Ouça as línguas antigas sendo faladas, do egípcio ao asteca

Embora algumas tenham sido esquecidas há muito tempo, a maioria ainda desperta interesse e curiosidade em todo o mundo, graças às suas marcas deixadas na história e literatura.

Entre as línguas antigas mais famosas está o egípcio antigo, datando de cerca de 3100 a.C. Até sua última evolução, o egípcio médio, que foi falado até o início do século VII d.C, o egípcio era a língua das leis e dos registros. E, ainda hoje, há muita coisa para aprender com ela, provando a sua influência.

O grego antigo é considerada a língua do pensamento e da filosofia ocidental. Várias línguas modernas, incluindo o inglês, são influenciadas em grande medida pelo grego antigo. E, certamente, a literatura grega antiga é o que a torna tão fascinante até hoje.

O latim, uma das línguas aglutinantes, deixou sua marca na história ocidental, principalmente através da Igreja Católica Romana. O latim era a língua oficial do Império Romano e, por isso, ainda é falado por muitas pessoas que estudam História, Filosofia, Direito e outras áreas.

Outras línguas antigas fascinantes incluem o sânscrito, que é a língua antiga do hinduísmo e do budismo; o hebraico antigo, que foi adotado como a língua sagrada do judaísmo; e o chinês clássico, que teve uma grande importância na China antiga e que é ainda hoje ensinado nas escolas.

Ouça aqui:

A vantagem de estudar línguas antigas é que elas fornecem um ponto de vista único e desafiador para compreender a história, a literatura, a cultura e a religião de uma região. Além disso, muitas vezes, a compreensão de uma língua antiga pode explicar questões sociais, políticas e culturais que continuam a afetar a região até hoje.

Em geral, estudar línguas antigas permite aos estudantes se comunicarem com uma gama mais ampla de pessoas e compreender melhor a história do mundo. E, quem sabe, talvez no futuro, algum desses idiomas esquecidos possa ser redescoberto e trazido de volta à vida. Mas, enquanto isso, as línguas antigas ainda continuam a fascinar e a inspirar os estudantes do mundo todo.

*Por Davson Filipe
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*Fonte: realidadesimulada

‘Mastodon’: conheça o concorrente do ‘Twitter’ que ganha usuários após início da gestão Elon Musk

Os usuários do Twitter não estão felizes com as mais recentes decisões de Elon Musk à frente da empresa de tecnologia. As funcionalidades pagas que a rede social promete a partir da aquisição do bilionário têm causado rejeição no público, que faz um êxodo do app do passarinho em busca de novas redes, como o Mastodon.

Perdas de usuários chegam a ser estimadas em um milhão; Musk instaurou novas regras e desagradou twitteiros

De acordo com dados do BotSentinel, uma conta que monitora atividades de novas contas na rede social, cerca de 800 mil pessoas deixaram o Twitter logo que Elon Musk assumiu a rede social. Outras 400 mil contas foram suspensas.

Depois, o êxodo se intensificou, especialmente após uma série de decisões que desagradaram os usuários da rede. Gigi Hadid, famosa supermodelo, é uma das que abandonaram o Twitter depois das recentes declarações de Elon.

A imprensa norte-americana e o próprio Musk já confirmaram que a rede social será cada vez mais monetizada, com criadores de conteúdo pagando por verificação e criando conteúdos exclusivos. Além disso, recursos como vídeos também podem ser pagos no futuro. Fontes afirmam que o magnata da tecnologia pode arriscar ainda mais e passar a cobrar pelo acesso ao Twitter.

Nos últimos meses, redes sociais como Truth Social, Parler e Gab acabaram ganhando usuários, em especial da extrema-direita, por conta da restrição do Twitter a discursos de ódio e informações falsas. Contudo, outras alternativas, menos radicalizadas, como o Tribel e o Mastodon, parecem estar ganhando muitos seguidores.

O que é o Mastodon?
O Mastodon é uma rede social que não é muito bem uma rede social como conhecemos. Trata-se de uma rede descentralizada com funcionalidades parecidas com o Twitter – você pode escrever breves textos curtos (toots), curti-los, repostá-los etc.) -, mas com uma operação distribuída entre servidores.

O Mastodon promete ser uma rede com gestão compartilhada entre diferentes usuários

Basicamente, você se inscreve no Mastodon a partir de um servidor, que será a sua porta de entrada para a rede social. Se você tem interesse em música, por exemplo, pode criar uma conta dentro do server de música. Seu nome de usuário será @fulano.musica, sendo ‘fulano’ seu nome de usuário e ‘musica’ o servidor hipotético em que sua conta estará alocada.

A partir do momento em que você cria sua conta, você tem acesso a todos os tweets de todos os outros servidores e pode seguir quem quiser. A rede não tem algoritmo e nem conexão com outras redes, portanto, você vai ter de seguir seus amigos na mão.

Mas por que diabos uma rede funciona assim? O Mastodon não tem dono e funciona como uma reunião de diferentes servidores que funcionam da mesma forma (através dos toots). Assim, cada servidor pode gerir e se responsabilizar pelos seus usuários, que podem trocar de servidor caso não concordem com sua forma de gestão. Além disso, não existe o risco de um bilionário comprar tudo e alterar de forma drástica o funcionamento da rede, que é democrática por natureza.

Atualmente, o Mastodon conta com cerca de 700 mil usuários, mas seu crescimento tem sido dificultado por motivos técnicos. Os servidores não estão conseguindo conter o número de novos usuários e alternativas estão sendo criadas para tentar abrigar todo mundo que está chegando.

*Por Yuri Ferreira
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*Fonte: hypeness

Se você ‘fala’ com as mãos, provavelmente também ‘pensa’ com elas, diz estudo

A fala é uma ferramenta de comunicação que utiliza cerca de uma dúzia de músculos da laringe, as cordas vocais, língua, lábios, dentes e boca – mas não somente. Para falar, a maioria das pessoas também utiliza as mãos. O que os cientistas da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, buscaram descobrir em pesquisa recente foi se nossos gestos afetam também nossa forma de pensar. E sim, nós também pensamos com as mãos.

O estudo buscou entender o efeito do uso das mãos na compreensão do sentido das palavras

De acordo com o estudo, a conexão entre as mãos e a fala se estabelece principalmente na forma como entendemos as palavras, e é chamada de “cognição incorporada”, conectando, por exemplo, uma palavra à ação diretamente ligada a seu significado. Como a palavra “garfo” e o ato de fincar as pontas do objeto em um alimento, e levar a comida até a boca. É fundamental pensar em gestos para compreender seu sentido mais profundo e prático.

A cognição incorporada relaciona um copo com o ato de levar a bebida até a boca, por exemplo

Assim, o que a pesquisa chama de “aterramento simbólico” consiste em compreender o significado de uma palavra através da interação com o corpo e o ambiente. Para medir o efeito das mãos na forma como pensamos, os pesquisadores estimularam participantes da pesquisa com palavras referentes a objetos diversos, medindo as reações cerebrais diante das palavras, mas ora com as mãos livres, ora com as mãos presas.

A relação entre o impedimento gestual e as atividades cerebrais foi medida por infravermelho

A medição das atividades cerebrais foi feita com espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS), e mostrou que o lado esquerdo do cérebro teve as reações consideravelmente reduzidas com as mãos presas diante de objetos manipuláveis – como copo, colher ou vassoura. Dessa forma, concluiu-se que a cognição incorporada é parte determinante da eficácia de nosso pensamento. Ou seja, restringir as mãos afeta nossa capacidade cognitiva, afinal também pensamos com as mãos.

A pesquisa pode ser usada na melhoria das compreensões de inteligências artificiais, por exemplo.


*Por Vitor Paiva

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*Fonte: hypeness

5 Expressões populares criadas por William Shakespeare

Na história do teatro e da poesia, William Shakespeare é um nome incontornável. Seus trabalhos renderam algumas das obras culturais mais icônicas da arte mundial, repercutindo em todo o mundo e influenciando gerações. Mas o Bardo não deixou rastros somente na arte.

O reflexo de sua genialidade entrou, também, para o imaginário coletivo e nosso cotidiano. E não, não estou falando do doce Romeu e Julieta. Shakespeare criou algumas expressões que são repetidas sem que muitos de nós saibamos serem de sua autoria.

Conheça algumas e descubra se você cita Shakespeare e não sabia!

1. “Você está falando grego”
A imagem de falar grego, como dizer algo que é incompreensível a outra pessoa, tem origem em uma das peças teatrais criadas por William Shakespeare, mais especificamente em A Tragédia de Júlio César, de 1599.

No Ato 1, Cena 2, Cássio pergunta a Servíllio Casca o que Cícero havia dito, este responde: “De minha parte, era grego para mim”. No contexto da peça, Casca não havia entendido o que Cícero dizia porque este, realmente, estava falando em grego.

2. “Um coração de ouro”
No drama histórico Henrique V, publicado em 1599 e integrante de uma tetralogia sobre monarcas, o Bardo se inspirou na vida do nobre que governou a Inglaterra na primeira metade do século XV. No Ato 4, Cena 1, o rei se disfarça de plebeu e conversa com o personagem Pistol, que não o reconhece.

Ao perguntar ao rapaz se há homem melhor que o rei, este responde: “O rei é um alcoólatra, mas tem um um coração de ouro, é um rapaz de vida, um diabinho de fama”. Foi assim que a frase entrou para o vocabulário popular, mantendo o sentido original de significar uma pessoa muito gentil e honrada.

3. “O amor é cego”
O Mercador de Veneza foi uma peça em que Shakespeare fez questão de expressar temas relevantes que já existiam em sua época, como discriminação racial e desigualdade social. Dois personagens estavam apaixonados, mas suas diferentes classes sociais impediam que estivessem juntos.

No Ato 2, Cena 6, Jessica se disfarça de menino para ver Lorenzo. William Shakespeare escreve ali: “Mas o amor é cego, e os amantes não podem ver as belas loucuras que eles mesmos cometem”. É dos casos que o sentido original é o mesmo que utilizamos, a nossa incapacidade de ver defeitos em quem amamos.

4. “Quebrar o gelo”
Pois é, essa expressão associada ao fato de dar início a uma conversa interrompendo um silêncio constrangedor surgiu em A Megera Domada, de 1594, uma comédia. Nela, Batista, pai de duas filhas, se recusa a conversar com o pretendente de sua filha mais nova até que a mais velha se case.

Seu funcionário, Trânio, sugere que ele convença alguém a casar com a filha mais velha, pois tem intenções de conquistar o amor da mais nova. Então, no Ato 1, Cena 2, diz: “E se você quebrar o gelo, e fizer essa façanha, alcance o mais velho, liberte o mais novo”. Ah, A Megera Domada serviu de inspiração para a novela global O Cravo e a Rosa.

5. “O mundo é sua ostra”
Essa famosa expressão criada por William Shakespeare tem origem em As alegres comadres de Windsor, peça teatral de comédia publicada em 1602. A obra narrava com muito humor a burguesia inglesa da época. Foi escrita pelo Bardo em apenas quinze dias, a pedido da rainha Elizabeth I. A frase aparece no Ato 2, Cena 2, e é ligeiramente diferente.

Falstaff se recusa a emprestar dinheiro a outro personagem, que retruca dizendo: “Ora, então a minha ostra do mundo, que com espada abrirei”. Deu para ver que ela foi bastante adaptada, certo? “O mundo é sua ostra” não teria uma tradução muito exata no português, mas seria algo como “o mundo é seu” ou “o céu é o limite”.

*Por Alejandro Sigfrido Mercado Filho
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*Fonte: megacurioso

50 palavras mais engraçadas da língua portuguesa

Roteirista, escritor, diretor e um dos maiores humoristas brasileiros de todos os tempos, Max Nunes sempre foi conhecido por sua irreverência. Nem mesmo os fatos mais comuns do cotidiano passavam desapercebidos por ele. Formado em medicina, a sua primeira vez na televisão foi em 1962, quando escreveu os programas “My Fair Show” e “Times Square”, na extinta TV Excelsior. Anos depois, ele produziu e dirigiu também os programas da Rede Globo: “Bairro Feliz” (1965), “Riso Sinal Aberto” (1967), “TV Pirata” (1983) e “Casseta & Planeta, Urgente!” (1992).

No entanto, a sua relação com as palavras começou muito antes. Em 1958, quando escrevia para jornais e rádios, a língua portuguesa por si só já despertava o bom humor de Max. À época, ele pediu a personalidades do teatro, literatura e televisão que escolhessem as palavras mais engraçadas do idioma. Uma das mais citadas foi “perereca”, no entanto também houve espaço para outras dezenas, como “arapuca”, “balofo”, “biruta” e “xereta”. A Bula compilou as principais delas e as reuniu em uma lista. O conteúdo foi extraído do livro “Uma Pulga na Camisola” (1996), da editora Companhia das Letras, que reúne textos criados pelo humorista para veículos de comunicação entre os anos 1950 e final dos anos 90.

Arapuca

Bagulho

Balacobaco

Balofo

Beiçola

Biruta

Bombachas

Caçarola

Caxinguelê

Chinfrim

Esculacho

Espiroqueta

Faniquito

Fuinha

Gaiato

Garrincha

Goela

Gogó

Jururu

Lambão

Linguiça

Macacão

Maçaroca

Mixuruca

Pamonha

Patusco

Pelanca

Perereca

Peteleco

Quiproquó

Rapapé

Sacripanta

Sopapo

Supimpa

Tanajura

Tiririca

Trambolho

Treco

Trombone

Tutu

Umbigo

Urucubaca

Vitrola

Xaveco

Xereta

Xexelento

Zarolho

Zebroide

Zebu

Zureta

*Por Helena Oliveira
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*Fonte: revistabula

Como as linguagens mudaram nos últimos 200 anos

Você é a mesma pessoa que era há 10 anos? E a 15 anos atrás? E se vivesse por 250 anos? Nós sabemos a resposta: nada permanece o mesmo por séculos, e isso inclui a linguagem. A mudança de linguagem geralmente começa aos poucos, mas com o tempo, ganha grandes mudanças de significado. Isso é natural, pois a linguagem é viva e está a serviço das nossas necessidades de comunicação. Assim como nossas comunidades, culturas, leis e direitos mudam e evoluem, nossa linguagem se adapta às realidades e mudanças do nosso tempo.

Por exemplo, a palavra “histeria” foi criada no início do século XIX para descrever uma suposta doença que atingia as mulheres e as deixava perturbadas e emotivas. A palavra vem do nome grego para útero (como a palavra “histerectomia”), mas essa palavra anatômica deu origem ao nome da doença atribuída às pessoas com o órgão, que por sua vez passou a ser associada à emoção extrema e não àquela velha doença do século XIX. Hoje, muitas pessoas usam “histeria” ou o adjetivo “histérico” em português para “emoção extrema” (como chorar histericamente ou rir histericamente) e provavelmente não percebe que a palavra tem raízes misóginas.

Novas maneiras de falar
Novas palavras são criadas o tempo todo, muitas vezes para preencher uma lacuna: há uma nova situação, contexto, avanço ou evolução na forma como pensamos e cuidamos uns dos outros, e uma palavra inédita nos permite fazer referência rápida à nossa nova realidade. Muitas vezes, a nova palavra se refere a algo que nem nossos ancestrais poderiam imaginar, gerações ou séculos atrás.

Também é muito comum que palavras existentes adotem novos significados. Muitas vezes uma palavra tem mais de um significado ou interpretação possível, e um deles se torna mais forte, levando a outros. Como um jogo de telefone sem fio que dura séculos, as mudanças no significado podem ser realmente surpreendentes – mas assim como nossa cultura e sensibilidade evoluem, o mesmo acontece com o significado das palavras!

Tudo muda o tempo todo
A mudança linguística e a inovação linguística são inevitáveis, e isso é bom. Assim como nós evoluímos, os idiomas e a maneira como falamos também passam por esse processo. Muitas vezes, pessoas mais velhas não entendem algumas expressões e gírias que estamos acostumados a falar. E em outras vezes, a linguagem pode ser diferente até mesmo para pessoas que estão na mesma geração, mas em grupos ou localidades diferentes, ocupando uma ”bolha” linguística regional.

Portanto, lembre-se: cada palavra em seu vocabulário conta uma história, então é sempre interessante estar atento às palavras que você escolher, seja na sua própria língua ou quando estiver aprendendo um novo idioma. No Duolingo, levamos sempre em consideração estes significados, para ensinar o idioma de forma mais didática e verdadeira, condizente com a realidade dos nativos. No app, os alunos têm a chance de experienciar histórias que retratam o dia a dia, com palavras em diferentes contextos.

*Por Analigia Martins – diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.
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*Fonte: megacurioso

Cães de rua podem naturalmente entender gestos feitos por humanos

Os cachorros criados em casa e que passaram por um treinamento mínimo geralmente são capazes de entender os gestos e comandos humanos. Mas será que os cães de rua, sem nenhum adestramento, têm a mesma reação ao se depararem com um estranho?

Essa dúvida costuma deixar muitas pessoas assustadas ao encontrar animais que vivem em situação de rua. Com medo de serem atacadas, algumas delas podem até reagir de forma violenta diante de bichos desconhecidos para se protegerem.

Para responder à questão, a especialista em comportamento animal Anindita Bhadra conduziu um estudo com cerca de 160 cães que vivem nas ruas de cidades da Índia. No experimento, os animais foram colocados diante de dois potes tampados, um contendo frango cru e o outro trazendo apenas o cheiro do alimento.

Há cerca de 20 milhões de cães de rua no Brasil

Na sequência, um segundo integrante da equipe de pesquisa, que não sabia qual conteúdo estava presente em cada pote, aparecia apontando para um dos recipientes, como se estivesse dando um comando para os animais. A ação podia durar um segundo ou acontecer por mais tempo e as mãos da pessoa não ficavam próximas às tigelas.

Reagindo aos comandos
Aproximadamente metade dos cachorros envolvidos no estudo não chegaram perto dos potes. Muitos deles, inclusive, apresentavam sinais de ansiedade, o que provavelmente era fruto de experiências negativas com os humanos em outras ocasiões, de acordo com Bhadra.

Já a outra metade dos participantes seguiu o comando do pesquisador e se aproximou do recipiente. Destes, 80% foram na direção exata da tigela indicada por ele, mesmo que o sinal de apontar o dedo tenha durado apenas um segundo e que não houvesse nada na vasilha, entendendo o gesto humano.

Cães treinados têm mais facilidade para entender os comandos

O mesmo tipo de teste já havia sido realizado anteriormente pela bióloga do Instituto de Educação e Pesquisa Científica de Calcutá (Índia) com animais de estimação e seus tutores. Também foram feitos experimentos com pequenas mudanças em relação ao original, com as pessoas ficando mais próximas dos potes.

