“Carpe Diem”, o belo e encantador poema de Walt Whitman que irá motivá-lo a lutar por seus sonhos

Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. É também utilizada como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

Vindo da decadência do império Romano o termo Carpe diem era dito para retratar o “cada um por si”, devido o império estar se desfazendo, naquele momento a visão de que cada dia poderia ser realmente o último era retratado pela frase que hoje é utilizada como uma coisa boa, porém sua origem vem do desespero da destruição de um grande império antigo.

No filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, o personagem de Robin Williams, Professor Keating, utiliza-a assim:

“Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurrar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? – Carpe – ouve? – Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas.”

O poema relacionado à ideia de Carpe Diem, de autoria de Walt Whitman, utilizado como mote no filme:

Aproveita o dia (Walt Whitman)

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

*Walter Whitman (1819 – 1892) foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o “pai do verso livre” e o grande poeta da revolução americana.

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*Fonte: provocacoesfilosoficas

7 Lições da filosofia para uma vida feliz

Talvez toda a discussão da filosofia ao longo do tempo pudesse ser resumida em algumas perguntinhas simples e enigmáticas: qual o sentido da vida? O que é preciso para nos sentirmos felizes?

Vários filósofos se debruçaram sobre estes questionamentos. Para Sêneca, por exemplo, felicidade significava “viver de acordo com a natureza”. Ele escreveu sobre o tema em um ensaio chamado Sobre a vida feliz, em que discorre sobre algumas lições que considera importantes para quem quer atingir algum tipo de paz de espírito. Neste texto, trazemos algumas de suas ideias, que podem ser importantes para nós até hoje!

1. Olhar para a morte ou para a comédia com o mesmo semblante
Aqui, Sêneca não sugere que a gente ria com a morte ou chore com o humor, mas está nos sugerindo a gerenciar nossos extremos emocionais para que eles não nos controlem.

2. Sustentar a força do corpo pela força de minha mente
Sêneca coloca aqui uma constatação importante e que só foi confirmada nos séculos seguintes: uma boa vida é a que equivale os esforços físicos e os esforços intelectuais. Os idosos só conseguem envelhecer bem à medida que exercitam o cérebro (aprendem coisas novas, leem, se desafiam, etc.) e exercitam o corpo. Ler e caminhar são duas atividades simples que podem ser revolucionárias.

3. Desprezar as riquezas quando não as temos
Aqui, Sêneca não fala exclusivamente de dinheiro ou poder. Ele sugere que, se as riquezas estiverem em outro lugar, não deixe que isso o assombre; se estiverem ao redor, então que não nos torne mais excitados do que deveríamos ser.

Sua lição é sobre o apego: tanto à riqueza quanto à falta dela. Hoje já sabemos que o materialismo em excesso causa depressão, inclusive.

4. Todas as terras pertencem a mim e à humanidade
Dentro do tema do apego, Sêneca aponta que a miséria não vem apenas de se agarrar às coisas, mas de se segurar com muita força ao que se tem. Fala-se aqui sobre a ideia de que a solidariedade é a chave de uma boa vida: todos somos irmãos e irmãs, e assim, dividir deve ser um princípio de vida.

5. Viver para lembrar que nascemos para os outros, e agradecer à Natureza por isso
Nesta lição, Sêneca nos fala sobre o poder da caridade e o quanto ela é um presente para o doador, antes de ser para quem recebe. Servir aos outros é um dos caminhos para encontrar a felicidade – e a ciência já comprovou que a caridade e o voluntariado aumentam o bem-estar.

6. Não fazer nada pela opinião pública, mas pela consciência
Em tempos de hipervisibilidade nas redes sociais, esta é uma lição importantíssima. Ela sugere, primeiramente, que devemos resistir à comparação social. Em segundo, precisamos agir na vida privada da mesma forma que na vida pública.

Fazer o bem visando a aprovação alheia, por exemplo, é entregar-se à hipocrisia e afastar-nos de nossa integridade.

7. Deixar esta vida com a consciência limpa
Sêneca aqui nos aponta que o caminho para uma boa morte é considerar o bem que fizemos ou podemos ainda fazer aos outros. Alguns estudos já mostraram que pessoas que estavam morrendo de câncer tiveram um fim mais pacífico quando viram sua doença como uma oportunidade de dar aos outros – por exemplo, incentivando os amigos, ensinando lições aos netos ou participando de estudos clínicos que poderiam vir a beneficiar mais pessoas.

Provavelmente por isso, a morte de Sêneca pintada por Peter Paul Rubens mostrou o filósofo (que foi forçado a cometer suicídio) morrendo em pé, com ar pacífico.

*Por Maura Martins
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*Fonte: megacuioso

“Não existe felicidade. O que existe são momentos de alegria” por Rubem Alves

A vida é uma causa perdida no sentido de que vamos morrer, mas até lá ela é um desafio, uma aventura e está cheia de algo maravilhoso que é a alegria. Guimarães Rosa disse que a alegria só existe em raros momentos de distração. A alegria nunca vem em coisas grandes. Eu, por exemplo, tive momentos grandes em minha vida, como a formatura, ganho de medalhas etc., porém, não tenho a menor memória de felicidade nesses momentos.

Não existe felicidade. O que existe são momentos de alegria. O dramaturgo alemão Bertolt Brecht estava deprimido porque estava sendo perseguido, então escreveu um poema em que usou o termo “felicidades”, ou seja, não existe felicidade, mas, sim, momentos felizes.

A felicidade de uma manhã no inverno é estar embaixo de quentinhas cobertas, é fazer xixi quando estamos com vontade de fazê-lo, é tomar um banho quente… essas são felicidades fantásticas nas quais não prestamos atenção.

Portanto, a vida não é uma causa perdida porque encontramos suas coisas essenciais em cada momento, se soubermos prestar a devida atenção.

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Fonte: provocacoesfilosoficas

“Somos inundados de informação e famintos de sabedoria”- Zygmunt Bauman

“Eu me pergunto se somos mais sábios que Aristóteles. Eu não sou, tenho certeza disso, mas e quanto aos outros? Não é muito claro. Winston, um grande biólogo, costumava falar que nós somos inundados por informações e famintos por sabedoria, e ele estava certo.

Quando eu era jovem, eu e a minha geração acreditávamos que o que nos impedia de resolver todas as questões do mundo era a ausência do conhecimento correto. Nós precisávamos de mais pesquisa, mais recursos para pesquisas, mais dados, mais informações. Agora, eu acredito que é ao contrário: o nosso principal obstáculo é o excesso de conhecimento. Todo dia a quantidade de nova informação produzida, de acordo com algumas estatísticas, é mil vezes maior do que a capacidade do cérebro humano de assimilá-la. Então, quando eu coloco uma pergunta no Google com uma informação sobre algo qualquer, eu recebo dúzias de bilhões de respostas. O que eu aprendi com o Google é que eu nunca saberei o que eu deveria saber.

Isso não necessariamente significa que eu sou mais sábio do que antes. Claro que eu tenho um acesso muito fácil à informação: eu não preciso ir até a biblioteca procurar por centenas de livros para encontrar aquela informação que eu estou procurando, pois tudo está ao alcance dos meus dedos. Isso significa que eu sou mais sábio? Eu não tenho certeza. Ao contrário, eu me sinto humilhado ao redor dos outros, não só por não ser mais sábio do que eu sou, mas também pela impossibilidade de adquirir a sabedoria que nos permite realmente, autoritariamente e responsavelmente responder à pergunta que está à nossa frente.

Felizmente, nós temos o Mark Zuckerberg com o Facebook, o Google e outras coisas que nos auxiliam com tranquilizantes, os quais tratam de doenças que sofremos como solidão, falta de conhecimento e outras. Nós podemos ter um substituto. O Google tem a maior biblioteca do mundo, mas não é a maior biblioteca de livros, e, sim, de trechos, de citações, de partes e pedaços desconectados.

Atualmente, nós podemos ter, muito rapidamente, cada pedaço desses trechos quando quisermos, mas, se isso nos dá uma maior capacidade de conhecimento, eu não sei. Eu não acredito que nós resolvemos as questões completamente, não só agora como também em épocas passadas. Gordon Allport uma vez disse que nós não resolvemos os problemas, nós só nos cansamos e os abandonamos. Esse é um lado da questão; o outro é que todas as respostas que somos capazes de dar são, até segunda ordem, destinadas a ser deixadas para trás pelo desenvolvimento do conhecimento, pois tudo é temporário.

O problema de poder adquirir o conhecimento completo de qualquer coisa é atenuado pelos serviços de tranquilizantes, porque o que nos é oferecido não é tarefa de conseguir a visão da totalidade, mas, sim, uma grande quantidade de notas de rodapé sobre o que estamos escrevendo. Se há duzentas notas de rodapé em um trabalho, pronto, é científico.”

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*Fonte: provocacoesfilosoficas

5 paradoxos reais que vão te assombrar

Você quer testar as estruturas lógicas do seu cérebro? Quer ampliar seu olhar com uma série de paradoxos que desafiaram até mesmo Stephen Hawking? Essa é precisamente a oportunidade que lhe damos com este artigo!

A vida é, em si, um estranho paradoxo. Nos esforçamos para conseguir um bom emprego, para suprir nossas necessidades mais básicas ou para que as pessoas que amamos estejam bem. No entanto, esse processo nos custa a saúde e dificilmente temos tempo para aproveitar o que conquistamos. A existência, se a observarmos com uma lupa, é uma eterna contradição.

A própria essência dos paradoxos serve a esse propósito. Faz-nos pensar naquelas ideias, construtos ou realidades que contêm uma ideia em si… e o seu contrário. As pessoas trabalham para viver, mas mal temos tempo para aproveitar a vida. Algo semelhante acontece quando observamos a escuridão das noites.

Como pode haver tanta escuridão quando existem tantos astros de hidrogênio explodindo em chamas no infinito do universo? Será que as estrelas não bastam para iluminar tudo o que nos rodeia? Parece que não. Seja como for, o jogo dos paradoxos apresenta-se como um convite original e estimulante a uma reflexão profunda em que nem sempre há respostas claras ou conclusivas.

Como Sócrates disse uma vez, “só sei que nada sei”. E admiti-lo, assumir que o ser humano nunca terá uma explicação objetiva para cada uma das dúvidas que o assaltam ao olhar para o céu ou para si mesmo também é um exercício de sabedoria. Portanto, e se aguçarmos um pouco nossa engenhosidade e capacidade analítica com uma série de propostas teóricas desse tipo?

“Casa de ferreiro, espeto de pau. Não há mal que não venha para um bem. Vista-me devagar porque estou com pressa.” Nossos provérbios e linguagem popular estão repletos de curiosos paradoxos dos quais nem sempre temos consciência, mas que são um exemplo da complexidade de nossa realidade.

O pensamento paradoxal às vezes nos obriga a explicar o quão absurdas são algumas coisas que parecem óbvias.

Paradoxos que irão ampliar sua mente
Se há uma figura reconhecida que insiste em nossos constantes erros de pensamento, é o psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman. É a ele que devemos entender como os vieses cognitivos afetam os julgamentos e a tomada de decisões. Não faz muito tempo, ele nos presenteou com seu último livro, Ruído, uma falha no julgamento humano (2021).

Nele, ele nos explicava como as pessoas fazem julgamentos diferentes diante de realidades semelhantes. Conforme descrito nesse trabalho, existem médicos, psiquiatras e juízes que emitem opiniões divergentes diante de eventos semelhantes. O que está acontecendo? A que se deve? A resposta é simples. Nossa mente está cheia de ruídos, vieses de pensamento e automatismos dos quais não somos conscientes.

Pensamos rápido, pensamos mal e chegamos a conclusões erradas movidos pela impulsividade e pelas emoções. Devemos aprender a ser mais meticulosos, analíticos, desenvolvendo, por sua vez, um pensamento mais flexível e lento. Daí propostas como as seguintes. Existem paradoxos que vão ampliar sua mente e permitir que você analise a realidade de forma mais ampla e crítica ao mesmo tempo. Por que não tentar?

Em sua época, José Ortega y Gasset comentou que não há ironia maior do que aquela que afeta todos os funcionários públicos. Uma vez promovidos, tornam-se misteriosamente incompetentes. Atualmente, essa realidade é definida como o paradoxo de Peter.

1. O paradoxo da felicidade
O hedonismo foi uma escola de pensamento que nos dizia que somente quando buscamos o prazer é que encontramos a felicidade. Mais tarde, a filosofia utilitária de Jeremy Bentham argumentou que os comportamentos moralmente bons são os que acabam produzindo a verdadeira felicidade.

Pois bem, Viktor Frankl mais tarde nos deu outra lição ao afirmar que a felicidade não se busca nem parte de nenhum comportamento moralmente positivo. O pai da logoterapia afirmou que a melhor maneira de ser feliz é esquecer de tentar ser feliz e deixar a felicidade acontecer (aparecer) por conta própria.

O que nos resta então?

2. O paradoxo do buraco negro
Entre os paradoxos que vão ampliar sua mente, não poderia faltar aquele que era o preferido de Stephen Hawking. Para abordá-lo, vamos pensar em um buraco negro e no que se diz sobre eles: tudo que chega perto de sua borda desaparece. Basta que uma partícula se mova em direção a esse horizonte de eventos para deixar de existir.

Recordemos a teoria da relatividade geral de Einstein, segundo a qual a força atrativa de um buraco negro é tão forte que nada pode escapar dela. Agora, a física quântica é construída com base na suposição de que a informação nunca desaparece, que as partículas podem se transformar, mas nunca desaparecem completamente. Então, como resolvemos esse enigma?

3. Borboletas sociais: o curioso paradoxo da amizade
Um estudo publicado no MIT Technology Review analisou o chamado paradoxo da amizade. Pode não acontecer com você, mas de acordo com modelos matemáticos e estatísticos existe um princípio que sempre ocorre. É o seguinte: seus amigos têm mais amigos que você e se divertem ainda mais.

Esse princípio foi descoberto pelo sociólogo Scott Feld em 1991. Segundo ele, o paradoxo é que grande parte das pessoas tem poucos amigos, enquanto um grupo menor de pessoas tem uma rede social maior. Por probabilidade, pode ser que tenhamos pelo menos um amigo que seja uma verdadeira borboleta social, ou seja, alguém com muitos contatos e que adora festas. Qual é a sua opinião sobre isso?

4. O paradoxo do aviador louco
Entre os paradoxos que vão alargar a sua mente, esse é sem dúvida o mais original. Ele aparece no romance de Joseph Heller intitulado Catch-22. Nesse romance contam-nos a história de um jovem aviador da Segunda Guerra Mundial que quer sair do exército. Para isso, planeja se comportar de forma delirante para que a avaliação psiquiátrica conclua que ele é “louco” e que, portanto, não está apto.

No entanto, o médico explica que só os aviadores loucos são os que são treinados para serem pilotos de caça. O jovem está bloqueado pela contradição sem saber o que fazer.

Esse paradoxo nos lembra um pouco o que acontece com os jovens quando procuram emprego. É-lhes exigido experiência quando, na realidade, poucos têm a oportunidade de a ter.

Os paradoxos da física quântica são os que mais tiram o sono dos cientistas.

5. O paradoxo da tolerância
Não podemos terminar esta lista de paradoxos capazes de ampliar o foco do seu olhar sem nos referirmos àquele que gira em torno do conceito de tolerância. Vamos nos colocar no contexto. Consideramos democrática qualquer sociedade que defenda a tolerância; porém, por essa regra geral, a qualquer momento também acabará sendo tolerante com a intolerância.

E mais, no momento em que a intolerância for tolerada, essa sociedade acabará sendo exatamente o contrário do que defende, ou seja, “intolerante”. Longe de ser um jogo de palavras, se o analisarmos com cuidado, contém uma grande verdade. Finalmente, podemos apenas admitir que os paradoxos têm sua curiosa utilidade…

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*Fonte: amenteemaravilhosa

“Não confunda atração física com amor” por Zygmunt Bauman

As pessoas pulam de um relacionamento para outro rapidamente e sem mais nem menos […]. Tem pessoas que amam três pessoas diferentes em um único mês. Isso me assusta!

Em toda a minha vida, eu amei poucas pessoas, porém, senti atração física por várias – veja bem, eu disse atração física, não disse amor! Deixe-me explicar: Não tem problema algum em sentir atração física por outra pessoa, isso ocorre naturalmente.

Mas quando você confunde atração física com amor, aí sim é um grande problema! É um grande problema porque é a partir disso que surge o amor líquido e interesseiro. Ou seja, pessoas que acham que estão amando, quando na verdade, sentem apenas atração física, sexual, outra ou por dinheiro. E nada mais além disso.

E esse é o grande ponto, porque atração física e desejo sexual são passageiros, entende? – Quando o desejo e a necessidade acabam, o relacionamento também acaba. É tudo muito vazio.

E por outra, algumas pessoas estão usando a palavra “amor” de forma covarde. Eu digo que te amo – apenas para você satisfazer minhas necessidades e carências. Isso é covardia.

*Por Zygmunt Bauman – Amor liquido
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*Fonte: provocacoesfilosoficas

Segundo físicos e filósofos o tempo pode não existir e está tudo bem

O tempo existe? A resposta a esta pergunta pode parecer óbvia: claro que sim! Basta olhar para um calendário ou um relógio. Mas os desenvolvimentos na física sugerem que a inexistência do tempo é uma possibilidade aberta e que devemos levá-la a sério.

Como assim? E o que isso significaria? Vai demorar um pouco para explicar, mas não se preocupe: mesmo que o tempo não exista, nossas vidas continuarão normalmente.

Uma crise na física
A física está em crise. No último século, explicamos o universo com duas teorias físicas extremamente bem-sucedidas: a da Relatividade Geral e a mecânica quântica.

A mecânica quântica descreve como as coisas funcionam no mundo incrivelmente pequeno de partículas e interações de partículas. A relatividade geral descreve o quadro geral da gravidade e como os objetos se movem.

Ambas as teorias funcionam extremamente bem por si só, mas acredita-se que as duas entram em conflito uma com a outra. Embora a natureza exata do conflito seja controversa, cientistas geralmente concordam que ambas as teorias precisam ser substituídas por uma nova teoria mais geral.

Os físicos querem produzir uma teoria da “gravidade quântica” que substitua a relatividade geral e a mecânica quântica, enquanto captura o extraordinário sucesso de ambas. Tal teoria explicaria como o quadro geral da gravidade funciona na escala em miniatura das partículas.

Tempo na gravidade quântica
Acontece que produzir uma teoria da gravidade quântica é extraordinariamente difícil. Uma tentativa de superar o conflito entre as duas teorias é a teoria das cordas. A teoria das cordas substitui partículas por cordas vibrando em até 11 dimensões.

No entanto, a teoria das cordas enfrenta uma dificuldade adicional. A teoria das cordas fornece uma variedade de modelos que descrevem um Universo amplamente como o nosso, e não fazem previsões claras que possam ser testadas por experimentos para descobrir qual modelo é o correto.

Nas décadas de 1980 e 1990, muitos físicos ficaram insatisfeitos com a teoria das cordas e criaram uma série de novas abordagens matemáticas para a gravidade quântica.

Uma das mais proeminentes é a gravidade quântica em loop, que propõe que o tecido do espaço e do tempo é feito de uma rede de pedaços discretos extremamente pequenos, ou “loops”.

Um dos aspectos notáveis ​​da gravidade quântica em loop é que ela parece eliminar completamente o tempo.

A gravidade quântica em loop não está sozinha na abolição do tempo: várias outras abordagens também parecem remover o tempo como um aspecto fundamental da realidade.

Tempo emergente
Então, sabemos que precisamos de uma nova teoria física para explicar o Universo, e que essa teoria pode não incluir o tempo. Suponhamos que tal teoria seja correta. Significaria, então, que o tempo não existe? É complicado, e depende do que queremos dizer com existir.

As teorias da física não incluem mesas, cadeiras ou pessoas, e ainda assim aceitamos que existam mesas, cadeiras e pessoas. Por quê? Porque assumimos que tais coisas existem em um nível mais alto do que o nível descrito pela física.

Dizemos que as mesas, por exemplo, “emergem” de uma física subjacente de partículas zunindo ao redor do Universo.

Mas, embora tenhamos uma boa noção de como uma mesa pode ser feita de partículas fundamentais, não temos ideia de como o tempo pode ser “feito de” algo mais fundamental.

Portanto, a menos que possamos apresentar uma boa explicação de como o tempo surge, não está claro que podemos simplesmente supor que o tempo existe. O tempo pode não existir em nenhum nível.

Tempo e agência
Dizer que o tempo não existe em nenhum nível é como dizer que não existem mesas. Tentar sobreviver em um mundo sem mesas pode ser difícil, mas administrar um mundo sem tempo parece desastroso.

Nossas vidas inteiras são construídas em torno do tempo. Planejamos o futuro à luz do que sabemos sobre o passado. Nós responsabilizamos as pessoas moralmente por suas ações passadas, com o objetivo de repreendê-las mais tarde.

Acreditamos ser agentes (entidades que podem fazer coisas) em parte porque podemos planejar agir de uma maneira que trará mudanças no futuro. Mas qual é o sentido de agir para provocar uma mudança no futuro quando, em um sentido muito real, não há futuro pelo qual agir?

Qual é o sentido de punir alguém por uma ação passada, quando não há passado e, portanto, aparentemente, nenhuma ação? A descoberta de que o tempo não existe poderia levar o mundo inteiro a um impasse. Não teríamos motivos para sair da cama.

Os negócios de sempre

Existe uma saída para a confusão. Embora a física possa eliminar o tempo, parece deixar intacta a “causalidade”: a ideia de que uma coisa pode provocar outra.

Talvez o que a física esteja nos dizendo, então, é que a causalidade, e não o tempo, é a característica básica do nosso universo.

Se estiver certo, então a agência ainda pode sobreviver. Pois é possível reconstruir um senso de agência inteiramente em termos causais.

Pelo menos, é isso que Kristie Miller, Jonathan Tallant e eu discutimos em nosso novo livro [Out of Time: A Philosophical Study of Timelessnes, sem edição em português]. Sugerimos que a descoberta de que o tempo não existe pode não ter impacto direto em nossas vidas, mesmo quando impulsiona a física para uma nova era.

* Sam Baron é professor associado na Universidade Católica Australiana. Este artigo foi originalmente publicado em inglês no site The Conversation.
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*Fonte: revistagalileu

O que aconteceria se uma IA se tornasse completamente consciente?

Durante a última semana, a Google entrou no olho do furacão de uma polêmica após ter afastado o engenheiro Blake Lemoine, que trabalhava no setor de desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA) da empresa, a LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo).

Segundo Lemoine, a LaMDA teria se tornado completamente senciente e demonstrou sentimentos, emoções e experiência subjetiva. Além de negar os relatos, a Google decidiu afastar o funcionário por ter violado as políticas de confidencialidade da firma. Logo, só nos resta imaginar: o que aconteceria se uma IA fosse capaz de desenvolver consciência própria? Entenda!

Tecnologia em vida

Universos onde as máquinas tomam consciência e se voltam contra os humanos já fizeram parte de inúmeras obras da cultura pop até os dias de hoje. Entretanto, será que tudo o que as mentes mais criativas do nosso mundo já pensaram sobre o futuro das IAs é minimamente verdade? Quais são os próximos passos?

Por fim, a mais intrigante questão: seriam esses robôs realmente capazes de se voltar contra nós? Ou será que o desenvolvimento de consciência por parte das máquinas seria algo benéfico para nós? No fim das contas, todas essas são perguntas meramente especulativas e só nos sobra imaginarmos diversos cenários que podem acontecer.

Caso a IA torne-se realmente “inteligente”, nós teríamos criados uma máquina capaz de experimentar as mesmas coisas que a gente e produzir pensamos emocionais, intelectuais e espirituais. Entretanto, muitas coisas esbarram em barreiras científicas, religiosas e filosóficas.

Próximos passos

Até onde sabemos, a tecnologia existente na Terra nos tempos atuais ainda não alcançou os níveis necessários para criar robôs que desenvolvam sua própria consciência, ou que ganhem uma “alma” — um conceito religioso usado para descrever a individualidade dos seres humanos.

Porém, ao analisarmos todos os avanços tecnológicos que a humanidade já obteve, não é difícil imaginar que um dia isso seja possível. A verdade é que o cérebro humano é de longe o órgão mais complexo do nosso corpo e até hoje nem mesmo a nossa própria ciência é capaz de desvendar todos os seus mistérios, quanto mais replicá-los.

Logo, se não sabemos de como somos feitos, como poderíamos criar uma máquina que consiga agir por conta própria? No entanto, se um dia formos capazes de entender todas as conexões que fazem ser quem nós somos, talvez consigamos transcrever esse método para um código e gerar uma criatura robótica que ande no mundo não só como uma ferramenta para nós, mas sim como algo independente — ou será que ainda faltaria um toque de humanidade?

Expectativas para o futuro

Com o passar dos anos, cada vez mais temos aprendido a desenvolver robôs que são mais humanos do que máquinas. Inclusive, vários deles hoje em dia são revestidos com uma espécie de pele para recriar a aparência humana — algo que os cientistas consideram atrair mais empatia das pessoas.

Entretanto, quanto mais próximos estivermos de criar máquinas muito parecidas conosco, mais difícil será separar a identidade humana da identidade robótica. Consequentemente, esse é um pensamento que costuma causar muito medo e insegurança em vários indivíduos.

