Consumo de laranja ajuda no combate ao diabetes

Estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) sugere que compostos bioativos existentes na laranja ajudam a modular a taxa de açúcar no sangue, o que pode transformar a fruta em um aliado no combate ao diabetes. Os achados foram divulgados na revista Clinical Nutrition Espen.

A investigação foi conduzida por uma equipe do Centro de Pesquisas de Alimentos da Universidade de São Paulo (Forc), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP).

Participaram 12 voluntários saudáveis, de ambos os sexos, que após uma noite em jejum ingeriram uma refeição rica em gordura e carboidratos, com 1.037 kcal. Eles foram divididos em três grupos: um que bebeu apenas água durante a refeição, outro que tomou suco de laranja e um terceiro que recebeu uma bebida à base de glicose com teor de carboidratos equivalente ao do suco de laranja.

O nível de glicose no sangue dos voluntários foi analisado uma, três e cinco horas após o término do desjejum. Logo na primeira medição, como esperado, os três grupos apresentaram um aumento da glicemia. Curiosamente, os valores de glicemia (taxa de glicose no sangue) e insulinemia (taxa de insulina no sangue) do grupo que tomou suco de laranja não diferiram significativamente daqueles observados no grupo da água em todas as avaliações.

“Se a ingestão de suco de laranja não difere da ingestão de água, podemos concluir que os carboidratos do suco não promoveram aumento significativo da glicemia em nosso modelo experimental, diferentemente do que ocorreu com a bebida à base de glicose”, explica Bruna Jardim Quintanilha, doutoranda em nutrição pela Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e primeira autora do artigo.

Segundo Quintanilha, tal resultado sugere que outros componentes presentes no suco, como fibras e compostos bioativos, podem ter contribuído para conter a elevação da taxa glicêmica.

O passo seguinte foi investigar de que forma o suco de laranja teria ajudado a conter o aumento da glicemia. Para isso, os cientistas coletaram amostras de sangue dos voluntários e analisaram a expressão dos chamados microRNAs, um tipo de RNA que tem a função de regular a expressão dos genes por meio de interações com o RNA mensageiro.

“Notamos que o suco de laranja teve ação em especial sobre o microRNA 375 ou miR-375, que é um biomarcador da função das células beta do pâncreas”, explica Franco Lajolo, professor emérito da FCF-USP e integrante do FoRC.

Como explica o pesquisador, as células beta são muito numerosas no órgão e são responsáveis por sintetizar e secretar a insulina – hormônio que permite a entrada da glicose nas células.

Os resultados indicam, portanto, que o suco de laranja pode ter uma ação benéfica sobre a produção de insulina e, por tabela, sobre a modulação da glicemia.

“Nossos resultados apontam o miR-375 como possível responsável por essa ação, mas é algo que ainda precisa ser confirmado. São necessários, por exemplo, estudos com pacientes diabéticos para entender exatamente como esse mecanismo funciona”, afirma Lajolo.

*O artigo Ingestion of orange juice prevents hyperglycemia and increased plasma miR-375 expression pode ser lido AQUI
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*Fonte: saberesaude

Diabetes: 5 principais sinais de que você pode ter a doença

Doença crônica atinge cerca de 463 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 13 milhões são brasileiras

Causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que ajuda a transformar a glicose em energia a diabetes é uma doença que provoca altos níveis desse açúcar no sangue. Com o tempo, esse excesso de glicose causa danos significativos à saúde do paciente: se não tratada, aumenta o risco de morte por doença cardiovascular, doença renal e câncer. É também uma das principais causas de amputações não traumáticas de pernas e pés, além de cegueira. Em grávidas, há risco de morte fetal.

Para chamar a atenção e simbolizar o combate à doença, que afeta cerca de 463 milhões de pessoas em todo o planeta entre as quais 13 milhões são brasileiros, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 14 de novembro como Dia Mundial do Diabetes. No ano passado, cerca de 4,2 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença e de suas complicações. E, este ano, a pandemia de Covid-19 escancarou ainda mais a vulnerabilidade das pessoas com diabetes: diabéticos têm o dobro de risco de complicações ou mesmo morte por causa da doença.

Existem dois tipos da doença, o tipo 1 é considerado uma doença crônica, não transmissível e hereditária, que representa cerca de 10% do total dos diabéticos e afeta principalmente crianças e adolescentes. Ela ocorre quando as células de defesa do corpo atacam o pâncreas e interferem na produção de insulina.

