O núcleo da Terra está girando mais devagar – mas este não é o começo do fim do mundo

No centro da Terra, mais de 5 mil quilômetros abaixo de nossos pés, uma imensa e escaldante bola de ferro, pouco menor que a Lua, flutua e gira dentro de um núcleo externo líquido, com grandes variações no ritmo desse movimento. Pesquisas recentes concluíram que o núcleo interno da Terra atualmente está reduzindo sua rotação, em fenômeno capaz de influenciar diversos aspectos do nosso planeta. Antes, porém, que o pânico tome conta, vale lembrar que esse é um processo provavelmente inofensivo, que já ocorreu diversas vezes antes.

O núcleo terrestre é um tema de intenso debate científico, essencialmente pois muita coisa ainda é desconhecida sobre sua natureza e a influência que provoca na superfície – e em nossas vidas. Pesquisas realizadas nos anos 1990 concluíram que a misteriosa bola então girava um pouco mais rápido que o resto do planeta: por volta de 2009, porém, novos levantamentos concluíram que o giro estava em sincronia com a superfície e, agora, aparentemente o movimento reduziu seu ritmo, e está mais lento que nossa velocidade terrena geral.

Curiosamente, porém, o mesmo processo já teria ocorrido nos anos 1960 e 1970 e, portanto, apesar de soar ameaçador, é mais recorrente do que imaginávamos ou sabíamos. “O núcleo interno é a camada mais profunda da Terra, e sua rotação relativa é um dos problemas mais intrigantes e desafiadores para a ciência da Terra-profunda”, afirmou Xiadong Song, geocientista da Universidade de Pequim, e líder do novo estudo. Foi ele quem reconheceu essa diferença, nos anos 1990, através da análise das ondas sísmicas desencadeadas por terremotos.

A escaldante bola de ferro e níquel no núcleo da Terra se localiza entre 5 mil e 6,3 mil km de profundidade

“A maioria de nós concluiu que o núcleo interno girava a um ritmo constante, que era ligeiramente diferente da Terra. A evidência se acumula, e este artigo mostra que a evidência da rotação mais rápida é forte antes de cerca de 2009, e basicamente vai desaparecendo nos anos subsequentes”, afirmou Paul Richards, sismólogo da Universidade de Columbia, que trabalhou com Song na nova pesquisa.

Richards alerta, porém, que toda conclusão a respeito da influência de tal diferença sobre a superfície do planeta é especulativa: a própria conclusão da pesquisa, sugerindo a diferença no movimento do núcleo terreno, é contestada por outros cientistas.

“Este estudo interpreta mal os sinais sísmicos que são causados por mudanças episódicas da superfície interna do núcleo da Terra”, afirmou Lianxing Wen, sismólogo da Universidade de Stony Brook, rejeitando a ideia, em reportagem do jornal The Washington Post. Segundo Wen, a conclusão de que o interior da Terra gira em ritmo próprio “oferece uma explicação inconsistente para as informações sísmicas, mesmo que assumamos que seja verdade”. Pouco conhecido e de acesso impossível, o centro da Terra, portanto, é cenário de possíveis profundos movimentos, mas principalmente de intensos debates.

*Por Vitor Paiva
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Fonte: hypeness

Conferência de Pesos e Medidas decreta o fim do ‘segundo bissexto’: mas o que é isso?

Foi animada a última Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), ocorrida na França no último dia 18 de novembro: além de estabelecer novos prefixos para nomear medidas imensas ou minúsculas, a organização criada para gerir o Sistema Internacional de Unidades (SI) decretou o fim do segundo bissexto. A medida sugere que a suspensão comece a valer a partir do ano 2035: mas o que é e para o que serve o segundo bissexto? O que o seu fim pode representar?

Apesar de o tempo do relógio ser baseado na posição da Terra em sua rotação e relação com o Sol, tais movimentos são irregulares e não se dão de forma tão exata quanto o tempo contado nos relógios. Assim, a duração de um dia solar não é constante, e acaba criando uma diferença entre o chamado Tempo Astronômico e o Tempo Universal Coordenado (UTC), escala de tempo fixa que determina as Horas Legais em todo o mundo: é para compensar essa diferença que o segundo bissexto foi criado.

Basicamente, o segundo bissexto é utilizado para manter o Tempo Astronômico sincronizado com o Tempo Universal Coordenado: a adição desse segundo eventual acontece para impedir que a diferença entre esses dois relógios seja maior que 0,9 segundo. A dificuldade vinha se dando pelo fato de diferentes organizações e mesmo empresas incluírem o segundo bissexto de formas diferentes, criando possíveis ambiguidades entre fontes de tempo diversas.

Segundo Elizabeth Donley, líder da divisão de Tempo e Frequência do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, em Colorado, nos EUA, a diferença chega a meio segundo entre as fontes, um hiato que, segundo a especialista, “é enorme”. A proposta da Conferência é que o segundo bissexto deixe de ser aplicado por ao menos um século, mudança que poderá causar uma diferença de aproximadamente um minuto entre as duas medidas de tempo.

O decreto ainda será debatido com outras organizações internacionais, e sua aplicação efetiva deve ser decidida até 2026. A Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) se reúne a cada quatro ou seis anos, com delegados de 64 países, e funciona nos termos da Convenção do Metro, de 1875. Em encontros anteriores, protocolos determinaram padrões como a medida exata do quilograma, do litro, do quilate, bem como o valor de unidades elétricas, como ampère, newton, volt e watt, e de temperatura, como kelvin e celsius.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Afinal, qual é a montanha mais alta do mundo?

Definir qual é a montanha mais alta do mundo pode parecer uma tarefa simples, mas a verdade é que vai depender bastante do ponto de vista adotado. Quer saber por quê? Vamos te explicar tudo!

O monte Everest é, com frequência, tido como a montanha mais alta do mundo, apresentando 8.848,86 metros de altitude, segundo a última mensuração realizada pela China e Nepal. Mas para esse status, são considerados dois pontos: o primeiro é que o Everest faz parte de uma enorme cadeia montanhosa e, segundo, que essa altura seria em relação ao nível do mar. Ou seja, se fôssemos considerar uma montanha independente, o Monte Kilimanjaro levaria o prêmio. Situado na África, com 5.895 metros, ele não se faz parte de uma cordilheira.