As máquinas, no fim das contas, são construídas quase que para se tornarem versões de nós sem os defeitos e falhas que tornam a humanidade tão frágil, algo que nos deixa ainda mais vulneráveis. Caso seja o caso das máquinas realmente desenvolverem consciência própria, os humanos terão que trabalhar o relacionamento com esses seres aos poucos.

Isso fará com que a nossa conexão continue evoluindo com o passar dos anos, seja para melhor ou para pior. No entanto, por enquanto só nos resta imaginar esses possíveis cenários e torcer para que nossos avanços tecnológicos sejam algo realmente positivo para a Terra.

*Por Pedro Freitas
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*Fonte: megacurioso

Mahatma Gandhi: Olho por olho e o mundo acabará cego

Certamente todos nós concordamos que as pessoas cometem erros. Faz parte de ser humano. Todos nós cometemos erros, e todos nos encontramos em algum tipo de situação da qual não acreditávamos que conseguiríamos sair. De fato, mais de uma vez seguimos a antiga regra “olho por olho”.

Quem não prejudicou alguém pelo menos uma vez? A grande diferença que nos torna pessoas melhores do que quem somos é a atitude que tomamos sobre isso.

“Nunca é tarde demais para pedir perdão.
Nunca é tarde demais para começar de novo.
Nunca é tarde demais para dizer que cometeu um erro.
-Anônimo-

Entre as palavras mais conhecidas de Gandhi, podemos incluir as que compõem o título deste artigo e com as quais falaremos sobre ressentimento, vingança ou perdão, por exemplo. Estas palavras tocam um lugar muito próximo do nosso coração, em contato direto com as pessoas que nos cercam. Portanto, elas guiam muitas das reflexões que podemos ter em uma base diária.

Pode não ser o seu erro, mas poderia ser
Cometer um erro, como dissemos, é totalmente humano. É complicado manter e conservar nossos relacionamentos. Consequentemente, muitas vezes caímos em situações em que não estamos à altura das circunstâncias ou falhamos completamente. Estamos especialmente conscientes deles quando as pessoas a quem estamos nos referindo são membros da família, amigos ou nosso próprio parceiro.

Podemos cometer um erro com nós mesmos, com os outros ou com outros que cometem um erro conosco. Em qualquer um desses casos, seria benéfico ter em mente a frase que iniciou tudo isso: “Olho por olho e o mundo acabará cego”.

Rancor e vingança só tem uma direção
Quando outras pessoas nos decepcionam ou nos traem, sentimos um grande vazio que nos sentimos obrigados a reparar. É quando, antes de tomar qualquer decisão, devemos nos perguntar: quando rancor ou vingança é a resposta? E se a situação fosse invertida?

O ressentimento se torna nossa responsabilidade: a violência gera violência e a vingança gera vingança.

“Nunca use algo como vingança para aliviar sua dor. Aqueles que te prejudicam ou fazem algo errado, eles tendem a se destruir. ” -Anônimo-

Uma atitude cheia de rancor e ódio só tem uma direção. E isso só levará a mais danos ao nosso próprio ser: os sentimentos negativos se aprimoram e nunca são a solução. Se todos nós puníssemos os erros dos outros, se todos seguíssemos a regra “olho por olho”, nunca cresceríamos como pessoas.

Educando através do perdão
Justiça e perdão são o antídoto para esses sentimentos negativos. Como Gandhi propõe, devemos nos imaginar no lugar daquele que cometeu o erro, e precisamos desesperadamente do perdão da outra pessoa .

“Uma pessoa é ótima quando perdoa, quando entende, quando se coloca no lugar de outra, quando não age de acordo com o que os outros esperam dela, mas sim de acordo com o que ela espera de si mesma.” -Martha Medeiros-

Educar através do perdão é uma coisa fundamental. O esquecimento e a aprendizagem baseiam-se nisso, na possibilidade de seguir em frente com nossas vidas e compreender os erros : porque só assim os outros conseguirão superar os deles.

Assim, a expressão que um olho por olho deixa o mundo inteiro cego faz sentido quando olhamos para a parte mais profunda da existência humana e sua capacidade de auto-aperfeiçoamento. O mundo seria muito triste e se auto-destruiria se não tivéssemos a mesma capacidade de perdoar como cometemos para cometer erros.

É tudo uma questão de compreensão, embora às vezes isso possa machucar, que punir os outros porque fomos punidos só levará à dor e nunca à felicidade que devemos sempre buscar.

Nota: A autoria é frequentemente atribuída a Mahatma Gandhi,
apesar de não constar em quaisquer fontes. Todavia a família
de Gandhi a considera uma citação autêntica. A citação é atribuída
também a Louis Fischer, Henry Powell Spring e Martin Luther King.
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*Fonte: pensarcontemporaneo

O valor da amizade de acordo com Sêneca

Sêneca nos ensina o valor de uma verdadeira amizade. Para tanto, o homem deve previamente construir uma base sólida de caráter. Só assim poderá “reivindicar a propriedade do teu ser”, ou seja, apenas assim poderá expressar o melhor que guarda em si.

A escolha de uma amizade, de acordo com o critério de Sêneca, deve ser rigorosa, isto porque a escolha de um amigo implica amá-lo do fundo do coração e ter a liberdade de travar com ele(a) uma conversa tranquila – como se estivesse a conversar consigo mesmo. Sêneca defende que a verdadeira amizade é aquela que levamos quando morremos e pela qual podemos morrer. Neste sentido, destaca o viés eterno que pode assumir um laço de amizade e o quão disposto um amigo pode estar em relação ao outro para lhe oferecer o que há de melhor em si – inclusive a própria vida. A amizade significa pura entrega, envolve mergulhar na própria essência para se certificar que você está sendo na vida do outro um fator de soma.

O início de uma amizade não se sustenta, portanto, na carência, mas o amigo verdadeiro se sente pleno de si, e com vigor para compartilhar a sua experiência com o outro. A amizade envolve dar o melhor de si, sem estabelecer a perspectiva de retorno. Naturalmente, quando ambos estão firmados em bases sólidas de caráter, ocorrerá um intercâmbio natural de ideias e ambos sairão do encontro igualmente preenchidos. O mesmo não ocorre quando uma das partes não tem nada a oferecer em termos de retidão de conduta e espera que a outra parte supra a carência desejada.

Sêneca conclui que o objetivo de uma amizade é ter o ser por quem dar a vida, um ser que será defendido com todas as forças contra a morte. O testemunho de Sêneca nos serve de inspiração para a defesa das nossas amizades e para a escolha dos amigos que desejamos ter por perto.

*Por Saulo de Oliveira
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*Fonte: vidaemequilibrio

O belo discurso de aceitação do Prêmio Nobel de William Faulkner sobre como os artistas nos ajudam a viver

Apesar de sua história sombria , o Prêmio Nobel permanece como um dos maiores selos de mérito de nossas civilizações – tanto que o discurso de aceitação do Prêmio Nobel se tornou uma arte em si. Entre os melhores da história estão a brilhantemente lacônica meditação de Ernest Hemingway sobre o valor de trabalhar sozinho , a reflexão de Seamus Heaney sobre a essência e a política da poesia e a recente entrevista perspicaz de Alice Munro sobre escrita, gênero e as recompensas de narrativa .

Mas um dos melhores vem de William Faulkner (25 de setembro de 1897 – 6 de julho de 1962), que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1949, exatamente vinte anos depois de escrever O Som e a Fúria, e fez seu discurso de aceitação na Prefeitura de Estocolmo em 10 de dezembro de 1950.

“Senhoras e senhores, sinto que este prêmio não foi concedido a mim enquanto homem, mas a meu trabalho ― o trabalho de uma vida na angústia e no sofrimento do espírito humano, não pela glória e menos ainda para obter lucro, mas para criar dos materiais do espírito humano algo que não existia antes. Assim, este prêmio está tão somente sob minha custódia. Não será difícil encontrar, para sua parte financeira, um destino condizente com o propósito e significado de sua origem. Mas eu gostaria de fazer o mesmo com esta aclamação também, utilizando este momento como o pináculo a partir do qual posso ser ouvido pelos jovens homens e mulheres já dedicados à mesma agonia e faina, entre os quais já está aquele que um dia estará aqui onde eu estou.

Nossa tragédia, hoje, é um geral e universal temor físico suportado há tanto tempo que podemos mesmo tocá-lo. Não há mais problemas do espírito. Há somente a questão: quando irão me explodir? Por causa disto, o jovem ou a jovem que hoje escreve tem esquecido os problemas do coração humano em conflito consigo mesmo, os quais por si só fazem a boa literatura, uma vez que apenas sobre isso vale a pena escrever, apenas isso vale a angústia e o sofrimento.

Ele, o jovem, deve aprendê-los novamente. Ele deve ensinar a si mesmo que o mais fundamental dentre todas as coisas é estar apreensivo; e, tendo ensinado isto a si mesmo, esquecê-lo para sempre, não deixando espaço em seu trabalho senão para as velhas verdades e truísmos do coração, as velhas verdades universais sem as quais qualquer história torna-se efêmera e condenada ― amor e honra e piedade e orgulho e compaixão e sacrifício. Antes que assim o faça, ele labora sob uma maldição. Ele escreve não sobre amor mas sobre luxúria, sobre derrotas em que ninguém perde nada de valor, sobre vitórias sem esperança e, o pior de tudo, sem piedade e compaixão. Sua atribulação não aflige ossos universais, não deixa cicatrizes. Ele escreve não a partir do coração, mas das glândulas.

Até que reaprenda estas coisas, ele irá escrever como se compartisse e observasse o fim do homem. Eu me recuso a aceitar o fim do homem. É bastante cômodo dizer que o homem é imortal simplesmente porque ele irá subsistir: que quando o último tilintar do destino tiver soado e se esvaecido da última rocha inútil suspensa estática no último vermelho e moribundo entardecer, que mesmo então haverá ainda mais um som: sua fraca e inexaurível voz, ainda a falar. Eu me recuso a aceitar isto. Creio que o homem não irá meramente perdurar: ele triunfará. Ele é imortal, não porque dentre as criaturas tem ele uma voz inexaurível, mas porque ele tem uma alma, um espírito capaz de compaixão e sacrifício e resistência. O dever do poeta, do escritor, é escrever sobre essas coisas. É seu privilégio ajudar o homem a resistir erguendo seu coração, recordando-o a coragem e honra e esperança e orgulho e compaixão e piedade e sacrifício que têm sido a glória do seu passado. A voz do poeta necessita ser não meramente o registro e testemunho do homem, ela pode ser uma das escoras, o pilar para ajudá-lo a subsistir e prevalecer.”

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*Fonte: pensarcontemporaneo

7 histórias zen que dissolvem o ego o fazem ver as coisas de forma diferente

Zen Flesh Zen Bones é meu livro favorito para organizar a mente, a primeira parte é uma transcrição de 101 histórias Zen. A segunda parte é chamada de portal sem porta – que é uma série de koans, que são declarações, histórias ou perguntas curtas e paradoxais que podem ser usadas para ajudar na meditação ou para dar a um aluno algo em que se concentrar intensamente, o que pode ajudar no obtenção da iluminação.

A última seção é chamada de 10 touros e é sobre como encontrar seu propósito. Cada um dos 10 touros é uma metáfora para um passo em sua jornada e pode realmente ajudá-lo a descobrir onde você está em seu caminho e o que você precisa fazer para ir mais longe ou, de fato, o que você não deveria estar fazendo.

Abaixo estão 7 histórias retiradas das 101 histórias zen, que farão você parar e pensar sobre como você vê o mundo.

UMA XÍCARA DE CHÁ

Nan-in, um mestre japonês da era Meiji (1868-1912), recebeu um professor universitário que veio perguntar sobre o zen.

Nan-in serviu chá. Ele encheu a xícara de seu visitante e continuou a servir.

O professor observou o transbordamento até não poder mais se conter. “Está cheia. Não entrará mais! ”

“Como esta xícara,” Nan-in disse, “você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como posso mostrar o Zen a menos que você primeiro esvazie sua xícara? ”

SOLDADOS DA HUMANIDADE

Certa vez, uma divisão do exército japonês estava engajada em uma batalha simulada, e alguns dos oficiais acharam necessário fazer seu quartel-general no templo de Gasan.

Gasan disse ao cozinheiro: “Deixe os oficiais comerem apenas a mesma comida simples que comemos”.

Isso irritou os militares, pois estavam acostumados a um tratamento muito deferente. Um veio a Gasan e disse: “Quem você pensa que somos? Somos soldados, sacrificando nossas vidas por nosso país. Por que você não nos trata de acordo? ”

Gasan respondeu severamente: “Quem você pensa que somos? Somos soldados da humanidade, com o objetivo de salvar todos os seres sencientes. ”

O TUNEL

Zenkai, filho de um samurai, viajou para Edo e lá tornou-se o criado de um alto oficial. Ele se apaixonou pela esposa do oficial e foi descoberto. Em legítima defesa, ele matou o oficial. Então ele fugiu com a esposa.

Os dois mais tarde se tornaram ladrões. Mas a mulher era tão gananciosa que Zenkai ficou enojado. Finalmente, deixando-a, ele viajou para longe, para a província de Buzen, onde se tornou um mendicante errante.

Para expiar seu passado, Zenkai resolveu realizar algumas boas ações durante sua vida. Sabendo de uma estrada perigosa sobre um penhasco que causou a morte e ferimentos de muitas pessoas, ele resolveu abrir um túnel na montanha ali.

Mendigando comida durante o dia, Zenkai trabalhava à noite cavando seu túnel. Quando trinta anos se passaram, o túnel tinha 2.280 pés de comprimento, 6 metros de altura e 9 metros de largura.

Dois anos antes de o trabalho ser concluído, o filho do oficial que ele havia matado, que era um espadachim habilidoso, encontrou Zenkai e foi matá-lo como vingança.

“Vou te dar minha vida de boa vontade”, disse Zenkai. “Só me deixe terminar este trabalho. No dia em que for concluído, você pode me matar. ”

Então o filho esperou o dia. Vários meses se passaram e Zenkai continuou cavando. O filho se cansou de não fazer nada e começou a ajudar na escavação. Depois de ajudar por mais de um ano, ele passou a admirar a força de vontade e o caráter de Zenkai.

Por fim, o túnel foi concluído e as pessoas puderam usá-lo e viajar com segurança.

“Agora corte minha cabeça”, disse Zenkai. “Meu trabalho está feito.”

“Como posso cortar a cabeça do meu próprio professor?” perguntou o jovem com lágrimas nos olhos.

A LUA NÃO PODE SER ROUBADA

Ryokan, um mestre Zen, vivia o tipo de vida mais simples em uma pequena cabana ao pé de uma montanha. Uma noite, um ladrão visitou a cabana apenas para descobrir que não havia nada para roubar.

Ryokan voltou e o pegou. “Você pode ter percorrido um longo caminho para me visitar”, disse ele ao vagabundo, “e não deve voltar de mãos vazias. Por favor, leve minhas roupas de presente. ”

O ladrão ficou perplexo. Ele pegou as roupas e foi embora.

Ryokan estava sentado nu, olhando a lua. “Pobre sujeito”, ele meditou, “Eu gostaria de poder dar a ele esta linda lua.”

O VERDADEIRO MILAGRE

Quando Bankei estava pregando no templo Ryumon, um sacerdote Shinshu, que acreditava na salvação por meio da repetição do nome do Buda do Amor, tinha ciúmes de sua grande audiência e queria debater com ele.

Bankei estava conversando quando o padre apareceu, mas o sujeito fez tanto barulho que bankei interrompeu seu discurso e perguntou sobre o barulho.

“O fundador de nossa fé”, gabou-se o padre, “tinha poderes tão miraculosos que segurou um pincel na mão em uma margem do rio, seu assistente ergueu um papel na outra margem e o professor escreveu o santo nome de Amida pelo ar. Você pode fazer uma coisa tão maravilhosa? ”

Bankei respondeu levianamente: “Talvez sua raposa possa fazer esse truque, mas essa não é a maneira do zen. Meu milagre é que quando estou com fome eu como e quando estou com sede eu bebo. ”

NADA EXISTE

Yamaoka Tesshu, como um jovem estudante de Zen, visitava um mestre após o outro. Ele chamou Dokuon de Shokoku.

Desejando mostrar sua realização, ele disse: “A mente, Buda e os seres sencientes, afinal, não existem. A verdadeira natureza dos fenômenos é o vazio. Não há realização, nem ilusão, nem sábio, nem mediocridade. Não há dar e nada a ser recebido. ”

Dokuon, que estava fumando silenciosamente, não disse nada. De repente, ele bateu em Yamaoka com seu cachimbo de bambu. Isso deixou o jovem muito zangado.

“Se nada existe”, perguntou Dokuon, “de onde veio essa raiva?”

NÃO APEGO

Kitano Gempo, abade do templo de Eihei, tinha noventa e dois anos quando faleceu no ano de 1933. Ele se esforçou toda a sua vida para não se apegar a nada. Como um mendicante errante, aos vinte anos, ele conheceu por acaso um viajante que fumava tabaco. Enquanto caminhavam juntos por uma estrada na montanha, eles pararam sob uma árvore para descansar. O viajante ofereceu um cigarro a Kitano, que ele aceitou, visto que estava com muita fome no momento.

“Como é agradável fumar”, comentou. O outro deu-lhe um cachimbo extra e tabaco e eles se separaram.

Kitano sentiu: “Coisas tão agradáveis ​​podem perturbar a meditação. Antes que isso vá longe demais, vou parar agora. ” Então ele jogou fora a roupa de fumar.

Quando ele tinha vinte e três anos, ele estudou I-King, a doutrina mais profunda do universo. Era inverno na época e ele precisava de roupas pesadas. Ele escreveu a seu professor, que morava a 160 quilômetros de distância, contando-lhe sua necessidade, e deu a carta a um viajante para entregar. Quase todo o inverno passou e nem resposta nem roupas chegaram. Então Kitano recorreu à presciência de I-King, que também ensina a arte da adivinhação, para determinar se sua carta havia abortado ou não. Ele descobriu que era esse o caso. Posteriormente, uma carta de seu professor não fez menção a roupas.

“Se eu realizar um trabalho determinativo tão preciso com I-King, posso negligenciar minha meditação”, sentiu Kitano. Então ele desistiu desse ensino maravilhoso e nunca mais recorreu a seus poderes.

Quando tinha 28 anos, estudou caligrafia e poesia chinesas. Ele se tornou tão hábil nessas artes que seu professor o elogiou. Kitano ponderou: “Se eu não parar agora, serei um poeta, não um professor zen”. Portanto, ele nunca escreveu outro poema.

*Truth Theory
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*Fonte: pensarcontemporaneo 

A armadilha da sociedade em que todos caímos, de acordo com Alan Watts

Somos filhos do nosso tempo. É praticamente impossível escapar de sua influência. A sociedade – queiramos ou não – nos “força” por meio de mecanismos mais ou menos sutis a compartilhar suas normas e modos de fazer as coisas sob pena de exclusão social. No entanto, ” nosso tempo é uma época de frustração, ansiedade, agitação e vício em narcóticos ” , escreveu o filósofo Alan Watts para nos alertar sobre o maior vício dos tempos modernos e o terrível perigo que nos espera se cairmos nele.

O Homo Consumens sujeito à ilusão de felicidade
“Homo consumens é o homem cujo objetivo principal não é principalmente possuir coisas, mas consumir mais e mais, e assim compensar sua vacuidade interior, passividade, solidão e ansiedade. ”
“Essa forma de nos drogar é chamada, pelo nosso alto padrão de vida, de uma estimulação violenta e complexa dos sentidos, que nos torna cada vez menos sensíveis e, portanto, mais necessitados de um estímulo ainda mais violento. Ansiamos por distração, um panorama de imagens, sons, emoções e excitação em que tantas coisas quanto possível devem ser empilhadas no menor tempo possível.

“Para manter esse nível, a maioria de nós está disposta a suportar modos de vida que consistem principalmente em empregos enfadonhos, mas nos fornecem os meios para buscar alívio do tédio em intervalos frenéticos e caros de prazer.

“A civilização moderna é, em quase todos os aspectos, um ciclo vicioso. Ela tem apetites insaciáveis ​​porque seu modo de vida a condena à frustração perpétua. A raiz dessa frustração é que vivemos no futuro e o futuro é uma abstração.

“O sujeito perfeito para efeito dessa economia é quem ouve rádio continuamente, de preferência aparelhos portáteis que podem ser carregados para qualquer lugar. Seus olhos fixam-se incansavelmente na tela da televisão, no jornal, na revista, mantendo-se em uma espécie de orgasmo sem alívio.

“Tudo é fabricado de forma semelhante para atrair sem buscar satisfação, para substituir toda gratificação parcial por um novo desejo.

“Esta corrente de estimulantes é projetada para produzir anseios pelo mesmo objeto em quantidade cada vez maior, embora mais ruidosamente e rapidamente, e esses desejos nos forçam a fazer um trabalho que não nos interessa por causa do dinheiro que produz … para comprar mais luxuosos rádios Carros mais brilhantes, revistas mais chamativas e melhores aparelhos de televisão, todos conspirarão para nos persuadir de que a felicidade está chegando, desde que compremos mais um item.

” Os milagres da tecnologia nos fazem viver em um mundo frenético e mecânico que viola a biologia humana e não nos permite fazer nada mais do que perseguir o futuro com velocidade cada vez maior .”


Uma estimulação violenta dos sentidos para escapar de nós mesmos

Watts refere-se à busca constante por experiências, de forma frenética, para desfrutá-las rapidamente e passar para a próxima. Tire uma foto sem aproveitar o site para passar rapidamente para o próximo cenário, do qual também não iremos lembrar de nada. Compre para usar por um tempo limitado, jogue fora e compre novamente. Faça uma farra das séries para avançar rapidamente para a próxima produção audiovisual da moda …

A estimulação constante dos sentidos torna-se um vício porque nos mantém em um estado de alerta em que não há espaço para ficarmos sozinhos conosco. Esse estímulo se torna uma droga à qual recorremos para evitar pensar. Manter-se ocupado fazendo algo torna-se uma estratégia de enfrentamento evitativa que nos permite manter as preocupações sob controle.

No entanto, manter esse ritmo frenético de atividade nos impede de nos conectarmos com nós mesmos, de modo que não resolvamos nossos problemas. Em vez disso, nos imbuímos de um estilo de vida alienante, no qual nos tornamos meros consumidores de produtos que prometem felicidade ilusória e efêmera. Como resultado, quando essa euforia passar, precisamos de uma nova “dose” de produtos.

Para manter esse padrão de vida precisamos trabalhar mais, muitas vezes em empregos que não nos satisfazem ou até geram desconforto. Se não percebermos esse círculo vicioso, podemos correr o risco de viver presos nesse fluxo de estímulos e produtos por toda a nossa vida, perdendo a oportunidade de nos conectarmos conosco mesmos e encontrarmos um significado vital além do material. A decisão é nossa.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

O livre arbítrio é uma ilusão?

Por centenas de anos, filósofos antigos e cientistas contemporâneos apontaram para a possibilidade intrigante de que o livre arbítrio é uma ilusão. Embora geralmente a maioria dos humanos acredite ter um controle relativo sobre suas decisões, pesquisadores como Benjamin Libet contestaram essa noção.

A ideia de que os humanos podem não ter autonomia completa sobre suas vidas questiona até que ponto temos controle. Se o livre arbítrio é uma ilusão e nosso controle é realmente limitado, então coisas como lei criminal e status social podem ser questionadas.

Mas essas conclusões são bem fundamentadas? Para avançar nossa compreensão coletiva do livre arbítrio , o Dr. Uri Maoz está liderando um projeto de pesquisa colaborativa que reúne neurocientistas e filósofos de todo o mundo.

Uma exploração do livre arbítrio
O que é livre arbítrio, realmente? A definição de livre arbítrio é: “o poder ou capacidade de escolher entre alternativas ou de agir em certas situações independentemente de restrições naturais, sociais ou divinas”. Em outras palavras, ter livre arbítrio é ter controle indefinido sobre si mesmo e suas decisões. O livre arbítrio nos permite escolher entre o certo e o errado, bem como uma miríade de escolhas mundanas todos os dias: ônibus ou bicicleta, sopa ou salada, etc.

O conceito de livre arbítrio vem com a assunção da responsabilidade pelas próprias decisões, boas e más. Essa suposição está em alinhamento estrito com o idealismo, a política e a estrutura social da América: os americanos têm controle sobre suas escolhas e, portanto, têm controle sobre seus resultados.

Para aqueles que acreditam que o livre-arbítrio é uma ilusão, coisas como lei criminal, provisão de bem-estar e status social podem estar fora de nosso controle. Sua postura levanta a questão: se não temos controle absoluto, podemos ser julgados absolutamente por nossas circunstâncias?

Maoz, neurocientista computacional da Chapman University, explica: “O livre arbítrio está na base de muitos dos nossos pilares sociais. Nosso sistema jurídico presume algum tipo de liberdade. Existem teorias econômicas que pressupõem que as pessoas são livres para tomar suas decisões. Por todas essas coisas, entender como somos livres, os limites de nossa liberdade, como é fácil manipular nossa liberdade, e assim por diante, eu acho que é importante. ”

A pesquisa de Maoz desafia as suposições controversas sobre o livre arbítrio que surgiram de nomes como Libet e Sam Harris , um conhecido autor e apresentador de podcast que declarou: “O livre arbítrio é uma ilusão. Nossas vontades simplesmente não são de nossa própria criação. ” A base para a ousada conclusão de Harris depende fortemente de experimentos conduzidos na década de 1980.

