A rotação da Terra está diminuindo – e pode ser a razão pela qual temos oxigênio para a vida

Desde sua formação, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a rotação da Terra tem diminuído gradualmente e, como resultado, seus dias têm se tornado progressivamente mais longos.

Embora a desaceleração da Terra não seja perceptível nas escalas de tempo humanas, é o suficiente para operar mudanças significativas ao longo de eras. Uma dessas mudanças, sugere uma nova pesquisa, é talvez a mais significativa de todas, pelo menos para nós: o prolongamento dos dias agora está relacionado à oxigenação da atmosfera terrestre.

Especificamente, as algas azuis (ou cianobactérias) que surgiram e proliferaram há cerca de 2,4 bilhões de anos seriam capazes de produzir mais oxigênio como um subproduto metabólico porque os dias da Terra ficaram mais longos.

“Uma questão persistente nas ciências da Terra é como a atmosfera da Terra obtém seu oxigênio e quais fatores são controlados quando essa oxigenação ocorre”, disse o microbiologista Gregory Dick, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

“Nossa pesquisa sugere que a taxa na qual a Terra está girando – em outras palavras, a duração do dia – pode ter tido um efeito importante no padrão e no tempo de oxigenação da Terra”.

Existem dois componentes principais nessa história que, à primeira vista, não parecem ter muito a ver um com o outro. O primeiro é que a rotação da Terra está diminuindo.

A razão pela qual a rotação da Terra está diminuindo é porque a Lua exerce uma atração gravitacional no planeta, que causa uma desaceleração rotacional, uma vez que a Lua está gradualmente se afastando.

Sabemos, com base no registro fóssil, que os dias duravam apenas 18 horas, há 1,4 bilhão de anos, e eram meia hora mais curtos do que hoje 70 milhões de anos atrás. As evidências sugerem que estamos ganhando 1,8 milissegundos por século.

O segundo componente é algo conhecido como o Grande Evento de Oxigenação – quando as cianobactérias emergiram em tão grandes quantidades que a atmosfera da Terra experimentou um aumento acentuado e significativo de oxigênio. Sem essa oxigenação, os cientistas pensam que a vida como a conhecemos não poderia ter surgido; então, embora as cianobactérias não sejam tão populares para nós hoje, o fato é que provavelmente não estaríamos aqui sem elas.

Ainda há muita coisa que não sabemos sobre este evento, incluindo questões latentes como por que aconteceu na época que aconteceu e não algum tempo antes na história da Terra.

Foram necessários cientistas trabalhando com micróbios cianobacterianos para conectar os pontos. Na dolina da Middle Island, no Lago Huron, América do Norte, podem ser encontrados tapetes microbianos que são considerados análogos das cianobactérias responsáveis ​​pelo Grande Evento de Oxigenação.

As cianobactérias roxas que produzem oxigênio por meio da fotossíntese e os micróbios brancos que metabolizam o enxofre competem em um tapete microbiano no leito do lago. À noite, os micróbios brancos sobem até o topo do tapete microbiano e comem enxofre. Quando o dia amanhece e o Sol se estende alto o suficiente no céu, os micróbios brancos se retraem e as cianobactérias roxas sobem ao topo.

“Agora elas podem começar a fotossintetizar e produzir oxigênio”, disse a geomicrobiologista Judith Klatt, do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha, na Alemanha.

“No entanto, leva algumas horas antes de realmente começarem, havendo uma longa defasagem pela manhã. As cianobactérias acordam mais tarde do que os micróbios com hábitos matutinos, ao que parece”.

Isso significa que a período diurno em que as cianobactérias podem bombear oxigênio é muito limitado – e foi esse fato que chamou a atenção do oceanógrafo Brian Arbic, da Universidade de Michigan. Ele se perguntou se a mudança na duração dos dias ao longo da história da Terra teve um impacto na fotossíntese.

“É possível que um tipo semelhante de competição entre micróbios contribuiu para o atraso na produção de oxigênio na Terra primitiva”, explicou Klatt.

Para demonstrar essa hipótese, a equipe realizou experimentos e análises nos micróbios, tanto em seu ambiente natural quanto em um ambiente de laboratório. Eles também realizaram estudos de modelagem detalhados com base em seus resultados para vincular a luz solar à produção de oxigênio microbiano e a produção de oxigênio microbiano à história da Terra.

“A intuição sugere que dois dias de 12 horas devem ser semelhantes a um dia de 24 horas. A luz do sol sobe e desce duas vezes mais rápido, e a produção de oxigênio segue em compasso”, explicou o cientista marinho Arjun Chennu, do Centro Leibniz de Pesquisa Marinha Tropical na Alemanha.

“Mas a liberação de oxigênio dos tapetes bacterianos não, porque é limitada pela velocidade de difusão molecular. Este desacoplamento sutil da liberação de oxigênio da luz solar está no cerne do mecanismo”.

Esses resultados foram incorporados a modelos globais de níveis de oxigênio, e a equipe descobriu que o aumento dos dias estava relacionado ao aumento no oxigênio da Terra – não apenas o Grande Evento de Oxigenação, mas outra segunda oxigenação atmosférica chamada de Evento Neoproterozoico de Oxigenação em torno de 550 a 800 milhões anos atrás.

“Nós vinculamos as leis da física operando em escalas muito diferentes, da difusão molecular à mecânica planetária. Mostramos que existe uma conexão fundamental entre a duração do dia e a quantidade de oxigênio que pode ser liberado por micróbios que vivem no solo”, disse Chennu.

“É muito emocionante. Desta forma, ligamos a dança das moléculas no tapete microbiano à dança do nosso planeta e sua Lua”.

A pesquisa foi publicada na Nature Geoscience.
*Por: Michelle Starr
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*Fonte: universoracionalista

As tempestades solares estão de volta, ameaçando a vida como a conhecemos na Terra

Poucos dias atrás, milhões de toneladas de gás superaquecido dispararam da superfície do Sol e foram lançados 145 milhões de quilômetros em direção à Terra.

A erupção, chamada de ejeção de massa coronal, não foi particularmente poderosa na escala do clima espacial, mas quando atingiu o campo magnético da Terra desencadeou a tempestade geomagnética mais forte vista em anos. Não houve muita perturbação desta vez – poucas pessoas provavelmente sabiam do que aconteceu – mas serviu como um lembrete de que o Sol acordou de um sono de anos.

Embora invisíveis e inofensivas para qualquer pessoa na superfície da Terra, as ondas geomagnéticas desencadeadas por tempestades solares podem paralisar as redes de energia, interferir nas comunicações de rádio, imbuir as tripulações das companhias aéreas em níveis perigosos de radiação e desequilibrar satélites essenciais. O Sol começou um novo ciclo de 11 anos no ano passado e atingirá seu pico em 2025, crescendo o espectro de um poderoso clima espacial que poderá causar estragos para os humanos, ameaçando o caos em um mundo que se tornou cada vez mais dependente da tecnologia desde as últimas grandes tempestades 17 anos atrás. Um estudo recente sugeriu que a adaptação para reforçar a rede de energia poderia levar a um investimento de US$ 27 bilhões (equivalente a R$ 136 bilhões) para a indústria de energia dos Estados Unidos.

“Ainda é notável para mim o número de pessoas, empresas, que pensam que o clima espacial é ficção de Hollywood”, disse Caitlin Durkovich, assistente especial do presidente dos EUA Joe Biden e diretor sênior de resiliência e resposta do Conselho de Segurança Nacional do país, durante uma palestra em uma conferência sobre o clima solar no mês passado.

O perigo não é hipotético. Em 2017, uma tempestade solar fez com que os rádios amadores ficassem estáticos no momento em que o furacão Irma de categoria 5 assolava o Caribe. Em 2015, tempestades solares derrubaram os sistemas de posicionamento global (GPS) no Nordeste dos Estados Unidos, uma preocupação especial quando os carros autônomos se tornaram uma realidade. Os pilotos de avião correm maior risco de desenvolver catarata quando ocorrem tempestades solares. Tripulações femininas têm taxas mais altas de abortos espontâneos.

Em março de 1989, uma tempestade solar em Quebec causou uma interrupção em toda a província que durou nove horas, de acordo com o site da Hydro-Quebec. Um estudo de 2017 no periódico da União de Geofísica dos Estados Unidos previu apagões causados ​​por severo clima espacial poderia atingir até 66% da população dos EUA, com perdas econômicas atingindo um potencial de US$ 41,5 bilhões (cerca de R$ 209,5 bilhões de reais) por dia.

Para evitar tal catástrofe, o governo do presidente Barack Obama traçou uma estratégia para começar a aumentar a conscientização sobre os perigos das enormes tempestades solares e avaliar os riscos que elas representam. No ano passado, o presidente Donald Trump sancionou o projeto de lei ProSwift, que visa desenvolver tecnologia para melhorar a previsão e medição de eventos climáticos espaciais.

Há um debate entre os cientistas sobre o quanto pode ser feito para proteger as partes vulneráveis ​​da infraestrutura do planeta dos efeitos das tempestades solares. Etapas como o uso de aço não magnético em transformadores e a instalação de mais protetores de sobretensão na rede podem aumentar a resistência, mas no final a melhor defesa contra a catástrofe pode ser uma previsão melhor.

Isso ajudaria muito a ajudar as empresas de serviços públicos a se prepararem para a escassez e a garantir que haja caminhos para fazer backup de seus sistemas no caso de perderem energia. Em semanas, um novo modelo desenvolvido pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, estará online para ajudar a melhorar as previsões terrestres.

No Reino Unido, a National Grid está aumentando seu fornecimento de transformadores sobressalentes e conduzindo testes regulares para lidar com um grande evento climático espacial, disse Mark Prouse, vice-diretor do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industria.

Nos últimos 15 anos, os EUA e o Reino Unido construíram centros de previsão do clima espacial que oferecem perspectivas diárias sobre o que pode estar vindo do Sol para companhias aéreas, redes de energia, proprietários de satélites e qualquer outra pessoa ameaçada por erupções solares. Embora os observadores ligados à Terra possam ver tempestades explosivas no Sol, eles não podem dizer a verdadeira natureza da ameaça – exatamente o quão potente ela é – até que a erupção alcance um conjunto de satélites a 1,6 milhão de quilômetros do planeta. Nesse ponto, faltariam apenas 60 a 90 minutos para atingir a Terra.

“Nossa capacidade de entender e prever o ciclo solar ainda é muito limitada”, disse William Murtagh, diretor do Centro de Previsão do Clima Espacial dos Estados Unidos.

Assim como as empresas de serviços públicos podem se preparar para uma tempestade severa colocando trabalhadores especializados em reparos nas proximidades, precauções semelhantes podem ser tomadas antes de uma tempestade solar, de acordo com Mark Olson, gerente de avaliação de confiabilidade da North America Electric Reliability Corp., uma organização sem fins lucrativos que responde aos EUA e governos canadenses.

“Você tem potencial para que áreas muito grandes tenham instabilidade de voltagem”, disse Olson. “A consciência situacional é a chave aqui, assim como nos eventos climáticos terrestres”.

As tempestades solares têm suas raízes em um ciclo de 11 anos que muda a polaridade do campo magnético do sol. As forças magnéticas que atuam no Sol se emaranham durante o processo e podem penetrar na superfície, enviando o plasma do Sol para o espaço sideral e potencialmente desencadeando tempestades na Terra.

A tempestade geomagnética mais poderosa já registrada resultou no Evento Carrington de 1859, quando linhas telegráficas eletrificaram, eletrocutando operadores e incendiando escritórios na América do Norte e na Europa. Se uma tempestade dessa magnitude ocorresse hoje, provavelmente cortaria a energia de milhões, senão de bilhões de pessoas.