Uma curiosidade é que essa estimativa permitiu chegar à conclusão que o Everest aumentou 86 centímetros desde o último cálculo realizado pela equipe de pesquisadores, ou seja, o processo de encontro das placas tectônicas continua atuando e moldando a superfície terrestre, ainda que isso não seja sempre tão óbvio para nós. Acredita-se que um terremoto em 2015, que alcançou a escala 7.9, tenha tido um maior impacto nessa mudança.

Mas voltando ao assunto: a questão envolvendo o nível do mar sendo usado como critério para definir a montanha mais alta já tem sido discutida entre os especialistas da área, afinal, as mudanças climáticas estão contribuindo com a elevação das águas. Ou seja, se ele é um parâmetro sujeito à ação do tempo, basear a estimativa com base num valor ideal, portanto, seria considerado o mais correto a fazer, evitando divergências em relação ao que é calculado.

E se fosse a montanha mais alta fosse definida considerando a distância entre a base e o seu pico? Nesse caso, teríamos uma outra montanha eleita para a posição de mais alta do mundo, então. E ela seria Mauna Kea, um vulcão localizado no Havaí que se encontra inativo. Com 4.205 metros acima do nível do mar, se considerarmos toda a sua estrutura, o vulcão alcança os 10.211 metros de altura.

Tudo resolvido, então, certo? Ainda não! Há mais um fator a ser considerado antes do veredito final! Nosso planeta não apresenta uma crosta reta e sem fissuras, isso já sabemos. Mas é na região equatorial em que existe um declínio maior, ou seja, as estruturas presentes ali estão mais próximas do centro da Terra que outras em virtude justamente dessa protuberância maior.

Por esse motivo, se formos considerar a montanha mais alta em relação ao centro da Terra, segundo um cálculo obtido com a utilização de GPS, o Monte Chimborazo, no Equador, seria eleito o mais alto do mundo. Desta forma, Chimborazo alcançaria os 6384,41 km de altura e o Everest seria “rebaixado”, com 6382,60 km. Mas considerando também que esse monte não estaria nem entre as 10 maiores montanhas sem esse critério, fica um pouco mais difícil adotá-lo agora, não é mesmo?

Ou seja, o veredito para a adoção da montanha mais alta do mundo, depende muito do critério adotado. Mas independente da escolha final, esse processo de buscar entender mais sobre as montanhas e o processo de formação do nosso planeta certamente sempre nos rende descobertas interessantes — e isso é o mais importante!

*Por Mychelle Araujo
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*Fonte: megacurioso

Europa vive onda de calor sem precedentes

Reino Unido bate recorde de temperatura; Espanha e Portugal chegam a mil mortes.

Dois aeroportos em Londres, na Inglaterra, fecharam na última segunda-feira (18) após as altas temperaturas danificarem a pista de pouso. O ocorrido é parte de uma série de acontecimentos em decorrência da forte onda de calor que atinge a Europa.

Órgãos de saúde da Espanha e Portugal apontam o calor como responsável por ao menos mil mortes. Os dois países, mais a França, estão enfrentando incêndios florestais de grandes proporções. Em algumas regiões da França, moradores e turistas tiveram que ser evacuados às pressas de residências e acampamentos.

De acordo com o presidente francês, Emmanuel Macron, o ano de 2022 já contabiliza três vezes mais área de floresta queimada em comparação com 2020.

Na Espanha, os termômetros chegaram a bater 45,7ºC. Com dados do Instituto de Saúde Carlos III, a agência de notícias Reuters informa que a onda de calor causou pelo menos 360 mortes.

Já na cidade de Lousã, em Portugal, alcançou 46,3°C na última quarta-feira (13). O Ministério da Saúde português afirma que 659 pessoas, a maioria idosas, morreram devido ao calor.

Calor no Reino Unido
De todos as regiões que mais sofrem neste momento, o Reino Unido é o que mais vem chamando atenção. O recorde de temperatura britânico era de 38,7°C – registrado em 2019 – porém, nesta terça-feira (19), os termômetros nos arredores do Aeroporto de Heathrow, em Londres, marcaram 40,2°C. É a maior temperatura da história.

Pela primeira vez na história, o serviço de meteorologia britânico (UK Met Office, em inglês) emitiu um alerta vermelho para calor excepcional. Isso significa que há um risco potencial de vida. Também pudera, a estimativa dos cientistas britânicos era de que só em 2050 o país chegaria a 40ºC no verão.

No comunicado, publicado na segunda-feira (18), o órgão britânico e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) deixam claro que o calor extremo é consequência das mudanças climáticas. O texto explica que eventos como este até podem acontecer dentro de uma variação natural climática, por causa das transformações em padrões globais de temperatura, no entanto, o aumento, frequência, duração e intensidade desses eventos, em décadas recentes, estão claramente associados ao aquecimento do planeta e à atividade humana.

A situação que teve início há uma semana está se estendendo e possivelmente atingirá novos recordes. A previsão era de que as temperaturas em Paris, capital da França, também ultrapassassem os 40ºC nesta terça-feira – o que ainda não foi confirmado.

Em mensagem gravada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que metade da humanidade já está sofrendo com inundações, secas, tempestades e incêndios florestais oriundos das condições extremas. Porém, ainda assim, “as nações continuam jogando o jogo da culpa em vez de assumir a responsabilidade por nosso futuro coletivo”, declarou.

Segundo a ONU, a área de alta pressão atualmente sobre o Reino Unido deve se mover para o centro-norte da Europa e alcançar os Bálcãs até meados da próxima semana, elevando as temperaturas também nestas regiões.

*por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo

A diferença entre Ártico e Antártica

O Ártico é a região que fica mais ao norte do planeta, contendo um largo oceano coberto por um gelo marinho perene, sendo quase completamente rodeado por terra. A região antártica, por sua vez, compreende o continente da Antártica, assim como o Oceano Antártico.

A diferença entre Ártico e Antártica vai além do nome, apesar deles possuírem semelhanças, como serem as regiões mais geladas e escuras do planeta.

