8 Fatos curiosos que você provavelmente não sabe sobre Nikola Tesla

Nikola Tesla é um dos gênios mais intrigantes, bizarros e imaginativos que já existiu. Muito tem sido escrito sobre ele e suas invenções. O livro que Tesla escreveu sobre a sua vida, My Inventions, contém uma série de histórias perturbadoras, invenções e esclarecimentos sobre o funcionamento interno de sua mente. A maioria das citações abaixo foi derivada de sua autobiografia.

Tesla disse: “Eu não acho que exista alguma emoção que possa passar pelo coração humano como a que o inventor sentiu ao ver alguma criação do cérebro se desdobrando para o sucesso … Tais emoções fazem um homem esquecer a comida, dormir, amigos. amor, tudo.

Aqui estão 8 coisas curiosas que você provavelmente não sabe sobre Nikola Tesla:

1 – Tesla tinha um vício de fazer apostas em jogos
O pai de Tesla ficou furioso com a obsessão do jogo, enquanto sua mãe entendia seu lugar no desenvolvimento de Tesla como ser humano. Tesla freqüentemente perdia todo seu dinheiro para jogar cartas e uma vez quando Tesla estava em um buraco depressivo, tendo perdido todo seu dinheiro e incapaz de jogar cartas, sua mãe lhe deu um rolo de notas para usar no jogo. Ela disse a ele: “Vá e divirta-se. Quanto mais cedo você perder tudo o que possuímos, melhor será. Eu sei que você vai superar isso. ”Funcionou. Tesla controlou sua compulsão no jogo naquele momento e nunca teve um único desejo de jogar novamente.

2 – Tesla atribui sua natureza inventiva a sua mãe, Duka.
Em suas próprias palavras, “minha mãe era uma inventora da primeira classe … … ela inventou e construiu todos os tipos de ferramentas e dispositivos e tecia os melhores desenhos de linha”. Sua mãe descendia de uma longa linhagem de inventores.Ela trabalhava desde o nascer do sol até tarde da noite, fazendo uma quantidade inumerável de coisas para sua família, ele falava muito bem dela e observou que ela possuía rara habilidade, coragem e resiliência.

3 – Tesla usou um método de visualização altamente desenvolvido e orgânico para formular suas invenções, que começou na época em que ele tinha 17 anos de idade.
Tesla não concebeu suas invenções usando qualquer tipo de sistema lógico. Em vez disso, ele confiava em seus poderes de visualização altamente imaginativos e altamente cultivados que às vezes emergiam enquanto ele estava fazendo uma atividade não relacionada à solução de problemas. Esse tipo de atividade também foi experimentado por Einstein e é chamado de brincadeira combinatória.

4 – Tesla produziu relâmpago artificial
Em 1899, em seu laboratório no Colorado, Tesla produziu relâmpagos artificiais de muitos milhões de volts e até 135 pés de comprimento. Ninguém jamais reproduziu esse feito.

5 – Seu oscilador de alta frequência fez com que Mark Twain defecasse.
Tesla tinha um oscilador a vapor de alta frequência chamado de “máquina de terremoto” em seu laboratório em Manhattan. O vapor era forçado para dentro do oscilador, empurrando um pistão para cima e para baixo que estava preso a uma armadura, o que fazia com que ele sacudisse violentamente para cima e para baixo em alta velocidade, produzindo eletricidade.

Mark Twain era conhecido por ter problemas digestivos, então uma noite, Tesla convidou Twain para seu laboratório. Tesla instruiu Twain para ficar na plataforma do oscilador. Depois de menos de dois minutos de pé, Twain saltou abruptamente da plataforma e correu para o banheiro.