Segundo a autora, o cão consegue avaliar melhor a intenção humana e tomar a sua decisão quando a pessoa está mais distante da tigela. Isso também permite que ele processe o resultado da ação de forma mais rápida, considerando se valeu a pena ou não ter seguido o comando.

Inteligentes por natureza
A conclusão da pesquisa, realizada em 2020 e publicada na revista Frontiers in Psychology, é de que os cães de rua possuem uma capacidade inata de entender determinados gestos humanos, independente de treinamento. Isso acontece mesmo se o animal tiver passado por experiências negativas.

Bhadra acredita que o resultado do estudo pode ajudar a reduzir os conflitos entre cães abandonados e humanos, evitando os maus-tratos que acontecem muitas vezes.

*Por André Luiz Dias Gonçalves
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*Fonte: megacurioso

Como a tecnologia está nos transformando em crédulos incondicionais

A tese é simples: com tanta coisa maravilhosa surgindo todos os dias, as pessoas estão acreditando que tudo é possível. Tudo mesmo.

“Google, quando o abacate que eu comprei vai ficar maduro?”

Por exemplo: acreditar que qualquer coisa que você pergunte ao Google, por mais bizarra que seja (“Google, quando vou morrer?”), possa de alguma maneira ser respondida.

Mas o ponto nem é a pergunta ser respondia, porque elas sempre são. A questão é o quanto você acredita nela ou não. E, desconfio, a credibilidade dos oráculos tecnológicos tem aumentado a cada geração.

Velhos e jovens: será que acreditam (ou desconfiam) de forma diferente?
Você já viu o novo aplicativo que você tira uma foto de um objeto, envia para um amigo e ele se materializa de verdade? O seu amigo só tem que apontar o celular para uma superfície, aí rola uma espécie de realidade aumentada e o objeto vai surgindo, que nem no teletransporte de Jornada nas Estrelas.

Um cara mais velho vai falar: “Hein??? Hahaha, bebeu???

E, talvez, um garotinho reaja de forma diferente: “Séééério??? Onde baixa??”

Claro, é um exagero, mas é só pra carregar nas cores da minha singela tese.

Por mais mágica que seja a promessa de uma nova tecnologia, as gerações mais novas gastam menos tempo desconfiando do que os mais velhos. Claro, faz parte da ingenuidade da idade mesmo.

Mas tem outro motivo: os mais velhos tem uma realidade e uma experiência prévia para comparar, enquanto que os mais jovens estão chegando ao planeta agora e ainda estão em modo tutorial. Você chega em um lugar novo e simplesmente observa e absorve. Quer conhecer. Os questionamentos vêm mais tarde.

Na escola era a mesma coisa, lembra? Você assistia as aulas com uma postura mais passiva, os questionamentos e as desconfianças (Cabral abriu demais a curva da Africa e acabou descobrindo o Brasil) isso veio muito mais tarde.

No começo das nossas existências, somos todos esponjas.


Tecno Fé

Tem uma expressão em inglês, que você deve conhecer e que resume bem essa postura, que é o “take for granted”. É aceitar algo como de direito, como fato inquestionável. É uma super familiaridade com as coisas, que parecem que sempre estiveram por aí desde sempre e que nem damos mais importância.

Algo próximo da própria definição de fé.

Fé é acreditar sem questionar. A coisa é a coisa e pronto. Eu acredito. Mesmo que o meu lado racional insista que unicórnios não existem. Veja bem, não estou criticando a fé. Estou apenas explorando o grau de devoção a uma crença qualquer.

Mas qual atitude é a melhor no fim das contas?

Será que a nova geração é mais aberta ao novo? Será que gente mais velha é mais desconfiada?

Pode ser que sim, mas o outro lado da moeda traz uma outra possibilidade. Os mais novos são também mais facilmente iludidos com falsas promessas. É uma geração que acredita em mágica. E, como sabemos, mágicas não são coisas reais. Mágicas são ilusões, truques.

Enfim, existe uma diferença enorme entre a saudável atitude de querer acreditar nas coisas e a crença cega e incondicional.


Concluindo

Não quero passar a impressão de que este post seja um daqueles que comparam gerações porque isso nunca funciona. Não dá para rotular atitudes por gerações, cravar atitudes coletivas baseado na data da certidão de nascimento como se fosse horóscopo (“se você nasceu depois do ano tal, então você é assim ou assado…”). Mas separar por blocões em ordem de chegada e de exposição ao planeta e as coisas da vida é uma forma de tentar enxergar tendências para a humanidade. E me parece que há uma mudança de atitude importante acontecendo.

A única coisa que acho que deveríamos ficar atentos é nunca esquecer do que existe por trás das mágicas. Eu costumo dizer que o meu filho cresceu vendo a louça aparecer de volta no armário, limpinha, como se fosse mágica. Claro, alguém teve que lavar tudo, mas ele não viu. E por isso vai aprendendo que louça fica limpa por mágica. Mas ignorar o processo é um erro grave.

Achar que toda essa liberdade de expressão ou a vontade de um mundo mais justo e evoluído é uma exclusividade da geração atual e esquecer que milhões de outros seres humanos brigaram por milhares de anos para que os jovens herdassem esse mundo bacana de hoje seria também um erro grave.

O ideal, como sempre, é pegar o melhor dos dois universos.

Crédulos, condicionais e conscientes dos processos e de como as coisas funcionam.

Para não sermos uma espécie que entra em extinção se acabar a energia elétrica.

*Por Wagner Brenner
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*Fonte: updateordie

Sou fã de gente que escuta, a maioria só quer falar

É tão raro quem conversa, quem escuta. A maioria só quer falar, só quer saber de si mesma, porém, muitas vezes, precisaremos de alguém que nos ouça, que preste atenção em nossos sentimentos.

Se prestarmos atenção, perceberemos que o costume de aguardar a vez para falar está desaparecendo entre muitas pessoas.

Todo mundo quer falar, extravasar, opinar, mas poucos estão dispostos a ouvir e realmente escutar o que o outro tem a dizer. Não importa o quanto precisemos de alguém que nos ouça, raramente encontraremos quem consiga parar de pensar em si mesmo, para nos dispensar um mínimo de atenção.

E esse comportamento, infelizmente, acaba atrapalhando também a leitura de textos escritos. Se o que importa é tão somente a própria opinião, como conseguir ler um ponto de vista diferente e pensar sobre aquilo? Geralmente, as pessoas leem só o superficial, sem se aprofundar no que está subentendido, porque querem estar certas, querem ser as donas da razão, portanto, nada do que as contradiz é levado em conta.

Em muitos momentos, precisaremos de alguém que nos ouça, que preste atenção em nossos sentimentos, que divida a dor que nos assola, apenas ali do lado, olhando-nos os olhos e acolhendo nossa alma quebrada. Não será preciso falar nada, apenas escutar, entender, abraçar e ficar junto de fato. Alguém que não corte nossa fala, que não diga que também sofre, que não abra concorrência com a nossa dor – muitas pessoas sempre acham que sofrem mais do que qualquer um.

É COMO SE QUASE NINGUÉM MAIS CONSEGUISSE CONVERSAR, OU SEJA, TROCAR IDEIAS, OPINIÕES E PONTOS DE VISTA DE FORMA COMPARTILHADA, POIS MUITA GENTE QUER SOMENTE FALAR, IMPONDO O QUE ACHA SER O CERTO E PONTO FINAL.

Assim, tornam-se incapazes de se colocar no lugar de alguém e de refletir sobre a própria vida.

Gente assim é incapaz de mudar, de perceber-se errada, de melhorar. Não conversam com pessoas, não interagem com textos, nem dialogam com o mundo, pois só o que existe é seu próprio mundinho.

Devemos, portanto, valorizar as pessoas com quem conseguimos conversar de fato, com quem chegamos a trocar ideias de forma saudável, quem nos escuta e nos acolhe, quando mais precisamos.

É preciso que nos demoremos junto às pessoas que nos devolvem sentimento, porque, caso acumulemos pesos demais dentro de nós, dificilmente teremos a chance de seguir em busca de nossa felicidade. E isso ninguém merece.

*Por Prof. Marcel Camargo
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*Fonte: seuamigoguru

De onde veio o itálico e qual seu uso correto na escrita

O itálico, a caligrafia de traços ligeiramente inclinados à direita, é um dos três procedimentos básicos – ao lado das maiúsculas e das aspas – empregados para indicar que uma palavra ou grupo de palavras tem um sentido especial.

É usado tanto para dar ênfase quanto para advertir o leitor de que uma palavra ou frase pode não lhe ser familiar, seja por ser estrangeira ou por fazer parte de uma grupo de gírias ou expressões específicas: “supervisionaremos o merchandising da empresa” ou “é preciso ler o documento ab integro”.

Pode ser, também, usado para destacar um título de obra – um nome de livro, um filme, peça de teatro ou de um álbum de música, por exemplo.

O recurso serve ainda para quando empregamos uma palavra em sentido metalinguístico, ou seja, não por seu significado em si, mas para nos referirmos a suas formas e funções. Você vai entender melhor com estes exemplos: “a palavra juiz começa com j” ou “acadêmico é uma palavra proparoxítona”.

Leve inclinação à direita é a marca do itálico

O itálico é tão antigo quanto a própria escrita. “Sempre existiu”, diz à BBC News Mundo a historiadora de língua espanhola Lola Pons Rodríguez, da Universidade de Sevilha (Espanha).

Esse modo de escrever nasceu do costume de algumas pessoas de escrever tombando as letras à direita, algo natural uma vez que a maioria das pessoas são destras e tendem a inclinar seus traços nessa direção.

De onde vem o nome?
O nome itálico tem sua origem no trabalho do italiano Aldo Manucio, um humanista e impressor que em 1494 fundou uma editora em Veneza, chamada de Imprensa Aldina, famosa na época pela edição de livros clássicos gregos e romanos.

Foi nessa oficina de Aldo Manucio que, em 1501, foram usados pela primeira vez tipos de letra no formato cursivo – os quais, por serem mais estreitos e inclinados, permitiam que coubessem mais letras em uma única folha. É a ideia por trás dos livros de bolso atuais.

Além disso, imitavam a escrita à mão.

Há historiadores que acreditam que o primeiro a usar na prática as letras itálicas em uma prensa tenha sido Francesco Griffo, um ajudante da oficina de Aldo Manucio.

Por esse motivo, esse tipo de letra é chamado também de “letra grifa”.

E uma curiosidade: os primeiros tipos de letra itálica na Imprensa Aldina eram só em minúsculas, então, os textos em itálico tinham as maiúsculas impressas pela tipologia comum, explica Lola Pons.

*Por Irene Hernandez Velasco
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*Fonte: bbc-brasil

Wi-Fi 7: nova internet pode atingir velocidades de mais de 30 Gb/s

Novo padrão de alta velocidade de internet sem fio estará disponível a partir de 2023, mas sem previsão de chegada ao Brasil. Veja o que se sabe sobre a nova tecnologia.

O Wi-Fi 7, um novo padrão de velocidade de internet sem fio, está perto de ser lançado. Na última semana, a Qualcomm anunciou a Network Pro Series Gen 3, uma plataforma que, como o nome sugere, contará com a nova tecnologia. Segundo a empresa dos EUA, os novos aparelhos contarão com velocidades de mais de 33 Gb/s, isto é, mais que o triplo da potência do Wi-FI 6E, que tem performance de até 10 Gb/s. A Wi-Fi Alliance, o grupo que dita os padrões da tecnologia e do qual a Qualcomm faz parte, já havia anunciado que o Wi-Fi 7 teria, no mínimo, 30 Gb/s.

A expectativa é que o Wi-Fi 7 esteja disponível em 2023 — e pode demorar um pouco mais até chegar ao Brasil, dependendo de modelos específicos de roteadores.

Nova tecnologia Wi-Fi 7 terá velocidade superior a 30 Gb/s, melhorando a qualidade de streaming em 4K

Para usufruir de todas as vantagens do Wi-Fi 7 (padrão 802.11be) será necessário adquirir uma conexão de banda larga premium e dispositivos Wi-Fi 7, que ainda estão em desenvolvimento. O novo padrão permitirá menos latência e instabilidade, características úteis para aplicativos de realidade virtual ou streaming de vídeo em 4K.

O Wi-Fi 7 deverá operar na banda de 6 GHz, com suporte à largura de 160 MHz até 320 MHz. Segundo a Wi-FI Alliance, o uso simultâneo de diferentes bandas também será suportado.

Wi-Fi 7 deverá estar disponível mundialmente no segundo semestre de 2023

No Brasil, o mais utilizado ainda é o Wi-Fi 5 (IEEE 802.11ac) com largura de 80 MHz até 160 MHz e banda de 5 GHz, o que garante velocidade máxima de 1 Gb/s. Para uso corporativo, ainda é possível contratar o padrão Wi-Fi 6E.

*Por Vitor Garcia
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*Fonte: techtudo

WhatsApp: por que EUA usam pouco o aplicativo de mensagens mais popular do mundo

Enquanto em países como o Brasil, o WhatsApp pode ter feito falta para muita gente na segunda-feira (4/10), quando uma pane deixou fora do ar por cerca de seis horas redes sociais pertencentes ao Facebook, nos Estados Unidos essa interrupção pode ter sido menos perceptível, já que lá o aplicativo de mensagens é bem menos usado.

Estima-se que o WhatsApp já superou o número de 2 bilhões de usuários em 180 países. Entretanto, no país em que ele foi criado, os Estados Unidos, menos de 20% dos usuários de smartphones usam o aplicativo, segundo a empresa de pesquisas Pew Research Center.

Apesar de vir de uma fonte diferente, a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, de agosto, estimou que no Brasil nada menos do que 99% dos smartphones têm o WhatsApp instalado.

A cultura do SMS
Um dos motivos para o aplicativo não ser tão popular no seu país de origem é que a maior parte dos consumidores de telefonia móvel nos Estados Unidos têm planos contratados. Diferente de outros países, é raro ter um plano pré-pago por lá.

Na década de 1990, quando os celulares se tornaram populares, ainda era caro enviar e receber mensagens de texto SMS (Short Message Service). Os planos incluíam um número limitado de SMS e passar disso levava a cobranças adicionais.

Com a expansão da infraestrutura e da tecnologia 2G, e consequentes ampliação da cobertura e da competição, as coisas mudaram. As operadoras passaram a oferecer planos com ligações ilimitadas e SMS grátis, o que popularizou essa ferramenta de envio e recebimento de mensagens de texto.

“A boa e velha telefonia 2G realmente surpreendeu os americanos, que a tomaram para si”, explicou Scott Campbell, professor de telecomunicações da Universidade de Michigan, no blog de tecnologia Lifewire.

Neste contexto, a opção de usar dados de internet ainda era cara — por isso, para enviar mensagens, o SMS continuou prevalecendo por um tempo.

Mesmo que hoje ter internet móvel seja mais acessível e que conexões Wi-Fi estejam por todo lado no país, o hábito do SMS ficou.

O avanço do Facebook Messenger

A internet trouxe novas alternativas além do SMS e do WhatsApp, como outro aplicativo de mensagens da mesma empresa, o Facebook Messenger.

Um levantamento da Statias sobre ferramentas para troca de mensagens e videochamadas mostrou que, em 2021, o Facebook Messenger foi o mais usado (87%) pelos americanos. E FaceTime (34%), Zoom (34%) e Snapchat (28%) aparecem à frente do WhatsApp (25%).

Mas quando se trata dos latinos nos EUA, as coisas mudam: quase 50% deles usam o WhatsApp, principalmente porque muitos recorrem ao aplicativo para falar com pessoas que estão em outros países.

Na América Latina, o WhatsApp se popularizou ao inaugurar a possibilidade da comunicação instantânea totalmente gratuita.

O fator iPhone

Outro elemento que afasta os americanos do WhatsApp é a considerável presença do iPhone no país, usado por cerca de 50% dos consumidores de telefonia móvel por lá.

Como o sistema iOS, usado nesse tipo de celular, adaptou seu aplicativo iMessage às plataformas de SMS das operadoras de celular, o uso do SMS não foi afetado.

Quando os usuários de iPhones enviam mensagens entre si, o celular usa o iMessage; mas se um dos celulares correspondentes tiver sistema de outro fabricante, como o Android, ele usa a rede SMS.

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Entretanto, especialistas em segurança digital dizem que os SMS são mais vulneráveis a invasões do que as conversas criptografadas oferecidas pelo WhatsApp.

Além disso, a possibilidade de formar grupos no WhatsApp é outro recurso que pode mudar a arraigada cultura do SMS nos Estados Unidos.

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*Fonte: bbc-brasil

Estudo mostra que os cachorros são programados para entender os humanos desde seu nascimento

Que o cão é o melhor amigo do homem, isso não é novidade para ninguém. O relacionamento dos humanos com os cães é antigo. Entretanto, a história de como esse encontro aconteceu se perdeu no tempo. Por isso, não se sabe há quanto tempo exatamente essa relação existe.

Quem tem um cãozinho em casa, sabe o que é contar sempre com um amor e apoio incondicional. Os animais aparecem no topo da lista de maiores companheiros das pessoas por nunca abandonarem seus donos.

E quem ama cachorros e tem um sabe como é a relação com esses animais. E percebe que eles não só entendem o que o dono quer dizer, mas também a forma e o tom que eles dizem as coisas.

Justamente por conta desse comportamento, vários estudos recentes mostram percepções bem surpreendentes a respeito das formas como os cachorros estão programados para conseguirem se comunicar com as pessoas.

Estudo
O estudo mais recente desse tipo descobriu que os cachorros podem entender a diferença entre as ações acidentais e as intencionais dos seus donos. Além desse, outro estudo mostrou que mesmo quando o filhote cresce mais perto de outros cachorros do que de humanos, eles ainda assim conseguem compreender melhor as ações humanas do que filhotes de lobos que são criados com pessoas.

Um terceiro estudo mostrou como os filhotes nascem prontos para interagir com as pessoas sem precisarem passar por qualquer tipo de treinamento.

“As habilidades comunicativas dos cães os posicionam de maneira única para preencher o nicho que eles fazem ao lado dos humanos. Muitas das tarefas que eles realizam para nós, agora e no passado, ou seja, pastorear, caçar, detectar, agir como cães de serviço, são facilitadas por sua capacidade de compreender nossas pistas”, disse Emily Bray, pesquisadora de cognição canina da Universidade do Arizona, em Tucson.

O estudo mais recente também revelou que os cachorros podem saber a diferença entre uma pessoa desajeitada que quer dar a eles uma guloseima, e uma pessoa que está prendendo a guloseima de forma deliberada.

