Essas são as 5 músicas brasileiras mais tocadas no mundo até hoje

As músicas brasileiras têm o poder de transcender fronteiras e encantar pessoas de diferentes partes do mundo. Neste artigo, entraremos no circuito das melodias que conquistaram os corações além das fronteiras do Brasil.

Cantoras como Anitta têm desempenhado um papel fundamental na história da música brasileira ao popularizar o funk em vários países ao redor do mundo. No entanto, é importante ressaltar que ela não foi a primeira a levar nossa cultura musical para além das fronteiras, uma vez que as canções brasileiras já ecoam há muito tempo entre o público internacional.

Em 2009, a revista Rolling Stone Brasil compilou uma lista atualizada até 2018 com as 100 músicas brasileiras mais tocadas no exterior. Neste artigo, destacaremos cinco dessas canções brasileiras que se tornaram verdadeiros sucessos em diversos continentes, cativando audiências ao redor do mundo. Confira!

Músicas brasileiras mais tocadas no mundo até hoje


1. Mas Que Nada – Jorge Ben
Lançada em 1963, a música rapidamente se tornou um sucesso e se estabeleceu como um clássico da música popular brasileira.

A canção é uma mistura contagiante de samba, bossa nova e ritmos afro-brasileiros, com influências de jazz. Com sua melodia alegre e cativante, “Mas Que Nada” incorpora o espírito festivo do Brasil e é frequentemente associada à celebração e ao carnaval.

A letra de “Mas Que Nada” é em português e também apresenta algumas palavras em iorubá, um idioma africano. A música transmite uma atitude descontraída e despreocupada, exaltando a alegria e o amor pela vida.

Ao longo dos anos, “Mas Que Nada” recebeu inúmeras versões e interpretações de diferentes artistas ao redor do mundo. Uma das versões mais conhecidas é a gravação feita por Sérgio Mendes & Brasil ’66, que alcançou grande sucesso internacional na década de 1960.

2. Asa Branca – Luiz Gonzaga
“Asa Branca” é uma icônica música brasileira escrita por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Lançada em 1947, a canção se tornou um dos maiores sucessos da música nordestina e é considerada um hino do sertão brasileiro.

A música retrata a vida difícil e a seca no sertão nordestino, simbolizando as adversidades enfrentadas pelos nordestinos que são obrigados a deixar suas terras em busca de melhores condições de vida. A expressão “asa branca” refere-se a um pássaro migratório que voa em busca de água e alimento, simbolizando a esperança e a busca por uma vida melhor.

A melodia de “Asa Branca” é marcante, com acordes de baião, um ritmo tradicional do nordeste brasileiro. A voz de Luiz Gonzaga, acompanhada de seu acordeão, traz uma emoção e autenticidade à música, capturando a essência do sertão.

A letra de “Asa Branca” aborda a saudade da terra natal, a seca implacável e a esperança de dias melhores. A canção evoca imagens vívidas da paisagem árida e da vida simples do sertanejo, transmitindo uma forte conexão emocional com o público.

Ao longo dos anos, “Asa Branca” se tornou um verdadeiro clássico da música brasileira, sendo regravada por inúmeros artistas e ganhando projeção internacional. A canção representa não apenas a cultura nordestina, mas também a resiliência e a determinação do povo brasileiro diante das adversidades.

3. Carinhoso – Pixinguinha
“Carinhoso” é uma famosa música brasileira composta por Pixinguinha, um renomado músico e compositor do choro, um gênero musical popular no Brasil. Lançada em 1917, a canção é considerada um clássico do repertório brasileiro e uma das mais importantes composições da música instrumental no país.

“Carinhoso” possui uma melodia delicada e envolvente, com influências do choro e do jazz. A música transmite uma atmosfera romântica e nostálgica, repleta de emoção e sensibilidade. Seu título sugere um sentimento de carinho e afeto, refletindo a essência do amor e do encantamento.

Originalmente instrumental, “Carinhoso” ganhou uma letra em 1937, escrita por Braguinha (também conhecido como João de Barro). A letra acrescenta uma dimensão lírica à música, enfatizando o amor e a saudade.

A composição de Pixinguinha em “Carinhoso” demonstra sua habilidade como melodista e arranjador, combinando virtuosismo técnico com uma sensibilidade melódica única. Sua interpretação no saxofone e no flautim se tornou uma marca registrada da música.

Ao longo dos anos, “Carinhoso” foi regravada e interpretada por inúmeros artistas, tanto instrumentistas como cantores, tornando-se uma das músicas mais gravadas da música brasileira. Sua popularidade atravessou gerações, e a canção é reconhecida como um dos símbolos da música brasileira e um tesouro cultural do país.

“Carinhoso” é um legado duradouro de Pixinguinha, que contribuiu significativamente para a história da música brasileira, deixando um impacto indelével com sua composição atemporal e emocionalmente cativante.

4. Águas de Março – Elis Regina e Tom Jobim
“Águas de Março” é uma música icônica da música popular brasileira, composta por Tom Jobim e interpretada em uma das versões mais famosas pela cantora Elis Regina. Lançada em 1972, a canção é um dos maiores clássicos do repertório brasileiro e é reconhecida internacionalmente como uma das melhores composições da música brasileira.

A letra de “Águas de Março” retrata a simplicidade da vida cotidiana, usando a metáfora das águas de março para representar os altos e baixos, desafios e momentos de renovação que todos enfrentam. A música é uma ode à natureza e à efemeridade da vida, onde a chuva e as folhas caídas simbolizam as mudanças inevitáveis que ocorrem ao longo do tempo.

A melodia de Tom Jobim é delicada e cativante, com uma progressão harmônica sofisticada característica de sua música. A interpretação de Elis Regina acrescenta uma intensidade emocional à canção, com sua voz poderosa e expressiva transmitindo a profundidade da composição.

A combinação da sensibilidade de Tom Jobim como compositor e o talento vocal de Elis Regina resultou em uma interpretação inesquecível de “Águas de Março”.

5. Construção – Chico Buarque
“Construção” é uma poderosa e aclamada música brasileira composta por Chico Buarque. Lançada em 1971, a canção se destaca por sua letra poética e engajada, abordando temas sociais e políticos de forma criativa e impactante.

“Construção” retrata a dura realidade da vida de um operário, narrando sua jornada desde o início do dia até seu trágico fim em um acidente de trabalho. A música utiliza recursos literários como metáforas e jogos de palavras para expressar a desigualdade social, a alienação e a falta de valorização da classe trabalhadora.

*Por Gabriel Pietro
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*Fonte: revistapazes

Série Vaga-Lume: os 50 anos da coleção que estimulou prazer da leitura em milhões de jovens

São Paulo, novembro de 1976. Marcos Rey (1925-1999) estava em um supermercado, acompanhado da mulher, Palma, quando, na hora de pagar as compras, flagrou trechos de uma conversa no caixa ao lado.

“O que você está achando dessa novela que acabou de estrear?”, perguntou uma moça, referindo-se à história do trambiqueiro que se passava por milionário para dar um golpe.

O autor de Tchan, a Grande Sacada, embora estivesse de costas, conseguiu ouvir a resposta da balconista: “É boa. Mas é muito lenta!”.

Ao chegar em casa, o autor da tal novela “boa, mas muito lenta” começou a mexer nos capítulos já escritos. Cortou uma cena aqui, mudou um diálogo ali. Quinze dias depois, o telefone de sua casa tocou.

Era Roberto Talma (1949-2015), diretor de teledramaturgia da Tupi. “Pô, Marcos, o que é que houve? Que melhorada você deu na novela!”, elogiou. “A crítica daquela balconista salvou meu emprego!”, brincou o autor em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo de 4 de setembro de 1983.

Nascido Edmundo Donato, Marcos Rey ficou famoso como escritor de livros adultos, como O Enterro da Cafetina (1967) e Memórias de Um Gigolô (1968), e roteirista de novelas e seriados de TV, como A Moreninha (1975) e O Sítio do Picapau Amarelo (1977).

Mas, no começo dos anos 1980, recebeu um convite que mudaria sua carreira: escrever romances infantojuvenis para a Vaga-Lume.

“Houve muita resistência por parte dele”, conta a editora Carmen Lúcia Campos, que trabalhou por mais de 20 anos na Ática, entre a década de 1980 e o início dos anos 2000.

“Nunca tinha escrito para o público juvenil e seus temas adultos eram proibidos para menores”.

Seu primeiro livro na coleção foi O Mistério do Cinco Estrelas (1981). Em apenas 15 dias, esgotou a tiragem de 200 mil exemplares. Logo, vieram outros: O Rapto do Garoto Dourado (1982), Um Cadáver Ouve Rádio (1983), Sozinha no Mundo (1984)…

Não por acaso, é o recordista em títulos da Vaga-Lume: 16, sendo um deles, O Menino que Adivinhava (2000), pela Vaga-Lume Júnior, selo derivado surgido em 1999. Só O Mistério do Cinco Estrelas, segundo estimativa do editor Jiro Takahashi, teria vendido entre dois e três milhões de exemplares.

“O autor precisava cativar seu público até a página sete”, explica ele, um dos idealizadores do projeto. “Se a história demorasse a decolar, as chances de o leitor se cansar dela eram grandes”.

Marcos Rey foi o primeiro autor especialmente convidado para escrever para a coleção. Até então, a Vaga-Lume só publicava títulos que já tinham sido lançados por outras editoras.

É o caso de O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida (1910-2005). Um dos best-sellers da coleção, foi publicado originalmente pela revista O Cruzeiro, entre 10 de outubro e 26 de dezembro de 1953, e adaptado para o cinema em 2016.

“A Vaga-Lume seguia uma fórmula imbatível de sucesso: livros escritos para o leitor jovem, com personagens jovens, se deparando com questões típicas da juventude. Textos leves, com muita aventura, mistério e humor”, sintetiza Carmen Campos.

“A coleção fez gerações de jovens descobrirem o prazer da leitura.”

A Ilha Perdida vendeu 5 milhões de livros
O título que inaugurou a Vaga-Lume, há 50 anos, foi A Ilha Perdida (1973), de Maria José Dupré (1898-1984). Publicada pela Brasiliense em 1944, é a recordista da coleção: 5 milhões de exemplares.

Na pesquisa que fez para seu doutorado, À Sombra da Vaga-Lume (2007), com mais de 200 alunos do Curso de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cátia Toledo Mendonça constatou que A Ilha Perdida é o título mais amado — ou lembrado — da coleção.

“Os textos da Vaga-Lume encantam gerações há 50 anos. Mesmo assim, não eram estudados pela academia. Há preconceito em relação à literatura de entretenimento”, admite a doutora em Letras.

“Vários entrevistados declararam ter começado a gostar de ler por causa da Vaga-Lume”.

No mesmo ano de A Ilha Perdida, a Ática lançou mais três volumes: Cabra das Rocas, de Homero Homem (1921-1991); Coração de Onça, de Ofélia (1902-1986) e Narbal Fontes (1899-1960); e Éramos Seis, também de Maria José Dupré.

Alguns livros, como Éramos Seis, e O Feijão e O Sonho (1981), de Orígenes Lessa (1903-1986), fizeram tanto sucesso que ganharam adaptações para a TV.

Só Éramos Seis já foi adaptada cinco vezes: em 1958, pela Record; em 1967 e 1977, pela Tupi; em 1994, pelo SBT; e em 2019, pela TV Globo.

Cada volume tinha em torno de 120 páginas e trazia um suplemento de trabalho com proposta lúdica. Em geral, a Ática lançava quatro títulos por ano.

Mas houve época em que, dependendo da demanda, foram lançados só dois ou até cinco. O nome do mascote da coleção, Luminoso, foi escolhido através de concurso. O vencedor foi um funcionário da editora que trabalhava no Rio de Janeiro.

Sinopse era crucial para sucesso
Editor da Vaga-Lume entre 1973 e 1984, Takahashi pedia aos autores uma sinopse de três páginas sobre a história que gostariam de contar.

Em seguida, enviava aquele resumo, sem mencionar o nome do autor, para 3.000 alunos das redes pública e particular do Rio, São Paulo e Minas. Sob a orientação de professores, os estudantes avaliavam desde a trama até os personagens. Em alguns casos, davam notas. Em outros, sugeriam ajustes.

Foi assim, conta Takahashi, que Marcos Rey incluiu um personagem cadeirante em O Mistério do Cinco Estrelas e mudou o gênero da protagonista de Sozinha no Mundo. “Se os alunos liam rápido demais a sinopse, era sinal de que o livro era bom. Se demoravam, hummm… algo estava errado”, raciocina Takahashi.

“Um livro é bom quando termina a aula, começa o recreio e os alunos não param de falar dele.”

Ao todo, a Vaga-Lume é composta de 106 livros. O mais recente é Os Marcianos (2021), de Luiz Antônio Aguiar.

“Como a coleção é voltada para o público jovem, as histórias têm que ter muita aventura”, ensina Aguiar, que já tinha escrito Operação Nova York (2000) para a série. “Mas tem que ser aventura mesmo, com boas histórias, daquelas que seduzem o leitor, e bons personagens”.

No auge da coleção, ou seja, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, cada título vendia, em média, 120 mil exemplares. Na pior das hipóteses, emplacava 40 mil.

“Os livros vendiam muito porque o preço era baixo. E os preços eram baixos porque os livros vendiam muito”, explica Takahashi. À época, cada livro da coleção não podia custar mais do que um exemplar de uma revista semanal, como Veja ou IstoÉ.

Com o sucesso de vendas, a Ática lançou, em 1976, outra coleção infantojuvenil: a Para Gostar de Ler, que reunia cronistas como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Rubem Braga (1913-1990), Paulo Mendes Campos (1922-1991) e Fernando Sabino (1923-2004). E, em 1999, o selo Vaga-Lume Júnior, com 25 títulos.

Aos poucos, novos autores foram convidados a integrar a coleção. Mineiro de Guaxupé, Luiz Puntel foi um deles. Quando morava em Ribeirão Preto (SP), se comunicava, por carta, com Marcos Rey, na capital paulista.

“Apesar da deformação nos dedos, era um furacão para escrever”, afirma Puntel, referindo-se à hanseníase que o colega contraíra aos 10 anos de idade. “Escrevia maravilhosamente bem. Morria de inveja dele”, ri.

Para a Vaga-Lume, Puntel escreveu sete livros, de Deus me Livre! (1984) a O Grito do Hip-Hop (2005). Desses sete, considera dois imbatíveis: Açúcar Amargo (1986), sobre boias-frias, e Meninos Sem Pátria (1988), sobre exilados políticos. “Nunca sofri censura da Ática. Sofri do Santo Agostinho, no Rio”, lamenta Puntel.

Em 2018, a direção suspendeu a leitura de Meninos Sem Pátria a pedido dos pais de alguns alunos do sexto ano. Ao colégio, alegaram que o livro “doutrina crianças com ideologia comunista”. A história foi livremente inspirada na vida do jornalista mineiro José Maria Rabelo (1928-2021). Depois da repercussão, a direção da escola evitou comentou o assunto.

“Escrevia meus livros como se fossem roteiros de filmes de ação, com capítulos curtos e diálogos ágeis.”

Contato próximo com leitores

Logo, colégios do Brasil inteiro começaram a convidar os autores da Vaga-Lume para participar de debates com seus alunos.

Um dos mais requisitados foi Raul Drewnick, autor de oito títulos: de Um Inimigo em Cada Esquina (1994) a A Noite dos Quatro Furacões (2005). Só Marcos Rey publicou mais livros pela Vaga-Lume do que ele.

Os dois, aliás, trabalharam juntos na revista Veja. Foi Marcos Rey que, em 1992, indicou o nome de Drewnick aos editores Carmen Lúcia Campos e Fernando Paixão.

“De dez em dez páginas, nos reuníamos e íamos tocando o projeto, discutindo forma e conteúdo”, recorda o autor.

A princípio, Drewnick recusava todo e qualquer convite para visitar escolas. “Dizia não ter jeito com criança”, entrega Carmen Campos. Até que, um dia, se rendeu e não parou mais.

Não bastasse ter inspiração para novos livros, ainda aprendia o linguajar dos jovens. Num dos colégios, ouviu de um aluno: “O senhor é celebridade?”. Rindo, respondeu que não, de forma alguma.

Mas outro aluno rebateu: “É claro que é! Tem até jatinho”. “Um típico caso em que a imaginação do leitor é muito mais rica que a do mais criativo dos escritores”, ele cai na risada.

Noutra ocasião, Marcos Rey conheceu um aluno do Colégio Magno que se apresentou como filho do editor da Global, Luiz Alves Júnior. Anos depois, os dois voltaram a se encontrar na sede da editora, em São Paulo.

“Não gostava de apertar a mão das pessoas porque tinha os dedos comprometidos. Apesar disso, escrevia muito rápido. Geralmente, à noite e, quase sempre, acompanhado de um copo de uísque”, relata Richard Alves, diretor geral da Global, que relançou 14 dos 16 títulos publicados por Marcos Rey na Vaga-Lume.

