As 10 maiores bandas Grunge de todos os tempos

De Nirvana a Screaming Trees, confira nosso ranking com as bandas que mais contribuíram para esse gênero tão único

O que é Grunge? Essa resposta é realmente complexa e pode ser que a melhor forma de descrever seja o famoso “só quem viveu sabe”. Afinal de contas, bandas que podem parecer totalmente diferentes à primeira ouvida se encaixam no estilo e foram fundamentais para sua popularização nos anos 90.

Da mesma forma que explodiu naquela época, o Grunge logo desapareceu e deixou poucos rastros, apesar de ter um legado que segue muito vivo. Isso se dá tanto por bandas que continuam ativas, como Pearl Jam e Alice in Chains, quanto pela influência de nomes como Nirvana e Soundgarden.

Ainda que seja tão difícil colocar em palavras o que é o Grunge, criou-se há tempos uma convenção de quais são as bandas que se encaixam nele. Algumas, claro, navegam para dentro e para fora dele constantemente — caso do The Smashing Pumpkins, por exemplo, que nesta lista especificamente não foi considerado parte dessa cena já que passou por diversas mutações ao longo do tempo.

Depois de termos falado por aqui sobre os 10 melhores discos Grunge de todos os tempos, hoje resolvemos elencar as 10 maiores bandas de Grunge da história. Você confere nosso ranking abaixo, junto com uma breve descrição de cada grupo e de sua importância para a música.

Aproveite e conte pra gente no Instagram e Twitter se você concorda com as escolhas!

10. Screaming Trees
Muito conhecido por ter revelado Mark Lanegan para o mundo, o Screaming Trees teve um papel fundamental no Grunge. Além de ter sido uma das primeiras bandas a moldar a sonoridade do estilo, o grupo entregou um verdadeiro clássico com o álbum Sweet Oblivion (1992), que contém músicas como o hit “Nearly Lost You”.

Sua importância também se deu por fazer parte da primeira onda de artistas do estilo a assinar com uma grande gravadora, tendo conseguido bons resultados e ajudando a abrir portas até mesmo para outras bandas desta lista.

9. L7
Com raízes no Punk e no movimento Riot Grrrl, o L7 logo se transformou em uma das bandas mais importantes do Grunge quando lançou o incrível Bricks Are Heavy, de 1992. O álbum contém sucessos como “Pretend We’re Dead” e “Monster”, que estão entre os mais Punks de toda essa era.

Capitaneado por Donita Sparks e Suzi Gardner, o projeto também foi fundamental para abrir caminho para as mulheres no Grunge, gênero que era bastante dominado pelos homens e acabou ganhando ótimas representantes ao longo do tempo.

8. Stone Temple Pilots
Assumindo uma das formas mais comerciais do Grunge, que se liga bastante ao Rock Alternativo, o Stone Temple Pilots teve um sucesso gigantesco desde a sua estreia com o aclamado Core, em 1992. Em 1994, entretanto, Purple viria a nos apresentar um lado bem único desse estilo.

Sem perder as características que marcam o gênero, o grupo liderado por Scott Weiland conseguiu encontrar em músicas como “Interstate Love Song” e “Vasoline” uma simplicidade que os ajudou a dialogar com ainda mais fãs, aumentando sua popularidade e garantindo ao STP um lugar no panteão de grandes nomes do Grunge.

7. Temple of the Dog
É difícil falar da história do Grunge sem mencionar o pioneiro Andrew Wood, que nos deixou cedo demais. Por mais que não tenha se consolidado tanto com o público em geral, o legado do fundador do Mother Love Bone e Malfunkshun foi fundamental para o estilo e, não à toa, Andrew foi homenageado com a criação do Temple of the Dog.

Formado por músicos que se tornariam lendas do gênero (Chris Cornell, Stone Gossard, Jeff Ament, Matt Cameron e, ocasionalmente, Eddie Vedder), o supergrupo teve apenas um disco que se viu transformado em um verdadeiro hinário, com faixas como “Say Hello 2 Heaven” e “Hunger Strike” sendo absolutamente essenciais para o Grunge de forma geral.

6. Hole
Como falamos acima, o L7 teve um papel fundamental para abrir os caminhos do Grunge para mulheres. Não há melhor exemplo disso do que o Hole, que inclusive teve uma integrante, a baterista Caroline Rue, recrutada por Courtney Love em um show da banda citada acima!

