sem mudar as propriedades da esfera.

O problema
Poincaré chegou a conhecer todas as possíveis superfícies topológicas bidimensionais. Além disso, desenvolveu todas as formas possíveis nas quais poderia envolver esse universo bidimensional plano.

Mas o fato é que vivemos em um universo tridimensional. O que levou o matemático a se perguntar em 1904: quais são as formas possíveis que nosso Universo pode ter?

Ele morreu em 1912 sem conseguir encontrar as respostas. O problema se converteu na “conjectura (ou hipótese) de Poincaré” e ficou como legado para futuras gerações de matemáticos, que por décadas não conseguiram resolver o problema para superfícies 3D.

Henri Poincaré (1854-1912) levou o problema adiante, mas não conseguiu resolvê-lo para superfícies em 3D

Assim, a hipótese de Poincaré foi incluída na lista dos sete problemas matemáticos do milênio, cuja resolução seria premiada com R$ 1 milhão pelo Instituto Clay de Matemáticas de Massachusetts, nos EUA.

Até que, em 2002, o site de internet arXiv publicou a primeira de três partes de um artigo com o intrincado título “A fórmula de entropia para o fluxo de Ricci e suas aplicações geométricas”.

O texto tinha 39 páginas e era assinado por Grisha Perelman.


Pouco ortodoxo

Grigori “Grisha” Perelman vinha se debruçando sobre o tema em sua cidade natal, São Petersburgo, à qual havia regressado depois de viver alguns anos nos EUA. Segundo um colega, Perelman voltou porque percebeu que seu trabalho fluía melhor na Rússia.

Ele não era um desconhecido na comunidade matemática: em 1994, já havia provado a “conjectura da alma”, segundo a qual pode-se deduzir as propriedades de um objeto matemático a partir de pequenas regiões desses objetos, chamados alma.

Depois disso, ele recebeu ofertas de cargos em algumas das principais universidades do mundo, como Stanford e Princeton, mas preferiu tornar-se pesquisador do Instituto Steklov, em São Petersburgo, um cargo que pagava menos de US$ 100 por mês.

Em sua temporada nos EUA havia conseguido, disse, dinheiro suficiente para viver bem.

Mas também conseguira avançar em uma dúvida levantada por um matemático americano que ele admirava: Richard Hamilton.

Fluxos que não fluíam
Em 1982, Hamilton havia publicado um artigo sobre uma equação chamada “fluxo de Ricci”, com a qual se suspeitava ser possível comprovar a conjectura de Poincaré.

Mas a tarefa era extremamente técnica e sua execução, complicada.

Em 1993, Perelman havia aceitado uma bolsa de pesquisa na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde assistiu a várias conferências de Hamilton.

No final de uma delas, Hamilton explicou a Perelman os obstáculos que havia encontrado na tentativa de provar a conjectura; o russo respondeu que havia feito um estudo que poderia ajudá-lo nesses obstáculos. Hamilton, porém, não lhe deu muita atenção.

Dois anos mais tarde, Perelman voltou a escrever para Hamilton explicando suas ideias, mas o americano nunca respondeu.

Perelman acabou trabalhando sozinho, e em 2002 publicou na internet o resultado de seus esforços. Essa publicação acabou despertando um enorme interesse entre matemáticos.

A resolução
Embora o artigo sequer citasse Poincaré, quatro anos mais tarde emergiu o consenso de que Perelman havia, de fato, solucionado a conjectura.

E se quatro anos parecem ser um período longo, é bom lembrar que estamos falando da matemática.

À diferença de outros campos do conhecimento, em que as teorias sempre podem ser revisadas, a prova de um teorema é definitiva. No caso de Perelman, ao menos duas equipes de especialistas se debruçaram sobre seu artigo para confirmar que não havia brechas ou erros, e a partir disso produziram estudos de centenas de páginas (enquanto que o artigo original tinha meras 39 páginas).

Além disso, a proposta de Perelman era tão complexa que até especialistas tiveram dificuldade em entendê-la.

O silêncio do gênio
Depois de mais de um século de tentativas frustradas, a hipótese de um matemático brilhante havia sido comprovada por outro também genial, embora mais excêntrico.

Perelman recebeu nova chuva de ofertas – de prêmios, cargos, honras, pagamentos em dinheiro, convites para conferências e fundos de pesquisa -, as quais considerou, segundo relatos, profundamente ofensivas.

“A monetização do êxito é o máximo insulto à matemática”, afirmou.

Consequentemente, rejeitou até mesmo a medalha Fields, equivalente matemático a um prêmio Nobel, por “suas contribuições à geometria e suas ideias revolucionárias”; um prêmio da Sociedade Matemática Europeia e o milhão de dólares que o Instituto Clay queria entregá-lo por solucionar um dos problemas do milênio.

“Se a teoria está correta, não necessita de outro tipo de reconhecimento”, afirmou Perelman.

Ele logo deixou de falar com a imprensa, anunciou que pretendia abandonar a profissão e se aposentou, para viver com sua mãe como um semirrecluso em um modesto apartamento. Há relatos de que ele só sai de casa para comprar itens básicos ou para assistir à ópera e a concertos de música clássica.

“Não me interessa o dinheiro ou a fama. Não quero estar em exibição como um animal em um zoológico”, disse certa vez.

Alguns conhecidos afirmam que ele se interessa simplesmente por demonstrar teoremas, e não por ganhar prêmios.

No mundo científico, muitos lamentaram que ele tenha abandonado a matemática por completo. A não ser que, em algum momento, ele surpreenda a comunidade com alguma outra publicação brilhante na internet.

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*Fonte: epocanegocios

Cientistas usam feixes de laser e desviam raios durante tempestade

Tempestades elétricas são fenômenos meteorológicos que causam danos graves às estruturas e equipamentos elétricos, bem como ferimentos graves que afetam as pessoas. Para evitar tais conseqüências, os cientistas descobriram que é possível usar feixes de laser desviam raios – ou absorvem – durante tempestades elétricas. Esta técnica envolve a geração de partículas de plasma através de um pulso de laser.

Benefícios do Uso de Laser:
O uso desta tecnologia tem vários benefícios, incluindo a capacidade de detectar a presença do raio e emitir um sinal para alertar as pessoas da área. Além disso, o uso desta técnica também pode evitar incêndios em estruturas próximas ao local da tempestade e dissipar a energia do raio antes que ele atinja o chão.
Confira as fotos do experimento:

Desafios no Uso de Laser:
Embora existam muitos benefícios promissores desta tecnologia, existem alguns desafios envolvidos na sua implementação. O laser tem uma faixa limitada de distância e não é capaz de cobrir muito espaço, portanto, é necessário implementar várias fontes para cobrir uma área maior. Além disso, o custo envolvido na implantação e manutenção desta tecnologia é considerado alto.

Implantação do Uso de Laser:
Para garantir a segurança da população local, a implementação deste método exige um projeto com base em dados meteorológicos precisos e informações sobre o comportamento dos raios durante uma tempestade elétrica. Outra questão importante é o tempo gasto para desenvolver um plano de segurança detalhado para determinadas áreas geográficas.

Perspectivas Futuras:
No futuro, espera-se que esta tecnologia possa ser usada amplamente para prevenir danos causados por tempestades elétricas em todo o mundo. Por meio da melhoria contínua do sistema e da redução dos custos envolvidos na sua implementação, os cientistas acreditam que esta técnica possa ser adotada em todas as regiões onde houverem condições climáticas favoráveis às tempestades elétricas.

*por
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*Fonte: pensarcontemporaneo

Cientistas criaram madeira artificial resistente à água e ao fogo

Os cientistas criaram uma madeira artificial que é tão forte quanto a natural, mas ao mesmo tempo resistente à água e ao fogo. Essa inovação pode revolucionar a indústria da construção, fornecendo uma alternativa sustentável e segura para a madeira tradicional. Além disso, a madeira artificial pode ser produzida em massa e em grandes quantidades, o que a torna uma opção mais viável e acessível para projetos de construção em larga escala.

A equipe de pesquisa, liderada pelo químico de materiais Shu-Hong Yu da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, adicionou quitosana – um polissacarídeo derivado de cascas de crustáceos – a uma solução de resina sintética. O resultado é um material tão resistente ao esmagamento quanto a madeira, com o processo de liofilização que cria canais e poros ainda menores, reforçando ainda mais o material. Além disso, temperaturas de cura mais altas aumentam a aderência e força. A adição de fibras naturais ou artificiais também pode ajudar a fortalecer a madeira artificial.

A solução foi liofilizada, formando uma estrutura com poros e canais minúsculos suportados pela quitosana. Aquecido a 200°C para curar a resina, gerando ligações químicas fortes. O resultado é material tão resistente quanto madeira. A liofilização aumenta a resistência, enquanto temperaturas de cura elevadas aumentam a aderência e a força. Adição de fibras naturais ou sintéticas também melhora o material.

Adicionalmente, o material tem excelente resistência à água – amostras mergulhadas em água e em banho de ácido forte por 30 dias praticamente não perderam sua força, enquanto as amostras de madeira balsa testadas nas mesmas condições perderam 2/3 de sua força e 40% de sua resistência à compressão. Além disso, o material é difícil de queimar, tendo parado de pegar fogo quando retirado da fonte de calor.

A nova madeira pode ser utilizada para produzir embalagens resistentes a desgastes e sua porosidade cria uma capacidade de retenção de ar, tornando-a potencialmente adequada como isolante para edifícios. Alternativas ecológicas para a resina polimérica podem também atrair interesse pelo material.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

O núcleo da Terra está girando mais devagar – mas este não é o começo do fim do mundo

No centro da Terra, mais de 5 mil quilômetros abaixo de nossos pés, uma imensa e escaldante bola de ferro, pouco menor que a Lua, flutua e gira dentro de um núcleo externo líquido, com grandes variações no ritmo desse movimento. Pesquisas recentes concluíram que o núcleo interno da Terra atualmente está reduzindo sua rotação, em fenômeno capaz de influenciar diversos aspectos do nosso planeta. Antes, porém, que o pânico tome conta, vale lembrar que esse é um processo provavelmente inofensivo, que já ocorreu diversas vezes antes.

O núcleo terrestre é um tema de intenso debate científico, essencialmente pois muita coisa ainda é desconhecida sobre sua natureza e a influência que provoca na superfície – e em nossas vidas. Pesquisas realizadas nos anos 1990 concluíram que a misteriosa bola então girava um pouco mais rápido que o resto do planeta: por volta de 2009, porém, novos levantamentos concluíram que o giro estava em sincronia com a superfície e, agora, aparentemente o movimento reduziu seu ritmo, e está mais lento que nossa velocidade terrena geral.

Curiosamente, porém, o mesmo processo já teria ocorrido nos anos 1960 e 1970 e, portanto, apesar de soar ameaçador, é mais recorrente do que imaginávamos ou sabíamos. “O núcleo interno é a camada mais profunda da Terra, e sua rotação relativa é um dos problemas mais intrigantes e desafiadores para a ciência da Terra-profunda”, afirmou Xiadong Song, geocientista da Universidade de Pequim, e líder do novo estudo. Foi ele quem reconheceu essa diferença, nos anos 1990, através da análise das ondas sísmicas desencadeadas por terremotos.

A escaldante bola de ferro e níquel no núcleo da Terra se localiza entre 5 mil e 6,3 mil km de profundidade

“A maioria de nós concluiu que o núcleo interno girava a um ritmo constante, que era ligeiramente diferente da Terra. A evidência se acumula, e este artigo mostra que a evidência da rotação mais rápida é forte antes de cerca de 2009, e basicamente vai desaparecendo nos anos subsequentes”, afirmou Paul Richards, sismólogo da Universidade de Columbia, que trabalhou com Song na nova pesquisa.

Richards alerta, porém, que toda conclusão a respeito da influência de tal diferença sobre a superfície do planeta é especulativa: a própria conclusão da pesquisa, sugerindo a diferença no movimento do núcleo terreno, é contestada por outros cientistas.