Nesses experimentos, os participantes foram solicitados a realizar tarefas simples, como pressionar um botão ou flexionar o pulso . Enquanto estavam sentados em frente a um cronômetro, com eletrodos de EEG monitorando a atividade cerebral presos às suas cabeças, os participantes foram instruídos a anotar o momento em que tomaram consciência de sua decisão de se mover.

O que os pesquisadores descobriram foi que os sinais de EEG foram identificados em média meio segundo antes que os participantes notassem sua consciência de sua decisão de se mover. Essa lacuna entre o sinal do cérebro e a consciência humana tornou-se conhecida como “potencial de prontidão”. Os pesquisadores acreditam que isso ajudou a provar que as decisões são tomadas primeiro no cérebro, antes que uma pessoa tome conhecimento de sua decisão.

Temos livre arbítrio?
Ao longo dos anos, várias falhas importantes foram identificadas nesses experimentos, o que gerou um debate no mundo da ciência. O trabalho de Maoz também questiona suas conclusões instáveis. Tendo empreendido uma série de experimentos para quantificar e testar o livre arbítrio, Maoz é um dos maiores líderes de pensamento em volição e tomada de decisão de nosso tempo.

“Eu não diria que há evidências convincentes agora de que não temos livre arbítrio”, disse Maoz, “na verdade temos evidências de que há muitos problemas com este experimento Libet … Mesmo se você realmente pudesse prever estes decisões muito arbitrárias de qual mão você levanta, não parece generalizar para decisões importantes da vida. ”

Aqueles que discordam das descobertas do experimento geralmente o fazem por alguns motivos. Os experimentos realizados por Libet, que ele alegou indicarem falta de livre arbítrio, podem não ter provado muito. As próprias premissas nas quais ele conduziu esses experimentos parecem estar equivocadas.

Libet acreditava que o atraso entre os sinais de EEG e a consciência dos participantes de sua decisão de se mover, ou o “potencial de prontidão”, mostrava que as decisões estavam sendo tomadas antes que a pessoa soubesse o que faria. As descobertas, no entanto, podem apontar para algo muito mais simples e menos científico.

Uma questão em torno da legitimidade do experimento é que uma certa quantidade de erro humano parece ser inerente a seus parâmetros. Afinal, os participantes foram solicitados a anotar o momento preciso em que tomaram conhecimento de sua decisão de realizar uma tarefa. É discutível que os humanos sejam capazes de registrar isso com precisão avançada.

Além disso, é questionável se Libet poderia ter provado com alguma certeza que os sinais de EEG lidos nos participantes estavam de fato ligados à sua decisão de movimento ou ao movimento em si. Ele poderia facilmente ter captado outros estímulos, como uma expectativa de movimento. As ferramentas usadas neste experimento poderiam realmente ler o momento exato em que os participantes tomaram a decisão de realizar uma tarefa com alguma precisão precisa? Provavelmente não.

Em 2010, o Dr. Aaron Schurger e seus colegas propuseram que as descobertas de Libet não faziam nada para provar que o livre arbítrio é uma ilusão. Em vez disso, eles mostraram que o cérebro humano, quando confrontado com uma tarefa arbitrária, às vezes simplesmente vira a balança em direção a uma decisão nebulosa em detrimento de outra, salvando-nos de refletir incessantemente entre decisões sem conseqüências reais.

Isso não indica necessariamente que os humanos não tenham controle total sobre o processo de tomada de decisão. Em vez disso, talvez demonstre que os humanos são biologicamente programados para conservar tempo e energia, não se demorando em decisões sem importância.

Embora os experimentos do Dr. Libet possam não ter feito nenhum progresso real para responder a perguntas antigas sobre o livre arbítrio, eles ajudaram a alimentar discussões importantes. As ramificações do que significaria a falta de livre arbítrio podem ser o que está mais em jogo no debate, e também é um ponto crucial da pesquisa de Maoz.

Mesmo que a existência ou não existência do livre arbítrio permaneça indeterminada, algumas das mentes mais brilhantes do mundo estão se reunindo para buscar respostas . Nesse ínterim, é seguro presumir que, embora possamos não estar processando conscientemente cada uma das decisões subalternas que tomamos, as decisões maiores com implicações maiores são aquelas que podemos controlar.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

A ignorância é o princípio da sabedoria

Nietzsche disse que “A sabedoria é um paradoxo”, já que “O homem que mais sabe é aquele que mais reconhece a vastidão de sua ignorância”. O pensamento do filósofo alemão corrobora com a máxima socrática do “Só sei que nada sei”, isto é, com a ideia de que a ignorância é o princípio do conhecimento e que, portanto, é necessário estar aberto à reflexão constante para que se possa atingir o mínimo de conhecimento e sabedoria.

Em um contexto como o nosso, em que há uma grande carga de informações disponível sobre os mais diversos temas, a ideia que correlaciona ignorância e sabedoria parece não fazer tanto sentido. O que se observa é a formação de um conjunto enorme de pessoas que se coloca como possuidor das verdades últimas sobre as coisas, ainda que essas verdades possam mudar constantemente e rapidamente de acordo com a melhor conveniência de quem as define.

Dessa forma, cria-se um ambiente inóspito para que o conhecimento possa se desenvolver, haja vista a sacralização feita pelos indivíduos das coisas que eles julgam como sendo verdadeiras e, por conseguinte, a impossibilidade de questionamento e de debate sobre certas coisas, dogmatizadas. Isso não significa que as pessoas não possam acreditar em algo com veemência ou que não exista uma verdade sobre as coisas, mas até mesmo quando acreditamos em algo, precisamos estar abertos ao novo, o que só é possível se estivermos abertos à reflexão e ao diálogo.

Em outras palavras, é preciso estar aberto a outras formas de pensar, para que problematizações possam surgir, a fim de ratificar aquilo que acreditamos (com mais embasamento e mais espaço discursivo) e/ou para que possamos observar, analisar e seguir novas perspectivas, até então desconhecidas. Nesse sentido, percebe-se que o outro, que pensa de forma antagônica à nossa, passa a ser considerado, o que estimula a interação entre situações contraditórias a partir de uma perspectiva dialética, ou seja, de abertura para o novo que possa surgir por meio do encontro estabelecido.

Essa relação dialética que se instaura com gênese no reconhecimento da ignorância, isto é, da compreensão da não completude sobre o conhecimento de todas as coisas, permite que o sujeito possa crescer intelectualmente, já que passa a possuir um horizonte com maior amplitude de alcance, além de evitar o enrijecimento dos conhecimentos e convicções, bem como, o desenvolvimento do individualismo, impeditivo para a compreensão, o respeito e o diálogo com cosmovisões e crenças diferentes das que possuímos.
Fechar-se em si mesmo e acreditar que não há nada a ser aprendido não denota convicção do que se acredita, mas antes, ignorância, pois – como falava Paulo Freire – “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender”. Assim, para que consigamos atingir o mínimo de sabedoria é imprescindível que consideremos e busquemos a sabedoria que está no mundo, do qual não somos todo, mas apenas, parte.

*Por Erick Morais
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*Fonte: provocacoesfilosoficas

O significado da vida de acordo com Jung

De acordo com Carl Jung, o sentido da vida diz respeito à transcendência ou essência do indivíduo. Quando essa necessidade não é satisfeita de forma satisfatória, surge um desconforto e um vazio que se torna incômodo.

No século XX, as questões existenciais ultrapassaram as fronteiras da arte, literatura ou círculos de intelectuais. É um exemplo do sentido da vida de acordo com Jung . O colapso progressivo dos valores absolutos, a decepção derivada da crueldade humana e a falta de pontos de referência estáveis ​​alimentaram a necessidade de encontrar uma resposta.

Em cenário semelhante, o psiquiatra suíço Carl Jung identificou a inquietação geral e elaborou uma hipótese sobre a questão fundamental da vida, com uma resposta capaz de dar sentido à existência.

De acordo com Jung, o aspecto fundamental de nossa existência é a transcendência. Ou seja, segundo o filósofo, o indivíduo precisa sentir que sua vida tem um sentido para além do momento presente , que suas ações podem ecoar no mundo, que impactam a realidade.

Afirmou ainda que, quando a vida é percebida como um simples conjunto de momentos, sem um projeto de longo prazo que vá além de pequenas metas sem importância, surge a angústia existencial . A sensação de que nada faz sentido.

Antes da chegada da modernidade, eram as religiões que davam sentido à vida . A existência das pessoas não terminava com a morte , mas ia além com uma forma de vida espiritual em que tudo o que havia sido feito na vida terrena seria julgado, portanto recompensado ou punido.

Com a crise gradativa das crenças religiosas, o ser humano se viu nu diante da realidade. Esse aspecto começava a ser visível na época de Jung, que se propôs a dar forma para encontrar uma resposta à grande questão existencial.

“Quanto mais o homem corre atrás de bens falsos e quanto menos sensível ao que é essencial, menos satisfatória é sua vida.“

-Carl Jung-

Qual é o significado da vida de acordo com Jung
A questão existencial a nos colocar de acordo com Carl Jung é: a existência de uma determinada pessoa tem uma relação com o infinito? Mesmo sem saber, a maioria de nós está procurando uma conexão com o infinito no curso de nossa existência. Nós o buscamos por meio da fé religiosa, do trabalho, de nossas crenças, etc.

O infinito é um conjunto ou uma série com uma conclusão e com fronteiras que não conhecemos. A vida humana termina com a morte, mas todos sabemos que existem realidades que nos transcendem. Eles estavam lá antes de nascermos e ainda estarão lá depois que partirmos.

A religião foi uma das respostas mais naturais para estabelecer contato com o infinito. Acreditar em um Deus nos permite responder à pergunta fundamental sobre a vida. Para quem não acredita ou para quem Deus não é uma presença fundamental, as coisas complicam-se.

O infinito, portanto, é buscado nos descendentes: os filhos prolongam a vida. Também pode residir em um contexto específico, como no local de trabalho ou social.

A importância do sentido de transcendência

Desde os primórdios da história, o homem sempre quis estabelecer esse contato com o infinito. Por medo, por incapacidade de aceitar a ideia da morte ou de consolidar uma autoridade a que todos os humanos devem obedecer.

Ao lado da religião, até o amor era uma fonte para encontrar resposta à questão fundamental da vida. No entanto, o ser humano percebeu que se o objeto de seu amor é algo ou alguém finito e mortal, o sentimento está condenado a causar sofrimento.

Na medida em que o objeto de amor tem fim, o sentido da transcendência está condenado à morte, causando uma perda inevitável. Por esta razão, os seres humanos criaram divindades para tudo e as adoraram. Como imortais, o destino não poderia ter nos privado de sua companhia. Aqui é estabelecido um vínculo com o infinito.

Mais tarde e com o desenvolvimento das ciências e das artes, para muitos o conceito de Deus ficou em segundo plano. Em particular, as ciências e as artes tornaram-se um novo infinito capaz de oferecer transcendência à vida .

A resposta de Jung ao significado da vida oferece uma forma de bem-aventurança que não pode ser alcançada de nenhuma outra maneira. Esse conceito foi bem explicado pelo filósofo Spinoza , que o descreveu de forma mais do que clara.

A esse respeito, disse: “Nossa felicidade ou infelicidade depende apenas da qualidade do objeto de nosso amor (…). Mas o amor por um objeto eterno e infinito alimenta a mente com uma forma de pura alegria, desprovida de traços de tristeza ”.

Adaptado de La Mente è Meravigliosa
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*Fonte: pensarcontemporaneo

A armadilha da sociedade em que todos caímos, de acordo com Alan Watts

Somos filhos do nosso tempo. É praticamente impossível escapar de sua influência. A sociedade – queiramos ou não – nos “força” por meio de mecanismos mais ou menos sutis a compartilhar suas normas e modos de fazer as coisas sob pena de exclusão social. No entanto, ” nosso tempo é uma época de frustração, ansiedade, agitação e vício em narcóticos ” , escreveu o filósofo Alan Watts para nos alertar sobre o maior vício dos tempos modernos e o terrível perigo que nos espera se cairmos nele.

O Homo Consumens sujeito à ilusão de felicidade
“Homo consumens é o homem cujo objetivo principal não é principalmente possuir coisas, mas consumir mais e mais, e assim compensar sua vacuidade interior, passividade, solidão e ansiedade. ”
“Essa forma de nos drogar é chamada, pelo nosso alto padrão de vida, de uma estimulação violenta e complexa dos sentidos, que nos torna cada vez menos sensíveis e, portanto, mais necessitados de um estímulo ainda mais violento. Ansiamos por distração, um panorama de imagens, sons, emoções e excitação em que tantas coisas quanto possível devem ser empilhadas no menor tempo possível.

“Para manter esse nível, a maioria de nós está disposta a suportar modos de vida que consistem principalmente em empregos enfadonhos, mas nos fornecem os meios para buscar alívio do tédio em intervalos frenéticos e caros de prazer.

“A civilização moderna é, em quase todos os aspectos, um ciclo vicioso. Ela tem apetites insaciáveis ​​porque seu modo de vida a condena à frustração perpétua. A raiz dessa frustração é que vivemos no futuro e o futuro é uma abstração.

“O sujeito perfeito para efeito dessa economia é quem ouve rádio continuamente, de preferência aparelhos portáteis que podem ser carregados para qualquer lugar. Seus olhos fixam-se incansavelmente na tela da televisão, no jornal, na revista, mantendo-se em uma espécie de orgasmo sem alívio.

“Tudo é fabricado de forma semelhante para atrair sem buscar satisfação, para substituir toda gratificação parcial por um novo desejo.

“Esta corrente de estimulantes é projetada para produzir anseios pelo mesmo objeto em quantidade cada vez maior, embora mais ruidosamente e rapidamente, e esses desejos nos forçam a fazer um trabalho que não nos interessa por causa do dinheiro que produz … para comprar mais luxuosos rádios Carros mais brilhantes, revistas mais chamativas e melhores aparelhos de televisão, todos conspirarão para nos persuadir de que a felicidade está chegando, desde que compremos mais um item.

” Os milagres da tecnologia nos fazem viver em um mundo frenético e mecânico que viola a biologia humana e não nos permite fazer nada mais do que perseguir o futuro com velocidade cada vez maior .”

Uma estimulação violenta dos sentidos para escapar de nós mesmos
Watts refere-se à busca constante por experiências, de forma frenética, para desfrutá-las rapidamente e passar para a próxima. Tire uma foto sem aproveitar o site para passar rapidamente para o próximo cenário, do qual também não iremos lembrar de nada. Compre para usar por um tempo limitado, jogue fora e compre novamente. Faça uma farra das séries para avançar rapidamente para a próxima produção audiovisual da moda …

A estimulação constante dos sentidos torna-se um vício porque nos mantém em um estado de alerta em que não há espaço para ficarmos sozinhos conosco. Esse estímulo se torna uma droga à qual recorremos para evitar pensar. Manter-se ocupado fazendo algo torna-se uma estratégia de enfrentamento evitativa que nos permite manter as preocupações sob controle.

No entanto, manter esse ritmo frenético de atividade nos impede de nos conectarmos com nós mesmos, de modo que não resolvamos nossos problemas. Em vez disso, nos imbuímos de um estilo de vida alienante, no qual nos tornamos meros consumidores de produtos que prometem felicidade ilusória e efêmera. Como resultado, quando essa euforia passar, precisamos de uma nova “dose” de produtos.

Para manter esse padrão de vida precisamos trabalhar mais, muitas vezes em empregos que não nos satisfazem ou até geram desconforto. Se não percebermos esse círculo vicioso, podemos correr o risco de viver presos nesse fluxo de estímulos e produtos por toda a nossa vida, perdendo a oportunidade de nos conectarmos conosco mesmos e encontrarmos um significado vital além do material. A decisão é nossa.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Zygmunt Bauman: somos aquilo que podemos comprar

Via Pensar Contemporâneo

Zygmunt Bauman é um sociólogo e filósofo polonês que se debruça sobre os problemas do capitalismo, ou melhor, sobre a face mais perversa e doentia do capitalismo insano e selvagem: a ideia de que somos aquilo que podemos comprar. Ele observa que a sociedade atual, bombardeada pela propaganda incessante, vive em estado de estresse e ansiedade, pressionada a consumir cada vez mais. A sociedade atual sequer consegue pensar em soluções para seus problemas, afinal, não há tempo para isso. Temos muitas contas para pagar e perdemos completamente o poder de decidir nossas vidas.

Aliados a essa mentalidade, os bancos se dedicam aos clientes que não conseguem pagar suas contas, preferindo que o indivíduo faça um empréstimo para pagar outro empréstimo, pois, afinal, lucram (e muito) com os juros. O indivíduo disciplinado que paga suas contas precisa ser capturado pela lógica do endividamento, pois é uma ameaça ao lucro das instituições financeiras. Aqueles que não podem pagar não têm acesso aos shoppings centers, os santuários espirituais das sociedades de consumo. Nossa época reflete, segundo Bauman, um momento onde o poder político desvinculou-se do poder econômico. Assim, a política tornou-se ilusão, pois as decisões políticas devem ser do interesse do poder econômico.

Se no passado o capitalismo era norteado pela cultura da poupança, onde as pessoas faziam sacrifícios para obter aquilo que necessitavam, hoje vivemos a ilusão do “aproveite agora e pague depois”. E pague, de preferência, por coisas que não precisa. A criação de necessidades é uma especialidade desse esquema cruel e excludente.

Contudo, até mesmo o supremo poder econômico, que tudo domina, irá consumir a si mesmo. Estamos, segundo Bauman, em uma época sem líderes ou política, orientados tão somente pelo consumismo, sem direção ou objetivos. Somente após o previsível colapso de nossas sociedades de consumo é que buscaremos soluções mais sensatas.

*Por Alfredo Carneiro
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*Fonte: provocacoesfilosoficas

Não existe pior prisão do que uma mente fechada

Carl Jung disse certa vez que “Todos nós nascemos originais e morremos cópias”. Ao analisar a frase de Jung à luz da contemporaneidade, poderíamos encontrar um enorme problema, uma vez que vivemos em um mundo regido sumariamente pela liberdade. Isto é, o fundamento maior da nossa sociedade é a liberdade, que se ramifica em diversos aspectos, desde o econômico até o comportamental. Entretanto, se olharmos com profundidade, perceberemos que essa estrutura de mundo “livre” existe tão somente no plano teórico e, assim, somos só reprodutores da ordem vigente ou simplesmente cópias, como argumenta Jung.
Obviamente, a nossa cosmovisão sofre influências externas, esse é um processo natural. Da mesma maneira que a vida em sociedade necessita de regras a fim de manter o convívio social dentro de certos limites éticos. Sendo assim, pensar no exercício da liberdade como algo ilimitado é impossível, já que todas as coisas possuem o seu contraponto e limitações. Apesar disso, a existência de pontos limitadores não implica a inexistência da liberdade e o condicionamento irrestrito a valores passados por uma ordem “superior”.

Todavia, é isso que tem acontecido, temos sido escravizados ou, lembrando o João Neto Pitta, “colonizados pelo pensamento alheio”. E pior, por uma ideologia extremamente nociva para nós enquanto seres humanos. Fomos reduzidos a estatística, na qual somos divididos entres os condicionados e os condicionáveis. Ou seja, não existe nessa estrutura a concepção de um ser livre, que exerce a capacidade de raciocínio e afeto para discernir sobre o que quer e deseja. Todos são domesticáveis em potencial.

Esse controle é feito por meio da conversão à sociedade de consumo e seus valores fundamentais, que reduz tudo a um valor mercadológico precário, rotativo e obsoleto. A mídia com todos os seus tentáculos está a serviço do grande capital, que não visa outra coisa a não ser a conversão de mais pessoas, contemplando o deus consumo em seu templo maior: os shoppings centers. Lugar de alegria, satisfação, preenchimento de vazios e liberdade irrestrita, pelo menos teoricamente ou midiaticamente. Mas, em um mundo regido também pelas aparências, pelo espetáculo, o importante não é o que é, e sim, o que aparenta ser, sobretudo, aos olhos dos outros.

Aliás, nesse esquema, não basta ter, é necessário parecer que tenha, expor, mostrar, iludir, ganhar aplausos, tapinhas nas costas, sorrisos falsos e olhar invejosos. Em outras palavras, é preciso confessar ao mundo que você é um vencedor, que é um bom filho de “Deus”, que é recompensado por seguir os seus preceitos, ir ao seu templo e contemplá-lo 24 horas por dia. E existem ferramentas muito úteis para isso, as redes sociais que o digam.

Toda essa teatralidade da vida cotidiana, montada com cortinas que nunca se fecham, é apresentada como verdade e nós — com nossa psique altamente fragilizada — a compramos com extrema facilidade. Para os mais duros na queda, nada que mil repetições não sejam capazes de construir, afinal, como disse Joseph Goebbels, ministro da propaganda na Alemanha Nazista: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.

Apesar disso, a grande maioria de nós não está revoltada com a sua condição, pelo contrário, aceitamos o jugo de bom grado. Ou pior, o buscamos. É claro que não possuímos o domínio das relações de força na sociedade, não controlamos as leis, o sistema jurídico, tampouco, a mídia. Somos “apenas” espectadores vorazes de uma batalha desigual e opressora. Entretanto, será que não há o que ser feito? Será que não existem alguns pontos de luz que tentam nos iluminar? Eu sei o quanto é difícil se libertar e quão alto é o preço que se paga pela liberdade. Mas de que adianta ter o conforto de uma vida “segura”, se é por meio dessa “segurança” que a servidão e os males decorrentes desta se tornam possíveis?

Como disse Rosa Luxemburgo: “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”. É preciso, então, se movimentar, correr, gesticular, falar, até que o som das correntes seja insuportável e nós consigamos despertar de um sonho ridículo que apresenta um espetáculo celestial em meio a um inferno cercado de grades manchadas com sangue, suor e sofrimento. Se uma mente que se abre jamais volta ao tamanho original, a que se liberta jamais aceita retornar à prisão; porque por mais que as condições sejam adversas, o princípio da autonomia está dentro de nós, quando decidimos romper o medo de abrir os olhos e passamos a enxergar. Sendo assim, o cárcere não é criado do lado de fora, é criado do lado de dentro, já que a chave que prende é a mesma que liberta, pois não existe pior prisão do que uma mente fechada.

*Por Erick Morais
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*Fonte: pensarcontemporaneo

Bauman e a dificuldade de amar – Anna Carolina Pinto

Zygmunt Bauman é autor de inúmeras obras com a palavra líquido em seu título. A noção de liquidez proposta pelo filósofo e sociólogo polonês, falecido no começo desse mês, é aplicada aos mais variados temas como a modernidade, o amor, o medo, a vida e o tempo, expressando a fluidez, isto é, a imensa facilidade com que estes elementos escorrem pelas mãos do homem moderno. A ideia, extraída de “O Manifesto Comunista” de Marx e Engels, vem da célebre afirmação de que tudo que é sólido se desmancha no ar e de que tudo que é sagrado é profanado: assim é a modernidade e sua essência que se alastra pela vida do homem moderno transformando-o não só como indivíduo, mas também como ser relacional.

O primeiro livro do Bauman que li foi “Amor Líquido” o qual, carinhosamente, valendo-me das palavras de Caetano, defino como “um sopapo na cara do fraco”, que me fez e faz, já que essa sorte de questionamento é constante, pensar na forma como nos relacionamos hoje em dia. Um ponto alto do livro, aos meus olhos, é o capítulo no qual Bauman fala sobre a dificuldade de amar o próximo destacando o modo como lidamos com os estranhos. Penso que nessa dificuldade é que se encontra a raiz de tantos dos nossos problemas seja na esfera pessoal ou pública. E é sobre isso que eu gostaria de refletir conjuntamente hoje.

Vivemos em uma sociedade fortemente marcada pelo conflito ser x ter na qual o homem passa a se expressar pelas suas posses, elementos definidores de sua própria identidade, o que reflete na busca por certa conformidade que ceifa a pluralidade de existências e segrega o que é diferente, estranho. O modo como as cidades se dividem é exemplo disso, os nichos considerados seguros são aqueles onde todos se parecem, exacerbando a nossa dificuldade em lidar com os estranhos que passam a ser evitados através de sistemas de segurança, muros, priorização de espaços que assegurem a conformidade de seus freqüentadores como os shoppings e etc. Evitar a todo custo o incômodo de estar na presença de estranhos, começar a enxergar naquele que sequer se sabe o nome um inimigo em potencial e desconfiar de tudo e de todos só é possível graças ao desengajamento e ruptura de laços para o sociólogo polonês.

Se levarmos em conta que amar outra pessoa não é amar o que projetamos nela e sim a sua humanidade e singularidades, não será difícil compreender que o amor é um desafio nos tempos de modernidade líquida. A busca pela felicidade individual nos transforma em tribunais individuais e, na disputa pela sentença a ser proferida, não raro, o que se vê é sair vencedor aquele que se recusa a ouvir o outro. Facilmente, pois, livramo-nos dos compromissos e de tudo aquilo que nos pareça incômodo. Ainda que tão agarrados a nós mesmos, paradoxalmente, é bastante comum que a solidão seja companhia (e problema) constante de quem vive a descartar.