6 – Nikola Tesla tinha um irmão chamado Dane, que ele alegou ser mais talentoso do que o próprio Tesla.
O irmão de Tesla foi ferido uma noite por um cavalo árabe que pertencia à família de Tesla. O cavalo ficou assustado com uma matilha de lobos nas montanhas e, assim, infligiu ferimentos em seu irmão e pai. O irmão de Tesla morreu depois desses ferimentos. Na autobiografia de Tesla, My Inventions, Tesla afirma: “Eu testemunhei a cena trágica e embora cinquenta e seis anos se passaram desde que minha impressão visual dela não perdeu nada de sua força.” Tesla tinha 7 anos quando seu irmão de 12 anos morreu. Tesla admite se sentir indigno e envergonhado de suas próprias habilidades. Ele sentiu que seu irmão possuía um intelecto muito superior ao seu.

7 – Tesla acreditava que as mulheres eventualmente se tornariam intelectualmente superiores aos homens.
Ele previu que no futuro, “A luta da mulher em direção à igualdade sexual terminará em uma nova ordem sexual, com a mulher como superior”. Ele prosseguiu dizendo que as mulheres não imitarão superficialmente os homens, mas serão despertadas intelectualmente e, ao fazê-lo, vão se tornar a força dominante no mundo.

Ele disse, “ As mulheres vão ignorar os precedentes e assustar a civilização com seus progresso ”.

8 – As obsessões e compulsões de Tesla eram numerosas e estranhas.
Ele tinha uma aversão mortal ao cabelo humano e só podia tocá-lo “na ponta de um revólver”. Pérolas estavam se revoltando com ele enquanto os cristais eram agradáveis. Se pequenos quadrados de papel fossem jogados em um prato cheio de líquido, um gosto horrível encheria sua boca.

Ele tinha um amor peculiar do número 3 e todos os números que poderiam ser divididos por 3. Suas empregadas lhe entregariam 18 toalhas e ele escolheu ficar no quarto de hotel 207, sendo que ambos podem ser divididos por 3.

Ele não podia desfrutar de sua refeição a menos que ele levantasse cada guardanapo e os colocasse em uma grande pilha sobre a mesa. Suas sensibilidades visuais incluíam ver uma trilha luminosa depois que alguém caminhava em um trecho de neve.

Quando sua mãe morreu, um pedaço branco de cabelo apareceu em sua cabeça. No final de sua vida, ele se apaixonou por pombos. Seu pombo favorito era um branco com pequenos toques de cinza nas asas. Ele descreve seu amor pelo pombo branco: “Eu a amava como um homem ama uma mulher e ela me amava … Enquanto eu a tinha, havia um propósito em minha vida”.

*Por Ademilson Ramos

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*Fonte: engenhariae

11 fatos curiosos sobre Albert Einstein

Nascido na Alemanha em 1879, o alemão Albert Einstein obteve nacionalidade de diversos países, tais como: prussiano, austro-húngaro, suíço, americano e weimariano. Foi casado com a física e matemática Mileva Maric, com quem teve três filhos: Lieserl Einstein, Hans Albert Einstein e Eduard Einstein. Mileva ajudou Albert em vários dos seus trabalhos. Segundo alguns pesquisadores e cientistas, Mileva provavelmente tenha trabalhado junto com ele em suas teorias que revolucionaram a física, mas ainda é uma dúvida que divide os cientistas. Elsa Einstein foi a segunda esposa e prima de Albert Einstein.

Em 1905, Einstein publicou artigos que revolucionaram o mundo. Um dos seus estudos foi a Teoria da Relatividade Restrita, também chamada de Teoria Especial da Relatividade.

Durante a sua vida, Einstein recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921, a medalha Copley em 1925 e a medalha de ouro da Royal Astronomical Society em 1926.

Diante do legado do cientista, o Ciencianautas separou onze curiosidades sobre Einstein. Confira abaixo:

1. O personagem Yoda de Star Wars teve o lábio superior inspirado no bigode de Albert Einstein. Isso mesmo! O lendário personagem de Star Wars foi inspirado no cientista para transmitir um ar de sabedoria ao mestre Yoda.