A Ática não recebia apenas convites para seus autores visitarem escolas. Recebia também cartas. Centenas delas.

“Sempre fiz questão de responder uma por uma”, garante Sersi Bardari, autor de A Maldição do Faraó (1991), Ameaça nas Trilhas do Tarô (1992) e O Segredo dos Sinais Mágicos (1993).

“Era um tempo sem internet, e-mail e redes sociais. Dava prazer receber e responder a essas cartas. Levá-las ao correio era um dos meus programas favoritos”.

Um autógrafo de Marcos Rey
Muitos alunos cresceram e viraram escritores. E hoje se orgulham de fazer parte da coleção que despertou neles o prazer da leitura. É o caso do jornalista e escritor Marcelo Duarte, muito conehcido pela série Guia dos Curiosos.

Autor de cinco títulos, de Jogo Sujo (1997) a Meu Outro Eu (2003), tinha 11 anos quando leu O Caso da Borboleta Atíria (1975), de Lúcia Machado de Almeida. Gostou tanto do livro — “O desfecho é maravilhoso!” — que emendou outros suspenses da autora.

“Eram razoavelmente baratos e fáceis de ler”, elogia. “Li uns para a escola e outros por pura diversão”.

Quando a Ática lançou O Mistério do Cinco Estrelas, Duarte ficou encantado. Decidiu que, quando crescesse, queria escrever igual ao Marcos Rey.

“Tinha um sonho, quase uma obsessão, de, um dia, lançar algo pela coleção que tanta importância teve na minha vida”, explica.

Mas, quando entregou a sinopse de Jogo Sujo, recebeu um tsunami de críticas de alunos e docentes. Alguns reclamaram de personagens mal construídos. Outros, de tramas mal amarradas.

“Fiquei chateado. Achei que não fosse conseguir. Mas reescrevi a história e deu certo”, orgulha-se.

Assim que Jogo Sujo saiu da gráfica, Carmen Lúcia mandou um exemplar para Marcos Rey. Em retribuição, o veterano enviou um exemplar autografado de Gincana da Morte (1997) e parabenizou o novato por ingressar no time da Vaga-Lume.

“Muitos tentaram, mas poucos conseguiram”, dizia a dedicatória. “Nunca fiquei tão emocionado. Guardo esse livro até hoje como troféu”, emociona-se Duarte.

Marçal Aquino fez livro em 3 meses

Quem também fala com carinho da Vaga-Lume é Marçal Aquino, autor de quatro títulos, entre eles A Turma da Rua Quinze (1989) a O Primeiro Amor e Outros Perigos (1996).

No finalzinho da década de 1980, ele trabalhava como redator do Jornal da Tarde de São Paulo quando seu chefe, o também escritor Fernando Portela, perguntou se ele não estaria interessado em escrever um livro infantojuvenil para a coleção.

Na Ática, Aquino deu de cara com dois problemas: a sinopse (“Sempre gostei de escrever sem saber muito sobre o livro. É o prazer maior da coisa”) e o prazo (“Um colega estava enfrentando um ‘bloqueio criativo’ e eu teria três meses para entregar o livro”). Mesmo assim, topou o desafio e entregou o manuscrito no tempo estipulado.

Dos quatro livros que escreveu, seu preferido é O Jogo do Camaleão (1992). Como a trama fazia menção ao tráfico e ao consumo de drogas, sofreu restrições.

“Não vi problema em dar uma ‘amansada’ no texto porque não tirava em nada o impacto da narrativa”, avalia. “É a melhor trama que criei para a Vaga-Lume, com direito a um plot-twist radical que nenhum leitor consegue desvendar”, orgulha-se.

O escritor, desenhista e roteirista Rubens Francisco Lucchetti, o R. F. Lucchetti, também precisou fazer ajustes no único texto que lançou pela Vaga-Lume: O Fantasma do Tio William (1994).

Antes de ser lançado pela Ática, o livro foi publicado pela Cedibra, em 1974, e relançado pela Melhoramentos, em 1982.

“Quando foi lançada, a história se passava na Inglaterra e se destinava ao público adulto. Depois, tive que adaptá-la para o Brasil. E, mais adiante, torná-la mais infantil”, relata o autor de 93 anos.

“De todas, prefiro a versão adulta”. Uma curiosidade: Lucchetti criou a história, por volta de 1945, para distrair uma de suas irmãs, Célia, que estava doente, com câncer.


Lançamentos até hoje

A Vaga-Lume prosseguiu até 2008, quando foi lançado O Mestre dos Games, de Afonso Machado. Doze anos depois, a Somos Educação retomou a coleção, com o lançamento de Ponha-se no Seu Lugar (2020), de Ana Pacheco.

“Quando enviei os originais para a editora, não imaginava que meu livro seria lançado pela Vaga-Lume. Soube depois que aceitaram e fiquei feliz da vida”, confessa a autora.

Baseado no conto O Nariz (1836), de Nikolai Gogol (1809-1852), conta a história de um estudante de classe alta que, certa manhã, acorda sem nariz.

“O mote é absurdo, mas as consequências são reais. Dá oportunidade para alunos e professores debaterem temas atuais, como padrão de beleza, classe social e cirurgia plástica.”

A Somos Educação disponibiliza 68 títulos em seu catálogo, sendo 13 da Vaga-Lume Júnior. E não deve parar por aí.

“Futuramente, pretendemos lançar novos títulos. Queremos manter a coleção viva e dar espaço a mais autores”, adianta Laura Vecchioli do Prado, coordenadora da Somos Educação.

Jiro Takahashi não cabe em si de orgulho por ter ajudado a criar uma série editorial tão longeva e bem-sucedida. Mas lamenta o fato de não ter pensado lá atrás no licenciamento de produtos, como o boneco do Luminoso, o mascote da coleção, por exemplo.

Ou, ainda, na adaptação de filmes, peças e jogos baseados nos livros da série. “Hoje em dia, você encontra de tudo: de álbum de figurinha do D.P.A. (Detetives do Prédio Azul) a parque temático do Harry Potter!”, espanta-se.

“Muitos adultos vêm falar comigo. Uns dizem: ‘Ó, meu vaga-lume favorito é O Escaravelho do Diabo’. É uma coleção que ajudou a formar leitores.”

*Por
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*Fonte: bbc-brasil

Metade dos jovens até 23 anos não conhecem David Bowie, Pink Floyd e Bon Jovi, diz estudo

Nos resultados, um número considerável de jovens britânicos também desconhece Beatles

O legado de artistas revolucionários vive para sempre…. Ou pelo menos é nisso que preferimos acreditar. Bandas como Pink Floyd, Bon Jovi, David Bowie, U2 e até Beatles são desconhecidos por uma parcela considerável dos jovens britânicos de até 23 anos, segundo uma pesquisa recente.

O estudo, publicado pela marca de rádios Roberts, analisou o grau de reconhecimento da geração Z (aqui definida como jovens entre 16 e 23 anos) quanto aos artistas de outras épocas.

Se você acredita que só as músicas do passado são boas, os resultados podem ser um tanto desesperadores, pois 34% dos jovens entrevistados concordam que músicas e artistas antigos são entediantes e mais de um terço não possui interesse em ouvir músicas lançadas antes do ano em que nasceram…. O que significa não ter interesse em nada de antes de 2000.

Realizada em uma amostra de duas mil pessoas, a pesquisa escolheu alguns nomes de gerações antigas para descobrir as tendências de gosto musical entre diferentes gerações.

Apenas 40% dos jovens entre 16 e 22 anos conhecem U2, enquanto Bon Jovi e Pink Floyd são reconhecidos apenas por 51,7%. Artistas visionários como David Bowie e Prince são de conhecimento de 53,8 e 53% dos jovens da mesma faixa etária, respectivamente.

Os nomes mais reconhecidos pelos jovens entrevistados são Paul McCartney (57.76%), Elvis Presley (67.24%) e The Beatles (68.97%). Como aponta a Digital Music News, isso significa que uma em cada três pessoas de até 23 anos não conhece os Beatles. Ainda de acordo com a pesquisa da Roberts, a tendência de decréscimo no número de fãs da banda é comum entre as diferentes gerações, mas houve uma queda de 12 % entre a geração anterior (24-42) para o grupo da geração Z (16-23).

*Por Larissa Catharine Oliveira
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*Fonte: wikimetal

Metade dos europeus acredita que sua cultura é superior às demais

A Europa é conhecida por sua riqueza cultural e história, mas um estudo recente da Pew Research Center revelou que os europeus também acreditam em sua superioridade cultural em relação a outros continentes.

O estudo, que ouviu mais de 25 mil pessoas em 25 países, descobriu que cerca de metade dos europeus entrevistados acredita que sua cultura é superior às demais.

Os que se consideram mais superiores

9 em cada 10 gregos ouvidos pela pesquisa disseram que a sua cultura era superior

A pesquisa foi feita com pessoa de várias regiões da Europa. Os gregos foram os entrevistados que mais disseram acreditar na superioridade da sua cultura em relação às outras: 89% dos participantes, quase nove em cada dez, afirmaram que a cultura grega era superior.

Na sequência, aparecem os georgianos (85%), cidadãos da Geórgia, pequeno país do leste europeu famoso pelas construções históricas. Em terceiro lugar nessa lista aparecem os armênios (84%).

Abaixo do percentual de 80%, figuram os cidadãos dos seguintes países:

Rússia (69%);
Bulgária (69%);
Bósnia (68%);
Romênia (66%);
Sérvia (65%).
Espanhóis aparecem na lanterna da lista

Entre os cidadãos que não concordam que a sua cultura é superior à dos outros países, destacaram-se os espanhóis. Apenas dois em cada dez espanhóis entrevistados afirmaram que a cultura espanhola era superior.

Estônia (23%), Bélgica (23%) e Suécia encerram a lista dos países em que esse percentual ficou abaixo dos 30%.


Sentimento de superioridade não está ligado à riqueza do país

Um fato curioso desse levantamento é que os cidadãos das maiores potências do continente tendem a acreditar menos na superioridade cultural de seus países do que os cidadãos das economias menores.

Menos da metade dos alemães (45%), britânicos (46%) e franceses (36%) afirmam que seus países têm superioridade cultural em relação às outras nações — ao contrário de cidadãos de países com economias menores ou mais instáveis, como a Grécia.

Menos da metade dos portugueses entrevistados acreditavam que a cultura lusitana era superior (47%).

Dados devem ser contextualizados
A pesquisa feita pela Pew Research Center pode dar a entender que as pessoas desses países são menos abertas a conhecer a cultura de outros povos. Embora essa hipótese seja viável, é importante considerar outras possibilidades. A cultura antiga da Grécia moldou inúmeras áreas do conhecimento e isso pode justificar a crença de superioridade entre os gregos.

Ao mesmo tempo, a história da Armênia é marcada por um grande trauma coletivo: o genocídio armênio, comandado pelo Império Otomano, atual Turquia. Esse fato histórico pode estimular um nacionalismo que culmine em um nacionalismo exagerado ou até no chauvinismo, um sentimento de obsessão pelas glórias passadas de seu país, como um ultranacionalismo.

Paralelo a isso, podemos notar que quanto mais uma nação se abre ao diferente, seja por meio da imigração ou pela intensa troca comercial com outros países, menores são os índices dos seus habitantes que acreditam nessa pretensa superioridade cultural.

*Por Everton Lima
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*Fonte: megacurioso

Fanáticos por livros: conheça o ranking das 10 cidades dos sonhos para quem é leitor

Você é um leitor ávido? Você prefere um livro de papel a um digital? Se a resposta for sim, certamente você se interessará em conhecer o estudo realizado pela The Knowledge Academy, que mapeia quais capitais são ideais para amantes de livros.

Para tanto, foram coletados dados sobre quantas livrarias e bibliotecas tem cada uma das capitais pelo mundo. Em seguida, o estudo compara esses números com a população relativa para dar uma classificação de 1 a 10.

Há também um ranking das melhores cidades europeias para leitores ávidos e qual o gasto médio da população de cada capital na Europa com jornais, livros e papelaria em geral.

Conheça o ranking das dez cidades dos sonhos para quem é leitor:

1. Berlim
Livraria Dussmann das KulturKaufhaus, em Berlim

A capital alemã é a número 1 para os amantes de livros. Com nota geral de 9,21 em 10, a cidade também teve a nota mais alta em livrarias (10 em 10) e em bibliotecas (8,42 em 10).

2. Tóquio
Tsutaya Bookstore, em Tóquio

Com uma pontuação geral de 8,69, a capital japonesa é conhecida por sua peculiar cultura literária. Raramente, uma livraria é apenas uma livraria no Japão: muitas exibem também exposições de arte, exposições culturais ou cafés.

3 e 4. Buenos Aires e Roma
Ateneo Grand Splendid, em Buenos Aires

As duas cidades empatam neste ranking com notas de 8,68 em 10. A capital argentina ocupa a 2.ª posição em livrarias (9,47 em 10), enquanto a cidade italiana é a 2.ª melhor posição em bibliotecas (9,47 em 10). Ateneo Grand Splendid, em Buenos Aires, foi reconhecida como a livraria mais bonita do mundo, localizada em um antigo teatro preservado. Mas o Museu do Louvre em Roma é um grande concorrente com sua coleção única de antiguidades e livros.

5. Madri
Biblioteca Nacional de Madrid

Com uma pontuação global de 7,9 em 10, a capital espanhola tem sua alta pontuação em número de livrarias (8,95). Também oferece anualmente aos amantes do livro sua Feira do Livro, que concentra mais de 300 atividades, incluindo leituras, oficinas e sessões de autógrafos.

6. Londres
Kings College Library, em Londres

De Charles Dickens a J.K. Rowling, e do teatro ao ar livre Shakespeare’s Globe ao Sherlock Holmes Museum, a cidade inglesa é um paraíso literário. Possui excelentes notas em bibliotecas e livrarias (ambos 7,37).

7. Seul
Arc.N.Book, em Seul

A capital da Coreia do Sul tem a pontuação mais alta para bibliotecas (10 em 10). Apesar de ser o 3.º país tecnologicamente mais avançado, os donos de livrarias locais encontraram maneiras criativas de manter as pessoas cativadas pela leitura no suporte tradicional – o papel. Lojas instagramáveis ​​como a Arc.N.Book dão boas-vindas aos amantes de livros através de uma entrada de túnel no estilo Harry Potter.

8. Cingapura
National Library, em Cingapura

A cidade-Estado insular localizada na ponta sul da Península Malaia, no Sudeste Asiático, dedica grandes edifícios à leitura: da Moon Library, em Chinatown, à maior livraria de Cingapura, a Kinokuniya Orchard Road. Mesmo assim, obtém apenas nota 5,79 para bibliotecas e 6,32 para livrarias.

9. Cidade do México
Biblioteca Vasconcelos, na Cidade do México

A cidade mexicana ocupa o 9.º lugar na lista com 5,53 de 10. Tem dois espaços incríveis para os leitores, a vasta Biblioteca Vasconcelos ou Librería Porrúa, que oferece aos visitantes uma bela vista do Lago Chapultepec.

10. Lima
Biblioteca Barranco, em Lima

A capital peruana se destaca com uma nota de 5,26 em 10 na geral. Embora o número de bibliotecas seja baixo (3,68), tem mais livrarias do que a Cidade do México, Cingapura ou Seul (6,84). Os amantes de livros podem procurar consolo (e comida) em lugares como o Casatomada Library Café ou a pitoresca livraria El Virrey, em Miraflores.

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*Fonte: hypeness

Amazon revela os livros mais vendidos no Brasil em 2022

Romance de Colleen Hoover segue em primeiro lugar após ter sido best-seller da Bienal de São Paulo

A Amazon revelou os 25 livros mais vendidos no Brasil em 2022. É Assim Que Acaba, romance de Colleen Hoover lançado em 2018, que fez sucesso no mundo inteiro este ano e foi o mais vendido da Bienal do Livro de São Paulo, foi o best-seller. A obra, destinada ao leitor jovem adulto, foi seguida por O Homem Mais Rico da Babilônia, livro de George S Clason lançado originalmente em 1926 e que ganhou uma edição no País este ano.

A terceira posição ficou para Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid, lançado em 2019. E Collen Hoover aparece mais uma vez, em quarto lugar (e depois em outras posições), com Todas as suas (im)perfeições – também de 2019.

Entre os autores brasileiros, destaque para dois nomes que já figuraram na lista nos anos anteriores: Itamar Vieira Jr., com Torto Arado, que foi o mais vendido da Amazon em 2021 e agora aparece em 22º lugar, e Thiago Nigro, que é best-seller desde 2019 com Do Mil ao Milhão. Sem Cortar o Cafezinho – hoje, o 13ª mais vendido na Amazon.

Apenas um infantil aparece na lista: Perigoso!, de Tim Warnes.