Os muros que construímos ao nosso redor, físicos ou emocionais, têm mesmo esse condão de isolar e criar dois mundos em cada um de seus dois lados: o de dentro e o de fora. O último, espaço cativo dos que nos incomodam- aqui incluídos tanto quem nos relacionamos de forma íntima, quanto aqueles que preferimos distantes, inviabilizados de estar perto, enfim, aniquilados ao prender, matar, limitar a circulação, fixar em zonas periféricas e etc. É que Narciso acha feio tudo que não é espelho, já diria, mais uma vez, o sempre genial Caetano Veloso.

Dessas reflexões que vão (muito) longe e que, por ora, encerro aqui fica sempre uma mensagem muito clara para mim: amar (mesmo) é um ato revolucionário e só ama quem tem coragem o bastante pra lidar com esse desafio porque sabe que, por mais que nem tudo sejam flores, esse amor “sólido” é que nos impulsiona a querermos ser melhores seja como pessoa ou sociedade. Parece distante e utópico, mas está dentro de nós: ame profunda e verdadeiramente. Até quem você não conhece.


*Por Anna Carolina Cunha Pinto
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*Fonte: revistaprosaversoearte

Você não vê a realidade objetiva de forma objetiva: a neurociência alcança a filosofia

Alguns pensadores propõem que é impossível para nós interagirmos diretamente com a realidade objetiva. Estudos sugerem que nossos cérebros distorcem os dados sensoriais assim que os coletamos. No final, talvez seja melhor lembrar que você não tem informações perfeitas.

*ative as legendas

Tudo o que vemos é apenas um sonho dentro de um sonho?

Grandes pensadores há muito se perguntam se a realidade objetiva realmente existe e, em caso afirmativo, se nossos sentidos físicos podem interpretá-la com precisão. Pode ser que nossos sentidos consigam capturar apenas uma pequena e distorcida lasca do mundo como ele realmente é. Como o problema continua a ser debatido na ciência e filosofia modernas, os avanços da neurociência estão oferecendo novos insights sobre o assunto.

A realidade é uma ilusão?
Você morde uma maçã e percebe um gosto agradavelmente doce. Essa percepção faz sentido do ponto de vista evolucionário: frutas açucaradas são densas em energia, então evoluímos para apreciar o sabor das frutas em geral. Mas o sabor de uma maçã não é uma propriedade da realidade externa. Ele existe apenas em nossos cérebros como uma percepção subjetiva.

O cientista cognitivo Donald Hoffman disse ao Big Think:

“Cores, odores, sabores e assim por diante não são reais nesse sentido de realidade objetiva. Eles são reais em um sentido diferente. São experiências reais. Sua dor de cabeça é uma experiência real, embora não pudesse existir sem que você percebesse. Portanto, existe de uma maneira diferente da realidade objetiva de que falam os físicos. ”

O professor de neurociência Beau Lotto explicou à Big Think que o mundo que você vê não é necessariamente o mundo que é, porque evoluímos para ver o mundo de uma forma que é mais útil do que precisa:

“Existe realidade externa? Claro que existe uma realidade externa. O mundo existe. Só que não o vemos como é. Nunca podemos ver como é. Na verdade, é até útil não ver como é. E a razão é porque não temos acesso direto a esse mundo físico a não ser por meio de nossos sentidos. E porque nossos sentidos combinam vários aspectos desse mundo, nunca podemos saber se nossas percepções são de alguma forma precisas. Não é tanto: nós vemos o mundo da maneira que ele realmente é, mas nós realmente o vemos com precisão? E a resposta é não, nós não … Portanto, neste nível mais básico, não representamos nem mesmo as informações que obtemos de forma precisa. E a razão é porque foi útil ver as coisas desta forma. Então, o que você está vendo [é] a utilidade dos dados, não os dados. ”

Essa tendência de nossa mente distorcer os dados sensoriais de maneiras úteis pode ser vista em vários casos. Um deles é o conhecido Efeito Thatcher , em que a imagem de um rosto (originalmente da ex-primeira-ministra britânica Margret Thatcher) é virada de cabeça para baixo e apresenta algumas características, como olhos e boca, também invertidas. Embora as características alteradas sejam claras para nós quando o rosto é feito de cima para baixo novamente, muitas vezes é impossível dizer quando o rosto está de cabeça para baixo.

As razões para isso ainda são objeto de investigação, mas parecem estar relacionadas a como nossos cérebros lidam com informações relacionadas ao reconhecimento facial – isto é, eles são ajustados para processar informações para rostos que estão do lado direito e não para nada outro.

Alguns pensadores usam essa ideia – que nossos cérebros distorcem as informações sensoriais assim que as obtemos e as colocamos em uso – para questionar o quão real é nossa visão da realidade. O cientista cognitivo Donald Hoffman chegou ao ponto de sugerir que a consciência é a realidade primária e que o mundo físico é secundário a ela.

Uma defesa (tímida) da objetividade
Muitos filósofos acreditam que a realidade objetiva existe, se “objetivo” significa “existindo como é independentemente de qualquer percepção dela.” No entanto, as idéias sobre o que essa realidade realmente é e com quanto dela podemos interagir variam dramaticamente .

Aristóteles argumentou, em contraste com seu professor Platão , que o mundo com o qual interagimos é tão real quanto possível e que podemos ter conhecimento dele, mas ele pensou que o conhecimento que poderíamos ter sobre ele não era totalmente perfeito. O Bispo Berkeley pensava que tudo existia como idéias nas mentes – ele argumentou contra a noção de matéria física – mas que havia uma realidade objetiva, uma vez que tudo também existia na mente de Deus. Immanuel Kant, um filósofo iluminista particularmente influente, argumentou que, embora “a coisa em si” – um objeto que existe independentemente de ser subjetivamente observado – seja real e existe, você não pode saber nada sobre ela diretamente.

Hoje, vários realistas metafísicos afirmam que a realidade externa existe, mas também sugerem que nossa compreensão dela é uma aproximação que podemos melhorar. Existem também realistas diretos que argumentam que podemos interagir com o mundo como ele é, diretamente. Eles sustentam que muitas das coisas que vemos quando interagimos com objetos podem ser conhecidas objetivamente, embora algumas coisas, como a cor, sejam traços subjetivos.

Embora se possa admitir que nosso conhecimento do mundo não é perfeito e pelo menos às vezes é subjetivo, isso não significa que o mundo físico não existe. O problema é como podemos saber qualquer coisa que não seja subjetiva, se admitirmos que nossa informação sensorial não é perfeita.

A ciência vai parar com essa briga, certo?
Acontece que essa é uma grande questão.

A ciência aponta para uma realidade que existe independentemente de como qualquer observador subjetivo interage com ela e nos mostra o quanto nossos pontos de vista podem atrapalhar a compreensão do mundo como ele é. A questão de como a ciência objetiva é em primeiro lugar também é um problema – e se tudo o que obtivermos for uma lista muito refinada de como as coisas funcionam dentro de nossa visão subjetiva do mundo?

Experimentos físicos como o teste Wigner’s Friend mostram que nossa compreensão da realidade objetiva se quebra sempre que a mecânica quântica se envolve, mesmo quando é possível fazer um teste. Por outro lado, muita ciência parece sugerir que existe uma realidade objetiva sobre a qual o método científico é muito bom em capturar informações.

O biólogo evolucionário e autor Richard Dawkins argumenta:

“A crença da ciência na verdade objetiva funciona. A tecnologia de engenharia baseada na ciência da verdade objetiva alcança resultados. Consegue construir aviões que decolam. Consegue enviar pessoas à lua e explorar Marte com veículos robóticos em cometas. A ciência funciona, a ciência produz antibióticos, vacinas que funcionam. Portanto, qualquer pessoa que escolher dizer: ‘Oh, não existe verdade objetiva. É tudo subjetivo, é tudo construído socialmente. ‘ Diga isso a um médico, diga isso a um cientista espacial, manifestamente a ciência funciona, e a visão de que não existe verdade objetiva, não. ”

Embora isso tenda um pouco a ser um argumento das consequências, ele tem um ponto: grandes sistemas complexos que supõem a existência de uma realidade objetiva funcionam muito bem. Qualquer tentativa de jogar fora a ideia de realidade objetiva ainda precisa explicar por que essas coisas funcionam.

Um caminho intermediário pode ser ver a ciência como a coleção sistemática de informações subjetivas de uma forma que permita um acordo intersubjetivo entre as pessoas. Com esse entendimento, mesmo que não possamos ver o mundo como ele é, poderíamos obter um acordo intersubjetivo universal ou quase universal sobre algo como a velocidade com que a luz viaja no vácuo. Isso pode ser o melhor que pode acontecer ou pode ser uma forma de restringir o que podemos saber objetivamente. Ou talvez seja algo totalmente diferente.

A verdade objetiva sobre objetividade
Embora a realidade objetiva provavelmente exista, nossos sentidos podem não ser capazes de acessá-la bem. Somos seres limitados com pontos de vista e cérebros limitados que começam a processar dados sensoriais no momento em que os adquirimos. Devemos sempre estar cientes de nossa perspectiva, como isso afeta os dados aos quais temos acesso e que outras perspectivas podem ter um pouco de verdade.

O filósofo Daniel Schmachtenberger disse ao Big Think:

“Não existe uma perspectiva abrangente que me dê todas as informações sobre quase todas as situações. O que isso significa é que a própria realidade é transperspectiva. Não pode ser capturado em nenhuma perspectiva. Portanto, várias perspectivas devem ser tomadas. Tudo isso terá alguma parte da realidade, algum sinal. ”

É justo, mas você pode ter que se preocupar se está realmente obtendo as informações corretas sobre essas perspectivas.

*Por Scotty Hendricks / Big Think
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*Fonte: pensarcontemporaneo

5 aulas de Sêneca para aproveitar ao máximo seu tempo

“Quando chegarem ao fim, vão entender que estavam muito ocupados sem fazer nada ”, advertiu Sêneca séculos atrás. O filósofo estoico deixou claro que o tempo é o bem mais valioso que possuímos, mas ainda assim o desperdiçamos sem pensar nele.

Apesar do peso da mortalidade continuamente pairando sobre nossas cabeças, muitas vezes vivemos como se fôssemos imortais. Preferimos não pensar no fim para exorcizar nossos medos mais atávicos. No entanto, se quisermos aproveitar o tempo e fazer algo significativo em nossa vida, devemos ter em mente a frase latina que nos lembra de nossa mortalidade: memento mori .

Dicas para aproveitar o tempo, segundo Sêneca

1. Faça agora, não deixe a vida passar

“Adiar as coisas é o maior desperdício de nossa vida: tira cada dia que chega e nos nega o presente, prometendo-nos o futuro”, escreveu Sêneca. Ao que ele acrescentou: “enquanto perdemos nosso tempo duvidando e procrastinando, a vida acelera”.

Todos nós procrastinamos em algum ponto. No entanto, quando se torna a norma, quando continuamente adiamos planos importantes que poderiam mudar nossas vidas para melhor, temos um problema porque a vida não espera.

A procrastinação pode ser devida à preguiça, mas na maioria dos casos está enraizada no medo da incerteza. É por isso que Sêneca nos lembra que “a fortuna tem o hábito de se comportar como lhe agrada ”, de modo que a espera não costuma aumentar nossas chances de sucesso, mas muitas vezes serve apenas para acumular mais obstáculos pelo caminho.

A solução é eliminar do nosso vocabulário a frase: “Vou fazer amanhã” para começar a trabalhar agora. Só precisamos dar o primeiro passo. Quebre a inércia. Como Sêneca aconselhou: ” segure a lição de casa de hoje e você não terá que depender tanto da lição de amanhã .”

2. Valorize seu tempo mais do que suas posses

Se víssemos uma pessoa queimando dinheiro, pensaríamos que ela era louca. Porém, todos os dias perdemos minutos e horas, mas não pensamos que somos loucos, mesmo que o tempo seja o nosso bem mais valioso.

Ao contrário do dinheiro, que pode ser gasto e recuperado, o tempo é um recurso precioso que nunca podemos recuperar. Sêneca disse: “ As pessoas são frugais na proteção de seus bens pessoais; mas quando se trata de perder tempo, eles são os que mais perdem, a única coisa em que é normal ser avarento . “

Redefinir o valor do tempo tendo consciência de sua finitude é o primeiro passo para utilizá-lo com inteligência, administrá-lo melhor e, sobretudo, dedicá-lo àquilo que realmente vale a pena ou é significativo em nossas vidas. Uma estratégia para começar a valorizar o tempo sobre as posses é nos perguntar: quanto tempo da minha vida devo gastar comprando isso?

3. Reduza a agitação inútil

“ Uma pessoa preocupada não consegue realizar nenhuma atividade com sucesso … Para um homem preocupado, viver é a atividade menos importante. No entanto, não há nada mais importante e difícil de aprender do que viver ” , disse Sêneca.

Suas palavras assumem uma relevância especial hoje, em um momento em que somos submetidos a um fluxo incessante de estímulos externos que exigem nossa atenção. Pendentes compromissos sociais, telas, notícias, mensagens, trabalho … nossa agenda se enche e não temos um minuto livre.

Isso cria a sensação de estarmos muito ocupados fazendo coisas muito importantes, mas se equilibrarmos no final do dia, podemos descobrir que fizemos poucas coisas que nos deixam felizes ou que nos aproximam de nossos objetivos significativos na vida .

Essa tontura diária pode nos prender por anos, fazendo a vida escapar de nós. Por isso é importante que repensemos o nosso dia a dia e procuremos eliminar todas as distrações e ocupações supérfluas que não nos trazem nada enquanto abrimos espaço na nossa agenda para aquelas atividades que realmente contribuem para o nosso bem-estar ou nos fazem sentir. mais cheio e mais vivo.

4. Seja implacável com o que não lhe traz nada

Se quiser aproveitar ao máximo o seu tempo, você precisa aprender a dizer “não”. Sêneca advertiu: “ O quanto você devastou sua vida porque não sabia o que estava perdendo, o quanto você desperdiçou em dores sem sentido, alegria tola, desejo ganancioso e diversões sociais. Você vai perceber que estava morrendo antes do tempo! ”.

Para fazer bom uso do tempo, precisamos aprender a estabelecer limites. Alguns desses limites são dirigidos a outros, a todas as pessoas que acreditam ter o direito de usar o nosso tempo, recarregando-nos com responsabilidades que não nos pertencem. Então, isso significa dizer “não” a muitas das coisas que estamos fazendo pelos outros que eles poderiam fazer por si mesmos, bem como a todos aqueles compromissos, convites e obrigações sem sentido.

No entanto, também devemos aprender a dizer “não” a nós mesmos. Estabeleça limites para não perder tempo precioso. Trata-se de dizer “não” a estados emocionais que nos prejudicam e tiram momentos de felicidade enquanto nos permitimos ser consumidos pela culpa, raiva ou ressentimento. Se não tomarmos cuidado, tanto as imposições sociais quanto esses estados emocionais acabam se expandindo até consumirem grande parte de nossa vida.

5. Não subordine a felicidade à realização de seus objetivos

“ É inevitável que a vida não seja apenas muito curta, mas também muito infeliz para quem adquire com muito esforço o que deve manter com esforço ainda maior. Eles atingem meticulosamente o que desejam; eles possuem avidamente o que realizaram; e enquanto isso passa um tempo que nunca mais voltará. Novas preocupações tomam o lugar das antigas, as expectativas geram mais expectativas e a ambição, mais ambição ” , disse Sêneca.

Em uma cultura que recompensa o esforço constante e metas cada vez mais ambiciosas, essa mensagem estóica pode ser contra-intuitiva. No entanto, a busca contínua de novos objetivos, nunca satisfeita com as conquistas, apenas leva a um estado de permanente ansiedade e infelicidade.

Em vez disso, uma das dicas de Sêneca para aproveitar ao máximo seu tempo é não ser muito ambicioso. À medida que buscamos novos objetivos, o tempo está se esvaindo de nós. Uma meta sempre leva a outra e nos leva a pensar que a felicidade está na conquista de cada uma delas. A solução é reajustar nossas expectativas e nos perguntar como podemos levar uma vida mais significativa no aqui e agora, enquanto trabalhamos para alcançar certos objetivos.

Em todo caso, Sêneca também alertou “ não se deve pensar que um homem viveu muito porque tem cabelos brancos e rugas: ele não viveu muito, só existe há muito tempo … a parte da vida que a gente realmente vive é pequeno. Porque todo o resto da existência não é vida, mas simplesmente tempo ”. A chave para fazer bom uso do tempo é transformar minutos vazios em minutos significativos.

*Adaptado de Rincón de la Psicología
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*Fonte:

Epifenomenalismo: uma das idéias mais perturbadoras da filosofia

E se você não importa? E se todos os seus pensamentos, sentimentos preciosos, grandes sonhos e medos terríveis forem completamente, totalmente, espetacularmente irrelevantes? Será que toda a sua vida mental é apenas um espectador inútil, olhando enquanto seu corpo faz as coisas importantes para mantê-lo vivo e correndo? Qual é realmente o objetivo de um pensamento?

Essa é a visão do “epifenomenalismo” e pode ser apenas uma das idéias mais perturbadoras de toda a filosofia.


O toque inútil do relógio

Em qualquer dia, tomaremos milhares de decisões e realizaremos inúmeras ações. Movemos nossas pernas para andar, abrimos nossas bocas para comer, sorrimos para nossos amigos, beijamos nossos entes queridos e assim por diante. Hoje, sabemos o suficiente sobre neurociência e fisiologia para dar um relato completo e completo de como isso acontece. Podemos apontar as partes do cérebro que são ativadas, a rota que os sinais nervosos percorrerão para cima e para baixo no corpo, a forma como os músculos se contraem e como o corpo reagirá. Podemos, em resumo, dar um relato físico completo de tudo o que fazemos.

A questão, então, é: qual é o objetivo de nossa consciência? Se pudermos explicar todo o nosso comportamento de maneira bastante feliz (ou “suficientemente”, como os filósofos gostam de dizer) com causas físicas, o que resta para nossos pensamentos fazerem?

O antropólogo Thomas Huxley argumentou que nossos pensamentos são um pouco como o carrilhão de um relógio a cada hora. Faz um som, mas não faz nenhuma diferença na hora. Da mesma forma, nossos pensamentos e sentimentos subjetivos podem ser muito agradáveis ​​e parecer muito especiais para nós, mas são completamente alheios.

O problema do dualismo mente-corpo
Tudo isso se origina de um problema fundamental do dualismo, que é a ideia filosófica de que a mente e o corpo são coisas diferentes. Há algo intuitivo nessa ideia. Quando imagino um dragão voador com hálito de fogo e asas coriáceas, isso é totalmente diferente do mundo físico dos lagartos, velas e morcegos. Ou, dito de outra forma, você não pode tocar com o dedo ou cortar com uma faca o que acontece na sua cabeça. Mas não gostamos de acreditar que nossos pensamentos não existem. Então, quais são eles?

O problema no dualismo é entender como algo mental, não físico e subjetivo pode afetar o mundo físico e especialmente meu corpo físico. No entanto, isso acontece claramente. Por exemplo, se eu quiser um cupcake, movo minha mão em sua direção.

Então, como o imaterial pode afetar o material? Este “problema de interação causal” não é facilmente resolvido, e por isso alguns filósofos preferem a resposta epifenomenalista: “Talvez nossas mentes não façam nada.” Se quisermos manter a ideia de que nossas mentes existem, mas de uma maneira completamente diferente do mundo físico, então seria mais palatável descartar a ideia de que elas fazem qualquer coisa.

Teoria da informação integrada
Então, qual é o objetivo da consciência? Existem alguns, como o neurocientista Daniel De Haan e os filósofos Giulio Tononi e Peter Godfrey-Smith, que argumentam que a consciência pode ser melhor explicada pela “teoria da informação integrada”.

Nessa teoria, consciência é algo que emerge da soma de nossos processos cognitivos – ou, mais especificamente, da “capacidade de um sistema de integrar informações”, como escreve Tononi . Em outras palavras, a consciência é um produto líquido de todas as outras coisas que nossa mente está fazendo, como sincronizar entradas sensoriais, concentrar-se em objetos específicos, acessar vários tipos de memória e assim por diante. A mente é um supervisor no centro de uma enorme teia e é o resultado ou subproduto de todas as coisas incrivelmente complexas que precisa fazer.

Mas esse tipo de teoria “emergentista” (uma vez que a mente “emerge” de suas operações) nos deixa com algumas questões epifenomenais. Parece sugerir que a mente existe, mas pode ser totalmente explicada e explicada por outros processos físicos. Por exemplo, se supomos que nossa consciência é o produto de nossas entradas sensoriais complexas e variadas, como Godfrey-Smith oferece, então o que o pensamento consciente realmente adiciona à equação de que nossa visão, cheiro, interocepção e assim por diante já não estão fazendo ? Por analogia, se “engarrafamento” é apenas o termo para uma coleção de carros e caminhões parados, o que o conceito de “engarrafamento” acrescenta que todos esses veículos ainda não oferecem? Um engarrafamento não tem um papel causal a desempenhar.

Isso não quer dizer que a consciência seja um erro ou não tenha valor. Afinal, sem ele, eu não seria eu e você não seria você. O prazer não existiria. Não haveria mundo algum. Não podemos nem imaginar uma vida sem consciência. E o epifenomenalismo acredita que eventos físicos, como nossas faíscas sinápticas e interações neuronais, causam nossos eventos mentais.

Mas se o epifenomenalismo estiver correto, isso significa que nossos pensamentos não acrescentam nada ao mundo físico que ainda não esteja em andamento. Isso significa que estamos trancados em nossas cabeças. Todos os pensamentos e sentimentos são, em última análise, sem sentido ou sem sentido. Somos como crianças fingindo que dirige um carro – pode ser muito divertido, mas realmente não estamos no comando.

*Por Jonny Thomson  (ensina filosofia em Oxford. Ele administra uma conta popular no Instagram chamada Mini Philosophy (@ philosophia ).
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*Fonte: pensarcontemporaneo

4 reflexões que vão te introduzir ao pensamento de Nietzsche

Apesar de ter morrido em 1900, os pensamentos do filósofo Friedrich Nietzsche se mostram tão atuais e úteis para compreendermos a humanidade de hoje quanto os memes da internet. Escrever seu nome sem a ajuda do Google e pronunciá-lo da forma correta (que é Níti, com ênfase no pimeiro “i”) pode ser uma aventura.

Mas suas ideias estão tão enraizadas na sociedade que, às vezes, sequer percebemos que estamos filosofando — se você já cantou “what doesn’t kill you makes you stronger” (“o que não te mata te fortalece”), da Kelly Clarkson, você já conhece, pelo menos, uma ideia do filósofo. Conheça um pouco das outras:

O conceito do Super Homem
É tentador relacionar o Super Homem (“übermensch”) de Nietzsche com o Super-Homem da DC. Mas, apesar de Henry Cavill responder a todos os quesitos estéticos da sociedade moderna, ele não tem nada a ver com as ideias nietzschianas. Segundo o filósofo especialista em Nietzsche Oswaldo Giacóia, da USP, o Super Homem (ou Além do Homem) poderia ser representado por aquele que encarara a vida sem as muletas que o homem usou até hoje para poder suportar a existência, como a religião ou a moral, por exemplo. Segundo Nietzsche, essas muletas seriam uma negação da morte. E seria por causa dessa negação que as pessoas acreditariam em falsas promesas como o paraíso. Portanto, o Super Homem seria um ser superior, uma ideia melhorada de nós mesmos: não na força, mas no âmbito psicológico.

Se você achou essa ideia de “ser superior” um pouco nazista, saiba que Hitler também. Durante muito tempo, as ideias do filósofo foram usadas como justificativa para os horrores da Segunda Guerra Mundial. Grande parte por conta da má interpretação de alguns estudiosos — que também contou com uma ajudinha da irmã de Nietzsche, Elizabeth.

O Eterno Retorno
Não é raro levantar cedo para ir ao trabalho, encostar a cabeça no vidro do ônibus e pensar: “Que m#$@% eu estou fazendo com a minha vida?”. E se você tivesse seguido o sonho de abrir um bar na praia em vez de estar sendo sugado por uma empresa que nem paga tão bem assim? Você realmente está aproveitando a existência na Terra ou só está vendo ela passar pela janela do busão?

Na obra A Gaia Ciência, Nietzsche nos presenteia com um exercício mental intrigante: “E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: ‘Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nada de novo, cada dor e cada prazer (…) há de retornar (…). Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que que lhe responderias: ‘Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!’”.

A forma como você reagiria à proposta do demônio diz muito sobre o modo como você leva a vida e faz questionar (muito) sobre o rumo que dá a ela e como toma suas decisões.