2. Desde jovem, adorava música. Influenciado pela mãe, começou a tocar violino. Ele teria começado a tocar com cinco anos, mas só tomou gosto mesmo aos 13, quando se aproximou das melodias de Mozart.

3. Einstein teve um vasto legado, entretanto, foi o seu artigo sobre o efeito fotoelétrico que o levou ao prêmio Nobel de Física. Não foi a Teoria da Relatividade.

4. Einstein tinha 26 anos quando publicou, em 1905, quatro artigos científicos que mudariam o mundo. Um deles demonstrava a dualidade entre partícula e onda, provando que a física quântica descrevia fenômenos reais, não efeitos de laboratório. Outro mostrava que átomos também eram reais, e não abstrações úteis para explicar fenômenos misteriosos. O terceiro estabeleceu que a velocidade da luz é constante, independentemente da velocidade de quem a emite — o que acontece é que o tempo fica mais lento para quem se aproxima dessa velocidade. O último artigo estabelecia a equivalência entre matéria e energia, uma das equações mais famosas da história da ciência: E=mc².

5. Einstein não conseguiu entrar na universidade na sua primeira tentativa.

6. O cientista favorito de Einstein era Galileu Galilei.

7. O cérebro de Einstein tinha um lobo parietal 15% maior que a média.

8. Um oftalmologista de Nova Jersey, nos Estados Unidos, guardou os olhos do físico. O médico Harry Abrams, 83, disse que guarda os olhos em uma caixa-forte no banco.

9. O físico defendia uma postura antiguerra, mas suas descobertas sobre matéria e energia foram usadas para criar a tão famosa bomba atômica.

10. Quando criança, Einstein tinha dificuldade de fala e de aprendizado.

11. Einstein já veio ao Brasil e visitou lugares como o Jardim Botânico e o Museu Nacional.

*Por Thayanne Costa

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*Fonte: ciencianautas

Morre hoje, na data de nascimento de Einstein, o cosmólogo Stephen Hawking

O reconhecido cosmólogo britânico Stephen Hawking morreu nesta quarta-feira, aos 76 anos, anunciou sua família em um comunicado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Estamos profundamente tristes porque nosso querido pai faleceu hoje”, declararam os filhos do cosmólogo, Lucy Robert e Tim, em um comunicado publicado pela agência britânica Press Association.

“Foi um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado perdurarão por muitos anos”.

História

Hawking nasceu em 8 de janeiro de 1942 em Oxford, na Inglaterra, 300 anos após a morte de Galileu. Quando fez 8 anos de idade, se mudou para St. Albans, cidade localizada a cerca de 30 km de Londres, na Inglaterra.

Um dos mais conhecidos cientistas do mundo, estudou na University College, de Oxford, que também foi a faculdade de seu pai. Stephen queria estudar matemática, enquanto sua família o queria estudante de medicina. Como matemática não estava disponível na grade da universidade, ele escolheu física e se formou em 1962.

Três anos depois, o físico recebeu sua primeira premiação na classe licenciatura em Ciências Naturais – ao longo de sua carreira, recebeu 15 medalhas e prêmios. Ele saiu de Oxford e foi para Cambridge fazer uma pesquisa na área de cosmologia, já que não havia essa área na universidade em que estudava.

Hoje, é doutor em cosmologia. Foi professor de matemática na Universidade de Cambridge, onde é professor lucasiano emérito – mesmo cargo ocupado por grandes cientistas como Charles Babbage, Isaac Newton e Paul Dirac. Ele também é diretor do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da mesma universidade. Suas principais áreas de especialidade são cosmologia teórica e gravidade quântica.

Hawking também é autor de 14 livros, entre eles “O universo em uma casca de noz” e “Uma nova história do tempo”. Em 2014, sua história de vida foi contada no filme “A teoria de tudo”, vencedor de um Oscar.

Descanse em Paz!