“Este estudo interpreta mal os sinais sísmicos que são causados por mudanças episódicas da superfície interna do núcleo da Terra”, afirmou Lianxing Wen, sismólogo da Universidade de Stony Brook, rejeitando a ideia, em reportagem do jornal The Washington Post. Segundo Wen, a conclusão de que o interior da Terra gira em ritmo próprio “oferece uma explicação inconsistente para as informações sísmicas, mesmo que assumamos que seja verdade”. Pouco conhecido e de acesso impossível, o centro da Terra, portanto, é cenário de possíveis profundos movimentos, mas principalmente de intensos debates.

*Por Vitor Paiva
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Fonte: hypeness

Goodyear desenvolve pneu feito de casca de arroz e óleo de soja

O pneu é feito com 90% de materiais sustentáveis e passou em testes necessários para venda

A fabricante de penus e borrachas Goodyear apresentou um novo pneu de demonstração composto 90% por materiais sustentáveis, como óleo de soja e casca de arroz. O pneu passou em todos os testes regulamentares aplicáveis, bem como nos testes internos da Goodyear.

O pneu também foi testado para ter menor resistência ao rolamento quando comparado ao pneu de referência, tendo potencial para oferecer maior economia de combustível e redução da pegada de carbono. Ele também passou em testes necessários para venda. “Continuamos progredindo em direção ao nosso objetivo de introduzir o primeiro pneu 100% sustentável na indústria até 2030”, disse Chris Helsel, vice-presidente sênior de operações globais e diretor de tecnologia.

O pneu de demonstração é feito em sua maioria com materiais considerados “sustentáveis”, ou seja, materiais de base biológica, renovável, reciclado ou que pode ser produzido usando ou contribuindo para outras práticas sustentáveis para conservação de recursos e/ou reduções de emissões.

O pneu possui 17 ingredientes e 12 componentes diferentes, incluindo: pó de carbono, óleo de soja, sílica produzida a partir de resíduos de resíduos de casca de arroz, resinas biorrenováveis de pinheiro, garrafas PET pós-consumo, polímeros bio e biocircular, e fios e cabos de aço com conteúdo reciclado.

Atualmente, a Goodyear vem trabalhando com sua base de fornecedores e planeja vender um pneu com até 70% de conteúdo de material sustentável em 2023.

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*Fonte: ciclovivo

O fogo é muito raro no universo. Entenda por quê

A conquista do fogo é considerada um dos marcos da evolução do Homo sapiens. Muito antes disso, incêndios já influenciavam ecossistemas no planeta há pelo menos 300 milhões de anos, no período Carbonífero. Apesar de ser tão presente na história da vida na Terra, o fogo é muito raro universo afora. Curiosamente, isso tem muito a ver com a própria vida no nosso planeta.

Para a combustão acontecer, é preciso que um combustível — como madeira — entre em contato com um comburente: um material gasoso rico em oxigênio. Apesar de ser o terceiro elemento mais abundante do universo, o oxigênio é pouquíssimo comum em sua forma gasosa, como acontece aqui na atmosfera da Terra.

Aí está, portanto, um dos motivos pelos quais o fogo é muito raro: o oxigênio no planeta é produzido por organismos vivos — majoritariamente algas. Na mesma medida que não sabemos da existência de organismos vivos em outros planetas, atmosferas com oxigênio de origem biológica são igualmente desconhecidas.

Agora pense, por um momento, nos combustíveis que comumente pegam fogo. Carvão, madeira, petróleo, papel. Todos de origem biológica. Ou seja, não só o comburente é produzido por organismos vivos, mas também a grande maioria dos combustíveis.

Por esse motivo, o oxigênio é um dos possíveis indicadores de vida na procura por planetas que abriguem a vida.

As estrelas pegam fogo?
Ok, muito difícil de se encontrar fogo em planetas sem vida. Mas e em estrelas, como o Sol? Elas não estão queimando?

Na verdade, não. O que acontece no sol e nas demais estrelas é a liberação de calor pela fusão nuclear. Quando dois átomos de hidrogênio (os mais abundantes no cosmos) se chocam pela pressão no interior de uma estrela, eles formam um átomo de hélio, mais um nêutron livre, e uma quantidade imensa de energia.

Essa energia, por sua vez, irradia para o universo na forma de luz e calor. Contudo, não há a queima de nenhum combustível nem a ação de nenhum comburente e, portanto, não há a formação de chamas.

*Por Mateus Marchetto
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*Fonte: socientifica

Cientistas mapearam 13 emoções que a música causa nas pessoas; entenda

Enquanto ‘As quatro estações’, de Vivaldi, faz as pessoas se sentirem energizadas, a trilha sonora do filme ‘Psicose’, de Alfred Hitchcock, evoca medo

O que você sente ao ouvir axé é o mesmo que quando escuta os últimos lançamentos do rock, ou relembra os clássicos da MPB? Foi exatamente isso que um grupo de especialistas da Universidade Berkeley, nos Estados Unidos, quis responder em uma nova pesquisa.

Segundo o artigo, publicado no periódico científico PNAS, as músicas causam ao menos 13 emoções diferentes nas pessoas. “Imagine organizar uma biblioteca de música massivamente eclética por emoção e capturar a combinação de sentimentos associados a cada faixa. Isso é essencialmente o que nosso estudo fez”, disse Alan Cowen, um dos autores da pesquisa, em comunicado.

Para realizar a investigação, os especialistas contaram com a ajuda de 2,5 mil voluntários norte-americanos e chineses. Os participantes classificaram cerca de 40 amostras de música com base em 28 categorias diferentes de emoção, bem como em uma escala de positividade e negatividade, e em níveis de excitação que elas causam.

Entre as canções estavam títulos como Shape of you, do cantor Ed Sheeran, o hino dos Estados Unidos, Careless Whispers, de George Michael, Rock the Casbah, do The Clash, Somewhere over the Rainbow, de Israel (Iz) Kamakawiwoʻole e As quatro estações, de Vivaldi.

Os especialistas perceberam que 13 emoções se destacaram. São elas: diversão, alegria, erotismo, beleza, relaxamento, tristeza, sonho, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, desafio e animação. “Documentamos rigorosamente a maior variedade de emoções universalmente sentidas pela linguagem da música”, contou Dacher Keltner, membro da equipe.


Cientistas mapearam 13 emoções causadas pela música

Os pesquisadores acreditam que a pesquisa poderá ser útil em terapias psicológicas e psiquiátricas, por exemplo. O estudo também poderá ser utilizado por serviços de streaming, permitindo que as plataformas criem playlists mais personalizadas e coerentes.

A equipe ressalta que os sentimentos que cada canção evoca, entretanto, podem mudar de acordo com a cultura em que o ouvinte está inserido. “Pessoas de diferentes culturas podem concordar que uma música transmite raiva, mas podem diferir se esse sentimento é positivo ou negativo”, explicou Cowen.

Além disso, os pesquisadores reconhecem que algumas associações feitas pelos ouvintes podem estar baseadas no contexto em que os participantes do estudo ouviram a canção anteriormente. “A música é uma linguagem universal, mas nem sempre prestamos atenção suficiente ao que ela está dizendo e como está sendo entendida”, pontuou Cowen. “Queríamos dar um primeiro passo importante para resolver o mistério de como a música pode evocar tantas emoções sutis.”

Mapa interativo
As músicas analisadas foram organizadas em um site que pode ser acessado pelo público. Nele, os internautas passam o cursor sobre um mapa de áudio interativo, no qual é possível ouvir as canções de acordo com o sentimento que causam.

Enquanto As quatro estações, de Vivaldi, faz as pessoas se sentirem energizadas, Let ‘s Stay Together, de Al Green, evoca sensualidade, e Somewhere over the Rainbow, de Israel (Iz) Kamakawiwoʻole, provoca alegria. Já a trilha sonora do filme Psicose, de Alfred Hitchcock, evoca medo.

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*Fonte: revistagalileu

Antropoceno, a era geológica dos humanos, pode ser oficializado em breve

Geólogos de todo o mundo estão votando para decidir se estamos prestes a mudar de época geológica ou não, pulando do atual Holoceno — que começou há 11.700 anos, com o fim da última era do gelo — para o Antropoceno, que significa, literalmente, a “era dos humanos”. Para aprovar ou reprovar a mudança de terminologia, diversos comitês de cientistas da área estão realizando painéis e votações.

Não há consenso sobre a necessidade da mudança, e por diversas razões. A principal delas, refletida, inclusive, no nome da possível nova época, é a influência humana no planeta. Hoje, sabemos que as modificações que fazemos têm consequências para todo o planeta, o que nem sempre foi considerado. Nos anos 1920, por exemplo, se pensava que a Terra era grande demais para se afetar por nós. Embora não consigamos destruí-la, fisicamente falando, conseguimos modificar paisagens e clima de formas até mesmo irreversíveis.

Os períodos geológicos da Terra são marcados pelas rochas e grandes eventos: podemos estar prestes a ganhar um período dedicado aos efeitos dos humanos no planeta com o Antropoceno

O que significa o Antropoceno
No momento, um dos 4 comitês decidem, internamente, em qual ano acreditam que o Antropoceno tenha se iniciado. Após a decisão, que deve ocorrer no final do verão, em 2023, a proposta final será submetida aos outros 3 comitês de geólogos pelo mundo, que votarão para rejeitar ou oficializar a nova época. Pelo menos 60% de cada comitê deve aprovar a proposta do grupo para avançá-la ao próximo. Caso contrário, a decisão pode ser adiada por anos.

Em um certo sentido, oficializar o Antropoceno é reconhecer a influência das ações humanas no nosso planeta, assumir que tais efeitos ficarão marcados nas rochas, perceptíveis por milênios. Afinal, transições geológicas levam esse tipo de mudança global em consideração, e é por isso que alguns cientistas estão preocupados com a escolha, seja ela a favor ou contra o Antropoceno.

Uma das grandes preocupações é a de que a oficialização da nova época seja usada como um palanque para declarações políticas, uma maneira de avançar pautas ecológicas, por exemplo. No tempo geológico, por exemplo, o Antropoceno seria um grão de areia, um microssegundo na história. Marcações geológicas temporais ajudam os cientistas a compreender e estudar períodos sem registros escrito e permitem poucas observações científicas apenas por meio de seus vestígios.

Já a “era dos humanos” é detalhadamente documentada, com poucos espaços verdadeiramente em branco — não haveria necessidade de uma terminologia geológica, já que temos os anos exatos de cada acontecimento importante. Se aceitar a nova época parece muito precipitado, há quem diga que negá-la também seria, representando outro espectro do palanque político, desta vez um que nega a influência humana no planeta, ou que acredita que nossas ações serão apagadas pelas eras como folhas levadas pelo vento. De qualquer forma, essa decisão também terá de ser justificada por cada comitê.

As emissões humanas modificam o planeta, mas alguns cientistas creem que elas afetarão apenas nossa efêmera vida por aqui, e não a geologia do planeta ao longo dos Éons

Implicações científicas da mudança de época
As consequências do Antropoceno para a comunidade científica serão gerais, assim como é a classificação de um animal por um zoólogo ou de um planeta para um astrônomo. Classificar eras e épocas é um trabalho conservador como qualquer outro na ciência, já que mudará estudos acadêmicos, museus, livros didáticos e muito mais por gerações a fio.

A divisão geológica atual é dividida, de forma crescente, em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades. No momento, na Idade Megalaiana da Época do Holoceno, dentro do Período Quaternário da Era Cenozoica do Éon Fanerozoico — isso desde 4.200 anos atrás. Medir mudanças não é fácil, já que registros rochosos estão cheios de lacunas e mostram modificações de forma gradual. É raro encontrar pontos bem definidos como a queda do meteorito de Chicxulub na Península de Yucatán, que aniquilou os dinossauros e terminou o Período Cretáceo. Não há nada tão preciso quanto isso em termos geológicos.

O Período Cambriano, de 540 milhões de anos atrás, por exemplo, tem seu início contestado por décadas. O Quaternário, após longas discussões, foi remodelado em 2009. Em 2019, Grupo de Trabalho do Antropoceno definiu que ele começaria em meados do século XX, quando emissões de gases do efeito estufa, atividade econômica e população humanas subiram vertiginosamente. Mostradores geológicos como isótopos de plutônio de explosões nucleares, nitrogênio de fertilizantes e cinzas de usinas energéticas ficarão, perenes, no mundo.