“Quando comecei nesta estrada e fui informado sobre o clima espacial, fiquei bastante cético”, disse Prouse. “Hoje é muito mais mainstream e parte da mistificação se foi. Agora você pode considerá-lo um risco e não ser ridicularizado”.


*Por Brian K. Sullivan

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*Fonte: universoracionalista

Conrad Wolfram: “80% do que se aprende nas aulas de matemática não serve para nada”

Físico, que ficou conhecido após palestra no TED viralizar e que está mudando o ensino de matemática, aposta no fim dos cálculos à mão.

Conrad Wolfram (Oxford, 1970) avalia que nós temos um problema com a matemática. Ninguém está satisfeito: os estudantes acham que é uma matéria difícil e desinteressante, os professores se sentem frustrados com os resultados de seus alunos e os governos sabem que ela é importante para a economia, mas não sabem como atualizar os currículos escolares. “Vivemos em um mundo cada vez mais matemático, mas o seu ensino está estancado”, avalia Wolfram, físico e matemático formado pela Universidade de Cambridge e fundador da Computer Based Math, uma empresa focada na revisão do ensino da matemática que lançou há dois anos o seu programa piloto numa parceria com o Governo da Estônia.

Em 2010, Wolfram chamou a atenção de educadores e especialistas em educação de várias partes do mundo com sua palestra na TED intitulada Como ensinar a matemática do mundo real às crianças, que teve mais de 1,5 milhão de reproduções e na qual analisa os motivos pelos quais os estudantes perderam o interesse pela disciplina que está por trás das “mais emocionantes criações da humanidade”, desde os foguetes até as bolsas de valores.

Um excesso de horas dedicadas a aprender a calcular grandes equações e fazer contas em geral. Essa é a grande falha, segundo Wolfram, que aposta na introdução da computação nas salas de aula, deixando que as máquinas façam os cálculos.

Pergunta. Se as crianças não aprenderem a calcular, fazendo as operações com o computador, como irão entender o que estão fazendo?

Resposta. Os matemáticos vão me odiar por dizer isto, mas antes da existência dos computadores a matemática não era muito útil no dia a dia, para a vida em geral. Como em qualquer campo em que se utilizam muitos dados, como a física, a biologia ou a saúde, a computação elevou a matemática um novo patamar. Os problemas reais do século XXI só podem ser solucionados com o uso do computador, por isso ele deve entrar no sistema educacional como uma parte fundamental da disciplina de matemática. Não tem mais sentido que as crianças façam cálculos de equações de segundo grau em sala de aula; é preciso ensiná-las a interpretar os dados e a explorar a matemática em toda a sua utilidade. Tudo bem ensinar o seu funcionamento básico, mas complicar isso tudo até o esgotamento é uma estratégia equivocada que distancia o aluno da disciplina para o resto da vida. Basta dar o exemplo da condução: não é preciso entender o funcionamento do motor para dirigir um carro.

P. Alguns especialistas dizem que o cálculo ajuda a apreender o sentido dos números e constitui uma boa ferramenta para treinar a tomada de decisões.

R. Quando foi a última vez que você multiplicou 3/17 por 2/15? Provavelmente aprendeu a fazer isso na escola, mas nunca mais voltou a fazer essa conta. Muitos especialistas dirão que ao multiplicar frações você aprende, mas, na verdade, está apenas relembrando um determinado procedimento. Na verdade, não entende para o que faz isso, nem para que isso serve. Um exemplo bastante simples: na equação x+2=4, lhe ensinaram que se você passar o 2 para a direita, o sinal muda e se transforma em menos 2. Nesse caso você também não entende o que está fazendo. A matemática tradicional já não faz sentido e provavelmente 80% do conteúdo das aulas não é útil e você jamais utilizará fora da escola.

Não faz mais sentido que durante as aulas as crianças façam elas mesmas os cálculos de equações de segundo grau
P. Alguém poderia objetar que deixar que o computador faça os cálculos na idade de aprendizado é coisa de preguiçoso.

R. Tentar saber como é que o computador funciona não requer menos trabalho para o cérebro. Muito pelo contrário. Os problemas a serem resolvidos são muito mais complexos, e é aí que as crianças deveriam ser treinadas. A programação é algo que hoje equivaleria ao cálculo à mão. Saber dizer ao computador de forma muito precisa, com códigos e números, o que ele tem de fazer. Matemática, programação e raciocínio computacional devem fazer parte de uma mesma disciplina.

P. Poderia dar um exemplo de uma situação da vida real do que o senhor está falando?

R. Se eu lhe mostro os dados de dois sites e pergunto qual dos dois funciona melhor, a primeira pergunta que você deve fazer é o que significa melhor. Pode ser o tempo que os usuários passam em cada um deles ou as vezes que têm de clicar em algumas das abas… No mundo real, você pode usar a machine learning ou a análise estatística para medir e analisar resultados. Escolher qual opção funciona melhor em cada caso é complicado, e esse tipo de conhecimento não é ensinado na escola. A matemática é muito mais do que cálculos, embora seja compreensível que durante centenas de anos tenhamos dado tanta importância a isso, pois só havia uma forma de fazê-lo: à mão. Acontece que a matemática se libertou do cálculo, mas essa libertação ainda não chegou ao ensino.

P. Sua empresa reinventou a disciplina da matemática, introduzindo a computação e novas habilidades a serem avaliadas, como a comunicação matemática. Como foi que conseguiu convencer o Governo da Estônia a implantar essa concepção nas escolas públicas?

R. Com 1,3 milhão de habitantes, a Estônia é considerado o país mais digitalizado da Europa. Seus habitantes podem votar, pagar impostos, acessar arquivos médicos ou registrar uma empresa a partir de seus computadores caseiros em poucos minutos. No último relatório PISA, o país ultrapassou os finlandeses em ciências e matemática e se tornou a nova referência em termos de inovação educacional na Europa. Há três anos, eu conheci em um colóquio o seu Ministro da Educação, que é físico. Dois anos depois, lançamos o primeiro projeto piloto, que está sendo adotado em 10% das escolas públicas do país. Focamos a disciplina, no caso dos estudantes do ensino médio, em probabilidade e estatística e mudamos o sistema de avaliação. Os alunos aprendem a resolver questões reais, como, por exemplo: as meninas são melhores em matemática? Minha estatura está na média? Estamos conversando também com a Irlanda e com a Austrália.

P. Já tentou oferecer o seu programa a escolas inovadoras do Reino Unido?

R. O colégio frequentado pela minha filha, que tem 13 anos, modernizou a disciplina de história. Na nossa época, costumávamos decorar datas e fatos históricos. Agora, o foco está em como pesquisar. O seu primeiro trabalho foi analisar a história da própria escola. O currículo de matemática, porém, continua intocado e estancado. A barreira fundamental, para as escolas, é o diploma; atingir os padrões de conhecimento predeterminados para poder entrar na faculdade. Um fato chama atenção: temos detectado que os países que ocupam as melhores posições no PISA são aqueles que estão mais abertos às mudanças, enquanto os outros, como no caso da Espanha, que está estagnada há 15 anos na mesma posição, são mais resistentes a elas.

A barreira, para as escolas, é o diploma; atingir os padrões para o aluno poder entrar na faculdade
P. A palestra na TED de 2010 marcou uma virada em sua carreira?

R. Trabalhei durante mais de 30 anos com meu irmão em nossa empresa de software Wolfram Research, que tem sede em Illinois, nos Estados Unidos, e conta com cerca de 500 funcionários. No mesmo ano da palestra na TED, eu montei um pequeno departamento em Oxford, com umas 30 pessoas, dedicado exclusivamente a repensar a disciplina da matemática. Nosso lema é redesenhar a matemática reconhecendo a existência dos computadores. A ideia surgiu a partir de um serviço que oferecíamos para a Apple, especificamente para a Siri, o seu sistema de busca por meio de reconhecimento da voz. Se você questiona esse sistema a respeito de qualquer operação matemática complexa, em segundos ele o remete para nós. Foi então que me perguntei por que obrigamos os estudantes a dedicarem tantos anos de suas vidas a aprender o que um telefone resolve em poucos segundos.

P. Acredita que os governos dariam mais atenção às reformas que o senhor propõe se ela partisse de uma grande universidade, com Cambridge, por exemplo?

R. Hoje em dia Cambridge, Oxford, Harvard ou o MIT são organizações comerciais, que buscam o lucro tanto quanto qualquer empresa. Os governos precisam refletir sobre isso e não retirar credibilidade de uma iniciativa determinada só porque ela não vem de uma universidade. O que os paralisa é a falta de evidências, e eles acham que não fazer nada é menos arriscado do que experimentar novos métodos. O sistema educacional está em falta cada vez mais com os estudantes, e isso se explica pela falta de perfis STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Os jovens precisam ver alguma utilidade neles: ter habilidade para diferenciar uma boa hipoteca ou o ceticismo suficiente para questionar as estatísticas divulgadas pelo Governo. A falta de motivação é uma das grandes tragédias da matemática.

*Por Ana Torres Menárguez
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*Fonte: elpais

Entenda o ‘Grande Eclipse Solar Sul-Americano’, que acontece nesta terça

Quando a Terra e o Sol se alinham e a Lua está no meio dos dois ocorre um eclipse solar. Ele pode ser de três tipos: total (quando a lua encobre totalmente a luz solar), parcial (apenas uma parte da iluminação é encoberta pela Lua) e anelar, quando a distância entre os astros faz a Lua parar na frente do Sol, mas encobrindo apenas o centro, assim formando um anel de luz em torno da sombra da Lua que cobre o Sol. Confuso? O gif abaixo dá uma ajudinha.

Apesar de serem fenômenos curiosos – que podem “transformar o dia em noite” por alguns minutos – eles não são raros: os eclipses solares totais, por exemplo, ocorrem a cada 18 meses.

No entanto, o que torna a observação do breve desaparecimento do Sol tão emocionante é que ela só é visível para aqueles que estão diretamente no caminho da chamada umbra da Lua, ou seja, a parte mais escura da sombra de dentro da qual todo o disco do Sol é obscurecido.

O território total capaz de estar dentro “umbra” a cada eclipse não é muito grande – são áreas entre 150 quilômetros e 250 quilômetros de extensão que conseguem enxergar o fenômeno de cada vez. Apenas uma pequena porcentagem do hemisfério iluminado pela Terra é capaz de aproveitar a experiência ao vivo.

Além disso, a observação de um em tempo real é uma oportunidade genuinamente única na vida. Afinal, ainda que não sejam incomuns, eclipses solares totais ocorrem no mesmo local específico, em média, a cada 300 anos.

Em 21 de agosto de 2017, milhares de pessoas de todo o mundo testemunharam o “Grande Eclipse Solar Americano”, o primeiro eclipse solar total visto dos Estados Unidos desde 11 de janeiro de 1880.

Agora é a nossa vez: dia 2 de julho acontecerá o “O Grande Eclipse Solar Sul-Americano”, já que o estreito caminho do eclipse se estenderá pelo Pacífico Sul, começando em La Serena, no Chile, e encerrando em Buenos Aires, Argentina. Apenas esses 2 países conseguirão ter a visão total do eclipse – mas um eclipse parcial também será visível no Uruguai, Paraguai, Equador e Brasil. Neste mapa interativo, você consegue ver toda a região onde o eclipse vai aparecer.

Outra vantagem é que dois grandes observatórios – o Observatório Interamericano de Cerro Tololo e o Observatório de La Silla – estão diretamente no caminho da umbra. Os poderosos telescópios, posicionados nas áreas remotas conhecidas por seus céus claros no Chile, vão capturar o fenômeno impressionante ao vivo e transmiti-lo para centenas de países e milhões de pessoas em todo o mundo.