 

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*Fonte: universoracionalista

Uma nova teoria física para a origem da vida

Primeiramente, por que a vida existe?

Hipóteses populares creditam uma sopa pré-biótica, uma imensa quantidade de raios e um tremendo golpe de sorte. Mas, se uma nova teoria estiver correta, a sorte pode ter exercido um papel mínimo. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e a subsequente evolução da vida seguem um padrão das leis fundamentais da natureza e “deve ser tão natural quanto pedras rolando por uma ladeira”.

No ponto de vista da Física, há uma diferença essencial entre seres vivos e aglomerados inanimados de átomos de carbono: o primeiro tende a ser bem melhor em absorver a energia do seu ambiente e dissipar ela em forma de calor. Jeremy England, 31, professor no MIT (Massachusetts Institute of Technology), tem desenvolvido uma fórmula matemática que ele acredita que possa explicar essa capacidade. A fórmula, baseada em uma física já conhecida, indica que, quando um grupo de átomos é guiado por uma fonte externa de energia (tal como o Sol ou combustíveis químicos) e cercada por um meio que mantenha o calor (como o oceano ou a atmosfera), ele provavelmente irá se reestruturar gradualmente, de forma a dissipar cada vez mais energia. Isso poderia significar que, em determinadas condições, a matéria pode inevitavelmente adquirir o atributo físico associado à vida.

“Você começa com um aglomerado aleatório de átomos, e, se você deixá-lo exposto à luz por um determinado tempo, não seria surpreendente se você conseguisse uma planta”, diz England.

A teoria de England está destinada a fundamentar e sustentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin, que pode prover uma poderosa descrição da vida. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinianas estão erradas”, ele explica. “Muito pelo contrário. Eu só estou dizendo que, de acordo com a perspectiva da Física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso específico de um fenômeno generalizado”

Sua ideia, detalhada em um paper e mais bem elaborada em palestras das quais ele está dando para universidades ao redor do mundo, gerou uma polêmica entre seus colegas, que veem isso como um tênue ou um potencial avanço.

England avançou “um bravo e importante passo”, diz Alexander Grosberg, professor de Física na Universidade de Nova Iorque, que tem seguido os trabalhos de England desde os primeiros estágios. A “grande esperança” é como ele tem identificado o princípio da física subjacente que vem conduzindo a origem e a evolução da vida.

“Jeremy é apenas o mais brilhante jovem cientista do qual eu já ouvi falar”, diz Atilla Szabo, um biofísico do Laboratório de Físico-Química do NIH (National Institutes of Helth), que apoiou England e sua teoria depois de conhecê-lo em uma conferência. “Eu fiquei surpreso com a originalidade das ideias”.

Outros, tal como Eugene Shakhnovich, um professor de Química, Bioquímica e Biofísica na Universidade de Havard, não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, mas, neste ponto, ele é bastante especulativo, especialmente quando está se referindo ao fenômeno da vida”, diz Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos. É, em sua interpretação, o que os torna improváveis. Mas já há ideias de como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, diz Mara Prentiss, professora de física da Universidade de Harvard. “Em linhas de organização, eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certa ou errada, valerá muito a pena a sua investigação”
Simulação gráfica por Jeremy England e seus colegas, onde mostra um sistema de partículas confinadas dentro de um líquido viscoso do qual as partículas destacadas de turquesa são estimuladas por uma força. Depois de um tempo (de cima para baixo), a força provoca a formação de mais ligações entre as partículas.

Na sua monografia O que é vida?, em 1944, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isto é o que os seres vivos precisam. Uma planta, por exemplo, absorve extremamente a luz solar, usa ela para produzir açúcares e “ejeta” luz infravermelha. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa.