E assim como outras marcações geológicas, o Antropoceno terá uma “cavilha de ouro”, um marco físico que demonstre, por registros rochosos, o que o difere do tempo anterior. A votação para o marco já aconteceu, levando 9 locais em conta, entre eles o gelo da Península Antártica, uma turfeira na Polônia, um recife de corais na costa do estado americano da Louisiana e uma baía no Japão. Também já foi votada a definição a ser dada ao Antropoceno, ou seja, se ele será uma época, uma idade do Holoceno ou outra marcação temporal.

A queda do meteoro em Chicxulub é uma marcação muito bem determinada de uma mudança de Era, terminando o Cretáceo, mas nenhum outro marco é tão bem definido assim. É um dos problemas de cravar o Antropoceno tão cedo e tão próximo de nós (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)

Controvérsias e ideias
Há dúvidas sobre a definição no meio do século XX, que é estranhamente próxima a nós. Para os arqueólogos e antropólogos, chamar objetos da Segunda Guerra Mundial de “pré-antropocênicos” será, no mínimo, esquisito. Usar isótopos de bombas nucleares também é desconfortável, ou até mesmo sem sentido. Radionuclídeos dos eventos são marcantes para os humanos, mas não querem dizer nada para as mudanças climáticas ou outros eventos mais importantes causados por nós.

A Revolução Industrial, outro marco interessante, também deixaria de fora milênios de mudanças humanas como agricultura e desmatamento, que modificaram bastante o planeta. Reconhecer o Antropoceno é importante como uma forma de assumir responsabilidades, compreender que não só arranhamos a superfície da Terra, mas fazemos muito mais. Há um argumento que leva isso em consideração, mas dá outra ideia, menos inflexível: chamar o Antropoceno de evento.

Um evento é um acontecimento transformador para o planeta, mas que não aparece como uma mudança na linha do tempo, sem regulamentação pela burocracia científica. Quando o oxigênio invadiu os ares da Terra, há cerca de 2 bilhões de anos, ele se tornou o Grande Evento de Oxidação, assim como o são as extinções em massa. Cientistas de várias áreas já usam o termo “Antropoceno”, neste sentido, como um reconhecimento da chegada e influência humana por aqui. A ideia é boa — mas teremos de esperar o final das decisões, no ano que vem, para descobrir o que se fez, ou se desfez, acerca do Antropoceno.

*Por Augusto Dala Costa
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*Fonte: canaltech

#FicaADica: Ciência explica por que nosso cérebro acredita em mentiras

Uma reportagem do jornal norte-americano The Washington Post buscou especialistas para justamente desvendar essa pergunta. E concluiu que, como de costume, a resposta está no nosso cérebro. Por conta de nossa formação cognitiva e como utilizamos atalhos para agilizar nossos julgamentos, a verdade, segundo a reportagem, é que tendemos a acreditar em tudo que ouvimos – e isso faz sentido, na média, pois a maioria das informações que recebemos são verdadeiras.

As redes sociais ajudam a espalhar as mentiras e a tingi-las com um verniz que faz parecer verdade

Acontece que tal tendência nos leva a crer que, uma informação que nos beneficia, e principalmente se for repetida diversas vezes, deve ser verdadeira – e, no contexto político, e com o poder de amplificação e acesso das redes sociais, tal conclusão forma a imensa rede de fake news que tanto nos pauta atualmente. Em resumo, quanto mais ouvimos a mesma afirmação, mais ela nos parecerá familiar e verdadeira – mesmo se for completamente falsa.

As desinformações sobre a vacinação dão a dimensão do problema, já que causaram diversas mortes

“Há apenas tipicamente uma versão verdadeira de uma reinvindicação e um número infinito de maneiras que você poderia falsificá-la, certo?”, questionou Nadia Brashier, professora de Psicologia da Universidade Purdue, do Estado de Indiana. “Então, se você ouvir algo uma e outra vez, por probabilidade, será a coisa verdadeira”, sugeriu. E uma vez que acreditamos em uma mentira, ela seguirá nos influenciando, mesmo após ser revelada como farsa, já que uma explicação verdadeira não apaga de nosso cérebro a informação da afirmação falsa. Complexo, né?

Estamos, portanto, lutando contra os limites da memória humana quando buscamos corrigir falsidades do imaginário público – já que, com o tempo, a correção poderá simplesmente desaparecer, e ficaremos com a informação que melhor se encaixa no sistema de crenças que utilizamos para compreender o mundo, mesmo que ela seja mentira.

“Se é um componente importante para seu modelo mental, é cognitivamente muito difícil simplesmente arrancar a informação falsa”, afirma Stephan Lewandowsky, psicólogo cognitivo da Universidade de Bristol.

Como proteger nosso cérebro
Se a correção não é suficiente, o que precisamos fazer para proteger nosso cérebro de inverdades? Uma das sugestões da reportagem é se informar sobre técnicas de manipulação e falácias utilizadas em argumentações, como incoerências, falsas dicotomias, ataques pessoais, uso de bodes expiatórios e manipulações emocionais.

Outro caminho importante é se atentar para a precisão, correção e conclusão das informações que nos são oferecidas, em vez de buscar o que queremos ouvir. Então, que tal repassar esta matéria para aquele grupo do WhatsApp que ainda precisa ouvir certas verdades? #FicaADica

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Carl Sagan: como o criador de Cosmos criou uma geração apaixonada por ciência

Os domingos de 1982 estão guardados com carinho na memória da família Aleman: foram marcados por um discreto ritual que se repetiu por 13 semanas. O término do Fantástico denunciava o avançado da hora quando Isabel, seu irmão e seus pais se reuniam na sala de estar da casa em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, para ouvir a palavra de Carl Sagan.

Mesmo tarde, ninguém ia para a cama antes de as duas crianças terem esgotado o arsenal de perguntas existenciais que surgiam depois que o programa acabava. Por 60 minutos, assistiam atentamente àquele astrônomo esguio, de cabelos escuros e voz penetrante, traduzir com eloquência poética o encanto do cosmos.

A bordo da nave da imaginação, livre das amarras do espaço e do tempo, ele podia viajar para onde quisesse — como as pétalas do dente-de-leão que soprou no início do primeiro episódio da série. Essa nave era o veículo perfeito para transportar 400 milhões de seres humanos, de mais de 60 nações, em uma aventura cósmica. “A maneira como ele explicava nos fazia entender e ficar fascinados por tudo”, diz Isabel Aleman, que viu Cosmos pela primeira vez aos 6 anos.

Hoje, com quase 40, é pós-doutora em Astrofísica pelo iag-usp e estuda detalhes sobre como as moléculas se comportam no meio interestelar. Ela jamais se esqueceu da influência que aquelas noites exerceram sobre a escolha de sua carreira. “Registrei em minha tese de doutorado um agradecimento a Carl Sagan pelas minhas primeiras jornadas nas estrelas.”
Algo parecido aconteceu nos anos 1990 em Brasília com Victor de Souza Magalhães.

Enquanto explorava a biblioteca do avô, ficou intrigado com uma capa que tinha uma vela estampada em fundo preto e um título chamativo: O Mundo Assombrado pelos Demônios — A Ciência Vista como uma Vela no Escuro. Folheou e encontrou referências a alienígenas, fantasmas e dragões que germinaram no solo fértil que é a mente de alguém de 15 anos. “Foi uma surpresa total quando comecei a ler e vi que era uma quebra de todas as místicas que existem por trás.”

Ele tinha em mãos a última obra escrita por Sagan, que também é considerada uma das mais relevantes por disseminar de forma profunda e acessível a importância do método científico e do raciocínio lógico na busca pela verdade, que deve ser guiada pelo ceticismo crítico. E isso às vésperas da virada do milênio, quando a pseudociência e o misticismo cresciam em ritmo galopante. “Ao terminar o livro, me dei conta de que esse era o caminho a seguir”, afirma o hoje pesquisador do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, na França.

Aleman e Magalhães fazem parte de uma geração de cientistas para a qual a porta de entrada na ciência foi o trabalho de Sagan, cuja morte prematura, aos 62 anos, no solstício de inverno de 1996, completa duas décadas no dia 20 de dezembro. “Grande parte do seu legado foi apresentar a jovens a ideia da ciência como uma carreira”, diz à galileu a produtora Sasha Sagan, única mulher entre os cinco filhos que o astrônomo teve em três casamentos. “Mas ele apresentou a milhões mais a ideia da ciência como uma filosofia, uma visão de mundo.”

NA INFÂNCIA
Para entender as raízes do dom de Sagan tanto para explicar conceitos complexos a quem pouco entendia de ciência como também para compartilhar a reverência que sentia pela vida e pelo cosmos é preciso explorar certos traços de sua personalidade. “Ele era, em vários aspectos, comparável a um poeta, que usava os fatos concretos do mundo para transmitir as emoções mais profundas”, afirma William Poundstone, autor de Carl Sagan: A Life in the Cosmos (sem edição no Brasil). “A relação de Sagan com a astronomia era, de diversas maneiras, uma relação espiritual.”

O vínculo começou ainda na infância, nos anos 1930. Sagan cresceu devorando livros de ciência e ficção científica. Depois de adulto, costumava mencionar um episódio que o marcou profundamente — quando os pais o levaram à Feira Mundial de Nova York de 1939. Então com 5 anos, ele ficou maravilhado com os pavilhões futuristas. “Isso mostrou que havia um mundo para além da vizinhança de classe trabalhadora do Brooklyn. Várias mostras da feira tinham visões otimistas do futuro, inclusive sobre viagens espaciais”, diz Poundstone. “Ele reteve aquele otimismo e cresceu para desenvolver sondas.”

Entre as coisas que viu naquele dia, talvez a mais inspiradora tenha sido o enterro de uma cápsula do tempo. Foi a base para um dos seus projetos mais emblemáticos: o Disco Dourado, lançado em 1977 a bordo das duas sondas Voyager. Nada mais é do que uma cápsula do tempo gravada em um vinil de cobre banhado a ouro, que já deixou o Sistema Solar e vagará pelo próximo bilhão de anos. É como uma mensagem em uma garrafa para possíveis inteligências alienígenas. Sagan coordenou a equipe que selecionou 115 imagens e 90 minutos de música que melhor representariam nossa espécie, bem como saudações em 55 idiomas.

EM CASA
“Olá das crianças do planeta Terra”, diz a gravação em inglês, que ficou a cargo de Nick Sagan, filho de Carl. Na época, sua idade era quase a mesma que o pai tinha quando visitou a Feira Mundial. Hoje com 46 anos, o escritor de roteiros e livros de ficção científica se considera honrado por participar de um projeto único como aquele. “Essa pequena saudação vai continuar muito depois que eu me for.” É o que Nick, fruto do casamento de Sagan com a artista Linda Salzman, considera o melhor exemplo de sua “infância surreal”. Ver lançamentos de foguetes era banal como brincar no parquinho.

Foi durante a infância de Nick que Carl, então já bem estabelecido na academia como diretor do Laboratório de Estudos Planetários da Universidade Cornell, começou a adquirir o status de figura pública. O apelo popular do Disco Dourado e a credibilidade de ganhar um Pulitzer no mesmo ano chamaram a atenção da mídia. O foco na carreira, porém, desgastou o casamento com Salzman, que logo acabaria. No desenvolvimento do Disco Dourado, Sagan se apaixonou pela diretora criativa do projeto, sua terceira e última esposa, com quem permaneceu até o fim da vida: Ann Druyan. “Ele deu sorte com uma mulher que era capaz de aceitar que ele era esse incurável workaholic”, destaca o biógrafo William Poundstone. “Claro que ajudava o fato de que, àquela altura, ele podia arcar com pessoas para ajudar com as crianças e com a casa, então não era um fardo sobre Ann.”