Deus está morto
Nietzsche não gostava muito da Igreja Católica. A afirmação que fez na obra O Anticristo, de que “Deus está morto”, apavora os cristãos até hoje. A principal ideia que o filósofo atacava era a da moral cristã. Para ele, os cristãos não são bons (ou tentam ser) porque se preocupam com o próximo. Eles são bons porque têm medo de queimar no inferno. Não é uma bondade genuína. Segundo ele, é nesse medo da punição em que se baseia toda a fé cristã. Por isso, ele propôs uma ideia de ética que dependia simplesmente da própria pessoa — que não deveria acreditar em recompensas além da vida ou em deuses que o tratassem como gado. Ou seja, a pessoa seria boa simplesmente porque assim ela se sentiria bem consigo mesma e não porque uma entidade superior e vingativa puxaria seu pé à noite.

Ele não via sentido em negar o sexo, o corpo e o amor. O filósofo se perguntava: “Que validade tem, afinal de contas, ser cristão se este vive ameaçado pela terrível punição de ser excluído da presença de Deus se não se comportar ‘bem’?”. Isso sem falar na noção de culpa que vem de brinde. Por isso, Nietzsche defendia o fim da moral cristã, atacando sua principal incentivadora: a Igreja. Mas, diferentemente de Marx, por exemplo, ele não achava que seria preciso uma revolução para isso. Mas, sim, um questionamento individual que faria cada um perceber que ser cristão era entregar sua vida a uma ilusão sem sentido.

Niilismo de Nietzsche
(Muito) Basicamente, o niilismo é a descrença total nos valores impostos pela sociedade. Para os niilistas, a vida não deve ser regida por nenhum tipo de padrão que nos foi ensinado pela escola, pelos pais ou assistindo à TV Cultura. Deus? Não acredito. Pecado? Não acredito. Lady Gaga como a nova Madonna? Faça-me o favor…

Não é a toa que Nietzsche era um verdadeiro hater da moral cristã. E o que acontece quando se deixa de acreditar no sentido das coisas? A pessoa cai no vazio absoluto. Restaria apenas esperar pela morte. Mas Niezsche não acreditava nisso como saída, para ele, quando se mata Deus, a pessoa se torna responsável por criar suas próprias regras, usando o conceito de Eterno Retorno como guia.

*Por Nathan Fernandes
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*Fonte: revistagalileu

Inveja: tendência a perceber com desprazer o bem dos outros

Voltando ao tempo dos gregos antigos, inúmeros filósofos têm contemplado a natureza da inveja, ou o que Immanuel Kant descreveu como a “tendência a perceber com desprazer o bem dos outros”. (Immanuel Kant)

Aqueles que escreveram sobre a inveja, seja Aristóteles, Tomás de Aquino, Adam Smith, Schopenhauer ou Nietzsche, chegaram a uma conclusão semelhante – a inveja é um estado de espírito destrutivo e doente que prejudica não apenas o invejoso, mas aqueles a quem inveja. direcionado para a sociedade como um todo.

Mas hoje o vício pessoal da inveja foi transformado em virtude pelos políticos. Ao manipular a tendência humana à inveja, os políticos tropeçaram em um meio muito eficaz de ganhar poder e controle sobre populações desprevenidas. Neste artigo, examinaremos esse fenômeno enquanto analisamos a natureza da inveja em geral, como as tentativas de impor a uniformidade só exacerbam ironicamente a inveja e como os aflitos de inveja devem, para seu próprio bem-estar, se livrar dela .

A inveja é uma emoção dirigida, em outras palavras, pressupõe a coexistência de duas ou mais pessoas – o invejoso que experimenta a emoção e o invejado que é o alvo da emoção. Uma boa definição de inveja é encontrado no dicionário alemão do século de Grimm:

“A inveja expressa aquele estado de espírito vingativo e interiormente atormentador, o desprazer com que se percebe a prosperidade e as vantagens dos outros, inveja-os dessas coisas e, além disso, deseja que alguém seja capaz de destruir ou possuir a si mesmo.” (Grimm’s German Dictionary )

Um equívoco comum é confundir inveja com indignação. Na obra Retórica de Aristóteles, ele enfatiza a diferença entre os dois conceitos que escrevem:

“A pessoa indignada sente raiva da prosperidade daqueles que não a merecem e da inveja de todos.” (Retórica, Aristóteles)

Ou como ele coloca de maneira mais simples:

“A indignação é sentida no bem-estar das pessoas más, enquanto a inveja é da felicidade das boas.” (Retórica, Aristóteles)

Em contraste com a inveja, a indignação não é vice-versa, pois está enraizada em um desejo de justiça. A inveja, por outro lado, como observou Schopenhauer, está enraizada na

“A inevitável comparação entre a nossa própria situação e a dos outros” (Ensaios e Aforismos, Arthur Schopenhauer)

Quando comparado a outros desperta a consciência de nossas inferioridades – seja em termos de riqueza, posses, características mentais ou físicas – isso pode gerar inveja se acreditarmos que o que nos falta em comparação a outros explica nossa relativa infelicidade.

Indivíduos tomados pela inveja vêem aqueles superiores a eles como inimigos. Em vez de se concentrar em melhorar a si mesmos, os invejosos acreditam que seu caminho para a felicidade está ligado ao destino daqueles que invejam. Em outras palavras, eles acreditam que de alguma forma a felicidade deles será aumentada se eles puderem puxar os outros para baixo.

O desejo de ver outros derrubados não alimenta uma sociedade próspera, mas impede o progresso social. Aqueles que são devorados pela inveja provavelmente não se tornarão os grandes inventores, artistas, escritores, empreendedores ou cientistas que ajudam a promover uma sociedade. Pelo contrário, eles desprezam indivíduos de grande talento, pois sua existência apenas torna mais óbvias as inferioridades da inveja.

A natureza destrutiva da inveja tem feito o uso de instituições e práticas para inibir seu impacto extremamente comum ao longo da história. Como Helmut Schoeck afirma em seu livro Envy: A Theory of Social Behavior

“… nenhuma sociedade pode existir na qual a inveja é elevada ao status de uma virtude normativa … Mesmo a superstição de sociedades simples, vê a inveja como uma doença, o homem invejoso como perigosamente doente – um câncer do qual o indivíduo e o grupo deve ser protegido – mas nunca como um caso normal de comportamento e empreendimento humano. Em nenhum lugar, com pouquíssimas exceções, encontramos a crença de que a sociedade deve se adaptar ao homem invejoso, mas sempre deve procurar proteger-se contra ele. ”(Inveja: Uma Teoria do Comportamento Social, Helmut Schoeck)

Mas, desconcertantemente, uma perversão perigosa parece estar ocorrendo no mundo moderno. Em vez de confiar em práticas e instituições para inibir os efeitos da inveja, Gonzalo Fernández de la Mora, em seu livro Igualitarian Envy, adverte que as sociedades ocidentais estão sendo moldadas por políticos que estão alimentando as chamas da inveja com o propósito de ganhar poder e controle. .

Este é um fenômeno relativamente recente, que remonta ao final do século 19 e ao surgimento das tecnologias de comunicação de massa. Antes do surgimento dessas tecnologias, a inveja era direcionada, quase exclusivamente, para os membros da própria comunidade. Alguém que vive na Europa no século 17, por exemplo, dificilmente invejaria as riquezas de um imperador de uma terra distante, como condição para o surgimento da inveja a observação da felicidade de outra. No entanto, a ascensão da mídia de massa mudou essa situação. Agora podemos observar intimamente a vida de pessoas com quem não temos contato pessoal e, assim, fazer julgamentos sobre sua felicidade. de La Mora explica o significado desta situação, afirmando:

“As pessoas contemporâneas estão sujeitas a um fornecimento maciço de informações através da mídia de massa; consequentemente, as pessoas podem ter opiniões sobre a felicidade daqueles que nunca conheceram ou grupos de pessoas às quais não pertencem; e, como resultado desses sentimentos, eles podem invejar. Essa possibilidade torna-se uma probabilidade se, como é habitual nos meios de comunicação, a informação é distribuída já “focalizada” por uma seleção parcial, uma edição intencional, mistificadora ou simplesmente um preconceito que, no nosso caso, é direcionado para ressaltar as diferenças. entre os indivíduos. . . Ninguém inveja esta ou aquela pessoa, mas uma abstração, como “os ricos” ou “os elitistas”. ”(Gonzalo Fernández de la Mora, Inveja Igualitária)

Ao promover e apelar para essa inveja, os demagogos podem desencadear conflitos e tornar potenciais vítimas fora de todos nós – pois quem não se achará inferior a um grupo idealizado de pessoas. Mas aqueles que invejam dessa forma coletiva, e especialmente aqueles que a promovem, nunca admitirão seus verdadeiros motivos, ao contrário do que afirma La Mora em uma passagem extremamente relevante para os dias modernos:

“Um disfarce contemporâneo da inveja coletiva é o que é chamado de“ justiça social ”. Como essa argumentação ideológica… é executada? Estabelece-se um postulado fundamental de que, quanto mais justa a sociedade, mais iguais seus membros são em oportunidades, posição e riqueza; e imediatamente fica estabelecido que o partido lutará sem descanso para alcançar tal “justiça”. ”(Gonzalo Fernández de la Mora, Egalitarian Envy)

Mas a justiça social, ou a tentativa de nos tornar mais iguais usando a força do Estado, não trará uma sociedade menos propensa à inveja. De fato, à medida que essa uniformidade antinatural é imposta a uma sociedade, novas fontes de inveja surgirão e serão muito mais perniciosas. Por exemplo, se de alguma forma todos fossem feitos iguais em termos de riqueza material, isso não livraria o mundo da inveja. Pelo contrário, isso só significaria que aqueles propensos à inveja iriam direcionar sua atenção para outras formas de desigualdade, como as desigualdades nas características físicas e mentais. Schopenhauer alertou sobre esse tipo de inveja, escrevendo que a inveja

“Dirigido contra as qualidades pessoais é o mais insaciável e venenoso, porque o invejoso fica sem esperança; é também o tipo mais baixo de inveja, pois odeia o que deveria amar e respeitar. ”(Arthur Schopenhauer)

Além de trazer à tona formas mais perigosas de inveja, as sociedades que são vítimas do apelo demagógico por mais igualdade, ironicamente, vêem o crescimento da forma mais insidiosa de desigualdade possível – uma vasta desigualdade de poder entre a elite dominante e o resto da população. Para cumprir sua promessa de trazer cada vez mais justiça ao mundo e cada vez mais igualdade, os governos devem ter poderes imensos para refazer a sociedade.

Mas com tudo isso dito, podemos escolher não sermos vítimas desse estratagema político. Em vez de ver nossas inadequações como razões para derrubar os outros, podemos escolher reações mais construtivas, como emulação e auto-aperfeiçoamento. A emulação ocorre quando o reconhecimento de suas inferioridades os leva a ver o superior não como inimigos, mas exemplos para aprender e figuras de motivação. Em vez do desejo de nivelar tudo, a emulação leva a pessoa a elevar-se ao nível dos melhores, ou mesmo a superar aqueles que uma vez procuraram. Kierkegaard observou que “a inveja é uma admiração oculta” e, portanto, a emulação pode ser vista como a reação positiva ao que leva os indivíduos mais fracos à inveja.

Reagir às inferioridades da pessoa com o desejo de melhorar a si mesmo não é apenas bom para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo. Isso significa que mais pessoas se concentrarão na criação do novo e do melhor, em vez de na destruição de outros. Mas, por outro lado, se a nossa sociedade continua a percorrer um caminho conduzido pela inveja que alimenta a retórica dos demagogos, chegaremos a um ponto, segundo Nietzsche, em que as pessoas ficarão tão ressentidas com outras que até mesmo o feliz entre nós começará a questionar se tem direito a sua felicidade:

Todas essas pessoas ressentidas são fisiologicamente distorcidas e alimentam o verme da inveja em seu intimo, em muitos casos não se contentando apenas em deturpar a imagem do seu invejado, mas planejando derrubá-lo e destitui-lo da posição vista e entendida como superior. Como disse Nietzsche: “É uma pena ser feliz! Há muita miséria!” (Sobre a Genealogia da Moralidade, Nietzsche)

Esse artigo foi transcrito e traduzido a partir do vídeo (Em Inglês) The Psychology of Envy and Social Justice

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Os humanos estão evoluindo mais rápido do que nunca. O motivo não é genético, afirma o estudo

À mercê da seleção natural desde o início da vida, nossos ancestrais se adaptaram, se acasalaram e morreram, transmitindo minúsculas mutações genéticas que acabaram por tornar os humanos o que somos hoje.

Mas a evolução não está mais ligada estritamente aos genes, sugere um novo estudo. Em vez disso, a cultura humana pode estar conduzindo a evolução mais rápido do que as mutações genéticas podem funcionar.

Nessa concepção, a evolução não requer mais mutações genéticas que conferem uma vantagem de sobrevivência, sendo transmitidas e disseminadas. Em vez disso, os comportamentos aprendidos transmitidos pela cultura são as “mutações” que fornecem vantagens de sobrevivência.

Essa chamada evolução cultural pode agora moldar o destino da humanidade de forma mais forte do que a seleção natural, argumentam os pesquisadores.

“Quando um vírus ataca uma espécie, ele normalmente se torna imune a esse vírus por meio da evolução genética”, disse ao Live Science o co-autor do estudo Zach Wood, pesquisador de pós-doutorado na Escola de Biologia e Ecologia da Universidade do Maine.

Essa evolução funciona lentamente, pois aqueles que são mais suscetíveis morrem e apenas aqueles que sobrevivem passam seus genes.

Mas hoje em dia, a maioria dos humanos não precisa se adaptar geneticamente a essas ameaças. Em vez disso, nos adaptamos desenvolvendo vacinas e outras intervenções médicas, que não são o resultado do trabalho de uma pessoa, mas sim de muitas pessoas construindo sobre as “mutações” acumuladas do conhecimento cultural.

Ao desenvolver vacinas, a cultura humana melhora seu ” sistema imunológico ” coletivo , disse o co-autor do estudo Tim Waring, professor associado de modelagem de sistemas sócio-ecológicos da Universidade do Maine.

E às vezes, a evolução cultural pode levar à evolução genética. “O exemplo clássico é a tolerância à lactose”, disse Waring ao Live Science. “Beber leite de vaca começou como um traço cultural que impulsionou a evolução [genética] de um grupo de humanos.”

Nesse caso, a mudança cultural precedeu a mudança genética, não o contrário.

O conceito de evolução cultural começou com o próprio pai da evolução , disse Waring. Charles Darwin compreendeu que os comportamentos podem evoluir e ser transmitidos aos filhos da mesma forma que os traços físicos, mas os cientistas de sua época acreditavam que as mudanças nos comportamentos eram herdadas. Por exemplo, se uma mãe tinha uma característica que a inclinava a ensinar uma filha a procurar comida, ela passaria essa característica herdada para sua filha. Por sua vez, sua filha teria maior probabilidade de sobreviver e, como resultado, essa característica se tornaria mais comum na população.

Waring e Wood argumentam em seu novo estudo, publicado em 2 de junho na revista Proceedings of the Royal Society B , que em algum ponto da história humana, a cultura começou a arrancar o controle evolucionário de nosso DNA . E agora, dizem eles, a mudança cultural está nos permitindo evoluir de uma forma que a mudança biológica por si só não poderia.

Eis o porquê: a cultura é orientada para o grupo e as pessoas nesses grupos conversam, aprendem e imitam umas às outras. Esses comportamentos de grupo permitem que as pessoas transmitam as adaptações que aprenderam através da cultura mais rápido do que os genes podem transmitir benefícios de sobrevivência semelhantes.

Um indivíduo pode aprender habilidades e informações com um número quase ilimitado de pessoas em um pequeno período de tempo e, por sua vez, espalhar essas informações para muitas outras pessoas. E quanto mais pessoas disponíveis para aprender, melhor. Grandes grupos resolvem problemas mais rápido do que grupos menores, e a competição entre grupos estimula adaptações que podem ajudar esses grupos a sobreviver.

À medida que as ideias se espalham, as culturas desenvolvem novos traços.

Em contraste, uma pessoa só herda a informação genética de dois pais e causa relativamente poucas mutações aleatórias em seus óvulos ou espermatozoides, o que leva cerca de 20 anos para ser transmitido a seu pequeno punhado de filhos. É apenas um ritmo de mudança muito mais lento.

“Esta teoria já existe há muito tempo”, disse Paul Smaldino, professor associado de ciências cognitivas e da informação na Universidade da Califórnia em Merced, que não era afiliado a este estudo. “As pessoas vêm trabalhando há muito tempo para descrever como a biologia evolutiva interage com a cultura.”

É possível, sugerem os pesquisadores, que o surgimento da cultura humana represente um marco evolutivo fundamental.

“O grande argumento deles é que a cultura é o próximo estado de transição evolutiva”, disse Smaldino ao Live Science.

Ao longo da história da vida, os principais estados de transição tiveram enormes efeitos no ritmo e na direção da evolução. A evolução das células com DNA foi um grande estado de transição e, então, quando células maiores com organelas e estruturas internas complexas chegaram, o jogo mudou novamente. A fusão das células em plantas e animais foi outra grande mudança radical, assim como a evolução do sexo, a transição para a vida na terra e assim por diante.

Cada um desses eventos mudou a forma como a evolução agia, e agora os humanos podem estar no meio de outra transformação evolutiva. Podemos ainda evoluir geneticamente, mas isso pode não controlar muito a sobrevivência humana.

“No longo prazo, sugerimos que os humanos estão evoluindo de organismos genéticos individuais para grupos culturais que funcionam como superorganismos, semelhantes a colônias de formigas e colmeias”, disse Waring em um comunicado.

Mas a genética impulsiona as colônias de abelhas, enquanto o superorganismo humano existirá em uma categoria própria. Não está claro como será esse superorganismo em um futuro distante, mas provavelmente será preciso muita gente para descobri-lo.

*Por ScienceAlert

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*Fonte: pensarcontemporaneo

10 coisas que roubam sua energia positiva segundo Dalai Lama

Existem muitas coisas que “roubam” as nossas boas energias ao longo do dia. Sejam pessoas, situações ou mesmo ações que tomamos sem pensar nas consequências.

Para ajudar a guiar as pessoas rumo a um equilíbrio, o atual Dalai Lama (Tenzin Gyatso) enumerou o que chama de os “10 Ladrões da Energia”. Saiba reconhecê-los e proteja a sua positividade!

1. Se afaste das pessoas tóxicas
Deixe ir as pessoas que somente chegam para compartilhar queixas, problemas, histórias desastrosas, medo e julgamentos dos demais. Se alguém busca uma lixeira para deixar seu lixo, não deixe que seja a sua mente.

Dalai Lama

Elas são verdadeiras “vampiras” e irão sugar toda a energia que estiver ao seu redor, até deixá-lo fraco e sem forças.

As “pessoas tóxicas” normalmente são aquelas que vivem reclamando sobre a vida e nunca conseguem enxergar a positividade das situações. Nunca estão felizes ou satisfeitas pelas suas conquistas, mas são as primeiras na hora de apontar todos os defeitos e críticas sobre você e o resto do mundo.

Não existe crucifixo, água benta ou alho contra esses “vampiros de energia”, portanto o nosso melhor conselho é: SE AFASTE!

2. Pague a quem você deve
Pague suas contas a tempo. Ao mesmo tempo, cobre a quem te deve ou escolha deixa-lo ir, se já for impossível cobrar.

Dalai Lama

Sem perceber, você estará “pagando” as suas dívidas com a sua própria energia, pois definitivamente dever alguém é uma das coisas mais desgastantes que há! Honre os seus compromissos e evite se comprometer com responsabilidades que você não garante cumprir.

3. Cumpra suas promessas
Se não cumpriu suas promessas, se pergunte por que tem resistência. Sempre tem direito a mudar de opinião, a se desculpar, a compensar, a renegociar e a oferecer alternativa ante uma promessa não cumprida. Ainda não como de costume. A forma mais fácil de evitar o não cumprir com algo que não quer fazer, é dizer NÃO desde o princípio.

Dalai Lama

Novamente, não prometa algo que você sabe que não poderá cumprir, pois uma das coisas que contribui para baixar drasticamente a sua energia é a quebra de promessas.

Por outro lado, ao cumprir as promessas somos reabastecidos com um sentimento de satisfação que, consequentemente, aumenta a nossa energia positiva.

4. Dedique o seu tempo fazendo algo que goste
Elimine onde é possível e delegue aquelas tarefas que não prefere fazer e dedique seu tempo a fazer as coisas que gosta.

Dalai Lama

Calma, isso não significa que você deve fugir das suas responsabilidades e obrigações. Por vezes, somos obrigados a desempenhar uma atividade, por exemplo, que sabemos não ser de nosso agrado, mas devemos cumpri-la, pois é um dever.

Para não desperdiçar suas boas energias com tarefas que não te dão satisfação, busque construir ao seu redor aquilo que você gosta. Caso sinta que não é capaz de fazer algo, seja verdadeiro e peça para que outra pessoa mais qualificada assuma esse trabalho. Mas atenção, não faça disso uma desculpa para fugir dos desafios ou responsabilidades!

5. Descanse e aja
Se dê permissão para descansar se estiver em um momento no qual necessita e se dê permissão para agir se estiver em um momento de oportunidade.

Dalai Lama

Saber parar e descansar é essencial para garantir que suas energias não se percam por aí. Se não tiver encontrando a resposta que tanto procura, simplesmente pare e tente relaxar. Recarregue as suas forças e, principalmente, as suas energias positivas na companhia de pessoas que você ama. Mas, assim que surgir um novo caminho rumo aos seus objetivos e planos, não perca tempo e saiba agir!

6. Arrume e reorganize
Tire, arrume e organize, nada te toma mais energia que um espaço desordenado e cheio de coisas do passado que já não precisa.

Dalai Lama

Não precisa de muitas explicações, não é mesmo? E é a pura verdade. Quando estamos em um ambiente desorganizado nos sentimos desorientados e desanimados. Tente pôr uma ordem na sua bagunça, e não estamos falando apenas de coisas materiais.

7. Cuide de sua saúde
Dê prioridade a sua Saúde, sem a maquinaria de seu corpo trabalhando ao máximo, não pode fazer muito. Tire alguns momentos para descansar.

Dalai Lama

Não apenas a nossa energia mental e espiritual deve ser preservada, mas principalmente a energia física. Todas estão conectadas, então você deve estar atento a sua saúde e evitar que a falta de vitalidade consuma a sua positividade.

8. Enfrente as situações
Enfrente as situações tóxicas que está tolerando, desde resgatar um amigo ou um familiar, até tolerar ações negativas de um companheiro ou um grupo. Tome a ação necessária.

Dalai Lama

Todos enfrentamos situações tóxicas ao longo da vida. Não deixe que elas te dominem, mas seja você a tomar as rédeas dessas situações!

Você pode ter medo, insegurança ou não saber como agir, mas uma coisa é certa: não pode ficar passivo ao que te faz mau e rouba sua energia e vitalidade. Resista, reivindique e mude todos os cenários que forem tóxicos para a sua vida!

9. Aceite
Aceite. Não é resignação, mas nada te faz perder mais energia que resistir e brigar contra uma situação que não pode mudar.

Dalai Lama

Ter humildade e saber reconhecer aquilo que não podemos mudar. Não somos donos do mundo e nem tudo será do jeito que gostaríamos que fosse. Em muitos momentos a única coisa que nos resta é aceitar a vida como ela é.

10. Perdoe
Perdoe, deixe ir uma situação que esteja causando dor, sempre pode escolher deixar a dor ir embora.

Dalai Lama

O ressentimento, a raiva e o desejo de vingança são sentimentos que consomem muita energia e, definitivamente, não dão espaço para que a sua energia positiva irradie.

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*Fonte: equilibrioemvida

Os sonhos refletem várias memórias e antecipam eventos futuros

Os sonhos resultam de um processo que muitas vezes combina fragmentos de múltiplas experiências de vida e antecipa eventos futuros, de acordo com novas evidências de um novo estudo.

Os resultados mostram que 53,5% dos sonhos foram atribuídos a uma memória, e quase 50% dos relatos com uma fonte de memória foram conectados a várias experiências passadas.

O estudo também descobriu que 25,7% dos sonhos estavam relacionados a eventos iminentes específicos e 37,4% dos sonhos com uma fonte de eventos futuros estavam adicionalmente relacionados a uma ou mais memórias específicas de experiências passadas.

Os sonhos orientados para o futuro tornaram-se proporcionalmente mais comuns no final da noite.

“Os humanos têm lutado para entender o significado dos sonhos há milênios”, disse a principal investigadora Erin Wamsley, que tem um doutorado em neurociência cognitiva e é professora associada no departamento de psicologia e programa de neurociência na Furman University em Greenville, Carolina do Sul.

“Apresentamos novas evidências de que os sonhos refletem uma função de processamento de memória. Embora se saiba há muito tempo que os sonhos incorporam fragmentos de experiências passadas, nossos dados sugerem que os sonhos também antecipam eventos futuros prováveis. ”

O estudo envolveu 48 alunos que passaram a noite no laboratório para avaliação do sono noturno por meio de polissonografia. Durante a noite, os participantes foram acordados até 13 vezes para relatar suas experiências durante o início do sono, sono REM e sono não-REM. Na manhã seguinte, os participantes identificaram e descreveram as fontes de vida desperta para cada sonho relatado na noite anterior. Um total de 481 relatórios foram analisados.

“Esta é uma nova descrição de como os sonhos são derivados simultaneamente de várias fontes da vida em vigília, utilizando fragmentos de experiências passadas para construir novos cenários, antecipando eventos futuros”, disse Wamsley.