Aqui em terras tupiniquins, quase todo o país poderá ver pedaços do eclipse – dependendo da cidade, poderemos ver de 9% a 60% de ocultação do sol. O Nordeste será a única região que não conseguirá ver o fenômeno, pois o eclipse começará em um horário em que já estará escuro na região.

No Brasil, o espetáculo começa em algumas cidades por volta das 17h, com o pico do eclipse acontecendo às 17h49 no horário de Brasília. Neste site você pode pesquisar como o eclipse aparecerá na sua cidade (basta colocar sua cidade no campo de busca em que está escrito “place or country…”).

Se você estiver entre os poucos sortudos no caminho do “Grande Eclipse Solar Sul-Americano”, use óculos especiais para proteger os olhos da radiação ultravioleta, que pode resultar em danos permanentes – e até mesmo cegueira.

Para aqueles que não estão no caminho do eclipse solar, um consolo: entre 16 de julho e 17 de julho de 2019, uma grande parte do mundo – incluindo a América do Sul, Europa, África, Ásia e Austrália – verá um eclipse lunar parcial, ou uma espetacular “lua de sangue”. O jeito vai ser se conformar com esse, porque outro eclipse solar da magnitude do dia 2 só acontecerá de novo em 2103.

*Por Ingrid Luisa

 

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*Fonte: superinteressante

Caroline Herschel, a astrônoma que descobriu 8 cometas, mas ficou à sombra do irmão

A alemã Caroline Hershel (1750-1848) descobriu oito cometas, e um deles foi batizado em homenagem a ela.

Também descobriu uma galáxia e uma nebulosa.

Herschel foi a primeira mulher na Inglaterra a receber dinheiro por suas contribuições científicas.

Mas seu trabalho como astrônoma é menos conhecido que o de seu irmão William (1738-1822), que descobriu Urano.

Caroline passou muito tempo catalogando o trabalho do irmão em vez de se concentrar no seu.

Juntos, eles descobriram 2,4 mil objetos astronômicos.

Ela estava determinada a ser reconhecida por seu trabalho ainda em vida.

Então, ao achar seu oitavo cometa, ela viajou 48km até o Observatório Real em Greenwich para reivindicar a autoria do feito.

 

 

 

 

 

 

 

 

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*Fonte: bbc-brasil

 

10 fascinantes coisas que as ondas sonoras podem fazer

As pesquisas com o som ficam bem no meio do caminho entre o bizarro e o maravilhoso. Muitas vezes interpretadas como coisas constantes e imutáveis no mundo exterior, ondas sonoras, frequências e músicas estão mudando a face da ciência.

Elas levam a tecnologia para frente, revelam habilidades inesperadas e aparecem em lugares estranhos. O som também pode mexer com o cérebro humano em um nível surpreendente. Abaixo estão as 10 principais (e mais estranhas) descobertas científicas sobre o som feitas nos últimos tempos.

10. O som pode explicar a anestesia

A crença médica convencional afirma que os nervos “falam” com impulsos elétricos. Eles são os caminhos do cérebro que dizem para a mão acenar ou para a perna se mover para frente. Para os físicos, isso não faz muito sentido. As leis termodinâmicas afirmam que os impulsos elétricos geram calor, mas não há tal aquecimento dentro do corpo humano.

Eles apresentaram uma sugestão polêmica – os nervos não transmitem eletricidade. Em vez disso, eles se comunicam com ondas sonoras. Nem todo cientista concorda com essa ideia, mas isso poderia explicar um antigo mistério médico.

Os anestésicos já estão entre nós faz tempo, mas ninguém sabe ao certo como eles conseguem “desligar” todos os sentidos do sistema. Os nervos possuem membranas. Esses revestimentos devem manter uma temperatura semelhante ao calor corporal de uma pessoa para que pulsos de som pudessem transmitir suas mensagens. Bastante anestésico pode alterar a temperatura e efetivamente bloquear essas possíveis ondas sonoras de enviar sinais de dor durante uma cirurgia.

9. O sistema visual pode ouvir

Durante um experimento, o comportamento dos macacos levou a uma descoberta impressionante. Eles foram treinados para tocar uma luz sempre que ela aparecia em um painel. Quando o ponto era brilhante, os macacos encontravam com facilidade. Quando a luz estava mais apagada, eles tinham mais dificuldades para achar. No entanto, quando um som rápido acompanhava a luz mais fraca, os macacos apontavam tão rápido que há apenas uma explicação: o cérebro pode usar o som para ver.

Isso muda a neurociência como a conhecemos. Antes, acreditava-se que a audição e as partes visuais do cérebro não tinham relação entre si. Foco do estudo, 49 neurônios visuais no cérebro dos macacos provaram o contrário.

Na presença do ponto ruidoso de luz fraca, os neurônios se comportaram como se os olhos estivessem vendo uma luz mais forte do que realmente estavam. O tempo de reação foi tão rápido que apenas um vínculo direto entre as partes auditivas e visuais do cérebro poderia explicar.

Essas habilidades sensoriais interconectadas podem estar por trás da super visão dos surdos e também explicam porque os cegos geralmente desenvolvem ouvidos agudos. A região do cérebro de um sentido perdido provavelmente continua a dar apoio ao outro sentido que ainda funciona.

8. Nova maneira de testar o sangue

Os exames de sangue são fundamentais para o diagnóstico correto da condição de um paciente, mas nem sempre são fáceis ou sem riscos. A tecnologia atual de triagem de sangue pode ser demorada, danificar amostras e há sempre o risco de contaminação, além do sangue não ser facilmente transportado.

Recentemente, um novo método mudou tudo isso. O sangue agora pode ser testado com ondas sonoras, que podem fornecer um resultado rápido e preciso. Quando os cientistas querem informações sobre a condição de um paciente, eles buscam exossomos. As células liberam esses minúsculos mensageiros, que revelam muito sobre a saúde e os distúrbios do corpo.

A nova técnica separa células, plaquetas e exossomos com sons em diferentes frequências. O sangue é exposto brevemente às pressões acústicas do teste, e isso evita qualquer dano à amostra.

As aplicações de usar o som para testar o sangue são possivelmente salvadoras de vidas. Um diagnóstico mais rápido, testes de rotina para órgãos previamente difíceis de alcançar e substituir a maioria das biópsias estão entre os benefícios. Uma das possibilidades mais valiosas é que o teste pode se tornar um kit portátil usado em qualquer lugar – de ambulâncias até aldeias isoladas.

7. A resposta para a levitação

Os entusiastas da levitação já tentaram anular a gravidade com qualquer coisa, desde ímãs até lasers. Acontece que a resposta é um silencioso ruído. Em 2014, uma universidade escocesa descobriu que a percussão sonora provavelmente poderia levantar um objeto.

As ondas de pressão de sons produzem força quando se movem através de um meio – neste caso, o ar. Esta força pode ser aproveitada para criar levitação. No entanto, eles não conseguiram criar um dispositivo bem-sucedido.

O problema era um padrão. As ondas precisavam ser liberadas em uma ordem específica para cancelar a gravidade. Diferentes pressões tiveram que ser implantadas simultaneamente para manter o objeto no alto, estável ou em movimento na direção desejada. Isso exigiu uma solução matemática imensamente complicada.

Recentemente, outro grupo de cientistas usou o software e os dados escoceses para encontrar o padrão mágico. Eles encontraram três e até construíram um campo de som 3-D bem-sucedido com 64 alto-falantes requintadamente pequenos.

Chamado de holograma acústico, o campo levitou bolas de poliestireno com sucesso. Com os três padrões diferentes, os pesquisadores conseguiram apertar as bolas de uma forma semelhante a uma pinça, segurá-las dentro uma gaiola feita de som ou mantê-las firmes no ar.

6. O som pode extinguir o fogo

A princípio, a Universidade George Mason, nos EUA, se recusou a acreditar na ideia de dois de seus estudantes. Os dois futuros engenheiros queriam reprimir chamas com ondas sonoras. Pesquisas anteriores sobre o tema despertaram o interesse da dupla em inventar o primeiro extintor usando o som.

Como eles eram engenheiros elétricos e de software, não químicos, eles conseguiram mais escárnio do que suporte. Seth Robertson, de 23 anos, e Viet Tran, de 28 anos, continuaram mesmo assim, sob a orientação de um professor.

Eles eliminaram rapidamente os sons quando as ondas eram muito inconsistentes para interromper as chamas. A ideia era separar o fogo do que o alimenta – o oxigênio. Isso finalmente aconteceu quando o fogo foi atingido com baixas frequências de 30 a 60 hertz.

As ondas de pressão criaram um vácuo com pouco oxigênio. Impedidas de se reativarem, as chamas morreram instantaneamente. É necessário mais trabalho antes de produzir um extintor portátil que funcione em diferentes combustíveis e tamanhos de fogo. Mas a descoberta abre a porta para uma melhor luta contra incêndios que não deixa toxinas para trás, como acontece com extintores convencionais.

5. Sons podem alterar sabores

Os sons de baixa frequência não só afastam os incêndios. Eles também salientam o sabor amargo nos alimentos. No outro extremo da escala, sons de maior frequência adicionam um toque de doçura na comida.

O fenômeno não é totalmente compreendido, mas muitos experimentos em laboratório e em restaurantes confirmaram que as notas afetam o paladar. Isto é o que os pesquisadores chamam de “gosto modulador”. Parece mudar a amargura ou a doçura de quase tudo – de bolo a café.

A influência incomum não toca diretamente as nossas papilas gustativas. Em vez disso, parece funcionar no cérebro. As notas altas ou baixas alteram a preferência do cérebro de se concentrar nas qualidades doces ou amargas de uma refeição.

O ruído também pode afetar negativamente a experiência gastronômica. Em 2011, um estudo descobriu que o ruído de fundo desempenhava um papel importante. Se muito alto, as pessoas são menos propensas a saborear sal e doçura ou desfrutar da hora do almoço. Isso explica por que restaurantes barulhentos podem estragar uma refeição e por que a comida dos aviões tem uma fama ruim.

4. Sinfonias de dados

Mark Ballora cresceu em uma casa musical. Mais tarde, durante seus estudos de doutorado, ele se interessou em transformar dados em música. Ele se virou para a sonificação, o processo de troca de dados planos em ondas sonoras.

Durante as duas décadas seguintes, Ballora criou músicas que continham dados de vários estudos. Isso incluiu energia de uma estrela de nêutrons, ciclos de temperatura corporal de esquilos árticos, tempestades solares e tempestades tropicais.

Ao criar uma das suas sinfonias, Ballora se familiariza pela primeira vez com a informação e sobre o que é o estudo. Então ele adiciona som adequado que complementa os números e a natureza do estudo.

Quando ele transformou o vento solar em música, a melodia resultante foi “deslocante e brilhante”. Embora não seja uma ferramenta generalizada no mundo científico, a sonificação fez algum progresso na astronomia.

No Observatório Astronômico Sul Africano da Cidade do Cabo, a astrofísica cega Wanda Merced escuta seus dados. Ela descobriu que as explosões estelares produzem ondas eletromagnéticas quando as partículas do evento violento trocam energia. Os seus colegas com visão perderam completamente isso porque eles apenas olham os gráficos.

3. Efeito “Festa de coquetel”

Quando os pesquisadores queriam entender um fenômeno chamado efeito “festa de coquetel”, eles se voltaram para pacientes com epilepsia. Essess pacientes tinham uma vantagem valiosa – eletrodos na superfície de seus cérebros.

As gravações eram destinadas a rastrear crises, mas sete pacientes também emprestaram sua matéria cinzenta ao estudo do som. Quando alguém se concentra em uma conversa em um ambiente muito barulhento, isso é chamado de efeito festa de coquetel. Os cientistas queriam entender como a mente tira sentido de um discurso em meio a distrações auditivas altas.