Produtora e escritora, Druyan não só aceitava os trabalhos do marido como colaborava com eles. Foi coautora de Cosmos, lançada em 1980, primeiro ano do casamento. “Eles estavam profundamente apaixonados — e agora, como adulta, consigo enxergar que suas colaborações profissionais eram uma outra expressão da união deles”, reflete a filha Sasha em relato à revista nymag. Assim como o meio-irmão Nick, ela teve uma infância surreal: a casa em que cresceu em Ithaca, cidade no estado de Nova York onde fica Cornell, era chamada de Tumba da Cabeça da Esfinge. O lugar parecia um templo egípcio e havia sido a sede de uma sociedade secreta da universidade no final do século 19.

NA UNIVERSIDADE
Sagan percebeu desde cedo que não era capaz de limitar seus interesses a rótulos da academia. Desde criança, fomentava também fascínio pela origem da vida, o que o fez se aproximar da biologia. Foi neste contexto que conheceu a primeira esposa, a bióloga Lynn Margulis, com quem teve dois filhos. Ao longo da carreira, publicou artigos científicos detalhando modelos de como poderia ser a vida em outros mundos e, com esses estudos, ajudou a fundar o campo multidisciplinar da astrobiologia.

Outra grande contribuição foi na área da ciência planetária: doutorou-se com uma tese sobre o funcionamento da atmosfera de Vênus. “Ele ensinou a seus alunos que planetas são lugares, verdadeiramente outros mundos”, diz o astrofísico David Morrison, que esteve entre esses estudantes. “Nos encorajava a pensar como seria a sensação de estar nesses outros mundos.” Cientista sênior da Nasa, Morrison foi orientado por Sagan no doutorado. “Mesmo que ele não desse a orientação técnica e detalhada que muitos orientadores dão, isso era compensado por sua amplitude de visão e por seus muitos contatos na ciência planetária.”

Os interesses peculiares e à frente de seu tempo, unidos à adulação do público e da imprensa, causavam estranhamento e até inveja em certos círculos universitários. O linguista Carlos Vogt, coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (LabJor), referência em divulgação científica no Brasil, atribui esse desconforto ao conservadorismo do meio. “Cada vez que, no mundo acadêmico, acontece essa força luminosa de um autor que é capaz de conversar com a academia e com o mundo não acadêmico e ainda viver de modo intenso, sempre há tensão”, diz o ex-reitor da Unicamp.

PARA AS MASSAS
Na Nasa, Sagan se envolveu em uma polêmica que diz muito sobre como via a democratização da ciência. Quase nenhum cientista da agência acreditava que as sondas deveriam ter câmeras fotográficas. “Sagan insistiu que o público estava pagando pelas missões, e que ele se relacionaria com as fotos, não com palavras ou números”, diz William Poundstone. “Ele finalmente convenceu os que duvidavam. Então, toda vez que você olhar para uma imagem dos planetas em alta resolução, isso é um legado de Sagan.”

Mas há sobretudo duas pessoas que são herdeiras diretas desse legado, ambas responsáveis pela continuação atualizada de Cosmos, que foi ao ar em 2014: a própria Ann Druyan, hoje presidente da Fundação Carl Sagan e produtora executiva da nova série, e o astrofísico carismático Neil deGrasse Tyson, a quem coube a apresentação da nova versão. Tyson sempre conta que em 20 de dezembro de 1975, exatos 21 anos antes da morte de Sagan, quando era só mais um negro de 17 anos do Bronx tentando escolher onde estudar, foi recebido pelo próprio Sagan em Cornell. O astrônomo lhe mostrou a universidade e o levou à estação de ônibus. Como nevava muito, Sagan lhe deu o número de telefone da própria casa. Pediu que ligasse em caso de imprevisto para passar a noite com sua família. “Tenho o dever de responder a estudantes que estão fazendo perguntas sobre o universo como um plano de carreira da forma como Carl Sagan me respondeu”, disse no talk show Horizon.

Os canais Nat Geo e Fox divulgaram que 130 milhões de pessoas em 125 países assistiram a Tyson pegar o bastão da mão de Sagan e levá-lo adiante. Entre os novos fãs está a estudante de administração Mileni Nogueira, 21, que gostou tanto da série que foi beber na fonte da original. O encanto pela retórica de Sagan foi ainda mais profundo. “A paixão que ele me passou foi tão indescritível que me inspirou a escrever um romance envolvendo viagens no tempo”, diz ela, que pretende trocar de curso para estudar física e se especializar em cosmologia. Mais um sinal de que Sagan continuará destrancando as portas da ciência aos seres humanos de todo o planeta. “Ele balançou meu mundo, tudo o que eu conhecia.”

LINHA DO TEMPO
Carl Sagan casou-se três vezes e teve cinco filhos. Em sua carreira luminosa, criou áreas de estudo, foi influente na Nasa e inspirou milhões. Veja momentos marcantes da vida do astrônomo.

1934 – Sagan nasce no Brooklyn, em Nova York. Estuda em escolas públicas e desde cedo ama livros de ciência. Aos 5 anos, visita a Feira Mundial de Nova York, evento futurista que o impressiona muito.
1951 – Ganha bolsa integral para estudar física na Universidade de Chicago. Lá conhece a bióloga Lynn Margulis, com quem tem dois filhos: o escritor Dorion Sagan e o programador Jeremy Sagan.
1960 – Obtém o doutorado em astronomia com tese sobre a atmosfera de Vênus. Nos anos seguintes, firma-se como consultor e conselheiro da Nasa, influenciando diretamente no programa espacial.
1963 – Separa-se de Margulis e passa a dar aulas de astronomia em Harvard. Logo se torna figura popular entre os alunos, mas os interesses por questões exóticas despertam desconfiança dos colegas.
1968 – Muda-se para a Universidade Cornell, onde ficaria até o fim da vida. Lá desenvolve novas disciplinas: ciência planetária e astrobiologia. Casa-se com Linda Salzman e, dois anos depois, nasce Nick.
1977 – São lançadas as sondas Voyager. Sagan lidera a equipe do Golden Record, cápsula do tempo com registros da espécie humana, e conhece Ann Druyan, diretora criativa do projeto e sua futura esposa.
1977 – O livro Os Dragões do Éden, onde discorre sobre a evolução da inteligência humana, ganha o Pulitzer de não ficção. Começam as aparições recorrentes em programas de TV e capas de revistas.
1980 – Cosmos vai ao ar pela PBS, aclamada por público e crítica. No ano seguinte, ele se divorcia de Linda Salzman. Casa-se com Ann Druyan, escritora e produtora da série, com quem tem Sasha e Samuel.
1985 – É publicado Contato, seu único romance, sobre uma mensagem de rádio recebida pela humanidade de uma civilização alienígena. Sagan também se dedica à luta contra o uso de armas nucleares.
1996 – Morre em 20 de dezembro, aos 62, em Seattle, com complicações derivadas de pneumonia. Dois anos antes, fora diagnosticado com mielodisplasia, doença que impede o desenvolvimento das células da medula óssea.

*Por Andre Jorge de Oliveira
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*Fonte: galileu

Buraco de ozônio continua encolhendo em 2022, afirmam cientistas

Porção estratosférica que nos protege dos raios UV atingiu área média de 23,2 milhões de km² entre setembro e outubro de 2022, sendo ligeiramente menor do que em 2021

A camada de ozônio forma um “escudo” protetor invisível sobre o planeta, absorvendo a perigosa radiação ultravioleta do Sol. Graças a medidas ambientais adotadas pelas nações de todo o mundo, finalmente temos uma boa notícia: o buraco nesse revestimento está encolhendo em 2022, continuando uma tendência dos últimos anos.

De acordo com a Nasa, o buraco anual de ozônio da Antártida atingiu uma área média de 23,2 milhões de km² entre 7 de setembro e 13 de outubro de 2022. Essa área foi ligeiramente menor do que no ano passado, quando o buraco atingiu um máximo de 24,8 milhões de km² – aproximadamente o tamanho da América do Norte – antes de começar a encolher em meados de outubro.

Ainda que a cratera na camada que reveste o planeta tenha sido em 2021 a 13º maior desde 1979, os cientistas notaram um progresso na diminuição do buraco na porção da estratosfera que nos protege dos raios ultravioleta.

“Vemos algumas oscilações à medida que as mudanças climáticas e outros fatores fazem os números oscilarem um pouco de dia para dia e de semana para semana”, afirma Paul Newman, cientista-chefe de ciências da Terra no Goddard Space Flight Center da Nasa, em comunicado. “Mas, no geral, vemos isso diminuindo nas últimas duas décadas”.

Para o especialista, a eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio através do Protocolo de Montreal está diminuindo o buraco. O tratado internacional que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989 e que apresenta 197 Estados Partes, sendo o Brasil como um dos signatários, impõe a redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs).

Quando o Sol polar nasce, os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazem medições com um espectrofotômetro Dobson, um instrumento óptico que registra a quantidade total de ozônio entre a superfície e a borda do espaço.

A média global dessa quantia é de cerca de 300 unidades Dobson. Em 3 de outubro de 2022, os cientistas registraram um valor total mínimo de 101 unidades Dobson sobre o Polo Sul. Naquela ocasião, o ozônio estava quase completamente ausente em altitudes entre 14 e 21 quilômetros – um padrão muito semelhante ao de 2021.

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*Fonte: revistagalileu

Saiba como a Terra é protegida de colisões de asteroides

De todas as coisas que podem acabar com o planeta Terra, uma colisão de um asteroide pode ser uma das que os humanos têm mais controle. Mas quem de fato protege o planeta de uma catástrofe como essa?

Uma colisão de asteroide está na parte de baixo da lista de possíveis fins do mundo. Em um mundo com armas nucleares, onde a atividade humana está permanentemente alterando habitats e o clima, e onde o uso excessivo de antibióticos está levando a novos tipos mortais de bactérias, uma ameaça externa é o menor dos problemas. Mas os efeitos de colisões de asteroides – tsunamis, vendavais e ondas de choque – podem ser catastróficos. Então, existem cientistas que dedicam seu tempo e pesquisa para se preparar em caso deste cenário.

Embora nenhum asteroide conhecido tenha chance de causar destruição em larga escala, aqueles potencialmente perigosos são assuntos diários para tabloides – o governo dos Estados Unidos e cientistas de todo o mundo os levam a sério. Em 2018, a Nasa, a FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) e outras agências espaciais se uniram para imaginar como seria uma colisão de asteroides, simulando as tomadas de decisões necessárias caso os telescópios encontrassem uma possível ameaça.

O Sistema Solar se formou a partir de um disco de matéria que cercava o Sol em sua juventude. Esse material se aglutinou para formar os planetas. Na região entre Marte e Júpiter, por exemplo, a forte gravidade do gigante gasoso impediu a formação planetária e, em vez disso, muitos pequenos corpos rochosos colidiram uns com os outros, e, agora, existem como asteroides.

Ocasionalmente, as forças gravitacionais de Júpiter podem perturbar as órbitas desses objetos. Outros objetos, como os cometas gelados, eventualmente se aproximam da Terra em suas órbitas elípticas. Juntos, esses asteroides e cometas compõem os “Objetos Próximos à Terra”, ou NEOs. Por definição, um NEO é qualquer corpo dentro de 1,3 unidade astronômica do Sol, onde 1 UA equivale a 150 milhões de quilômetros, a distância entre o Sol e à Terra, incluindo cometas com órbitas ao redor do sol que duram menos de 200 anos.

Cientistas então elaboraram uma lista de NEOs com os quais devemos nos preocupar, chamados de asteroides potencialmente perigosos. Estes são corpos que cruzam a órbita da Terra e medem 140 metros de diâmetro ou mais, aproximadamente o tamanho de um estádio de futebol, e estão dentro de 0,05 UA do planeta, cerca de 20 vezes a distância média até a Lua.

Se algo desse tamanho se chocasse com à Terra, causaria uma catástrofe regional. O impacto de um meteorito pode gerar potenciais catástrofes, de ventos de alta velocidade a tsunamis ou imensas ondas de choque e calor o suficiente para cozinhar o corpo humano.

Impactos de asteroides há muito tempo vivem na preocupação pública. Já em 1694, o astrônomo Edmond Halley (do famoso cometa Halley) sugeriu que cometas poderiam se chocar com à Terra, teoria adotada por outros ao longo dos séculos seguintes.