A diferença entre Ártico e Antártica

A região ártica
O nome “ártico” deriva da palavra grega “arktos”, que significa ‘urso”, referindo-se às constelações da Ursa Maior e Ursa Menor. Os cientistas definem o Ártico como sendo a região norte do Círculo Ártico, consistindo no oceano ártico, mares adjacentes e partes do Alasca, Groenlândia, Finlândia, Canadá, Noruega, Islândia, Suécia e Rússia. Cerca de 4 milhões de pessoas, inclusive muitos povos indígenas da região, como os inuítes e sami, habitam no Ártico.

A região do Ártico consiste num largo oceano, o Oceano Ártico, rodeado por terra. Devido à essa característica geográfica, o gelo marinho que se forma na região se move menos do que o da região antártica, e num ritmo bem mais lento, além de se manter nas águas frias da área. Além disso, o gelo marinho é bem mais espesso, variando entre 2 e 5 metros. Durante o inverno, cerca de 15 milhões de km² de gelo marinho se formam, sobrando apenas 7 milhões durante o verão. A superfície clara do gelo marinho do ártico serve como um refletor terrestre, refletindo parte dos raios solares de volta para o espaço, o que ajuda a manter o equilíbrio no clima do planeta. A região ártica também ajuda a circular as correntes oceânicas, movimentando as águas quentes e frias pelo planeta.

Alguns estudos revelaram que está ocorrendo uma drástica mudança climática no Ártico nos últimos anos. Acredita-se que a região esteja aquecendo duas vezes mais rápido que no resto do mundo, e que em poucos anos nenhum gelo marinho vai se formar durante o verão.

Muitos animais vivem no Ártico, como o lobo ártico, a raposa ártica, a lebre ártica, os ursos polares, o boi almiscarado, focas, morsas, assim como muitas espécies de baleia. O urso polar depende do gelo marinho para ter acesso às focas, que são sua principal fonte de alimento, assim como reproduzir e descansar. Com a redução do gelo a cada ano, os ursos, assim como outros animais, sofrem grave risco.

Antártica
O nome “antártica” deriva da versão romana da palavra grega “antarktike”, que significa “oposta ao ártico”. A Antártica é um vasto continente localizado ao sul do Círculo Antártico, rodeado pelo Oceano Antártico. Esse oceano aberto em volta da grande massa terrestre antártica permite que o gelo marinho se mova mais livremente do que ocorre no Ártico. Além disso, o oceano também cria uma precipitação maior, fazendo com que a Antártica tenha uma maior cobertura de neve. O gelo cobre cerca de 98% da Antártica, enquanto o gelo marinho tem espessura de 1.6m, menor que o do Ártico. Quase todo o gelo marinho que se forma durante o inverno derrete no verão. Durante o inverno, mais de 18 milhões de km² do oceano são cobertos por gelo marinho, sobrando apenas 3 milhões no verão.

Menos animais vivem aqui. Dentre as espécies, temos a baleia azul, os pinguins imperadores, a lula gigante, os elefantes marinhos, focas leopardo, orcas, entre outros. Devido às condições climáticas severas, a região antártica não possui uma população permanente. Apenas entre 1000 e 5000 pessoas vivem aqui, oriundas de diversos países, nas estações de pesquisa que estão espalhadas pela Antártica.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

Do deserto à floresta: entenda como o Saara beneficia a Amazônia

O deserto do Saara, na África, está há milhares de quilômetros de distância da América do Sul e, mesmo assim, os dois continentes continuam completamente conectados. Na realidade, a floresta amazônica só sobrevive por conta do deserto e, há alguns anos, cientistas conseguiram entender a importância dessa união.

Os cientistas sabiam que os ventos levavam poeira do Saara para diversas regiões do mundo, mas foi graças a um estudo publicado em 2015 que foi possível entender a importância dessa viagem transatlântica. Pesquisadores descobriram que a poeira possui quantidades significativas de fósforo, um nutriente extramente relevante para a sobrevivência da floresta da Amazônia.

Poeira que alimenta a Amazônia

Em um estudo publicado na revista científica Geophysical Research Letters, cientistas usaram o satélite CALIPSO (Cloud-Aerosol Lidar and Infrared Pathfinder Satellite Observation) para quantificar em três dimensões a quantidade de poeira que faz a viagem intercontinental. Os dados foram obtidos entre 2007 e 2013.

O satélite usa a tecnologia LIDAR para descobrir a quantidade de material e distinguir a poeira de outras partículas. Assim, eles descobriram que o fósforo também faz a viagem intercontinental junto com a poeira e, assim, ajuda a nutrir a Amazônia.

De acordo com o principal cientista do estudo, professor da Universidade de Maryland e colaborador da NASA, Hongbin Yu, parte da poeira foi coletada na depressão africana de Bodelé, no Chade, um lugar repleto de minerais rochosos compostos de microorganismos mortos carregados com fósforo — também coletaram o material em Miami e Barbados. Assim, eles conseguiram entender a estimativa da quantidade de fósforo presente na poeira.

“Primeiro temos que tentar responder a duas perguntas básicas. Quanta poeira é transportada? E qual é a relação entre a quantidade de poeira transportada e os indicadores climáticos?”, disse Yu.

É estimado que a bacia amazônica receba 27,7 mil toneladas de poeira do Saara por ano e cerca de 22 mil toneladas de fósforo caem nos solos amazônicos. Os dados também mostram que, anualmente, os ventos e o clima carregam em média 182 milhões de toneladas de poeira para diferentes regiões — equivalente a cerca de 689 mil caminhões cheios.

Alimento para o planeta
O cientista Chip Trepte, do projeto CALIPSO, disse que a observação da poeira levada pelo vento é importante para entender se existem padrões nessa movimentação. Assim, os pesquisadores podem tentar compreender se esses padrões serão usados em cenários climáticos futuros.

No estudo, os cientistas conseguiram detectar a poeira sendo transportada do Saara, através do Oceano Atlântico, até a América do Sul. Outra quantidade de poeira também acabou sendo levada até o Mar do Caribe.

“As correntes de vento são diferentes em diferentes altitudes. Este é um passo à frente para fornecer a compreensão de como é o transporte de poeira do Saara em três dimensões e, em seguida, comparar com esses modelos que estão sendo usados para estudos climáticos”, disse Trepte.