A vida não viola a Segunda Lei da Termodinâmica, mas até recentemente, físicos eram incapazes de usar a Termodinâmica para explicar porque ela deve surgir em primeiro lugar. Na época de Schrödinger, eles só poderiam resolver as equações da Termodinâmica aplicadas em sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 60, o físico belga Ilya Prigogine teve progresso em prever o comportamento de sistemas abertos movidos por fontes de energia internas (o motivo dele ter ganho o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento dos sistemas que estavam longe de um equilíbrio, conectados com o ambiente externo e fortemente influenciados por fontes externas de energia, não poderiam ser previstos.

A situação mudou mais tarde. Na década de 90, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland, e de Gavin Crooks, agora no Labotarótio Nacional Lawrence Berkeley. Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tal como o resfriamento de um copo de café, corresponde a uma simples razão: a probabilidade de que os átomos vão submeter-se a tal processo dividida pela probabilidade deles sofrerem o processo inverso (isto é, a interação espontânea de tal modo que o café aquece). A fórmula, ainda que rigorosa, poderia ser, em princípio, aplicada para qualquer processo termodinâmico, não importando o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão do equilíbrio de Mecânica Estatística melhorou muito”, Grosberg disse. England, que é treinado em Física e Bioquímica, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o seu conhecimento de Física Estatística em biologia.

Usando a formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da Segunda Lei da Termodinâmica que atribui a certos sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente movidos por uma fonte externa de energia tal como uma energia eletromagnética, e eles podem descartar calor em um banho térmico. Essa classe de sistemas inclui todos os seres vivos. England, então, determinou o quanto os sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que a irreversibilidade aumenta. “Nós podemos mostrar, de forma muito simples, a partir da fórmula, que os resultados evolutivos vão ser aqueles que absorvem e dissipam mais energia para o ambiente externo, no caminho para chegarem lá”, ele diz. As descobertas fazem um senso intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando elas são estimuladas por uma força motriz.

“Isto significa que os aglomerados de átomos rodeados por um banho de certa temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender, ao longo do tempo, a se organizarem para repercutir melhor com as fontes de trabalho mecânicas, eletromagnéticas ou químicas nos seus ambientes”, England explica.

A auto-replicação (ou reprodução, em termos biológicos), é o processo que move a evolução da vida na Terra. É um mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma ascendente quantidade de energia ao longo do tempo. Como England cita, “uma boa forma de se dissipar é fazendo cópias de si mesmo”. Em um paper para Journal of Chemical Physics, ele informou o mínimo teórico para que a dissipação possa ocorrer durante a auto-replicação das moléculas de RNA e das células bacterianas, e mostrou que é muito perto dos reais valores de dissipação que esses sistemas podem ter enquanto replicam. Ele também mostrou que o RNA, o ácido nucleico, que muitos cientistas acreditam que serviu como precursor do DNA, é particularmente um material simples e “barato”. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “aquisição darwiniana” não foi, talvez, surpreendente. A química da sopa pré-biótica, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e outros inúmeros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade das fauna e flora do planeta. Mas, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente que conduz todo o processo é resultado da adaptação orientada à dissipação da matéria.

Esse princípio também se aplicaria à matéria inanimada. “É muito tentador especular os fenômenos da natureza, nós podemos, agora, caber nessa grande tenda de organização e adaptação pela dissipação-condução”, England diz. “Muitos exemplos como esse poderiam estar bem debaixo do nosso nariz, mas não os notamos porque não temos estado a observá-los”.

Cientistas já observaram a auto-replicação em sistemas inanimados. De acordo com a nova pesquisa, liderada por Philip Marcus, da Universidade da Californa, Berkley, e divulgada na Physical Review Letters, em Agosto, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente através da energia da matéria ao seu redor. Em um outro paper publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, Michael Brenner, um professor de Matemática Aplicada e Física de Harvard e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se auto-replicam. Esses aglomerados de microesferas, especialmente revestidas, dissipam energia por estimular esferas próximas a formar aglomerados idênticos. “Isto se liga muito ao que Jeremy está dizendo”, Brenner diz.