Então, em 1908, o famoso evento de Tunguska arrasou uma floresta na Rússia, e na década de 1930, cientistas começaram a descobrir grandes asteroides passando perto da Terra – talvez o de Tunguska tenha sido um asteroide e talvez houvesse mais para nos preocuparmos. E, em 1980, uma equipe de pesquisadores encontrou o raro elemento irídio em uma camada de rocha de, aproximadamente, 65 milhões de anos, que deduziram ter sido trazida por um grande asteroide. Essa descoberta, assim como outras pesquisas, ajudou a embasar e aceitar a teoria de que um grande impacto provocou a extinção dos dinossauros. Mas essa teoria era controversa e levou 30 anos para alcançar seu status atual.

Mas talvez o momento mais importante dessa história não tenha ocorrido na Terra. Em 1993, os cientistas Carolyn e Eugene M. Shoemaker, e David Levy, descobriram um cometa na órbita de Júpiter. O interesse no cometa Shoemaker-Levy 9, tanto científico quanto público, disparou quando os pesquisadores perceberam que ele colidiria com o planeta, o que aconteceu em julho de 1994, deixando marcas escuras em Júpiter que ficaram visíveis durante meses.

Esse foi um divisor de águas na comunidade científica, afinal, se algo pode se chocar com Júpiter, então algo poderia atingir à Terra. Graças a tudo isso, o Congresso americano ficou interessado em proteger o planeta dos impactos.

O Congresso já havia solicitado à Nasa para criar um programa de observação de asteroides em 1992, mas em 1998 eles ordenaram que a agência catalogasse todos os asteroides próximos à Terra, com tamanho maior que um quilômetro, dentro de dez anos. Assim, a Nasa estabeleceu o Programa de Observação de NEOs, agora chamado de Centro de Estudos de NEOs, que compila e computa órbitas para asteroides próximos à Terra. Em 2005, o Congresso expandiu a meta de incluir 90% dos objetos com 140 metros, ou maiores, até 2020.

A defesa planetária é agora uma empreitada internacional, com um orçamento milionário. Para os EUA, o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da Nasa é responsável por projetos que buscam asteroides próximos e comunicam governo, mídia e público, sobre potenciais perigos. Eles também desenvolvem técnicas de pesquisa para evitar impactos, e coordenam com o governo e agências como a FEMA para responder a uma possível colisão.

Agências espaciais ao redor do mundo, como a Agência Espacial Europeia, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, a Roscosmos e outras, realizam várias pesquisas e projetos sobre o monitoramento de NEOs.

E quanto ao fato de nos preocuparmos ou não? Por enquanto, não existem asteroides conhecidos que sejam dignos de preocupação. Nenhuma das órbitas de asteroides listadas no banco de dados CNEOS está prevista para causar impacto nos próximos 188 anos. Mas, se houver alguma preocupação, deve ser sobre os asteroides ainda não encontrados.

Apesar das várias pesquisas, simplesmente não há infraestrutura adequada para encontrar todas as rochas espaciais. Algumas das missões não foram projetadas com o levantamento de asteroides em mente.

Também existem asteroides menores, que podem causar danos locais e atacar com pouco, ou nenhum, aviso. O meteoro de 20 metros de Chelyabinsk explodiu acima da Rússia em 2013, quebrando janelas e ferindo 1.491 pessoas. Em dezembro de 2018, um meteoro explodiu sobre o Mar de Bering, com dez vezes a força da bomba de Hiroshima. Esses impactos ficam abaixo do limite estabelecido pelo Congresso, mas ainda têm potencial de causar danos em menor escala.

Quando se trata de avaliar a probabilidade de um impacto e o dano que ele pode causar, os pesquisadores consideram o tamanho da Terra, assim como quantas vezes os asteroides de diferentes tamanhos a atingem.

Meteoros inofensivos, do tamanho de grãos de poeira, atingem à Terra quase que constantemente e se queimam na atmosfera; a probabilidade de um asteroide de um metro atingir o planeta é de cerca de um impacto por ano e se tona menos provável com o tamanho do asteroide ao quadrado. As probabilidades de um impacto de uma rocha de 100 metros são uma vez a cada dez mil anos, e um asteroide de mil metros, uma vez a cada um milhão de anos.

E quanto a eventos maiores, eles são potencialmente evitáveis com o suficiente tempo de espera. Por exemplo, há a missão Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (DART), uma demonstração que lançará uma espaçonave no asteroide menor no binário Didymos a 6 km/s.

A missão Hera da ESA acompanhará as observações dos efeitos da colisão. Os cientistas esperam que essas missões mudem a órbita do asteroide menor em torno do asteroide maior, e que, no futuro, as agências espaciais possam usar essas missões de “impacto cinético” para mudar a órbita de um asteroide ameaçador.

Existem também outras ideias para desviar asteroides perigosos. As agências espaciais poderiam colocar algo muito pesado ao lado da rocha para mudar sua rota através da gravidade, ou remover matéria da superfície do asteroide. E, claro, há sempre a opção de última hora de bombardear um asteroide que apresenta uma ameaça iminente – mas, no exercício de mesa da Conferência de Defesa Planetária deste ano, os cientistas escolheram bombardear um grande asteroide que arrasaria Denver, mas acabaram destruindo a cidade de Nova York.

Apesar da baixa probabilidade de um impacto de asteroide, suas terríveis consequências significam que esta continuará a ser uma área importante de pesquisa. Os cientistas agora levam a ameaça a sério.

*Por Vinicius Szafran
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*Fonte: olhardigital

Número de asteroides próximos da Terra atinge marca impressionante

Os astrônomos responsáveis pelo monitoramento de objetos espaciais em volta da Terra anunciaram que a contagem desses asteroides chegou à marca de 30 mil. Esse número é recebido com um pouco de preocupação, pois impactos de asteroides podem ser eventos perigosos que causam destruição em massa.

Felizmente, o monitoramento constante do Espaço ajuda na tomada de decisão em caso de alguma eventual rocha em rota iminente com a Terra. A missão DART foi um demonstrativo de como as ações de proteção espacial podem prosperar.

Cabe destacar que os 30 mil objetos observados e catalogados estão em uma distância de até 45 milhões de quilômetros da Terra, que representa aproximadamente 117 vezes a distância entre a Terra e a Lua. As observações são coletadas e rastreadas pelo Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra (NEOCC) da Agência Espacial Europeia (ESA) e pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA.

Cerca de 400 objetos recém-descobertos teriam potencial de destruir uma cidade com um impacto direto, ou causar uma destruição considerável na região. Esses são os alvos de monitoramento dos astrônomos. Apenas um desses novos objetos mediu mais de 1 quilômetro de largura, dimensão suficiente de fazer um estrago ainda maior.

Felizmente, o número de asteroides potencialmente perigosos cresceu mais lentamente. Além disso, outras observações descartaram qualquer chance de impacto nas próximas décadas. Os 1.426 objetos que fazem parte de um grupo com chance de impacto diferente de zero estão sendo cuidadosamente estudados.

Asteroide que oferece maior risco à Terra está fora do radar dos astrônomos
O asteroide 1979XB é o que oferece maior risco para a Terra. Estima-se que ele tenha um diâmetro de cerca de 700 metros, uma medida preocupante, que poderia destruir um pequeno país. Como esse objeto não é visto desde 1979, os astrônomos não conseguem determinar com precisão onde ele está agora, porém há uma chance de que ele atinja a Terra em 2056.

Acredita-se que em dezembro de 2024, o 1979XB passe perto da Terra, nesse caso os astrônomos seriam capazes de calcular sua órbita com mais precisão e provavelmente descartar impactos futuros. O chefe de defesa planetária da ESA, Richard Moissl, declarou que mais da metade dos asteroides conhecidos e registrados foram descobertos nos últimos seis anos. Isso só mostra o quanto a busca por esses objetos está cada vez melhor.

*Por Isabela Valukas Gusmão
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*Fonte: olhardigital

Estudante cria “sem querer” bateria que pode durar 400 anos

Certas histórias parecem comprovar a velha máxima de que quanto mais estudamos, treinamos e nos preparamos, mais a sorte joga a nosso favor, não é mesmo? A doutoranda da Universidade da Califórnia Mya Le Thai realizou por acaso – enquanto simplesmente “brincava” em um laboratório – uma descoberta que pode revolucionar o universo tecnológico em um de seus mais frágeis e problemáticos aspectos: a bateria dos aparelhos e dispositivos.

Mya foi simplesmente realizar um experimento, e com ele descobriu um procedimento que pode fazer as baterias durarem até 400 anos.

A equipe de pesquisadores estava realizando experimentos com nanofios e sua aplicação em baterias, mas invariavelmente as recargas acabavam por romper os delicados e minúsculos fios que compõem a bateria de nanofios. Um dia, entretanto, por impulso Mya decidiu cobrir um grupo de nanofios de ouro com dióxido de manganês e uma espécie de gel eletrólito, e colocar a bateria para realizar ciclos de cargas, descargas e recargas – e foi aí que a surpresa se deu: enquanto as baterias normais duram cerca de 500 recargas até começaram a falhar, sua descoberta chegou a 200 mil recargas em um mês, em perfeito estado.

O campos das possibilidades tecnológicas, o impacto econômico, e principalmente ecológico, caso a descoberta se confirme, será o divisor de água. “Talvez seja uma maneira bastante simples de estabilizar os nanofios. Será um grande avanço para a comunidade”, afirmou um dos pesquisadores. Para quem estava simplesmente passando o tempo em um laboratório, Mya Le Thai acertou em cheio – confirmando que a sorte joga melhor com quem mais se dedica, e menos conta com ela. A “sorte” de Mya, nesse caso, pode ser a sorte do mundo.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Película gera energia solar para veículos elétricos

O kit fotovoltaico transforma qualquer carro elétrico em carro solar

Um kit fotovoltaico capaz de transformar qualquer carro elétrico em um captador de energia solar foi desenvolvido pelo instituto de pesquisa francês INES.2S (Institut National de l’Energie Solaire). Testado em um modelo Renault Zoé, a tecnologia mostrou a possibilidade de adicionar até quatro quilômetros de autonomia por dia.

O VIPV, sigla para Vehicle Integrated PhotoVoltaic, é um equipamento composto por painel fotovoltaico adaptável, uma bateria e uma interface eletrônica. A energia adicional garantida com o kit tanto pode ser usada para estender a autonomia como também para alimentar os elétricos do veículo e o ar condicionado, por exemplo.

“A coleta de dados ao longo de vários meses e vários veículos permitirá quantificar com precisão a contribuição em quilômetros solares, que é estimada em 800 km adicionais de autonomia por ano”, afirma o instituto INES. Por enquanto, a equipe apresenta o produto como forma de estimular o interesse dos fabricantes do setor em avançar para uma solução integrada e otimizada que alimente a bateria principal do veículo.

Ainda como protótipo, o VIPV é apontado como uma solução não intrusiva, compatível com qualquer veículo recarregável e que pode ser instalado e desmontado facilmente.

Como uma película, o material possui face traseira magnética e desenho mecânico que permite boa conformabilidade em qualquer carroceria metálica.

Segundo o instituto, a aplicação solar VIPV atualmente é estudada por muitas equipes industriais e de pesquisa, porém pesquisas que tratam de toda a cadeia de carregamento (da produção solar à sua valorização no consumo dos veículos) são mais raros.

O instituto estima que um kit fotovoltaico pode permitir aumentar a autonomia do veículo em 800 km por ano e reduzir a frequência de recarga em 14%, números que não são insignificantes no uso urbano. Exemplo disso, é que na França, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Transição Ecológica e Coesão Territorial, 35,7% dos trajetos casa-trabalho são feitas a menos de 5 km, ou seja, 10 km ida e volta.

Entre as vantagens do produto na aplicação de carros elétricos são destacadas a possibilidade de aumentar o alcance do veículo, aliviar parcialmente a rede de recarga (infraestrutura ainda incipiente em muitos lugares), melhorar o conforto do motorista, uma vez que reduz a frequência das recargas, além é claro de reduzir o impacto de CO2 durante toda a sua vida útil.