Transformando essas referências em algo próprio, a banda sempre navegou em polêmicas — algo bem intrínseco ao gênero, diga-se de passagem — mas conseguiu encontrar uma sonoridade não apenas única, como também acessível e que quebrou barreiras para chegar ao mainstream.

Isso aconteceu em especial, claro, com o disco Celebrity Skin (1998) e hits como a faixa-título e “Malibu”, que seguem influenciando nomes da geração atual como Demi Lovato, que trouxe diversos elementos do Hole em seu disco mais recente, HOLY FVCK (2022).

5. Mudhoney
Apesar de ser provavelmente a banda com menos sucesso comercial nesta lista, o Mudhoney é ao mesmo tempo a mais influente. Sem eles, não haveria Grunge — e isso não é nenhum exagero, ainda mais quando consideramos que a banda surgiu a partir do fim do Green River, considerado por muitos o primeiro expoente do gênero.

A música “Touch Me I’m Sick” é considerada por muitos como a precursora do que viria a ser o estilo, e o EP de estreia Superfuzz Bigmuff, que conta com a canção, foi inclusive citado como um dos preferidos da vida de Kurt Cobain. Difícil não entender a importância disso, né?

Além de tudo, o Mudhoney segue plenamente ativo desde 1988, tendo lançado em 2023 o disco Plastic Eternity, seu 11º na carreira.

4. Alice in Chains
Entramos na parte da lista onde todos dispensam apresentações. O Alice in Chains é sinônimo de Grunge em qualquer lugar do planeta, e o saudoso Layne Staley é tão icônico quanto qualquer outro frontman da história. Mas, além de tudo isso, o grupo também teve um papel fundamental para a popularização do estilo.

Com origens ligadas ao Glam Metal e uma pegada com um pouco mais de conexão ao Hard Rock, o Alice in Chains conseguiu criar seu próprio som já no disco de estreia, o excelente Facelift (1990), que conta com o hit “Man in the Box”. Dois anos depois, lançou aquele que é considerado por muitos o grande álbum da década, Dirt (1992).

A pegada do Alice in Chains é tão única que há quem diga que a banda só é considerada parte do Grunge por ter saído da cena de Seattle, e isso ficou ainda mais forte nos anos recentes; com William DuVall nos vocais, o grupo tem se aproximado de gêneros como Stoner e Sludge Metal em seus trabalhos mais recentes.

Apesar de tudo isso, a banda sempre esteve intimamente associada ao movimento Grunge, inclusive em sua estética e na sua habilidade de se envolver em polêmicas, outra marca registrada do estilo.

3. Soundgarden
Por mais que o Soundgarden não esteja entrando aqui como a maior banda do Grunge, é possível que ela seja a mais importante do estilo. Isso porque o grupo de Chris Cornell foi o primeiro a assinar com uma grande gravadora e ter um lançamento de sucesso, o que escancarou as portas para a cena de Seattle se mostrar ao mundo.

Saindo do underground com o álbum Ultramega OK, a banda estreou na A&M Records com Louder Than Love em 1989 e estourou de vez com Badmotorfinger em 1991, disco que conta com faixas como “Outshined” e “Rusty Cage”. O sucesso continuaria se acumulando nos anos seguintes, com o grande hit “Black Hole Sun” chegando em 1994, no lendário disco Superunknown.

O legado do Soundgarden é tão gigantesco que passa até mesmo por bandas de outros gêneros do Metal e do Rock, graças ao seu estilo único — além de uma sonoridade bem característica, a banda sempre trouxe elementos diferentes, como em “Spoonman”, onde foge do tradicional compasso 4/4 e mostra que é possível conquistar o grande público mesmo assim.

Apesar de um longo hiato e um fim precoce após a morte de Chris, o Soundgarden acertou a mão até mesmo no seu último álbum de estúdio, King Animal (2012), que deu gás para o grupo sair em turnê até 2017.

2. Pearl Jam
Apesar de ter sido formado já quando o Soundgarden estava assinado com uma grande gravadora, o Pearl Jam elevou o gênero de uma forma importantíssima. Incluindo um elemento mais emotivo, a banda logo de cara entregou alguns dos seus maiores sucessos da carreira como parte do disco Ten (1991).