Experimento
Para ter certeza disso, os pesquisadores fizeram um experimento no qual uma pessoa e um cachorro foram separados por uma barreira de plástico que tinha uma lacuna pequena no meio para a mão da pessoa passar. Além disso, essa barreira não estava na sala inteira. Então, os cachorros podiam contorná-la se quisessem.

No experimento, as pessoas passaram a guloseima para os cachorros de três formas diferentes. A primeira, eles ofereceram a guloseima, mas deixavam ela cair do seu lado da barreira e diziam “oops”. Na segunda, se tentou passar a guloseima, mas a lacuna era bloqueada. E na terceira, eles ofereciam a guloseima, mas depois puxavam o braço para trás e riam.

Ao todo, os pesquisadores tentaram essas formas com 51 cachorros e cronometraram o tempo que cada um deles levou para contornar a barreira e pegar a guloseima.

Entendimento
Feito isso, os resultados mostraram que os animais esperaram bem mais para recuperar a guloseima quando a pessoa a segurou de forma proposital do que quando a pessoa a deixou cair ou não a passou pela barreira.

Esses resultados sugerem que os cachorros conseguem distinguir as ações das pessoas, se ela é ou não intencional, e então respondem de acordo.

*Por Bruno Dias
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*Fonte: fatosdesconhecidos

Quantas mensagens de WhatsApp são necessárias para nos identificar? Não muitas

Até onde chega nossa pegada digital? Sabemos do rastro deixado por nossas participações nas redes sociais ou por qualquer conteúdo que publiquemos em algum lugar acessível —ou não tão acessível— da internet. Mas as contribuições que fazemos nesses fóruns estão aí para todo mundo ver. Modulamos seus conteúdos levando em conta uma ideia aproximada de quem os consumirá e a imagem que queremos transmitir. Já as plataformas de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, são farinha de outro saco: “Nas mensagens privadas você se revela mais, não só no conteúdo, mas também na forma como usa a linguagem”, explica Timo Koch, pesquisador de departamento de Psicologia da Universidade de Munique (Alemanha).

Depois de analisar um conjunto de mais de 300.000 mensagens do WhatsApp e treinar um algoritmo capaz de reconhecer a idade e gênero de seus autores, Koch e sua equipe advertem que o experimento deixa clara a importância de preservar a privacidade nesses espaços. “A criptografia de ponta a ponta é um importante primeiro passo. Mas além disso precisamos estar bem informados, e que as plataformas sejam transparentes e acrescentem etiquetas quando a informação não estiver cifrada”, propõe o especialista.

As preocupações de Koch e sua equipe foram avivadas pela tendência das redes sociais a favorecerem cada vez mais o uso de espaços de mensagens privadas. “O Facebook está mudando o foco para essas conversas, e provavelmente vai querer usar os dados, então precisamos ter uma conversa sobre como queremos proteger essas mensagens e assegurar que, se forem marcadas como privadas, de fato sejam”.

Quantas mensagens são necessárias para nos identificar? Depende de qual parte do processo estamos considerando. Koch e sua equipe basearam seu algoritmo nos conteúdos do What’s up, Deutschland?, um corpus de 451.938 conversas do WhatsApp cedidas por 495 voluntários alemães. Depois de excluir as interações muito breves e os casos onde não havia informações sobre idade e gênero dos interlocutores, restaram 226 indivíduos, 309.229 mensagens, 1.949.518 palavras. Para fazer as avaliações, usaram ainda menos.

Estudos semelhantes que aproveitavam as redes sociais como fonte dos conteúdos basearam sua análise em grandes amostras de texto com dezenas de milhões de palavras fornecidas por dezenas de milhares de voluntários. Mas se o novo estudo é menos abrangente, ganha na qualidade dos dados e na forma mais íntima como os usuários se expressam nesses ambientes. “O fato de termos um conjunto de dados tão pequeno e nossas previsões funcionarem nos dá uma pista de quanto mais se poderia fazer. Nossos resultados deveriam ser considerados como um mínimo”, afirmam os autores.

Uma vez treinado o algoritmo, basta uma amostra de 1.000 palavras para obter uma classificação de gênero e idade com razoável precisão. Para poder quantificar esta cifra, fizemos uma contagem de palavras numa conversação moderadamente ativa entre duas pessoas: três dias de diálogo deixam como rastro um pouco mais de 1.000 palavras. Apesar de tudo, os pesquisadores reconhecem que com uma base de dados maior o potencial da análise seria muito superior. “Se pensarmos em análise de personalidade ou outras características necessitaríamos mais informação, porque há diferenças mais sutis”, observa Koch. “Quando você tem um bom modelo, fazer uma predição é questão de segundos.”

Diz-me quem és, e te direi como zapeias
Esta identificação é possível porque nossa maneira de nos expressarmos no WhatsApp segue padrões demográficos. De acordo com os conteúdos do What’s up, Deutschland?, os usuários mais jovens usam mais emoticons e se expressam em primeira pessoa com mais frequência. Essa característica, já observada no estudo de conteúdos publicados em outras plataformas, parece confirmar que nos tornamos menos individualistas com a idade.

No que diz respeito ao gênero, Koch e sua equipe encontraram um uso maior e mais variado dos emojis por parte das mulheres, que também recorrem mais aos pronomes da primeira pessoa do singular. No caso dos homens, destaca-se o uso de uma linguagem mais coloquial e maior frequência das referências ao consumo de álcool.

Koch não descarta que tenham ocorrido pequenas evoluções no modo como nos expressamos nesses ambientes. Não por acaso, os conteúdos do conjunto de dados usados no seu estudo foram compilados entre novembro de 2014 e janeiro de 2015. Formatos como os stickers, incorporados em 2018 —embora já estivessem em outros aplicativos, como o Line— ou o acesso direto aos gifs poderiam ter introduzido certas variações.

Mas acessar um corpus mais amplo e atualizado não é fácil, ao menos do entorno acadêmico. “Uma grande empresa tecnológica tem acesso a muitos mais dados”, aponta. Fontes de informação mais ricas e recentes permitiriam, por exemplo, fazer análises mais complexas da personalidade dos usuários ou estudar como varia o modo como nos abrimos através das mensagens privadas, em contraste com o que compartilhamos nas redes sociais, em diferentes culturas e contextos nacionais.

Outra limitação que se dá fora dos países falantes de inglês é o idioma. O predomínio do inglês no desenvolvimento dos sistemas de processamento da linguagem implica que a maioria das ferramentas disponíveis está nessa língua. “Tivemos que treinar nossos próprios modelos. Cada idioma é diferente e tem seus próprios sinais”, diz Koch.

Vistas as orelhas do lobo, deveríamos medir mais a sinceridade das conversas que mantemos em aplicativos de mensagens privadas? Para Koch, atualmente isso depende de quanto peso demos à privacidade em contraste com a comodidade. “Há algumas boas alternativas, como o Signal, que também é criptografado e não tem por trás de si uma corporação que tenha interesse em lucrar com a informação”, comenta.

*Por
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*Fonte:

Veja como carregar seu celular de forma rápida e segura

“Há diferença alguma entre recarregar o celular em uma tomada de 110 ou 220 volts?”
A resposta é não. Isso porque os celulares não trabalham com essa tensão. O que os carregadores fazem é converter os 110 ou 220 volts em corrrente alternada que chegam pela tomada em cerca de 5 volts em corrente contínua, que são adequados para alimentar as baterias dos celulares. E essa tensão de saída é independente da entrada.


“Usar o celular enquanto ele carrega é seguro?”
Sim, embora isso possa aumentar o tempo de recarga já que o aparelho está em uso, com a tela ligada e o processador trabalhando mais, consome mais do que um aparelho em repouso, por exemplo.

“É perigoso viciar a bateria se o celular ficar ligado à tomada durante a noite toda?”
Não. O celular usa um software inteligente para gerenciar o processo de carregamento com base no perfil do usuário, para evitar a redução da vida útil da bateria.


“Usar um carregador mais potente faz diferença?”
Sim, mas “depende”. Um carregador USB básico de 5 Watts entrega uma tensão de 5 volts a 1 ampére, mas um carregador rápido de 20 Watts, por exemplo, entrega 9 volts a 2 ampéres. Ou seja, mais tensão e mais corrente.


“Posso usar um carregador de uma marca para carregar um celular de outra”?
Sim, não há problemas. O que pode acontecer é que em alguns casos os sistemas de carga não sejam compatíveis, é o celular carregar no modo mais lento.


“É verdade que carregadores piratas podem estragar o celular?”

Evite carregadores piratas a todo custo. Eles podem, sim, danificar seu celular e até mesmo te colocar em risco de ferimentos ou morte.

“Carregar o celular no modo avião é mesmo mais rápido”?
Sim, essa é uma dica que funciona de verdade. Isso porque nesse modo os rádios (Bluetooth, Wi-Fi, GPS) são desligados, e eles estão entre os componentes que tem maior consumo de energia em um celular.


“É normal o celular esquentar enquanto carrega?”
Sim. Calor é um “subproduto” da reação química que ocorre dentro das baterias quando elas são carregadas.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Como o analfabetismo funcional influencia a relação com as redes sociais no Brasil

Três entre cada dez brasileiros têm limitação para ler, interpretar textos, identificar ironia e fazer operações matemáticas em situações da vida cotidiana – e, por isso, são considerados analfabetos funcionais.

Eles hoje representam praticamente 30% da população entre 15 e 64 anos, mas o grupo já foi bem maior: em 2001, chegou a 39%, de acordo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf).

O Inaf acompanha os níveis de analfabetismo no Brasil em uma série histórica desde 2001, mas, pela primeira vez neste ano, trouxe informações relacionadas ao contexto digital. Os dados relacionados ao uso de redes sociais foram divulgados nesta segunda-feira com exclusividade para a BBC News Brasil.

O instituto classifica os níveis de alfabetismo em cinco faixas: analfabeto (8%) e rudimentar (22%) (que formam o grupo dos analfabetos funcionais); e elementar (34%), intermediário (25%) e proficiente (12%) (que ficam na classificação de alfabetizados).

Para a pesquisa foram entrevistadas 2.002 pessoas entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

O grupo de analfabetos funcionais reúne os analfabetos absolutos, que assinam o nome com dificuldade, mas conseguem eventualmente ver preços de produtos, conferir troco, ligar para um número de telefone e identificar um ônibus pelo nome; e os rudimentares, que só leem o suficiente para localizar informações explícitas em um texto curto, sabem somar dezenas, mas não conseguem identificar qual operação matemática é necessária para resolver um problema, por exemplo.

De acordo com a pesquisa, entretanto, mesmo com suas dificuldades, os analfabetos funcionais são usuários frequentes das redes sociais. Entre eles, 86% usam WhatsApp, 72% são adeptos do Facebook e 31% têm conta no Instagram.

Assim, quando se comparar o índice de uso entre os dois grupos – alfabetizados e não-alfabetizados – a diferença não é tão grande. Entre os considerados proficientes, por exemplo, 89% usam o Facebook.

A falta de repertório dos analfabetos funcionais, contudo, faz com que o acesso a essas plataformas seja mais limitado. “Essas pessoas não vão tirar proveito das redes sociais para conseguir informações, garantir direitos, porque não conseguem discernir conteúdos. Teriam a mesma limitação com um jornal escrito, por exemplo; a diferença é que este elas não vão acessar”, afirma a pesquisadora Ana Lima, responsável pela elaboração do indicador.

Os dados da pesquisa corroboram o que a especialista diz: entre os analfabetos funcionais, 12% enviam mensagens escritas e escrevem comentários em publicações do Facebook, 14% leem mensagens escritas e 13% curtem publicações. Para efeito de comparação, entre os que têm nível de alfabetização proficiente, 44% enviam mensagens escritas, 43% escrevem comentários em publicações, 47% leem mensagens escritas e curtem publicações.

“Quem tem mais domínio do alfabetismo usa mais o Facebook, mas o que chama a atenção é a diferença pequena (de utilização entre analfabetos e não), principalmente se você pensar na limitação de um analfabeto funcional. O Facebook está cheio de textos, imagens, exige escrita, por isso revela uma potência desses suportes digitais como estimulador do avanço do alfabetismo”, ela afirma.

Já no WhatsApp quase não há diferença de uso entre os grupos divididos por nível de alfabetização. Enquanto 92% dos analfabetos funcionais enviam mensagens escritas, o índice é de 99% entre os alfabetizados; 84% dos analfabetos funcionais compartilham textos que outros usuários enviaram, já 82% dos alfabetizados fazem isso.

Pollyana Ferrari, jornalista, pesquisadora de mídias digitais e professora da PUC-SP, diz que o brasileiro aderiu integralmente ao WhatsApp, até porque é uma plataforma gratuita que substituiu o SMS, que é cobrado pelas operadoras de telefonia celular.

“Todo mundo usa o WhatsApp, do médico ao entregador de pizza, do executivo à faxineira, mas ninguém foi treinado, e cada um usa e propaga da forma que consegue compreender.”


Manipulação e mensagens falsas

Um dos reflexos do baixo nível de alfabetismo no contexto digital é que estas pessoas ficam mais vulneráveis à desinformação, especialmente memes, imagens manipuladas e usadas em contexto falso, segundo Christine Nyirjesy Bragale, vice-presidente de comunicação do The News Literacy Project.

“Obviamente elas têm uma capacidade limitada para checar através de pesquisa e leituras paralelas, e seu acesso a jornalismo impresso de qualidade é limitado”, explica Christine, que está no Brasil a convite da Embaixada Americana para debater o tema nesta segunda em evento na sede do movimento Todos pela Educação, em São Paulo.

Para a especialista norte-americana, o primeiro passo é garantir que as pessoas, independentemente de seus níveis de leitura, compreendam que a desinformação pode vir por diferentes canais, incluindo imagens manipuladas e vídeo e se espalhar rapidamente.

“Só essa consciência já é um começo para combater a desinformação e diminuir a sua propagação.”

Pollyana Ferrari acredita que o trabalho de conscientização só virá com o amadurecimento do uso das redes sociais, que ainda é recente no Brasil – tem 14 anos -, além de educação. Ela cita o caso de Portugal, que oferece aulas de letramento em mídias digitais nas escolas de educação básica desde os anos 90.

“A pessoa não vai deixar de ver um vídeo e compartilhar, o brasileiro acredita muito no grupo do WhatsApp da família, seja para o bem ou para o mal. As pessoas têm direito de ter um celular, pode ter mais risco de cair em golpes e receber vírus, mas vai aprender usando. Mas não há o que fazer, a responsabilidade é dos governos, das empresas, de treinar, formar, o trabalho é coletivo e de ‘formiguinha’.”

A professora lembra que, até pela dificuldade de interpretação de texto, as mensagens falsas se propagam mais por mensagens em áudio. “Muita gente acredita nas ‘fakes news’ porque não tem bagagem, não tem senso crítico, quando há uma escolaridade precária, a pessoa fica muito mais manipulável.”

“Somos um país pobre, de baixa escolaridade, a gente saiu da TV aberta, mas houve um deslocamento para as redes sociais sem nenhuma capacidade de discernimento. Numa sociedade democrática com baixa escolaridade, a manipulação de informação é mais fácil de acontecer”, explica Pollyana.

Analfabetismo no ensino superior

Os dados desta edição do Inaf mostram que, entre o grupo de 29% dos analfabetos funcionais, 4% estão no ensino superior, nível de ensino em que se pressupõe um aluno plenamente alfabetizado.

A pesquisadora Ana Lima reforça que a escolaridade é o fator determinante do nível do analfabetismo, mas, ao mesmo tempo, ela não garante o que é esperado.

“Para mexer no nível de proficiência precisamos de educação de qualidade. Uma educação que desloque o aluno de um nível mais coloquial para entender ironia, interpretação de texto, capacidade de distinguir fato de opinião. Isso é ir além de leitura mecânica, é saber ler nas entrelinhas”, afirma.

A pesquisadora reforça que, para cursar o ensino superior, é óbvio imaginar que as pessoas deveriam estar plenamente alfabetizadas para conseguir discutir, fazer análise, participar e debater. “Sem isso não é possível se formar.”

João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, diz que o cenário é desolador principalmente porque “melhorias não estão no radar.” “O prejuízo é gigantesco, porque compromete a produtividade da economia e as chances de a educação contribuir para a melhoria de vida das pessoas. Para as pessoas situadas entre os analfabetos funcionais, a perspectiva de vida é muito limitada. O Brasil optou pela quantidade, em detrimento da qualidade.”

*Por Vanessa Fajardo
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*Fonte: bbc-brasil

‘Influencers’ mirins: a vida de uma geração presa ao celular

“Meu primeiro celular foi bem tarde, com 9 ou 10 anos, mas nunca usei muito. Passo só de 5 a 6 horas por dia com ele”, diz Julia Pereira, uma catarinense de 12 anos. Ela é uma das mais de 24 milhões de crianças e adolescentes brasileiros (o equivalente a 82% da população de jovens do país, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil) que vivem conectados. Mas Julia tem algo a mais: conhecida na Internet como Julia Jubz, ela faz parte do seleto, mas crescente grupo de influenciadores digitais mirins, que mantêm canais no YouTube e perfis no Facebook e no Instagram, atraindo a atenção de milhares de seguidores —e de empresas com “mimos” para merchandising—.

Apesar de garantir que não é “muito ligada” no mundo online e que poderia passar três dias sem bateria no smartphone, Julia, que tem 354.000 seguidores em seu canal no YouTube, grava os vídeos com o celular na mão. Ela também administra o perfil no Instagram, com quase 80.000 followers. “Antes de postar o primeiro vídeo, há um ano, meu canal já tinha 200 seguidores. Aí percebi que poderia ser uma influencer”, conta. “Eu que faço o conteúdo, mas sempre consulto meus pais e meus irmãos”, acrescenta. Nas suas redes, ela dá dicas de maquiagem, posta brincadeiras e desafios com os irmãos e mostra sua rotina.

Algo parecido aconteceu com o goiano Ernani Coelho, de 11 anos. Como parte do processo para se recuperar de uma depressão —que surgiu depois que quebrou o braço, aos 9 anos, e que passou por quatro cirurgias— ele começou a posar para a irmã fotógrafa. Quando postou a primeira foto no Instagram, em 2016, dormiu com 10 seguidores e acordou com 10.000. Hoje, são 38.000. O sucesso instantâneo rendeu-lhe o prêmio de Maior Influenciador Mirim naquele ano, além de trabalhos como modelo e contratos de marketing com grandes marcas de moda. “Eu sempre gostei de tirar fotos e sempre acompanhei muitos youtubers, então tinha vontade de fazer algo assim”, conta para o EL PAÍS em uma entrevista por Skype, em um tablet, mas sem tirar as mãos e os olhos do celular.