Cada paciente ouviu a mesma gravação ilegível. Quase ninguém entendeu quem estava falando. Então eles ouviram uma versão clara da mesma frase, seguida imediatamente pela mesma linha distorcida. Incrivelmente, todos entenderam a voz confusa. A atividade cerebral mostrou que não estavam fingindo.

Durante o primeiro teste (ilegível), as regiões de som e fala permaneceram um pouco inativas. Mas elas se iluminaram com as gravações subsequentes. Na verdade, a plasmática incrível e rápida do cérebro está por trás da nossa capacidade de acompanhar as conversas em uma festa barulhenta.

Uma vez que reconheceu palavras, o cérebro reagiu de forma diferente à segunda sentença ilegível, aperfeiçoando os sistemas visual e auditivo, ajustando-os para localizar a fala e filtrar o ruído.

2. Ruído rosa

Entre pessoas com insônia, o termo “ruído branco” às vezes é sinônimo de boa noite de descanso. Sua capacidade de bloquear a distração de fundo enquanto está fácil de ignorar ajuda muitos a dormir. Mas vários estudos independentes encontraram algo melhor para quem tem problemas com o sono – o ruído rosa.

O ruído branco é um som contínuo, enquanto as frequências altas e baixas do rosa carregam oitavas com potência idêntica. A luz no mesmo espectro de potência parece rosa, e isso deu ao ruído seu nome.

Os sons agradáveis ​​do vento, das folhas enrugadas ou da chuva atingindo o telhado podem retardar a atividade do cérebro. Como resultado, o sono é mais profundo e mais tranquilo. Pesquisadores chineses descobriram que o ruído rosa fazia com que 75% dos voluntários dormisse melhor. Quando eles fizeram o teste em pessoas que cochilavam de dia, aqueles que entraram nessa fase do sono aumentaram 45% por cento.

Para adultos mais velhos, isso pode ser uma boa notícia. O envelhecimento traz um sono fragmentado, que é responsável pela perda de memória. Uma equipe universitária americana expôs indivíduos de mais de 60 anos a vibrações cor de rosa. Na parte da manhã, eles receberam um teste de memória. Aqueles que nunca ouviram o ruído rosa se saíram três vezes pior do que aqueles que o fizeram.

1. Há pessoas que odeiam o som

Para aqueles que amam o ruído rosa ou concertos de rock, pode parecer surreal encontrar alguém que não consiga ouvir alguns sons, como o som do clique de uma caneta ou o desembrulhar de um presente.

Embora alguns possam pensar que essas pessoas estão exagerando, cientistas do Reino Unido descobriram que a intolerância ao som é uma condição médica real. Chama-se misofonia e deriva de uma anormalidade cerebral. Uma parte do lobo frontal é menor e mais subdesenvolvida nas pessoas que sofrem dessa condição do que naqueles que não consideram a digitação em um teclado um som vindo diretamente do inferno.

Dois grupos, misofônicos e pessoas livres da condição, ouviram sons enquanto cientistas estudavam sua atividade cerebral. Ruídos desagradáveis ​​dispararam o insular anterior de cada voluntário, independentemente de qual grupo eles estavam. Essa região cerebral desencadeia emoções e a reação de luta ou fuga.

No entanto, os cérebros misofônicos responderam de forma mais intensa e apresentaram sintomas de estresse físico, como batimentos cardíacos rápidos e transpiração. Curiosamente, o insular anterior está diretamente conectado à anormalidade estrutural do lobo frontal. [Listverse]

 

 

 

 

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*Fonte: hypescience

Uma nova teoria física para a origem da vida

Primeiramente, por que a vida existe?

Hipóteses populares creditam uma sopa pré-biótica, uma imensa quantidade de raios e um tremendo golpe de sorte. Mas, se uma nova teoria estiver correta, a sorte pode ter exercido um papel mínimo. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e a subsequente evolução da vida seguem um padrão das leis fundamentais da natureza e “deve ser tão natural quanto pedras rolando por uma ladeira”.

No ponto de vista da Física, há uma diferença essencial entre seres vivos e aglomerados inanimados de átomos de carbono: o primeiro tende a ser bem melhor em absorver a energia do seu ambiente e dissipar ela em forma de calor. Jeremy England, 31, professor no MIT (Massachusetts Institute of Technology), tem desenvolvido uma fórmula matemática que ele acredita que possa explicar essa capacidade. A fórmula, baseada em uma física já conhecida, indica que, quando um grupo de átomos é guiado por uma fonte externa de energia (tal como o Sol ou combustíveis químicos) e cercada por um meio que mantenha o calor (como o oceano ou a atmosfera), ele provavelmente irá se reestruturar gradualmente, de forma a dissipar cada vez mais energia. Isso poderia significar que, em determinadas condições, a matéria pode inevitavelmente adquirir o atributo físico associado à vida.

“Você começa com um aglomerado aleatório de átomos, e, se você deixá-lo exposto à luz por um determinado tempo, não seria surpreendente se você conseguisse uma planta”, diz England.

A teoria de England está destinada a fundamentar e sustentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin, que pode prover uma poderosa descrição da vida. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinianas estão erradas”, ele explica. “Muito pelo contrário. Eu só estou dizendo que, de acordo com a perspectiva da Física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso específico de um fenômeno generalizado”

Sua ideia, detalhada em um paper e mais bem elaborada em palestras das quais ele está dando para universidades ao redor do mundo, gerou uma polêmica entre seus colegas, que veem isso como um tênue ou um potencial avanço.

England avançou “um bravo e importante passo”, diz Alexander Grosberg, professor de Física na Universidade de Nova Iorque, que tem seguido os trabalhos de England desde os primeiros estágios. A “grande esperança” é como ele tem identificado o princípio da física subjacente que vem conduzindo a origem e a evolução da vida.

“Jeremy é apenas o mais brilhante jovem cientista do qual eu já ouvi falar”, diz Atilla Szabo, um biofísico do Laboratório de Físico-Química do NIH (National Institutes of Helth), que apoiou England e sua teoria depois de conhecê-lo em uma conferência. “Eu fiquei surpreso com a originalidade das ideias”.

Outros, tal como Eugene Shakhnovich, um professor de Química, Bioquímica e Biofísica na Universidade de Havard, não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, mas, neste ponto, ele é bastante especulativo, especialmente quando está se referindo ao fenômeno da vida”, diz Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos. É, em sua interpretação, o que os torna improváveis. Mas já há ideias de como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, diz Mara Prentiss, professora de física da Universidade de Harvard. “Em linhas de organização, eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certa ou errada, valerá muito a pena a sua investigação”
Simulação gráfica por Jeremy England e seus colegas, onde mostra um sistema de partículas confinadas dentro de um líquido viscoso do qual as partículas destacadas de turquesa são estimuladas por uma força. Depois de um tempo (de cima para baixo), a força provoca a formação de mais ligações entre as partículas.

Na sua monografia O que é vida?, em 1944, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isto é o que os seres vivos precisam. Uma planta, por exemplo, absorve extremamente a luz solar, usa ela para produzir açúcares e “ejeta” luz infravermelha. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa.

A vida não viola a Segunda Lei da Termodinâmica, mas até recentemente, físicos eram incapazes de usar a Termodinâmica para explicar porque ela deve surgir em primeiro lugar. Na época de Schrödinger, eles só poderiam resolver as equações da Termodinâmica aplicadas em sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 60, o físico belga Ilya Prigogine teve progresso em prever o comportamento de sistemas abertos movidos por fontes de energia internas (o motivo dele ter ganho o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento dos sistemas que estavam longe de um equilíbrio, conectados com o ambiente externo e fortemente influenciados por fontes externas de energia, não poderiam ser previstos.

A situação mudou mais tarde. Na década de 90, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland, e de Gavin Crooks, agora no Labotarótio Nacional Lawrence Berkeley. Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tal como o resfriamento de um copo de café, corresponde a uma simples razão: a probabilidade de que os átomos vão submeter-se a tal processo dividida pela probabilidade deles sofrerem o processo inverso (isto é, a interação espontânea de tal modo que o café aquece). A fórmula, ainda que rigorosa, poderia ser, em princípio, aplicada para qualquer processo termodinâmico, não importando o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão do equilíbrio de Mecânica Estatística melhorou muito”, Grosberg disse. England, que é treinado em Física e Bioquímica, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o seu conhecimento de Física Estatística em biologia.

Usando a formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da Segunda Lei da Termodinâmica que atribui a certos sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente movidos por uma fonte externa de energia tal como uma energia eletromagnética, e eles podem descartar calor em um banho térmico. Essa classe de sistemas inclui todos os seres vivos. England, então, determinou o quanto os sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que a irreversibilidade aumenta. “Nós podemos mostrar, de forma muito simples, a partir da fórmula, que os resultados evolutivos vão ser aqueles que absorvem e dissipam mais energia para o ambiente externo, no caminho para chegarem lá”, ele diz. As descobertas fazem um senso intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando elas são estimuladas por uma força motriz.

“Isto significa que os aglomerados de átomos rodeados por um banho de certa temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender, ao longo do tempo, a se organizarem para repercutir melhor com as fontes de trabalho mecânicas, eletromagnéticas ou químicas nos seus ambientes”, England explica.

A auto-replicação (ou reprodução, em termos biológicos), é o processo que move a evolução da vida na Terra. É um mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma ascendente quantidade de energia ao longo do tempo. Como England cita, “uma boa forma de se dissipar é fazendo cópias de si mesmo”. Em um paper para Journal of Chemical Physics, ele informou o mínimo teórico para que a dissipação possa ocorrer durante a auto-replicação das moléculas de RNA e das células bacterianas, e mostrou que é muito perto dos reais valores de dissipação que esses sistemas podem ter enquanto replicam. Ele também mostrou que o RNA, o ácido nucleico, que muitos cientistas acreditam que serviu como precursor do DNA, é particularmente um material simples e “barato”. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “aquisição darwiniana” não foi, talvez, surpreendente. A química da sopa pré-biótica, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e outros inúmeros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade das fauna e flora do planeta. Mas, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente que conduz todo o processo é resultado da adaptação orientada à dissipação da matéria.

Esse princípio também se aplicaria à matéria inanimada. “É muito tentador especular os fenômenos da natureza, nós podemos, agora, caber nessa grande tenda de organização e adaptação pela dissipação-condução”, England diz. “Muitos exemplos como esse poderiam estar bem debaixo do nosso nariz, mas não os notamos porque não temos estado a observá-los”.

Cientistas já observaram a auto-replicação em sistemas inanimados. De acordo com a nova pesquisa, liderada por Philip Marcus, da Universidade da Californa, Berkley, e divulgada na Physical Review Letters, em Agosto, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente através da energia da matéria ao seu redor. Em um outro paper publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, Michael Brenner, um professor de Matemática Aplicada e Física de Harvard e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se auto-replicam. Esses aglomerados de microesferas, especialmente revestidas, dissipam energia por estimular esferas próximas a formar aglomerados idênticos. “Isto se liga muito ao que Jeremy está dizendo”, Brenner diz.

Além da auto-replicação, a organização estrutural é outro meio pelo qual os sistemas são fortemente impulsionados para dissipar energia. Uma planta, por exemplo, é melhor em capturar e rotear a energia solar através de si que um aglomerado de átomos de Carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Essa tendência poderia explicar a ordem interna dos seres-vivos e de muitas estruturas inanimadas. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos, todos têm em comum que são estruturas definitivamente moldadas que surgem em muitos sistemas de partículas conduzidos por um processo dissipativo”, ele diz. Condensação, vento e resistência do ar são relevantes processos nesses casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre seres-vivos e inanimados é apagada”, diz Carl Franck, um Físico Biológico da Universidade de Cornell, em um e-mail. “Estou particularmente impressionado por essa noção de quando um considera sistemas tão pequenos quanto circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas.