Canções como “Alive”, “Black” e “Jeremy” tinham a dose certa de irreverência em meio a desabafos sinceros de Eddie Vedder, que sempre conseguiu transmitir uma emoção sem igual em seus vocais. O resultado é a carreira mais longeva entre as bandas do Grunge, ao menos no que diz respeito ao sucesso constante em cada etapa de sua trajetória.

Com apenas alguns tropeços aqui e ali na questão dos discos de estúdio, o Pearl Jam também se manteve ao longo dos anos como uma das bandas ao vivo mais empolgantes da cena. Oferecendo setlists dinâmicos e longos, os shows do grupo são sempre uma experiência única e tudo isso engrandece seu legado.

Ainda que outros grupos tenham tido motivos mais do que justificados para se separar, como falecimentos inesperados e problemas internos, a consistência do PJ é louvável e responsável por colocar a banda na segunda posição deste ranking. Vida longa!

1. Nirvana
É claro que o primeiro lugar não poderia ser outro. Desde seu surgimento, o Nirvana incorporou todos os elementos que viriam a ser marca registrada do estilo, tanto em quesito de atitude quanto de sonoridade, que já começou a ser desenhada na estreia Bleach (1989) através de canções como “About a Girl”.

Ainda que o primeiro disco tenha apostado em algo um pouco mais ligado ao Punk e Rock de garagem, o trio logo consolidou sua formação com Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl e encontrou o caminho para moldar sua sonoridade tão característica. O resultado dessa fusão perfeita foi Nevermind, em 1991, o disco mais importante da história do Grunge.

Levando o gênero para as massas, o trabalho que conta com músicas como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are” e “Lithium” transcendeu qualquer tipo de barreira e serviu como uma condensação perfeita de tudo que o estilo havia construído até então, desde o próprio Nirvana até os elementos únicos de bandas como Mudhoney, Melvins e afins.

Depois, o grupo ainda nos presenteou com In Utero (1993) antes de seu fim precoce. Mesmo com isso, o legado do Nirvana segue muito vivo — tanto na forma do Foo Fighters, com Dave Grohl e Pat Smear, quanto nas incontáveis pessoas influenciadas pela arte ao mesmo tempo sensível e afiada de Kurt Cobain.

*por Felipe Ernani
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Valeu Mark!

Agora no final da tarde recebo a triste notícia de que Mark Lonegan havia falecido hoje. Foi vocalista de uma das bandas “grunge” que eu mais curtia, o Screaming Trees, depois além de uma carreira solo também cantou junto com o incensado grupo Queens Of The Stone Age. Aliás, aqui cabe então contar uma pequena história do mundo do rock que eu gosto bastante…

Quando a banda Screaming Trees realmente decolou ali naqueles malucos anos 90, fazendo sucesso e portanto caindo na estrada fazendo seus shows mundo a fora, sentiram a necessidade de terem um guitarrista de apoio. Foi quando contrataram o jovem Josh Homme (ex-Kyuss), que serviu muito bem. Anos mais tarde, quando esse mesmo Josh se tornou ainda mais famoso com a a sua incensada nova banda, o Q.O.T.S.A., ele então chama para fazer alguns vocais nas gravações e também em shows ao vivo, aquele mesmo parceiro que um dia lhe estendeu a mão no passado, quando estava numa ruim – Mark Lonegan.

É difícil explicar quando um de seus ídolos se vai… Fico triste claro e presumo que você ao ler isso aqui agora não esteja nem aí, tudo bem, faz parte, nem todo mundo tem a obrigação de conhecer as bandas de rock do mundo, muito menos ter as mesmas experiências ou sacadas da vida. Sua música inspirou a mim e meus amigos (nossas bandas) em diversos momentos de diversão, alegria e até tristeza. Então o blog hoje fica assim meio sem graça, só com alguns vídeos e um pouco da música de Mark Lonegan como uma despedida.

Descanse em paz Mark! Valeu e muito grato pela sua música, que foi trilha sonora em diversos momentos de minha vida. Thanks man!

Mark Lanegan, do Screaming Trees, morre aos 57 anos na Irlanda

Um dos principais nomes do grunge, ele ficou conhecido como líder do Screaming Trees e também cantou no Queens of the Stone Age e vários outros projetos. Motivo da morte não foi divulgado.

Mark Lanegan, uma das principais vozes do grunge, que ficou conhecido como líder da banda Screaming Trees e também cantou no Queens of the Stone Age, em carreira solo e em vários outros projetos, morreu aos 57 anos na Irlanda.