Ernani ganhou o primeiro aparelho aos 9 anos e, segundo sua mãe, Luciana Moreira, passava quase 24 horas com ele na mão. “Às vezes, nem queria almoçar para passar mais tempo conectado”, conta ela. Quando o filho virou influencer, a rotina mudou. “Sou eu que controlo as contas nas redes sociais, até mesmo para bloquear usuários inapropriados, principalmente homens, e moderar os comentários. O celular de Ernani é bloqueado. Só tem acesso a jogos e um WhatsApp familiar”, diz.

Já Amanda Carvalho, paulistana de 13 anos, é a responsável por administrar o próprio canal no YouTube, Vida de Amy, e seu perfil no Instagram, somando mais de meio milhão de seguidores. Para ela, que nasceu com deficiência auditiva, mas é uma surda oralizada, o primeiro celular, aos 7 anos, foi uma forma de refugiar-se do bullying que sofria no playground do condomínio. Com ele, descobriu o YouTube e veio a vontade de criar o próprio canal, que se concretizou aos 9 anos, depois de muitas negativas por parte da mãe. “A vida dela era estudar, passear comigo e ficar no celular. No final, ela insistiu tanto para ter o canal, que acabei deixando”, conta Scheilla Carvalho em videoconferência desde Orlando, na Califórnia, para onde se mudaram há seis meses.

Amanda criou o canal em 2014 para mostrar os presentes e brinquedos que ganhava —típicos de uma criança de classe média alta— e logo passou a gravar vídeos sobre seus passeios em parques de diversão, viagens ao exterior e outros aspectos de sua rotina. Não demorou para que a youtuber transformasse o conteúdo em um livro, Vida de Amy – a diversão e a imaginação não têm limites, esgotado em algumas das maiores livrarias do país. “Minha filha já chegou a ganhar mais do que eu, que tenho duas faculdades e um mestrado”, comenta Scheilla.

Mas Amanda conta que nem sempre quer gravar vídeos mais. Prefere alimentar o perfil do Instagram com fotos e stories. “Fico muito no celular, mas nem posto tanto nas redes, só faço mais stories básicos. Uso muito para falar com os amigos, para fazer Snapchat com eles. Depende do meu mood (humor, em inglês). Mas eu realmente uso [o smartphone] o dia inteiro. Quando acaba a bateria, já dá aquele desespero”, confessa. Ela se preocupa, no entanto, em separar sua vida online da vida real. “Entendo que são coisas totalmente diferentes. Na escola, por exemplo, prefiro que meus colegas não saibam que sou uma influencer digital”.

Os riscos da cultura de likes

Scheilla Carvalho conta que quando a filha tinha 11 anos conversou com ela sobre o poder e os riscos da internet. “Falo muito sobre a responsabilidade de ser uma influenciadora, principalmente para um público jovem. Não quero que ela se exponha de uma maneira hipersexualizada, como fazem outras meninas dessa idade. Ela não é uma escrava em busca de likes. Eu me preocupo com isso mais do que ela”, diz.

Luciana Moreira também se preocupa em respeitar os limites do filho influencer mirim. Ela critica os responsáveis e agências que trabalham com essas crianças Não tenho medo de gerar frustração, ele está fazendo o que ele gosta. E eu trabalho no tempo dele. “Algumas dessas crianças têm agendas muito pesadas, fazem sessões de fotos em que têm que ficar sem comer nem beber água para a barriga não ficar inchada. Outros fazem 100 abdominais antes das fotos. Eu nunca quis fazer isso com meu filho”. Ela diz que não teme a possibilidade de que Ernani se frustre com a busca de seguidores e atenção nas redes. “Acho que isso não vai acontecer, ele está simplesmente fazendo o que gosta”.

Especialistas em psicologia infantil e redes sociais alertam, no entanto, que mesmo a supervisão parental não isenta os jovens de sofrer as consequências da cultura de likes. “O celular e a internet nos viciaram em recompensas rápidas, e o like é uma delas. Ele representa a satisfação da expectativa de reconhecimento alheio para que o indivíduo se sinta importante, pertencente a um grupo. As crianças passam a não se valorizarem por si mesmas, o que gera frustração e pode levar até a uma depressão”, explica a psicóloga da infância Ana Flávia Fernandes, autora do blog Terapia de Criança.

Outros risco são os problemas de compreensão cognitiva e de desenvolvimento da identidade. “É como se a tela do celular fosse como um espelho para eles”, acrescenta Evelyn Eisenstein, pediatra especialista no consumo de novas tecnologias. As especialistas explicam que, enquanto os adolescentes se questionam se o “eu” representado nas redes sociais é verdadeiro, as crianças expostas a esse mundo digital sequem chegar a formar a própria identidade.

É consenso entre as sociedades internacionais de Psicologia que o tempo recomendável de exposição a telas (celulares, tablets, televisão, videogames etc) para crianças é de no máximo uma hora até os 6 anos de idade; duas horas até os 12 anos e, depois, no máximo quatro horas por dia. “Mas a dependência não se caracteriza só pela quantidade de horas que se passa online e, sim, pela qualidade de convívio. O problema é que há uma dissociação cognitivo-afetiva: elas perdem a capacidade de expressar suas emoções para além do uso dos emojis”, matiza Eisenstein.

Embora concordem que tirar o celular das crianças é um tema “delicado”, ambas propõem uma abordagem que pode ser considerada ainda mais “radical”: não dar os aparelhos a elas, já que não são necessários. Demoramos 50 anos para provar que a nicotina provoca câncer. Com a internet, já estamos vendo claramente seus riscos. A vida se tornou quantos likes você tem”, lamenta a pediatra.

Amanda Carvalho —ou Amy— se diz pronta para parar de contá-los. “Acho que vou deixar de ser influencer em algum momento, quero fazer outras coisas”, afirma. “Mas jamais abandonaria o celular. Não posso viver sem ele”, afirma, aos risos.

*Por Joana Oliveira

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*Fonte: elpais

A NASA vai utilizar a comunicação a laser sem fio com sondas espaciais

Durante as últimas décadas, a forma como trocamos informação muda constantemente, de forma inacreditavelmente grande. Agora, a NASA testará a comunicação a laser sem fio. Isso facilitará muito na velocidade e capacidade do fluxo de dados entre a Terra e as naves.

O funcionamento é um tanto semelhante à fibra óptica, mas sem um cabo. Em resumo, as ondas de rádio, que já foram muito utilizadas, e possuem algumas aplicações até os dias de hoje, viajam muito longe, mas conseguem carregar pouca informação, entretanto. Por outro lado, ondas que carregam mais informações não conseguem viajar longe tão facilmente.

Isso ocorre por causa de duas características das ondas: o comprimento e a frequência. Quando maior o comprimento de uma onda, menor a frequência, e vice-versa. Quando a frequência é maior, é possível armazenar mais informação. Mas há um grande problema: os obstáculos.

Por exemplo, o seu rádio. Você consegue ouvir rádio dentro de casa, mesmo com as paredes e o telhado barrando as ondas. A luz, por outro lado, não é capaz de atravessar a parede. Isso ocorre porque as ondas de maiores frequências não são muito boas em atravessar o espaço vazio dos átomos. Portanto, obstáculos maiores dificultam completamente essa comunicação.

É por isso que a internet de fibra óptica, por exemplo, é transferida através de cabos. A fibra óptica utiliza lasers. Portanto, ele transfere uma quantidade de informação muito boa – bem maior do que microondas e rádio, por exemplo. Mas um laser não atravessa paredes. Portanto, é ideal que haja uma forma de se conduzir esse sinal. É aí que entra o trabalho do cabo.

O espaço não tem paredes

Como todos sabemos, o espaço é um grande vazio com algumas concentrações de matéria em determinados pontos. Portanto, as ondas de maiores frequências possuem menos limitações do que aqui na Terra. Esse fato permite que os cientistas utilizem comunicação óptica sem a necessidade de um condutor. E isso é bom, considerando o fluxo de informações que todas as sondas espaciais enviam para a Terra a todo momento. Além disso, a tecnologia está constantemente em desenvolvimento, e a cada passo, tem-se uma necessidade maior de transferência de dados.

A NASA quer, portanto, utilizar lasers infravermelhos para se comunicar com as sondas espaciais. O laser infravermelho é o mesmo tipo de sinal que o seu controle remoto utiliza para se comunicar com a televisão, por exemplo. E não, a comunicação a laser sem fio não irá cegar ninguém, fique tranquilo.

Chamada de (LCRD, na sigla em inglês), a base em construção no Havaí tem previsão de entrega já para o ano de 2021. Para haver uma redundância, do outro lado do Oceano Pacífico, há uma segunda base. A OGS-1, localizada no estado da Califórnia, pode entrar em operação caso o mal tempo atrapalhe a estação óptica havaiana.

“O LCRD e suas estações terrestres demonstrarão comunicações ópticas como um relé, o que significa que as missões serão capazes de transmitir dados de pontos em sua órbita sem linha de visão direta das estações terrestres”, diz Dave Israel em um comunicado da NASA.

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*Fonte: ciencianautas

‘Qual é a música Google?’ Busca agora reconhece melodias e assovios

A busca do Google ganhou a função de reconhecer alguma música cantarolada ou assoviada pelo usuário, mesmo que ele não saiba a letra. Para usar o recurso, basta acessar a pesquisa por voz e perguntar “qual é a música”, seguido pelos sons da melodia.

O app, então, exibe as canções correspondentes, e permite conferir informações como cantor e álbum, além de conferir a letra. O recurso está disponível no celular a partir da pesquisa, da Google Assistente e do aplicativo do Google em português para Android. Por enquanto, a ferramenta no iPhone (iOS) funciona apenas em inglês.

A busca do Google usa inteligência artificial (IA) para reconhecer o trecho de 10 a 15 segundos captado pelo celular. O machine learning empregado pelo Google também funciona com gravações e com letras de música, então a ferramenta é uma espécie de junção do Shazam ao Soundhound, já que é possível simplesmente dar play em uma canção desconhecida ou assoviá-la sem saber a letra.

O recurso pode ser ativado a partir do ícone de microfone da barra de pesquisa, ou pelo comando “que música é essa?” na Google Assistente. À medida que o usuário cantarola a música, a tela indica o volume de áudio, até encontrar uma canção correspondente ao som detectado. Depois, o usuário pode selecionar a música correta, acessar a letra e ouvi-la em algum aplicativo a partir dos comandos do Google.

*Por Beatriz Cardoso

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*Fonte: techtudo

O fiasco dos ‘influencers’ com hordas de seguidores

Seguidores no Instagram: mais de 2,6 milhões. Seguidores no Twitter: mais de 350.000. Com o aval desses números, a usuária de redes sociais Arianna Renee (Miami, 2000) aventurou-se a lançar sua própria linha de moda, ERA, um projeto empresarial nascido da “boa recepção” que a ideia, segundo sua criadora, tinha supostamente tido em sua comunidade de admiradores. No entanto, Arii, o apelido que a jovem de 18 anos utiliza em suas redes sociais, não conseguiu vender o mínimo de “36 camisetas” que a empresa disposta a fabricar suas peças de roupa exigia para continuar com o projeto. Seu empreendimento tinha sido um fiasco. Ela comunicou o fracasso em uma mensagem publicada em 27 de maio no Instagram, já apagada, na qual lamentava “que ninguém tivesse cumprido a promessa” de comprar um de seus designs.

Por mais contundentes que sejam os números, ter uma horda de seguidores que curtem cada publicação não é suficiente para ser um verdadeiro influenciador ou formador de opinião. A mensagem da confissão do fracasso empresarial de Arii, por exemplo, teve 36.000 curtidas − o número mínimo de itens que deveria ter vendido multiplicado por mil. “A bolha dos influencers estourou há mais de um ano, ficou desgastado o modelo de acreditar que qualquer instagrammer com seguidores pode incentivar a compra de um produto ou o uso de um serviço”, afirma Rafaela Almeida, autora do livro Influencers: La Nueva Tendencia del Marketing Online, (“influencers: a nova tendência do marketing online”), lançado em 2017 na Espanha pela editora Base, e CEO e fundadora da agência de marketing e comunicação BlaNZ.

O fracasso de Arii é mais comum do que pode parecer. É o que afirma José Pablo García Báez, blogueiro profissional, jornalista e diretor acadêmico do primeiro master para influenciadores da Espanha. “O culpado, nestes casos, não é o influencer, e sim o empresário, que não foi suficientemente profissional para analisar a qualidade das publicações e para verificar se o número de seguidores é real”, acrescenta. Porque comprar followers, e até comentários, é fácil e relativamente barato. Por exemplo, 30.000 seguidores novos no Instagram custam 150 euros (657 reais), e 200 comentários personalizados, pouco mais de 50 (219 reais).

Mas pode acontecer que os seguidores sejam reais e, apesar disso, não sigam as recomendações do suposto influenciador. É o que, segundo a própria Arii, ocorreu com ela. “Nunca comprei seguidores nos quatro anos em que estou nas redes sociais, ganhei cada um deles”, afirmou em uma publicação no Instagram no dia 30, na qual voltou atrás na versão sobre o mínimo de 36 camisetas, aumentando o número necessário de vendas exigidas para 252, um total de 36 para cada um dos sete modelos que diz ter apresentado. Supondo que diga a verdade, por que, então, sua campanha surtiu tão pouco efeito?

“A opinião de um influencer só é confiável se ele for um conhecedor do mercado ou do produto que recomenda”, explica Rafaela Almeida, que acredita que existe atualmente uma forma errônea de enfocar as campanhas de marketing de influenciadores. Segundo a publicitária, “há uma confusão entre o marketing de influência e a publicidade: o primeiro pretende fomentar a recomendação de produtos a partir de uma experiência própria, enquanto que a publicidade não requer essa experiência, requer apenas que seja repetida uma mensagem e haja repercussão”. Por isso, confiar que um instagrammer famoso, mas sem experiência, saiba definir e destacar um produto “é um erro garrafal”. “Existem muitas celebridades consideradas influencers que fracassaram na criação de marcas próprias e, no entanto, criam tendência para outras marcas só como modelos”, destaca a especialista em marketing.

Um exemplo que ilustra a importância da relação entre a especialização dos influencers e sua capacidade de influência é a campanha realizada em março em Paris pela empresa de telefonia Huawei para apresentar seu smartphone P30. “Só da Espanha, [a Huawei] deslocou 150 pessoas, entre jornalistas, blogueiros, youtubers, influencers e modelos da Internet, quase todos/as relacionados com o mundo da moda, cuja sabedoria tecnológica será questionada em vista do interesse que dedicam às suas roupas e das palavras com que presenteiam seus fãs do Instagram”, escreveu em seu artigo o jornalista do EL PAÍS Ramón Muñoz, que acompanhou o evento. Embora não existam dados sobre o resultado obtido pelos influenciadores, Rafaela Almeida acredita que uma campanha como essa pode acabar prejudicando a marca. “Se você está pensando em comprar em um celular de mais de 1.000 euros [4.380 reais], não está interessado em uma foto com a Torre Eiffel ao fundo, que pode estar retocada com filtros − o que você quer é saber, por exemplo, as características da câmera incorporada ao telefone”, explica.

Por isso, a melhor pessoa para fazer uma recomendação não é aquela que tem mais seguidores, e sim a que tem “mais engagement” ou capacidade de interagir com seu público, aponta José Pablo García Báez, cofundador, juntamente com María José Morón, do blog de turismo A Tomar Por Mundo. E neste campo se impõem os “microinfluencers, que têm mais influência na decisão de venda e são uma figura muito mais próxima”, acrescenta o jornalista.

Essa foi a estratégia utilizada pela empresa espanhola de camisetas Pampling, que conseguiu abrir mercado na Europa, principalmente na Itália, graças ao apoio desses microinfluenciadores. “Não olhamos seu número de seguidores, e sim a qualidade de seu canal no YouTube ou das publicações em seus blogs e o público ao qual se dirigem, que em nosso caso são pessoas de menos de 35 anos que querem ver seus interesses refletidos em suas camisetas”, explica Alberto Pala, responsável pela expansão da marca na Itália. Para ele, a chave que permitiu multiplicar suas vendas com uma estratégia de marketing de influenciadores não está no número de seguidores, mas em “quem se esconde atrás deles”.

No caso de Arii, seus seguidores são pessoas que, segundo a jovem, não cumprem sua palavra. Embora a única certeza seja a de que a promessa que eles não cumpriram foi a de comprar suas camisetas. E, em linguagem de negócios, isso se traduz em pouca influência.

*Por Patricia R. Blanco

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*Fonte: elpais

Como reconhecer uma notícia falsa antes de compartilhá-la com seus amigos

As notícias falsas não são nenhuma novidade, mas nas últimas semanas falou-se muito sobre elas. Segundo alguns veículos de comunicação, esses boatos poderiam ter influenciado os resultados das eleições norte-americanas.

Embora a afirmação seja discutível, é fato que a campanha foi muito polarizada e teve, além disso, um elevado componente emocional: poucas vezes os candidatos geraram sentimentos tão confrontados como Donald Trump e Hillary Clinton, o que teria contribuído para que as notícias fossem ainda mais comentadas e compartilhadas. As autênticas e as falsas.

Os sites que teriam criado e distribuído essas mentiras teriam agido por motivação política, mas também econômica: essas matérias chamam a nossa atenção por serem mais sensacionalistas (exemplo: Clinton vendeu armas ao Estado Islâmico) e, além disso, como a notícia é inventada, o título não precisa competir com os de outros veículos sobre o mesmo tema.

Identificar uma notícia falsa nem sempre é fácil. Em caso de dúvida, estes são seis sintomas que deveriam pelo menos nos fazer suspeitar.

1. A notícia é boa demais para ser verdade.
Em abril circulou uma citação de Dom Quixote que parecia se adequar com perfeição àquilo que alguns pensam sobre o partido espanhol Podemos. Falava inclusive de marionetes e cavalgadas, como se Cervantes tivesse antevisto a polêmica do último 6 de janeiro. Obviamente, tratava-se de uma falsa citação.

Também parecia quase perfeita a história de uma caçadora que posava com um leão que havia abatido e que, em plena gravação do vídeo, era atacada por outro leão, no que parecia um ato de justiça animal. Era, na verdade, parte de um experimento.

Às vezes, estas histórias têm origem em piadas, como a frase de Fidel, também falsa, em que dizia que Cuba reataria com os Estados Unidos quando este país tivesse um presidente negro, e o Papa fosse latino-americano. E, não, Castro tampouco disse que só morreria depois de assistir à destruição dos Estados Unidos.