De acordo com Wamsley, o aumento proporcional de sonhos orientados para o futuro no final da noite pode ser impulsionado pela proximidade temporal dos eventos que se avizinham. Embora esses sonhos raramente representem eventos futuros de forma realista, a ativação e a recombinação de fragmentos de memória relevantes para o futuro podem, no entanto, servir a uma função adaptativa.

O resumo da pesquisa foi publicado recentemente em um suplemento online da revista Sleep e será apresentado como um pôster a partir de 9 de junho durante o Virtual SLEEP 2021. SLEEP é o encontro anual das Associações Profissionais de Sono, uma joint venture da Academia Americana de Sono Medicine and the Sleep Research Society.

*Por
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*Fonte: pensarcontemporaneo

“Pessoas felizes não precisam consumir”, a afirmação brutal do filósofo Serge Latouche

O ideólogo do decrescimento analisa como nossa sociedade criou uma religião em torno do crescimento e do consumismo.

Nascido em Vannes (França) há 70 anos, diante de uma platéia que escutava sentada nos corredores de acesso ao salão do Colegio Larraona de Pamplona, ​​salientando que o ritmo atual de crescimento da economia global é tão insustentável como a deterioração e a falta de recursos no planeta.

Convidados pelo coletivo Dale Vuelta-Bira Beste Aldera, sob o título de sua palestra “A diminuição, uma alternativa ao capitalismo?”, Ele afirmou que a sociedade estabelecesse uma autolimitação do seu consumo e exploração ambiental. Do seu ponto de vista, não se trata de propor uma involução, mas de acoplar a velocidade do gasto dos recursos naturais com a sua regeneração.

Especialista em relações econômicas Norte/Sul, o prêmio europeu de sociologia e ciências sociais Amalfi, seu movimento decrescentista, nascido nos anos 70 e estendido na França, defende a sobriedade na vida e a preservação dos recursos naturais antes de sua exaustão.

Em sua opinião, se a queda não for controlada, “a queda que já estamos experimentando” será o resultado do colapso de uma forma insustentável de capitalismo, e também será excessiva e traumática.

Uma bomba semântica. Serge Latouche afirma que o termo decrescimento é um slogan, “uma bomba semântica causada para neutralizar a intoxicação do chamado desenvolvimento sustentável”, uma forma de pensar, sustentabilidade, estendida pelo economismo liberal dos anos 80, e que favorece o pagamento de tudo.

“Por exemplo, no caso do trigo, obriga-nos a pagar pelo excedente, pelo seu armazenamento e também temos de pagar para destruir o excedente.”

“Devemos falar sobre o A-crescimento”, ele disse como um convite para refletir sobre nosso estilo de vida, incluindo a exibição do supérfluo e do enriquecimento excessivo.

Do seu ponto de vista “vivemos fagotizados pela economia da acumulação que leva à frustração e a querer o que não temos e não precisamos”, o que, diz ele, leva a estados de infelicidade.

“Detectamos um aumento de suicídios na França em crianças”, acrescentou ele, para referir-se à concessão por bancos de empréstimos ao consumidor para pessoas sem salários e ativos, como aconteceu nos Estados Unidos no início da crise econômica global. . Para o professor Latouche, “pessoas felizes geralmente não consomem”.

Seus números como economista dizem que ele está certo: todos os anos há mais habitantes no planeta, enquanto os recursos estão diminuindo, sem esquecer que consumir significa produzir resíduos e que o impacto ambiental de uma pessoal equivale a 2,2 hectares, e que a cada ano 15 milhões de hectares de floresta são consumidos “essenciais para a vida”.

“E se vivemos nesse ritmo, é porque a África permite isso”, enfatizou. Para o professor Latouche, qualquer tipo de escassez, alimentos ou petróleo, levará à pobreza da maioria e ao maior enriquecimento das minorias representadas nas grandes empresas petrolíferas ou agroalimentares.

Trabalhe menos e produza de forma inteligente.

Tachado de ingênuo por seus detratores, postulou trabalhar menos e distribuir melhor o emprego, mas trabalhar menos para viver e cultivar mais a vida, insistiu.

A partir de um projeto qualificado como “ecossocialista”, além de consumir menos, a sociedade deve consumir melhor, para qual propos que se produzisse perto de onde mora e de forma ecológica evitar que por qualquer fronteira entre Espanha e França circule até 4 mil caminhões uma semana “com tomates da Andaluzia cruzando com tomates holandeses”.

Ele terminou com um louvor ao estoicismo representada em Espanha por Seneca: “A felicidade não é alcançada se não podemos limitar nossos desejos e necessidades.”

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Argumento de autoridade, o recurso de quem não tem argumentos

Todos nós, em algum ponto, sucumbimos ao argumentum ad verecundiam ou argumento de autoridade. Não é difícil, pois em nossa sociedade muitas vezes se dá mais atenção à fonte do discurso do que à sua veracidade. Achamos que se alguém “importante” disse isso, será verdade. Infelizmente, essa é uma armadilha relativamente comum na qual caímos sem perceber. Assim, acabamos aceitando ideias falsas ou incorretas sem questioná-las.

Qual é o argumento da autoridade?

O argumento ad verecundiam, também conhecido como argumentum ad auctoritatem, consiste em defender que uma ideia só é verdadeira porque quem a cita é uma autoridade na matéria que nos inspira respeito. Na verdade, mais do que um argumento, é uma falácia. Falácias são aparentemente razões válidas para provar ou refutar uma ideia, embora na realidade essas razões não tenham fundamento lógico.

Muitas pessoas usam falácias intencionalmente para tentar persuadir ou manipular os outros, embora tenham plena consciência de que seus argumentos carecem de rigor e veracidade. O problema é que algumas dessas falácias podem ser muito persuasivas, portanto nem sempre são fáceis de detectar. Esse é o caso do argumento da autoridade.

As 2 armadilhas que o argumento ad verecundiam contém

O argumento ad verecundiam é um recurso que se baseia em depoimentos ou citações de pessoas, geralmente famosas ou de reconhecido prestígio ou autoridade, ou mesmo especialistas no assunto. Basicamente, sua lógica é a seguinte:

• Tudo o que X diz é verdade
• Se X disse “isso”,
• Portanto, “isso” é verdade.

No entanto, esse argumento aparentemente lógico começa com um erro, já que “tudo o que X diz” não precisa ser necessariamente verdade. Não apenas porque X pode mentir, mas também porque pode estar errado ou ter uma visão tendenciosa.

Apesar disso, o argumento de autoridade é frequentemente usado para dois propósitos:

1. Antecipar possíveis opiniões contrárias , desmontando-as de antemão simplesmente porque não provêm de uma fonte de autoridade, para que se feche qualquer possibilidade de diálogo.

2. Reforçar a ideia ou tese que pretende defender , baseando-se não em argumentos, razões e explicações mas sim numa pessoa que goza de algum respeito ou prestígio na sociedade.

Poder do referente, o fenômeno psicológico que sustenta essa falácia

A falácia ad verecundiam não é um fenômeno novo. Dizem que os pitagóricos costumavam recorrer a ela para apoiar seus conhecimentos. Quando alguém pediu que se explicassem, eles simplesmente responderam que “o professor disse isso”. É por isso que essa falácia também é conhecida pela frase latina “magister dixit”.

Na época medieval, a expressão ” Roma locuta, causa finita “, que significava ” Roma falou, a questão está resolvida “, também se baseava nesta falácia. Ele estava se referindo ao fato de que uma vez que a Igreja Católica definiu uma verdade, ela automaticamente se tornou um dogma que não aceitava questionamentos. Portanto, não era necessário explicar esta “verdade” ou procurar as suas causas, bastava recorrer à Igreja para silenciar qualquer tentativa de discussão ou crítica construtiva .

Infelizmente, a ciência também carece de exemplos de argumentos de autoridade. No ensino que se ministrava nas universidades medievais, não podiam ser questionadas as ideias reunidas nos manuais dos antigos escritores, como no caso do conhecimento de Galeno na Medicina ou de Ptolomeu na Astronomia.

Obviamente, o recurso ao argumento da autoridade impede uma discussão construtiva que leve à mudança ou melhoria da ideia original. Embora tenhamos deixado a Idade Média para trás, essa falácia continua a nos acompanhar. E caímos nessa toda vez que pensamos que algo é verdade só porque uma autoridade governamental, um especialista ou mesmo uma figura famosa o disse.

Na verdade, é a estratégia que muitas campanhas de marketing usam quando usam pessoas importantes em seus anúncios, que são uma referência para determinados grupos de compradores. É implicitamente assumido que, se essa pessoa alegar que aquele produto ou serviço é bom, isso será verdade.

Na realidade, esse fenômeno se baseia em uma tendência humana profundamente arraigada de buscar referências externas para orientar nossos comportamentos ou decisões. Quando somos jovens, por exemplo, e não sabemos como reagir a uma nova situação, procuramos em nossos pais sinais que nos dizem o que fazer.

Como adultos, embora tenhamos adquirido mais experiência de vida, continuamos a procurar esses pontos de referência, principalmente quando passamos por momentos de grande incerteza ou nos encontramos em situações inéditas. Porém, é precisamente nesses momentos que devemos estar mais atentos do que nunca, porque qualquer um pode tornar-se “referência” sem ser um ponto de referência confiável.

Na verdade, em certos sistemas de organização social, como as ditaduras, o argumento da autoridade pode se tornar o único argumento existente, de modo que uma única visão de como as coisas devem ser impostas é imposta. Esse mesmo fenômeno é replicado em famílias autoritárias. Nesses casos, os filhos não recebem uma explicação lógica das normas e regras que se impõem em casa, mas sim ouvem: “Porque eu falei, ponto final!”

O argumento ad verecundiam é sempre falso?

Existem diferentes tipos de argumentos de autoridade e nem todos são falsos. É importante aprender a distinguir afirmações verdadeiras daquelas que não são, mesmo que sejam apoiadas pelo poder do referente.

Podemos dizer, por exemplo, que pi (π) é 3,14 porque Arquimedes o disse usando o típico “magister dixit”. A afirmação de que pi é igual a 3,14 é verdadeira, mas o argumento que usamos para sustentá-la não é válido. Na verdade, teríamos que explicar o método usado para calcular pi.

Claro, vale esclarecer que não se trata de desacreditar os especialistas nos diversos campos de ação, pois em muitos casos eles podem ter um conhecimento mais amplo e sólido do que o nosso. No entanto, aceitar certas ideias só porque alguém importante as disse, sem tentar compreendê-las, não é dialético nem inteligente.

Einstein disse que ” se você não consegue explicar de maneira simples, não entende bem “. Todas as ideias, mesmo as mais complexas em Física Quântica ou Engenharia Social, podem ser explicadas de forma simples para que todos possam entendê-las. Usar o argumento da autoridade para fugir dessas explicações implica manter-nos nas sombras da ignorância.

As seis perguntas críticas de Walton para desmascarar o argumento de autoridade

O filósofo Douglas Walton explicou que o argumento da autoridade envolve o uso do “poder” como arma, em vez de recorrer à razão e à cognição. Afirmou que se trata de “ mau uso do recurso a uma autoridade como fonte para tentar prevalecer injustamente ou ‘silenciar a oposição’ em uma discussão ”.

Para evitar cair nessa falácia, Walton ofereceu uma lista de seis questões críticas para avaliar o argumento de autoridade apresentado pela pessoa “A” usando o poder do referente de “X”:

Experiência – Quão confiável X é como fonte especializada?
Campo – X é um especialista no campo de que A está falando?
Opinião – O que A está implicando no que X disse?
Confiabilidade – X é uma fonte confiável e honesta ou pode ser tendencioso?
Consistência – A é consistente com o que outros especialistas dizem?
Provas – A afirmação de X é baseada em provas?

Com essas questões em mente, poderíamos analisar se uma ideia é válida ou, pelo contrário, é apenas uma falácia baseada na potência do referente ou mesmo se quem está nos transmitindo essa ideia a está deformando a seu bel-prazer. Sem dúvida, nestes tempos, existem seis perguntas que devemos nos colocar com frequência.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Síndrome de Procusto: Eu quero que você esteja bem, mas não melhor que eu

A síndrome de Procusto significa que as pessoas desprezam alguém mais talentoso ou qualificado do que elas. Eles discriminam e até os incomodam.

Há pessoas que nunca progridem ou fazem outros progredir. Eles são frustrados, mas mesmo assim se acham sempre melhores.

Talvez você tenha um nome em mente. Também temos que acrescentar que essa caricatura – infelizmente existente – tem sido uma grande fonte de inspiração para vários livros e filmes.

Eles são, em outras palavras, o antagonista clássico . No nosso trabalho, na sala de aula e na nossa família. E não estamos falando apenas de um “alpinista”.

Procustes:
“Se você é muito alto, vou cortar seus pés.
Se você se provar melhor do que eu, então vou cortar a sua cabeça “. – mito grego –

Mesmo que você não encontre a síndrome de Procusto em nenhum livro de diagnóstico e não tenha uma base médica, ela resume perfeitamente o que os psicólogos chamam de “comportamento cotovelo”. Ou seja: eliminar as pessoas mais brilhantes de maneira hostil e livrar-se da pessoa mais inteligente, puramente por intolerância e ego. Pois não há nada pior para eles do que de alguma forma ser superado, por menor que seja.

O mito de Procrustes

Mesmo que esse mito não seja muito conhecido, é sem dúvida um dos mais tristes e terríveis. Segundo a mitologia grega , o personagem era um estalajadeiro que dirigia uma taverna nas colinas mais altas da Ática.

Ele também ofereceu acomodação para viajantes lá. Mas sob este telhado amigável que trazia paz e conforto, havia um terrível segredo escondido.

Procrustes tinha uma cama onde ele convidava os viajantes a relaxar. À noite, quando dormiam, ele as amordaçava e amarrava.

Se a vítima era mais longa e seus pés, mãos ou cabeça saíam da cama, Procrustes cortava-as. Se a pessoa fosse menor, ele quebrava seus ossos para obter o tamanho certo.

Este personagem sombrio realizou suas ações arrepiantes por anos até que um homem muito especial visitou sua estalagem: Teseu.

Como já sabemos, este herói ganhou fama ao derrotar o Minotauro da ilha de Creta e se tornar o rei de Atenas.

Dizem que quando Teseu descobriu o que este sádico estava fazendo à noite, decidiu dar a Procrustes um biscoito de sua própria massa.

É daí que vem a expressão ‘cama de Procusto”, quando se trata de alertar alguém que possa ser vítima de de outra pessoa que não admite que ninguém seja ou pareça ser mais qualificada que ela em qualquer aspecto.

Como as pessoas com síndrome de Procusto se comportam?
Não há dúvida de que em nossas vidas diárias ninguém se comporta com a mesma violência que Procrustes. Mas o que vemos é a mesma agressividade oculta – nos esportes, na política, nos negócios, etc.

Todos sabemos, é claro, que as pessoas que têm os cargos mais altos em uma organização nem sempre são as pessoas mais capazes ou qualificadas.

Assim, quando uma pessoa brilhante, proativa ou criativa é capaz de derrotá-los, eles usam suas técnicas horríveis para tirá-los, humilhá-los e colocá-los em um canto onde eles não são mais uma ‘ameaça’.

Características das pessoas com síndrome de Procusto
– Há pessoas que vivem com frustração constante ou que não têm controle.
– Uma autoconfiança extremamente baixa ou excepcionalmente alta .
– Eles são emocionalmente muito sensíveis. Quando eles veem que alguém está fazendo algo muito bem, sentem isso como um grave insulto.
– Eles também tentam nos “vender” a ideia de que são muito empáticos, um jogador de equipe. Mas, na realidade, é apenas um grande ego e um modo de pensar rígido e extremamente hostil.
– Eles vão monopolizar tudo. Sua competitividade tem apenas um objetivo: ser melhor do que todos ao seu redor.
– Medo de mudança. Isso geralmente ocorre em modelos de negócios tradicionais.
– Eles também emitem julgamentos irracionais. Por exemplo, se fizermos algo no trabalho que a empresa possa se beneficiar, eles verão isso como um erro, uma ideia totalmente inútil.

Uma pessoa com síndrome de Procusto usa toda a sua energia para limitar as habilidades de outras pessoas. Elas são assassinas de sonhos e esperança, manipuladoras psicológicos e mestres da agressão oculta.

Finalmente, devemos também acrescentar que eles manipulam as pessoas ou abusam de sua confiança para “colocar um fim” às pessoas bem-sucedidas.

Quando estamos cercados de pessoas difíceis, é melhor sempre “compreendê-las primeiro e depois administrá-las”.

“Toda pessoa se destacará em centenas de talentos e habilidades inesperadas simplesmente obtendo a oportunidade de fazer isso.”
– Doris Lessing-

Quando se trata dos piores casos da síndrome de Procusto, é melhor dissociar-se. Lembre-se de que o talento não combina bem com ameaças ou com um poder rígido e prejudicial.

“O comportamento dos cotovelos” vai muito além da simples competição . Quando se transforma em um ataque, quando seu chefe ou irmão faz tudo para humilhá-lo e derrotá-lo, feche a porta.

Finalmente, aconselhamos que você procure lugares e pessoas que lhe permitam abrir suas asas.

Nunca se deixe enganar pelos Procrustos em sua vida. Somos todos nascidos para se destacar, de que alguma maneira.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

A sabedoria de Platão sobre como viver uma boa vida

Um mapa para a jornada da vida

Como seres humanos, quando temos nosso leme pronto para fazer a coisa certa, não importa o que aconteça, há um efeito colateral surpreendente: o benefício da paz interior. Quando fazemos a coisa certa, ou fazemos as pazes quando deixamos de fazer a coisa certa, descobrimos que podemos dormir à noite – nossas más ações não assombram nossos sonhos ou nos mantêm de pé, com os olhos arregalados e suando, horas. Um contentamento caloroso torna-se nosso querido amigo. Todos e cada um de nós podem viver uma vida melhor e mais feliz, lutando pela excelência humana.

Platão, o antigo filósofo grego clássico, cujas idéias ainda são ensinadas e debatidas nas universidades de hoje, tem muito a dizer sobre a excelência humana. Sua influente Academia de pesquisa e aprendizado, fundada em 380 aC, foi a ancestral das universidades modernas de hoje. Na República, a obra mais conhecida de Platão e uma das obras de filosofia e teoria política mais influentes do mundo, ele lista as quatro virtudes cardeais da excelência humana como sendo: sabedoria, temperança, coragem e justiça, dizendo que eles refletem a verdadeira natureza da alma. Numerosos outros filósofos, como Aristóteles, Santo Agostinho e São Tomas de Aquino, expandiram as virtudes cardeais de Platão, todos citando-os como essenciais para o bem-estar humano.
As quatro virtudes cardeais da excelência humana: fortaleza, temperança, prudência e justiça.

Esses pilares de justiça, relacionamento humano, sabedoria e consciência superiores são vitais em um mundo que parece estar perdido. São ferramentas úteis para nos fundamentar na excelência e podem até ser a chave para uma felicidade maior. Esforçar-se pela distinção é algo incrível, e traz à tona nosso verdadeiro caráter; desenvolvendo nossas forças, abrindo nossa sabedoria e sintonizando nossa grandeza inata.

O quarteto de virtudes cardeais de Platão forma a base sobre a qual todas as outras virtudes repousam e, como tal, representa o fundamento da moralidade natural. O filósofo erudito falou muito sobre ética e acreditou que a felicidade, ou bem-estar, era o objetivo mais elevado do pensamento e da conduta moral. Portanto, essas virtudes agem como um mapa prático para alcançar a felicidade.

Sabedoria / Prudência
A sabedoria é a capacidade de discernir nosso bem maior e a ação correta em cada momento. Muitas vezes é atribuída aos anciãos, e aos antigos ensinamentos e mestres, mas a sabedoria é eterna, atemporal e sem rosto: uma magia que todos nós sentimos e conhecemos quando a experimentamos. Sabedoria é verdade. Ela flui da boca de crianças pequenas e pode ser vista na natureza, nos animais e nas qualidades inatas do coração. Uma pessoa sábia não tem nada a provar e nada a perder.

Justiça
Justiça é a capacidade de ser justo, respeitar os direitos dos outros e dar-lhes o devido. Pode ser visto na vida cotidiana como relações harmoniosas e respeitosas baseadas na integridade. A justiça informa a ética, está ligada aos direitos humanos básicos e é a base da justiça, igualdade e respeito pelas diferenças. Como tal, essa virtude ajuda a unir pessoas e evitar conflitos.

Coragem / Fortitude
A coragem é a capacidade de vencer o medo e ter força diante das dificuldades. É a capacidade de ter a resolução interior de resistir às tentações e superar os obstáculos. Temos coragem quando escolhemos a estrada mais alta e, por exemplo, somos capazes de sacrificar nossos próprios desejos por uma causa justa. Ter coragem sustenta grande parte da excelência humana e viver uma vida excelente. Pode trazer uma tremenda liberdade e crescimento; quando damos esse salto corajoso, o universo se abre para nós. Sem coragem, estamos à deriva no mar. Enquanto aproveitamos o dia, tudo é possível.


Temperança / Moderação

A temperança é o domínio da vontade sobre os instintos e se manter equilibrado e honesto. Ela pode ser visto no dia a dia, como a capacidade de controlar nossos apetites/desejos para o excesso de qualquer coisa. Nós podemos definitivamente a despertar os sentidos, e ser abundante, mostrando moderação, disciplina e restrição. A comida, a bebida e o sexo são todos necessários para a nossa sobrevivência, mas um excesso de desejo para qualquer um destes pode ter terríveis consequências. O extremismo em qualquer coisa é problemático. A temperança é um pouco como o “caminho do meio” budista. Ela pode proteger contra o excesso e o desequilíbrio, e requer simplicidade, presença e consciência.


Abraçando a jornada do herói
Há tantas histórias de grandes seres humanos vencendo obstáculos e situações graves e devastadores na vida. Todos nós amamos essas histórias e as achamos profundamente inspiradoras. Incorporadas nas jornadas destes heróis estão as quatro virtudes cardeais. É preciso muita coragem para começar a busca da excelência humana, recusar-se a desistir e tomar o caminho mais alto, ou continuar em território desconhecido. Então é preciso força incrível para persistir diante da oposição, do desastre e dos problemas. A crença na justiça e a disciplina que a temperança proporciona tornam-se a base desta busca e nasce um herói.

Todos os dias lemos as histórias de pessoas comuns que superaram as chances incríveis de ter sucesso. Penso em Tony Robbins, que se levantou de uma situação de abuso infantil e pobreza para ser o maior e mais bem-sucedido treinador de vida internacional; Anne Frank e tantos outros sobreviventes e heróis do holocausto; Nick Vujicic, nascido sem braços e pernas; e Oprah Winfrey e Maya Angelou, que sofreram terríveis abusos sexuais quando crianças. Pessoas como alpinista, Joe Simpson, que apesar do frio e uma perna quebrada, resgatou-se de uma profunda fenda. E muitas outras histórias simples, mas profundas, de sobrevivência, esperança e resiliência, de heróis comuns, que ocorrem todos os dias – comuns a todas essas histórias – são o fio dessas quatro virtudes de uma forma ou de outra.

Todos nós podemos lutar pela excelência humana e usar as virtudes cardeais de Platão como um mapa para a jornada da vida. Quando nos sentimos como um fracasso, ou como se não pudéssemos continuar, precisamos recorrer à nossa coragem, pois é mais necessário na hora mais sombria. Lembrar-se de fazer uma pausa, ser grato, temperar nosso excesso durante os tempos em que o excesso acena, colocar a vida na perspectiva rígida e abraçar a justiça, traz grande clareza em relacionamentos e situações complexas. Podemos permitir que os outros vivam suas próprias vidas, enquanto damos compaixão, e podemos assumir totalmente as nossas responsabilidades sem interferir no que não é nosso para mudar ou interferir. Tomando tempo para ficar quieto, para nutrir nosso relacionamento conosco e com um poder superior, podemos cultivar a sabedoria, nossa melhor amiga, no caminho da vida. Uma vez que confiamos em nossa própria sabedoria, temos tudo de que precisamos, e nossa vida pode fluir em sintonia com o propósito mais elevado de cada um de nós.

*Artigo traduzido de UPLIFT

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Por que o 6 é um número perfeito, mas o 7 definitivamente não é

Nem todos podem ser, mas o 6 é um número perfeito.

Sabemos disso há 2,3 mil anos, muito tempo antes de tomarmos conhecimento da grande maioria dos outros 50 membros deste clube exclusivo.

A criativa maneira como se contava até 9.999 nos dedos na Idade Média
Como a Índia revolucionou a matemática séculos antes do Ocidente

Mas por que ele é perfeito?

Porque 6 = 1 + 2 + 3

Os números perfeitos são iguais à soma de seus divisores: 6 pode ser dividido por 1, 2 e 3 e, quando você soma esses números, o resultado é 6.

O 28 é outro número perfeito porque a soma dos números que podem dividi-lo é 28

A história dos números perfeitos faz parte de um dos ramos mais antigos e fascinantes da matemática: a teoria dos números.

O primeiro a se referir a eles foi ninguém menos que o matemático grego Euclides, em sua influente obra Os Elementos, publicada em 300 a.C.