A notícia foi divulgada no perfil oficial do cantor no Twitter. “Nosso amado amigo Mark Lanegan morreu essa manhã em sua casa em Killarney, na Irlanda. Um amado cantor, compositor autor e músico, ele tinha 57 anos e deixa sua mulher Shelley. Não há mais informações disponíveis por enquanto. Por favor, respeitem a privacidade da família”, diz o comunicado.


Voz grave, áspera e influente

Ex-vocalista do Screaming Trees, um dos principais nomes do grunge do início dos anos 90 e responsável pelo hit “Nearly lost you”, Lanegan teve uma trajetória de colaborações musicais diversas, dos colegas do rock de Seattle à eletrônica do Bomb the Bass.

Dono de uma voz grave e áspera, Mark começou a carreira no Screaming Trees ainda em 1984. O hard rock com doses de psicodelia do grupo foi influente na formação da cena grunge. Mark seguiu por quase quarenta anos de carreira passando principalmente pelo rock alternativo, folk e blues.

Destaques da carreira
Os pontos mais conhecidos do currículo de Mark Lanegan foram à frente do Screaming Trees e como parceiro eventual do Queens of the Stone Age.

A primeira atividade ele costumava cumprir numa das melhores formações do grunge, “movimento” que Seattle, chuvosa cidade no noroeste dos EUA, exportou ao mundo há três décadas.

A banda não chegou a atingir o status de pares como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden ou Alice in Chains. Mas Lanegan sobressaiu, mesmo posto ao lado dessa geração de prodígios da voz. O Screaming Trees se separou em 2000. Mark já tinha uma carreira solo mesmo antes disso.

Mais tarde, ele gravou músicas essenciais do Queens of the Stone Age, como “No One Knows” e “Burn the witch”. Entre seus outros projetos principais estiveram o The Gutter Twins, com Greg Dulli do Afghan Whigs, e o duo com a escocesa Isobel Campbell, do Belle and Sebastian.

‘Diferentes facetas’
Em 2010, Mark Lanegan falou ao g1 sobre a diversidade dos seus projetos musicais: “São diferentes facetas do mesmo cara. O mundo não e branco e preto, não somos pessoas bidimensionais. O que é escuridão para uma pessoa pode ser luz para a outra. É só um outro lado meu”, explica.

Lanegan também disse não celebrar muito a década das camisas de flanela. “As pessoas me perguntam sobre os anos 90 e às vezes eu não tenho muito o que falar. É que na verdade eu não me importo! (Risos)”.

Em 2012, o g1 acompanhou uma apresentação solo de Mark Lanegan em São Paulo. Em uma fase que passava por “grunge eletrônico” e blues, ele fez um show à altura de sua reputação.

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Fonte: g1

Pearl Jam, como sobreviver ao ‘grunge’ em 10 passos

Há 30 anos era lançado ‘Ten’, o debut da banda de Eddie Vedder. Hoje, é um dos discos de rock mais vendidos de todos os tempos e esse e praticamente o único grupo de sua geração vivo e em forma. Aqui nos aventuramos a explicar os segredos desta longevidade

Há exatos 30 anos, o Pearl Jam era uma banda ainda semidesconhecida. Tinha feito seu primeiro show em um café em Seattle, em outubro de 1990. Seu prestígio no palco começava a dar um salto no circuito underground, assinaram contrato com o selo Epic e, em agosto, seu primeiro álbum, Ten, era lançado com pouca repercussão. Em outubro de 1991, o Red Hot Chili Peppers, que já era muito popular, os convidou como artistas de abertura para sua turnê em arenas nos EUA, ao lado de outra banda estreante chamada Smashing Pumpkins. Nas datas finais, coincidindo com o Natal, o Nirvana substituiu o grupo de Billy Corgan. Obviamente, hoje essas apresentações são lembradas como a turnê dos sonhos, e a pedra fundamental do boom do rock alternativo, embora na época nenhum de seus protagonistas previsse o que iria acontecer.

Em janeiro de 1992, o Nevermind tirava Michael Jackson do primeiro lugar nas paradas nos Estados Unidos e, em meados desse ano, Ten se tornaria finalmente um best-seller mundial. O grunge era o estilo da moda, tornando-se o grande modelo de sucesso e monopolizando a hegemonia no rock mundial, e a legião de bandas que aderiam à onda não parava de crescer. Os empresários e as gravadoras começavam a dizer aos grupos de rock: “Você precisa ter um som mais Seattle.” Mas muito poucos sobreviveram a isso. O destino do Nirvana é bem conhecido, e seu caso não foi o único. Os líderes de Alice In Chains, Stone Temple Pilots e Soundgarden também se perderam pelo caminho, morrendo por suicídio ou overdose, e todas as outras bandas de renome se dissolveram.