A ideia ousada de England, muito provavelmente, irá sofrer um exame bastante detalhado nos anos seguintes. Ele está, por enquanto, trabalhando apenas com simulações gráficas feita em computador para testar a sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam suas estruturas para facilitar a dissipação de energia. O próximo passo será fazer experimentos em sistemas reais.

Prentiss, que dirige um laboratório de Biofísica Experimental em Havard, diz que a teoria de England pode ser testada a partir da comparação de células com diferentes mutações e procurando a correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam com as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado porque uma mutação poderia ter resultados diferentes”, ela diz. “Mas se alguém continuar fazendo muitos desses experimentos em diferentes sistemas e se são de fatos correlacionados, isto quer dizer que ele é o princípio de organização correto”.
Se a teoria estiver correta, a mesma física que se identifica como responsável pela origem dos seres-vivos poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley
Se a teoria estiver correta, a mesma física poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley

Brenner diz que ele espera conectar a teoria de England com as suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os procedimentos de auto-replicação e auto-montagem possam ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, ele diz.

Ter um princípio fundamental da vida evolução daria a pesquisadores uma perspectiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e a sua função nos seres-vivos, muitos dos pesquisadores dizem. “A seleção natural não explica certas características”, diz Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford, em um e-mail. Essas características incluem uma mudança hereditária para a expressão genética chamada “metilação”, o aumento da complexidade na ausência da seleção natural, e certas mudanças moleculares que ele recentemente estudou.

Se a abordagem de England continuar sendo testada, ela poderá liberar mais ainda os biólogos e fazer com que eles busquem mais a explicação darwinista para todas as adaptações e permitir com que eles pensem mais de modo geral, em termos da organização orientada pela dissipação. Eles podem achar, por exemplo, que “a razão que um organismo mostra certa característica X ao invés de Y talvez não seja porque X é mais capaz que Y, mas sim porque as restrições físicas tornaram mais fácil evoluir para X do que para Y”, Louis diz.

“As pessoas muitas vezes ficam presas pensando sobre seus problemas individuais”, Prentiss diz. Querendo ou não, as ideias de England virão a ser exatamente certas, ela diz, “pensar de forma mais ampla fará com que muitas descobertas científicas sejam feitas”.

Artigo por Natalie Wolchover, publicado no site da Simons Foundation, em 22 de Janeiro de 2014, com título A New Physics Theory of Life e no site da Scientific American, em 28 de Janeiro de 2014, com o mesmo título.

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*Fonte: universoracionalista

Seis palavras que são mal utilizadas na ciência, de acordo com cientistas

Em ciência, muitas frases e palavras têm significados diferentes em relação ao significado popular. Alguns cientistas argumentam que os termos que são comumente incompreendidos deveriam ser substituídos, mas isso apenas prolongaria ainda mais o problema. Se “teoria” fosse substituída por alguma outra palavra, seria quase inevitável que a sua palavra “nova” também fosse usada indevidamente e assim sucessivamente. Em vez disso, é necessário uma melhor educação científica a fim de ajudar as pessoas a compreender os termos que os cientistas usam para definir a nossa realidade.

 

1. Teoria

Teoria é provavelmente um dos termos científicos mais deturpados pelo senso comum. A frase “isso é só uma teoria” é um ataque comum sobre as teorias científicas por pessoas que não entendem o termo. Quantas vezes você já ouviu os antievolucionistas usarem a frase “bem, a evolução é só uma teoria. Não é uma lei”. As teorias são um dos pontos mais altos da ciência e são amplamente aceitas na comunidade científica como sendo verdadeiras. A teoria não é uma ideia aleatória que os cientistas têm no calor do momento; elas são amplamente testadas sob as condições mais rigorosas da investigação científica. Considerando que uma determinada teoria não possa ser provada verdadeira, eles têm evidências que suportam a ideia original, demonstrado a sua “veracidade”.

2. Modelo

Modelo é também uma palavra problemática por várias razões. Em primeiro lugar, um modelo científico (na maioria dos contextos) é uma maneira de quantificar um evento natural particular para nos ajudar a compreendê-lo melhor. Eles variam um pouco no uso exato de sua definição em diferentes campos da ciência, mas a ideia básica é a mesma.

Os cientistas gastam uma tonelada de tempo comparando os modelos concorrentes uns aos outros, refinando seus modelos e, em geral, trabalhando para tornar o modelo o mais preciso possível. O consenso esmagador da mudança climática vem de nossos modelos climáticos. À medida que recolhemos mais dados e estudamos a forma como a biosfera funciona, tornamos capazes de refinar nossos modelos climáticos. Isso nos deu uma visão mais ampla para resolver alguns problemas fundamentais do quebra-cabeça climático e que nos levam a uma conclusão inquietante de que a atividade humana atual está tendo um impacto grave e desfavorável sobre o meio ambiente.

3. Ceticismo

“Seja cético. Porém, quando encontrar uma evidência, aceite-a.”

Essa citação de Michael Specter é perfeita para descrever o verdadeiro ceticismo. Na mídia, o termo cético é frequentemente aplicado para pessoas que aceitam a pseudociência, mas que são céticas com a ciência: “céticos da vacina”, “céticos do clima”, “céticos farmacêuticos”, e assim por diante. O termo dá a essas pessoas (e outros grupos similares) um pouco de credibilidade. Geralmente, essas pessoas estão ignorando evidências. Michael Mann, cientista climático da Universidade Estadual da Pensilvânia, resume melhor o problema: “Negar a ciência dominante com base em críticas frágeis e inválidas não é ceticismo. É negacionismo.”

Um verdadeiro cético está disposto a olhar para todas as evidências científicas disponíveis e está disposto a analisá-las sem viés. Quando a evidência diz alguma coisa, um cético pode aceitar o resultado diante delas… até que sejam apresentadas novas evidências.

4. Significativo

Essa causa um problema enorme! Muitas vezes esse termo é usado na frase “estatisticamente significativo”, e, às vezes, ele é aplicado indevidamente. Estatisticamente significativo é usado cotidianamente para descrever algo importante. “Houve um aumento estatisticamente significativo no autismo em crianças que receberam vacinas”, é uma frase que eu ouvi muitas vezes. Em primeiro lugar, em um ambiente científico, “significativo” não significa “importante”. Estatisticamente falando, algo que é “significativo” é simplesmente algo que é probabilisticamente improvável de ocorrer. Isso não necessariamente significa que há um resultado significativo. Se um experimento científico está sendo conduzido corretamente, então uma significância estatística pode relevar muito. Se o experimento está sendo conduzido de maneira falha, como é o caso de muitas pseudociências, então a significância não significa nada, porque todas as variáveis não foram controladas.

5. Natural

Natural é um termo que acabou se transformando em algo para definir saúde e vitalidade. “As empresas farmacêuticas são inimigas, elas promovem a dependência de drogas a custo dos remédios naturais que os nossos corpos precisam. Elas são imorais e estão impulsionadas pela ganância. Por que tomar drogas quando as ervas podem resolver? Por que usar produtos químicos quando solventes homeopáticos podem resolver? É a hora de retornarmos as alternativas médicas naturais.” Embora seja uma citação a partir de uma apresentação de Tim Minchin, ele resume o argumento usado para defender coisas “naturais”.

Em primeiro lugar, nem tudo que é “natural” é bom para você. “Natural” significa simplesmente que “existe na natureza”. O arsênico é natural e eu tenho certeza que ninguém irá querer tomá-lo como um remédio natural. Mesmo as coisas naturais que são boas para o seu organismo, elas só devem ser tomadas com moderação, incluindo o sal e a água (é difícil morrer de intoxicação por água, mas é possível). Mesmo utilizando a definição da pseudociência do que é “natural”, ou seja, medicinas alternativas, o natural ainda não é sempre uma coisa boa. As empresas publicitárias que promovem produtos naturais são conhecidas por cometer vários tipos de fraudes e quando as pessoas compram um remédio natural para sobrepor a medicina real, algumas complicações graves de saúde podem ocorrer.

6. Químico

Como estamos falando sobre remédios naturais, temos que mencionar também os produtos químicos. O movimento anti-flúor afirmou com base em um rótulo de flúor, ligando-o a um produto químico, que ele é ruim para adicionar à água, porque estaríamos ingerindo produtos químicos maléficos. Cientificamente falando, os produtos químicos estão em toda parte. Uma substância química é algo que é estudada em química; isso é praticamente qualquer coisa que é feita de átomos. Oxigênio, água, nitrogênio, tudo o que comemos, bebemos e interagimos é feito a partir de produtos químicos. Existem produtos químicos que são necessários para a vida existir e há produtos químicos que podem matar rapidamente seres humanos (e outros animais).

Conclusão

O problema da cultura predominante é o analfabetismo científico no sistema de ensino. Na América e em outras partes do mundo, os estudantes do ensino fundamental e médio não tiveram uma educação científica rigorosa. Esses termos são, então, mal interpretados e, como resultado, temos um punhado de pessoas que negam fatos científicos e veem com um olhar de desconfiança o processo científico. Portanto, lembre-se da verdadeira definição dessas palavras na próxima vez que ouvi-las.

 

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*Fonte: universoracionalista

18 fatos científicos descobertos neste ano que você precisa conhecer

O primeiro semestre de 2017 nem acabou e os especialistas do mundo todo já encontraram novidades suficientes deixar os apaixonados por ciência animados. O site Science Alert fez uma seleção das melhores descobertas:

 

1. Pulmões também servem para produzir sangue. Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que esses órgãos produzem a maior pare das plaquetas do sangue, cerca de 10 milhões por hora.

2. Em artigo publicado no periódico IOPscience, cientistas constataram que é impossível criar uma máquina do tempo — a esperança é encontrar materiais que possam dobrar o espaço-tempo.

3. A Sibéria tem uma cratera enorme chamada “porta para o submundo” e seu pergelissolo (o tipo de solo encontrado no ártico) está derretendo tão rápido que antigas florestas estão surgindo pela primeira vez em 200 mil anos.

4. Os primeiros organismos semi-sintéticos já estão vivendo entre nós: cientistas americanos criaram novas formas de vida usando um código genético expandido.

5. Vantablack é o material mais escuro conhecido pela ciência e agora pode ser encontrada na forma de spray.

6. Os cristais do tempo são um novo estado de matéria e agora temos um plano real para criar esses “objetos impossíveis”.

7. Um novo órgão humano, o mesentério, foi encontrado. Em um estudo, cientistas decobriram que ele une o intestino com a parede do abdômen.

8. Carl Sagan estava certo. Na obra O Mundo Assombrado Pelos Demônios, de 1995, o astrônomo prevê que, em um futuro no qual as pessoas se sentem descrentes em relação à política e os políticos não conseguem representar os desejos da população, a humanidade iria se voltar para as pseudociências. Não deu outra.

9. Um único neurônio, que envolve todo o cérebro dos ratos, foi encontrado e os estudos sugerem que ele está ligado com a consciência dos mamíferos. Pelo menos é isso que defendem os cientistas no Institudo Allen de Ciências Neurológicas de Seattle, nos Estados Unidos.

10. O cachorro mais antigo do mundo não está extinto: o cão-cantor-da-nova-guiné parece estar se multiplicando. Recentemente, especialistas conseguiram fotografar mais de 15 indivíduos da espécie em um local remoto da Nova Guiné.