De fato, e numa linha muito similar, muitas vezes são levadas a sério publicações assumidamente satíricas. A intenção de veículos como Sensacionalista e The Onion não é, nem de longe, enganar ninguém, e sim parodiar a atualidade (e seu tratamento jornalístico). Mas se não conhecermos o site, ou, pior, se for difundido em outro veículo sem perceber que se trata de conteúdo humorístico, corremos o risco de nos confundir.

Em geral, é preciso desconfiar de histórias que encaixam de uma forma tão perfeita que parecem pré-fabricadas. Em geral, são mesmo.

2. Não há fontes mencionadas.
O melhor do boato do Quixote é que era facilmente comprovável: bastava ir ao site gutenberg.org, procurar a edição online do texto e fazer uma busca do fragmento. Por isso, a maior parte dos boatos e notícias falsas não menciona nenhuma fonte, o que dificulta seu rastreamento.

Por exemplo, um dos boatos mais compartilhados durante as eleições norte-americanas dava conta de que o papa Francisco apoiava Donald Trump. O texto falava de “meios de comunicação”, citava um comunicado sem links e, em algumas versões, chegava inclusive a incorporar declarações de “fontes próximas ao Papa”, mas sem dar nomes.

Também é preciso desconfiar se a fonte é alguma variante do clássico “um amigo de um amigo”. Ou seja, se são citados dados vagos, como “todo mundo conhece alguém que…” ou “já vi muitos casos de gente que…”. No mínimo, é muito possível que o autor esteja extrapolando a partir de casos episódicos, ignorando qualquer outra informação que contrarie sua versão.

Às vezes, atribui-se a declaração a um veículo para lhe dar credibilidade, como ocorreu com a também falsa declaração de Trump de que “os republicanos são os eleitores mais estúpidos”. Pelo menos nesses casos, pode-se recorrer à fonte citada para confirmar ou não a informação.

Se o possível boato for uma foto, pode-se procurar a imagem no Google Images – usando inclusive filtros por data, para evitar o ruído gerado no buscador nos dias em que esse material é notícia. Às vezes, trata-se de fotos publicadas previamente e que nada têm a ver com a suposta notícia. Essa busca também pode ajudar a identificar montagens.

No caso de notícias sobre virais, como vídeos, fotos e outros, é importante que o veículo tenha conversado com o autor da publicação original. Às vezes, trata-se de conteúdo humorístico ou de montagens que podem ser levadas a sério quando tomadas fora de contexto.

3. O resto do site tampouco parece confiável.
Se a notícia continua parecendo suspeita, outras três coisas podem ser comprovadas muito facilmente sem sair do site que a publicou:

O veículo. Obviamente, os veículos de comunicação convencionais também publicam notícias falsas, mas por engano e ocasionalmente, não de forma sistemática e porque seja parte do seu modelo de negócio, como ocorre em outros casos. Agora, é verdade também que, quando um veículo respeitado comete um erro desse tipo, as consequências são piores, porque em geral se confia mais nessa publicação.
Se não conhecemos o veículo, frequentemente basta dar uma olhada na capa para saber se o resto das suas notícias parecem confiáveis, ou se estamos diante de uma publicação satírica ou fanaticamente partidária. Segundo uma reportagem do Buzzfeed, essa última categoria difunde entre 19,1% e 37,7% de notícias falsas, enquanto nos veículos tradicionais analisados (CNN, ABC e Politico) o percentual não chegava a 1%.

A URL. Muitas notícias falsas sobre as eleições foram divulgadas por meio de sites que imitavam os endereços de veículos de comunicação, mas que não eram autênticos, como bbc.co em vez de bbc.com. Além disso, nas redes sociais, as contas podem ser identificadas: se aparece o selo azul ao lado do nome no Twitter e no Facebook, pelo menos sabemos que se trata da página oficial da publicação.

4. Não foi publicada em outros veículos.
Se uma informação apareceu em outros veículos de comunicação, é menos provável que seja falsa. Obviamente, pode se tratar de uma notícia exclusiva, mas, mesmo nesses casos, é provável que outros veículos a repercutam. Por outro lado, não se pode descartar que o boato se reproduza sem que ninguém tenha tomado o cuidado de tentar confirmar sua veracidade.

No caso de informação política, uma boa ideia pode ser buscá-la também em veículos que tenham uma outra linha editorial. Mas a distorção não é necessariamente apenas da parte do veículo: muitas vezes, nós acreditamos naquilo em que queremos acreditar. É muito fácil questionar os boatos que contradigam as nossas ideias, mas não vemos nenhum inconveniente em dar como certos aqueles que as reforçam.

5. Lembra alguma coisa. Muitas dessas notícias seguem um esquema que já foi utilizado em outras ocasiões.
Frequentemente, é possível até mesmo rastrear a origem dessas notícias falsas em lendas urbanas clássicas, como a história de Ricky Martin e a geleia, cuja primeira versão aparece em um relato humorístico dos anos 50.

Podemos lembrar, também, a carta falsa do prefeito de Zaragoza explicando que não proibiria a carne de porco nos restaurantes das escolas a pesar dos pedidos dos muçulmanos, um boato que já havia circulado na França e na Bélgica. Algo semelhante aconteceu com as histórias que diziam que o Facebook passaria a ser pago, assim como as correntes que ameaçavam com o fechamento do Messenger e do Hotmail. Em outras histórias, como a da suposta “camisinha armadilha”, encontramos analogias com mitos de várias culturas (a vagina dentada).

6. O Snopes a desmentiu antes.
Este conselho aparece no final, mas bem poderia ser a primeira coisa a fazer. Este site é a principal ferramenta na hora de confirmar ou desmentir um boato, pelo menos em língua inglesa. Para mencionar alguns exemplos recentes, a origem do Black Friday não está na venda de escravos e Donald Trump não ganhou no voto popular, apesar do que disseram algumas notícias falsas. Há também alguns casos clássicos, como o das galinhas de quatro coxas da Kentucky Fried Chicken. O site também contém um banco de dados com os veículos que divulgam notícias falsas.

Logicamente, uma notícia pode ser autêntica e também engraçada. Ou pode seguir um esquema que lembre o de outras grandes histórias. Ou pode ser publicada em um veículo do qual não sabemos nada. Por vezes acontece de a realidade acabar imitando as lendas urbanas. Muitas boas atraem a atenção justamente por esses motivos. Mas quando vários desses indicadores aparecem juntos, convém no mínimo desconfiar.

*Por Jaime Rubio Hancock
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*Fonte: elpais

Por que a tecnologia 5G representa um novo perigo para a vida?

Em que sentido representa a tecnologia 5G um perigo à vida? Para isso devemos conhecer, com antecedência, no que consiste a nova tecnologia 5G e seus componentes.

Apresentamos o desenvolvimento do tema, com o objetivo de colocar os cidadãos em alerta sobre os riscos à saúde e o que significam as novas tecnologias, principalmente a chamada 5G.

O artigo é de Mario Enrique de León, sociólogo, professor na Universidade do Panamá, publicado por ALAI, 04-06-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Muitas vezes escutamos pelos meios de comunicação as bondades que podem nos trazer as redes sem fios 5G em matéria de comunicação e transmissão de dados. Fazem alusão a quantos filmes ou músicas poderão baixar os usuários de internet em milésimos de segundo ou com quantos usuários poderão estar interconectados simultaneamente por videoconferências sem que estas caiam ou se distorçam.

As discussões midiáticas discorrem entre o banal e o promissor que a tecnologia 5G pode ser para resolver tarefas cotidianas e as novas possibilidades de negócios especuladores na rede. No entanto, poucos explicam no que consiste essa nova tecnologia em desenvolvimento, enquanto aos seus componentes que a configuram, e como poderia afetar os organismos vivos. Isso tem uma explicação muito simples: grupos econômicos (Verizon, AT&T, T-Mobile, Sprint, Huawei, China Mobile, China Telecom, China Unicom), com o apoio de governos (EUA e China) e agências de segurança (CIA, NSA) desenvolvem essa tecnologia sob segredo estrito.

Dentro dessas possibilidades, efeitos e consequências que possam provocar a implementação da tecnologia 5G nos organismos vivos como também os possíveis usos alternativos (controle e vigilância) que darão a essa. Ademais, essas empresas de telecomunicação são grandes pautadoras dos meios de comunicação e importantes doadoras a centros de pesquisa científica. Essas razões explicam o nulo debate a respeito.

Sem nenhuma dúvida a tecnologia 5G representa um lucrativo negócio para esses grupos econômicos aliados aos governos dos EUA e China. Explica Elizabeth Woyke (2019), no MIT Technology Review, que o desenvolvimento da tecnologia 5G é, de fato, operada como política de governo. Nesse sentido, o governo da China em seu décimo terceiro plano quinquenal descreve a tecnologia 5G como uma indústria estratégica emergente e uma nova área de crescimento.

Ademais, em seu plano Made in China 2025 descreve como objetivo do país tornar-se em um líder de fabricação global. Ademais, promete fazer os avanços na comunicação móvel da 5G. Enquanto, em contrapartida, os EUA bloquearam a empresa chinesa Huawei alegando que essa representava um suposto perigo para sua segurança nacional. Esse último confirma que em ambas potência o desenvolvimento da tecnologia 5G são políticas de governo. Entre os negócios em disputa estão a instalação da infraestrutura 5G a nível mundial e sua manutenção, a fabricação dos equipamentos necessários para essa infraestrutura, o desenvolvimento de aplicativos – como fizeram as corporações do Vale do Silício com a tecnologia 4G (Youtube, Uber, Alibaba, Facebook, Waze, etc) – e a fabricação massiva de produtos com capacidade de se conectar à infraestrutura 5G (a internet das coisas).

Esse último inclui desde um relógio ou cafeteira até um maquinário industrial ou equipamentos de cirurgias em um centro médico especializado. De maneira que a magnitude do negócio projetado não tem antecedentes no processo de acumulação do capital dos últimos 200 anos, e por tais motivos, se excluem do panorama público as críticas que podem persuadir a audiência dos possíveis efeitos negativos. Porém, em que sentido representa a tecnologia 5G um perigo à vida? Para isso devemos conhecer, com antecedência, no que consiste a nova tecnologia 5G e seus componentes.

A reposta em termos simples nos brinda Knight (2019), no MIT Technology Review, da seguinte maneira: “as redes sem-fio 5G são uma variedade de tecnologias de rede destinadas a trabalhar conjuntamente para conectá-la a tudo” através de dois intervalos de frequências diferentes. Uma delas é a frequência utilizada pelas redes 4G e Wifi. A outra é uma milimétrica, de maior velocidade a sua predecessor, porém transmitem em intervalos mais curtos. Esse último intervalo de frequência milimétrica necessita de uma superlativa densidade de transmissores por metros quadrados. Isso dará passe a uma multiplicidade de pequenos transmissores – por metros quadrados – em todas as cidades com tecnologia 5G. Esses enjambres de transmissores estarão compostos por uma tecnologia conhecida como MIMO massivo (múltipla entrada, múltipla saída), a qual permitirá o funcionamento simultâneo dos transmissores para alcançar a velocidade esperada pelos desenvolvedores das redes sem-fio 5G (20gb por segundo).

Ademais, da outra tecnologia, conhecida como duplex completo (full dúplex), que permitirá aos transmissores e aos dispositivos (celulares, computadores, etc.) enviar e receber dados na mesma frequência. Não obstante, essa multiplicidade de transmissores será perigosa para todos os organismos vivos expostos à saturação da radiação de radiofrequências.

Existe uma base científica de mais de 10 mil pesquisas referentes à associação de enfermidades cardíacas, e entre outras como o câncer, com a contaminação eletromagnética, segundo o chamamento internacional para deter a implementação da rede 5G na terra e no espaço organizado pela International Appeal. A exposição permanente (24hrs) de níveis de radiação de radiofrequências, centenas de vezes maiores às atuais, provocará efeitos graves em todos os organismos vivos e em seus respectivos ecossistemas.

A tecnologia 5G ademais de conectar e permitir a comunicação ubíqua entre os seres humanos e suas organizações também conectará a todos os objetos (automóveis, lavadoras, micro-ondas, maquinários, câmeras de vigilância, etc.), coroando assim, a internet das coisas e configurando as chamadas cidades inteligentes – smart cities. Isso conformará um campo eletromagnético, de enorme potência, que afetará diretamente “as fracas ondas eletromagnéticas que caracterizam os voos dos insetos, por exemplo, porém interferirão também emissões de corpos vivos de maior tamanho, incluídos os nossos… numerosas publicações científicas tem demonstrado que os Campos Eletromagnéticos – CEM afetam os organismos vivos (não somente aos humanos) em níveis muito abaixo da maioria das diretrizes internacionais e nacionais, cujos efeitos incluem maior risco de câncer, estresse celular, aumento de radicais livres danosos, danos genéticos, mudanças estruturais e funcionais do sistema reprodutivo, déficit de aprendizagem e memória, transtornos neurológicos e impactos negativos no bem-estar geral dos seres humanos” (Sabini, 2019).

Entretanto, apesar da ampla documentação sobre os possíveis efeitos negativos dos campos eletromagnéticos sobre os organismos vivos, estão prevalecendo os interesses privados – que gera a tecnologia 5G – sobre os coletivos. Nesse caso, a vida do planeta corre perigo, sobretudo a nossa, em meio a um contexto acelerado de mudança climática, produto de nossas próprias atividades, porém singularmente pelas geradas pelo processo de acumulação privado.

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*Fonte: ihu-unisinos

A revolução do acesso aberto

O acesso ao conhecimento pode ser muito caro. Cientistas que querem uma grande relevância para suas pesquisas são obrigado a tentar publicar em revistas científicas de grande impacto, com destaque para as editoras Nature e Elsevier. Grande parte das revistas de renome são pagas, cujos preços são muitas vezes abusivos. Até mesmo o Ciencianautas é afetado, quando restringido ao acesso de determinada pesquisa pelo preço, e impossibilitado, portanto, de escrever sobre tal pesquisa.

Uma pesquisa científica demanda muitas referências e fontes, ou seja, estudos de outras pesquisas, que também podem ser de acesso pago. Nenhum pesquisador ou aluno universitário pode bancar tanto acesso à revistas científicas. No Brasil, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma fundação do Ministério de Educação, que atua no fomento à pesquisa científica, paga para todos os universitários (alunos, professores, pesquisadores) o acesso às principais revistas científicas do mundo, com mais de 45 mil títulos disponíveis.

Mesmo com a CAPES pagando por boa parte dos acessos, as universidades precisam pagar outros títulos para atender suas necessidades. Na proposta orçamentária da USP para 2019, a previsão de gastos com periódicos é de 6 milhões de reais, por exemplo.

Os altos preços são polêmicos e injustos porque as editoras não financiam pesquisas, não pagam aos autores e nem mesmo pela revisão, que é tradicionalmente feita de forma voluntária pelos acadêmicos. A editora tem, basicamente, o trabalho de administrar a revisão, fazer a formatação do artigo e publicar (imprimir ou hospedar) o artigo. Os altos preços são, portanto, insustentáveis. As margens de lucro são altíssimas — em 2013, a média da margem de lucro das editoras científicas era de 38,9%, maior do que os 29%, no mesmo ano, de um dos maiores bancos do mundo, o Banco Industrial e Comercial da China, como mostra um estudo publicado em 2015 que aponta para um Oligopólio das editoras científicas.

Como se não bastasse, muitas vezes, as pesquisas são financiadas com dinheiro público, ou seja, de impostos. A maior parte dos cientistas não concordam com esses abusos, mas são encurralados pelo ciclo vicioso, já que o renome das revistas são muitas vezes necessários para o impacto das pesquisas. Mesmo assim, muitos boicotes são feitos às editoras, como o recente rompimento da gigante Universidade da Califórnia com a Elsevier, a maior editora científica do mundo. Outras universidades pelo mundo já haviam tomado medidas parecidas.
“O conhecimento não deve ser acessível apenas para aqueles que podem pagar”, disse Robert May, presidente do Senado Acadêmico da Universidade da Califórnia. “A busca pelo acesso aberto total é essencial para que possamos realmente defender a missão desta universidade.”

Ultimamente, o número e o impacto das revistas de acesso aberto estão crescendo. Além disso, são vários os repositórios de artigos científicos na internet, como por exemplo o Cruesp (Repositório da Produção Científica do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), que reúne trabalhos científicos publicados por pesquisadores da USP, Unicamp e Unesp.

Segundo o relatório Analytical Support for Bibliometrics Indicators – Open access availability of scientific publications, de 2018, o Brasil lidera em número de publicações em revistas de acesso aberto, com uma taxa de 75%. Um enorme contribuidor disso é o SciELO, uma biblioteca digital brasileira criada em uma parceria entre a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo) e o Bireme, (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), e que conta com a participação de diversos países.

Há diversas iniciativas, muitas internacionais, que visam acelerar a transição para o acesso aberto à publicações científicas. O Plan S, por exemplo, determina que todos os artigos acadêmicos resultantes de pesquisas financiadas por membros da coAllition S devem ser publicados em acesso aberto imediato a partir de 1° de janeiro de 2020, e propõe que pesquisas financiadas com dinheiro público também sejam publicadas nessa modalidade. Lançada em 2016 pela Max Planck Society, a OA2020, outra iniciativa do tipo, já conta com 136 organizações signatárias.

“O Plan S não defende um modelo específico, mas apenas determina o acesso imediato aos resultados de pesquisa”, disse à Pesquisa FAPESP o holandês Robert-Jan Smits, conselheiro sênior em Acesso Aberto da Comissão Europeia. “Acreditamos que a iniciativa contribuirá para o surgimento de novos periódicos de acesso aberto com qualidade. Isso ocorrerá gradualmente.”

As grandes editoras já estão se movimentando. Em 2016 a Elsevier adquiriu o repositório SSRN (Social Science Research Network).

Um gigante repositório, Sci-Hub, com mais de 60 milhões de artigos, publica com ajuda de acadêmicos de todo o mundo até mesmo artigos protegidos com direitos autorais, das grandes editoras, o que se encaixa como pirataria. Em 2017, a Corte de Nova York determinou que o Sci-Hub e o Library Genesis paguem mais de 15 milhões de dólares à Elsevier por violação de direitos autorais. Em 2016, a própria Nature, uma das editoras mais pirateadas pelo Sci-Hub, elegeu Alexandra Elbakyan, criadora do repositório, como umas das 10 pessoas mais importantes no ano.