Os 25 livros mais vendidos na Amazon

1 – É Assim que acaba, por Colleen Hoover (Record)
2 – O homem mais rico da Babilônia, por George S Clason (HarperCollins Brasil)
3 – Os sete maridos de Evelyn Hugo, por Taylor Jenkins Reid (Paralela)
4 – Todas as suas (im)perfeições, por Colleen Hoover (Record)
5 – A garota do lago, por Charlie Donlea (Faro)
6 – Mais esperto que o diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso, por Napoleon Hill (Citadel)
7 – Verity, por Colleen Hoover (Record)
8 – Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem, por Clarissa Pinkola Estés (Rocco)
9 – 12 regras para a vida: um antídoto para o caos, por Jordan B. Peterson (Alta Books)
10 – Pai Rico, Pai Pobre, por Robert T. Kiyosaki (Alta Books)
11 – Perigoso!, por Tim Warnes (Ciranda Cultural)
12 – Os segredos da mente milionária: Aprenda a enriquecer mudando seus conceitos sobre o dinheiro e adotando os hábitos das pessoas bem-sucedidas, por T. Harv Eker (Sextante)
13 – Do mil ao milhão. Sem cortar o cafezinho, por Thiago Nigro (HarperCollins Brasil)
14 – Heartstopper: Dois garotos, um encontro, por Alice Oseman (Seguinte)
15 – Até o verão terminar, por Colleen Hoover (Record)
16 – A revolução dos bichos: Um conto de fadas, por George Orwell (Companhia de Bolso)
17 – Vermelho, branco e sangue azul, por Casey McQuiston (Seguinte)
18 – O lado feio do amor, por Colleen Hoover (Record)
19 – Mindset: A nova psicologia do sucesso, por Carol S. Dweck (Objetiva)
20 – As obras revolucionárias de George Orwell – Box com 3 livros, por George Orwell (Princips)
21 – O Hobbit, por J.R.R. Tolkien (HarperCollins Brasil)
22 – Torto arado, por Itamar Vieira Junior (Todavia)
23 – Especialista em pessoas: Soluções bíblicas e inteligentes para lidar com todo tipo de gente, por Tiago Brunet (Academia)
24 – Mil beijos de garoto, por Tillie Cole (Planeta)
25 – Todo esse tempo, por Rachael Lippincott (Alt)

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*Fonte: revistapegn

5 dos Textos Mais Antigos da História da Literatura

A invenção da escrita é um ponto crucial na história da humanidade. Ela permitiu que registrássemos acontecimentos, compartilhássemos histórias, contos e lendas, enfim, que algo físico do passado fosse contado a outras pessoas, sem risco que alguém esquecesse. E a literatura tem belos textos preservados.

Eventualmente, um ou outro novo livro pode ser encontrado por arqueólogos, o que mudaria a lista que trazemos aqui. No entanto, momentaneamente, há o consenso de que o material que colocamos nesse artigo contém os mais antigos textos da história da literatura mundial. Confira.

1. Epopeia de Gilgamesh
A Epopeia de Gilgamesh é considerada a obra literária mais antiga do mundo já descoberta. É um grande poema épico da literatura suméria, com aproximadamente 4 mil anos, que narra as aventuras do rei de Uruk, Gilgamesh. Seu conteúdo foi encontrado por arqueólogo em doze tábuas feitas de argila, sendo que cada uma delas continha aproximadamente 300 versos.

Se você ler por aí que são onze, não está necessariamente errado, já que historiadores costumam desconsiderar a 12ª por conter uma versão sintetizada da história, que ainda por cima é meio contraditória.

Encontradas no século XIX, faziam parte de uma biblioteca destruída pelos babilônios em 612 a.C., em uma região que compreende o atual Iraque. Alguns estudiosos defendem que a Epopeia de Gilgamesh tenha influenciado a elaboração dos poemas homéricos, 1500 anos depois.

2. Conto do Náufrago
Também chamado de A Ilha da Serpente, o Conto do Náufrago foi escrito em papiro, por volta do ano 1900 a.C., o que faz dela a obra literária mais antiga da história egípcia. Encontrado no século XIX em um museu na cidade russa de São Petersburgo, o conto apresenta três personagens, cujas histórias são contatas no documento com 3,8 metros de comprimento.

Cada um deles tem sua história contada, em textos que tinham como missão o ensinamento, como a importância de saber ouvir. Pesquisadores defendem que o texto tenha uma interpretação literal, outra simbólica, onde informações sobre a religião egípcia estão presentes.

3. Livro de Jó
A datação do Livro de Jó é tema de frequente controvérsia, já que parte dos historiadores defende que tenha sido escrito na era pós-babilônica, enquanto outros sugerem algo próximo ao ano 2000 a.C., o que conferiria a ele quase 4 mil anos. Outro debate é sobre sua autoria, com defensores de que tenha sido Moisés ou Salomão.

É considerado o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã, em que se relata como um homem, mesmo frente a várias tentações, permaneceu fiel a Deus. É uma discussão sobre a necessidade do sofrimento do homem justo, a partir da história de Jó.

4. Código de Hamurabi
Considerado o primeiro conjunto de leis da história da humanidade, o Código de Hamurabi foi elaborado e vigorou durante o governo do homem que dá nome ao texto, na Mesopotâmia, entre 1792 e 1750 a.C.

É bastante conhecido por ser baseado na Lei do Talião, em que criminosos eram punidos tendo como parâmetro para estabelecimento da pena o crime cometido, que entrou para a cultura popular como “olho por olho, dente por dente”.

Gravadas em uma pedra preta de diorito, foi feito de modo a enfatizar a piedade e o senso de justiça do imperador, além de seu legalismo.

5. Livro dos Mortos
O Livro dos Mortos é considerado um dos textos literários mais icônicos da escrita egípcia antiga. São, aproximadamente, 200 folhas de papiro, datadas de 1500 a.C., com diversos autores, reunindo feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito.

Sempre que alguém morria, uma versão deste texto era escrita e colocada junto ao túmulo, com o objetivo de ajudar o morto em sua passagem para o mundo dos mortos. Trechos também costumavam ser copiados na tumba, para afastar eventuais perigos. Isso significa que nenhuma das cópias é igual, tendo sempre o perfil de quem a encomendava.

*Por Alejandro S. Mercado Filho
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*Fonte: megacurioso

Por que a MTV Brasil chegou ao fim: uma explicação do vice-presidente Zico Goes

A MTV Brasil, na versão do Grupo Abril, esteve no ar entre os anos de 1990 e 2013. A decisão de dar fim à emissora não chegou a surpreender tanto, devido à progressiva queda de popularidade do canal, mas as razões que explicam tal medida são um tanto curiosas.

Em agosto de 2014, cerca de um ano depois do fim da MTV Brasil, Zico Goes, que foi vice-presidente de programação e conteúdo do canal por anos, realizou uma palestra ao evento CreativeMornings. Por lá, o profissional explicou todas as circunstâncias que levaram ao fim da emissora. As falas foram transcritas por IgorMiranda.com.br.

Vale destacar que a MTV ainda existe no Brasil, mas é totalmente diferente da que esteve no ar no passado. Em 2013, a Abril devolveu a marca à sua dona, a Viacom, que passou a produzir outro tipo de conteúdo.

Fim do videoclipe
Em sua apresentação, Zico Goes, que trabalhou na MTV Brasil durante boa parte da existência do canal, contou que todo o projeto relacionado à emissora era problemático. Os primeiros anos foram muito complicados, pois a audiência era baixa e muito segmentada.

O executivo reconhece, porém, que esse era o charme da MTV – e quando os índices de audiência começaram a subir, a emissora pagou o preço por isso.

“Boa parte do que são as causas da MTV têm a ver com o próprio sucesso. A MTV fez sucesso durante um tempo e pagou o preço desse sucesso por causa da dinâmica do mercado de televisão.”

Os problemas começaram a surgir em 2007, quando, justamente, a emissora abriu mão dos videoclipes. Parecia um caminho óbvio, pois, segundo Zico Goes, música não dá audiência na televisão.

“A partir de 2007, assumimos o fim do ‘Disk MTV’ e a morte do videoclipe. A MTV já percebia que o videoclipe não dá audiência. É natural que seja assim. Música não dá audiência em TV. […] Sempre que alguém cria um programa de variedades, colocam uma banda para encerrar e a audiência sempre cai quando começam a tocar.”

Só que, segundo ele, a decisão não parece ter sido tomada no momento certo, ou da forma devida.

“TV não é o melhor lugar para música e a MTV talvez tenha chegado a essa conclusão tarde demais. Foi polêmico. Queríamos dizer que não queríamos ter uma TV de clipe, mas, sim, uma TV de música, o que também envolve o que não está no videoclipe. Queríamos criar, desenvolver talentos. O clipe não era feito por nós, então, queríamos balancear. Naturalmente, perdemos um pouco a mão, pois rompemos demais, queríamos mais Ibope, mais sucesso.”


Problemas com a internet

Na mesma época, a MTV Brasil deu início a um projeto de tom mais transmidiático, em que conteúdos exclusivos seriam disponibilizados na internet. A emissora trabalhava com o mundo virtual em várias de suas atrações, incluindo chats e votações na web em programas ao vivo, mas também houve um momento em que a emissora “perdeu a mão” nesse sentido.

“Nunca tivemos problema com a internet, não achávamos que seria vilã. Sempre usamos a interatividade. Mas lá fora, a MTV começou a ratear, porque embora fosse um canal moderno, perdeu o passo da internet. Não conseguiu acompanhar. Houve um momento em que o MySpace (rede social) foi oferecido à MTV na gringa, mas a MTV não quis, não sabia o que era uma rede social.”

O executivo apontou que o lançamento do portal MTV Overdrive, que teria conteúdos da emissora que não seriam exibidos na TV – incluindo videoclipes -, foi uma decisão equivocada. O motivo? O site simplesmente não funcionava.

“Nessa ideia de que o videoclipe não era mais um produto televisivo e sim da internet, […] criaram a MTV Overdrive, um site onde todos os videoclipes estariam. O canal de TV era chamado de não-linear, com os programas, às vezes videoclipes, mas a linear, MTV Overdrive, tinha videoclipes. No Brasil, ninguém conseguia acessar. Você chegava nos clientes para tentar vender o comercial, a agência de publicidade não conseguia entrar. Deu tudo errado. Era uma boa intenção, mas chegou tarde e cedo demais ao mesmo tempo, pois no Brasil não engatava.”

Nicho do nicho

Na visão de Zico Goes, o público em si da MTV Brasil também era problemático em termos comerciais. Lidava-se com um nicho, que são os fãs de música – e dentro disso, havia subnichos, devido aos fãs de cada gênero.

“Éramos uma TV nichada para jovens sobre música. Era para poucos. Só que, dentro desse canal, que já era nichado, tinha vários outros nichos da música. Quem não curtia rap, achava uma m*rda assistir programa de rap e pensava a MTV só passava rap. Quem não curtia rock, mesma coisa. Quem tem 15 anos, não vai assistir ao programa de música para mais velhos. E quem é mais velho, vai pensar: ‘pô, é canal de garotada’.”

O diretor aponta que “cada um entendia a MTV de um jeito, pois se relacionava só com um pedaço da MTV”. E isso, em sua visão, “fazia mal” à emissora.

“Quando fizemos aqueles programas de namoro, de auditório, ferrou de vez. Quem curtia só a música, acha que virou uma comédia, uma porcaria, e a MTV começou a sofrer com isso.”

Mais humor, menos música

Como a música ficou em segundo plano, a MTV Brasil passou a investir em programas próprios e muitos deles eram de comédia, gênero que já havia dado certo na emissora com “Hermes e Renato”. Era uma resposta, também, à concorrência que começava a aparecer na TV fechada.

“A partir de 2007, a coisa ficou meio esquizofrênica. O Ibope começou a despencar e o dinheiro começou a fugir porque começou a ter uma mínima concorrência. […] O Multishow começou a levar, a Mix TV por incrível que pareça começou, mesmo sendo só de São Paulo. Atrapalhava a percepção do mercado publicitário.”

Com a aposta no humor, vários talentos foram revelados pela emissora. Um deles, segundo Zico, acabou ficando “maior que a MTV”.

“De 2007 para 2013, aconteceram coisas incríveis. A MTV seguiu lançando novos talentos, ousando. Apareceu esse sujeito que caiu no nosso colo: Marcelo Adnet, que revolucionou a MTV. Dani Calabresa, Tatá Werneck, revolucionaram a MTV. Porém, justamente pelo Adnet ser quem ele é, ele acabou ficando maior que a MTV.”

O retorno em audiência era ótimo, mas o diretor passou a enxergar uma perda de identidade da emissora. Em boa parte deste período, Zico Goes não trabalhava mais para o canal.

“Aconteceu o seguinte: mais humor e menos música. Isso foi muito bom por um lado, pois o Ibope começou a dar sinais de revigoração por esses programas. Só que, de alguma maneira, a MTV começou a perder identidade, e já estava desgastada. Virou a TV do Adnet, do humor, da comédia. Dentro da MTV, quem fazia humor, não falava com quem fazia os musicais e vice-versa. Eles não se aproveitavam uns dos outros.”

Uma curiosidade destacada por Zico: Marcelo Adnet “detesta rock”, o que atrapalhava nessa interconexão entre programas.

“E outra: o Marcelo Adnet detesta rock. Como o cara pode estar na MTV se detesta rock? Mas era o mais brilhante. Talvez a gente não merecia o Adnet, tê-lo por tanto tempo. “Ele pedia mais e mais dinheiro. A MTV começou a pagar. Ele ganhava já como ator global, um salário maior que a Marília Gabriela no GNT, onde trabalhei. Ficávamos amarrados.”

Fator Restart

Um dos pontos mais polêmicos dos anos finais da MTV Brasil foi a relação com a banda Restart, que tinha claro viés pop/adolescente, mas era criticada em nichos por apresentar-se como um grupo de rock – mais especificamente, do subgênero happy rock.

“Outro ponto foi o fator Restart. […] Era uma boy band, nada de mal nisso, mas não tem a ver com música e sim com comportamento. A audiência do ‘Disk MTV’, nosso programa mais pop, era 80% feminina. Já os outros eram masculina. Havia então a piada interna: ‘os meninos gostam de música, as meninas gostam de músico’.”

A presença do Restart se tornou tão massiva na MTV que suas aparições eram frequentes. Era como jogar ainda mais lenha na fogueira dos fãs saudosistas da emissora, que faziam críticas à orientação mais pop da emissora. Ao mesmo tempo, os reflexos em termos publicitários não foram nada bons.

“Essa banda teve tanto marketing que tomou conta da MTV no todo, por toda a programação, não só nos programas como também nos comerciais. O Restart aparecia toda hora, então a MTV passou a ser percebida como um canal muito adolescente. Não é bom ser canal adolescente para o mercado publicitário, pois adolescente não consome tanto quanto alguém um pouco mais velho.”


Fator Sky

Zico Goes apresentou várias boas explicações para o fim da MTV Brasil, porém, na opinião dele, o rompimento com o serviço de TV por assinatura Sky foi “o grande problema”. Em 2008, o canal foi retirado da grade de programação da empresa devido a uma negociação que não deu certo.

“Talvez o grande problema foi o fator Sky. Houve um momento em que o presidente da MTV saiu para tocar outros canais da Abril. O modelo de negócios era o mesmo da MTV: ser distribuído por essas TVs a cabo. Ele disse à Sky que se a empresa quisesse continuar com a MTV, teria de levar esses outros dois canais. O que a Sky falou: ‘um abraço forte para você, tira a MTV já do ar’. Tirou do ar, os canais não entraram e como a Sky era a operadora que mais crescia, a MTV afundava na audiência.”


No fim, licença para “c*g*r”

A atuação inicial de Zico Goes como vice-presidente de programação da MTV Brasil durou de 1998 a 2008 – antes, ele exercia outras funções por lá. Três anos depois, em 2011, o profissional foi convidado para retornar, sob o pretexto de resgatar a identidade da emissora..

“Nos 3 últimos anos, sinal de alerta. A MTV perdia R$ 20 milhões todo ano desde 2008. Voltei para a MTV, pois estava no GNT. Tentei resgatar a identidade da MTV, para ser mais cool, musical, então fizemos a relação: ‘mais Criolo, menos Restart’. O Restart passou a ter toque de recolher: só entrava até às 20h. Depois, era outra TV. Passamos a tocar mais Criolo, mais Emicida, que muitos não conheciam. Resultado? Ibope lá para baixo.”

Era como nadar contra a correnteza: ele afirma que, sem seu conhecimento, o Grupo Abril já havia decidido devolver a marca para a Viacom. O projeto já estava “morto”, ainda que seguisse no ar.

“A Abril já queria se livrar da MTV. Eu não sabia. Voltei achando que queriam recuperar, mas já tinham combinado de devolver para os gringos. Fiquei 3 anos iludido, estava marcado para não dar certo. Fora os boatos de que o canal acabaria, o que espantou o mercado publicitário.”

Foi um dos períodos mais inventivos do canal, segundo o diretor. Havia, em suas palavras, “licença para c*g*r” com diversos experimentos na grade de programação.