*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo

“Já vivi isso antes”: misterioso fenômeno Déjà Vu pode estar perto de ser desvendado

Você já teve aquela sensação estranha de que já passou pela mesma situação antes, mesmo sem nunca ter, de fato, vivido aquele momento? Este fenômeno, conhecido como Déjà Vu, tem intrigado filósofos, neurologistas e pesquisadores há muito tempo.

A partir do fim do século 19, muitas teorias começaram a surgir sobre o que poderia causar o Déjà Vu, que significa “já visto”, em francês.

Algumas delas sugeriam que, talvez, o fenômeno seja decorrente de alguma disfunção mental ou algum tipo de problema cerebral. Algumas correntes defendem que se trata de um “soluço temporário” na operação normal da memória humana.

No entanto, nenhuma dessas linhas teria algum embasamento científico, permanecendo tudo no campo da paranormalidade

Do sobrenatural para o científico
Em um artigo publicado no site The Conversation, Anne Cleary, professora de Psicologia Cognitiva da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA, conta que, no início deste milênio, um cientista chamado Alan Brown decidiu fazer uma revisão de tudo o que os pesquisadores haviam escrito sobre Déjà Vu até aquele ponto.

“Muito do que ele poderia encontrar tinha um sabor paranormal, tendo a ver com o sobrenatural – coisas como vidas passadas ou habilidades psíquicas”, relatou Anne. “Mas ele também encontrou estudos que entrevistaram pessoas comuns sobre suas experiências com Déjà Vu”.

A partir desse material, Brown foi capaz de obter algumas descobertas básicas sobre o fenômeno. “Por exemplo, ele descobriu que cerca de dois terços das pessoas experimentam Déjà Vu em algum momento de suas vidas. Ele determinou que o gatilho mais comum é uma cena ou lugar, e o próximo gatilho mais comum é uma conversa”.

Segundo Anne, Brown também relatou dicas ao longo de um século ou mais da literatura médica de uma possível associação entre o Déjà Vu e alguns tipos de atividade convulsiva no cérebro.

“A revisão de Brown trouxe o tema do Déjà Vu para o reino da ciência mais mainstream, porque apareceu tanto em uma revista científica que cientistas que estudam cognição tendem a ler, como também em um livro voltado para cientistas”, disse Anne. “Seu trabalho serviu como um catalisador para os cientistas projetarem experimentos para investigar o Déjà Vu”.

Motivada pelo trabalho de Brown, Anne reuniu sua equipe de pesquisa para realizar experimentos com o objetivo de testar hipóteses sobre possíveis mecanismos de Déjà Vu. Os resultados foram publicados na revista científica Routledge.

“Investigamos uma hipótese quase centenária que sugeria que o fenômeno pode acontecer quando há uma semelhança espacial entre uma cena atual e uma cena não chamada em sua memória”, explicou a pesquisadora.

Psicólogos da linha Gestalt chamam isso de hipótese de familiaridade. Anne exemplifica: “Imagine que você está passando no posto de enfermagem em uma unidade hospitalar a caminho para visitar um amigo doente. Embora você nunca tenha ido a este hospital antes, você está impressionado com um sentimento que você tem”.

A causa básica para essa experiência de Déjà Vu, segundo o estudo de Anne, pode ser que o layout da cena, incluindo a disposição dos móveis e objetos particulares dentro do espaço, seja igual ao de uma cena diferente, que você experimentou no passado. “Talvez a forma como a estação de enfermagem está situada – os móveis, os itens no balcão, a forma como se conecta aos cantos do corredor – seja o mesmo que uma série de mesas de recepção e móveis em um corredor na entrada de um evento escolar que você participou um ano antes”.

De acordo com a hipótese de familiaridade na Gestalt, se essa situação anterior com um layout semelhante ao atual não vier à mente, você pode ficar apenas com um forte sentimento de familiaridade para o atual.

Como os cientistas investigaram o Déjà Vu
Para investigar essa ideia em laboratório, a equipe liderada por Anne usou realidade virtual para colocar pessoas dentro de cenas. “Dessa forma, poderíamos manipular os ambientes em que as pessoas se encontravam – algumas cenas compartilhavam o mesmo layout espacial enquanto eram distintas”, disse Anne.

Como previsto pela equipe, o Déjà Vu foi mais provável de acontecer quando as pessoas estavam em uma cena que continha o mesmo arranjo espacial de elementos como uma cena anterior que eles viam, mas não se lembravam.

Esta pesquisa sugere que um fator contribuinte para o Déjà Vu pode ser a semelhança espacial de uma nova cena com uma na memória que não consegue ser conscientemente chamada à mente no momento.

“No entanto, isso não significa que a semelhança espacial é a única causa de Déjà Vu”, ressalta a pesquisadora. “Muito provavelmente, muitos fatores podem contribuir para o que faz uma cena ou uma situação parecer familiar”.

Segundo Anne, mais pesquisas estão em andamento para investigar outros possíveis fatores em jogo neste misterioso fenômeno.

*Por Flavia Correia
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*Fonte: olhardigital

Novo algoritmo é capaz de prever situações irreversíveis

Um algoritmo de aprendizagem de máquina construído sob medida pode prever quando um sistema complexo está prestes a mudar para um modo de comportamento extremamente diferente.

Prever sistemas complexos, como o clima, é difícil. Todavia, o clima e seu funcionamento não mudam de um dia para o outro, em contraste com certos sistemas, que alcançam pontos de inflexão, mudando drasticamente de comportamento, às vezes de forma irreversível, sem aviso e com consequências catastróficas.

Numa escala de tempo longa, muitos sistemas do mundo real são assim. Para algumas questões, como o fluxo de água no Atlântico Norte, algo que contribui com a manutenção da temperatura global, a situação está mudando.

As correntes estão se reduzindo devido ao aumento da água doce oriunda das camadas de gelo que estão derretendo. Até agora a redução é gradual, mas daqui algumas décadas ela pode repentinamente parar.

Em artigos recentes, cientistas mostraram que um algoritmo de machine learning pode prever esses pontos de inflexão em exemplos arquetípicos, assim como características do seu comportamento depois que a mudança ocorre. Essas técnicas, um dia, poderiam ser usadas na ciência do clima, ecologia, epidemiologia, entre outras áreas.

O algoritmo profético
Num artigo de 2021, Ying-Cheng Lai, físico da Universidade do Estado do Arizona, e seus colaboradores deram a um algoritmo com o qual trabalhavam um valor de um parâmetro que mudava lentamente, eventualmente levando o sistema do modelo até um ponto de inflexão – mas sem fornecer outras informações acerca das equações governando o sistema.

Essa situação faz referência a vários cenários do mundo real: sabemos que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera está crescendo, por exemplo, mas não sabemos todas as formas em que essa variável influencia o clima.

A equipe descobriu que a rede neural treinada com dados poderia prever o valor em que um sistema finalmente se tornaria instável.

O interesse nesse problema surgiu quatro anos atrás, com os resultados do grupo de Edward Ott, pesquisador do caos na Universidade de Maryland. A equipe de Ott descobriu que um tipo de algoritmo chamado de rede neural recorrente poderia prever a evolução de sistemas caóticos estacionários (que não possuem pontos de inflexão).

A rede se baseava em registros do comportamento passado do sistema caótico, sem informação acerca das equações subjacentes. Em um novo artigo de Ott e seu graduando Dhruvit Patel, explora-se o poder preditivo das redes neurais que observam o comportamento de um sistema sem saber o parâmetro subjacente responsável por levar até um ponto de transição.

Eles forneceram a rede neural com dados registrados num sistema simulado, enquanto o parâmetro permanecia oculto da rede. Em muitos casos, o algoritmo podia prever o início da transição e fornecer uma distribuição de probabilidade de possíveis comportamentos após o ponto de inflexão.

Pesquisando o caos
Patel e Ott também consideram uma classe de pontos de inflexão que marcam uma mudança importante num comportamento.

Suponhamos que o estado de um sistema seja traçado como um ponto movendo-se em torno de um espaço abstrato de todos os seus estados possíveis. Sistemas que passam por ciclos regulares traçariam uma órbita repetitiva no espaço, enquanto uma evolução caótica teria uma aparência emaranhada e confusa.

Um ponto de inflexão pode fazer com que uma órbita fique fora de controle, mas permaneça na mesma região, ou que um movimento inicialmente caótico se espalhe para uma região maior. Nesse caso, a rede neural pode encontrar pistas do destino do sistema codificado em sua exploração anterior de regiões relevantes do estado do sistema.

Situações mais desafiadoras incluem um sistema que é repentinamente expulso de uma região e sua evolução posterior se desenvolve numa região distante. Essas transições são “histeréticas”, ou seja, não são facilmente reversíveis, mesmo que um parâmetro causador seja reduzido.

Esse tipo de situação é comum: mate o número suficiente de predadores de um ecossistema, por exemplo, e toda a dinâmica pode fazer a população de presas explodir repentinamente; adicione o predador de volta e a população continuará a mesma.

Espera-se que os estudos sirvam para novas pesquisas envolvendo algoritmos de deep learning. Se o reservatório de dados de um computador puder suportar métodos mais intensos, seria mais provável estudar pontos de inflexão em sistemas mais largos e complexos, como o ecossistema e o clima da Terra.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

Foguete da Nasa retorna à Lua 50 anos após missão histórica

Na última segunda-feira, a Agência Espacial dos EUA (NASA) anunciou que a missão Ártemis, que tem como direção a Lua, está pronta para ser lançada.

Após testar o foguete de propulsão que deve enviar a nave para o nosso satélite, a NASA qualificou que os equipamentos para o lançamento estão prontos.

A Missão Artemis deve enviar astronautas para a Lua nos próximos anos de forma recorrente

Lançamento do foguete
Os testes foram feitos no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida. Agora, há a expectativa que o lançamento do foguete seja realizado na próxima segunda-feira (29), entre as 9h33 e 11h33 da manhã. Caso algo dê errado, a agência tem datas de back-up nos dias 2 e 5 de setembro.

Basicamente, a empresa testou todas as fases de lançamento do foguete sem efetivamente mandá-lo para a atmosfera. Falta apenas uma fase do processo, que será testada no dia do próprio envio das sondas ao espaço.

A missão Ártemis vai viajar cerca de 2,1 milhões de quilômetros ao longo de 42 dias e, ao fim de sua missão, deve voltar ao planeta Terra e cair no Oceano Pacífico.

O lançamento marca a volta da exploração espacial em direção à Lua. Fazem 50 anos desde a última ida do homem ao satélite, realizada no ano de 1972, na missão Apollo 17.

Desde então, as empresas de exploração espacial públicas e privadas tem definido novas metas, como as sondas em direção a Marte e outros empreendimentos com fins privados.

Esta missão deve dar um reinício às explorações lunares. A cápsula Órion deve levar manequins, lembranças e outros equipamentos por fins de segurança, mas possui a capacidade de transportar seres humanos.

Astronautas mulheres
No futuro, planejam-se missões com as primeiras astronautas mulheres, que têm sido preparadas pela agência há décadas.

“Sou um produto da geração Apollo e veja o que isso fez por nós. E mal posso esperar para ver o que vem da geração Artemis, porque acho que vai inspirar ainda mais do que Apollo. Veja todo esse trabalho durante a revisão de hoje e saiba que estamos prontos para fazer isso”, disse Bob Cabana, administrador do Centro Espacial Kennedy, que lançará o foguete nas próximas semanas.

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*Fonte: hypeness

Locais da Lua têm temperaturas estáveis ​​para humanos, descobrem pesquisadores

Esperando viver na lua um dia? Suas chances aumentaram um pouco.

A lua tem poços e cavernas onde as temperaturas ficam em torno de 17 graus Celsius, tornando a ocupação humana uma possibilidade, de acordo com uma nova pesquisa de cientistas planetários da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Embora grande parte da superfície da lua passe por temperaturas de até 127°C durante o dia até -173°C graus de noite, os pesquisadores dizem que esses pontos estáveis ​​podem transformar o futuro da exploração lunar e da habitação a longo prazo.

As áreas desses poços sombreados também podem oferecer proteção contra elementos nocivos, como radiação solar, raios cósmicos e micrometeoritos.