Ele havia descoberto quatro números perfeitos e, em seu livro, revelou uma maneira eficaz de encontrar outros. Eficaz, mas difícil e demorada.

Se você está curioso para saber qual era a fórmula, prossiga a leitura. Do contrário, pule o trecho que está entre as linhas verdes.

Isto é, passo a passo, o que ele disse:

“Se qualquer série de números for colocada continuamente em dupla proporção…”

Ou seja, por exemplo, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64…

“… (começando) de uma unidade, até que a soma de todos seja um número primo…”

Então vamos somar até chegar a um número primo (divisível apenas por 1 e ele mesmo):

1 + 2 + 4 + 8 + 16 = 31

“… e se (o total) da soma for multiplicada pelo último (número da sequência), então o produto (resultado) será (um número) perfeito.”

Portanto, a soma deve ser multiplicada pelo último número da sequência: 31 x16 = 496 … e o resultado deve ser um número perfeito.

Será que é?

496 pode ser dividido por 1, 2, 4, 8, 16, 31, 62, 124 e 248. E, se somarmos todos, o resultado é 496. Trata-se, efetivamente, de um número perfeito.

Euclides não apenas nos presenteou com quatro desses números seletos — 6, 28, 496 e 8128 — como também inspirou as gerações seguintes de matemáticos a continuar a busca.

Uma longa busca. Levaria mais de 1750 anos até outro número perfeito ser identificado.

Antes disso, outro matemático grego, o neopitagórico Nicômaco de Gerasa deu a eles um caráter mais místico.

Divinos

Em sua Introdução à Aritmética, Nicômaco fez uma classificação dos números que incluía os perfeitos, e colocava os outros em seu devido lugar.

Os perfeitos já haviam sido definidos por Euclides, mas se a soma dos divisores dava um número maior, eles eram abundantes; se dava um número menor, deficientes.

Mas ele não se limitou a dar nomes a eles: os números talvez tenham sido criados iguais, mas para Nicômaco alguns eram mais iguais do que outros.

Quando há demasiado, disse ele, “se produz excesso, superfluidade, exageros e abusos; no caso de muito pouco, se produz desejos, inadimplência, privações e insuficiências”.

O contraste com estar em igualdade era abissal.

“Se produz virtude, medidas justas, decoro, beleza e coisas do gênero, das quais a mais exemplar é aquele tipo de número que se chama perfeito.”

Sua classificação deixou uma marca. Os números perfeitos se tornaram, pelo menos por um tempo, divinos.

Milhares de cálculos depois…

Em 1456, alguém registrou outro número perfeito em um manuscrito medieval: 33550336.

E em 1588, o matemático italiano Pietro Antonio Cataldi encontrou dois outros: 8589869056 e 137438691328.

Você pode imaginar quanto trabalho eles devem ter tido para conseguir isso sem um computador!

É impressionante… e o oitavo número perfeito que seria descoberto dois séculos depois, ainda mais.
2305843008139952128

Ele foi identificado por ninguém menos que o grande Leonhard Euler em 1772, tinha 19 dígitos e, de acordo com o matemático inglês do século 19 Peter Barlow, era “provavelmente o maior que seria descoberto”.

Ele estava enganado.

Duas décadas após sua morte, foi encontrado o nono número perfeito, graças aos avanços da tecnologia e da teoria dos números. Os intervalos de tempo entre uma descoberta e outra foram encurtados ao ponto que neste milênio, foram identificados quase um por ano.

Hoje conhecemos um total de 51 números perfeitos. O mais recente tem 49.724.095 dígitos.

O evasivo ímpar

Se você visse todos, notaria que, sem exceção, são pares.

Isso deu origem a um dos mistérios mais antigos da matemática: a conjectura sobre os números perfeitos ímpares.

Uma conjectura é uma regra que nunca foi comprovada, neste caso seria algo como “todos os números perfeitos são pares”.

Isso é algo que não poderemos afirmar até que seja respondida a grande pergunta que os matemáticos fazem desde René Descartes no século 17 até o norueguês Øystein Ore no século 20: existem números perfeitos ímpares?

Várias mentes brilhantes avançaram em busca da resposta.

Porém, a única coisa que sabemos até agora é que, se existirem, devem ser maiores que 10³⁰⁰, uma vez que a conjectura foi verificada computacionalmente até esse valor sem encontrar nenhum.

Mas afinal de contas…
Para que servem?

Dados a dimensão e a quantidade de mentes brilhantes no mundo matemático que dedicaram tempo e massa cinzenta aos números perfeitos, talvez seja natural se perguntar qual é sua importância.

E nada mais gratificante do que encontrar uma resposta magnífica, como a que David E. Joyce, professor de Matemática e Computação da Clark University, nos EUA, deu no portal Quora.

“Os critérios tradicionais de importância na teoria dos números são estéticos e históricos. O que as pessoas consideram importante é o que interessa a elas. Isso difere de pessoa para pessoa”, afirma.

Em outras palavras, são importantes porque são interessantes… quer razão melhor? E se você leu até aqui, provavelmente concorda.

Além disso, uma das coisas mais fascinantes em relação à matemática é que ela frequentemente nos revela maravilhas que só com o tempo passamos a entender.

*Por Dalia Ventura

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*Fonte: bbc-brasil

Ensine as crianças a pensar não o que pensar

Um professor sufi tinha o hábito de contar uma parábola ao final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam a mensagem dela.

– Professor – um de seus alunos disse desafiadoramente um dia – você sempre nos conta uma história, mas nunca explica seu significado mais profundo.

– Peço desculpas por ter realizado essas ações – o professor pediu desculpas – me permita reparar o meu erro, vou lhe oferecer meu delicioso pêssego.

– Obrigado professor.

– No entanto, gostaria de lhe agradecer como merece. Você pode me deixar descascar o pêssego?

– Sim, muito obrigado – o estudante ficou surpreso, lisonjeado com a gentil oferta do professor.

– Você gostaria que, já que eu tenho a faca na minha mão, eu corte em pedaços para ficar mais confortável para você?

– Eu adoraria, mas eu não gostaria de abusar da sua generosidade, professor.

– Não é um abuso se eu ofereço a você. Eu só quero agradar você em tudo que puder. Deixe-me mastigar antes de dar a você também.

– Não professor, eu não gostaria que você fizesse isso! – o aluno reclamou surpreso e aborrecido.

O professor fez uma pausa, sorriu e disse:

– Se eu explicasse o significado de cada uma das histórias para meus alunos, seria como dar-lhes a comer frutas mastigadas.

Infelizmente, muitos professores e pais acham que é melhor dar às crianças frutas cortadas e mastigadas perfeitamente. Na verdade, a sociedade e as escolas estão estruturadas de tal forma que se focam mais na transferência de conhecimentos, de verdades mais ou menos absolutas, que em ensinar as crianças a pensar por si mesmas e tirar suas próprias conclusões.

Os pais, educados neste esquema, também o repetem em casa, já que todos nós temos a tendência de reproduzir com nossos filhos as diretrizes educacionais que eles usaram conosco, embora nem sempre estejamos conscientes disso.

Entretanto, ensinar uma criança a acreditar cegamente em supostas verdades sem questioná-las, ensiná-las sobre o que pensar implica tirar delas uma de suas habilidades mais valiosas: a capacidade de se autodeterminar.

Educar não é criar, mas ajudar as crianças a criarem a si mesmas

A autodeterminação é a garantia de que, se escolhermos o que escolhemos, seremos os protagonistas de nossas vidas. Nós podemos cometer erros. De fato, é muito provável que o façamos, mas aprenderemos com o erro e continuaremos em frente, enriquecendo nosso kit de ferramentas para a vida toda.

Educar não é criar, senão ajudar as crianças a criarem a si mesmas

A autodeterminação é a garantia de que, se escolhermos o que escolhemos, seremos os protagonistas de nossas vidas. Nós podemos cometer erros. De fato, é muito provável que o façamos, mas aprenderemos com o erro e continuaremos em frente, enriquecendo nosso kit de ferramentas para a vida toda.

Do ponto de vista cognitivo, não há nada mais desafiador do que problemas e erros, já que eles não apenas exigem esforço, mas também um processo de mudança ou adaptação. Quando enfrentamos um problema, todos os nossos recursos cognitivos são colocados em ação e, muitas vezes, essa solução implica uma reorganização do esquema mental.

Portanto, se em vez de dar verdades absolutas às crianças, colocamos desafios para elas pensarem, estaremos fortalecendo a capacidade de observar, refletir e tomar decisões. Se ensinarmos as crianças a aceitar sem pensar, essa informação não será significativa, não produzirá uma grande mudança em seu cérebro, mas será simplesmente armazenada em algum lugar em sua memória, onde gradualmente desaparecerá.

Pelo contrário, quando pensamos em resolver um problema ou tentamos entender o que estamos errados, há uma reestruturação que dá origem ao crescimento. Quando as crianças se acostumam a pensar, questionar a realidade e encontrar soluções para si mesmas, elas começam a confiar em suas habilidades e encaram a vida com maior segurança e menos medo.

As crianças devem encontrar seu próprio jeito de fazer as coisas, devem conferir significado ao seu mundo e formar seus valores centrais.

Como conseguir isso?

Uma série de experimentos desenvolvidos na década de 1970 na Universidade de Rochester nos dá algumas pistas. Esses psicólogos trabalharam com diferentes grupos de pessoas e descobriram que as recompensas podem melhorar a motivação e a eficácia até certo ponto quando se trata de tarefas repetitivas e chatas, mas podem ser contraproducentes quando se trata de problemas que exigem reflexão e compreensão. pensamento criativo

Curiosamente, as pessoas que não receberam prêmios externos obtiveram melhores resultados na resolução de problemas complexos. De fato, em alguns casos, essas recompensas fizeram com que as pessoas procurassem atalhos e assumissem comportamentos antiéticos, já que o objetivo não era mais resolver o problema, mas obter a recompensa.

Esses resultados levaram o psicólogo Edward L. Deci a postular sua Teoria da Autodeterminação, segundo a qual motivar pessoas e crianças a dar o seu melhor, não é necessário recorrer a recompensas externas, mas apenas fornecer um ambiente adequado. que atenda a esses três requisitos:

1. Sentir que temos certo grau de competência, para que a tarefa não gere uma frustração e ansiedade exageradas.

2. Desfrutar de um certo grau de autonomia, para que possamos procurar novas soluções e implementá-las, sentindo que temos controle.

3. Manter uma interação com os outros, para se sentir apoiado e conectado.

Finalmente, encorajo-vos a desfrutar deste curta da Pixar, que se refere precisamente à importância de deixar as crianças encontrarem o seu próprio caminho e não lhes darem respostas e soluções predeterminadas.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

O negócio do medo, de acordo com Zygmunt Bauman

“ A economia de consumo depende da produção dos consumidores, e os consumidores que devem ser produzidos para o consumo de produtos ‘anti-medo’ devem ser amedrontados e amedrontados, enquanto também esperam que os perigos que eles tanto temem possam ser forçados a que se retirem e que eles próprios sejam capazes de forçá-los a tal, com a ajuda paga do bolso, obviamente ” , escreveu o sociólogo Zygmunt Bauman.

No cenário moderno, onde a “ luta contra os medos acabou se tornando uma tarefa para toda a vida, enquanto os perigos que desencadeiam esses medos passaram a ser vistos como companheiros permanentes e inseparáveis ​​da vida humana ”, temos que examinar nossos medos com um senso crítico extraordinário ou, caso contrário, acabaremos sendo seus reféns, engolidos e manipulados por aqueles monstros das sombras que parecem surgir por toda parte.

Em uma sociedade hiperconectada, os medos se multiplicam

No passado, a notícia se espalhava muito lentamente. Muitas vezes foram até mesmo relegados ao local onde ocorreram. Hoje, com a Internet, sabemos imediatamente o que aconteceu do outro lado do mundo. Esse imediatismo e interconexão são positivos, mas também contêm uma armadilha. A armadilha de ver perigos em todos os lugares. Sentindo-se permanentemente inseguro. Sempre esperando que o que aconteceu do outro lado do mundo seja replicado em nosso ambiente mais próximo.

Dessa forma, acabamos mergulhando no que Bauman chamou de ” uma batalha prolongada e invencível contra o efeito potencialmente incapacitante dos medos contra os perigos genuínos e putativos que nos fazem temer “. Tememos não apenas os perigos reais que nos ameaçam em nossa vida diária, mas também perigos mais difusos e distantes que podem nunca chegar.

Nas garras daquele sentimento de apreensão que nos condena a um estado de alarme permanente em que sentimos que não podemos baixar a guarda por um minuto, não temos escolha a não ser mergulhar em uma ” busca contínua e prova perpétua de estratagemas e recursos que permitir afastar, mesmo que temporariamente, a iminência de perigos; ou melhor, que nos ajudem a deslocar a preocupação em nós mesmos para um canto de nossa consciência de modo que permaneça esquecido o resto do tempo ”.

Para isso recorremos a todo o tipo de estratagemas. No entanto, existe a contradição de que quanto ” mais profundos eles são, mais ineficazes e menos conclusivos são seus efeitos “. Porque, na realidade, as estratégias que aplicamos para afastar nossos medos têm apenas um efeito muito limitado: elas ocultam os medos por um tempo, até que a próxima notícia os reative.

Quando o medo é difuso, incerto e se estende a praticamente qualquer esfera de nossa vida, ele se torna um inimigo difícil de vencer. Então se torna o “negócio do medo”.

Preso no labirinto de medos improváveis

Sabemos que o futuro será diferente, embora não saibamos bem como ou em que medida. Também sabemos que a qualquer momento pode ser rompida a frágil continuidade entre o presente e o futuro que nos faz sentir tão seguros.

A incerteza do futuro faz com que ” nos preocupemos apenas com as consequências das quais podemos tentar nos livrar “. Concentramo-nos apenas nos riscos que podemos prever e calcular. E esses riscos são freqüentemente aqueles que a mídia enfatiza ad nauseam.

Como disse Milan Kundera, “ o palco de nossas vidas está envolto em uma névoa – não na escuridão total – na qual não vemos nada e não somos capazes de nos mover. No nevoeiro você está livre, mas essa é a liberdade de quem está nas trevas ”.

Podemos ver 30 passos e reagir ao que temos bem na frente de nossos narizes, mas não vemos além. Assim, tentamos prever os perigos mais próximos, conhecidos e próximos. Mas os maiores e mais perigosos, provavelmente os que mais podem nos afetar, não os vemos. Dessa forma, acabamos marginalizando as principais preocupações.

“ Focados no que podemos fazer algo, não temos tempo para nos ocuparmos em refletir sobre coisas sobre as quais nada poderíamos fazer, mesmo que quiséssemos. Isso nos ajuda a preservar nossa sanidade, a remover pesadelos e insônia. O que ela não pode conseguir, no entanto, é que estamos mais seguros ” , disse Bauman.

Assim, acabamos caçando monstros inexistentes, dedicando todos os nossos esforços e energias para nos proteger de riscos improváveis, enquanto nossa mente se desgasta em uma batalha que se perde de antemão. E enquanto mergulhamos nesses medos líquidos, nossa mente racional se desconecta. Porque quando o velho cérebro assume o controle, ocorre um sequestro emocional total que nos impede de ver claramente o que está acontecendo e de compreender que a maioria dos medos que nos dominam são irracionais ou o resultado de um medo derivado .

Nesse estado, é mais fácil vender soluções para “nos proteger” desses medos, soluções que não se limitam ao nível comercial mas vão muito além do sistema de alarme que instalamos em casa para nos sentirmos seguros ou de medicamentos para ansiedade ou insônia. que nos permitem esquecer por um momento a nossa angústia, mas antes ” aparecem-nos sob a máscara da protecção ou salvaguarda das comunidades “, para sustentar um status quo que convenientemente nos mantém dentro dos estreitos limites impostos pelo medo.

E assim caímos no ciclo do medo líquido referido por Bauman, um medo que está em toda parte, convenientemente nutrido, mas impossível de erradicar porque se autoperpetua. A menos que façamos um ato de consciência e compreendamos que esses medos são tão irracionais e seus riscos tão pequenos que podemos nos libertar deles para viver plenamente a única vida que temos.

Artigo do site Rincón de la Psicología

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Como ser feliz? Os 11 conselhos de Aristóteles

Quando se trata de alcançar a felicidade, a maioria das pessoas se pergunta: “O que devo fazer?” Não é estranho, imbuído como estamos na cultura do fazer e da plena ocupação do tempo até que não haja mais um minuto. Os grandes filósofos, no entanto, se perguntavam: “Que tipo de pessoa devo ser?”

O segredo está no equilíbrio

Muitos grandes pensadores costumavam recorrer à ética da virtude em busca de respostas. Aristóteles, um dos filósofos mais influentes de todos os tempos, desenvolveu um sistema integral de virtude que podemos perfeitamente pôr em prática nos tempos modernos para alcançar um estado de equilíbrio emocional e paz interior no qual a felicidade naturalmente floresce.

De fato, seu sistema de ética da virtude é especialmente projetado para nos ajudar a alcançar a “eudaimonia”, uma palavra muito interessante que geralmente é traduzida como “felicidade” ou “bem-estar”, mas que na verdade significa “floração humana”.

Isso significa que Artistóteles pensava que a felicidade é o resultado de um modo de vida e um modo de ser, que surge quando somos capazes de desenvolver nosso potencial como pessoa e construir um sólido “eu”. O que é esse modo de viver?

Aristóteles pensava que o segredo estava em equilíbrio, uma ideia relacionada a outros sistemas filosóficos como o budismo. Este filósofo pensava que uma vida de abstinência, privação e repressão não leva à felicidade ou a um “eu” completo. Mas uma vida hedonista também não é o caminho, uma vez que os excessos geralmente geram uma forma de escravidão ao prazer, gerando no final um vazio existencial.

“A virtude é uma posição intermediária entre dois vícios, um por excesso e o outro por padrão”, escreveu ele. E para desenvolver a virtude, devemos simplesmente aproveitar todas as oportunidades que surgem, uma vez que não se trata de conceitos teóricos, mas de atitudes, decisões e comportamentos que devem guiar nossas vidas.

As 10 virtudes aristotélicas para alcançar eudaimonia

Em Nicomachean Ethics, o livro mais conhecido de Aristóteles escrito no século IV aC. C., elenca as virtudes que devemos desenvolver para alcançar eudaimonia:

1. Elegibilidade.
É a capacidade de controlar nosso temperamento e as primeiras reações. A pessoa paciente não fica muito zangada, mas também não pára de ficar com raiva quando tem razões para isso.

2. Força.
É o ponto intermediário entre a covardia e a imprudência. A pessoa forte é aquela que enfrenta perigos por estar ciente dos riscos e tomar as precauções necessárias. Trata-se de não correr riscos desnecessários, mas também de evitar os riscos necessários para crescer.

3. Tolerância.
É o equilíbrio entre o excesso de indulgência e intransigência. Aristóteles pensava que é importante perdoar, mas sem cair no extremo de passar tudo, deixando que os outros atropelem nossos direitos ou deliberadamente nos machuquem sem responder. Tão negativo é ser extremamente tolerante como extremamente intolerante.

4. Generosidade.
É o ponto intermediário entre a mesquinhez e a prodigalidade, trata-se de ajudar os outros, mas não de nos dar tanto que nosso “eu” seja diluído.

5. Modéstia.
É a virtude que está no ponto intermediário entre não se dar crédito suficiente pelas conquistas feitas devido à baixa auto-estima e ter um ego excessivo que nos faz pensar que somos o centro do universo. Trata-se de reconhecer nossos erros e virtudes, assumindo as responsabilidades que nos correspondem, nem mais nem menos.

6. Veracidade.
É a virtude da honestidade, que Aristóteles coloca em um ponto justo entre a mentira habitual e a falta de tato para dizer a verdade, para que a pessoa se torne um camicaze da verdade. Trata-se de avaliar o alcance de nossas palavras e dizer o que é necessário, nem mais nem menos.

7. Graça.
É o ponto médio entre ser um palhaço e ser tão hostil que somos rudes. É um saber ser, para que outros gostem da nossa empresa.

8. Sociabilidade.
Muito antes de os neurocientistas descobrirem que temos que escolher nossos amigos com cuidado, pois nossos cérebros acabarão se assemelhando aos seus, Aristóteles já nos advertiu do perigo de sermos sociáveis demais com muitas pessoas, bem como da incapacidade de fazer amigos. O filósofo acreditava que deveríamos escolher nossos amigos com cuidado, mas também cultivar esses relacionamentos.

9. Decoro.
É o ponto médio entre ser muito tímido e ser sem vergonha. Uma pessoa decente respeita a si mesma e não tem medo de cometer erros, mas não cai em insolência ou impertinência tentando passar sobre os outros. Ele está ciente de que todos merecem ser tratados com respeito e exigem o mesmo respeito por si mesmos.

10. Justiça.
É a virtude de lidar de forma justa com os outros, a meio caminho entre o egoísmo e o total desinteresse. Consiste em levar em conta tanto as necessidades dos outros quanto as próprias, para encontrar o meio termo que nos permita tomar decisões mais justas para todos.

A coisa mais interessante sobre a proposta de Aristóteles é que há espaço para erro, para cometer erros, aprender e melhorar sem sentir que somos pessoas más ou que não conseguiremos alcançá-lo. O que você acha?

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*Fonte: pensarcontemporaneo

‘Falta de privacidade mata mais que terrorismo’: alerta professora de Oxford

Em Privacy Is Power, a professora Carissa Véliz fez um levantamento chocante de quantos dados íntimos estamos entregando. Mas ela tem um plano para quem quer se livrar disso.

“Praticamente tudo o que fazemos é espionado e controlado por empresas que, por sua vez, compartilham todas essas informações pessoais entre si e com vários governos.”

Não se trata apenas de venderem os seus dados pessoais, mas do imenso poder de influenciar que isso lhes confere.

“Se você está lendo este livro, provavelmente já sabe que seus dados pessoais estão sendo coletados, armazenados e analisados”, começa Carissa Véliz, em Privacy Is Power. Seu desafio, como escritora e defensora da privacidade, é nos livrar de nossa complacência; para nos persuadir a ver isso não como um sacrifício necessário na era digital, mas uma invasão intolerável. Pelo medo crescente que senti ao ler Privacidade é poder, eu diria que ela teve sucesso.

Antes mesmo de você sair da cama ou desligar o alarme do seu celular, muitas organizações já sabem a que horas você vai acordar, onde dormiu e até com quem.

Desde o momento em que você acorda e verifica seu telefone pela primeira vez, aos profissionais de marketing que inferem seu humor a partir de suas escolhas musicais, ao alto-falante inteligente que compartilha suas conversas privadas ou à televisão que as escuta (a partir dos termos e condições de um Smart TV Samsung : “Esteja ciente de que se suas palavras faladas incluírem informações pessoais ou outras informações confidenciais, essas informações estarão entre os dados capturados”), não há nenhum lugar para se esconder – ou mesmo apenas estar – nesta paisagem infernal hiperconectada. As empresas podem rastreá-lo tanto pelo seu rosto quanto pela sua pegada digital, seus registros médicos podem ser entregues à Big Tech e os anunciantes podem saber de sua separação antes de você.

Esses assuntos são abordados em Privacy is Power (ou Privacidade é poder), o livro que acaba de ser publicado no Reino Unido pela filósofa mexicana-espanhola Carissa Véliz, professora do Instituto de Ética e Inteligência Artificial da Universidade de Oxford.

Em seu livro, Véliz, muitas vezes se volta para a segunda pessoa, habilmente enfatizando seu ponto: é impossível não se imaginar navegando cegamente nesse horror, então você se lembra – você já está nele.

Seus dados podem já estar sendo usados ​​contra você, diz Véliz, com implicações de longo alcance para a confiança, igualdade, justiça e democracia. “Não importa se você acha que não precisa de privacidade”, diz ela. “Sua sociedade precisa de privacidade.”

Nascida no México em uma família espanhola que teve que deixar a Espanha após a Guerra Civil e encontrar refúgio naquele país, Véliz se interessou por privacidade quando começou a investigar a história de seus parentes em arquivos da Espanha.

Em 2013, enquanto pesquisava a história de sua família, ela descobriu alguns detalhes surpreendentes sobre seu falecido avô que ela só poderia supor que ele não queria que ela descobrisse. “Comecei a me perguntar se tinha o direito de saber todas essas coisas que meus avós não me contaram.”

Hoje ela é uma especialista em privacidade e no imenso poder que nossos dados pessoais conferem a empresas e governos.

Preocupado com sua privacidade online? Algumas etapas fáceis que você pode seguir

• Pense duas vezes antes de compartilhar. Antes de postar algo, pense em como isso pode ser usado contra você.

• Respeite a privacidade dos outros. Peça consentimento antes de postar uma foto nas redes sociais. O reconhecimento facial pode identificar você e outras pessoas com ou sem uma etiqueta.

• Não autorize a coleta de seus dados pessoais em sites e aplicativos. Suponha que todas as configurações de produtos e serviços sejam hostis à privacidade por padrão e altere-as.

• Bloqueie cookies em seu navegador, especialmente cookies de rastreamento entre sites.

• Não use o e-mail comercial para fins não relacionados ao trabalho. Procure a criptografia, considere o país no qual o provedor está baseado.