O tipo mais comum, porém, é o 2, que é quando o corpo não consegue aproveitar totalmente a insulina. Na maioria dos casos, afeta quem tem mais de 40 anos, leva uma vida sedentária, apresenta sobrepeso e tem maus hábitos alimentares. Um dos maiores problemas é que esta é uma doença silenciosa, por isso é importante ficar atento aos primeiros sintomas.
Veja os 5 principais:

Fome constante
Como o organismo está com dificuldade de transformar o açúcar em energia, o corpo passa a pedir mais alimento, daí a sensação de fome constante.

Vontade de fazer xixi várias vezes ao dia
Pelo fato de haver um alto nível de açúcar no sangue, o rim começa a trabalhar mais para tentar equilibrar a situação. Isso resulta em mais idas ao banheiro para expelir todo o excesso de açúcar que não conseguiu ser transformado pela insulina.

Sentir sede com muita frequência
Por ir mais vezes ao banheiro, o paciente desidrata mais rapidamente, por isso a sede.

Perda de peso
Como o corpo deixa de obter energia através da alimentação, ele passa a recorrer às reservas estocadas, como a gordura. O resultado é uma perda de peso repentina e inesperada.

Fraqueza e cansaço
O corpo também passa a ter dificuldades em repor a demanda de energia para realizar atividades cotidianas, o que provoca a sensação de fraqueza e cansaço.

*Por Marilia Marasciulo

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*Fonte: revistagalileu

As melhores frutas quando você tem diabetes

Embora a fruta contenha açúcares que ocorrem naturalmente, ela também é embalada com vitaminas, minerais e fibras valiosas que contêm tantos benefícios à saúde do corpo. Além disso, nem todas as frutas têm o mesmo teor de açúcar: algumas têm mais açúcar do que outras e algumas têm mais fibras que outras, o que ajuda a reduzir o impacto do açúcar nos níveis de glicose no sangue.

Isso torna as frutas muito melhores do que os alimentos processados ​​ou adoçantes artificiais para refrear um dente doce. Portanto, se você está vivendo com diabetes ou quer reduzir a ingestão total de açúcar, aqui está um guia para escolher as melhores frutas para sua dieta:

Frutas para comer frequentemente:

• Frutas vermelhas – Quase todas as bagas têm pontuação baixa na escala do índice glicêmico, o que significa que elas têm um impacto menor nos açúcares do sangue do que em outras opções de frutas. Bagas também são carregadas com vitaminas e antioxidantes. Adicione frutas ao iogurte, farinha de aveia ou misture com um smoothie repleto de proteínas. (Arandos, amora, framboesa, morango, cereja, etc)

• Frutas cítricas – Frutas como toranja e laranjas são ricas em fibras, o que ajuda a manter os níveis constantes de açúcar no sangue. Eles também são embalados com vitamina C, o que ajuda a impulsionar seu sistema imunológico.

• Peras – Uma pera de tamanho médio fornece 6 gramas de fibra – cerca de 24% da quantidade diária recomendada para mulheres com menos de 50 anos. Elas também são um ótimo lanche portátil quando você está em trânsito.

• Maçãs – Essa é outra ótima opção rica em fibras que combina bem com alimentos ricos em proteínas, como nozes, manteiga de amendoim e queijo. Maçãs também são conhecidas por ajudar a alimentar bactérias intestinais saudáveis também.

• Frutas com caroço – Frutas como nectarinas, ameixas e pêssegos geralmente apresentam baixo índice glicêmico quando consumidas frescas. Limite as variedades secas, o que aumenta substancialmente sua carga glicêmica.

• Uvas – Muitas pessoas pensam que precisam evitar as uvas porque são muito doces. No entanto, as uvas também são uma ótima fonte de fibras e vitamina B-6, o que ajuda a apoiar o humor das funções cerebrais. Uma porção de cerca de 15 uvas é tudo o que você precisa para obter esses benefícios à saúde sem exagerar nos carboidratos.

Frutas para comer conscientemente:

Como você pode ver na lista acima, há muitas frutas para escolher que podem ser incorporadas às refeições diariamente. No entanto, ainda existem muitas outras frutas para incluir em sua dieta que podem ter uma carga glicêmica mais alta (ou seja, maior impacto na glicose no sangue), mas ainda hospedam uma abundância de ótimos nutrientes. Algumas dessas frutas incluem:

• Bananas

• Abacaxi

• Manga

• Frutas secas

Você não precisa eliminar completamente esses alimentos da sua dieta para manter níveis saudáveis de glicose no sangue. De fato, a inclusão de uma variedade de frutas em sua dieta permitirá que você obtenha uma gama maior de nutrientes, em vez de apenas comer alguns tipos de frutas.