Para ter uma idéia, um dia ou noite na Lua equivale a pouco mais de duas semanas na Terra – dificultando a pesquisa e a habitação de longo prazo com temperaturas extremamente quentes ou frias.

Alguns poços são provavelmente tubos de lava colapsados
Cerca de 16 dos mais de 200 poços descobertos provavelmente vieram de tubos de lava colapsados ​​– túneis que se formam a partir de lava ou crosta resfriada, de acordo com Tyler Horvath, estudante de doutorado da UCLA e chefe da pesquisa.

Os pesquisadores pensam que as saliências dentro desses poços lunares, que foram descobertos inicialmente em 2009, podem ser a razão para a temperatura estável.

A equipe de pesquisa também inclui o professor de ciência planetária da UCLA David Paige e Paul Hayne da Universidade do Colorado Boulder.

Usando imagens do Diviner Lunar Radiometer Experiment da NASA para determinar a flutuação das temperaturas do poço e da superfície da lua, os pesquisadores se concentraram em uma área do tamanho de um campo de futebol em uma seção da lua chamada Mare Tranquillitatis. Eles usaram modelagem para estudar as propriedades térmicas da rocha e da poeira lunar no poço.

“Os seres humanos evoluíram vivendo em cavernas, e para cavernas podemos retornar quando vivermos na lua”, disse Paige em um comunicado de imprensa da UCLA.

Ainda existem muitos outros desafios para estabelecer qualquer tipo de residência humana de longo prazo na Lua – incluindo o cultivo de alimentos e prudução de oxigênio. Os pesquisadores deixaram claro que a NASA não tem planos imediatos de estabelecer um acampamento base ou habitações lá. [NPR]

*Por Marcelo Ribeiro
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*Fonte: hypescience

MIT cria inteligência artificial 1 milhão de vezes mais rápida que o cérebro humano

Um novo material inorgânico que promete velocidades absurdas e eficiência energética foi usado na fabricação

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) afirmam ter criado uma inteligência artificial um milhão de vezes mais rápida do que o cérebro humano. Eles utilizaram um novo material inorgânico no processo de fabricação que pode oferecer velocidades extremas e eficiência energética superior.

Com a evolução constante do aprendizado de máquina, o treinamento de modelos de redes neurais mais complexos demanda cada vez mais tempo, energia e dinheiro. Uma solução emergente para isso é o que chamam de deep learning analógico, que promete computação mais rápida com uma fração do uso de energia atual. Como o MIT explica:

“Os resistores programáveis são os principais blocos de construção do deep learning analógico […]. Ao repetir matrizes de resistores programáveis em camadas complexas, os pesquisadores podem criar uma rede analógica de “neurônios” e “sinapses” artificiais que executam cálculos como uma rede neural digital. Essa rede pode ser treinada para realizar tarefas complexas de IA, como reconhecimento de imagem e processamento de linguagem natural.”

Esses resistores programáveis aumentam muito a velocidade na qual uma rede neural é treinada, enquanto reduzem drasticamente o custo e a energia para realizar esse treinamento

Será impossível distinguir humanos de máquinas no futuro
Evolução ou destruição? Destino da humanidade pode estar nas mãos da inteligência artificial
A recente criação do MIT, por sua vez, é baseada em sinapses analógicas que supostamente superam as sinapses de nossos cérebros. O elemento chave da nova tecnologia é conhecido como resistor programável protônico. Os pesquisadores substituíram os meios orgânicos por vidro fosfossilicato inorgânico (PSG), basicamente dióxido de silício, o que resultou em velocidades de nanossegundos. De acordo com o Ju Li, autor sênior e professor de ciência nuclear:

“O potencial de ação nas células biológicas aumenta e diminui com uma escala de tempo de milissegundos, uma vez que a diferença de voltagem de cerca de 0,1 volt é limitada pela estabilidade da água. Aqui aplicamos até dez volts em um filme de vidro sólido especial de espessura em nano-escala que conduz prótons, sem danificá-lo permanentemente. E quanto mais forte o campo, mais rápidos os dispositivos iônicos.”

Como o vidro fosfossilicato inorgânico pode suportar altas tensões sem quebrar, ele permite que os prótons viajem a velocidades absurdas, além de ser energeticamente eficiente. Outro ponto importante é que o material é comum e fácil de fabricar.

A pesquisa foi publicada na revista Science. A partir de agora, os pesquisadores planejam a reengenharia desses resistores programáveis para fabricação de alto volume, além de estudar os materiais para futuramente remover os gargalos que limitam a tensão necessária para transferir os prótons “para, através e do eletrólito”.

Nas palavras de Jesús A. del Alamo, outro dos autores da pesquisa e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação do MIT (EECS): “A colaboração que temos será essencial para inovar no futuro. O caminho a seguir ainda será muito desafiador, mas ao mesmo tempo é muito empolgante”.

Via: Futurism, MIT, TweakTown

*Por Saori Almeida
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*Fonte: mundoconectado

Vídeo viraliza ao medir capacidade de salto do ser humano em outros planetas

Se a média da altura de um salto humano na Terra é de 45 centímetros, qual seria essa medida se o salto fosse dado em outros planetas do Sistema Solar? Essa questão é respondida em um vídeo do canal MetaBallStudios, simulando um pulo no solo de mundos como Jupiter, Marte, Ceres ou Fobos – e os resultados espantam, tanto por alturas superiores aos maiores edifícios, quanto por saltos que mal saem do chão.

Na Terra, a média de altura do salto é de 0,45 metro

Saltos interplanetários
É a força da gravidade que determina a altura de um pulo e, apesar do cubano Javier Sotomayor manter desde 1993 o recorde de 2,45 metros como o mais alto salto já realizado na Terra, a maioria não é capaz de superar os 45 centímetros médios sob a força de aceleração de 9,807 m/s² da gravidade terrestre.

Em Júpiter, porém, a gravidade de 24,79 m/s² não permitiria que um salto passasse dos 17 centímetros: em Marte, como mostra o vídeo, a aceleração de 3,721 m/s² levaria a um salto de de 1,18 metro.

A partir de Marte, os saltos no vídeo começam a alcançar alturas impressionantes. Na Lua, os 12 seres humanos que já andaram no nosso satélite vizinho já experimentaram a gravidade de 1,62 m/s², que permite uma altura média de 2,72 metros em um pulo.

No planeta anão Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, a gravidade de 0,27 m/s² levaria um salto humano médio a alcançar a altura de 15,75 metros.

Em Marte, a medida é similar a de Mercúrio, e o salto alcança cerca de 1,18 metro

Na lua, a média de altura de um salto humano pode chegar a 2,72 metros

Em Miranda, lua do planeta Urano, a gravidade de apenas 0,079 m/s² permitiria que uma pessoa alcançasse impressionantes 57 metros de altura, superando em um salto simples um edifício de 19 andares.

Nada, porém, se compara à lua marciana de Fobos: com uma força de aceleração gravitacional de apenas 0,0057 m/s², lá um salto humano representaria quase uma decolagem ao espaço, alcançando altura de 773 metros.

Na lua uraniana de Miranda, uma pessoa saltando normalmente chegaria a 57 metros de altura

Ao fim do vídeo, porém, a força e a dimensão do sol imperam, como era de se esperar, no sistema ao seu redor: com gravidade de 274 m/s², a animação revela que, para além da temperatura, se fosse colocada em uma plataforma sobre o astro-rei, uma pessoa simplesmente não conseguiria saltar. Especializado em colocar “o mundo em perspectiva” com seus vídeos, o canal MetaBallStudios pode ser acessado aqui.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

As cores que você vê na tela da sua TV podem mudar. Saiba por quê

Imagine descobrir um erro matemático feito por um ganhador de um Prêmio Nobel e destronar o atual modelo de percepção de cores com mais de 100 anos? Esse foi o grande feito de um novo estudo produzido pelo Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos.

A pesquisa que reúne os campos da Psicologia, Biologia e Matemática identificou que existia um erro importante no espaço matemático 3D desenvolvido pelo físico Erwin Schrödinger e outros para explicar como seu olho distingue uma cor da outra.

“Nossa pesquisa mostra que o modelo matemático atual de como o olho percebe as diferenças de cores está incorreto. Esse modelo foi sugerido por Bernhard Riemann e desenvolvido por Hermann von Helmholtz e Erwin Schrödinger – todos gigantes em matemática e física – e provar que um deles está errado é praticamente o sonho de um cientista”, disse Roxana Bujack, cientista da computação com formação em Matemática e principal autora do estudo.

Entender como o corpo humano percebe as cores é fundamental para desenvolver produtos – como televisores, computadores e afins – e programas para processar as imagens de forma fidedigna.

Por isso, esta pesquisa tem o potencial de melhorar os equipamentos atuais, além de ajudar a recalibrar as indústrias têxtil e de tintas, por exemplo.

“Nossa ideia original era desenvolver algoritmos para melhorar automaticamente os mapas de cores para visualização de dados, para torná-los mais fáceis de entender e interpretar”, disse Bujack.

Assim, a equipe ficou surpresa quando descobriu que foram os primeiros a determinar que a aplicação de longa data da geometria riemanniana, que permite generalizar linhas retas para superfícies curvas, não funcionava.

As primeiras tentativas de criar um modelo matemático de cores percebidas pelo aparato visual humano usavam espaços euclidianos. Porém, os modelos mais avançados usavam a geometria riemanniana.

No entanto, o atual estudo de Bujack e colegas descobriu que o uso da geometria riemanniana superestima a percepção de grandes diferenças de cores. Isso ocorre porque as pessoas percebem uma grande diferença de cor como sendo menor do que realmente é – e a geometria riemanniana não pode explicar esse efeito.

“Não esperávamos isso e ainda não sabemos a geometria exata desse novo espaço de cores”, disse Bujack. “Podemos ser capazes de pensar nisso normalmente, mas com uma função adicional de amortecimento ou pesagem que puxa longas distâncias, tornando-as mais curtas. Mas ainda não podemos provar isso”, concluiu.

*Por Layse ventura
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*Fonte: olhardigital

O cérebro humano constrói estruturas em 11 dimensões, descobrem cientistas

Océrebro continua a nos surpreender com sua magnífica complexidade. Pesquisas inovadoras que combinam neurociência com matemática nos dizem que nosso cérebro cria estruturas neurais com até 11 dimensões quando processa informações. Por “dimensões”, eles querem dizer espaços matemáticos abstratos, não outros reinos físicos. Ainda assim, os pesquisadores “encontraram um mundo que nunca havíamos imaginado”, disse Henry Markram , diretor do Blue Brain Project , que fez a descoberta.

O objetivo do Blue Brain Project, com sede na Suíça, é criar digitalmente uma simulação “biologicamente detalhada” do cérebro humano. Ao criar cérebros digitais com um nível “sem precedentes” de informações biológicas, os cientistas pretendem avançar nossa compreensão do intrincado cérebro humano, que tem cerca de 86 bilhões de neurônios .

Para ter uma visão mais clara de como essa imensa rede opera para formar nossos pensamentos e ações, os cientistas empregaram supercomputadores e um ramo peculiar da matemática. A equipe baseou sua pesquisa atual no modelo digital do neocórtex que terminou em 2015. Eles investigaram a maneira como esse neocórtex digital respondeu usando o sistema matemático da topologia algébrica. Isso lhes permitiupara determinar que nosso cérebro cria constantemente formas geométricas multidimensionais muito intrincadas e espaços que parecem “castelos de areia”.

Sem usar topologia algébrica, um ramo da matemática que descreve sistemas com qualquer número de dimensões, era impossível visualizar a rede multidimensional.

Utilizando a nova abordagem matemática, os pesquisadores foram capazes de ver o alto grau de organização no que antes pareciam padrões “caóticos” de neurônios.

“A topologia algébrica é como um telescópio e um microscópio ao mesmo tempo. Ele pode ampliar as redes para encontrar estruturas ocultas – as árvores na floresta – e ver os espaços vazios – as clareiras – tudo ao mesmo tempo”, afirmou a autora do estudo, Kathryn Hess.”

Os cientistas primeiro realizaram testes no tecido cerebral virtual que criaram e depois confirmaram os resultados fazendo os mesmos experimentos em tecido cerebral real de ratos.