“Foi incrível porque, ao mesmo tempo, tínhamos liberdade total, licença para c*g*r. […] Criamos o ‘Comédia ao vivo’, ‘Furo MTV’, ‘Trolalá’ com a Tatá, ‘Rockgol no Morro dos Prazeres’, o último VMB com show dos Racionais que não tocam em lugar nenhum fora da MTV, ‘Último Programa do Mundo’, Wagner Moura com Legião Urbana, ‘Menina Sem Qualidade’.”

A MTV Brasil chegou ao fim, oficialmente, em 30 de setembro de 2013. No dia seguinte, entrou no ar a “nova MTV”, controlada pela Viacom e com linha editorial bem diferente.

“A Viacom não queria a MTV Brasil, pois a Abril pagava royalties para eles. Como eles perderam isso, não queriam saber de nada do que fizemos antes. Fizeram uma programação completamente diferente. Mas conseguimos brincar um pouco com esse fim, chamei os VJs antigos, fizemos uma festa ao vivo no final. A Viacom e a Abril não queriam isso. Queriam que a gente ficasse pianinho, por já estar entregando o canal, e só passasse videoclipe. Falei: ‘que mané videoclipe, vou ter o canal 3 meses para mim, vou fazer o que eu quiser.”

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*Por igormiranda

Assista ao clipe da música inédita de Emicida para o filme “Chico Rei Entre Nós”

Emicida cedeu sua composição inédita para o longa-metragem “Chico Rei Entre Nós“, dirigido por Joyce Prado, que estreia na noite desta quarta-feira (17), às 20 horas, no Canal Brasil. O paulistano, que completa aniversário hoje, também interpreta a música que leva o nome do filme.

Chico Rei, ou Galanga, foi um importante nome quando falamos de escravidão no Brasil. Galanga foi um rei congolês escravizado que libertou a si e aos seus seguidores durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais. Embora não tenha comprovação histórica de sua existência, o personagem é muito presente na tradição oral mineira desde o século XVIII. Assista abaixo ao clipe:

O objetivo do filme é exibir a história de Chico Rei e relatar as consequências da escravidão brasileira na vida das pessoas negras nos dias de hoje. O documentário recebeu dois prêmios, no ano de 2020, na Mostra Internacional de Cinema. O longa foi escolhido como melhor documentário nacional pela votação popular e igualmente recebeu uma menção honrosa do júri oficial, formado pela montadora Cristina Amaral, a produtora Sara Silveira e o diretor Felipe Hirsch.

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*Fonte: noize 

Caetano Veloso – 80 anos!

Hoje o genial Caetano Veloso completa 80 anos. Acho que não se faz necessário ficar aqui comentando sobre sua carreira musical e artística, visto que se trata de um grande ícone cultural brasileiro. Então vou direto ao assunto.
Feliz Aniversário Caetano!

Brasil perdeu quase 800 bibliotecas públicas em 5 anos

Entre 2015 e 2020, o Brasil perdeu ao menos 764 bibliotecas públicas, segundo dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), mantido pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Em 2015, a base de dados contava 6.057 bibliotecas públicas no Brasil, número que caiu para 5.293 em 2020, dado mais recente disponível no site do SNBP.

Para especialistas em biblioteconomia, a queda no número de bibliotecas revela um descaso do poder público com a população mais vulnerável, que não tem acesso a livrarias.

Eles também alertam que o número de bibliotecas fechadas pode ser ainda maior, devido à atual fragilidade do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, após a extinção do Ministério da Cultura, e da falta de controle efetivo pelos sistemas estaduais, cujos dados alimentam o sistema nacional.

Bibliotecas públicas são aquelas mantidas pelos municípios, Estados, Distrito Federal ou governo federal, que atendem a todos os públicos. São consideradas equipamentos culturais e, portanto, estão no âmbito das políticas públicas do governo federal — antes, sob o Ministério da Cultura e atualmente, com a extinção da pasta, sob a Secretaria Especial da Cultura.

Não entram nessa conta as bibliotecas escolares e universitárias, que têm como público-alvo alunos, professores e funcionários das instituições de ensino.

Procurada pela BBC News Brasil, a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo não respondeu a questionamento sobre o que explica o fechamento de centenas de bibliotecas públicas nos últimos anos, nem qual a política do governo Jair Bolsonaro (PL) para bibliotecas.

O Plano Nacional de Cultura, conjunto de objetivos para o setor em vigência desde 2010 cuja validade foi prorrogada por Bolsonaro até 2024, tem como uma das metas “garantir a implantação e manutenção de bibliotecas em todos os municípios brasileiros”.

A perda de mais de 700 bibliotecas nos últimos anos deixa o país cada vez mais distante desta meta. Bibliotecas públicas no Brasil. País perdeu 764 bibliotecas entre 2015 e 2020.

SP e MG foram os que mais fecharam bibliotecas
Das 764 bibliotecas públicas fechadas em cinco anos, 698 (ou 91% do total) estavam localizadas nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo em sua maioria bibliotecas municipais.

São Paulo tinha 842 bibliotecas públicas em 2015, segundo o SNBP, número que caiu para 304 em 2020, com a perda de 538 unidades em cinco anos. O montante representa 70% de todas as bibliotecas fechadas no país no período.

A SP Leituras, organização social atualmente responsável pela gestão do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), confirmou que os números registrados no sistema nacional estão corretos e foram fornecidos pelo SisEB, ponderando, porém, que podem tratar-se de dados intermediários e não do recadastramento oficial feito ao final de cada ano.

Segundo a organização, parte da queda no número de bibliotecas é explicada pela pandemia, que levou ao fechamento provisório ou permanente de diversas unidades.

Questionada sobre os motivos dos fechamentos desde 2015, antes da pandemia, a SP Leituras remeteu o questionamento à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

“É difícil concluir o motivo da variação (ou queda) de número de instituições. Sabemos que, infelizmente, muitas bibliotecas foram sendo fechadas ano após ano, mas não podemos afirmar, com certeza absoluta que estes são os números finais”, respondeu a pasta, por e-mail.

Minas Gerais, por sua vez, somava 888 bibliotecas públicas em 2015, número que caiu para 728 em 2020, uma perda de 160 bibliotecas em cinco anos, conforme os dados do SNBP.

Procurada para comentar a queda no número de bibliotecas, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais respondeu que “o Governo de Minas se responsabiliza pelos dados do cadastro estadual, sendo que em Minas Gerais, o número de bibliotecas públicas cadastradas no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, no dia de hoje [12/7] é de 752 equipamentos”.

Ainda conforme a pasta, a atualização é realizada a cada quatro anos e o novo recadastramento será feito em dezembro de 2022. “Outros cadastros são de responsabilidade dos entes pelos quais são gerados e, cabe aos municípios participarem ou não dos mesmos”, completou a secretaria.

O fechamento de bibliotecas entre 2015 e 2020 no país reverte tendência de anos anteriores.

De 2004 a 2011, período em que durou o Programa Livro Aberto do governo federal em parceria com municípios, 1.705 novas bibliotecas foram criadas no Brasil e 682 modernizadas, segundo informações do próprio site do SNBP.

A BBC News Brasil solicitou ao SNBP a série histórica do cadastro de bibliotecas públicas em funcionamento no Brasil ano a ano, mas não obteve resposta.

O levantamento foi feito então comparando os dados referentes a 2015 disponíveis no antigo site do SNBP arquivado pelo projeto Internet Archive e os dados referentes a 2020, disponíveis atualmente no site do Ministério do Turismo.

‘Descaso com os mais vulneráveis’
Fábio Cordeiro, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), avalia que o fechamento de bibliotecas no Brasil nos últimos anos é explicado por uma série de fatores.

“Bibliotecas são equipamentos culturais e, durante esse último período, tivemos a eliminação do Ministério da Cultura e uma falta de valorização desses equipamentos”, afirma Cordeiro. “O fechamento das bibliotecas públicas revela a falta de investimento e de interesse do governo.”

Ele cita ainda um descaso com a população de baixa renda, que depende mais das bibliotecas.

“Há uma falta de políticas voltadas para a parte mais vulnerável da população, que não tem acesso a livrarias, não tem renda para poder comprar livros. Justamente quem mais precisa de bibliotecas são as pessoas mais vulneráveis, que não tem o acesso tão fácil ao livro.”

As vendas de livros no Brasil caem ano após ano. Em 2013, ano de melhor desempenho do mercado livreiro nacional na última década, as vendas das editoras para livrarias somaram 279,7 milhões de exemplares, segundo levantamento realizado pela Nielsen BookData para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

No ano passado, foram 191 milhões de livros vendidos, uma queda de 1% em relação aos 193 milhões de livros vendidos em 2020 e recuo de 32% em relação ao pico de 2013.

Também em 2021, o rendimento médio mensal dos brasileiros caiu ao menor patamar desde 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para R$ 1.353.

Ainda conforme o IBGE, o percentual de municípios brasileiros com bibliotecas públicas caiu de 97,7% em 2014, para 87,7% em 2018, segundo a edição mais recente da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) que incluiu este tema. O percentual subia ano a ano até 2014, quando passou a cair.

Cordeiro cita ainda o avanço das novas tecnologias como um fator que tem reduzido o público das bibliotecas.

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro, em 2019, 68% dos brasileiros diziam nunca frequentar bibliotecas.

Mas o fechamento de unidades parece também influenciar nisso, já que, naquele ano, 45% dos entrevistados diziam não existir biblioteca pública em sua cidade ou bairro, acima dos 20% que davam essa mesma resposta em 2007.

Adriana Ferrari, diretora técnica da Biblioteca Florestan Fernandes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e vice-presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (Febab), avalia que há uma fragilidade nos dados disponibilizados pelo SNBP, porque não há uma coleta efetiva de informações.

Atualmente, segundo o SNBP, a coleta é feita em parceria com os Sistemas Estaduais e Distrital de Bibliotecas Públicas.

“Alguns Estados têm um controle mais eficaz sobre seus sistemas estaduais, outros têm um controle mais frágil. Então essa queda maior na região Sudeste pode ser um resultado da qualidade da coleta de dados”, afirma.

“Não me sinto segura em assumir que foram só essas [764] bibliotecas que fecharam. Acredito que esse número pode ser ainda maior, porque vemos um sucateamento há anos de todo o sistema de acesso à informação, à leitura, à cultura e das bibliotecas em si”, diz Ferrari.

A bibliotecária observa que o Plano Nacional de Cultura nunca foi cumprido. E, mesmo após a aprovação da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), conhecida como Lei Castilho (Lei 13.696/18), sancionada por Michel Temer (MDB), o objetivo de “universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas” em nada avançou.

“Não temos nenhuma política pública em pé, não temos o Ministério da Cultura, que é a pasta que gerencia o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Então, o sistema existe, mas com uma estrutura extremamente fragilizada. Por isso, não avançamos. Pelo contrário, a gente vem retrocedendo”, afirma.

“A biblioteca não é só um espaço do livro e da leitura, ela é uma porta de infinitas possibilidades, de abertura de repertórios culturais. São espaços de encontros, de pertencimento, então elas vão além das coleções”, diz Ferrari, que defende o fortalecimento das políticas públicas para reverter esse cenário de retrocessos.

Durante a Bienal do Livro, realizada neste mês de julho em São Paulo, a CFB lançou a campanha #SouBibliotecaEscolar, que busca o cumprimento da Lei nº 12.244/2010 (Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares), que determinou que todas as instituições públicas e privadas de ensino do país passem a contar com bibliotecas, com acervo mínimo de um título por aluno matriculado.

O prazo de cumprimento da lei se esgotou em 2020, sem que a meta fosse atingida.

Já a Febab lança em breve uma plataforma com o objetivo de mapear todas as bibliotecas, de todos os tipos (públicas, escolares, universitárias e comunitárias) do país. A ideia é poder monitorar e ajudar os sistemas estaduais a ter dados mais consistentes sobre esses equipamentos públicos.

– Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62142015

*Por Thais Carrança
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*Fonte: bbc-brasil

O museu dedicado a preservar sons ameaçados de extinção

“Imagine um mundo onde nunca mais ouviremos a inicialização sinfônica de um computador com Windows 95. Imagine gerações de crianças que não estão familiarizadas com a tagarelice dos anjos alojados nas profundezas de uma velha TV de tubo.” Foram esses medos de Brendan Chilcutt que o motivaram a criar o The Museum Of Endangered Sounds, um site que abriga sons de diversas tecnologias antigas.

The Museum Of Endangered Sounds foi criado em 2012.

Lançada em janeiro de 2012, essa espécie de museu virtual tem como objetivo preservar barulhos de equipamentos eletrônicos famosos das décadas passadas. O acervo é composto por registros sonoros de máquinas de escrever, teletipos e vitrolas, além das trilhas de video games antigos, como Pacman e Tetris.

Assim que você entra no site, é recepcionado por um pop-up que contém boas-vindas e instruções. Para escutar algum dos 33 sons disponíveis no museu, basta clicar na miniatura de cada um. Para parar de ouvir, é necessário clicar de novo. Mas também é possível escutar mais de um som ao mesmo tempo: é só clicar em várias miniaturas e aproveitar a sinfonia eletrônica.

Algumas das 33 opções de sons disponíveis, como telefone público, fita cassete e Tamagotchi.

Criado como uma forma de catalogar sons que não são mais populares graças à modernização da tecnologia, o projeto de Chilcutt carrega uma grande atmosfera nostálgica. É uma ótima maneira de relembrar o passado e também de novas gerações o conhecerem pela primeira vez.

*Por Roanna Azevedo
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*Fonte: hypeness

Venda de vinil cresce em 27% durante a pandemia

Uma pesquisa intitulada “Revelações sobre a revolução do vinil“, publicada na semana passada pela empresa americana de pesquisa e análise MusicWatch, que atende a indústria da música há quase um quarto de século, e afirmou que cerca de 18 milhões de pessoas acima de 13 anos compraram um disco em 2021 – um aumento de 27% em relação às vendas em 2020.

O maior interesse do público, consequentemente também influenciou outro mercado, o da venda de toca-discos e outros componentes de áudio. O estudo publicado estima que um em cada três proprietários de toca-discos planeja atualizar seus equipamentos pelo próximo ano.

A pesquisa ouviu cerca de 1.400 consumidores nos Estados Unidos, em quase todos os segmentos de estilo de vida, incluindo a população em geral e os entusiastas do vinil. O trabalho foi realizado em parceria com a Recording Industry Association of America (RIAA) e Music Business Association.

“Esta pesquisa histórica conduzida pela MusicWatch ressalta o papel único que os discos de vinil estão desempenhando hoje. O relatório mostra que o vinil ajuda os fãs a apoiar e se conectar com artistas e a música que eles amam, tanto da maneira antiga quanto da nova”, afirma Mitch Glazier, presidente e CEO da RIAA.

Um olhar mais atento aos números do estudo MusicWatch

Entre os itens que o estudo descobriu em sua pesquisa incluem:

– Entre os consumidores de vinil nos últimos dois anos, 71% compraram discos novos e 67% compraram discos de vinil usados.

– Quase todos os consumidores pesquisados ​​(95%) esperam continuar comprando discos no próximo ano.

– Mais de um em cada três compradores compram vinil há mais de 10 anos, e esses consumidores valorizam a “autenticidade e aconchego” que os discos de vinil oferecem.

– O estudo mostra que os consumidores que começaram a comprar discos mais recentemente apreciam a qualidade do som que o vinil oferece, bem como sua embalagem e arte, que compõem a experiência total do disco de vinil.

– A coleta de discos também é popular com 16% dos compradores comprando discos estritamente para possuí-los, enquanto 21% compram discos para possuir seus LPs e ouvir vinil.

– O MusicWatch também diz que os compradores de vinil também estão utilizando uma variedade de outros formatos de compra de música, incluindo as mais recentes soluções de streaming.

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*Fonte: noize

8 inesquecíveis poemas de Mário Quintana

Das utopias
Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
– Mario Quintana, do livro “Espelho mágico”, 1945-1951.

Da observação
Não te irrites, por mais que te fizerem…
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio…
– Mario Quintana, do livro “Espelho mágico”, 1945-1951.

Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…
– Mario Quintana, do livro “Esconderijos do tempo”, 1980.

Seiscentos e sessenta e seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ªfeira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
– Mario Quintana, do livro “Esconderijos do tempo”, 1980.

Confissão
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece…
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
– Mario Quintana, do livro “Velório sem defunto”, 1990.

Madrigal
Tu és a matéria plástica de meus versos, querida…
Porque, afinal,
Eu nunca fiz meus versos propriamente a ti:
Eu sempre fiz versos de ti!
– Mario Quintana, do livro “Velório sem defunto”, 1990.

Inquietude
Esse olhar inquisitivo que me dirige às vezes nosso próprio cão…
Que quer ele saber que eu não sei responder?
Sou desse jeito… Vivo cercado de interrogações.
Dinheiro que eu tenha, como vou gastá-lo?
E como fazer para que não me esqueças?
(ou eu não te esqueça…)
Sinto-me assim, sem motivo algum,
Como alguém que estivesse comendo uma empada de camarão sem
camarões
Num velório sem defunto…
– Mario Quintana, do livro “Velório sem defunto”, 1990.