Os solos amazônicos são escassos em nutrientes e a maioria deles são encontrados em processos de decomposição de matéria orgânica da própria floresta. Contudo, é muito comum que as chuvas “lavem” os solos e levem embora nutrientes como o fósforo.

Então, as 22 mil toneladas de fósforo que atingem a Amazônia todos os anos são muito importantes para alimentar a floresta. Inclusive, a quantidade é aproximadamente a mesma de fósforo perdido durante as chuvas e inundações na área.

“Sabemos que a poeira é muito importante em muitos aspectos. É um componente essencial do sistema terrestre. A poeira afetará o clima e, ao mesmo tempo, as mudanças climáticas afetarão a poeira. Se você não tiver esse transporte de poeira africana para a Amazônia, em 10 anos, ou em 100 anos, a Amazônia terá perdido muito fósforo”, afirma Yu.

*Por Lucas Vinícius Santos
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*Fonte: tecmundo

National Goeographic Oficializa o 5º Oceano da Terra

Na semana passada, exatamente no Dia Mundial dos Oceanos, os cartógrafos da National Geographic Society dos EUA decidiram presentear o planeta Terra com mais um oceano ao acrescentar o Oceano Antártico, que circunda a Antártica, aos seus quatro “irmãos” mais velhos Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico.

A nova designação chega atrasada por pelo menos uns 100 anos. Cientistas e navegadoras que conhecem as águas ao redor do continente gelado do extremo sul do planeta reconhecem e apregoam aos quatro cantos que aquelas são diferentes de qualquer outro tipo de água dos demais oceanos.

Segundo Seth Sykora-Bodie, cientista marinho da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), embora seja difícil explicar o que há de diferente na região, “todos concordarão que as geleiras são mais azuis, o ar mais frio, as montanhas mais intimidantes e as paisagens mais cativantes do que qualquer outro lugar que você possa ir”, afirmou ao site da National Geographic.

Como os são definidos os oceanos?

O geógrafo oficial da NOAA, Alex Tait, também falou ao site da NatGeo, explicando que o reconhecimento oficial só não ocorreu antes porque “nunca houve um acordo internacional”. “É uma espécie de nerdice geográfica em alguns aspectos”, resumiu. Porém, a partir do dia 8 de junho de 2021, a nerdice acabou: o Oceano Antártico é oficialmente o quinto oceano da Terra.

Embora a diferença entre mar e oceano seja clara, o tamanho, ainda é difícil dizer exatamente o que é um oceano, a não ser repetir que eles são massas líquidas mais extensas (o menor deles tem 73 milhões de quilômetros quadrados) e mais profundas. O navegador espanhol Vasco Nuñez de Balboa já reconheceu, no início do século XVI, que aquelas águas no fundo do mundo eram o “Oceano Antártico”.

Após intensas discussões acadêmicas e científicas, o que definiu realmente o Oceano Antártico foi uma corrente marítima, a Corrente Circumpolar Antártica (ACC), que flui de oeste para leste. Essas águas, que dão singularidade ao oceano, são mais frias e um pouco menos salgadas do que as águas dos oceanos que ficam ao norte. Além disso, a ACC puxa águas mais quentes do Atlântico, Pacífico e Índico ao redor do planeta.

*Por Jorge Marin
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*Fonte: megacurioso

Derretimento de geleiras poderá fazer o nível do mar aumentar 38 cm até 2100

Se os humanos continuarem emitindo gases de efeito estufa no ritmo atual, o derretimento de geleiras poderá fazer o nível do mar aumentar 38 centímetros até 2100. Dessa forma, pesquisadores afirmam que algo precisa ser feito e rápido. Caso contrário, as consequências serão irreversíveis.

Já sabemos que os gases de efeito estufa emitidos pela atividade humana, como o dióxido de carbono, contribuem significativamente para as mudanças climáticas e o aquecimento do planeta Terra. Assim, à medida que as temperaturas se elevam, as geleiras se derretem.

Tudo irá depender de como lidaremos com as mudanças climáticas

De acordo com um novo estudo realizado por uma equipe internacional de mais de 60 cientistas, o derretimento de mantos de gelo irá alterar os níveis globais do mar. “Quando se trata de quanto o nível do mar aumentará no futuro, uma das maiores incertezas é como os mantos de gelo contribuirão para essas mudanças”, afirma Sophie Nowicki, da Universidade de Buffalo e líder do projeto. “E a contribuição dos mantos de gelo depende muito do que como o clima será afetado”, completa.

Segundo os resultados do estudo, se as emissões humanas de gases de efeito estufa continuarem no ritmo em que estão, o derretimento das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica contribuirão para o aumento de mais de 28 centímetros no nível global do mar. Dessa forma, os pesquisadores chegaram a esses resultados traçando uma média de crescimento entre 2015 e 2100.

Com altas emissões de carbono, apenas o derretimento da região Groenlândia contribuirá com 9 centímetros no aumento global do nível do mar. Caso autoridades tomem medidas, esse número será menor. Assim, os pesquisadores estimam que, ao invés de 9 centímetros, o aumento seja de 3 centímetros.

Essas previsões valem para os anos entre 2015 e 2100

Em todo caso, a perda do manto de gelo na Antártida é mais difícil de prever. Isso porque, embora as plataformas de gelo continuem a derreter no lado ocidental do continente, o Leste da Antártica pode realmente ganhar massa. Por isso, as previsões são incertas. Mas, a estimativa é que o nível do mar aumente entre 18 e 30 centímetros.

Vale lembrar que, essas previsões não levam em conta derretimentos de gelo recentes. “Levou mais de seis anos de encontros com cientistas de todo o mundo trabalhando em camadas de gelo, atmosfera e modelagem do oceano para reunir o grupo do estudo”, afirma Nowicki, que participou do estudo. “A razão de ter funcionado, é porque a comunidade polar é pequena. Estamos muito interessados ??em resolver esse problema do nível do mar no futuro. Precisamos saber esses números”, completa.