Quando estimulados, os neurônios virtuais formariam um clique , com cada neurônio conectado a outro de tal forma que um objeto geométrico específico seria formado. Um grande número de neurônios adicionaria mais dimensões, que em alguns casos chegavam a 11. As estruturas se organizariam em torno de um buraco de alta dimensão que os pesquisadores chamaram de “cavidade”. Depois que o cérebro processou a informação, o clique e a cavidade desapareceram.

Esquerda: cópia digital de uma parte do neocórtex, a parte mais evoluída do cérebro. À direita: formas de diferentes tamanhos e geometrias que representam estruturas que variam de 1 dimensão a 7 dimensões e mais. O “buraco negro” no meio simboliza um complexo de espaços multidimensionais, também conhecidos como cavidades.

O pesquisador Ran Levi detalhou como está funcionando esse processo:

“O aparecimento de cavidades de alta dimensão quando o cérebro está processando informações significa que os neurônios da rede reagem aos estímulos de maneira extremamente organizada. É como se o cérebro reagisse a um estímulo construindo e depois arrasando uma torre de blocos multidimensionais, começando com hastes (1D), depois pranchas (2D), depois cubos (3D) e depois geometrias mais complexas com 4D, 5D , etc. A progressão da atividade através do cérebro se assemelha a um castelo de areia multidimensional que se materializa na areia e depois se desintegra.”

O significado da descoberta está em nos permitir uma maior compreensão de “um dos mistérios fundamentais da neurociência – a ligação entre a estrutura do cérebro e como ele processa a informação”, elaborou Kathryn Hess em entrevista à Newsweek.

Os cientistas procuram usar a topografia algébrica para estudar o papel da “ plasticidade ”, que é o processo de fortalecimento e enfraquecimento das conexões neurais quando estimuladas – um componente-chave na forma como nossos cérebros aprendem. Eles vêem uma aplicação adicional de suas descobertas no estudo da inteligência humana e na formação de memórias.

A pesquisa foi publicada no Frontiers in Computational Neuroscience.

Big Think

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*Fonte: sabersaude

5 Maneiras como a vida seria estranha se a TERRA fosse PLANA

Se você esteve na internet durante os últimos anos, provavelmente viu a enxurrada de conspiradores que decidiram contrariar tudo o que a ciência sabe até hoje e passaram a dizer que a Terra é plana. Na visão deles, nós não vivemos em um globo, mas sim em um disco estranho com a Lua e o Sol girando em nossas cabeças.

Loucura? Para alguns parece algo possível. Porém, se essa realmente fosse uma realidade, você já parou para pensar em como as nossas vidas seriam diferentes? Devido a todos os conhecimentos científicos que temos até hoje, muito mudaria. Então, veja só essa lista com cinco maneiras como a visa seria estranha se vivêssemos na Terra plana!

1. Fim da gravidade
Lembra todo aquele conceito de gravidade que você aprendeu na escola? Esqueça-o por completo. Na Terra esférica, a gravidade é responsável por puxar os objetos e nos prender no chão. E se adotássemos os mesmos conceitos para um planeta plano, ele logo voltaria a adquirir um formato esférico de qualquer maneira.

Então, tudo que a gente sabe até agora seria apenas uma grande mentira. Ou então, a gravidade seria aplicada nas extremidades do disco, puxando tudo para o centro — ou o Polo Norte, nessa visão de mundo. Isso causaria estragos por todas as partes, mas pelo menos saltar de um lugar para outro seria ainda mais fácil!

2. Inundação central
Se a gravidade puxasse tudo para o centro do planeta, o mesmo aconteceria com a chuva. Como sabemos, as precipitações só caem do céu por causa da gravidade e nesse novo sistema ela seria atraída para o ponto de maior força. Logo, somente no Polo Norte o mundo se comportaria da forma que conhecemos hoje.

Nesse sentido, água em rios e mares também fluiria em direção ao centro, o que automaticamente faria com que vastos oceanos se concentrassem nessa região em uma imensidão aquática sem limites. As bordas da Terra, por sua vez, estariam completamente secas.

3. Sumiço do GPS
Se a Terra fosse plana, é bem provável que os satélites também não existiriam — visto que teriam muitos problemas para orbitar esse tipo de astro. Sem satélites, esqueça todos os sistemas de GPS que inventamos até hoje. A geolocalização sumiria de uma vez por todas e você teria muito mais dificuldade de viajar para qualquer lugar no mundo.

Com o fim desse sistema, diversas das práticas que temos no mundo moderno fatalmente sumiriam como consequência e a humanidade ficaria, literalmente, perdida. Pelo lado positivo, a direção da chuva por conta da gravidade sempre nos mostraria para onde o norte fica.

4. Viagens mais longas
Viajar de um lugar para outro no mundo não seria apenas mais difícil pela ausência do GPS, como o tempo de locomoção seria consideravelmente maior. E por quê? De acordo com a crença da Terra plana, o Ártico fica no centro do planeta e a Antártida forma uma parede de gelo gigante em torno da borda — o que nos impediria de cair do planeta.

Portanto, viajar de uma ponta a outra do mundo plano demoraria quase que uma infinitude, visto que o conceito de atravessar a Antártida para reduzir o tempo de viagem seria um conceito que simplesmente não existiria.

5. Adeus, furacões
Todos os anos, furacões causam danos sem precedentes. Em 2017, o furacão Harvey sozinho causou danos no valor de US$ 125 bilhões nos Estados Unidos. Essa natureza devastadora só acontece por conta da força inercial de Coriolis, que faz com que as tempestades no Hemisfério Norte girem no sentido anti-horário e aquelas no Hemisfério Sul girem no sentido horário.

No entanto, na Terra plana estacionária — o que significa que o mundo não gira — nenhum efeito Coriolis seria gerado. Sem Coriolis, sem furacões. Pelo menos um benefício, não é mesmo?

*Por Pedro Freitas
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*Fonte: megacurioso

Cachorro robô aprende a andar em apenas uma hora analisando movimentos de animais

Um bebê girafa, assim como outros animais selvagens quadrúpedes, deve aprender a andar sobre suas pernas o mais rápido possível para evitar predadores. No entanto, assimilar a coordenação precisa dos músculos das pernas e tendões leva algum tempo.

Eles nascem com redes de coordenação muscular dotada de fios rígidos localizados em sua medula espinhal dos quais dependem para se manter em pé e se mover através de reflexos neurais.

Embora um pouco mais básicos, os reflexos do controle motor ajudam o filhote a evitar cair e se machucar durante suas primeiras tentativas de caminhada. Em seguida, é praticado um controle muscular mais avançado e preciso, até que eventualmente o sistema nervoso esteja bem adaptado aos músculos e tendões das pernas do animal para ele conseguir acompanhar os adultos.

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Sistemas Inteligentes (MPI-IS) em Stuttgart, na Alemanha, conduziram um estudo (publicado na revista Nature Machine Intelligence) para descobrir como os animais aprendem a andar e superar os tropeços. Para isso, eles construíram um robô de quatro patas, do tamanho de um cão de médio porte, que os ajudou a descobrir os detalhes.

“Como engenheiros e profissionais de robótica, buscamos a resposta construindo um robô que apresenta reflexos como um animal e aprende com os erros”, revelou em comunicado Felix Ruppert, ex-doutorando no grupo de pesquisa de locomoção dinâmica do MPI-IS. “Se um animal tropeça, isso é um erro? Não se acontecer uma vez. Mas se ele tropeça com frequência, nos dá uma medida de quão bem o robô anda”.


Algoritmo de aprendizagem otimiza medula espinhal virtual do cão robô

Um algoritmo bayesiano de otimização orienta o aprendizado da máquina: as informações medidas do sensor de pé são combinadas com dados de destino da medula espinhal virtual modelada funcionando como um programa no computador do robô. Ele aprende a andar comparando continuamente informações enviadas e recebidas do sensor, executando loops reflexos e adaptando seus padrões de controle motor.

O algoritmo de aprendizagem adapta parâmetros de controle de um Gerador de Padrão Central (CPG). Em humanos e animais, esses geradores de padrão central são redes de neurônios na medula espinhal que produzem contrações musculares periódicas sem entrada do cérebro.

Redes geradoras de padrão central auxiliam na geração de tarefas rítmicas, como caminhada, piscadas ou digestão. Além disso, reflexos são ações involuntárias de controle motor desencadeadas por vias neurais codificadas que conectam sensores na perna com a medula espinhal.

Enquanto o jovem animal caminha sobre uma superfície perfeitamente plana, os CPGs podem ser suficientes para controlar os sinais de movimento da medula espinhal. Uma pequena colisão no chão, no entanto, muda a caminhada. Reflexos entram em ação e ajustam os padrões de movimento para evitar que o animal caia.

Essas alterações momentâneas nos sinais de movimento são reversíveis, ou “elásticas”, e os padrões de movimento retornam à sua configuração original após a perturbação. Mas, se o animal não parar de tropeçar em muitos ciclos de movimento – apesar dos reflexos ativos – então os padrões de movimento devem ser reparados e tornados “plásticos”, ou seja, irreversíveis.

No animal recém-nascido, os CPGs inicialmente ainda não são ajustados o suficiente e o animal tropeça ao redor, tanto em terrenos uniformes quanto irregulares. O animal, todavia, aprende rapidamente como seus CPGs e reflexos controlam os músculos e tendões das pernas.

O mesmo vale para o cão robô batizado de “Morti”, que, além disso, otimiza seus padrões de movimento mais rápido que um animal, em cerca de uma hora. Seu CPG é simulado em um computador pequeno e leve que controla o movimento de suas pernas.

A medula espinhal virtual é colocada no robô quadrúpede no lugar onde estaria a cabeça. Durante a hora que leva para o robô andar suavemente, os dados do sensor de seus pés são continuamente comparados com o esperado tropeço previsto pelo CPG.

Se isso acontece, o algoritmo de aprendizagem muda o quão longe e o quão rápido as pernas balançam para frente e para trás e medem quanto tempo ele fica no chão. O movimento ajustado também afeta o quão bem o robô pode utilizar sua mecânica de perna compatível. Durante o processo de aprendizagem, o CPG envia sinais motorizados adaptados para que o robô passe a tropeçar menos e otimize sua caminhada.

Nesta estrutura, a medula espinhal virtual não tem conhecimento explícito sobre o design das pernas do robô, seus motores e molas. Não sabendo nada sobre a física da máquina, falta um robô “modelo”.

“Nosso robô é praticamente ‘nascido’ sem saber nada sobre suas pernas autônomas ou como elas funcionam”, explica Ruppert. “O CPG se assemelha a uma inteligência de caminhada automática incorporada que a natureza fornece e que transferimos para o robô. O computador produz sinais que controlam os motores das pernas, e o robô inicialmente anda e tropeça. Os dados voltam dos sensores para a medula espinhal virtual, onde os dados do sensor e do CPG são comparados. Se os dados do sensor não correspondem aos dados esperados, o algoritmo de aprendizagem muda o comportamento de caminhada até que o robô ande bem, sem tropeçar. Alterar a saída do CPG, mantendo os reflexos ativos e monitorando o tropeço do robô, é uma parte central do processo de aprendizagem”.

Baixo consumo de energia torna mecanismo mais viável
Enquanto robôs quadrúpedes industriais de fabricantes proeminentes, que aprenderam a correr com a ajuda de controladores complexos, têm muita fome de energia, o computador de Morti necessita de apenas cinco watts no processo de andar.

“Não podemos pesquisar facilmente a medula espinhal de um animal vivo. Mas podemos modelar um no robô”, diz Alexander Badri-Spröwitz, coautor do estudo e chefe do Dynamic Locomotion Research Group, no Max Planck. “Sabemos que esses CPGs existem em muitos animais. E sabemos que os reflexos estão incorporados, mas como podemos combinar ambos para que os animais aprendam movimentos com reflexos e CPGs? Esta é uma pesquisa fundamental na intersecção entre robótica e biologia. O modelo robótico nos dá respostas a perguntas que só a biologia não pode responder”.

*Por Flavia Correia
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*Fonte: olhardigital