11. O apêndice pode não ser tão inútil como imaginávamos. Especialistas notaram que, durante a evolução, ele se modificou diversas vezes, o que leva a crer que ele tenha certa importância.

12. Após 130 anos talvez tenhamos que repensar tudo o que sabemos sobre a árvore genealógica dos dinossauros. Isso graças à descoberta de alguns cientistas que foi publicada na Nature. Segundo eles, o fóssil do tamanho de um gato encontrado na Escócia os fez reconsiderar a origem das espécies dos animais pré-históricos.

13. Segundo pesquisas feitas na Austrália, é possível que a síndrome do ovário policístico tenha início no cérebro, não nos ovários. Especialistas provaram que ratos que tinham parte do cérebro removido não desenvolviam mais a doença, enquanto os que perdiam os ovários ainda podiam apresentar a síndrome.

14. A Terra pode ter um novo continente: a Zealândia. O sétimo continente se forma com a junção dos arquipélagos da Nova Zelândia e da Nova Caledônia. Segundos os 11 pesquisadores por trás do estudo, as ilhas seriam parte de um mesmo pedaço de terra com 4,9 milhões de km², que é separado da Austrália.

15. O ser humano causou um impacto tão grande na geologia terrestre que os especialistas estão pedindo para que uma nova “era geológica” seja gerada, a Antropoceno.

16. Os narvais — unicórnios do mar — usam seus chifres para caçar comida como o peixe bacalhau do ártico. Até então não se sabia para que essa parte do corpo dos animais era usada, mas o mistério parece ter sido resolvido em vídeo publicado pela National Geographic.

17. A atividade humana criou uma “bolha” que cerca nosso planeta. As ondas de rádio emitidas criaram a barreira recentemente descoberta.

18. Fazendeiros estão alimentando gado com Skittles (bala) vermelho, por ser uma alternativa mais barata que o milho. Especilistas ainda não entraram em consenso sobre as consequências dessa atitude — que está sendo observada desde 2012.

 

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*Fonte: revistagalileu

Nova física além do Higgs?

No fim do ano passado, quando a maioria das pessoas estava se preparando para as férias, os físicos do Grande Colisor de Hádrons (do inglês, LHC) no CERN, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, fizeram um anúncio surpreendente: os dois detectores enormes identificaram uma pequena colisão nos dados com um nível de energia de cerca de 750 GeV.

Este nível é cerca de seis vezes maior do que a energia associada à partícula de Higgs. (Para passar da energia para a massa divida a energia pelo quadrado da velocidade da luz.) Para comparação, a massa de um próton, a partícula que compõe os núcleos de todos os átomos na natureza, é de cerca de 1 GeV. O Higgs é pesado — e esta nova colisão, se associada a uma nova partícula, seria muito pesada.

A comunidade da física de alta energia respondeu com entusiasmo. Em poucos meses, centenas de artigos foram publicados com explicações hipotéticas para a colisão.

No mês passado, os físicos do CERN divulgaram um pouco mais de informações, reforçando ligeiramente sua reivindicação pela realidade deste novo ponto de dados. Neste momento, a colisão tem uma chance de 1 em 20 de ser apenas uma flutuação estatística espúria, algo que acontece de vez em quando, mesmo que raramente.

Quando os cientistas declaram que algo é “real”, isto é, que algo pertence à coleção de outras partículas que encontramos até agora e que compõem toda a diversidade material que vemos? É uma pergunta complicada. Há um padrão acordado, de que o sinal para uma nova partícula deve ser certo em um nível de 1/3.500.000. Isso está muito longe de 1/20, e é por isso que os físicos ainda não estão anunciando uma nova descoberta. No entanto, se tudo correr bem com as operações do LHC, no final do outono deveremos ter dados suficientes para decidir se a colisão é real.

Então vem a parte divertida: Se é real, o que é?

Os editores da prestigiada revista de física Physical Review Letters, publicaram um editorial explicando como eles selecionaram quatro artigos representativos da enorme quantidade que eles receberam tentando dar sentido à colisão.

A parte emocionante disso é que a colisão seria física nova e surpreendente, além das expectativas. Não há nada mais interessante para um cientista do que ter algo inesperado, como se a natureza estivesse tentando nos fazer olhar em uma direção diferente.

Os quatro artigos propõem explicações diferentes para os dados, assumindo, é claro, que ele não desapareça. Três deles sugerem que a colisão realmente sinaliza a existência de uma nova partícula. Um quarto sugere que o evento sinaliza a fragmentação de uma partícula muito mais pesada:

. Um artigo sugere a existência de uma nova força da natureza, portanto, uma quinta força, que age como a grande força que mantém os núcleos atômicos juntos. A grande força também mantém quarks junto com prótons e quarks e antiquarks junto com píons. (Eu sei, começa a ficar esquisito rapidamente. Antiquarks? Eles são essencialmente como quarks, mas com carga elétrica oposta.) A ideia é que essas duas partículas tipo quark são aderidas em algo como um novo píon (que se parece muito com um Higgs muito pesado), que eventualmente decai, liberando os dois fótons que foram detectados.

. Uma nova partícula parecida com Higgs que se acopla a novos tipos de partículas.

. Uma partícula prevista a partir de uma simetria da natureza tão distante conhecida como supersimetria. Se verdadeira, a supersimetria exige que cada partícula tenha uma parceira, como uma imagem espelhada com algumas propriedades invertidas. A versão mais simples da supersimetria é praticamente descartada por dados, mas extensões mais complicadas ainda estão em jogo. As expectativas são altas de que esse poderia ser o caso, já que a supersimetria está por aí há mais de 45 anos e precisa de algum apoio experimental para permanecer verossímil como uma teoria física da natureza — e não apenas uma boa ideia.

. Por fim, o quarto artigo sugere que a colisão não é a assinatura de uma nova partícula em 750 GeV, mas os restos de uma partícula muito mais pesada que se decompõe em uma cascata de fragmentos. Os dois fótons são a assinatura detectável de um fragmento, como pegar um filme no meio.

Será interessante ver como essa trama se desenrola conforme novos dados são coletados e divulgados à comunidade. A parte emocionante é que nós temos esta ferramenta incrível que está abrindo janelas em um território completamente novo. O Higgs era apenas o começo, ao que parece.

Por que alguém deveria se importar? Existem diferentes razões, desde a prática até a sublime. Para projetar uma máquina como o LHC, compilar e analisar as montanhas de dados que ele gera e, em seguida, interpretar a coisa toda, não é necessário apenas levar a tecnologia além do limite, mas também desenvolver regras comunitárias de engajamento em equipes de milhares de físicos e engenheiros. Quem está no comando? Como as decisões são tomadas? A World Wide Web foi criada no CERN para facilitar a troca de dados entre os cientistas, um spin- off muito crítico de uma experiência de física de partículas. Tecnologias de armazenamento e gerenciamento de dados estão sendo inventadas o tempo todo em tais instalações, assim como tecnologias de detecção e radiação.

Em termos mais abstratos, um novo evento de física com energias seis vezes maiores do que onde o Higgs foi encontrado, significaria que estamos chegando um pouco mais perto do Big Bang, o evento que marca a origem do universo. Há uma enorme lacuna na energia entre o Higgs e o Big Bang, é claro, mas obter novos dados em energias mais altas pode esclarecer como se aproximar. Este tipo de física fundamental tem uma herança muito nobre, já que traça suas origens além dos primórdios da filosofia ocidental — para as questões relacionadas com nossas origens. Se imaginarmos a criação como um quebra-cabeça, cada peça nova que descobrimos nos ajuda a entender um pouco melhor nossas origens. A nova colisão pode não nos dar uma resposta final (não está claro nem se podemos chegar lá), mas certamente tornaria a imagem mais clara.

Como Tom Stoppard escreveu em sua peça Arcadia, é querer saber que nos torna importantes. E a física fundamental se trata de querer saber.

 

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*Fonte: universoracionalista/ Marcelo Gleiser

 

Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), o maior laboratório de física de partículas do mundo. Créditos: Luis Davilla.

7 razões pelas quais a Astrologia não faz sentido

A astrologia é uma das pseudociências mais antigas que se têm história. Apesar de seus 5 mil anos de existência sustentarem-se sem quaisquer evidências empíricas, a Astrologia ainda é extremamente popular – e entretente – pelo seu grau de convencimento. Eis algumas razões pelas quais a Astrologia não faz o menor sentido:

1. “A influência gravitacional dos astros é responsável pela personalidade.”

Tanto a teoria gravitacional de Einstein e Newton quanto o Eletromagnetismo de Maxwell mostram, matematicamente, que a atração gravitacional entre os astros e os humanos são muito desprezíveis. Para você ter uma ideia, a atração gravitacional entre duas pessoas próximas conversando é 6 vezes maior que a atração de Marte e alguém aqui na Terra.

2. “Existe uma força não conhecida pela ciência que independe da distância.”

Ora, por que então só os astros visíveis na terra são responsáveis por influenciar a nossa personalidade? Por que objetos e eventos astronômicos muito maiores e mais fascinantes (Como buracos negros, galáxias, supernovas e etc) não nos influenciam?

3. Existe uma Constelação do zodíaco extra.

Os astrônomos e cientistas descobriram uma constelação do zodíaco chamada Ofiúco muito depois do surgimento da Astrologia. Por acaso você já viu alguém deste signo?

4. Estudo de Silverman

O cientista Bernie Silverman analisou milhares de relacionamentos entre pessoas de signos “compatíveis” e “incompatíveis”. Conclusão: As pessoas casam-se e divorciam-se na mesma frequência, independente do signo.

5. Estudo de John A.P

Neste estudo, 23 mil pessoas de vários signos foram analisadas. Conclusão: Não havia nenhuma correlação em suas personalidades.

6. O movimento de precessão da Terra.

Por volta de 4200 a.C., quando surgiram os primeiros escritos sobre os astros, a Astrologia e a Astronomia eram uma só. Enquanto a Astronomia se desenvolveu a partir do método científico, a Astrologia manteve-se estagnada. Assim, os dados astrológicos também permaneceram inalterados, e é ai onde a precessão entra!
O movimento de precessão terrestre é um fenômeno causado pelas forças exercidas pelo Sol e pela Lua na Terra que fazem com que o planeta tenha uma inclinação de aproximadamente 23,5° em relação ao eixo com o Sol. A cada 26 mil anos, uma volta completa é dada entorno desse eixo.
Esse movimento por se dar no pólo do planeta, acaba “mudando de lugar” as estrelas. A cada ano, a terra sofre uma movivento de precessão de cerca de 20 minutos (0°20’). Porém, em cerca de 2160 anos, a mudança já é de um mês de seu lugar de origem, ou seja, se hoje o dia 30 de março é considerado pertencente a Áries, daqui a 2000 anos será pertencente a Peixes, e assim sucessivamente até completar uma volta completa. Ou seja, o seu signo está errado!

7. Inúmeros outros estudos acadêmicos.

Mas por que então a astrologia é tão convincente ao nos detalhar tão adequadamente?

           Em 1948, o cientista Bertram Forer deu um papel para cada estudante seu descrevendo-o a sua personalidade de maneira detalhada e pediu para que avaliassem de 0 a 5 o quanto que aquele texto o descrevia. A média da sala foi de 4,26.
           No entanto, todos os textos eram exatamente iguais!
          Assim, percebeu-se um efeito psicológico de identificação que certos textos causavam nas pessoas. Tal fenômeno foi batizado de Efeito Forer.
           O texto na íntegra que o Forer entregou aos seus alunos pode ser lido aqui.

 

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*Fonte: universoracionalista

 

Efeito Forer (principal responsável pela crença em pseudociências)

O efeito Forer se refere à tendência que indivíduos têm para avaliar conjuntos de preposições como altamente precisas para eles pessoalmente, mesmo que as declarações possam ser aplicadas a uma enorme quantidade de pessoas.