Quando eu me for
Quando eu me for, os caminhos continuarão andando…
E os meus sapatos também!
Porque os quartos, as casas que habitamos,
Todas, todas as coisas que foram nossas na vida
Possuem igualmente os seus fantasmas próprios,
Para alucinarem as nossas noites de insônia!
– Mario Quintana, do livro “Velório sem defunto”, 1990.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

“Clube da Esquina” é eleito o melhor álbum brasileiro da história

Completando 50 anos neste ano de 2022, o álbum de estúdio Clube da Esquina (1972), de Lô Borges e Milton Nascimento continua fazendo história por onde passa. Nesta segunda-feira (9), o disco foi eleito o melhor álbum brasileiro da história por uma votação realizada pelo podcast Discoteca Básica.

A decisão foi tomada por 162 especialistas de diferentes áreas ligadas à produção musical (jornalistas, youtubers, podcasters, músicos, produtores e mais) ouvidos pela equipe do podcast. O editor da NOIZE, Ariel Fagundes, estava entre o time que participou da eleição.

Chegando ao resultado final, com 500 discos, os jurados fizeram sua lista pessoal dos 50 melhores álbuns brasileiros. Entre o top 10, estão álbuns de artistas como Racionais MC’s, Novos Baianos, Jorge Ben Jor e mais.

O resultado completo da votação será publicado na obra “Os 500 maiores álbuns brasileiros de todos os tempos“. Para a produção do material, foi criada uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse. O responsável pelo projeto, o jornalista Ricardo Alexandre, criador do podcast Discoteca Básica, tinha o objetivo de arrecadar R$ 80 mil, porém a meta já foi ultrapassada e se encontra em mais de R$ 95 mil reais. Para fazer sua doação, é só entrar no site do Catarse.

Confira abaixo o top 10, entre os 500 escolhidos:

1. Clube da Esquina (1972) – Milton Nascimento e Lô Borges

2. Acabou Chorare (1972) – Novos Baianos

3. Chega de Saudade (1959) – João Gilberto

4. Secos & Molhados (1973) – Secos & Molhados

5. Construção (1971) – Chico Buarque

6. A Tábua de Esmeralda (1974) – Jorge Ben Jor

7. Tropicália ou Panis et Circencis (1968) – Vários artistas

8. Transa (1972) – Caetano Veloso

9. Sobrevivendo no Inferno (1997) – Racionais MC’s

10. Elis & Tom (1974) – Elis Regina e Tom Jobim

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*Fonte: noize

Beatles: Um em cada três jovens britânicos não conhece a banda

A pesquisa tinha o intuito de levantar quantos jovens de 16 a 23 anos conheciam as ‘estrelas mais velhas da música’

Os Beatles são considerados a banda mais influente de todos os tempos — no entanto, uma pesquisa realizada pela empresa Censuswide no Reino Unido apontou que praticamente um em cada três jovens britânicos não conhece o grupo.

A pesquisa foi realizada com 2 mil entrevistados no Reino Unido — e tinha o intuito de levantar quantos jovens de 16 a 23 anos conheciam as “estrelas mais velhas da música.”

O levantamento mostrou que “68,97% da Geração Z estava familiarizada com o trabalho dos Beatles”. O que equivale a um a cada três jovens britânicos — uma ótima média se comparada com Aretha Franklin, já que menos de 40% dos entrevistados conheciam a artista.

Além dos Beatles, Queen,David Bowie e Pink Floyd receberam resposta positiva, acumulando, respectivamente, 66,81%, 53,88% e 51,72% de jovens familiarizados com seus sons.

“Quando perguntamos se as pessoas acham músicas ou artistas antigos chatos, a Gen Z foi a geração que mais concordou que sim, com quase 34% [das respostas]”, explicaram os realizadores da pesquisa.

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*Fonte: rollingstone

A história das notas musicais

Independente de qual o estilo musical, desde as clássicas às chicletes, as músicas possuem algo em comum. Isso porque todas as melodias que escutamos são criadas utilizando variações das sete notas musicais: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.

No entanto, você já parou para pensar como foram criadas as notas musicais? Se elas já existiam da forma como conhecemos atualmente ou se foram padronizadas ao longo dos anos? Responderemos a essas dúvidas logo abaixo.

O filósofo Pitágoras e o monocórdio
Para estudar a história da música é preciso citar o filósofo, matemático e astrólogo grego, Pitágoras. Ele foi quem descobriu uma forma que uma única corda pudesse produzir diversos sons, porém, obedecendo uma lógica.

O filósofo desenvolveu um instrumento musical nomeado como “monocórdio”, que possuía apenas uma corda. Pitágoras notou que ao tocar a corda esticada ele escutava um som, mas dividindo-a o som era diferente.

De acordo com essa lógica, os sons eram gerados em escalas e com essa descoberta se originou as escalas musicais. Elas servem como base para a criação de vários instrumentos musicais. Um exemplo são as cordas de violão, que são todas iguais, porém, geram sons diferentes por causa do posicionamento de forma diversa que obedece à escala musical.

O nome das notas musicais

Como os alfabetos ao redor do mundo, o nome das notas musicais como conhecemos atualmente veio de uma convenção social. Ela foi baseada no trabalho e pesquisa de antigos estudiosos.

Essa técnica é uma forma de organizar as melodias, possibilitando que uma pessoa registre uma melodia em particular e que outra pessoa possa reproduzir o mesmo som após ler o registro. Isso é fundamental para o ensino da música e para a preservação delas para a história.

Vale lembrar que durante a Idade Média, as melodias eram escritas em partituras diferentes das atuais, as neumas. No entanto, esse método apresentava um problema, já que era complicado, o que dificultava a memorização das letras das músicas.

É importante ressaltar que o canto gregoriano era o estilo musical mais importante do momento, visto que era utilizado como uma maneira de divulgar o Cristianismo pela Igreja Católica. Naquele momento, o canto gregoriano era apresentado em Latim até mesmo em países que falavam outros idiomas e dialetos, tornando o ensino de música ainda mais difícil.

Por causa disso, o monge Guido Arezzo (992-1050) decidiu nomear as notas musicais de formas que poderiam ser decoradas com maior facilidade. Os nomes foram escolhidos de acordo com as iniciais de cada verso do “Hino a São João Batista”.

Ut queant laxis

Resonare fibris

Mira gestorum

Famuli tuorum

Solve polluti

Labii reatum

Sancte Ioannes

Com isso, surgiram as sete notas: Ut, Re, Mi, Fa, Sol, La e Si. Ao longo dos anos, a nota Ut passou a se chamar Dó, porque era mais fácil de cantar. Essa mudança foi essencial para o ensino e desenvolvimento da música até os dias atuais, cerca de mil anos depois da criação.

*Por Nathalia Matos
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*Fonte: fatosdesconhecidos

O que é a leitura profunda e por que ela faz bem para o cérebro

A pesquisa da neurocientista Maryanne Wolf aponta que “não há nada menos natural do que ler” para os seres humanos — mas isso não é de forma alguma ruim.

“A alfabetização é uma das maiores invenções da espécie humana”, diz a especialista americana. Além de útil, é tão poderosa que transforma nossas mentes: “Ler literalmente muda o cérebro”, diz ela.

O avanço da tecnologia e a proliferação das mídias digitais, contudo, têm modificado profundamente a forma como lemos.

Apesar de estarmos lendo mais palavras do que nunca — uma média estimada de cerca de 100 mil por dia —, a maioria vem em pequenas pílulas nas telas de celulares e computadores, e muita coisa é lida “por alto”.

Essas mudanças de hábito têm preocupado cientistas, entre outros motivos, porque a transformação de novas informações em conhecimento consolidado nos circuitos cerebrais requer múltiplas conexões com habilidades de raciocínio abstrato que muitas vezes faltam na leitura “digital”.

Um universo de símbolos
Ao contrário da linguagem oral, da visão ou da cognição, não existe uma programação genética nos humanos para aprender a ler.

Se uma criança, em qualquer parte do mundo, estiver em um ambiente em que as pessoas a seu redor conversam umas com as outras, sua linguagem será naturalmente ativada. O mesmo não acontece com a leitura, que implica a aquisição de um código simbólico completo, visual e verbal.

É uma invenção relativamente recente — “é uma piscadela em nosso relógio evolutivo: mal tem 6 mil anos”, diz Wolf.

“Começou de forma simples, para marcar quantas taças de vinho ou ovelhas tínhamos. E, com o nascimento dos sistemas alfabéticos, passamos a ter um meio eficiente de armazenar e compartilhar conhecimento.”

“Ler é um conjunto adquirido de habilidades que literalmente muda o cérebro”, ressalta a neurocientista.

“Permite fazer novas conexões entre regiões visuais, regiões da linguagem, regiões de pensamento e emoção”, completa.

Essa transformação “começa com cada novo leitor”. “(A habilidade de ler) Não existe dentro de nossa cabeça. Cada pessoa que aprende a ler tem que criar um novo circuito em seu cérebro.”

E isso abre portas para um novo mundo.

Saúde mental

“A leitura traz três poderes mágicos: criatividade, inteligência e empatia”, pontua Cressida Cowell, escritora de literatura infantil e autora da série Como Treinar Seu Dragão.

“Ler por prazer é um dos fatores-chave para o sucesso financeiro de uma criança na vida adulta. É mais provável que ela não acabe na prisão, que vote, que tenha casa própria…”

Além disso, “ler uma grande história é muito mais do que entretenimento”, acrescenta a biblioterapeuta Ella Berthoud.

“A leitura, na verdade, tem muitos benefícios terapêuticos. Seu cérebro entra em um estado meditativo, um processo físico que retarda o batimento cardíaco, acalma e reduz a ansiedade”, diz Berthoud.

Para ela, por exemplo, ler o romance Zorba, o Grego, de Níkos Kazantzákis, funciona como um remédio conta “claustrofobia, raiva e exaustão”.

A arte de prescrever ficção para curar as doenças da vida, batizada de biblioterapia, foi reconhecida no Publisher’s Illustrated Medical Dictionary, um dicionário médico ilustrado publicado nos Estados Unidos em 1941.

A prática remonta à Grécia Antiga, quando avisos eram afixados nas portas das bibliotecas para alertar os leitores de que estavam prestes a entrar em um local de cura da alma.

No século 19, psiquiatras e enfermeiras prescreveram todos os tipos de livros para seus pacientes, desde a Bíblia até literatura de viagem e textos em línguas antigas.

Vários estudos mais recentes, dos séculos 20 e 21, mostraram que a leitura aguça o pensamento analítico, o que nos permite aprimorar nossa capacidade de discernir padrões, uma ferramenta muito útil diante de comportamentos desconcertantes dos outros e de nós mesmos.

A ficção, em particular, pode transformar os leitores em pessoas mais socialmente habilidosas e empáticas. Os romances, por sua vez, podem informar e motivar, os contos confortam e ajudam a refletir, enquanto a leitura de poesia já demonstrou estimular partes do cérebro relacionadas à memória.

Muitos desses benefícios, no entanto, dependem de um estado conhecido como “leitura profunda”.

Pensamento analítico
“Quando lemos em um nível superficial, estamos apenas obtendo a informação. Quando lemos profundamente, estamos usando muito mais do nosso córtex cerebral”, explica Maryanne Wolf.

“Leitura profunda significa que fazemos analogias e inferências, o que nos permite sermos humanos verdadeiramente críticos, analíticos e empáticos.”

Em seu livro Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain (“Proust e a Lula: a História e a Ciência por Trás do Cérebro que Lê”, em tradução livre), a especialista em neurobiologia da leitura explica como, “a certa altura, quando uma criança vai da decodificação à leitura fluente, o caminho dos sinais através do cérebro muda”.

“Em vez de percorrer um trajeto dorsal (…), a leitura passa a se deslocar por um caminho ventral, mais rápido e eficiente. Como o tempo depreendido e o gasto de energia cerebral são menores, um leitor fluente será capaz de integrar mais seus sentimentos e pensamentos à sua própria experiência”, escreve.

“O segredo da leitura está no tempo que ela libera para que o cérebro possa ter pensamentos mais profundos do que antes.”

Mas, enquanto o processo de aprender a ler muda nosso cérebro, o mesmo acontece com o que lemos e como lemos.

Tempos modernos
Há aqueles, contudo, que acreditam que as novas plataformas são parte da solução, e não do problema.

Para Chris Meade, autor que utiliza vários tipos de mídia para veicular seu trabalho, “pensamos no livro como a obra, mas o livro é apenas um mecanismo de entrega”.

A narrativa transmídia é um tipo de história em que o enredo se desenrola por meio de múltiplas plataformas — aplicativos, livros digitais, games, quadrinhos, blogs — e na qual os consumidores podem assumir um papel ativo no processo de construção.

“As novas mídias estão dando voz a uma nova geração de escritores. Elas impedem que nos condicionemos a pensar que existe apenas um tipo de ‘boa escrita’ e permitem que as pessoas simplesmente compartilhem histórias e experiências”, opina Natalie A. Carter, cofundadora do clube do livro Black Girls Book Club.

“Não importa o meio, é a história que importa”, emenda Melissa Cummings-Quarry, também cofundadora do Black Girls Book Club.

“O romance está evoluindo. Há todo tipo de livro incrível sendo escrito especificamente para ser lido no celular”, afirma Berthoud.

“O livro talvez passe a ilusão de que ele é tudo. Nunca foi, é uma forma de entrar em um processo de pensamento”, diz Meade.

Ainda assim, os cientistas afirmam que a leitura digital pode ter um custo para o cérebro do leitor.

Fragmentação
“Reunimos acadêmicos e cientistas de mais de 30 países para pesquisar o impacto das mídias digitais na leitura”, afirma Anne Mangen, à frente da E-READ (Evolução da Leitura na Era da Digitalização), organização cujo objetivo é melhorar a compreensão científica das implicações da digitalização da cultura.

Faz parte do programa internacional da Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (ou COST, sigla para European Cooperation in Science and Technology), que considera a leitura um “tema urgente”.

Segundo o programa, “a pesquisa mostra que a quantidade de tempo gasto na leitura de textos longos está diminuindo e, devido à digitalização, a leitura está se tornando mais intermitente e fragmentada”, algo que poderia “ter um impacto negativo nos aspectos cognitivos emocionais da leitura”.

“Descobrimos que existe o que se chama de inferioridade na tela”, destaca Anne Mangen.

“Há muitas coisas que podem ser lidas igualmente bem no smartphone, como as notícias mais curtas, mas, quando se trata de algo que é cognitiva ou emocionalmente desafiador, ler em uma tela leva a uma compreensão de leitura pior do que ler no papel”, diz ela.

Maryanne Wolf concorda, dizendo que “a realidade é que não é apenas o que ou o quanto lemos, mas como lemos que é realmente importante”.

“O próprio volume [de informação disponível nas plataformas digitais] está tendo efeitos negativos porque, para absorver tanto, há uma propensão a se ler ‘por alto’. O cérebro leitor tem um circuito plástico, que refletirá as características do meio em que se lê. As características do digital caminham para que sejam refletidas no circuito.”

Em outras palavras, assim como ao aprender a ler da maneira tradicional o cérebro formata e registra os itinerários da razão e os caminhos para a emoção, ao aprender a ler da maneira como fazemos nas mídias digitais o cérebro traçará diferentes trajetórias e, se deixarmos a leitura profunda de lado, ele apagará as anteriores, caso tenham um dia existido.

“Se não treinarmos essas habilidades, podemos acabar perdendo a capacidade de entender conteúdos mais complexos e, talvez, de nos envolvermos e usarmos a imaginação”, destaca Mangen.

Então, o que o futuro reserva para os livros e para o cérebro da leitura?

“A imaginação humana é uma coisa fantástica, somos muito flexíveis. Encontramos maneiras de fazer o que queremos com a tecnologia disponível”, pontua Chris Meade.

Para Natalie Carter, o futuro trará “muito mais coleções de contos, e acho que veremos muito mais livros curtos”.

Nesse sentido, Cressida Cowell diz já ter sentido a mudança: “Mudei a maneira como escrevo, porque o tempo de atenção das crianças diminuiu. Os livros têm capítulos curtos e são incrivelmente visuais, brilhantes, como doces”.

Para a neurocientista Maryanne Wolf, “assim como as pessoas podem ser bilíngues e trilíngues, minha esperança é que desenvolvamos um cérebro ‘biletrado’. Podemos nos disciplinar para escolher o meio que melhor se adapta ao que estamos lendo e, assim, não perder o dom extraordinário que a leitura deu à nossa espécie”.

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*Fonte: bbc-brasil

“O Tempo que Foge” – Belíssimo poema para refletir

Nós todos sabemos que a vida muitas vezes não é longa o suficiente para viver tanto quanto gostaríamos, mas muitas vezes, além disso, não somos capazes de valorizar o que temos, o que vemos, desperdiçamos tempo com coisas que não merecem, não porque sejam irrelevantes, mas porque nosso coração não está nelas.

Ricardo Gondim nos presenteia com esse lindo poema (“O Tempo que Foge”), que nos mostra uma bela apreciação da vida, que se conseguirmos nos inspirar nele, podemos sem dúvida dar muito mais valor a cada segundo com esse presente que chamamos vida.