Os preprints — artigos ainda não editados pelas editoras — também fazem sucesso. Um dos principais repositórios de preprints é o ArXiv, lançado em 1991.

“O acesso aberto estimulará uma pesquisa mais rápida e melhor – e maior equidade global de acesso a novos conhecimentos”, diz Ivy Anderson, diretora executiva associada da Biblioteca Digital da Califórnia, da Universidade da Califórnia.

*Por Felipe Miranda

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*Fonte: ciencianautas

Cientistas demonstram comunicação direta cérebro a cérebro em humanos

Uma nova pesquisa da Universidade de Washington e da Universidade Carnegie Mellon (EUA) desenvolveu uma tecnologia que substitui a linguagem como forma de comunicação, ligando diretamente os cérebros de três pessoas.

A atividade elétrica do cérebro de duas delas serviu como sinal para uma terceira completar uma tarefa, sem que elas tivessem contato umas com as outras.

“Internet de cérebros”

Esse não é o primeiro estudo que testa a comunicação direta entre cérebros.

Um dos pesquisadores líderes desse campo, Miguel Nicolelis, por exemplo, conduziu um experimento que ligou o cérebro de vários ratos criando uma rede ou um “computador orgânico” complexo. Os roedores tinham atividade cerebral sincronizada e se saíam melhor em tarefas do que animais individuais.

Será que o mesmo pode ser feito com seres humanos, ou seja, uma rede de cérebros conectados que funcionam como um supercomputador biológico?

O estudo

No novo estudo, três seres humanos em salas separadas colaboraram uns com os outros em jogo do tipo Tetris, no qual deveriam orientar os blocos para encaixá-los. Dois indivíduos agiam como “enviadores” de sinais (estes podiam ver o jogo), e um como “recebedor” (este só tinha que escolher a orientação).

Os “enviadores” estavam conectados à eletroencefalogramas (EEGs). Para passar a mensagem ao “recebedor” sobre a orientação do bloco, focavam em um flash de luz a determinada frequência. As diferenças nas frequências causavam diferentes respostas cerebrais.

Um pulso magnético era enviado ao “recebedor” usando estimulação magnética transcraniana (EMT). Dependendo do sinal, ele virava ou não o bloco. A partir desse momento, todos viam o resultado do jogo, o que deixava os “enviadores” saberem se o “recebedor” fez o movimento certo, medindo assim a eficácia da comunicação. O trio podia em seguida podia tentar melhorar sua performance.

Para aumentar o desafio, os pesquisadores às vezes adicionavam alguma “interferência” ao sinal enviado pelos “enviadores”. Nesse caso, os “recebedores” ficavam confusos com as informações ambíguas. Rapidamente, no entanto, eles aprendiam a identificar e seguir as instruções mais confiáveis.

Ao todo, cinco grupos de indivíduos foram testados na rede chamada de “BrainNet,” e tiveram mais de 80% de eficácia em completar a tarefa.

Avanços

Esse é o primeiro estudo no qual os cérebros de vários indivíduos foram conectados diretamente de uma forma não invasiva. A quantidade de pessoas que podem ser “ligadas cerebralmente” dessa forma é ilimitada.

Apesar disso, a informação sendo compartilhada era muito simples: uma instrução do tipo “fazer ou não fazer”, ou seja, “sim ou não”.

Ao mesmo tempo, outras interfaces cérebro-cérebro mais invasivas estão sendo desenvolvidas, como uma patrocinada pelo bilionário do mundo tecnológico Elon Musk, contendo um implante com 3.000 eletrodos, e outra financiada pela DARPA (a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA), uma tecnologia capaz de acionar um milhão de células neurais simultaneamente.

Questões éticas

Apesar deste estudo ser menos invasivo que outros como o da DARPA, também levanta preocupantes questões éticas.

Por exemplo, poderia uma interface ou rede cerebral deste tipo ser usada para coagir uma pessoa a fazer algo que não queira, invadindo o seu senso de agência? Poderia ser usada para extrair informações confidenciais, invadindo a privacidade do indivíduo? De forma geral, poderia atrapalhar o senso pessoal (senso do “eu”) de um ser humano?

Uma das nuances da linguagem humana é que aquilo que não é dito é frequentemente mais importante do que aquilo que é dito. Se tais redes se tornarem comuns e permitirem toda uma “abertura” descontrolada de pensamentos e trocas de informações, talvez os benefícios se mostrem menores do que os prejuízos: é o nosso senso de autonomia individual que pode estar jogo.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature. [ScientificAmerican]

*Por Natasha Romanzoti

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*Fonte: hypescience

Palavrões começaram como termos inocentes

A maioria dos palavrões nasceu de termos inofensivos e utilitários que, por metáfora ou outras formas mais convolutas, acabaram designando coisas obscenas, tabus em conversas educadas.

Um bom exemplo é caralho, usada hoje como sinônimo de pênis ou como interjeição para demonstrar espanto. O termo vem do latim characulu, diminutivo de kharax ou charax, palavra grega que significa estaca ou pau (esta, aliás, uma palavra ainda com o sentido original, mas em vias de se tornar um palavrão). “Ele passou a ser usado para designar o membro do touro na Antiguidade”, diz o jornalista Luiz Costa Pereira Junior, autor de Com a Língua de Fora – A Obscenidade por Trás de Palavras Insispeitas e a História Inocente de Termos Cabeludos. Daí, pra virar sinônimo de pênis em geral foi um pulo.

Já boceta, hoje sinônimo de vagina, tem origem no latim buxis, caixa de buxo — buxo, por sua vez, é uma árvore. “As gregas e romanas tinham preferência por essa madeira para suas pequenas caixas em que guardavam objetos de valor”, afirma Luiz. Logo, com a evolução da língua, elas foram chamadas de bocetas. Há registros do termo associado ao órgão feminino em poemas portugueses do século 18. A associação se deve ao fato de ele ser o lugar em que está o tesouro da mulher.

Porra, termo empregado hoje quando algo dá errado ou como sinônimo de esperma, designava uma arma de guerra medieval: era um bastão de madeira com ponta protuberante, cravejada de lanças de metal. O instrumento foi associado ao membro masculino e, com o passar do tempo, ao sêmen.

Em latim, putta é menina. Ainda hoje, em Portugal, putinhos quer dizer crianças pequenas (enquanto puta, no feminino, é como aqui). Além do português, o sentido sexual existe em espanhol, francês e italiano. Como isso aconteceu é um mistério. Uma versão sobre a origem da palavra, popular sobretudo na Espanha, fala da deusa Puta, uma das divindades agrícolas romanas, responsável pela poda (puta, em latim). No dia em que podavam as árvores, as sacerdotisas exerceriam a prostituição sagrada em honra à deusa. Com o passar do tempo, o nome da deusa virou sinônimo de prostituta. Mas muitos linguistas desconfiam que é só uma etimologia popular, invenção do povo.

Outros palavrões mantém seu sentido original — em alguns casos, desde o Império Romano. Foda vem de futuo, fazer sexo (ativo). Cu é uma versão encurtada do latim culum, que, neste caso, sempre quis dizer a mesma coisa. Em Portugal, ela vale para o todo. No Brasil, só para o centro, porque para o que vai em volta existe bunda —

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*Fonte: aventurasnahistoria

Hiperpoliglotas: como funciona a cabeça de quem fala dezenas de idiomas

Ler Dostoiévski em português é para os fracos. Carlos Freire queria devorar Crime e Castigo e outros clássicos russos no original. Aos 20 anos, ele mergulhou nos livros e se mudou para a casa de uma família russa em Porto Alegre. Em poucos meses, dispensou os tradutores. E não era seu primeiro idioma estrangeiro. Logo cedo, a proximidade com o Uruguai o deixou afiado no espanhol. Depois, aprendeu francês, latim e inglês. O caminho da faculdade era claro: Letras.

“Quanto mais idiomas você sabe, mais fácil aprender outros. Os 10 primeiros são os mais difíceis”, diz. Sim, 10. Aos 80 anos, Freire já estudou 135 línguas – de japonês a esperanto. É mais do que o padre italiano Giuseppe Mezzofanti, que ficou notório no século 18 por ouvir confissões na língua nativa dos estrangeiros. Especula-se que ele falava entre 61 e 72 idiomas e lia em 114.

Os dois integram um seleto time de pessoas que conseguem aprender dezenas de idiomas. Não são só poliglotas. Quem é fluente em mais de 6 línguas tem um título maior: hiperpoliglota. O termo foi definido em 2003 pelo linguista britânico Richard Hudson.

Ao estudar comunidades poliglotas, ele descobriu que o número máximo de idiomas falados em comum por todos os moradores é 6. Ainda não se sabe o motivo exato de serem 6 línguas. O que se sabe é que os hiperpoliglotas são diferentes de bilíngues ou meros falantes de 3 ou 4 línguas. E que os limites do cérebro deles podem ajudar a ciência a buscar os limites do nosso cérebro.

Idade é tudo

Mezzofanti entrou na escola aos 4 anos, onde aprendeu 3 idiomas. Aprender línguas na infância faz toda a diferença. Após a puberdade, os hormônios dificultam a reprodução de um sotaque mais autêntico. Se você aprende francês após os 14 anos, por mais que estude, provavelmente vai soar como um “brasileiro fluente em francês” – mas não como um francês.

Vários estudos comprovaram essa tese. Um deles selecionou 46 adultos chineses e coreanos que moraram nos Estados Unidos em diferentes fases da vida. Os que chegaram ao país até os 7 anos tiveram resultados semelhantes aos de nativos. Quem chegou aos EUA com mais de 15 anos teve desempenho pior.

Isso ocorre porque, com o tempo, o cérebro parece endurecer. Conforme crescemos, ele forma estruturas neurais confiáveis para orientar as ações que tomamos. É uma base de conhecimento que guia as experiências e responde às situações do dia a dia. À medida que mais estruturas neurais se formam, o cérebro perde flexibilidade. E ela é importante para aprender coisas complexas, como falar uma língua.

Pesquisadores acreditam que os hiperpoliglotas conseguem prolongar essa plasticidade. “Eles são como um experimento natural sobre os limites humanos”, diz Michael Erard, linguista e autor do livro recém-lançado Babel no More (inédito em português). Não é de se estranhar, portanto, que ainda hoje Freire mantenha o ritmo de aprender de dois a 3 idiomas por ano.

Falar pode parecer um ato simples, mas exige várias tarefas do cérebro: percepção auditiva, controle motor, memória semântica, sequenciamento de palavras. Para assimilar um novo idioma, o cérebro precisa entender as estruturas do som e das palavras. E, até chegar a isso, o aprendizado percorre um longo caminho pelos hemisférios esquerdo e direito do cérebro (veja mais na pág. 31).

Com vários pontos de parada, não é difícil perceber a complexidade disso tudo. E cada coisa nova que se aprende (como tocar um instrumento musical) não percorre exatamente o mesmo caminho. Já se sabe que aprendemos melhor uma língua na infância. Mas essa vantagem da juventude não se estende, necessariamente, a todos os outros aprendizados da vida. Ser um gênio no piano porque começou a tocar aos 5 anos pode não ter nada a ver com plasticidade.

“Não importa a idade, dizem que você precisa de 10 mil horas para tocar bem um instrumento. Ou seja, tocar melhor porque aprendeu aos 5 anos pode ser apenas uma vantagem incidental, porque teve mais tempo para estudar”, diz Diogo Almeida, professor de psicologia da Universidade de Nova York e especialista em linguística. Ou seja, por mais que hiperpoliglotas consigam adiar o enrijecimento do cérebro, a maior contribuição deles para a ciência é outra – e um tanto mais óbvia: acúmulo de conhecimento. Memória.

Aprender dezenas de línguas não é o mesmo que ser fluente em várias ao mesmo tempo. O americano Gregg Cox, citado no Guinness Book como “o maior linguista vivo” (64 línguas e 11 dialetos) conseguia se comunicar em apenas 7 idiomas ao mesmo tempo. Freire encarou um desafio maior em Moscou. Durante uma reunião com estrangeiros, teve de falar em 10 idiomas diferentes. E conseguiu. Michael Erard realizou uma pesquisa com 172 hiperpoliglotas e constatou que a maioria pode manter de 5 a 9 línguas ativas na memória.

As outras ficam guardadas em outra área, a memória de longo prazo, como se fossem arquivos comprimidos no computador. O conhecimento está lá, mas não pode ser acionado instantaneamente. Leva um tempo para reabri-los. Freire, por exemplo, explica que, para relembrar um idioma, ele precisa de uma semana de estudo.

“É possível ativar mais línguas, mas exigiria um tremendo esforço”, diz Erard. “Além do mais, essas pessoas têm outras coisas para fazer”. Quem volta do exterior falando outra língua em vez de português já passou por algo semelhante. Há uma reprogramação no cérebro. Agora imagine conversar em 10 idiomas ao mesmo tempo. Pois é.

Caixa elástica

Quando Freire saiu de um diálogo em russo para conversar em alemão, seu córtex pré-frontal mudou a chave da linguagem. Essa área do cérebro conta com a ajuda da memória ativa. A quantidade de línguas que um hiperpoliglota controla ao mesmo tempo dá uma dimensão do espaço da memória ativa. E, apesar de treino, expandir essa caixa não parece muito possível. Informações novas chegam, velhas vão para a memória de longo prazo. Ou somem.

Se por um lado a memória ativa guarda relativamente pouca coisa, a memória de longo prazo tem um espaço maior. E mais flexível. Na pesquisa de Erard, os entrevistados conseguiam, em média, aprender 30 idiomas. Perto das façanhas de Freire, Cox e Mezzofanti, parece pouco. Mas é aí que outros pontos entram em cena.

O primeiro é a genética. Segundo cientistas da Universidade de Münster, na Alemanha, a habilidade em aprender idiomas envolve diferenças genéticas nos neurotransmissores do hipocampo, a área que transforma informações temporárias em permanentes. As filhas de Freire, por exemplo, falam mais de 3 línguas. Têm facilidade, mas nunca quiseram aprender mais. E motivação é fundamental.

Freire aprendeu novas línguas porque queria ler os clássicos sem encarar tradutores. Mezzofanti usava a facilidade com idiomas dentro da religião – diz a lenda que ele, uma vez, aprendeu um novo idioma, em menos de um mês, apenas para ouvir a última confissão de um homem condenado à morte. A genética ajuda, mas o fator determinante é outro: a velha e batida vontade de aprender.

O jornalista americano Joshua Foer comprovou isso. Ele foi desafiado a fazer um treinamento intensivo para participar de um campeonato de memorização nos EUA. Foer era péssimo para lembrar coisas simples (onde deixou as chaves, por exemplo). Topou o desafio e, um ano depois, ganhou o campeonato. Basicamente, ele aprendeu a organizar as informações no cérebro e a traçar caminhos para encontrá-las.

Freire faz o mesmo. Há 50 anos, ele dedica pelo menos 3 horas diárias de estudo, com uma meta em mente: aprender 3 idiomas por ano. Essas pessoas mostram que é possível expandir a capacidade de guardar informações na caixinha de longo prazo, sem precisar de um QI acima da média. Se a memória ativa mostra um limite pouco mutável, a memória de longo prazo parece aumentar de acordo com a vontade de cada um. Mas, afinal, qual a vantagem em guardar tanta coisa?

Memória para quê?

Freire lê romances no original e ganha dinheiro com tradução e aulas. A neurocientista Ellen Bialystock, da Universidade de York, no Canadá, afirma que pessoas que falam mais línguas apresentam maior capacidade de concentração e se tornam mais distantes do Mal de Alzheimer. Ela estudou casos de 211 pacientes e concluiu que os bilíngues adiaram os sintomas da doença em até 5 anos, quando comparados a um monolíngue. Eles mantêm o cérebro ativo.

Mas com a internet no bolso e várias maneiras tecnológicas de guardar e acessar informação, qual é a utilidade prática da memorização? Precisamos decorar menos informações. E a nossa cabeça já está mudando. Estudos indicam que o Google modificou a memória das pessoas: deixamos de decorar quando sabemos que há uma fonte externa de armazenamento de informação. Pare e pense: quantos números de telefone você sabe de cor? Provavelmente bem menos do que sabia antes da popularização das agendas nos celulares.

“Tornamo-nos dependentes dela [dessa fonte externa] no mesmo nível que somos dependentes de todo o conhecimento que recebemos dos amigos. Aí, perder a conexão parece perder um amigo”, diz o estudo. Ficamos apegados ao fato de que a tecnologia aumenta exponencialmente o acesso a informação e conhecimento. A internet parece cuidar cada vez mais disso. Expandir a memória é difícil, mas possível. O desafio maior é querer.

*Por Carol Castro

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*Fonte: superinteressante

A revolução do acesso aberto

O acesso ao conhecimento pode ser muito caro. Cientistas que querem uma grande relevância para suas pesquisas são obrigado a tentar publicar em revistas científicas de grande impacto, com destaque para as editoras Nature e Elsevier. Grande parte das revistas de renome são pagas, cujos preços são muitas vezes abusivos. Até mesmo o Ciencianautas é afetado, quando restringido ao acesso de determinada pesquisa pelo preço, e impossibilitado, portanto, de escrever sobre tal pesquisa.

Uma pesquisa científica demanda muitas referências e fontes, ou seja, estudos de outras pesquisas, que também podem ser de acesso pago. Nenhum pesquisador ou aluno universitário pode bancar tanto acesso à revistas científicas. No Brasil, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma fundação do Ministério de Educação, que atua no fomento à pesquisa científica, paga para todos os universitários (alunos, professores, pesquisadores) o acesso às principais revistas científicas do mundo, com mais de 45 mil títulos disponíveis.

Mesmo com a CAPES pagando por boa parte dos acessos, as universidades precisam pagar outros títulos para atender suas necessidades. Na proposta orçamentária da USP para 2019, a previsão de gastos com periódicos é de 6 milhões de reais, por exemplo.
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Os altos preços são polêmicos e injustos porque as editoras não financiam pesquisas, não pagam aos autores e nem mesmo pela revisão, que é tradicionalmente feita de forma voluntária pelos acadêmicos. A editora tem, basicamente, o trabalho de administrar a revisão, fazer a formatação do artigo e publicar (imprimir ou hospedar) o artigo. Os altos preços são, portanto, insustentáveis. As margens de lucro são altíssimas — em 2013, a média da margem de lucro das editoras científicas era de 38,9%, maior do que os 29%, no mesmo ano, de um dos maiores bancos do mundo, o Banco Industrial e Comercial da China, como mostra um estudo publicado em 2015 que aponta para um Oligopólio das editoras científicas.