Nesse sentido, os pesquisadores continuam o trabalho. Em breve, eles esperaram entregar um relatório e previsões mais atualizadas para o futuro. Tendo como base o atual trabalho, o próximo deverá vir mais preciso com as previsões. Dessa forma, a ideia é que isso seja feito até 2022. Até lá, os pesquisadores acreditam que muito líderes mundiais tomarão decisões importantes para mudar as previsões. E claro, de forma positiva. Entretanto, nesse caso, muitos pesquisadores se mostram pouco esperançosos quanto a isso, uma que não é o que temos visto.

*Por Erik Ely

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*Fonte: fatosdesconhecidos

As 20 cidades mais frias do Brasil

Com clima tropical, frio intenso no Brasil é um privilégio para poucos. Por aqui, neves e geadas são raras e, mesmo no inverno, a maioria dos estados registram temperaturas acima de 20°C. Mas, em algumas cidades brasileiras é possível curtir um frio quase europeu. A Revista Bula realizou uma pesquisa e reuniu em uma lista os 20 municípios mais frios do país, de acordo com a temperatura média registrada nos últimos dez anos. Nesses locais, o clima é ameno até mesmo no verão e, durante o fim do outono e início do inverno, os termômetros atingem temperaturas negativas. Entre as cidades mais gélidas, Bom Jardim da Serra (SC), Urubici (SC) e Monte Verde (MG) se destacam também por suas belezas naturais.

1
Urupema, Santa Catarina

Considerada a cidade mais fria do país, Urupema tem uma temperatura média de apenas 8° C. Em fevereiro, mês mais quente, o clima gira em torno dos 18°C. A 1425 metros de altitude, o município é um dos únicos no Brasil que registram a ocorrência de neve e fortes geadas. O clima, a natureza preservada e a bela paisagem da região serrana atraem turistas durante todo o ano para essa pequena cidade de apenas 2,5 mil habitantes.

2
Bom Jardim da Serra, Santa Catarina

Bom Jardim da Serra se localiza na Serra do Rio do Rastro, um dos cartões-postais de Santa Catarina. Em 2017, o clima da cidade atingiu -7,4°C, cobrindo a serra de neve. Com pouco mais de 4 mil habitantes, o município tem muitas atrações para os turistas, como belos cânions e mais de 30 cachoeiras. Para os que gostam de atividades ao ar livre, a cidade é o destino perfeito para a prática de caminhadas, trilhas e cavalgadas.

3
São José dos Ausentes, Rio Grande do Sul

Com cerca de 500 habitantes, São José dos Ausentes tem um dos climas mais frios do país e abriga o pico mais alto do Rio Grande do Sul: o Monte Negro. A cidade registra geadas constantes e neve quase todos os anos. Mesmo no verão, a temperatura média local é de 18 °C. Nos meses de maio, junho e julho, o clima pode atingir -4°C, atraindo muitos turistas ansiosos pelo frio.

4
São Joaquim, Santa Catarina

São Joaquim, a “Capital Nacional da Maçã”, é uma cidade conhecida em todo país pelo frio. Em 2018, os termômetros atingiram -2,7°C. Basta a previsão do tempo indicar a possibilidade de neve, para que os turistas comecem a encher a cidade. Entre as maiores atrações locais estão as vinícolas, as plantações de maçãs e cerejas, e os parques municipais. A cidade possui cerca de 26 mil habitantes.

5
Urubici, Santa Catarina

Localizada no Vale do Rio Canoas, Urubici, também conhecida como a “Terra das Hortaliças”, possui cerca de 11 mil habitantes. Em um dos pontos mais altos de Santa Catarina, a cidade é conhecida por suas belezas naturais: cavernas, cânions, cachoeiras e montanhas. O Morro da Igreja, considerado o local mais frio do país, é a principal atração do município. Durante o inverno, a temperatura média gira em torno de 6°C.

6
São Gabriel, Rio Grande do Sul

Considerada o último reduto dos carreteiros, o mais antigo meio de locomoção criado pelo homem, São Gabriel possui aproximadamente 62 mil habitantes. Durante o inverno, a cidade registra média de 8°C, podendo atingir facilmente temperaturas abaixo de 0°C. Além do frio, os turistas que visitam o município se encantam com a arquitetura local e com os museus e centros de preservação da cultura gaúcha.

7
Inácio Martins, Paraná

Localizado a 1.198 metros de altitude, na Serra da Esperança, Inácio Martins é o município mais alto do Paraná. Colonizada por europeus, a cidade possui hoje cerca de 11 mil habitantes. Entre os principais atrativos turísticos estão as antigas igrejas e as cachoeiras Santinni e Madeirit. Nos meses de inverno, a temperatura média de Inácio Martins é de 10ºC. Em 2013, os termômetros registraram -4,5ºC.

8
Monte Verde, Minas Gerais

Localizada a uma altitude de 1555 metros, Monte Verde possui cerca de 4 mil habitantes. Todos os anos, o município registra as menores temperaturas de Minas Gerais, chegando a 2°C. Além da paisagem deslumbrante e das belezas naturais, o clima frio também atrai muitos turistas. A Pedra Redonda, o cartão-postal da cidade, oferece a vista mais bonita de Monte Verde.

9
Campos do Jordão, São Paulo

Devido ao clima das montanhas de São Paulo, Campos do Jordão é um dos destinos preferidos daqueles que buscam fugir do calor. Batizada de “Suíça Brasileira”, a cidade é a mais fria do Estado de São Paulo e encanta os turistas com o charme da sua arquitetura europeia. Entre junho e agosto, os termômetros da cidade ficam em torno dos 11°C, atingindo até 2°C durante a madrugada.

10 — São Bento do Sul, Santa Catarina
Colonizada por europeus, São Bento do Sul manteve as tradições de seus antepassados na arquitetura e na gastronomia. Além disso, o município possui muitos parques e belezas naturais preservadas, atraindo turistas em todas as estações. Durante o inverno, a temperatura fica ainda mais agradável, em torno de 12°C. À noite, os termômetros podem registrar temperaturas negativas, ocasionando geadas na cidade.