O valioso tempo dos maduros
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!



*Por Ricardo Gondim
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*Fonte: pensarcontemporaneo

Keanu Reeves compartilha sua lista de filmes essenciais “que todos deveriam assistir” – confira

Keanu Reeves é popularmente conhecido como um dos atores mais “legais” de Hollywood. Ou em qualquer lugar. Nenhum favor é pequeno demais para o eterno “Neo”, de Matrix.

Nesta semana, durante uma entrevista à Revista Esquire, Keanu fez questão de procurar uma lista antiga que havia feito com seus filmes preferidos, “que todos deveriam assistir”, se pudessem.

A lista é uma coleção de recomendações de filmes entre amigos.

Após apresentar suas recomendações, que remontam há 20 anos atrás, o ator repaginou a lista, levando em conta os lançamentos cinematográficos mais recentes.

Confira abaixo os títulos escolhidos por Keanu Reeves:

Demônio de Neon
Laranja mecânica
Rollerball – Os Gladiadores do Futuro
The Bad Batch (Amores Canibais)
Dr. Fantástico
Os Sete Samurais
Amadeus
Rosencrantz & Guildenstern Estão Mortos
A Morte do Demônio (1981)
Arizona Nunca Mais
O grande Lebowski
Nikita – Criada Para Matar
O profissional
O Jovem Frankenstein
Banzé no Oeste
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
Josey Wales, o Fora da Lei
Mad Max 2 – A Caçada Continua

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*Fonte: agrandeartedeserfeliz

Como a pandemia, a televisão e o Spotify ‘mataram’ os grupos musicais

Qualquer um que tenha crescido com os grandes grupos de rock e pop do passado se contorcerá na cadeira diante de uma evidência tão funesta: atualmente não há bandas como Queen, The Jam, The Police, Nirvana ou Oasis. Há escassez de novas formações —surgidas, digamos, nos últimos cinco anos— que se igualem às de antigamente em proezas comerciais. São tempos de Sheerans, Lipas, Swifts, Weeknds, Bunnies, Eilishs. De Rosalías, Tanganas, Alboranes, Aitanas, Amaias … Os solistas, ao que parece, se apoderaram das paradas.

Em março, após declarações de Adam Levine, cantor do Maroon 5 (“Dá a sensação de que não há mais bandas, somos uma espécie em extinção”, lamentou), o jornal britânico The Guardian dedicou um artigo à questão, com o seguinte título expressivo: “Por que os grupos estão desaparecendo”. O pessimismo de Levine pode ser sustentado por dados. Os 30 artistas mais ouvidos no Spotify em 2020 eram todos solistas, exceto um, o combo sul-coreano BTS (com sete integrantes que não tocam instrumentos). Foi preciso fazer uma minuciosa inspeção do ranking para localizar o Maroon 5 em 33º e o Queen em 34º. Desde março de 2019, quando o Jonas Brothers foi o número um com Sucker, até hoje, passados dois anos, apenas um outro grupo liderou a parada de singles da Billboard (Estados Unidos): o já citado BTS.

Eu, eu, eu!
Ao contrário do que acontecia décadas atrás, pop e rock não são os estilos mais em voga. Rap, trap, R&B e reggaeton… —gêneros interpretados por solistas— ganharam terreno. Todo o rock novo já é alternativo; não é mais mainstream. “À medida que o pop e o rock morrem, no que se refere a vendas milionárias, morrem as bandas, que são as que fazem pop e rock”, explica Javier Portugués, veterano A&R (responsável por Artistas e Repertório) que trabalha com a Sony Music. Colaborou com solistas como Joaquín Sabina, Marwan, Dani Martín, Rozalén e Malú e grupos como Estopa e Maldita Nerea. “Tem a ver com as idiossincrasias dos gêneros”, acrescenta. “No rap, antes de começar com o primeiro verso, você já disse seu nome e o nome do produtor 10 vezes. É uma exaltação de si mesmo.”


Os festivais podem ser considerados o último reduto de grupos de pop e rock, mas, apesar da natureza nostálgica de muitos desses eventos, mesmo os mais importantes não têm escolha a não ser seguir a corrente dominante. Na última edição do Primavera Sound (Barcelona), sete dos nove artistas de destaque eram solistas: Erykah Badu, os rappers Future e Cardi B, Solange, Janelle Monáe, J Balvin e Rosalía (os grupos eram o Interpol, formado em 1997, e Tame Impala , na verdade, um projeto do cantor e multi-instrumentista australiano Kevin Parker).

Essa mudança de regime foi bem recebida pela indústria: lidar com solistas é mais prático. “Para uma gravadora, quando se trata da promoção de um evento, mudar um cara ou uma garota em vez de uma banda inteira é mais ágil e mais barato”, diz Pablo Cebrián, produtor de David Bisbal e Amaia Romero, entre outros. Também é mais eficaz. “Em termos de marketing, é mais fácil vender uma única pessoa, um ícone”, diz Alizzz, produtor de C. Tangana.

A dinâmica interna das bandas às vezes é bastante complexa, o que contrasta com a flexibilidade dos solistas. “Cada pessoa em um grupo tem seus movimentos, e para a indústria é muito mais cômodo lidar com solistas”, continua Cebrián. “De um disco para outro, um solista pode mudar de produtor. Numa banda, essas voltas são muito mais difíceis: quando uns querem ir para um lado e outros para outro, surgem tensões.”

Discos feitos no quarto
Os avanços tecnológicos tornam mais fácil para qualquer adolescente que sente vontade de compor canções não só conseguir fazer uma gravação muito correta com as ferramentas digitais, como também postá-la nas plataformas, sem intermediários. “Agora a música é feita em um quarto”, explica Pablo Cebrián. “Pelo que tenho visto ao meu redor, as novas tecnologias têm uma grande influência”, concorda Alizzz. “Muitos artistas produzem as próprias músicas, por exemplo, eu mesmo. O que estou acostumado é a trabalhar no estúdio com um cantor, só ele ou ela e eu. Para as gravadoras, além disso, gravar uma banda sai mais caro.”


Miguel Blanes, 22 anos, vocalista e guitarrista do Mentira, banda emergente que desde 2020 lançou vários singles e um EP pela Subterfuge Records, reconhece essa supremacia: “É uma tendência superevidente. Surgiam muito mais bandas na década de 2010 do que agora. Em parte, acho que é porque a forma de compor está mudando. Com todos os recursos que temos, uma única pessoa pode fazer uma canção supercompleta. Não precisa se reunir com mais instrumentistas para formar um projeto”.

Os membros do Trashi (entre 21 e 23 anos) realizam uma mistura original de indie pop e música urbana com autotune, e lançaram vários singles pelo selo independente Helsinkipro. Cresceram admirando grupos como The 1975 e The Vamps no YouTube, “bandas formadas por amigos que se juntavam para fazer música”, dizem quase em uníssono. Eles atribuem a atual hegemonia dos solistas ao fato de que “agora qualquer um pode fazer música em casa. Trabalhar sozinho é sempre mais fácil do que em grupo: você pode fazer o que te agrada. As pessoas buscam mais projetos solo por causa disso “, declaram.

O imediatismo proporcionado pelas tecnologias modernas vai bem com os novos hábitos de consumo. “Hoje você começa a ver uma série, no segundo capítulo você se desinteressa um pouco e deixa de segui-la. É a mesma coisa com a música “, compara Pablo Cebrián. Como exemplo de velocidade, ele cita o caso de Billie Eilish, que alcançou o primeiro lugar nas paradas nos Estados Unidos em abril de 2019 com seu primeiro álbum, When we all fall asleep, where do we go?. “Uma menina que, com o irmão, no quarto de casa, escreve músicas e as sobe na internet … Encurta-se um caminho que há 30 anos era uma via crucis: você tinha que ensaiar a música com o seu grupo, arranjar alguém para bancar um estúdio, masterizar seu disco, editá-lo… Agora isso está nas mãos das pessoas. Todos os anos você vê casos de garotos que postam algo que criaram e recebem uma quantidade brutal de reproduções.” Como diz Javier Portugués, “90% do mercado acaba se concentrando no que está bombando em nível de streaming [reproduções em plataformas como o Spotify], e são todos solistas”.

Solistas colaborando com solistas
As individualidades encontram acomodação especial em uma prática dominante ultimamente: as colaborações. Em geral, os grupos não tomam parte delas. “Desde que entramos na era do consumo digital, nove entre 10 lançamentos, para ter um volume de streaming significativo, são colaborações. Solistas colaborando entre si. É o novo protótipo de artista”, afirma Javier Portugués. No Top 100 Canções da Promusicae de 25 de março a 1º de abril, apenas quatro singles dos 20 mais vendidos não eram colaborações, mas faixas solo.


Não se deve esquecer o papel que desempenham neste cenário desequilibrado os programas de talentos na televisão, uma plataforma de lançamento de novos artistas já faz algum tempo. “Os shows de talentos são focados no artista individual. O que mais chama a atenção do público, que não se detém para analisar outras coisas, é o cantor”, diz Natalia Lacunza, 22 anos, que ficou em terceiro lugar no OT 2018. Após assinar contrato com a Universal Music, foi número um em vendas com seu álbum EP2 e escolhida Artista Revelação Pop pelos Prêmios Odeón 2020. Lacunza escolheu fazer carreira solo simplesmente porque, depois de se mudar para Madri (ela é de Navarra), não conhecia ninguém com quem começar uma aventura em conjunto. Só agora recrutou uma banda que deseja que participe da composição e dos arranjos. “O mais marcante agora são os nomes de artistas solo”, opina, “mas a importância das bandas ainda continua aí, mesmo que de maneira implícita nos projetos dos solistas. Apesar de terem ficado em segundo plano, contribuem muito para o momento ao vivo”.

No entanto, as apresentações ao vivo foram reduzidas ao mínimo por causa da pandemia. Apesar da situação transitória, muitos fãs podem ter se acostumado a escutar música no computador em vez de em uma sala de shows, o que também não ajuda a resgatar as bandas. “Assim como o trabalho remoto se normalizou, na música se tornou normal a ausência de shows ao vivo”, se queixa o produtor Pablo Cebrián.

Para completar o quadro, as redes sociais, onde os artistas combinam a promoção de sua música com cenas de sua intimidade, potencializam a autonomia. Como observa Javier Portugués, “a última rede social em que havia sentimento de grupo era o MySpace. Era um lugar onde grupos musicais postavam suas canções. Não havia ali o exibicionismo público que alimenta a vaidade. Era uma rede a serviço do grupo. O Instagram, e agora o TikTok, trazem tudo de volta ao aspecto pessoal. Nas redes, a diferença de seguidores entre a conta do líder do grupo e a da banda é enorme. Sempre foi um pouco assim: todos nós entendíamos que The Police era o Sting, mas sabíamos quem era o baterista e quem era o guitarrista. Hoje, as redes sociais teriam eliminado os dois componentes que não eram o Sting”.

Um futuro só de solistas?
Com esse panorama, as bandas se sentem, como Levine comentou, uma espécie em extinção? “Poderiam dizer que sim”, responde Miguel Blanes, da Mentira. “Não acho que vão começar a desaparecer, mas, sim, perder a popularidade que costumavam ter. Existe uma tendência de mudança de formato. Eu mesmo estou consumindo mais música de solistas.” O produtor Pablo Cebrián, que começou como guitarrista do grupo Fabula (com quem lançou dois álbuns pela Warner Music e foi banda de abertura de shows do REM), teria formado uma banda se agora estivesse dando seus primeiros passos na música? “Como não sou cantor, tenho certeza que teria começado como produtor muito antes e não teria passado por uma banda. Com certeza Iván, que era nosso cantor, teria feito carreira solo e eu seria seu produtor. Não há mais referências”, afirma.

Cabe questionar se essa ausência de modelos de banda de sucesso pode incutir nos mais jovens com ambições musicais a noção de que é “normal” adotar a configuração solista. “Na nossa infância, os ídolos eram os Beatles, os Stones, o Supertramp, o Pink Floyd … As grandes bandas de rock e pop da vida toda”, argumenta Javier Portugués. “E você dava como certo que se quisesse se dedicar à música tinha que comprar uma bateria, um amplificador de guitarra, encontrar um lugar para ensaiar … Era assim que você tinha que fazer para ser parte daquele universo mágico que tinha te deslumbrado desde pequeno. Agora, esse universo é um talent show de solistas. Não sentem necessidade de se reunir para bolar um projeto. Esse é o novo paradigma e temos que conviver com isso.”

*Por Miguel Ángel Bargueño
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*Fonte: bbc-brasil

ESQUEUMORFOS: O que são e por que estão em toda parte?

Você já ouviu falar ou tem alguma ideia do que significa a palavra “esqueumorfo”? Talvez isso soe confuso para você agora, mas eu te garanto que no fim do texto você verá que sempre esteve familiarizado com esse tema. Por mais que esse não seja um termo que usamos no dia a dia, os esqueumorfos estão presentes na nossa vida em todos os momentos.

Portanto, vamos juntos nos aprofundar sobre o significado dessa palavra, qual é a sua origem e quais são os principais exemplos de esqueumorfos à nossa volta. Não se preocupe, a partir de agora você conseguirá identificar o que é um esqueumorfo sem grandes dificuldades.


Etimologia da palavra

A palavra “esqueumorfo” tem origem do grego skeuos, que significa “ferramenta” ou “recipiente”, e também de morphé, que pode ser traduzido para “forma”. Por mais que, em um primeiro momento, isso não diga nada, esse termo é usado há muito tempo, sobretudo por historiadores e arqueólogos.

Conforme trazido em reportagem da BBC, o especialista em Idade Média Serafín Moralejo Álvarez explica em seu livro Eloquent Forms que a palavra “esqueumorfo” se refere à “presença em um objeto de características formais que carecem de motivação em relação às suas funções ou condições de sua produção e que só podem ser explicadas como atavismos em relação a um modelo diversificado em seu uso ou em condições técnicas”.

Em outras palavras, os esqueumorfos nada mais são do que objetos dentro de uma linha de produção que continuarão a ser produzidos apenas para que as pessoas continuem familiarizadas com sua forma original e continuem a fazer associações dentro do cérebro. Se ainda não está claro, nós listamos alguns exemplos.


Esqueumorfos no dia a dia

Por exemplo, você sabe para que serve aquelas estranhas peças de metal que ficam próximas ao bolso da sua calça jeans? Os rebites, como são chamados, são uma herança estética da época em que os jeans eram muito grossos para serem unidos apenas com o uso de linha e precisavam de outra ferramenta para a finalização.

Embora não sejam mais necessários nas linhas de produção atuais, eles continuam aparecendo nos modelos atuais de calças. E por que isso? É porque esse é um claro exemplo de um esqueumorfo no seu cotidiano. Logicamente, isso não para por aqui.

Os aros sempre foram ferramentas essenciais para manter as rodas dos carros antigos e das bicicletas funcionando corretamente. Porém, os modelos mais modernos de veículos não precisam de um aro para cumprir a sua função. Então, qual é o nome que nós podemos dar para os aros? Exatamente, um esqueumorfo.

E como chamar o lustre de uma igreja que substituiu as velas de verdade por elétricas? Por que não simplesmente mudar para uma lâmpada? É porque um esqueumorfo ajuda as pessoas a continuarem familiarizadas com um ambiente ou objeto da forma que ele construiu sua imagem historicamente.


Era digital

Engana-se quem pensa que os esqueumorfos só estão presentes em objetos físicos. Olhe bem para a Área de Trabalho do seu computador e tente identificar um esqueumorfo. Conseguiu? Se você teve alguma dificuldade, pode ficar tranquilo que nós vamos te ajudar.

Ao excluímos um arquivo digital, nós automaticamente enviamos ele para a “Lixeira” — que literalmente tem o ícone de uma lata de lixo. Porém, quando os computadores foram inventados, os criadores poderiam ter dado qualquer nome para esse espaço. Afinal, tudo era muito novo e nenhum desses conceitos havia sido introduzido antes.

Sendo assim, as “lixeiras digitais” nada mais são do que mais um esqueumorfo para compreendermos sua função e nos acostumarmos com mais facilidade. Agora que você já sabe o que esse termo significa, é bem provável que encontre vários desses exemplos no seu cotidiano!

*Por Pedro Freitas
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*Fonte: megacurioso

É um hábito secular culpar os jovens por estarem”arruinando tudo”

Recentemente, surgiu uma discussão na internet sobre o que é considerado “cringe” pela geração Z que os millennials fazem. No entanto, já é antigo para os “velhos” que os jovens são responsáveis por estragarem as coisas que eles gostam.

Tornou-se comum para os millennials culparem os Z por tudo estar tão “chato e problematizado”. Por isso muitos consideram os que nasceram a partir da década de 1990 como uma geração preguiçosa, superficial, disruptiva e “insuportável”.

Em contraponto, os Z se enxergam como mais engajados politicamente e em questões estruturais que permaneceriam enrijecidas na sociedade se eles não tivessem a visão visionária o suficiente para fazerem a mudança acontecer.