Como se não bastasse, muitas vezes, as pesquisas são financiadas com dinheiro público, ou seja, de impostos. A maior parte dos cientistas não concordam com esses abusos, mas são encurralados pelo ciclo vicioso, já que o renome das revistas são muitas vezes necessários para o impacto das pesquisas. Mesmo assim, muitos boicotes são feitos às editoras, como o recente rompimento da gigante Universidade da Califórnia com a Elsevier, a maior editora científica do mundo. Outras universidades pelo mundo já haviam tomado medidas parecidas.
“O conhecimento não deve ser acessível apenas para aqueles que podem pagar”, disse Robert May, presidente do Senado Acadêmico da Universidade da Califórnia. “A busca pelo acesso aberto total é essencial para que possamos realmente defender a missão desta universidade.”
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Ultimamente, o número e o impacto das revistas de acesso aberto estão crescendo. Além disso, são vários os repositórios de artigos científicos na internet, como por exemplo o Cruesp (Repositório da Produção Científica do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), que reúne trabalhos científicos publicados por pesquisadores da USP, Unicamp e Unesp.

Segundo o relatório Analytical Support for Bibliometrics Indicators – Open access availability of scientific publications, de 2018, o Brasil lidera em número de publicações em revistas de acesso aberto, com uma taxa de 75%. Um enorme contribuidor disso é o SciELO, uma biblioteca digital brasileira criada em uma parceria entre a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo) e o Bireme, (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), e que conta com a participação de diversos países.

Há diversas iniciativas, muitas internacionais, que visam acelerar a transição para o acesso aberto à publicações científicas. O Plan S, por exemplo, determina que todos os artigos acadêmicos resultantes de pesquisas financiadas por membros da coAllition S devem ser publicados em acesso aberto imediato a partir de 1° de janeiro de 2020, e propõe que pesquisas financiadas com dinheiro público também sejam publicadas nessa modalidade. Lançada em 2016 pela Max Planck Society, a OA2020, outra iniciativa do tipo, já conta com 136 organizações signatárias.

“O Plan S não defende um modelo específico, mas apenas determina o acesso imediato aos resultados de pesquisa”, disse à Pesquisa FAPESP o holandês Robert-Jan Smits, conselheiro sênior em Acesso Aberto da Comissão Europeia. “Acreditamos que a iniciativa contribuirá para o surgimento de novos periódicos de acesso aberto com qualidade. Isso ocorrerá gradualmente.”

As grandes editoras já estão se movimentando. Em 2016 a Elsevier adquiriu o repositório SSRN (Social Science Research Network).
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Um gigante repositório, Sci-Hub, com mais de 60 milhões de artigos, publica com ajuda de acadêmicos de todo o mundo até mesmo artigos protegidos com direitos autorais, das grandes editoras, o que se encaixa como pirataria. Em 2017, a Corte de Nova York determinou que o Sci-Hub e o Library Genesis paguem mais de 15 milhões de dólares à Elsevier por violação de direitos autorais. Em 2016, a própria Nature, uma das editoras mais pirateadas pelo Sci-Hub, elegeu Alexandra Elbakyan, criadora do repositório, como umas das 10 pessoas mais importantes no ano.

Os preprints — artigos ainda não editados pelas editoras — também fazem sucesso. Um dos principais repositórios de preprints é o ArXiv, lançado em 1991.

“O acesso aberto estimulará uma pesquisa mais rápida e melhor – e maior equidade global de acesso a novos conhecimentos”, diz Ivy Anderson, diretora executiva associada da Biblioteca Digital da Califórnia, da Universidade da Califórnia.

*Por Felipe Miranda

 

 

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*Fonte: ciencianautas

Contra fake news, WhatsApp limita reenvio de mensagens

Usuários poderão reenviar uma mensagem a no máximo cinco pessoas ou grupos por vez e não mais a 20. Objetivo é dificultar disseminação de notícias falsas e boatos.

O serviço de mensagens WhatsApp passou a limitar para cinco o número de contatos a que um usuário pode re-encaminhar uma mensagem por vez. A medida anunciada nesta segunda-feira (21/01) é uma tentativa de combater a disseminação de notícias falsas e boatos, segundo executivos do serviço, que pertence ao Facebook.

“Estamos impondo um limite de cinco mensagens em todo o mundo a partir de hoje”, disse Victoria Grand, vice-presidente de comunicações do WhatsApp, durante um evento em Jacarta, na Indonésia.

Antes do anúncio, um usuário do WhatsApp podia reencaminhar uma mensagem para até 20 outros usuários ou grupos.

O limite de cinco expande para todo o mundo uma medida que o WhatsApp já havia colocado em prática na Índia em julho, depois que boatos disseminados em redes sociais acabaram provocando assassinatos e tentativas de linchamento no país.

O WhatsApp vai oferecer uma atualização para ativar o novo limite a partir desta segunda-feira, afirmou o diretor de comunicações do serviço, Carl Woog. Os usuários de dispositivos Android devem receber essa atualização primeiro. Depois será a vez dos usuários de aparelhos da Apple.

O WhatsApp tem 1,5 bilhão de usuários. Nos últimos anos, o aplicativo desempenhou um papel de destaque em vários acontecimentos políticos, como as eleições brasileiras de 2018 e a greve dos caminhoneiros no mesmo ano.

O WhatsApp foi criticado pela falta de mecanismos para impedir a disseminação de notícias falsas, fotos manipuladas, vídeos fora de contexto e boatos transmitidos por mensagens de áudio.

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*Fonte: dw

Brasil tem a maior carga tributária do mundo sobre internet fixa e móvel

Um estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT) confirmou que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo sobre os serviços de internet fixa e móvel.

A pesquisa, intitulada Measuring the Information Society Report, indica que o percentual de tributos no Brasil, de acordo com o levantamento, é de 40%, bem acima da média mundial que é de 16%. O estudo leva em conta a carga tributária de 162 países.

O documento aponta que essa carga tributária representa um peso enorme no preço dos serviços, dificultando principalmente o acesso de pessoas com rendas mais baixas da população.

A UIT afirma que o setor de telecomunicações já vem alertando para o impacto negativo da carga tributária para o consumidor. Os usuários dos serviços de telecomunicações recolhem anualmente cerca de R$ 60 bilhões em tributos, o que representa o pagamento de R$ 7 milhões por hora em impostos e taxas. Só de fundo setoriais, em 2017 foram recolhidos cerca de R$ 5 bilhões e apenas 8% desses recursos foram utilizadas em benefício dos usuários dos serviços.

A entidade defende ainda que a carga tributária brasileira tem que ser revista, especialmente para novos serviços, como a Internet das Coisas, que só se expandirá no Brasil se os tributos forem zerados.

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*Fonte: olhardigital

Três tipos de aplicativos que você deve evitar baixar no celular

Há aplicativo de todo tipo e para todo gosto. Tem app para aprender idiomas, retocar fotografias, pedir comida e gerir senhas. Mas nem todos são igualmente confiáveis.

Há apps que preocupam usuários e empresas não apenas por ocuparem muito espaço. Eles podem ser fontes de vírus e malwares (softwares maliciosos), e muitos são capazes de encher o celular de publicidade.

Este ano, o Google anunciou que eliminou mais de 700 mil aplicativos para Android considerados “maliciosos”. Esse número é 70% maior que o registrado em 2016.

Por que fechar os apps que usamos não ajuda a economizar bateria do celular
Celular com tela flexível está mais perto de se tornar realidade

Muitos desses programas que oferecem soluções milagrosas para problemas frequentes podem até ser prejudiciais ao aparelho.

Há pelo menos três tipos de apps que devem ser evitados:
1 – Os que prometem economizar bateria

Ficar sem bateria é um problema que acontece com certa frequência e nem todo mundo tem à mão um carregador.

Como muitas vezes a bateria morre num momento inesperado ou urgente, é tentador baixar um aplicativo que promete prolongar o tempo de funcionamento do aparelho.

“Os aplicativos para poupar bateria são, em sua maioria, mentirosos. Esses apps não oferecem uma solução para um dos problemas mais odiados em todo o mundo. Prometem milagres”, escreveu o jornalista especializado em tecnologia Eric Ferrari-Herrmann.

“Há muito pouca exceção”, completou.

A melhor coisa para economizar bateria é gerenciar o próprio consumo e eliminar aplicativos que usam muitos dados, em especial aqueles que o usuário quase nunca acessa. Colocar o telefone no modo noturno também ajuda a prolongar a “vida” da bateria.

Especialistas dizem que reduzir o brilho da tela ou desativar os sinais de wi-fi e o bluethooth são maneiras mais eficientes de poupar bateria e otimizar o uso do aparelho.

Outra estratégia é desativar o uso de dados ou usar o modo de pouca energia. Desativar a geolocalização de aplicativos também ajuda – este último também contribui para manter a privacidade.

2 – Os que ‘limpam’ o telefone

Há aplicativos que prometem melhorar o rendimento do celular por meio de de uma “limpeza”. O mais famoso deles é o Clean Master.

De acordo com o especialista José Garcia-Nieto, o Clean Master “desacelera o telefone, substitui a tela de bloqueio e nos leva a baixar mais aplicativos do desenvolvedor Chetaah Mobile.”

“Não funciona para absolutamente nada”, acrescenta.

Ferrari-Herrmann lembra que aplicativos eliminados podem até deixar alguns dados na memória cache (que trabalha junto com o processador), mas diz não ser necessário baixar um app para limpá-la.

Para eliminar dados ocultos, basta acessar o item armazenamento nas configurações do aparelho e limpar os dados cache.

Também não é recomendado confiar em aplicativos que prometem limpar a memória RAM.

3 – Os que ‘refrescam’ o celular

O superaquecimento de celulares pode ser considerado um problema frequente. Pode acontecer por exposição ao sol, vírus, problemas com a bateria ou pelo uso contínuo por longos períodos.

Não importa a razão do superaquecimento: especialistas recomendam não usar apps para resfriar o aparelho.

Segundo eles, um aplicativo com esse propósito só vai servir para sobrecarregar ainda mais o telefone, uma vez que o processador do celular leva horas para esfriar.

Para “refrescar” o telefone é melhor deixá-lo desligado por um tempo.
Outras recomendações

– Baixar apps nas lojas oficiais da Apple e da Google

– Evitar arquivos com extensão “.apk”

– Não baixar apps que prometem soluções milagrosas

– Atualizar as configurações do aparelho com frequência

– Não confiar apenas no antivírus

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*Fonte: bbc-brasil

Primeiro desenho animado totalmente em libras é lançado no YouTube

A surdez atinge quase dez milhões de pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. E faltam alternativas na indústria cultural infantil para esse público. Pensando nisso, Paulo Henrique dos Santos, que trabalha com animação há sete anos, decidiu criar um desenho inteiramente em libras (língua brasileira de sinais). Ele teve a ideia quando precisou se comunicar com uma pessoa surda, mas não conseguiu. Em cada um dos capítulos, serão ensinados cinco sinais de libras.

O conteúdo é voltado para crianças de três a seis anos e tem o objetivo de educar e mostrar que as crianças surdas também se divertem e têm as mesmas necessidades daquelas com a audição preservada. O episódio piloto foi lançado no YouTube nessa quarta-feira, data marcada pelo Dia do Surdo. “Cada um tem a sua língua. O gato fala ‘gatês’, o elefante fala ‘elefantês’, e por aí vai. Mas com tantas línguas diferentes, é difícil entender o outro”, diz a animação.

O canal ainda não tem patrocínio mas, se conseguir, Paulo Santos pretende produzir e lançar mais 13 episódios para a primeira temporada. Ele já participou da produção de desenhos como “Turma da Mônica” e “Sítio do Pica-pau Amarelo”.

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*Fonte: correiodopovo

As redes sociais estão dilacerando a sociedade – Diz um ex-executivo do Facebook

Um ex-alto executivo do Facebook fez um mea culpa por sua contribuição para o desenvolvimento de ferramentas que, em sua opinião, “estão dilacerando o tecido social”. Chamath Palihapitiya, que trabalhou na empresa de Mark Zuckerberg de 2007 a 2011, da qual chegou a ser vice-presidente de crescimento de usuários, acredita que “os ciclos de retroalimentação de curto prazo impulsionados pela dopamina que criamos estão destruindo o funcionamento da sociedade. Sem discursos civis, sem cooperação, com desinformação, com falsidade”.

Palihapitiya fez essas declarações sobre o vício em redes sociais e seus efeitos em um fórum da Escola de Negócios de Stanford no dia 10 de novembro, mas o site de tecnologia The Verge as publicou na segunda-feira e, através dele, jornais como o The Guardian. Palihapitiya — que trabalhou para aumentar o número de pessoas que usam as redes sociais — recomendou ao público presente no fórum que tomasse um “descanso” no uso delas.

Esclareceu que não falava apenas dos Estados Unidos e das campanhas de intoxicação russas no Facebook. “É um problema global, está corroendo as bases fundamentais de como as pessoas se comportam consigo mesmas e com as outras”, enfatizou, acrescentando que sente “uma grande culpa” por ter trabalhado no Facebook. Falou sobre como as interações humanas estão sendo limitadas a corações e polegares para cima e como as redes sociais levaram a uma grave falta de “discurso civil”, à desinformação e à falsidade.

Na palestra, Palihapitiya — agora fundador e CEO da Social Capital, com a qual financia empresas de setores como saúde e educação — declarou ser uma espécie de objetor de consciência do uso de redes sociais e anunciou que quer usar o dinheiro que ganhou no Facebook para fazer o bem no mundo. “Não posso controlar [o Facebook], mas posso controlar minha decisão, que é não usar essa merda. Também posso controlar as decisões dos meus filhos, que não podem usar essa merda”, disse, esclarecendo que não saiu completamente das redes sociais, mas que tenta usá-las o mínimo possível.

O ex-vice-presidente do Facebook alertou que os comportamentos das pessoas estão sendo programados sem que elas percebam. “Agora você tem que decidir o quanto vai renunciar”, acrescentou. Palihapitiya fez referência ao que aconteceu no estado indiano de Jharkhand em maio, quando mensagens falsas de WhatsApp sobre a presença de supostos sequestradores de crianças acabaram com o linchamento de sete pessoas inocentes. “Estamos enfrentando isso”, criticou Palihapitiya, acrescentando que esse caso “levado ao extremo” implica que criminosos “podem manipular grandes grupos de pessoas para que façam o que eles querem”.

Mas Palihapitiya não criticou apenas os efeitos das redes na maneira pela qual a sociedade funciona, mas todo o sistema de funcionamento de Silicon Valley. Segundo ele, os investidores injetam dinheiro em “empresas estúpidas, inúteis e idiotas”, em vez de abordar problemas reais como mudança climática e doenças curáveis.

As críticas de Palihapitiya às redes se juntam às do primeiro presidente do Facebook, Sean Parker, que criticou a forma como a empresa “explora uma vulnerabilidade da psicologia humana” criando um “ciclo de retroalimentação de validação social”. Além disso, um ex-gerente de produto da empresa, Antonio García-Martínez, acusou o Facebook de mentir sobre sua capacidade de influenciar as pessoas em função dos dados que coleta sobre elas e escreveu um livro, Chaos Monkeys, sobre seu trabalho na empresa. No último ano vem crescendo a preocupação com o poder do Facebook, seu papel nas eleições norte-americanas e sua capacidade de amplificar notícias falsas.

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*Fonte: elpais

Anúncios no Facebook Messenger exibirão vídeos que se reproduzem automaticamente

Anúncios no Facebook Messenger estão ganhando uma nova proporção, já que a rede social acaba de inserir uma nova modalidade: publicidade que exibe sozinha (com autoplay) dentro do aplicativo de mensagens.

 

Como se não bastasse os grandes esforços da rede social para irritar profundamente os seus usuários com anúncios cada vez mais constantes (e muitas vezes sem sentido ou de interesse do usuário) em suas timelines.

Os anúncios no Facebook Messenger

No ano passado o Facebook chegou a vender anúncios estáticos que apareciam no Messenger. Neste ano, um passo além: janelas pop-ups que iniciam um vídeo automaticamente.

Certamente as propagandas que começam a serem exibidas sozinhas fazem parte do lado mais irritante da Internet. Tem coisa mais horrível do que ver um vídeo, música, explodir na sua tela enquanto você lê algum texto ou está concentrado em outra coisa?

O Facebook tenta se defender, enquanto o chefe da propaganda da rede social diz:

“A principal prioridade para nós é a experiência do usuário. Por isso, ainda não sabemos [se isso funcionará]. No entanto, os sinais até agora, quando testamos anúncios básicos, não mostraram alterações na forma como as pessoas usaram a plataforma ou quantas mensagens eles enviam. O vídeo pode ser um pouco diferente, mas não acreditamos nisso “, disse ele.

Os vídeos que começam a ser exibidos automaticamente, porém, começarão sem som. Como funciona na timeline atualmente. De qualquer forma, é um preço que os usuários pagam por uma rede social “gratuita”.

 

 

 

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*Fonte: geekness

Google lança fones de ouvido que traduzem 40 idiomas

O Google anunciou o lançamento de fones de ouvido inteligentes, que se chamam Pixel Buds e podem traduzir idiomas em tempo real, permitindo que você se comunique com estrangeiros sem precisar saber a língua deles – nem fazer mímicas.

Na apresentação do Google, que foi realizada nos EUA e transmitida pela internet, os novos fones foram dmeonstrados em uma conversa entre pessoas falando inglês e sueco. Segundo o Google, o produto fará a tradução de 40 idiomas.

“É como ter um tradutor pessoal ao seu lado”, disse juston Payne, gerente de produto do time de hardware do Google, no evento realizado em San Francisco.
Pixel-Bus-Google-Pixel-2

Os fones funcionam com conexão Bluetooth, e serão vendidos nos Estados Unidos por US$ 159. Não há informações sobre seu lançamento no Brasil. Os Pixel Buds são compatíveis com o novo smartphone do Google, o Pixel 2, e com celulares Android recentes.

A duração de bateria estimada é de 5 horas de uso. A caixinha dos fones, onde eles ficam guardados enquanto não estiverem em uso, servem como um carregador portátil, como acontece nos AirPods da Apple.

 

 

 

 

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*Fonte:

Aplicativo avisa se vai chover no local onde você está

Com a chegada do verão inicia-se também a temporada de chuvas na região Sudeste. A diferença é que este ano o aplicativo SOS Chuva poderá informar à população sobre a possibilidade de chuva ou de tempestade na localização exata onde a pessoa está.

É a chamada previsão imediata que, diferente da previsão do tempo convencional, consegue informar a incidência de chuva, granizo ou tempestade com precisão de 1 quilômetro e antecedência de 30 minutos a 6 horas. Desde outubro, o aplicativo SOS Chuva pode ser baixado gratuitamente em smartphones e já conta com mais de 60 mil usuários.