Além da auto-replicação, a organização estrutural é outro meio pelo qual os sistemas são fortemente impulsionados para dissipar energia. Uma planta, por exemplo, é melhor em capturar e rotear a energia solar através de si que um aglomerado de átomos de Carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Essa tendência poderia explicar a ordem interna dos seres-vivos e de muitas estruturas inanimadas. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos, todos têm em comum que são estruturas definitivamente moldadas que surgem em muitos sistemas de partículas conduzidos por um processo dissipativo”, ele diz. Condensação, vento e resistência do ar são relevantes processos nesses casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre seres-vivos e inanimados é apagada”, diz Carl Franck, um Físico Biológico da Universidade de Cornell, em um e-mail. “Estou particularmente impressionado por essa noção de quando um considera sistemas tão pequenos quanto circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas.

A ideia ousada de England, muito provavelmente, irá sofrer um exame bastante detalhado nos anos seguintes. Ele está, por enquanto, trabalhando apenas com simulações gráficas feita em computador para testar a sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam suas estruturas para facilitar a dissipação de energia. O próximo passo será fazer experimentos em sistemas reais.

Prentiss, que dirige um laboratório de Biofísica Experimental em Havard, diz que a teoria de England pode ser testada a partir da comparação de células com diferentes mutações e procurando a correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam com as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado porque uma mutação poderia ter resultados diferentes”, ela diz. “Mas se alguém continuar fazendo muitos desses experimentos em diferentes sistemas e se são de fatos correlacionados, isto quer dizer que ele é o princípio de organização correto”.
Se a teoria estiver correta, a mesma física que se identifica como responsável pela origem dos seres-vivos poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley
Se a teoria estiver correta, a mesma física poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley

Brenner diz que ele espera conectar a teoria de England com as suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os procedimentos de auto-replicação e auto-montagem possam ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, ele diz.

Ter um princípio fundamental da vida evolução daria a pesquisadores uma perspectiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e a sua função nos seres-vivos, muitos dos pesquisadores dizem. “A seleção natural não explica certas características”, diz Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford, em um e-mail. Essas características incluem uma mudança hereditária para a expressão genética chamada “metilação”, o aumento da complexidade na ausência da seleção natural, e certas mudanças moleculares que ele recentemente estudou.

Se a abordagem de England continuar sendo testada, ela poderá liberar mais ainda os biólogos e fazer com que eles busquem mais a explicação darwinista para todas as adaptações e permitir com que eles pensem mais de modo geral, em termos da organização orientada pela dissipação. Eles podem achar, por exemplo, que “a razão que um organismo mostra certa característica X ao invés de Y talvez não seja porque X é mais capaz que Y, mas sim porque as restrições físicas tornaram mais fácil evoluir para X do que para Y”, Louis diz.

“As pessoas muitas vezes ficam presas pensando sobre seus problemas individuais”, Prentiss diz. Querendo ou não, as ideias de England virão a ser exatamente certas, ela diz, “pensar de forma mais ampla fará com que muitas descobertas científicas sejam feitas”.

Artigo por Natalie Wolchover, publicado no site da Simons Foundation, em 22 de Janeiro de 2014, com título A New Physics Theory of Life e no site da Scientific American, em 28 de Janeiro de 2014, com o mesmo título.

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*Fonte: universoracionalista

Sete tons de física: como um cientista levou seu livro de teorias a superar best-sellers eróticos

Físicos de alto nível estão acostumados a desvendar alguns dos mais complexos e misteriosos fenômenos da natureza. Mas dificilmente conseguem a façanha alcançada pelo italiano Carlo Rovelli: transformar em assunto atraente e popular temas áridos como a Teoria da Relatividade Geral, a mecânica quântica e as partículas elementares. Depois de publicar seu livro Sete Breves Lições de Física, no ano passado, Rovelli viu os exemplares sumirem das prateleiras como se tivessem sido engolidos por um buraco negro.