Raízes passadas

Apesar de a ideia de que os jovens estão arruinando a sociedade pareça uma discussão recente, já é antigo o desejo de culpá-los. Isso já ficava claro na poesia do autor medieval Geoffrey Chaucer, que viveu e trabalhou em Londres na década de 1380.

Em seu trabalho The House of Fame, ele retrata uma falha massiva na comunicação de ambos os lados da sociedade, em que verdades e mentiras circulam de maneira indiscriminada em uma casa de vime que gira. A casa, na verdade, é uma metáfora para a representação da Londres medieval, que crescia em tamanho e complexidade política de maneira espantosa para a época.

Chaucer reafirma de maneira mais direta a culpa dos jovens em poemas como Troilus and Criseyde, em que ele demonstra sua preocupação com relação às gerações futuras que destruiria sua poesia devido à mudança de linguagem — o que hoje poderia ser considerado como linguagem informal.

No século XIV, cresceu na Inglaterra o medo de que uma nova classe considerada “mais burocrática” estivesse destruindo a própria ideia da verdade. Richard Firfth Green, no livro A Crisis of Truth, pontua que a centralização do governo inglês mudou a verdade que passava de uma pessoa a outra para uma realidade objetiva localizada em documentos. As pessoas da época não aceitavam que promessas verbais não eram mais o suficiente, e que era preciso declarar tudo por escrito. Hoje, a documentação é um processo naturalizado.

O fim do que era bom

Como se a política não fosse o bastante, o romancista inglês Thomas Malory, do final do século XV, também ressaltou que os jovens destruíram o sexo. Em A Morte de Arthur, um livro sobre o Rei Arhur e a Távola Redonda, ele reclama que os jovens amantes são rápidos demais para “pular na cama”, escrevendo que antes o amor não costumava ser assim.

Esse tipo de questionamento serviu para aglutinar a ansiedade existencial que existia no final da Idade Média, e que hoje em dia pode parecer ridículo para os millennials que criticam tudo o que está sendo “corrompido”.

Enquanto aqueles tempos são lidos como repleto de fanatismo religioso, sofrimento, tortura e loucura para autores como Chaucer e Malory, era o futuro moderno que representava a catástrofe e sua influência sobre o presente.

De acordo com Eric Weiskott, professor especializado em poesia inglesa da Universidade de Boston: “a ansiedade com relação aos jovens é equivocada, não porque nada muda, mas porque a mudança histórica não pode ser prevista”. E a maneira como os millennials se posicionam do outro lado dessa “placa tectônica” social é mesma resposta secular dos mesmos sentimento de mudança que querem evitar.

O mundo continuará mudando de maneiras imprevisíveis ou inexplicáveis, porque o status quo é algo móvel, para melhor ou pior. E, no final das contas, sempre haverá uma geração para culpar a outra.

*Por Julio Cezar de Araujo
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*Fonte: megacurioso

Por que é preciso estudar História?

A história que estudamos na escola não serve apenas para passar em concursos e no vestibular. Ela amplia o mundo no qual vivemos, dá sentido a ele, oferece outros sentidos que as notícias ou o jornal das 7 não consegue dar. E isso é fundamental para criarmos futuros que não estão previstos por este presente tão difícil em que vivemos.

A história da sala de aula vai muito além do ENEM dos concursos.Foto: Bill Wegener /Unplash.
Ao abrir os jornais nos deparamos insistentemente com notícias provenientes de diversas partes do mundo que falam de desemprego, pandemias, conflitos sociais motivados por episódios de machismo e racismo, guerras entre Estados, disputas comerciais, eleições marcadas por fake news e movimentos sociais lutando contra a sua criminalização.

Como chegamos até aqui? Porque existe racismo? Porque existe machismo, homofobia e feminicídios? Porque existem ricos e pobres, conflitos, guerras e eleições? Será que a vida das pessoas sobre a Terra sempre foi do modo como é hoje? Quem inventou essas coisas todas nas quais acreditamos ou às quais apenas ouvimos falar? Eis que o estudo da História pode nos ajudar. Ela não vai nos dar todas as respostas, mas pode, ao menos, nos ajudar a compreender melhor o comportamento humano, afinal de contas, nossas ações do mundo são informadas e formadas com base em ideias sociais que são históricas, isso é, ideias que são construídas ao longo do tempo e que são sempre marcadas por contextos.

A história que estudamos na escola não serve simplesmente e apenas para passar nas provas vestibulares, para concluir e ganhar um diploma do Ensino Fundamental, para realizar a prova do Enem e tentar um futuro em uma universidade brasileira. A história que estudamos na escola amplia o mundo no qual vivemos, dá sentido a ele, oferece outros sentidos que as notícias ou o jornal das 7 não consegue dar. E isso é fundamental para criarmos futuros que não estão previstos por este presente tão difícil em que vivemos.

…… Continue lendo em:
https://www.cafehistoria.com.br/porque-ainda-e-preciso-estudar-historia/ ISSN: 2674-5917.

*Referências
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo (Nova edição). São Paulo: editora Companhia das Letras, 2019.

PEREIRA, Nilton Pereira. Porque é preciso estudar História? (Artigo). In: Café História. Publicado em 5 de julho de 2021.

Aposentadoria? Tarantino fala sobre parar de dirigir

Não é de hoje que Quentin Tarantino, 58, fala sobre o desejo de se aposentar em breve. O cineasta, ao longo dos últimos anos, já comentou sobre a ideia de encerrar a carreira após o décimo filme e, em entrevista ao Pure Cinema Podcast, reafirmou o plano de encerrar a carreira enquanto está em boa forma. “Os últimos filmes da maioria dos diretores são péssimos”, comentou.

“Normalmente, os piores filmes dos diretores são os seus últimos. É o caso da maioria dos diretores da Era de Ouro (do cinema norte-americano), que acabaram fazendo seus últimos filmes no final dos anos 1960 e 1970”, analisou. Tarantino também considera que o mesmo ocorreu com cineastas que fizeram parte do momento da Nova Hollywood que fizeram seus últimos filmes no final dos anos 1980 e 1990.

Como exemplo, Tarantino citou ‘Perseguidos por Acaso’ (1989), de Arthur Penn, diretor do clássico ‘Bonnie & Clyde’ (1967). “Não sou um grande fã desse diretor, mas o fato de o último filme de Arthur Penn ser ‘Perseguidos por Acaso’ é uma metáfora sobre o quão miseráveis foram os filmes derradeiros dos cineastas da Nova Hollywood”, observou.

“Talvez eu não devesse fazer outro filme porque ficaria muito feliz em largar o microfone”, disse, acrescentando também que, atualmente, o pensamento de viajar mundo afora para filmar é menos interessante.

“Sinto como se fosse o terceiro ato [da minha vida], um momento para me inclinar um pouco mais para a literatura, o que seria bom como um novo pai, como um novo marido”, disse em entrevista em 2020. “Eu não pegaria minha família e os levaria para a Alemanha ou Sri Lanka, ou onde quer que a próxima história acontecesse”.

Parte desse plano de aposentadoria já está em andamento. A adaptação literária do seu mais recente e nono filme, ‘Era uma vez em… Hollywood’, terá lançamento global no dia 29 de junho. No Brasil, ele sai pela Intrínseca e já está em pré-venda.

Os (quase) dez filmes de Tarantino
Embora diga que quer parar de dirigir no décimo filme da carreira e que não ainda não tem certeza sobre a história, Quentin Tarantino já acumula, em tese, dez filmes. Porém, ele considera os dois ‘Kill Bill’, lançados em 2003 e 2004, como um filme só. E, aliás, um ‘Kill Bill 3’ é uma das possibilidades para fechar a carreira.

A conta passa de dez filmes se consideramos, ainda, ‘Grande Hotel’ (1995), que reúne quatro histórias dirigidas por diferentes cineastas, sendo Tarantino um deles. De todo modo, enquanto ele não escolhe qual será o seu próximo filme, e nem mesmo está decidido se será o último, confira a lista de longas com a assinatura:

‘Cães de Aluguel’ (1992)
‘Pulp Fiction’ (1993)
‘Grande Hotel’ (1995)
‘Jackie Brow’ (1997)
‘Kill Bill – Volume 1’ (2003) e ‘Kill Bill – Volume 2’ (2004)
‘À prova de Morte’ (2007)
‘Bastardos Inglórios’ (2009)
‘Django Livre’ (2012)
‘Os Oito Odiados (2015)
‘Era Uma Vez em… Hollywood’

*Por Breno Pessoa

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*Fonte: olhardigital

Fugindo do óbvio, nado artístico do Brasil tenta vaga nas Olimpíadas ao som de Sepultura

Você já imaginou ver uma apresentação da equipe brasileira de nado artístico ao som de heavy metal? Se não, pode se preparar porque isso vai acontecer.

As atletas titulares Laura Miccuci e Luísa Borges, junto à reserva Maria Bruno, decidiram realizar sua performance no evento pré-olímpico com músicas da aclamada banda brasileira Sepultura.

Sabemos que muitas vezes atletas brasileiros de categorias que envolvem música acabam escolhendo para suas apresentações gêneros mais óbvios como Samba ou Bossa Nova, mas as profissionais de nado artístico deste ano optaram por algo que conseguisse transmitir a força do esporte.

O Globo Esporte promoveu um encontro virtual entre as atletas e os integrantes do Sepultura Andreas Kisser e Paulo Xisto. Durante o bate-papo, Luísa explicou a escolha da banda para a competição que acontecerá em Barcelona, na Espanha, de 10 a 13 de Junho:

A gente fez um estudo do que a gente poderia representar lá fora, o que transmitiria essa energia, essa força, então a gente escolheu o Sepultura por conta disso, porque vocês no palco conseguem transmitir isso, e a gente quer transmitir isso dentro da piscina.

O guitarrista comentou a decisão das meninas e falou sobre a falta de reconhecimento do heavy metal como uma música que representa o Brasil.

É muito legal, porque o heavy metal geralmente não é considerado como uma música representativa do Brasil. Mas o Sepultura sempre foi assim, a gente sempre teve essa vontade e essa possibilidade de representar a música brasileira à nossa maneira.

Nado artístico ao som de Sepultura
As faixas escolhidas pelas nadadoras foram “Ambush” e “Attitude”, do disco Roots (1996) e “Desperate Cry”, de Arise (1991).

Segundo Maria Bruno, as músicas do Sepultura ajudam as atletas principalmente naquele momento em que elas estão um pouco mais cansadas e precisam “dessa explosão”, para finalizar “muito bem” a coreografia.

As garotas revelaram que caso conquistem a vaga nas Olimpíadas de Tóquio, elas irão manter as músicas escolhidas.

Ao final da conversa virtual, Andreas fez questão de convidar as atletas para assistirem a um show do Sepultura qualquer dia. Aceitando o convite, Maria Bruno brincou:

É só montar uma piscina, que a gente dá o nosso show junto com o show de vocês.

Vamos torcer para que brasileiras fiquem com uma das sete vagas do nado artístico e coloquem o som do Sepultura nas alturas em Tóquio!

*Por Lara Teixeira
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Sem educação emocional não adianta saber resolver equações – Alerta um professor

Os jovens com maior domínio de suas emoções têm melhor desempenho acadêmico, maior capacidade de cuidar de si e dos outros, predisposição para superar as adversidades e menor probabilidade de se engajar em comportamentos de risco.

De acordo com Rafael Guerrero, que é um dos poucos professores da Universidade Complutense de Madrid a ensinar seus alunos de Magistério, que serão futuros professores, as técnicas da educação emocional..

Ele o faz voluntariamente porque o programa acadêmico dos mestrados em Educação Infantil e Primária de Bolonha não inclui nenhum assunto com esse nome.

“Muitos dos problemas dos adultos se devem às dificuldades em regular as emoções e isso não é ensinado na escola”, explica Guerrero.

Trata-se de ensinar futuros professores a entender e regular suas próprias emoções para que possam direcionar crianças e adolescentes nessa mesma tarefa.

“Meus alunos me dizem que ninguém lhes ensinou como se regular emocionalmente e que desde jovens, quando tinham que enfrentar um problema, se trancavam em uma sala para chorar, essa era a maneira deles de se acalmar”, diz o professor.

Insegurança, baixa auto-estima e comportamentos compulsivos são algumas das conseqüências da falta de ferramentas para gerenciar emoções.

“Quando atingem a idade adulta, eles têm dificuldade em se adaptar ao ambiente, tanto ao trabalho quanto às relações pessoais. Temos que começar a treinar professores com a capacidade de treinar crianças no domínio de seus pensamentos “.

Sem educação emocional, não serve saber como resolver equações O cérebro precisa ficar animado para aprender

Inteligência emocional é a capacidade de sentir, entender, controlar e modificar o humor de si mesmo e dos outros, de acordo com a definição daqueles que cunharam o termo no início dos anos 90, os psicólogos da Universidade de Yale Peter Salovey e John Mayer.

A inteligência emocional é traduzida em habilidades práticas, como a habilidade de saber o que acontece no corpo e o que sentimos, o controle emocional e o talento para nos motivar, assim como empatia e habilidades sociais.

“Quando pensamos no sistema educacional, acreditamos que o importante é a transmissão de conhecimento de professor para aluno, ao qual ele dedica 90% do tempo. O que há de errado com o equilíbrio emocional? Quem fala disso na escola? ”, Diz Rafael Bisquerra, diretor do Programa de Pós-Graduação em Educação Emocional da UB e pesquisador do GROP.

Os jovens com maior domínio de suas emoções apresentam melhor desempenho acadêmico, maior capacidade de cuidar de si e dos outros, predisposição para superar as adversidades e menor probabilidade de se engajar em comportamentos de risco – como o uso de drogas -, segundo a resultados de diversos estudos publicados pelo GROP.

“A educação emocional é uma inovação educacional que responde às necessidades que os assuntos acadêmicos comuns não cobrem.”

“O desenvolvimento de competências emocionais pode ser mais necessário do que saber como resolver equações de segundo grau “, diz Bisquerra.

Os objetivos da educação emocional, de acordo com as diretrizes de Bisquerra, são adquirir um melhor conhecimento das próprias emoções e dos outros, para prevenir os efeitos nocivos das emoções negativas – o que pode levar a problemas de ansiedade e depressão -, e desenvolver a capacidade de gerar emoções positivas e auto-motivação.

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*Fonte: pensarcomtemporaneo

5 hábitos para quem deseja começar a escrever

Ter uma grande ideia para um livro é só o primeiro passo. Veja como colocar no papel.

Já ouviu a expressão “Há três coisas que todo mundo deve fazer na vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”? Atribuída ao poeta cubano José Marti, ela sempre foi sinônimo de realizar objetivos. Ainda que ter filhos seja algo que nem todos desejam, as outras duas ações são bem mais simples de concretizar. Até mesmo escrever um livro. Engana-se quem pensa que esta é uma tarefa destinada apenas a poucos. Ao contrário, com disciplina e vontade, é possível tirar aquela sua ideia da cabeça e colocar na ponta do lápis. Para isso, Adoro Papel separou cinco hábitos que podem te ajudar na hora de escrever sua história.

1 – Faça um planejamento

Antes de tudo, é preciso se organizar. Mas, calma que não é nada muito complicado.. Montar um planejamento pode ser tão divertido quanto escrever seu livro. Por isso, entender bem como irá fazer todos os passos, como pesquisar, estruturar a história, fazer um rascunho e revisar são passos importantes. Para não se perder e poder manter uma visão geral do estágio de cada um desses passos (e de outros que considerar necessário), estabeleça prazos para cada um e mantenha-os em dia.

2 – Tenha dias e horários certos para escrever

Se você deixar para fazer apenas quando achar que possui um “tempinho livre”, tem chance de não dar certo. Você pode programar duas horas por dia para escrever, por exemplo, e inserir dentro do seu planejamento. Porém, se passar esse tempo olhando para um cursor piscando em uma tela branca, não estará realmente produzindo. Uma ótima maneira de ver seu progresso diariamente é observar quantas palavras você está escrevendo. Estabeleça uma meta, nem que seja pequena, para que sua produção seja efetiva.

3 – Revise depois

Para que o segundo passo seja efetivo, o ideal é que não pense em cada frase vinte vezes se quiser avançar sua escrita. Escreva primeiro e revise depois. Por isso, não edite frase por frase enquanto escreve. Escreva um primeiro rascunho, considerando-o apenas como um rascunho mesmo. Aqui vale avançar na sua história. Com isso, você consegue escrever muito mais antes de começar a avaliar cada palavra que está escrita. Ao deixar a revisão por último, você também precisa avaliar a estrutura de seus parágrafos e seções.

4 – Faça anotações durante sua leitura

Muitas vezes, mexer em uma parte da história pode afetar outras que estão mais pra frente. Por isso, pode ajudar muito você fazer anotações enquanto lê o seu trabalho. O ideal é que você deixe uma lista de todas as mudanças que realizou em um personagem ou no andamento da história e cheque toda vez que pensar em mudar uma parte. Assim, você garante que tudo estará em perfeita continuidade e também que não haja atitudes ou ações em algum personagem que fuja muito de suas características.