A ferramenta foi desenvolvida por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em colaboração com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, os dois últimos da Universidade de São Paulo (USP).

“A previsão de tempo que ouvimos no jornal é uma previsão que está, de certa forma, bem estabelecida. Sua teoria foi desenvolvida nos anos 1950. Já a previsão imediata é um desafio novo, com funções, equipamentos e modelagens matemáticas completamente diferentes. Até porque é diferente dizer que amanhã vai chover ou falar que daqui a duas horas vai chover no ponto exato onde você está”, disse Luiz Augusto Toledo Machado, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) e coordenador do projeto.

Com apoio da FAPESP, o Projeto Temático SOS Chuva, iniciado em 2016, vai desenvolver mais dois aplicativos, um voltado para a agricultura e outro para a Defesa Civil. Os pesquisadores pretendem também aumentar a compreensão da dinâmica das nuvens e melhorar modelos matemáticos usados na previsão climática.

“É um projeto que tem o aspecto científico de melhorar modelos de previsão imediata e também outro aspecto associado à extensão, que é o desenvolvimento do aplicativo e de sistemas de alerta mais sofisticados para a Defesa Civil e para a agricultura”, disse Machado.

Em novembro, a equipe do projeto fez um treinamento para técnicos da Defesa Civil da região de Campinas (SP) e para profissionais do CPTEC que atuam nas regiões do Vale do Paraíba e no Litoral Norte do Estado de São Paulo. O objetivo é que os centros regionais de meteorologia possam fazer a previsão imediata. A iniciativa é inédita no país.

“Estamos desenvolvendo também um aplicativo voltado para o técnico, para que ele possa fazer a previsão imediata e divulgar os alertas com base nos nossos modelos matemáticos. Isso porque, dado o grande detalhamento, a previsão imediata deve ser feita regionalmente. Por isso, estamos desenvolvendo a ferramenta e os modelos matemáticos para que, no futuro, a previsão imediata seja feita nos centros regionais de meteorologia”, disse.

Agrometeorologia de precisão

O grupo formado por pesquisadores do CPTEC/Inpe e da Esalq também está desenvolvendo um terceiro aplicativo, dedicado ao produtor rural.

“O aplicativo de cunho agrícola, além de mostrar onde exatamente está chovendo, também armazenará informações pluviométricas por um período, para que o agricultor possa acompanhar e identificar possíveis variações de produtividade”, disse Felipe Pilau, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, responsável pela parte agrícola do projeto.

Pilau afirma que com essa ferramenta será possível estipular estratégias para a chamada agrometeorologia de precisão. O termo junta a agricultura de precisão – que analisa a variabilidade da produção a partir de fatores como fertilidade do solo e recursos hídricos – com a parte meteorológica.

“Ao incluir a parte meteorológica na agricultura de precisão, é possível enxergar onde chove mais e se essa variabilidade vai afetar a produtividade agrícola. Até então, a parte meteorológica estava esquecida na agricultura de precisão”, disse Pilau.

Para fazer a previsão imediata, seja para o usuário comum, o agricultor ou para a Defesa Civil, o projeto conta com um radar meteorológico de dupla polarização – adquirido com apoio da FAPESP e instalado no Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri-Unicamp).

A previsão do tempo convencional necessita de dados obtidos a partir de imagens de satélite, estações meteorológicas e também da interpolação desses dados. Já para obter os dados com precisão de 1 quilômetro de distância, o radar de dupla polarização trabalha com a emissão e reflexão de comprimentos de onda.

Ao emitir um feixe de energia, ele obtém a refletividade, uma medida da reflexão do feixe emitido pelo radar ao se chocar com um obstáculo, como uma gota de nuvem, por exemplo. O sinal então retorna para o radar e, dessa forma, é possível mapear o local exato onde vai chover.

Para fazer a previsão imediata de todo o Estado de São Paulo, o projeto SOS Chuva conta ainda com as informações de outros quatro radares instalados em Bauru, Presidente Prudente, São Paulo e no Rio de Janeiro.

Com a ajuda do radar de dupla polarização, os pesquisadores conseguem ter uma visão tridimensional da nuvem e acompanhar a velocidade com que ela se propaga. Assim é possível analisar outros parâmetros, como acúmulo de cristais de gelo dentro da nuvem ou os chamados intrarraios, raios dentro da nuvem que são indicativos da ocorrência de granizo.

“Com o radar de dupla polarização conseguimos saber, por exemplo, quais os cristais de gelo que têm dentro da nuvem e a partir disso fazer cálculos e previsões”, disse Machado.

O pesquisador explica que ao acompanhar a nuvem é possível saber como esses diferentes cristais aumentam e diminuem, indicando a previsão de severidade ou formação de tornados. “Conseguimos também informações a partir do vento, se ele está formando uma circulação fechada, se há descarga elétrica. Tudo isso somado nos ajuda a fazer previsões”, disse.

Entendendo eventos extremos

A experiência dos pesquisadores do SOS Chuva em desenvolver modelos e cálculos matemáticos para a previsão imediata será usada em um novo projeto de colaboração com colegas argentinos, chilenos e norte-americanos.

“Continuaremos a coletar dados em Campinas e a melhorar nossos modelos até agosto de 2018. Depois disso, vamos levar nossa instrumentação para São Borja, no Rio Grande do Sul, para uma nova campanha de medidas de colaboração internacional”, disse Machado.

O pesquisador explica que a região a ser estudada é onde ocorrem as maiores tempestades do planeta. O fenômeno no Sul do Brasil, conhecido como Complexos Convectivos de Média Escala, ocorre em resposta a uma relação entre a região amazônica e a Cordilheira dos Andes.

“A umidade da Amazônia se propaga, encontra os Andes e se canaliza, trazendo a umidade para o Sul. É esse canal de umidade que começa a formar esses sistemas intensos de nuvens na Argentina. A baixa pressão acelera esse fluxo de umidade que vem da Amazônia e forma tempestades muito grandes.”

O projeto nomeado RELAMPAGO é financiado pela National Science Foundation (NSF) e conta com a cooperação da agência espacial Nasa e da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), nos Estados Unidos, do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) da Argentina, da Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (Conicyt) do Chile, da FAPESP e do Inpe.

“Será um experimento muito grande e o SOS Chuva participará desse esforço que é entender as tempestades severas que entram no Brasil, inclusive com possibilidade de formação de tornados”, disse Machado.

O aplicativo SOS Chuva pode ser baixado na App Store (iOS) e na Google Play Store (Android). Mais informações: http://soschuva.cptec.inpe.br/soschuva.

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*Fonte: revistapegn

Como identificar os diferentes tipos de fakes e robôs que atuam nas redes

Se a interferência de contas falsas em discussões políticas nas redes sociais já representava um perigo para os sistemas democráticos, sua sofisticação e maior semelhança com pessoas reais têm agravado o problema pelo mundo.

No Brasil, uma investigação de três meses da BBC Brasil, que deu origem à série de reportagens Democracia Ciborgue, identificou parte do mercado de compra e venda de contas falsas que teriam sido usadas para favorecer políticos no Twitter e no Facebook. É impossível estimar seu alcance, mas sua existência nas eleições brasileiras de 2014 já alerta para um potencial risco na disputa no ano que vem.

Nos Estados Unidos, conteúdo produzido por russos e difundido por meio de pessoas que não eram verdadeiras alcançou quase 126 milhões de americanos no Facebook durante as eleições do ano passado, de acordo com a plataforma, que teve que submeter dados ao Senado americano.

O perigo cresceu porque a tecnologia e os métodos evoluíram dos robôs, os “bots” – softwares com tarefas online automatizadas -, para os “ciborgues” ou “trolls”, contas controladas diretamente por humanos com a ajuda de um pouco de automação.

Imaginemos uma linha em que em uma ponta estejam robôs e, em outra, humanos. Entre as duas pontas, especialistas apontam a existência de ciborgues, “robôs políticos”, “fakes clássicos” e “ativistas em série” antes de chegarmos às pessoas reais.

Parte 1, os robôs

“Um robô, ou bot, nada mais é que uma metáfora para um algoritmo que está te ajudando, fazendo um trabalho para você”, define Yasodara Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School, da Universidade Harvard, nos EUA, e mentora do projeto Operação Serenata de Amor, que busca identificar indícios de práticas de gestão fraudulenta envolvendo recursos públicos no Brasil.

Ou seja, robôs estão por todas as partes, espalhados nas redes sociais, o que não significa necessariamente que estejam fazendo coisas ruins: os mais comuns são aqueles que automatizam o compartilhamento de notícias de veículos de imprensa e os que ajudam consumidores em atendimentos virtuais, entre outros.

O projeto Operação Serenata de Amor, por exemplo, tem um robô que analisa pedidos de reembolso de deputados federais e destaca os que parecem ser suspeitos, por meio de “machine learning” (“aprendizado de máquina”, que reconhece padrões e aprende com seus erros para evoluir e refinar sua atuação). Via Twitter, pede aos parlamentares que esclareçam o gasto suspeito – há casos de congressistas que reembolsaram a Câmara por causa do projeto.

Mas também há robôs cujo uso é malicioso, e que estão espalhados sobretudo pelo Twitter.

“O Twitter é um ambiente mais amigável para robôs”, explica Marcos Bastos, professor do departamento de Sociologia da City, University of London, no Reino Unido.

Bastos, que é brasileiro, e o britânico Dan Mercea, da mesma universidade, descobriram que as discussões sobre o plebiscito do Brexit (que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia) no Twitter tiveram participação de ao menos 13,5 mil robôs, usados para “bombar” um lado ou outro com postagens automatizadas.

“O Facebook é de fato uma rede social: você aceita pessoas com quem você tem algum tipo de conexão: idealmente, só amigos, embora esse não seja sempre o caso. O Twitter não tem essa reciprocidade, então funciona não só como uma rede social, mas como um sistema de difusão de informações”, afirma.

Ou seja, a natureza mais aberta do Twitter – que, diferentemente do Facebook, não exige o nome verdadeiro do usuário nem proíbe contas automatizadas – facilita a proliferação de robôs em sua esfera.

Pesquisadores das universidades do Sul da Califórnia e de Indiana estimam que haja entre 9% a 15% de robôs no Twitter. A rede tem um total de cerca de 330 milhões de usuários – portanto, ao menos 29 milhões deles são robôs, segundo o levantamento.

O Twitter informa que “a falsa identidade é uma violação” de suas regras. “As contas do Twitter que representem outra pessoa de maneira confusa ou enganosa poderão ser permanentemente suspensas de acordo com a Política para Falsa Identidade do Twitter. Se a atividade automatizada de uma conta violar as regras do Twitter ou as regras de automação, o Twitter pode tomar medidas em relação à conta, incluindo a suspensão da conta.”

Mas essas criaturas virtuais são mais facilmente identificáveis. Pesquisadores desenvolvem ferramentas para detectar robôs, monitorando sua atividade e identificando padrões. Levam em conta a quantidade de vezes que replicam um conteúdo, a proporção entre seguidores e usuários que o perfil segue, a data de criação da conta, as postagens via plataformas externas ao Twitter e a quantidade de menções a outros usuários, entre outros critérios.

 

Parte 2, os ciborgues

Pouco disso pode ser feito para detectar os exércitos de ciborgues, que estão em uma zona cinzenta e são os próximos na escala depois dos robôs. São chamados também de “trolls” ou “socketpuppets” (fantoches).

“É muito difícil detectar esses ‘bots’ híbridos, operados parte por humanos, parte por computadores”, afirma Emiliano de Cristofaro, professor da London’s Global University, no Reino Unido, que estuda segurança online. Isso porque perfis operados por algoritmos têm “comportamentos previsíveis” e padrões, enquanto uma pessoa real pode interromper isso, “agindo de forma diferente em horários diferentes”.

Ciborgues dão origem a perfis mais sofisticados, que tentam de fato imitar perfis de pessoas verdadeiras, publicando fotos e frases e interagindo com outros usuários, criando “reputação”.

Os perfis falsos encontrados pela investigação da BBC Brasil são ciborgues. Roubaram fotos de pessoas verdadeiras, criaram nomes falsos e adicionaram como amigos pessoas reais – o que fez até com que recebessem “parabéns” em seus “aniversários”. Depois, entre publicações de uma rotina inventada, publicaram conteúdo elogiando políticos brasileiros e ajudaram a aumentar suas “curtidas”.

Para manter o perfil ativo e parecer real, parte das postagens era agendada em plataformas fora do Twitter. À primeira vista, não parecem ser perfis falsos.

“É preciso olhar para o conteúdo que postam, não só para sua atividade. E isso custa caro”, observa Cristofaro. Por sua natureza mais sofisticada, estão espalhados não só no Twitter, como no Facebook também.

O Facebook informou que suas políticas “não permitem perfis falsos”. “Estamos o tempo todo aperfeiçoando nossos sistemas para detectar e remover essas contas e todo o conteúdo relacionado a elas.”

A empresa também indicou que pode fazer uma “varredura” de perfis falsos no Brasil semelhante à que fez na França e na Alemanha antes das eleições. “Estamos eliminando contas falsas em todo o mundo e cooperando com autoridades eleitorais sobre temas relacionados à segurança online, e esperamos tomar medidas também no Brasil antes das eleições de 2018.”

Para o Cristofaro, caso o Facebook começasse a varrer contas falsas levando em conta apenas sua atividade, acabaria encontrando “falsos positivos”, “e isso seria muito ruim para eles”, diz.

Em um relatório de abril de 2017, o Facebook admitiu que havia difusão de informações na plataforma via “personas falsas online”, criadas para “influenciar opiniões políticas”.

Na ocasião, a empresa disse que estava tomando medidas para excluir esse tipo de conta falsa, sem especificar quantas já identificou e excluiu. Segundo relatório da empresa, em setembro deste ano o Facebook tinha 2,07 bilhões de usuários ativos no mundo todo – não se sabe quantas dessas contas são falsas.

Alguns passos podem ser tomados para identificar ciborgues. Qualquer um pode fazer uma pesquisa por meio da foto utilizada pelo perfil em questão. Em ferramentas de buscas como o Google, é possível pesquisar pela imagem com o objetivo de rastrear sua origem e outros sites em que aparece. Esses perfis utilizam fotos que saíram em notícias não muito difundidas, de pessoas mortas, de bancos de imagens.

Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrões de comportamento: quando as mensagens não são programadas, sua publicação se concentra só em horários de trabalho, já que é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia. Interações de madrugada, portanto, quando pessoas reais muitas vezes participam de discussões online, estão de fora (a não ser que empresas comecem a pagar por plantões de madrugada).

Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um dos entrevistados pela BBC Brasil, funcionário de uma empresa que supostamente produzia e vendia perfis falsos, explica que às vezes “faltava criatividade” para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo – cada funcionário controlava entre 20 a 50 perfis com histórias de vida particulares.

Para identificar os mais de 100 perfis falsos no Twitter e no Facebook que seriam ligados a uma empresa, com a ajuda de especialistas, a BBC Brasil levou em consideração elementos como: o uso de fotos comprovadamente falsas, modificadas ou roubadas; a publicação de mensagens a partir da mesma ferramenta externa às redes sociais; o padrão de mensagens que simulam rotina, com repetição de palavras; a participação ativa nas redes durante debates e “tuitaços”; atividade apenas durante o horário “útil” do dia; as recorrentes mensagens de apoio ou de agressão a candidatos específicos e, por fim, vários casos de datas coincidentes de criação, ativação e desativação dos perfis.

Mas esse padrão de comportamento se refere a um grupo específico de perfis falsos e ciborgues, produzidos, supostamente, por uma empresa específica. O problema é que cada empresa tem uma atuação diferente, o que significa que diferentes grupos de perfis falsos têm também comportamentos distintos.

O fenômeno, portanto, ainda está sendo investigado por especialistas à procura de formas para aprimorar a identificação dos ciborgues.

Parte 3, os robôs políticos

Os “robôs políticos” são outra categoria dos robôs online.

São perfis de militantes que autorizam que suas contas sejam conectadas a páginas de candidatos ou de campanhas. Por meio de um sistema simples de automatização, “suas contas passam a automaticamente curtir postagens”, diz Dan Arnaudo, pesquisador da Universidade de Washington, nos EUA, e do Instituto Igarapé, no Rio, especialista em propaganda computacional, governança da internet e direitos digitais.

Yasodara Córdova diz que essa é uma “espécie de ciborguização para aumentar a quantidade de visualizações ou compartilhamento de uma publicação, em que um político usa um exército de pessoas que se habilitam a postar por ele”.

Ou seja, são perfis de pessoas verdadeiras, que abrem mão de sua “autonomia” para dar curtidas de forma automática selecionadas pela campanha de um candidato.

Parte 4, o fake clássico

Um “fake clássico” é aquele que já conhecemos: um perfil falso inventado por uma só pessoa, sem relação com empresas que vendem esse serviço para políticos e sem relação com campanhas que pedem acesso às contas de militantes.

É aquele perfil usado por uma pessoa para esconder-se atrás de um “fake” pelos mais diversos motivos: simplesmente para não expor a identidade do verdadeiro autor, para publicar comentários negativos ou positivos sobre uma pessoa ou para “bombar” um político voluntariamente.

Se isso for feito de forma transparente, ou seja, se o perfil for satírico ou deixar claro que é um pseudônimo, a atividade é legal. Quando é usado para enganar outros usuários, no entanto, sem deixar claro que o perfil é falso ou assumindo a identidade de outra pessoa (roubando sua foto ou nome), é ilegal.

 

Parte 5, os ativistas em série

Mas nem sempre um número alto de compartilhamentos ou postagens significa que seu autor é um computador.

Há dois anos, Bastos e Mercea identificaram o que chamaram de “ativistas em série” – pessoas reais altamente prolíficas politicamente no Twitter e com postagens sobre eventos políticos em diferentes partes do mundo – até 17 delas. Exemplo: um ativista em série pode tuitar em grandes quantidades tanto sobre os protestos de junho de 2013 no Brasil quanto sobre o movimento Occupy nos Estados Unidos.

Os pesquisadores entrevistaram 21 ativistas em série. O resultado: os entrevistados eram em sua maior parte pessoas com 30 anos ou entre os 50 e 60, em períodos de desemprego, trabalho voluntário ou durante a aposentadoria. Ficavam entre cinco e 12 horas no Twitter dedicando seu tempo a diferentes causas, chegando a tuitar 1,2 mil vezes por dia, indício que levaria pesquisadores a associarem esses perfis à automatização, embora fossem pessoas de verdade.

 

 

 

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*Fonte: bbcbrasil