Como com qualquer fruta, o tamanho das porções e a combinação de alimentos podem ser muito importantes. Sempre mantenha uma porção de frutas por refeição para evitar o consumo excessivo de carboidratos. Isso significa também estar atento a outras fontes de carboidratos em sua refeição. Por exemplo, comer um café da manhã com torradas simples, banana e um copo de suco de frutas é uma maneira infalível de aumentar a glicose no sangue devido às quantidades cumulativas de carboidratos em cada um desses alimentos.

Em vez disso, você pode optar por um iogurte grego simples e de alta proteína com uma porção de abacaxi fatiado ou um smoothie de proteína com manga fresca. Embora o abacaxi e a manga sejam mais altos no índice glicêmico e contenham mais carboidratos por porção do que outras variedades de frutas, a proteína do iogurte grego ou do pó de proteína pode ajudar a equilibrar o impacto do açúcar na corrente sanguínea.

Uma tendência alimentar a ser extremamente cauteloso é o suco. Embora os sucos de frutas geralmente contenham grandes quantidades de vitaminas, minerais e antioxidantes, o processo de sumo elimina completamente a valiosa fibra alimentar desses alimentos, tornando-o mais vulnerável a picos de açúcar no sangue. Também é preciso bastante frutas para produzir uma xícara de suco.

Portanto, enquanto comer uma laranja inteira pode ter um impacto mínimo no açúcar no sangue, beber um copo de suco de laranja feito de várias laranjas pode ter um efeito muito diferente. Se você gosta de suco, tente uma combinação de suco de frutas e vegetais com coisas como maçã, couve, espinafre, pepino, salsa e / ou beterraba. Lembre-se do tamanho da porção – apenas meia xícara de suco é considerada uma porção. Você também pode tentar emparelhar seu suco com uma fonte de proteína ou gordura saudável, como um ovo cozido ou um punhado de nozes, para ajudar a diminuir o impacto no açúcar no sangue.

Obviamente, a melhor maneira de medir o impacto de qualquer fruta na glicose no sangue é verificar seu próprio açúcar no sangue com um glicosímetro após lanches e refeições. Essa ainda é a maneira mais individualizada de garantir que os alimentos que você come sejam os melhores para sua saúde e seu corpo.

*Por Anna Panzarella / Nutricionista dietista

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*Fonte: revistasaberesaude

Água mineral pode causar diabetes, afirma estudo

O arsênico, um veneno de ocorrência natural, potencialmente cancerígeno e encontrado em águas subterrâneas, foi fortemente associado às Diabetes, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, e publicado no periódico Journal of the American Medical Association.

Considerado inodoro, insípido, incolor e facilmente solúvel em água e vinho, o arsênico é um veneno muito temido. Grandes doses são capazes de matar uma pessoa, enquanto pequenas quantidades podem gradualmente adoecê-la, de acordo com informações da Reuters. Segundo a Dr.ª Ana Navas-Acien, que liderou o estudo, foram encontradas associações “relativamente fortes” entre os níveis de arsênico comumente encontrados na urina de pessoas com diabetes do tipo 2 em um experimento realizado com adultos norte-americanos.

De acordo com ela, parece não haver níveis considerados seguros do veneno.

“Globalmente falando, este é um grande problema”, disse em entrevista à agência de notícias. “À medida que a água se torna um recurso escasso, precisamos de fontes adicionais”. O estudo ainda apontou que o arsênico aumenta os riscos de câncer na bexiga, pulmões, rins, pele, e, possivelmente, próstata.

Cerca de 20% dos 800 participantes entrevistados apresentaram altos níveis de arsênico no corpo – cerca de 16,5 microgramas por litro de urina. Esses tinham 3,6 mais chances de desenvolverem diabetes de início tardio do que os restantes, que apresentaram 3 microgramas por litro. Ainda, os níveis do veneno eram 26% maiores em pessoas com Diabetes do tipo 2 do que as não tinham a doença.

Nos EUA, o limite estabelecido de arsênico na água potável é de 10 microgramas por litro, o que é excedido por pessoas em regiões rurais, que costumam consumir água retiradas de poços artesianos.

O veneno pode se acumular no corpo e arruinar a capacidade do organismo de produzir insulina, que por sua vez é vital para conversão do açúcar no sangue (glicose) em energia. Normalmente, a insulina se liga às células através de receptores e sinalizam para que a glicose participe do processo. No entanto, o arsênico entra na célula e de alguma forma bloqueia essa atividade.

Segundo Navas-Acien, é difícil discernir as formas prejudiciais e benignas do arsênico, embora exames laboratoriais mais específicos permitam que cientistas detectem vestígios que podem representar riscos para a saúde.

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*Fonte: jornalciencia