11 — Vacaria, Rio Grande do Sul
Colonizada por missionários jesuítas, Vacaria está a uma altitude de 971 metros e possui aproximadamente 66 mil habitantes. Conhecida como “Porteira do Rio Grande”, é o maior município produtor de maçãs no Brasil. Em dias amenos, a temperatura média local é de 16ºC, e nos dias frios chega a atingir -6,5 ºC. Em vários anos, a ocorrência de neve é registrada.

12 — Quaraí, Rio Grande do Sul
Com uma população estimada de 24 mil habitantes, Quaraí é um dos maiores municípios gaúchos em área territorial. A economia local é baseada, principalmente, na pecuária, com destaque para a criação de ovinos, e na agricultura. A temperatura média da cidade é de 19ºC, mas durante o inverno os termômetros podem atingir -5ºC.

13 — Painel, Santa Catarina
Painel é uma pequena cidade, com população estimada de 3 mil habitantes, conhecida por ser uma das mais frias do Brasil, com ocorrência regular de queda de neve em praticamente todos os invernos. Localizada na serra catarinense, a 1444 metros, o clima de Painel atingiu -4ºC em abril de 2020. A economia local é voltada para a produção de frutas e para o turismo rural.

14— Irati, Paraná
Com população estimada de 60 mil habitantes, Irati foi colonizada por europeus, especialmente poloneses e ucranianos. Com clima temperado, Irati apresenta verões amenos e invernos com ocorrência de geadas severas. No frio, a temperatura média é de 9ºC, mas os termômetros locais registraram -2,2ºC em 2013. O principal setor da economia em Irati é o de comércio e serviços.

15 — São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul
A quase 900 metros de altitude, São Francisco de Paula é o maior produtor de batatas do Brasil, além de se destacar também no plantio de maçãs e hortaliças. A temperatura média ao longo do ano é de 15ºC, mas no inverno os termômetros abaixam. Em 2020, foi registrado -1ºC, com sensação térmica de -3ºC. A cidade tem cerca de 21 mil habitantes.

16 — Curitibanos, Santa Catarina
Localizado a uma altitude de 978 metros, Curitibanos é uma cidade fundada no século 18 e atualmente possui cerca de 40 mil habitantes. É uma grande produtora agrícola em Santa Catarina, com destaque para a produção de cereais e frutas, principalmente maçã, caqui e pêssego. Com geadas anuais e neve eventual, no inverno o município tem a temperatura média de -0,2ºC.

17 — Canela, Rio Grande do Sul
Em Canela, na Serra Gaúcha, os verões são amenos e, mesmo que os dias sejam mais quentes, as noites são sempre agradáveis. O inverno pode atingir temperaturas inferiores a 0ºC, com ocorrência de geadas e ocasionais nevadas. A cidade tem aproximadamente 45 mil habitantes e a economia local gira em torno do turismo.

18 — Amambaí, Mato Grosso do Sul
Único município do Centro-Oeste na lista, Amambaí já registrou as menores temperaturas da região. Em 2020, os termômetros da cidade marcaram -1,9ºC, com sensação térmica de -4ºC. Normalmente, o clima gira em torno de 18ºC. Amambaí possui aproximadamente 37 mil habitantes e tem a economia voltada para a agricultura e pecuária.

19 — Gonçalves, Minas Gerais
Localizada no alto da Serra da Mantiqueira, a uma altitude de 1.350 metros, Gonçalves é uma cidade predominantemente rural e possui cerca de 4 mil habitantes. O verão no município é amenizado pela região serrana e os invernos são secos, com ocorrência de fortes geadas. Em dias mais frios, os termômetros chegam a registrar 0ºC.

20 — Caçador, Santa Catarina
Localizado a 920 metros de altitude, o município de Caçador, em Santa Catarina, possui aproximadamente 79 mil habitantes. Oficialmente, a cidade registrou a menor temperatura já ocorrida no Brasil: -14ºC, em 1952. Hoje, os termômetros atingem, em média, 4ºC durante o inverno. A economia local é voltada para a indústria madeireira.

*Por Mariana Felipe

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*Fonte: revistabula

Vídeo mostra como seria a Terra se toda a água desaparecesse

Vista do espaço, a Terra é um pálido ponto azul graças aos oceanos e mares que cobrem 71% de sua superfície. Mas como seria a Terra se toda a água desaparecesse?

Foi isso que James O’Donoghue, da Agência Espacial do Japão (JAXA), se perguntou. Entusiasmado, James criou uma simulação e a divulgou nas redes sociais.

De acordo com o cientista, a motivação surgiu após assistir um vídeo da NASA de 2008 com o mesmo intuito. Entretanto, a nova simulação é muito mais precisa, pois o pesquisador utilizou dados de novos estudos para tornar o vídeo ainda mais fiel à realidade.

“Fiquei muito surpreso com o aparecimento imediato de pontes terrestres, por exemplo”, disse James ao IFLScience. “Durante a última era glacial, a Grã-Bretanha e a Europa estavam ligadas, a Rússia e o Alasca, e a região entre a Ásia e a Austrália estava amplamente conectada”, explicou ele.

De acordo com o pesquisador, isso é importante porque “essas pontes permitiram que os humanos migrassem sem barcos, então este mapa explica bastante como era possível uma grande quantidade de migração humana naquela época. Em outras palavras, é uma lição de pré-história”.

*Por Giovane Almeida

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*Fonte: ciencianautas

Planeta precisa de 1,2 trilhão de novas árvores para conter o aquecimento, diz estudo

Além de preservar as florestas que já existem, a melhor solução para reduzir drasticamente o excesso de dióxido de carbono na atmosfera e conter o aquecimento global é plantar árvores. Em todos os espaços possíveis do planeta que não são ocupados nem por zonas urbanas, nem destinados a agropecuária.

Isso significaria plantar 1,2 trilhão de novas mudas, um número quatro vezes maior do que a totalidade de árvores que vivem na floresta amazônica. Calcula-se que existam no planeta hoje cerca de 3 trilhões de árvores.

O plantio massivo de árvores em locais subutilizados é o principal ponto defendido por estudo que sai na edição desta sexta-feira (5/7) da revista Science. “Seguramente podemos afirmar que o reflorestamento é a solução mais poderosa se quisermos alcançar o limite de 1,5 grau [de aquecimento global]”, afirma à BBC News Brasil o cientista britânico e ecólogo Thomas Crowther, professor do departamento de Ciências do Meio Ambiente do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e um dos autores do trabalho acadêmico.