O psicólogo Bertram R. Forer (1914-2000) encontrou que as pessoas tendem a aceitar descrições pessoais vagas e gerais como exclusivamente aplicáveis a elas mesmas sem perceber que a mesma descrição pode ser aplicada não apenas para uma pessoa, mas para várias. Considere o seguinte texto como uma avaliação de sua personalidade:

“Você tem uma necessidade de outras pessoas gostarem e admirarem você e, ainda assim, você tende a criticar a si mesmo. Enquanto você tem algumas fraquezas de personalidade, você é geralmente capaz de compensá-las. Você tem capacidades que não usa frequentemente, mas que te ajudam. É disciplinado e controlado por fora e preocupado e inseguro por dentro. Algumas vezes, você tem sérias dúvidas sobre se você fez a decisão certa ou a coisa certa. Você gosta de mudanças e fica insatisfeito quando sofre de restrições e limitações. Ademais, você ainda se orgulha por ser um pensador independente, e não aceita afirmações de outros sem que eles provem. Porém, você se acha imprudente a ser sincero e a se revelar para as pessoas. Algumas vezes, é extrovertido, afável e sociável, enquanto, outras vezes, é introvertido, cauteloso e reservado. Algumas de suas aspirações tendem a ser irreais”

Forer deu um teste de personalidade para seus estudantes, ignorou as suas respostas e deu a cada estudante uma avaliação de personalidade e pediu para que os estudantes analisassem a avaliação com uma nota de 0 a 5, com 5 para “excelente” e 4 para “boa”. A média da sala foi de 4,26. Isso foi em 1948. O teste foi repetido centenas de vezes com estudantes de psicologia e a média das notas continuou entre 4,2 e 5, ou 84% de precisão.

Resumindo, Forer convenceu as pessoas que ele poderia ler as suas características com sucesso. A sua precisão impressionou os seus alunos, achando que a análise de sua personalidade foi feita com astrologia (a conclusão mais tola possível). O efeito Forer parece explicar, em parte, porque muitas pessoas acham que pseudociências funcionam. Astrologia, astroterapia, bioritmo, cartomancia, quiromancia, grafologia, rumpologia, eneagrama, etc., parecem funcionar porque elas parecem prover previsões acuradas em uma análise de personalidade. Estudos científicos dessas pseudociências demonstram que elas não são instrumentos de validade de personalidade, ainda que cada uma satisfaça sujeitos que se convencem facilmente.

As explicações mais comuns dadas para o efeito Forer são relacionadas à esperança, ao pensamento positivo e à vaidade, enquanto o próprio Forer relacionou o efeito à credulidade. Pessoas tendem a aceitar aclamações sobre elas em proporção do seu desejo de que seja verdade e não em proporção de que haja alguma precisão empírica. Mesmo que desconfiemos, nós tendemos a aceitar reivindicações falsas ou questionáveis sobre nós se considerarmos-las positivas ou lisonjeiras o suficiente. Sujeitos que procuram conselhos de paranormais, médiuns, cartomantes, leitores de mente, grafologistas, etc., irão frequentemente ignorar as afirmações falsas ou questionáveis.

O psicólogo Barry Beyerstein acredita que “a esperança e a incerteza evocam poderosos processos psicológicos, que mantém todos os charlatões de pé”. Nós estamos constantemente tentando “dar sentido a uma enxurrada de informações desconexas do nosso dia-a-dia” e “nós nos tornamos tão bons nisso que damos sentido a muitas coisas que, na verdade, não têm sentido. Nós, usualmente, iremos preencher as lacunas e prover uma figura coerente do que nós ouvimos e vemos, mesmo que seja vaga, confusa, obscura, inconsistente e, muitas vezes, ininteligível quanto ao caráter empírico. Médiuns paranormais, por exemplo, irão perguntar muitas perguntas ambíguas e desconexas em uma rápida sessão que dão impressão que sabem de toda a vida do cliente. Na verdade, os paranormais não precisam de nenhum inshgt da vida pessoal do sujeito, eles só precisam ter destreza em leitura fria.

 

David Marks e Richard Kamman argumentam que:

“Uma vez que uma crença ou expectativa é achada, especialmente uma de incerteza desconfortável, o observador é motivado a notar uma nova informação que confirma a crença e a ignorar as evidências contrárias. O mecanismo consolida o erro original e constrói uma exacerbada confiança, onde os argumentos dos oponentes são vistos como fragmentados de mais para contradizer o que foi proposto”

Ter um conselheiro pseudocientífico pode fazer um cliente cair em armadilhas que podem, facilmente, liderá-lo a acreditar mais ainda no que eles falam.

Barry Beyerstein sugere que o teste a seguir para determinar se a validade aparente das pseudociências mencionadas se devem ou não ao efeito Forer, viés de confirmação ou outros fatores psicológicos. (NOTA: o teste proposto também usa validação subjetiva ou pessoa e não pretende testar a acuracidade de nenhuma ferramenta de avaliação de personalidade, e sim tem a intenção de contraria a tendência de auto-engano sobre esses assuntos):

“… um bom teste tem de, primeiramente, ler friamente um grande número de clientes e retirar os nomes dos perfis (codificando-os para que pudessem ser devolvidos aos seus donos). Depois de ler os esboços de personalidade anônimos, os clientes deveriam escolher qual os descreveu corretamente. Se o leitor acertou na maioria, então os membros do grupo excederam as chances de escolher alguma descrição de sua própria personalidade”

Beyerstein nota que “nenhum método de leitura oculto ou pseudocientífico passou, com sucesso, pelo teste”

O efeito Forer, entretanto, explica apenas parcialmente o porquê de muitas pessoas aceitarem as suas leituras de personalidade ocultas e pseudocientíficas. Leitura fria, pensamento seletivo e reforço social também são adjacentes às ilusões. Também, deve ser admitido que enquanto muitas das afirmações de uma leitura pseudocientífica são vagas e gerais, algumas são específicas. Algumas delas podem ser precisas. Um certo número de afirmações como essas podem ter algum grau de verdade, mas nenhum grau empírico.

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*Fonte: universoracionalista

Traduzido e adaptado de: http://www.skepdic.com/forer.html

 

Asimov Explica #1 – O que é o Método Científico?

Além de não ser o único, um método científico não é uma escritura “sagrada” que você deve obedecer a todo custo – algo que é estático e que se vende como infalível. Nem teria como sê-lo, pois a ciência é dinâmica, é um sistema aberto que está sempre se construindo, se corrigindo…

Item 1 – Tomar conhecimento de um problema.

Cuidado. Intuitivamente tendemos a achar que a ciência começa com a observação. No entanto, pelo que a epistemologia sabe hoje, isso está errado! A observação é essencial à ciência, mas não sendo o único gatilho dela, como pensavam os indutivistas. O começo da ciência ocorre baseado em conhecimento prévio.

Quando uma hipótese, que passou por um crivo rigoroso de testes, é eventualmente provada falsa, um novo problema emerge. Como propõe o bom doutor, a ciência pode começar com um problema, pois algo só é problemático com base em alguma teoria.

Proposições de observação também pressupõem teoria. Exemplo: num fogão a gás, você tenta ferver água. Não consegue. Então diz “o gás acabou!”. Isso é uma proposição da observação de que um fluido, a priori inflamável e que ocupa todo o espaço do recipiente onde está, não tem quantidade suficiente para gerar uma chama. Percebeu os vários conceitos por trás?

Item 2 – Selecionar e desprezar informações inúteis.

Bem, isso é “enxugar” o problema, tornar ele tão nítido quanto possível. Ao estudar o movimento de entidades, você pode descartar o cheiro delas? Depende do seu sistema! Para o estudo de um bloco deslizando por um plano inclinado, o cheiro dele (ou do plano) não faz a menor diferença. Mas o cheiro pode fazer com que um predador detecte uma presa, influenciando na tendência de movimento dos dois. Saber o que é relevante para o seu estudo é fundamental.

Item 3 – Coletar todos os dados disponíveis referentes ao problema.

Esse é o momento de ver o que a humanidade construiu até então sobre o assunto. Você dificilmente dará conta de saber tudo de uma determinada área, isso porque a ciência não para, ela é dinâmica. Ela também não é feita individualmente, você certamente vai falar de algum referencial. A meu ver, isso é uma grande jogada. Produzir conhecimento é difícil, e seria inviável se não tivéssemos os resultados do passado.

“Se vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”, disse certa vez o homem que pra muitos (incluindo Asimov) foi o maior gênio que nossa espécie teve, Sir Isaac Newton. No caso, os gigantes eram Galileu Galilei e René Descartes.

Item 4 – Formular uma hipótese, a mais simples possível, que descreva o fenômeno – breve enunciado ou relação matemática.

Uma hipótese é uma suposição com base em conhecimento prévio e/ou observação. Essa suposição, como veremos, tem um árduo caminho até ser promovida a teoria e, quem sabe, lei natural.

Item 5 – A hipótese permite prever resultados de experimentos que sem ela nem se teria pensado em fazê-los. Realizar esses experimentos e verificar a validade da hipótese.

Em ciência, a hipótese deve ser testável, para confirmar ou refutar ela. Tome como exemplos física e biologia. Tem que ser possível fazer experimentos para testar as hipóteses nessas duas ciências que, por algum motivo, são classificadas como experimentais.

Se uma hipótese não é falseável, ela não pode ser científica. No entanto, o fato da hipótese ser falseável é insuficiente como critério de cientificidade. Há fatores mais importantes no critério do que é científico e do que não é, como a coerência externa e confirmabilidade.

Por coerência externa, quero dizer que a hipótese tem que estar de acordo com o conhecimento que já temos. Toda teoria científica tem escopo, uma região limitada de atuação. Uma nova teoria tem, no mínimo, que conter o escopo da velha. Na proposta de Einstein para a mecânica relativística, se recuperam os resultados da mecânica clássica (que já era bem estabelecida e que fazia/faz muitas previsões). A clássica se mostra como um caso particular da relativística. A física nova tem que ser compatível com a velha. Isso faz sentido, porque até que provem o contrário, as leis da física são imutáveis (e temos pouca ou nenhuma razão para pensar diferente).

Além da coerência externa, a hipótese precisa confirmar o que propõe. Se falhar, ela deve ser descartada ou atualizada. Existe também a chance de falha experimental (ou até picaretagem), por isso os experimentos devem ser reproduzidos por outros grupos de pesquisa pelo mundo. Todos devem estar de acordo com os resultados.

Item 6 – Caso os experimentos correspondam ao esperado, a hipótese é fortalecida e talvez passe a ser considerada uma teoria ou mesmo uma ‘lei natural’.

Uma teoria científica é um conjunto de hipóteses que suportou inúmeros testes. Para continuar sendo aceita pela comunidade científica, a teoria não pode ser refutada. Caso seja refutada, será substituída por uma mais forte.

As leis naturais ocupam o primeiro lugar no que há de mais forte na ciência, o alicerce do conhecimento científico é composto pelas leis. Se uma lei fosse mostrada falsa, o edifício de conhecimentos que ela sustenta desabaria. De outra forma: com a lei estando errada, tudo o que deriva dela, por extensão, estaria errado.

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*Fonte: universoracionalista /Calo Dallaqua

A gravidade é uma ilusão: o cientista que veio para corrigir Newton e Einstein

Tudo parecia resolvido: em 1687, Isaac Newton descreveu a gravidade, uma força de atração proporcional à massa dos corpos em interação e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Sua teoria explica rigorosamente tudo o que acontece em nosso planeta, e mesmo até onde nossas viagens espaciais alcançam. Há pouco mais de cem anos, em 1915, com a Teoria da Relatividade Geral, Albert Einstein refinou a teoria de Newton, que dava conta da escala de tamanho do nosso planeta, mas não explicava a gravidade mais perto do Sol, por exemplo. Para Einstein, a gravidade é resultado da curvatura do espaço-tempo, que regula a movimentação de todo objeto. E pronto. Não havia nada a questionar aí.