Na Itália, o livro de apenas 78 páginas superou as vendas do best-seller 50 Tons de Cinza, com mais de 350 mil cópias, depois de 18 reimpressões. A obra já foi traduzida a 28 línguas e está entre as mais vendidas nos Estados Unidos e na Inglaterra, feito raro para obras que não são escritas em inglês. Com tal sucesso no mercado mundial, a editora Objetiva, que lançou o livro de Rovelli no Brasil no fim de 2015, decidiu repensar a estratégia de marketing da edição brasileira.

Rovelli conta que o fenômeno de vendas, no início, o deixou mais intrigado que as espinhosas questões de seu campo de pesquisa: a gravidade quântica. “Foi uma surpresa enorme. Quando comecei a tratar com meu editor italiano, falávamos em 3 mil cópias”, disse ao Aliás.

Apesar da surpresa, Rovelli, que é professor de física na Universidade Aix-Marseille, na França, também tem suas teorias para explicar a popularidade. “As pessoas são mais curiosas sobre a ciência, a origem e o funcionamento do mundo, do que imaginamos. E, um pouco por acaso, o livro encontrou uma forma de falar com todo mundo.”

O segredo de Rovelli se apoia em aliar o domínio de seu campo de conhecimento ao interesse por filosofia, arte, história. Como pesquisador, ele foi capaz de manter no livro o rigor científico. Como humanista, distanciou-se de discursos muito técnicos. “O livro oferece uma visão simples do mundo, que é compatível com a ciência. Mas, ao mesmo tempo, não é frio. Há espaço para paixão, fascínio, emoção e beleza na física.”

Beleza é justamente a característica que Rovelli atribui à Teoria da Relatividade de Albert Einstein, da qual trata o primeiro capítulo do livro. “É a mais bela das teorias, por sua extrema simplicidade e clareza.” No texto, ele conquista o leitor ao narrar a emoção que sentiu ao compreender pela primeira vez a teoria que revolucionou nossa noção do espaço e do tempo – no fundo, é simples: a gravidade não era uma “força” de atração entre os corpos, como se pensava, mas uma “deformação no espaço-tempo” provocada pela presença de objetos com massa. A maçã cai porque o espaço se curva com a gravidade da Terra. “Era como se um amigo me sussurrasse uma extraordinária verdade oculta, e de repente afastasse um véu, para revelar nela uma ordem mais simples e mais profunda”, escreve Rovelli, em seu livro.

Ao contrário da relatividade, a mecânica quântica – tema do segundo capítulo – é obscura, com suas ondas que são partículas e vice-versa. “É um tema com muitos pontos de interrogação”, diz Rovelli. Se “a relatividade geral é uma pedra preciosa compacta”, a teoria quântica “ainda permanece envolta em um estranho aroma de desconhecimento e mistério”, como ele escreve. A obscuridade, no entanto, não impediu que essa teoria produzisse aplicações tão concretas como os computadores.

Com o título “A arquitetura do cosmo”, a terceira lição se baseia em desenhos simples e esquemáticos, quase infantis, para mostrar o que a física sabe sobre o Universo em grande escala. A perspectiva é histórica: Rovelli mostra como a imagem que o ser humano tem do cosmo se transformou ao longo do tempo, da Terra plana da antiguidade à consciência de um Universo que se expande sem parar há 13,7 bilhões de anos.