5 – Inspire-se, mas não copie

Uma boa maneira de treinar é começar a escrever em estilos diferentes. Para isso, você pode se inspirar em seus autores favoritos. Pense em uma ideia e tente imaginar como esse autor colocaria isso em forma de texto. Além de ser divertido, essa prática fará com que você se acostume a escrever mais rapidamente e em um volume maior. Porém, lembre-se de fazer isso apenas como um exercício. O mais importante é sempre criar sua própria voz e ter um estilo próprio. Isso não significa que não possa se inspirar sempre nos livros e autores que mais gosta.

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*Fonte: adoropapel

Conheça os curtas de animação indicados ao Oscar 2021

Descubra os diferentes estilos dos cinco curtas de animação indicados à 93ª edição dos prémios da Academia de Hollywood

Poucas premiações são tão aguardadas, especuladas e assistidas quanto o Oscar. Embora a maioria dos olhos estejam voltados para as estatuetas mais cobiçadas, como a de Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz, a seleção da Academia também traz obras excelentes nas categorias menos badaladas.

Melhor Curta-Metragem de Animação não é exceção. Nesta 93ª edição dos prémios da Academia de Hollywood, há produções de quatro países na categoria . independentes e de grandes estúdios -, conectadas por uma característica comum: a beleza gráfica a serviço da contação de histórias. Confira!

Burrow, dirigido por Madeline Sharafian

Esta animação 2D da Pixar é parte da série Sparkshots e conta com a colaboração de um brasileiro – o gaúcho Heitor Pereira é quem assina a música.

A história de aproximadamente seis minutos gira em torno de uma coelha que tenta construir a toca dos seus sonhos. Quanto mais cava, porém, mais problemas encontra. No final, ela aprende uma lição preciosa.

Você pode vê-la no Disney+.

Genius Loci, dirigido por Adrien Merigeau

Neste curta da Kazak Productions, Reine, uma jovem solitária, percebe uma entidade que parece viva, como uma espécie de guia. A cada quadro, o diretor Adrien Merigeau pinta uma espécie de aquarela em movimento. O resultado é de encher os olhos.

Não por acaso, a produção recebeu diversos prêmios: Vienna Shorts, Festival Internacional de Hong Kong, Animasivo, entre outros. Para quem não sabe, Genius Loci é um termo latino que significa “espírito do local”.

If Anything Happens I Love You, dirigido por Will McCormack e Michael Govier

Esta animação 2D acompanha o luto de um casal que tenta superar a morte da filha após um tiroteio em sua escola. A estética é minimalista e muitos elementos são apenas esboçados, talvez na intenção de refletir a incompletude dos protagonistas.

Outro aspecto que chama a atenção é a ausência de falas. Há apenas a música de fundo, interrompida pela canção 1950, de King Princess, e pelo som de tiros.

O projeto teve apoio da Everytown for Gun Safety, organização norte-americana sem fins lucrativos que defende o controle e a prevenção à violência armada e pode ser visto na Netflix. Em português, recebeu o título de Se Algo Acontecer… Te Amo.

Opera, dirigido por Erick Oh

Segundo o próprio diretor, o sul-coreano Erick Oh, Opera é uma edição contemporânea e animada dos afrescos renascentistas.

A obra, parte filme, parte instalação, consiste num ciclo de 9 minutos que pode ser reproduzindo infinitamente. Nele, Oh tem a ambiciosa missão de retratar “nossa sociedade e história, repleta de beleza e absurdo”.

Yes-People, dirigido por Gísli Darri Halldórsson

O título original, Já-fólkið, faz referência a única palavra dita por seus personagens: já, o equivalente islandês para “sim”.

Única produção em 3D da categoria, Yes-People mostra a rotina de seis vizinhos e como cada um gasta suas horas de forma diferente. Apesar da premissa simples, rende boas risadas.

São 23 as categorias que irão a concurso na cerimónia que irá decorrer a 25 de abril de 2021, a partir de diversos locais da cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos. Inicialmente, o evento deveria acontecer a 28 de fevereiro, mas acabou por ser adiado por causa da pandemia. Conheça aqui todos os indicados.

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*Fonte: domestika

‘Falta de privacidade mata mais que terrorismo’: alerta professora de Oxford

Em Privacy Is Power, a professora Carissa Véliz fez um levantamento chocante de quantos dados íntimos estamos entregando. Mas ela tem um plano para quem quer se livrar disso.

“Praticamente tudo o que fazemos é espionado e controlado por empresas que, por sua vez, compartilham todas essas informações pessoais entre si e com vários governos.”

Não se trata apenas de venderem os seus dados pessoais, mas do imenso poder de influenciar que isso lhes confere.

“Se você está lendo este livro, provavelmente já sabe que seus dados pessoais estão sendo coletados, armazenados e analisados”, começa Carissa Véliz, em Privacy Is Power. Seu desafio, como escritora e defensora da privacidade, é nos livrar de nossa complacência; para nos persuadir a ver isso não como um sacrifício necessário na era digital, mas uma invasão intolerável. Pelo medo crescente que senti ao ler Privacidade é poder, eu diria que ela teve sucesso.

Antes mesmo de você sair da cama ou desligar o alarme do seu celular, muitas organizações já sabem a que horas você vai acordar, onde dormiu e até com quem.

Desde o momento em que você acorda e verifica seu telefone pela primeira vez, aos profissionais de marketing que inferem seu humor a partir de suas escolhas musicais, ao alto-falante inteligente que compartilha suas conversas privadas ou à televisão que as escuta (a partir dos termos e condições de um Smart TV Samsung : “Esteja ciente de que se suas palavras faladas incluírem informações pessoais ou outras informações confidenciais, essas informações estarão entre os dados capturados”), não há nenhum lugar para se esconder – ou mesmo apenas estar – nesta paisagem infernal hiperconectada. As empresas podem rastreá-lo tanto pelo seu rosto quanto pela sua pegada digital, seus registros médicos podem ser entregues à Big Tech e os anunciantes podem saber de sua separação antes de você.

Esses assuntos são abordados em Privacy is Power (ou Privacidade é poder), o livro que acaba de ser publicado no Reino Unido pela filósofa mexicana-espanhola Carissa Véliz, professora do Instituto de Ética e Inteligência Artificial da Universidade de Oxford.

Em seu livro, Véliz, muitas vezes se volta para a segunda pessoa, habilmente enfatizando seu ponto: é impossível não se imaginar navegando cegamente nesse horror, então você se lembra – você já está nele.

Seus dados podem já estar sendo usados ​​contra você, diz Véliz, com implicações de longo alcance para a confiança, igualdade, justiça e democracia. “Não importa se você acha que não precisa de privacidade”, diz ela. “Sua sociedade precisa de privacidade.”

Nascida no México em uma família espanhola que teve que deixar a Espanha após a Guerra Civil e encontrar refúgio naquele país, Véliz se interessou por privacidade quando começou a investigar a história de seus parentes em arquivos da Espanha.

Em 2013, enquanto pesquisava a história de sua família, ela descobriu alguns detalhes surpreendentes sobre seu falecido avô que ela só poderia supor que ele não queria que ela descobrisse. “Comecei a me perguntar se tinha o direito de saber todas essas coisas que meus avós não me contaram.”

Hoje ela é uma especialista em privacidade e no imenso poder que nossos dados pessoais conferem a empresas e governos.

Preocupado com sua privacidade online? Algumas etapas fáceis que você pode seguir

• Pense duas vezes antes de compartilhar. Antes de postar algo, pense em como isso pode ser usado contra você.

• Respeite a privacidade dos outros. Peça consentimento antes de postar uma foto nas redes sociais. O reconhecimento facial pode identificar você e outras pessoas com ou sem uma etiqueta.

• Não autorize a coleta de seus dados pessoais em sites e aplicativos. Suponha que todas as configurações de produtos e serviços sejam hostis à privacidade por padrão e altere-as.

• Bloqueie cookies em seu navegador, especialmente cookies de rastreamento entre sites.

• Não use o e-mail comercial para fins não relacionados ao trabalho. Procure a criptografia, considere o país no qual o provedor está baseado.

• Pare de usar o Google como seu mecanismo de pesquisa principal. As opções de privacidade incluem DuckDuckGo e Qwan

• Use navegadores diferentes para atividades diferentes. Os navegadores não compartilham cookies entre eles. Brave é um navegador projetado com privacidade em mente. Firefox e Safari, com os complementos apropriados, também são boas opções.

Privacy is Power (ou Privacidade é poder) é um livro fino sobre um assunto vasto e complexo, que se tornou mais poderoso quando Véliz aceitou seus limites. (“O Facebook violou nosso direito à privacidade tantas vezes que uma conta abrangente mereceria um livro em si”, escreve ela.) É altamente legível, mostrando claramente um problema que muitos de nós já perdemos de vista. “Quando as empresas coletam seus dados, não dói, você não sente a ausência, não os vê fisicamente”, diz Véliz. “Temos que aprender porque temos experiências ruins.”

Ela escreve sobre uma espanhola, vítima de roubo de identidade, que passou anos sendo puxada para dentro e para fora de delegacias de polícia e tribunais por crimes cometidos em seu nome. “Minha vida foi arruinada”, diz a mulher, apenas um entre quase 225.000 casos registrados no Reino Unido no ano passado.

No mês passado, um homem de Detroit foi preso por engano com base em um algoritmo de reconhecimento facial. (“Acho que o computador errou”, disse um detetive.) No Japão no ano passado, um homem agrediu sexualmente uma estrela pop, alegando que havia identificado sua localização analisando os reflexos em seus olhos em fotos que ela postou online. E Véliz descreve um cientista de dados em treinamento com a tarefa de investigar um estranho, simplesmente pelo exercício: “Ele acabou estudando a fundo um cara em Virginia , que, ele soube, tinha diabetes e estava tendo um caso. ”

O problema é difícil de administrar mesmo dentro de nossas instituições cívicas, que olham para a tecnologia como resposta para tudo, mesmo quando não é totalmente compreendido (o fiasco do resultado do exame é um exemplo recente). “Quando alguém diz que a IA é ‘vanguarda’, muitas vezes o que está dizendo é: ‘Não testamos o suficiente para saber se funciona’”, diz Véliz. “Não deve ser testado em uma população inteira sem nosso conhecimento, consentimento ou compensação … Estamos sendo tratados como cobaias.”

Privacy is Power foi lançado no momento em que o governo do Reino Unido lançou seu novo aplicativo de rastreamento de contatos. Véliz diz que há poucos indícios de que será eficaz – e certamente não sem o acompanhamento de testes em massa – porque, quando as pessoas forem alertadas de que entraram em contato com um caso confirmado, já terão infectado outros.

“O primeiro aplicativo foi um fiasco total e todos sabiam que seria”, diz Véliz. Resta saber se o segundo é uma melhoria, mas os riscos de privacidade e segurança são uma certeza. Pesquisadores do Imperial College estimam que rastreadores instalados nos telefones de apenas 1% da população de Londres podem ser responsáveis ​​pela localização em tempo real de mais da metade da cidade.

Como a história mostra, é mais fácil para os governos minar as liberdades civis em tempos de convulsão social, e muitos não podem ser confiáveis ​​com as informações que coletam; apenas neste mês, 18.000 pessoas tiveram informações pessoais publicadas online por engano pela Public Health Wales. “É muito caro obter a tecnologia certa e a maioria dos governos não tem dinheiro ou experiência … estamos fornecendo dados muito confidenciais a instituições que não são capazes de mantê-los seguros”, diz Véliz. “Parece que não estamos prontos para esse tipo de poder.”

Mas o uso indevido de nossos dados não é a única ameaça à nossa privacidade. Cooperação entre órgãos públicos e empresas – como o contrato de controle de fronteira concedido à Palantir, a empresa de tecnologia que auxilia o governo Trump na deportação de migrantes dos Estados Unidos; ou o apoio da polícia do Reino Unido para que o Uber receba uma licença em troca de seus dados – deve ser motivo de preocupação constante. “É uma instituição pública de apoio à tecnologia que pode, no geral, ser prejudicial à sociedade”, afirma Véliz.

Um especialista em tecnologia pode ter ficado tentado a se concentrar nos porquês e comos de nossa vigilância estrutural, ao fazê-lo (mesmo inadvertidamente), afirmando a necessidade dela. Enquadrada por um filósofo como uma questão ética, é obviamente intolerável. “Isso não é publicidade: isso me mantém acordada à noite”, diz ela.

Ainda assim, Véliz insiste em que há motivos para ter esperança. “As pessoas não achavam que o GDPR seria possível, achavam que a privacidade estava morta, era uma coisa do passado – e obviamente não é. Estou muito otimista de que este nível de intrusão não é sustentável. ”

O que ela deseja é que mais pessoas exerçam seu arbítrio sobre como seus dados são usados, tanto para se proteger quanto para enviar um extrato maior. Mesmo as maiores empresas de tecnologia dependem da cooperação das pessoas, ela ressalta: “Se buscarmos alternativas amigáveis ​​à privacidade, elas irão prosperar”.

Ela apresenta etapas práticas para retomar o controle, como trocar o Google por mecanismos de pesquisa amigáveis ​​à privacidade, como o DuckDuckGo, gravar sua webcam quando não estiver em uso, pedir permissão às pessoas antes de postar sobre elas online, usando gerenciadores de senha e VPNs para ocultar seu endereço IP e escolher dispositivos “burros” em vez de dispositivos “inteligentes”. (Privacy Is Power me convenceu de que o Amazon Alexa não oferece nenhum benefício suficiente para justificar sua presença sinistra. Verifique a previsão você mesmo.)

“É uma coisa difícil de fazer se você fizer tudo e perfeitamente – mas você não precisa fazer nada para fazer uma grande diferença”, diz Véliz. Embora a regulamentação continue a ser necessária, é revigorante ver soluções práticas para uma situação sobre a qual é difícil não se sentir impotente – bem como um lembrete de que isso continuará a menos que deixemos claro que é inaceitável.

“Devíamos estar indignados. As empresas estão muito preocupadas com o que as pessoas pensam. Se as pessoas tweetarem sobre isso, falarem sobre isso, escolherem produtos melhores, as coisas podem mudar em questão de poucos anos ”, diz Véliz. Pode ser falso, mas um anúncio recente da Apple alardeando a importância da privacidade é a prova de que, pelo menos, eles sabem que o público está preocupado.

O primeiro passo para a revolução pode ser simplesmente tornar-se mais consciente da liberdade com que você entrega seus dados e para quem. Você precisa clicar em “sim” para o pop-up de cookies? Você deveria contar a todo o Twitter onde você está? A sua geladeira realmente precisa estar conectada à internet? Quando questionada sobre seu endereço de e-mail, Véliz costuma dar noneofyourbusiness@privacy.com, “para deixar claro”.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Time-lapse | Demolição de barragem

A demolição da barragem de Condit, no estado americano de Washington, ocorreu em 26 de outubro de 2011. Com quase 100 anos de idade, ela foi destruída a partir da base com 318 kg de dinamite. A drenagem do reservatório levou cerca de duas horas. No vídeo, esse processo é acelerado, mostrando como o rio White Salmon pode fluir livremente mais uma vez.

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*Fonte: hypescience

Pai filma filhos por uma década e o resultado é um vídeo fantástico

Um emocionante e criativo vídeo time-lapse da infância à adolescência.

O fotógrafo e cineasta holandês Frans Hofmeester filmou seus filhos, um casal, uma vez por semana durante dez anos, desde quando eles eram ainda bebês até a adolescência. Sua filha, Lotte, ele filmou até seus 14 anos de idade. Já seu filho Vince foi filmado até seus 11 anos. Ele, então, editou os clipes num fantástico vídeo time-lapse, que mostra a infância de ambos. Confira!

*Por Rejane Borges

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*Fonte: obviousmag

Joe Bonamassa terá história contada no documentário ‘Guitar Man’

Um documentário sobre a trajetória de Joe Bonamassa, um dos grandes guitarristas de blues rock da atualidade, será lançado no próximo dia 8 de dezembro. O filme, chamado ‘Guitar Man’, chega a público por meio da Paramount Home Entertainment.

‘Guitar Man’ focará no trabalho duro e incansável de Joe Bonamassa, um dos guitarristas mais produtivos de seu segmento, desde a juventude até o momento atual.

Em 1989, com apenas 12 anos, Bonamassa foi convidado para abrir 20 shows do rei do blues, B.B. King. A partir daí, sua carreira se desenvolveu – de início, em ritmo mais lento, pois ele precisava concluir os estudos, mas não demorou até que ele se tornasse um músico profissional.

Com 23 anos, em 2000, o guitarrista lançou seu álbum de estreia, ‘A New Day Yesterday’. Desde então, ele lançou dezenas de discos, entre trabalhos de estúdio e ao vivo em carreira solo, parcerias com artistas como Beth Hart e ao lado de bandas como Black Country Communion.

O trailer de ‘Guitar Man’ pode ser assistido a seguir. Não foi informado se o filme terá lançamento específico no Brasil.

*Por Igor Miranda

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*Fonte: guitarload