O limite a que ele se refere é a preocupação central do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas, cujo relatório foi lançado ano passado: limitar o aumento do aquecimento global em 1,5 grau Celsius até 2050.

Para conseguir tal meta, Crowther defende uma campanha global – envolvendo governos, organizações e pessoas físicas. Afinal, o plantio deveria ocorrer em todos os espaços relativamente ociosos, independentemente de quem seja o dono do local. “São regiões degradadas em todo o mundo, onde humanos removeram as florestas e hoje são áreas que não estão sendo usadas para outros fins”, comenta ele. “No entanto, não sabemos sobre a propriedade da terra de todas essas regiões. Identificar como incentivar as pessoas a restaurar esses ecossistemas é a chave para o reflorestamento global.”

Este é o primeiro estudo já realizado que demonstra quantas árvores adicionais o planeta pode suportar, onde elas poderiam ser plantadas e quanto de carbono elas conseguiriam absorver. Se todo esse reflorestamento for feito, os níveis de carbono na atmosfera poderiam cair em 25% – ou seja, retornar a padrões do início do século 20.

Desde o início da atividade industrial, a humanidade produziu um excedente de carbono na atmosfera de 300 bilhões de toneladas de carbono. De acordo com os pesquisadores, caso esse montante de árvores seja plantado, quando atingirem a maturidade conseguirão absorver 205 bilhões de toneladas de carbono. “Os 300 bilhões de toneladas extra de carbono na atmosfera existentes hoje são devidos à atividade humana”, diz o cientista. “O reflorestamento reduziria dois terços disso. Contudo, há um total de 800 bilhões de toneladas carbono na atmosfera, 500 bilhões das quais naturais.”

80 mil fotos de satélite

Para realizar o estudo, o grupo de pesquisadores utilizou um conjunto de dados global de observações de florestas e o software de mapeamento do Google Earth Engine. Foram analisadas todas as coberturas de árvores em áreas florestais da terra, de florestas equatoriais até a tundra do Ártico. No total, 80 mil fotografias de satélite de alta resolução passaram pelo crivo dos cientistas. Com as imagens, a cobertura natural de cada ecossistema pôde ser somada.

Por meio de inteligência artificial, dez variáveis de solo e clima ajudaram a determinar o potencial de arborização de cada ecossistema, considerando as condições ambientais atuais e priorizando áreas com atividade humana mínima. Por fim, modelos climáticos que projetam as mudanças do planeta até 2050 foram implementados no software, para que o resultado fosse o mais próximo do real.

Atualmente existem 5,5 bilhões de hectares de floresta no planeta – segundo a definição da ONU, ou seja, terras com pelo menos 10% de cobertura arbórea e sem atividade humana. Isso significa 2,8 bilhões de hectares com cobertura de dossel de árvores.

O estudo concluiu que há ainda um total de 1,8 bilhão de hectares de terra no planeta em áreas com baixíssima atividade humana que poderiam ser transformadas em florestas. Nesse espaço, poderiam ser plantadas 1,2 trilhão de mudas. “À medida que essas árvores amadurecem e aumentam, o número de espécimes cai. Quando chegamos às florestas maduras, as árvores realmente enormes armazenam maior quantidade de carbono e suportam grande quantidade de biodiversidade”, completa Crowther. Isso renderia 900 milhões de hectares de copas de árvores a mais – uma área do tamanho dos Estados Unidos.

As medidas são urgentes. “Todos nós sabíamos que a restauração de florestas poderia contribuiu para o clima, mas não tínhamos ainda conhecimento científico para mensurar o impacto disso. Nosso estudo mostra claramente que o reflorestamento é a melhor solução, com provas concretas que justificam o investimento”, afirma o britânico. “Se agirmos agora. Pois serão necessárias décadas para que novas florestas amadureçam e alcancem seu potencial. Ao mesmo tempo, é vital que protejamos as florestas que existem hoje e busquemos outras soluções climáticas a fim de reduzir as perigosas alterações climáticas.”

“Nosso estudo fornece uma referência para um plano de ação global, mostrando onde novas florestas podem ser restauradas. A ação é urgente. Os governos devem incorporar agora isso em suas estratégias para combater as alterações climáticas”, adverte o geógrafo e ecólogo Jean-François Bastin.

A pedido da reportagem, Bastin estimou quanto tempo seria necessário para que esse reflorestamento maciço começasse a implicar no freio ao aquecimento global: 18 anos. “Então, isso de fato ajudaria a retardar o problema, mas o mesmo tempo precisamos mudar consideravelmente nosso jeito de viver no planeta a fim de conseguir neutralizar nossas emissões de carbono”, acrescenta ele.

Segundo os pesquisadores, mais da metade do potencial terrestre de reflorestamento está concentrada em seis países, nesta ordem: Rússia, com 151 milhões de hectares disponíveis; Estados Unidos (103 milhões); Canadá (78 milhões); Austrália (58 milhões), Brasil (50 milhões) e China (40 milhões).

O trabalho também mostrou o impacto que as mudanças climáticas devem ter na configuração das florestas existentes. Com o aquecimento global, é provável que haja um aumento na área de florestas boreais em regiões como a Sibéria. Contudo, a média de cobertura de árvores nesse tipo de ecossistema é de apenas 30% a 40%. No caso de florestas tropicais, que normalmente têm de 90% a 100% de cobertura de árvores, as alterações climáticas têm trazido efeitos devastadores.

Repercussão

O estudo foi bem-recebido por especialistas ambientais que tiveram acesso prévio ao material. “Finalmente, uma avaliação precisa do quanto de terra podemos e devemos cobrir com árvores, sem interferir na produção de alimentos ou espaços de habitação humana”, pontua a diplomata Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção do Clima da ONU. “É um modelo para governos e para o setor privado.”

“Agora temos evidências definitivas da áreas de terra potencial para o reflorestamento, onde elas poderiam existir e quanto carbono poderiam armazenar”, avalia o engenheiro civil René Castro, especialista em desenvolvimento sustentável e diretor-geral do Departamento de Clima, Biodiversidade, Terra e Água da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

“As florestas são um dos nossos maiores aliados no combate às mudanças climáticas, com resultados mensuráveis. O desmatamento não apenas contribui para uma perda alarmante da biodiversidade, mas limita nossa capacidade de armazenar carbono”, completa ele.