O Pearl Jam é a grande exceção e, 30 anos depois, continua a honrar o refrão de seu primeiro single, Alive: “I’m still alive” (ainda estou vivo). Aqui vão 10 pontos que podem ajudar a explicar isso.

Seus shows
Em uma pesquisa com seus leitores, a revista Rolling Stone classificou o Pearl Jam como a oitava melhor banda ao vivo de todos os tempos. Sua competência ao vivo foi sua maior cartada desde o início. Em 15 de fevereiro de 1992 estiveram pela primeira vez na Espanha, na sala de espetáculos Revolver, em Madri. Lá reuniram 400 pessoas. Maite Díez, então sua chefa de produto na Espanha, assim recorda aquele dia: “Foi um dos melhores shows que vi na minha vida, e já vi muitos! Seu som era impecável e seu desempenho era de uma potência, intensidade e emoção que me impactaram para a vida toda. O Pearl Jam tinha desenvoltura, talento e qualidade desde o início”. Mais importante ainda é que essa energia permaneceu intacta ao longo dos anos. Em seu regresso à capital espanhola, em 2006, diante de 15.000 pessoas no Palácio dos Esportes, é este cronista que se lembra do show como um espetáculo majestoso e inesquecível, com a banda aproveitando o seu já imenso repertório e tocando com rendimento pleno durante duas horas e meia. Não há lembrança de um show ruim do Pearl Jam.

São uma banda de rock clássico, mas com personalidade
Se comparados a seus companheiros da geração grunge, o Pearl Jam tinha raízes no rock clássico e no hard rock, sem medo de solos de guitarra nem das pegadas melódicas. Seu som não incomodava como outros que podiam se aproximar mais do punk ou do thrash metal. “Essa combinação de melodias comerciais com som de rock lhes dava esse potencial para fazer as massas se apaixonarem. Eram como a grande banda que faltava”, afirma Maite Díez.

Souberam escolher bem os amigos
Em meados da década de 1990, a indústria fonográfica enlouqueceu com o grunge, mas os membros do Pearl Jam tiveram a habilidade de se aconselharem com bandas alternativas com convicções fortes, mais experiência e os pés no chão. No livro El pop después del fin del pop (de 2004), do jornalista Pablo Gil, Eddie Vedder lhe diz: “Acho que tivemos muita sorte de poder conhecer pessoas que são mais inteligentes do que nós e aprender com elas. Gente como o Sonic Youth, com quem fizemos uma ótima turnê, ou Ian MacKaye, do Fugazi. Esse tipo de experiência é o que moldou quem somos”. Embora o mais fundamental de todos tenha sido Neil Young, para quem eles chegaram a tocar como uma banda ao vivo quando estavam no auge da popularidade e com quem gravaram um álbum, Mirror Ball, em 1995. O Pearl Jam continua encerrando muitos de seus shows com uma versão de Rockin ‘In The Free World do músico canadense.

Sua unidade e fidelidade como banda
A imagem da capa do Ten, com as mãos de todos os componentes entrelaçadas e erguidas para o céu, é plenamente representativa deste aspecto. É verdade que eles não tiveram tanta sorte com os bateristas (chegaram a contar com cinco), mas seu núcleo duro, composto por Vedder (voz), Stone Gossard e Mike McCready (guitarras) e Jeff Ament (baixo), se manteve sólido e imperturbável. Em El pop después del fin del pop, Vedder também dizia: “Em qualquer relacionamento longo é necessário um alto nível de comunicação. Certas coisas que em geral não são ditas, ficam mais simples”. Não há também lembranças de conflitos de ego entre os membros do grupo nem mesmo projetos paralelos. Incursões solo, como as do vocalista, foram discretas, sem ameaçar a primazia da banda.

