Todas as sextas-feiras 13, os donos de gato preto sentem um aperto no coração. Ao contrário do que o senso comum prega, esses animais não dão azar ou má-sorte.
Na verdade, os gatos pretos dão muito amor e carinho para seus tutores e não merecem ser vítimas de violência.
Mas qual é a história da humanidade com os gatos pretos? Como esses animais foram transformados em representações de má-sorte? Por que o seu bichano se tornou um alvo de superstições sem sentido? Tudo isso possui uma justificativa histórica. Nesse artigo, iremos te contar tudo sobre gato preto.
Gato preto – origem da lenda
Os gatos no geral eram considerados sagrados pelos povos egípcios. Sua eficácia na luta contra ratos, insetos e cobras peçonhentas era honrada desde as origens do Kemet unificado e a história conta que Menes, primeiro faraó da história, tinha uma horda de gatos para protegê-lo de animais indesejados.
Os gatos pretos tinham especial significado. Eles eram representados na figura da deusa Bastet, considerada a defensora das mulheres e dos lares. Além disso, ela era vista quase como uma Vênus, que protegia os segredos, a fertilidade e os felinos. Ela era adorada por ambos os gêneros.
As figuras de Bastet eram extremamente populares. Segundo o historiador grego Polineu (que é conhecido por aumentar histórias, mas possui alguma validade), uma batalha importantíssima entre egípcios e persas foi perdida por conta dos gatos.
De acordo com o autor macedônico, o rei Cambises II do Império Aquemênida sabia que os egípcios amavam muito os gatos. Ele ordenou que os seus soldados pintassem seus escudos com figuras de gatos e que todos os felinos encontrados no caminho até Pelúsio, cidade no delta do Nilo. Na hora da batalha, eles soltaram todos os animais e começaram a marchar frente às forças egípcias, que não atacaram os persas por medo de ofender a deusa Bastet. O episódio ocorreu em 525 a.C.
Gato preto – do sagrado ao profano
Não existem justificativas muito bem fundamentadas para que o ódio aos gatos pretos surgisse. Mas, se você tivesse que apostar em algum lugar do mundo para ser a origem dessa lenda, o que você diria? Se você pensou em Europa, acertou.
O mito fundador do ódio ao gato preto data do ano 1230. Em um documento papal, o pontífice da Igreja Católica Gregório IX assinou um documento declarando os gatos pretos como animais demoníacos.
Uma revisão dessa documentação aponta que o inquisidor alemão Conrad von Marburg presenciou um suposto ritual “satânico” onde pessoas beijavam a bunda de um gato (é, Idade Média) e obedeciam aos seus comandos. Ele passou a história para o papa, que não quis arriscar e pediu para que se livrassem de todos os cultos com gatos pretos na cidade de Mainz, na Alemanha. Mas a fofoca se espalhou.
O projeto acabou sendo extremamente eficaz e por volta do século XIII, os gatos eram considerados extintos em algumas da Europa. Sabe outra coisa que aconteceu nessa época? A peste. No Egito e em Roma, os gatos eram usados como formas de controle para ratos. Mas os medievais não pensaram nisso.
E era através da colaboração com os bichanos que havia um controle populacional de ratos no Oriente Médio, por exemplo, onde a peste bubônica ocorreu, mas em escalas diferentes da Europeia. A ausência de felinos domésticos na Europa intensificou e colaborou para a propagação da doença. Contudo, essa tese é debatida por acadêmicos.
O fato é que essa lenda acabou se espalhando por toda a Europa Ocidental e chegou aqui no Brasil importada pelo nosso catolicismo fervoroso e supersticioso. Mas nem na fé católica os gatos pretos são considerados diabólicos e não existe razão alguma para acreditar nessa balela.
Considere adotar um gatinho preto nessa sexta-feira (13); eles são fofos, brincalhões e carinhosos
Por isso, nessa sexta-feira, proteja seus gatinhos pretos de violências e evite que ele saia de casa. Caso você aviste um gatinho preto, tente protegê-lo. Eles são nossos amores e merecem muito carinhos (e até um petisco).
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*Fonte: hypeness