Só que a explicação de Einstein, se era perfeita para escalas maiores, não conversava com a mecânica quântica, que lida com o nível extremamente pequeno. Para complicar ainda mais a situação, na década de 1930 os astrônomos começaram a observar galáxias inteiras como corpos celestes. E perceberam que, nesta escala, as contas propostas por Einstein não batiam: a força de atração era maior do que deveria em relação à quantidade de massa encontrada. Das duas uma: ou havia ali mais massa do que podíamos ver, ou a teoria da gravidade estava errada.

Ainda na mesma época, diferentes pesquisadores recuperaram uma ideia sugerida ainda em 1922 por um astrônomo holandês chamado Jacobus Kepteyn. Esta solução acabou por se tornar padrão para a astrofísica: existiria uma matéria escura, invisível a nossos aparelhos, que ocuparia boa parte do universo – boa parte mesmo, coisa de mais de 80% (dependendo de quem estima) de toda a massa que existe. Acontece que ninguém consegue encontrar a tal matéria escura, nem comprovar que ela não seja apenas uma forçação de barra.

Desde 2009 o físico holandês Erik Verlinde, pesquisador e professor da Universidade de Amsterdã, argumenta a favor de uma hipótese alternativa. Ele publicou dois ensaios sobre ela, em 2010 e em novembro de 2016. No final do ano passado, sua tese, a Teoria da Gravidade Emergente, foi testada e comprovada pela primeira vez. Ela diz que a matéria escura não existe e que a gravidade é diferente do que pensávamos. Em determinados níveis microscópicos, ela nem sequer existe.

“Verlinde advoga que a gravidade não é uma força em si, mas sim o resultado da ação do próprio espaço vazio”, explica o astrônomo Alexandre Cherman, autor do livro ‘Por que as coisas caem?’ (Ed. Zahar). “Assim sendo, na presença de muito espaço (escalas cosmológicas) ou de pouco espaço (escalas quânticas), ela se comporta diferentemente do que esperamos dela”. Ou seja, a Gravidade Emergente, em tese, resolve os dois problemas de escala: a muitíssimo pequena e a descomunalmente grande, maior do que Einstein alcança em sua teoria.

 

Refinando a gravidade

Alexandre explica que a teoria de Verlinde não muda o que já sabemos, nem elimina as teorias consagradas – a maçã, afinal, continua caindo nas nossas cabeças do mesmo jeito que, segundo a lenda inventada por Voltaire, teria caído na de Isaac Newton. “A explicação de Newton é na verdade uma aproximação da realidade, e funciona bem porque a gravidade que nos cerca em nosso cotidiano é fraca”, ele diz. “Einstein não revisou Newton. Ele refinou Newton, criando uma aproximação mais próxima da realidade. É preciso refinar a gravidade ainda mais”.

A Gravidade Emergente do pesquisador holandês tenta explicar a gravidade em termos totalmente diferentes do que estamos acostumados. “Podemos entender, no nível microscópico, de onde vem a gravidade”, afirma Verlinde. “O espaço tem átomos, eu penso neles como informação que funciona segundo a mecânica quântica. Essa informação é influenciada pela matéria e produz uma força que nós experimentamos como gravidade”.

Em outras palavras: a gravidade não é uma força física imutável. Ela é emergente, porque nasce a partir de mudanças sutis na estrutura microscópica da estrutura do espaço-tempo. E é nesse sentido que ele afirmou, em seu primeiro texto defendendo a tese, em 2010, que a gravidade é uma ilusão. É que, em determinados contextos, numa escala muito além do nosso alcance, ela pode nem mesmo existir, até que as mudanças microscópicas aconteçam. E não só a gravidade: no nível micro-microscópico alcançado pela física quântica, é possível que até mesmo o espaço e o tempo não existam.

Parece maluquice, mas há décadas sabemos que os fenômenos termodinâmicos, como a temperatura e a pressão, não existem no nível microscópico. Eles emergem e só se tornam reais quando caminhamos para escalas maiores. Verlinde segue esse conceito: a gravidade, assim como o tempo e o espaço, também devem ser fenômenos que só existem a partir de um certo tamanho de escala.

 

TRÊS PROBLEMAS DA TEORIA ATUAL

1- As leis da gravidade que conhecemos, e que na nossa experiência diária parecem tão reais, simplesmente não funcionam no nível quântico.

2- Desde 1998 sabemos que o universo está em expansão cada vez mais acelerada, quando a força gravitacional deveria funcionar como um pé no freio.

3- As galáxias que ficam nas extremidades de grandes sistemas de outras galáxias giram com uma velocidade muito grande e não deveriam permanecer agrupadas – e mesmo assim ficam.

 

Primeiro teste

Em dezembro, a astrofísica holandesa Margot Brouwer, que trabalha no observatório da Universidade de Leiden, publicou no periódico britânico ‘Monthly Notices of the Royal Astronomical Society’ um relato do primeiro teste à teoria de Verlinde.

“O que eu e minha equipe fizemos foi usar um método baseado em sistemas de lentes gravitacionais, que imitam a disposição das galáxias e permitem medir o comportamento delas em relação à curvatura espaço-tempo. Comparamos a distribuição da gravidade em mais de 33.613 galáxias com as previsões de Erik Verlinde e identificamos que seus cálculos estão corretos”, ela explica.

Ou seja: Verlinde se mostrou capaz de calcular a gravidade da interação entre galáxias corretamente, e sem a necessidade de lançar a matéria escura na conta. “Os resultados, definitivamente, são bastante interessantes, mas é preciso continuar desenvolvendo a teoria e confrontando com outros testes”, afirma a pesquisadora. “É encorajador, mas não é conclusivo. São necessárias novas observações e mais testes”, afirma Verlinde.

Existem outras formas de testar a hipótese. Para isso seria necessário construir, do zero, novos detectores para aceleradores de partículas, de forma que eles fossem capaz de simular o comportamento dos elementos no nível quântico. Tudo muito caro e trabalhoso. O próprio Verlinde oferece uma alternativa diferente: “Se um dia alguém encontrar uma partícula que prove a existência da matéria escura, minha teoria cai por terra”.

 

Questionamentos

Muitos colegas de Verlinde desconfiam de sua teoria. O físico checo Luboš Motl, por exemplo, escreveu em seu blog: “Ele não se baseia em nenhum campo teórico consistente similar ao de Einstein ou ao da teoria quântica. Enfim, ele não apresenta nenhum modelo teórico consistente, apenas uma teoria difícil de questionar e de comprovar”.

Marcel Pawlowski, astrônomo da Universidade da Califórnia, considera a ideia interessante, mas ainda muito longe de ser comprovada.

“Por enquanto, a Gravidade Emergente foi testada em circunstâncias muito específicas: massas estáticas, distribuídas em simetrias esféricas. Não existem muitos sistemas assim na vida real. O teste de Brouwer é um pouco mais consistente, mas ainda precisamos de muito mais análise”.

Alexandre Cherman não acredita que a Teoria da Gravidade Emergente apresenta o que acontece de fato. “Essa teoria é uma construção matematicamente coerente, solidamente baseada nas leis físicas conhecidas. Isso não significa que ela representa a realidade”.

Mas afirma que, caso Verlinde tenha razão, algo mudaria: “Isso não teria impacto direto nem em nossa engenharia, nem em nosso cotidiano planetário. Afetaria marginalmente nossas ambições espaciais, uma vez que mal saímos do Sistema Solar. Mas mudaria completamente nossa compreensão do Universo.”

 

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*Fonte: gazetadopovo/cadernog

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Por que Vênus e Urano giram em sentido contrário ao dos outros planetas do Sistema Solar?

Com alguma licença poética, poderíamos dizer que foi por causa de um trauma de infância. Há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando o Sistema Solar ainda era um disco de gás e poeira girando em torno do Sol, as nuvens que dariam origem a Vênus e a Urano sofreram turbulências particulares que modificaram para sempre sua rotação.

“O motivo foram as colisões entre os pedaços que formaram esses dois planetas”, afirma o astrônomo Roberto Dias da Costa, da USP.

Assim, a rotação dos dois astros pode, de fato, ser considerada uma anomalia, já que a dos outros seis planetas do nosso sistema acompanha a rotação do Sol antes mesmo de terem nascido. “Isso acontece porque aquele imenso disco de gás e poeira girava junto com a estrela central. Aí, a maior parte dos planetas continuou naturalmente no mesmo sentido”, diz Roberto.

Essa rotação contrária significa que um astronauta que fosse a Vênus veria o Sol nascer no oeste e se pôr no leste. Já em Urano isso não aconteceria. Como o planeta é praticamente “deitado” em relação ao Sol (com um eixo de inclinação de 98 graus), dias e noites são determinados pelo movimento de translação. Só amanhece ou anoitece quando o planeta dá meia volta em torno da estrela – o que equivale a 42 anos terrestres!

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*Fonte: mundoestranho

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A teoria da relatividade explicada por David Tennant

David Tennant narra o pequeno vídeo do projeto Einstein 100, explicando a teoria da relatividade de forma bem simples.

Em novembro de 1905, há 100 anos, o físico mais pop do planeta divulgava publicamente a Teoria da Relatividade Geral, na qual conceituava a relação entre a massa e a movimentação de corpos no espaço, e também definia o continuum espaço-tempo, dando início para uma quebra de paradigmas no estado da arte da Física naquele momento – e que influencia até hoje não só as ciências, mas o nosso imaginário popular e os filmes, livros e HQs de ficção científica

*Fonte: Updateordie

O lugar mais silencioso da Terra

Este lugar fica no LaboratórioOrfield, Mineápolis (EUA), lá eles tem uma câmara anecóica – sem eco e absorve 99,99% do som. O local conta com painéis acústicos de fibra de vidro com 1 metro de espessura, uma parede dupla de aço e mais 30 cm de concreto. Ele é usado por vários fabricantes para testar o volume de seus produtos e a qualidade do som. – mas também pode conduzir uma pessoa à loucura.

“Na câmara anecóica, você se torna o som”, diz Orfield. Na ausência de ruído do lado de fora, é a presença do silêncio enlouquecedor que as orelhas têm que se adaptar, mas não conseguem – de fato, os sons dos batimentos cardíacos, do estômago e dos pulmões são a única referência, e podem ser uma experiência muito desorientadora. Orfield explica que a única maneira de ficar no quarto por um longo período de tempo é se sentando. A orientação de uma pessoa é em grande parte garantida pelos sons feitos ao caminhar ou simplesmente ficar em pé, e como essas pistas sonoras são retiradas, a percepção fica bagunçada, e o equilíbrio e o movimento tornam-se uma tarefa quase impossível.
O cérebro humano, incapaz de lidar com tal situação, começa a inventar sons que não existem, barulhos ilusórios como uma tentativa de impedir a terrível agitação do próprio corpo.

Os fabricantes usam o laboratório para testes e desenvolvimento de produtos. Empresas como a Harley Davidson usam o laboratório para criar motos mais silenciosas, por exemplo. Outros produtos como displays de LED são testados para se certificar que seu volume não está muito alto. A NASA usa um laboratório semelhante para testar seus astronautas, uma vez que o espaço é como uma câmara anecóica gigante, explica Orfield.

*Fonte: http://misteriosdomundo.org/conheca-o-lugar-mais-silencioso-do-planeta-e-como-ele-e-assustador/

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