• Pare de usar o Google como seu mecanismo de pesquisa principal. As opções de privacidade incluem DuckDuckGo e Qwan

• Use navegadores diferentes para atividades diferentes. Os navegadores não compartilham cookies entre eles. Brave é um navegador projetado com privacidade em mente. Firefox e Safari, com os complementos apropriados, também são boas opções.

Privacy is Power (ou Privacidade é poder) é um livro fino sobre um assunto vasto e complexo, que se tornou mais poderoso quando Véliz aceitou seus limites. (“O Facebook violou nosso direito à privacidade tantas vezes que uma conta abrangente mereceria um livro em si”, escreve ela.) É altamente legível, mostrando claramente um problema que muitos de nós já perdemos de vista. “Quando as empresas coletam seus dados, não dói, você não sente a ausência, não os vê fisicamente”, diz Véliz. “Temos que aprender porque temos experiências ruins.”

Ela escreve sobre uma espanhola, vítima de roubo de identidade, que passou anos sendo puxada para dentro e para fora de delegacias de polícia e tribunais por crimes cometidos em seu nome. “Minha vida foi arruinada”, diz a mulher, apenas um entre quase 225.000 casos registrados no Reino Unido no ano passado.

No mês passado, um homem de Detroit foi preso por engano com base em um algoritmo de reconhecimento facial. (“Acho que o computador errou”, disse um detetive.) No Japão no ano passado, um homem agrediu sexualmente uma estrela pop, alegando que havia identificado sua localização analisando os reflexos em seus olhos em fotos que ela postou online. E Véliz descreve um cientista de dados em treinamento com a tarefa de investigar um estranho, simplesmente pelo exercício: “Ele acabou estudando a fundo um cara em Virginia , que, ele soube, tinha diabetes e estava tendo um caso. ”

O problema é difícil de administrar mesmo dentro de nossas instituições cívicas, que olham para a tecnologia como resposta para tudo, mesmo quando não é totalmente compreendido (o fiasco do resultado do exame é um exemplo recente). “Quando alguém diz que a IA é ‘vanguarda’, muitas vezes o que está dizendo é: ‘Não testamos o suficiente para saber se funciona’”, diz Véliz. “Não deve ser testado em uma população inteira sem nosso conhecimento, consentimento ou compensação … Estamos sendo tratados como cobaias.”

Privacy is Power foi lançado no momento em que o governo do Reino Unido lançou seu novo aplicativo de rastreamento de contatos. Véliz diz que há poucos indícios de que será eficaz – e certamente não sem o acompanhamento de testes em massa – porque, quando as pessoas forem alertadas de que entraram em contato com um caso confirmado, já terão infectado outros.

“O primeiro aplicativo foi um fiasco total e todos sabiam que seria”, diz Véliz. Resta saber se o segundo é uma melhoria, mas os riscos de privacidade e segurança são uma certeza. Pesquisadores do Imperial College estimam que rastreadores instalados nos telefones de apenas 1% da população de Londres podem ser responsáveis ​​pela localização em tempo real de mais da metade da cidade.

Como a história mostra, é mais fácil para os governos minar as liberdades civis em tempos de convulsão social, e muitos não podem ser confiáveis ​​com as informações que coletam; apenas neste mês, 18.000 pessoas tiveram informações pessoais publicadas online por engano pela Public Health Wales. “É muito caro obter a tecnologia certa e a maioria dos governos não tem dinheiro ou experiência … estamos fornecendo dados muito confidenciais a instituições que não são capazes de mantê-los seguros”, diz Véliz. “Parece que não estamos prontos para esse tipo de poder.”

Mas o uso indevido de nossos dados não é a única ameaça à nossa privacidade. Cooperação entre órgãos públicos e empresas – como o contrato de controle de fronteira concedido à Palantir, a empresa de tecnologia que auxilia o governo Trump na deportação de migrantes dos Estados Unidos; ou o apoio da polícia do Reino Unido para que o Uber receba uma licença em troca de seus dados – deve ser motivo de preocupação constante. “É uma instituição pública de apoio à tecnologia que pode, no geral, ser prejudicial à sociedade”, afirma Véliz.

Um especialista em tecnologia pode ter ficado tentado a se concentrar nos porquês e comos de nossa vigilância estrutural, ao fazê-lo (mesmo inadvertidamente), afirmando a necessidade dela. Enquadrada por um filósofo como uma questão ética, é obviamente intolerável. “Isso não é publicidade: isso me mantém acordada à noite”, diz ela.

Ainda assim, Véliz insiste em que há motivos para ter esperança. “As pessoas não achavam que o GDPR seria possível, achavam que a privacidade estava morta, era uma coisa do passado – e obviamente não é. Estou muito otimista de que este nível de intrusão não é sustentável. ”

O que ela deseja é que mais pessoas exerçam seu arbítrio sobre como seus dados são usados, tanto para se proteger quanto para enviar um extrato maior. Mesmo as maiores empresas de tecnologia dependem da cooperação das pessoas, ela ressalta: “Se buscarmos alternativas amigáveis ​​à privacidade, elas irão prosperar”.

Ela apresenta etapas práticas para retomar o controle, como trocar o Google por mecanismos de pesquisa amigáveis ​​à privacidade, como o DuckDuckGo, gravar sua webcam quando não estiver em uso, pedir permissão às pessoas antes de postar sobre elas online, usando gerenciadores de senha e VPNs para ocultar seu endereço IP e escolher dispositivos “burros” em vez de dispositivos “inteligentes”. (Privacy Is Power me convenceu de que o Amazon Alexa não oferece nenhum benefício suficiente para justificar sua presença sinistra. Verifique a previsão você mesmo.)

“É uma coisa difícil de fazer se você fizer tudo e perfeitamente – mas você não precisa fazer nada para fazer uma grande diferença”, diz Véliz. Embora a regulamentação continue a ser necessária, é revigorante ver soluções práticas para uma situação sobre a qual é difícil não se sentir impotente – bem como um lembrete de que isso continuará a menos que deixemos claro que é inaceitável.

“Devíamos estar indignados. As empresas estão muito preocupadas com o que as pessoas pensam. Se as pessoas tweetarem sobre isso, falarem sobre isso, escolherem produtos melhores, as coisas podem mudar em questão de poucos anos ”, diz Véliz. Pode ser falso, mas um anúncio recente da Apple alardeando a importância da privacidade é a prova de que, pelo menos, eles sabem que o público está preocupado.

O primeiro passo para a revolução pode ser simplesmente tornar-se mais consciente da liberdade com que você entrega seus dados e para quem. Você precisa clicar em “sim” para o pop-up de cookies? Você deveria contar a todo o Twitter onde você está? A sua geladeira realmente precisa estar conectada à internet? Quando questionada sobre seu endereço de e-mail, Véliz costuma dar noneofyourbusiness@privacy.com, “para deixar claro”.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

“Cuidado com políticos que fazem dos nossos sentimentos um instrumento de poder”, por Zygmunt Bauman

“Os vínculos se despedaçam, o espírito de solidariedade enfraquece, a separação e o isolamento tomam o lugar do diálogo e da cooperação”, afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman.

A reportagem é de Giulio Azzolini, publicada no jornal La Repubblica, 05-08-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista:

Professor Bauman, passaram-se 10 anos desde que o senhor escreveu “Medo líquido” (Ed. Laterza). O que mudou desde então?

O medo ainda é o sentimento predominante do nosso tempo. Mas, acima de tudo, é preciso que nos entendamos sobre que tipo de medo se trata. Muito semelhante à ansiedade, a uma incessante e generalizada sensação de alerta, é um medo multiforme, exagerado na sua imprecisão. É um medo difícil de se captar e, por isso, difícil de combater, que pode arranhar até os momentos mais insignificantes da vida cotidiana e afeta quase todas as camadas da convivência.

Para o filósofo e psicanalista argentino Miguel Benasayag, a nossa época é a das “paixões tristes.” O que acontece quando o medo abraça a desconfiança?

Acontece que os laços humanos se despedaçam, que o espírito de solidariedade enfraquece, que a separação e o isolamento tomam o lugar do diálogo e da cooperação. Da família à vizinhança, do local de trabalho à cidade, não há ambiente que permaneça hospitaleiro. Instaura-se uma atmosfera sombria, em que cada um alimenta suspeitas sobre quem está ao seu lado e é, por sua vez, vítima das suspeitas alheias. Nesse clima de desconfiança exagerada, basta pouco para que o outro seja percebido como um potencial inimigo: será considerado culpado até que se prove o contrário.

Contudo, a Europa já conheceu e derrotou a hostilidade e o terror: o político das Brigadas Vermelhas na Itália e da RAF na Alemanha, o étnico-nacionalista do ETA na Espanha e do IRA na Irlanda. O nosso passado ainda pode nos ensinar algo, ou o perigo de hoje é incomparável?

Os precedentes certamente existem. No entanto, poucos mas decisivos aspectos tornam as atuais formas de terrorismo muito diferentes dos casos que você lembrava. Estes últimos se aproximavam a uma revolução (visando, como as Brigadas Vermelhas ou a RAF, a uma subversão do regime político) ou a uma guerra civil (apontando, como o ETA ou o IRA, à autonomia étnica ou à libertação nacional), mas sempre se tratava de fenômenos essencialmente domésticos. Pois bem, os atos terroristas atuais não pertencem a nenhuma dessas duas situações: a sua matriz, de fato, é completamente diferente.

Qual é a peculiaridade do terrorismo atual?

A sua força deriva da capacidade de corresponder às novas tendências da sociedade contemporânea: a globalização, por um lado, e a individualização, por outro. Por um lado, as estruturas que promovem o terrorismo se globalizam muito além das capacidades de controle dos Estados territoriais. Por outro lado, o comércio de armas e o princípio de emulação alimentado pela mídia global fazem com que quem empreenda ações de natureza terrorista sejam indivíduos isolados, movidos talvez por vinganças pessoais ou desesperados por um destino infeliz. A situação que brota da combinação desses dois fatores torna quase totalmente invencível a guerra contra o terrorismo. E é bastante improvável que ele abdique de dinâmicas já autopropulsivas. Em suma, repropõe-se, sob novas formas, o mítico problema do nó górdio, que ninguém sabe desfazer: e são muitos os chamados herdeiros de Alexandre Magno, que, enganando, juram que as suas espadas conseguiriam cortá-lo.

Para muitos políticos e muitos comentaristas, as raízes do terrorismo devem ser buscadas no aumento descontrolado dos fluxos migratórios. Quais são, na sua opinião, as principais razões da violência contemporânea?

Como é evidente, os ganhos eleitorais que são obtidos estabelecendo um nexo de causa-efeito entre imigração e terrorismo são muito alentadores para que os concorrentes no jogo de poder renunciem a eles. Para quem decide, é fácil e conveniente participar de um leilão sobre o meio mais eficaz para abolir a chaga da precariedade existencial, propondo soluções falsas, como fortificar as fronteiras, parar as ondas migratórias, ser inflexível com os requerentes de asilo… E, para a mídia, é igualmente fácil dar visibilidade à polícia que invade os campos de refugiados ou difundir as imagens fixas e detalhadas de um ou dois homens-bomba em ação. A verdade é que é malditamente complicado tocar com a mão as raízes autênticas de uma violência que cresce em todo o mundo, em volume e em intensidade. E, dia após dia, torna-se ainda mais difícil, senão precisamente impossível, demonstrar que os governos identificaram aquelas raízes e estão trabalhando realmente para erradicá-las.

Isso significa que os políticos ocidentais também utilizam o medo como instrumento política?

Exatamente. Assim como as leis do marketing impõem que os comerciantes proclamem incessantemente que o seu objetivo é a satisfação das necessidades dos consumidores – embora estando eles plenamente conscientes de que, ao contrário, a insatisfação é o verdadeiro motor da economia consumista –, assim também os empresários políticos dos nossos dias declaram, sim, que o seu objetivo é garantir a segurança da população, mas, ao mesmo tempo, fazer todo o possível, e até mais, para fomentar a sensação de perigo iminente. O núcleo da atual estratégia de dominação, portanto, consiste em acender e em manter viva a centelha de insegurança…

E qual seria o propósito dessa estratégia?

Se há algo que muitos líderes políticos não viam a hora de aprender, é o estratagema de transformar as calamidades em vantagens: reacender a chama da guerra é uma receita infalível para desviar a atenção dos problemas sociais, como a desigualdade, a injustiça, a degradação e a exclusão, e fortalecer o paco de comando-obediência entre os governantes e a sua nação. A nova estratégia de dominação, fundamentada no deliberado impulso à ansiedade, permite que as autoridades estabelecidas não cumpram a promessa de garantir coletivamente a segurança existencial. Deveremos nos contentar com uma segurança privada, pessoal, física.

O senhor acredita que, desse modo, as instituições correm o risco de perder o caráter democrático?

Certamente, a constante sensação de alerta afeta a ideia de cidadania, além das tarefas a ela ligadas, que acabam sendo liquidadas ou remodeladas. O medo é um recurso muito convidativo para substituir a demagogia com a argumentação e a política autoritária com a democracia. E os apelos cada vez mais insistentes à necessidade de um Estado de exceção vão nessa direção.

O Papa Francisco parece ser o único líder disposto a desfazer aquilo que o senhor, em outro lugar, chamou de “o demônio do medo”.

O paradoxo é que é precisamente aquele que os católicos reconheçam como o porta-voz de Deus na terra que nos diz que o destino de salvação está nas nossas mãos. A estrada é um diálogo voltado a uma melhor compreensão recíproca, em uma atmosfera de respeito mútuo, em que estejamos dispostos a aprender uns com os outros.

Escutamos Francisco muito pouco, mas a sua estratégia, embora de longo prazo, é a única capaz de resolver uma situação que se assemelha cada vez mais a um campo minado, saturado de explosivos materiais e espirituais, salvaguardados pelos governos para manter a tensão em alta. Enquanto as relações humanas não tomarem o caminho indicado por Francisco, é mínima a esperança de limpar um terreno que produzirá novas explosões, mesmo que não saibamos prever com exatidão as coordenadas.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar

“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”, disse Rubem Alves, sobre o endereço de onde nossa alma ficou e de onde ela não quer sair. É que a alma gosta mesmo é de aconchego, de coisas gostosas, de sensação boa. Ela tem o velho hábito de voltar aonde foi feliz, mesmo que isso tenha sido décadas atrás. A casa da alma é na saudade, onde o “para sempre” sempre encontra seu lugar.

A saudade às vezes é uma avó carinhosa: braços abertos, colo perfumado e macio. E lá a gente pode repousar, com pouca pressa e sorriso bonito, revivendo um pedacinho de história bom demais pra ser esquecido e deixado pra lá.

Saudade parece uma lamparina, que a gente acendeu para procurar uma felicidadezinha que ficou lá no canto, escondidinha, e que agora quer ver de novo, dar mais um abraço e sentir o conforto bom que só aquela memória sabe trazer.

A verdade é que tem coisa feita pra fazer falta. O olhar iluminado da pessoa amada, a primeira amizade de verdade, uma voz no pé do ouvido, algumas pessoas. Aliás, pessoas são nossos maiores motivos. Tem gente que dá uma saudade danada!

Outras vezes, a saudade parece uma dor bem fininha, que dói sem hora marcada e que às vezes dói até sem causa sensata. E ninguém sabe quando vai doer, mas que vai, vai sim. E quando doer, talvez você precise de algumas lágrimas, talvez de um cobertor e uma caneca de chá quentinho. Mas é coisa que logo passa, é coisa de saudade mesmo.

Ou não, talvez nem passe. Talvez ela seja eterna, amarrada no peito e bem presa, pra não correr o risco de ser esquecida. Às vezes ela é permanente, fazer o quê? Acontece também!

Algumas coisas constituem saudade imediata, coisa que o coração mal experimentou e já quer viver de volta. Que remédio poderia haver para essa saudade, não é?

Algumas coisas irão nos fazer falta a vida inteira: saudade das doces vantagens da infância, de quando as nuvens ainda pareciam algodão; saudade do tempo em que a gente ainda não tinha dado adeus pra nada, nem pra ninguém. Que tempo bom foi aquele!

É nesses dias de saudade apertada, que a alma faz suas malas e vai pra casa. Pra casa da saudade, sabe? Porque é lá que a alma encontra sua verdadeira morada.

Ah, Rubem Alves também disse que “aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.” Parece mesmo que ele tinha razão. Que agenda, que nada! Tem coisa que fica marcada. Acho que é daí que vem a saudade, afinal.

*Por Alessandra Piassarollo

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*Fonte: provocacoesfilosoficas

8 frases incríveis de Bob Dylan para explodir seu cérebro

A única pessoa do mundo que foi premiada com um Oscar, um Grammy, o Globo de Ouro, o pulitzer e o Nobel, Bob Dylan é considerado por muitos, e por mim, o compositor mais importante dos tempos modernos. E por mais que receber alguns desses prêmios não queira dizer muita coisa, ser a única pessoa do mundo a receber todos eles tem lá sua importância.

Mas, independentemente disso, muito antes de receber essa coleção de prêmios, Bob Dylan já impactava a vida de milhões de pessoas com as suas músicas e a mensagem que ele passava pelas suas letras.

Quase nada que Bob Dylan diz é preto no branco ou tem uma interpretação
exatamente definida. Ele sempre fez questão de não explicar o significado das letras para a imprensa e, quando possível, confundir ainda mais.

Mas já vamos entender isso melhor com oito frase geniais que vão: ou mudar a sua vida, ou explodir a sua cabeça ou… se você tiver sorte, os dois.

  1. Não existe sucesso como fracasso e o fracasso não é sucesso de forma alguma.

Hoje em dia uma das dicas mais propagadas , seja por escritores,
empreendedores ou qualquer um que tenha alcançado o sucesso é que ninguém chega lá sem fracassar várias e várias vezes, mas nessa frase Bob Dylan nos lembra do que a maioria se esquece de dizer: fracassar em si não é sucesso de forma alguma. Só quando aprendemos com o fracasso é que seguimos em direção ao sucesso.

A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar
resultados diferentes , mas tem mais: essa frase do Bob Dylan vai alem, vivemos numa sociedade que valoriza o fracasso, onde ter sucesso é condenável. Independentemente da forma como esse sucesso se manifesta, as pessoas têm vergonha de mostrar o que alcançaram, se orgulham de ter pouco dinheiro, poucas conquistas, etc, e a população no geral apoia esse comportamento.
Vamos pensar naquele caso clássico de um cara que adora uma banda
desconhecida e, quando ela estoura e fica famosa, ele para de ouvir porque a banda virou “modinha”. A banda só era boa enquanto era fracassada, assim que alcançou o sucesso, perdeu o seu valor. Então fracassando você é
considerado bom, mas sabemos que o fracasso não é sucesso, é simplesmente fracasso, por mais glamourizado que seja.

  1. Aquele que não está se ocupando em nascer, está se ocupando em morrer

Essa é sem dúvida uma das frases mais famosas de Bob Dylan. Ao primeiro
olhar muitos interpretam o que parece óbvio, mas que mesmo assim surpreende que a partir do momento em que nascemos estamos começando a morrer, o que não parece muito bom, principalmente considerando o medo de morte que isso traz à tona e que muita gente compartilha. Mas, e se na verdade ela tiver um significado muito mais engrandecedor?

No momento em que paramos de nos reinventar, ou seja, renascer, começamos a morrer. Não é da morte que devemos ter medo, é do comodismo, da estagnação. Não podemos ficar parados, devemos estar sempre nos ocupando em nascer de novo, mudar, evoluir, crescer ou então estaremos nos ocupando em morrer.

  1. Você não precisa de um meteorologista para saber para que lado o vento sopra

Você não precisa de ninguém para te dizer o óbvio ou o que você pode
descobrir por si mesmo. Ainda assim muitas pessoas buscam nos outros uma forma de aprovação e esperam que os outros os apontem as direções e
decidam os caminhos que elas podem e devem decidir sozinhas.

E essa frase tem uma relação direta com uma das músicas mais famosas de
Bob Dylan, Blowin in the Wind, que foi o primeiro grande sucesso logo no
começo da sua carreira, trazendo uma explosão repentina de fama quando
começaram a vê-lo como um novo profeta, um porta-voz da sua geração.

Em Blowin in the Wind ele faz vários questionamentos sobre a condição humana e diz que as respostas estão soprando no vento, mas ele sempre recusou os títulos de profeta, d e porta-voz da suia geração. Então, quando ele diz que você não precisa de um meteorologista para saber para que lado o vento sopra, ele diz que você tem que achar as respostas soprando no vento por conta própria e não esperar que ele ou qualquer outro grupo místico, como vemos muito hoje em dia, tragam as respostas para você.

  1. Roube um pouco e eles te jogam na cadeia, roube muito e eles te fazem rei

Não é exatamente isso que temos vividos agora, ou melhor, que temos vividos desde sempre? essa frase atemporal de Bob Dylan é simples e crua: ou você rouba o suficiente para mandar em quem vai te julgar, ou você paga pelos seus crimes.

Temos quase um réu julgado em segunda instância da Lava Jato sendo solto por semana, pelo simples fato que eles reinam sobre quem determina as suas próprias sentenças. É a forma como a sociedade opera e ainda que a palavra rei seja usada no sentido figurado, podemos transferir essa mesma máxima para o poder do estado e para cada vez que temos que pagar impostos.

  1. Eu era tão mais velho antes, eu sou mais jovem agora

A frase é de cara totalmente contraditória e a ideia é justamente essa. Bob Dylan se deu conta que não envelheceu com o tempo, mas sim, rejuvenesceu, deixando para trás velhas ideias e absorvendo, cultivando e desenvolvendo ideias novas.

Podemos quebrar o feitiço do tempo vivendo assim, sem ficarmos presos no
passado, sem nos apegarmos a ideias que já são ultrapassadas por orgulho,
aceitando que as derrotas não são nada além de aprendizados.

Vivemos uma constante mudança, não somos o que éramos ontem e muito
menos o que éramos ano passado, mas não somos necessariamente mais
velhos. Se simplesmente levarmos em conta que com o tempo deixamos o que era antigo para trás e nos abrimos para o novo, podemos ficar cada vez mais jovens.

  1. Para viver fora da lei você deve ser honesto

Aqui podemos entender que Bob Dylan fez um trocadilho com viver fora da lei no sentido jurídico e no sentido social. Quando tantas coisas que discordamos são impostas como leis pela sociedade, só alguém muito desonesto, com seus próprios princípios consegue viver bem com isso. Só alguém muito hipócrita engole todas as convenções e age de acordo com que os outros esperam, e mesmo assim isso representa a grande maioria das pessoas. São extremamente raras as que têm coragem de ser honestas o suficiente para viver fora da lei e desafiar o meio em que vive, ir além das fronteiras do que é aceitável e quebrar barreiras que até então impedem o crescimento. São esses foras da lei honestos que impulsionam o mundo para frente

  1. Atrás de qualquer coisa bonita existe algum tipo de dor

Eu me lembro da primeira vez em que ouvi essa frase, eu pensei que ela não podia estar certa, que era pessimista demais, mas aí eu comecei a pensar, e quanto mais eu pensava, mais verdadeira a frase parecia. Eu não conseguia encontrar nenhuma exceção, então eu entendi que o pessimismo de Bob Dylan tava certo, realmente atrás de qualquer coisa bonita existe algum tipo de dor.

Mas foi só depois de rever essa frase mil vezes que eu me dei conta que sim, ela é a mais pura verdade, mas não é necessariamente pessimista. É só a verdade sobre de onde nascem as coisas mais bonitas do mundo, sobre o fato de que o sofrimento, mesmo que inevitável, não determina o resultado. Do sofrimento mais horrível pode nascer a vitória mais deliciosa, a arte mais maravilhosa e, como exemplo, temos a própria música de onde essa frase foi retirada: Not Dark Yet.

  1. Não critique o que você não consegue entender

A definição perfeita de um hater, aquele que critica o que não consegue
entender, todo mundo lida com gente assim. Só que mesmo que o termo seja novo, esse tipo de pessoas sempre existiu e Bob Dylan lidou com eles a vida inteira. Sempre foi questionado pelo seu sucesso, pelas suas letras, pelas suas habilidade vocais, pela sua constante mudança de estilo musical , mas deixou essa resposta simples e direta: Não critique aquilo que você não consegue entender.

Isso é uma coisa que devemos levar para a vida toda. Sempre que somos
confrontados com algo desconhecido, novo, que desafia os nossos
conhecimentos, nos vemos cara a cara com a nossa própria ignorância e isso pode ser doloroso, então a nossa tendência é atacar, mas podemos ser
maiores do que isso, principalmente nos tempos de extremismos que vivemos hoje. Se não entendemos o discurso que vem do outro lado, tudo bem, não precisamos conhecer tudo, podemos assumir a própria ignorância ao invés de criticar o desconhecido, essa é a única forma de aprender.

E por mais que tenhamos chegados ao fim, nada começa nem termina quando se trata de Bob Dylan, então eu vou finalizar com uma frase do próprio, que nos mostra que provavelmente não ouvimos e nunca ouviremos nem metade do que ele realmente teria a nos dizer:

“E se meus sonhos e pensamentos pudessem ser vistos, eles provavelmente
colocariam a minha cabeça em uma guilhotina”

Mas, sorte a nossa que o que ele pode nos mostrar sem perder a cabeça, nós já temos o suficiente para uma vida de aprendizado.

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*Fonte: pensarcontemporaneo