O ambientalista Will Baldwin-Cantello, conselheiro-chefe para florestas da organização WWF (World Wide Fund for Nature), enfatiza o papel das florestas “contra a mudança climática”. “Sem elas, perderemos a luta para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau”, diz. “Por isso é crucial atuarmos para restaurar as florestas enquanto reduzimos drasticamente as emissões globais de carbono.”

Para ele, “o desafio é entender como podemos acelerar essa implementação”, que requer “níveis sem precedentes de cooperação em níveis global e local”.

“Só falta vontade política de lutar pelo nosso mundo”, conclui.
Plante você mesmo

Crowther enfatiza que todos podem contribuir para esse processo. “Embora ações de governos sejam essenciais para aproveitar ao máximo a oportunidade, estamos diante de uma solução climática na qual todos podemos nos envolver e causar um impacto tangível”, defende. “Você pode cultivar árvores, doar para organizações de reflorestamento ou ao menos investir seu dinheiro com responsabilidade em empresas que tomam medidas quanto à mudança climática.”

No site Crowther Lab, há uma ferramenta que permite que o usuário olhe para qualquer ponto da Terra e identifique áreas passíveis de reflorestamento.

“Defendemos que qualquer um pode se envolver. Mas, para fazer isso de maneira correta, é preciso entender as condições do solo e os tipos de árvores que podem existir em cada região”, comenta o cientista. “Por isso, desenvolvemos uma ferramenta de mapeamento, disponível em nosso site, onde qualquer pessoa pode ampliar sua área e se informar sobre que tipos de árvores plantar e quanto carbono elas podem capturar. Tais informações ecológicas são fundamentais. Vamos fazer o reflorestamento global de forma eficaz.”

O Crowther Lab também traz listas de organizações comprometidas com o reflorestamento e apoia a criação de uma coalização global para tornar os esforços mais eficientes.

*Por Edison Veiga

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*Fonte: bbc-brasil

Se você está se perguntando qual é a maior distância percorrível na Terra

As pessoas fizeram muitas coisas loucas ao longo dos anos; eles escalaram a montanha mais alta, mergulharam na parte mais profunda do oceano e pousaram na Lua, mas há uma coisa que eles ainda não fizeram; eles não andaram a maior distância na Terra.

A maior distância percorrível na Terra é na verdade de L’Agulhas, na África do Sul, a Magadan, na Rússia.

É verdade que parece uma idéia divertida percorrer a maior distância percorrível da Terra, mas este vídeo mostra os perigos que esperam por você ao longo do caminho; cobras, malária, guerras, índices de criminalidade e fatores mais prejudiciais; e eles fazem dessa jornada basicamente um suicídio. Nem estou mencionando o frio assustador da Rússia, que pode chegar até -39 graus Celsius.

Este vídeo mostra todos os possíveis fatores perigosos que você pode encontrar durante a jornada. Portanto, se você se perguntar o que o espera nessa jornada, assista a este vídeo.

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Por Ademilson Ramos
*Fonte: engenhariae

Resíduos de testes atômicos da Guerra Fria ainda estão na Antártida

Durante a Guerra Fria, o Oceano Pacífico foi palco de diversos testes nucleares. Lugares como as Ilhas Marshall até hoje guardam profundas marcas daquela época – os atóis de Bikini e Enewetak são hoje mais radioativos que Chernobyl e Fukushima, embora tenham se passado mais de 60 anos desde o fim dos testes nucleares.

Essas bombas não deixaram rastros somente nos locais onde explodiram: os diversos elementos químicos liberados reagiram com outros elementos presentes no ar. Isso gerou altas concentrações de isótopos radioativos, como o cloro-36.

Agora, cientistas da base russa Vostok, na Antártida, descobriram que esse isótopo foi mais longe do que se imaginava: viajou o globo pela estratosfera e chegou até a Antártica, onde se depositou no gelo e está até hoje.
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Na verdade, a descoberta aconteceu por acaso. Os pesquisadores estavam examinando as concentrações em diferentes partes da Antártica, para tentar entender melhor como o cloro se comporta ao longo do tempo em áreas onde a queda de neve anual é alta versus áreas em que a queda de neve é ​​baixa. Isso é útil porque os cientistas usam isótopos como o cloro-36 para determinar as idades de amostras de gelo que estavam em grandes profundidade.

Apesar de radioativo e instável, uma baixa concentração desse isótopo é produzido naturalmente, quando o gás argônio reage com os raios cósmicos na atmosfera da Terra. Só relembrando: isótopos radioativos são versões de átomos que tem uma quantidade de nêutrons muito grande, que os desestabiliza. Eles liberam radiação para alcançar estados mais estáveis.

Para o estudo, os pesquisadores coletaram amostras de gelo de um poço de neve em Vostok, uma estação de pesquisa russa na Antártida Oriental que recebe pouca acumulação de neve, e de gelo do Talos Dome, uma grande cúpula de gelo a aproximadamente 1400 quilômetros de distância que recebe muita acumulação de neve todos os anos.

Os pesquisadores testaram a concentração de cloro-36 no gelo de ambos os locais, baseando-se em amostras recolhidas anteriormente nos locais. Os resultados foram claros: enquanto em Talos Dome a concentração diminuiu gradualmente ao longo do tempo, o gelo de Vostok apresentou níveis muito altos de cloro-36, com o topo da o poço de neve atingindo até 10 vezes a concentração natural esperada.

Isso sugere que o bloco de neve Vostok ainda está liberando cloro radioativo armazenados durante os testes nucleares das décadas de 1950 e 1960. Hoje, essa quantidade de radioatividade é muito pequena para afetar o meio ambiente, mas os resultados são surpreendentes porque os cientistas esperavam que as concentrações desse gás já tivessem normalizado. Os resultados dessa análise foram publicados no periódico Journal of Geophysical Research: AG Atmos.

*Por Ingrid Luisa

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*Fonte: superinteressante