Da imensidão do cosmo, Rovelli passa ao infinitamente pequeno na quarta lição, sobre as partículas elementares que compõem a matéria. Ele tenta desconstruir a ideia de que as partículas são pequenos tijolos, como pensavam os autores da mecânica positivista. Elétrons, quarks, fótons, neutrinos e “novas” partículas como o bóson de Higgs “vibram e flutuam continuamente entre o existir e o não existir” – quem diz que não é sexy? –, combinando-se como “um alfabeto cósmico para contar a imensa história das galáxias, das montanhas, dos campos de trigo, dos sorrisos dos jovens nas festas…”

A especialidade de Rovelli é o tema da quinta parte do livro: a gravidade quântica, que nada mais é que uma tentativa de harmonizar duas teorias até agora inconciliáveis: a relatividade geral de Einstein e a mecânica quântica. Sua previsão central (vamos lá) é difícil de conceber: o espaço não seria contínuo, nem divisível ao infinito, mas sim formado por “grãos”, uma espécie de “átomos de espaço”, bilhões de vezes menores que os núcleos atômicos. “É uma teoria que ainda não está estabelecida, estamos trabalhando nela.” O impacto prático da gravidade quântica é ainda imprevisível. Mas quando um jovem grupo de cientistas desenvolveu a física quântica, no início do século 20, ninguém poderia imaginar que resultaria no desenvolvimento – para ficar num só exemplo entre milhares – nos relógios atômicos que permitem a existência do GPS.

A sexta lição trata de um tema ainda mais intrigante: a ligação entre o conceito de calor e a noção de tempo. “É o capítulo mais difícil, no qual mostro que o tempo tem a ver com a termodinâmica, que é a física do calor.” Sabemos que o calor de uma substância aumenta à medida que seus átomos se movem com mais velocidade. E sabemos que o calor flui sempre das coisas mais quentes para a mais frias. O que talvez não saibamos é que essa “direção” do calor é a chave da natureza do tempo. “Mostro em meu livro que, para distinguir passado do futuro, é preciso haver trocas de calor.”

Embora ele fale no título de sete “lições”, o último capítulo é mais uma reflexão sobre a humanidade – algo que atrai cientistas, de Isaac Newton a Stephen Hawking. “São considerações sobre como pensar este mundo, que é o nosso mundo, mas é muito diferente do que nos contam.” Podem servir, inclusive, para nos tornar mais livres. Por meio da física? Por meio do conhecimento. “Ser livre não significa que nossos comportamentos não sejam determinados pelas leis da natureza. Significa que eles são determinados pelas leis da natureza que agem no nosso cérebro”, ensina Rovelli.

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*Fonte: estadao

fisica2026

Cientista norte-americano usa grama para criar células solares

A ideia por trás da pesquisa do cientista norte-americano Andreas Mershin é criar células biofotovoltaicas a partir de uma mistura de restos de grama ou resíduos agrícolas e produtos químicos baratos. De acordo com o pesquisador do MIT, o desenvolvimento deste sistema poderia popularizar e reduzir os custos da energia solar.

A tecnologia desenvolvida por Mershin e sua equipe aproveita a membrana PS-I, abundante nas plantas durante o processo de fotossíntese e responsável por converter a luz solar em energia. Apesar de células biofotovoltaicas já existirem, o que a equipe fez foi encontrar um jeito de aumentar a durabilidade dos materiais orgânicos, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de elementos químicos caros.

Para resolver estes dois problemas, os pesquisadores aplicaram peptídeos surfactantes ao material orgânico seco, isso impede que ele perca suas propriedades fotossintéticas com o passar do tempo. O resultado foi uma PS-I capaz de operar de maneira muito mais eficientes em um painel solar.

Mershin explica que o restante da estrutura ainda possui nanofios feitos com dióxido de titânio, que transportam a corrente de energia. Nos primeiros testes, o sistema conseguiu uma taxa de conversão de apenas 0,1% da energia do sol em eletricidade. Apesar de ser um percentual baixo, se comparado aos sistemas fotovoltaicos comuns, já é bastante expressivo quando se trata de biofotovoltaicos. Além disso, os cientistas estão confiantes de que seja possível torna-lo mais eficiente.

Um estudo com os resultados da pesquisa foi publicado na revista científica Nature. Clique AQUI para acessar o material completo.

*Fonte: ciclovivo

grama445