Acreditavam no que faziam e iam com tudo
No capítulo dedicado ao grunge no livro Teen Spirit: De viaje por el pop independiente (2003), de Javier Blanquez e Juan Manuel Freire, o músico Steve Turner, do grupo Seattle Mudhoney, contava que os membros do Pearl Jam sempre foram ambiciosos e estavam dispostos a fazer de tudo para se tornarem grandiosos. Ele sabia disso com razão, pois já em 1984 Turner tocara na influente banda Green River com Gossard e Ament e os viu crescer como músicos. Maite Díez confirma que “desde o início estava claro que queriam transcender. Sua vida era esse grupo, essas canções. Não percebi insegurança em nenhum momento, sabiam o que faziam e faziam muito bem, desde muito jovens todos eram grandes músicos. Além disso, conheciam bem os meandros do negócio, principalmente Stone Gossard, o mais “relações públicas” do grupo, que tinha o discurso mais elaborado com a mídia”.

Sabiam até onde poderiam ir em seu compromisso social
Há uma piada que diz: “Quantos componentes do Pearl Jam são necessários para trocar uma lâmpada?”. Eles respondem: “Mudar? Nunca vamos mudar!”. Como muitos de seus colegas de geração, eles sempre tiveram uma atitude de desconfiança em relação à grande indústria, mas, ao mesmo tempo, sabiam nadar dentro dela, agindo com cautela para não boicotarem seu crescimento como banda. Já com Ten, Vedder se opôs ao desejo de sua gravadora de lançar a música Black como single porque a considerava muito pessoal e não queria que esse tipo de exposição a pervertesse. Ele também se recusou a fazer videoclipes durante um tempo e uma promoção descontrolada; quis o vinil quando ninguém o buscava… Mas seu momento de maior conflito foi quando, em 1994, entraram com uma ação contra a empresa multinacional de venda de ingressos Ticketmaster por atividades monopolísticas e por não permitir que a banda controlasse o preço das entradas, que não queria que ficasse acima de 20 dólares (115 reais). Isso dificultou muito a realização de suas turnês seguintes, já que a Ticketmaster tinha contratos de exclusividade com a maioria das grandes casas de shows nos Estados Unidos, e seus fãs ficavam nervosos porque era muito difícil conseguir entradas para vê-los. Perderam a batalha judicial e até mesmo seu futuro como banda chegou a ser ameaçado. Em 1998, desistiram da luta e voltaram a trabalhar com a empresa. No entanto, por meio da Fundação Vitalogy, permanecem altamente comprometidos com questões como mudanças climáticas, apoio aos sem-teto e comunidades indígenas.

Tratamento dado aos fãs
O jornalista Bruno Galindo, que trabalhou como chefe de produto do Pearl Jam na Epic entre 1991 e 1992, pouco antes de Maite Díez, afirma que sua política de proximidade com o público é um dos fatores básicos para alcançarem essa longevidade. Além da já mencionada ação de fiscalização dos preços dos ingressos, mantêm desde 1990 o Ten Club, um fã-clube como os antigos para o qual gravaram singles exclusivos, editam um fanzine, permitem o download de shows completos e oferecem acesso prioritário para vendas de ingressos. Também importante para a sua sobrevivência foi o modo como lidaram com a tragédia no festival Roskilde, na Dinamarca, no verão de 2000. Enquanto o Pearl Jam se apresentava, um corre-corre e uma falha de segurança causaram a morte de nove pessoas. Quando se deram conta, interromperam o show para evitar uma grande catástrofe e cancelaram os agendados, ficando um tempo afastados dos palcos.

Uma discografia com poucos altos e baixos
É verdade que os cinco álbuns que lançaram na década de 1990 (Ten foi seguido por Vs em 1993, Vitalogy em 1994, No Code em 1996 e Yield em 1998) brilham com muito mais intensidade do que sua discografia subsequente, mas a banda compensou isso sem baixar demais o perfil e aumentando seu valor com os shows. Galindo vê um algo mais no fato de terem mantido “um som homogêneo sem grandes saltos ou mudanças no tempo”. Maite Díez, que continuou trabalhando com o Pearl Jam até eles deixarem a Sony em 2002, descreve sua carreira como “exemplar”. “Souberam se adaptar ao sucesso, que é sempre perturbador, à pressão de compor um disco após o outro, e permanecer na crista da onda em todo esse processo sem concessões para um pop rock mais suave”, avalia Díez. Mantiveram essa característica ao longo dos anos, sem recorrer a experimentos que pudessem decepcionar seu público.

Eddie Vedder
O cantor e líder indiscutível foi quem fez a diferença quando chegou a Seattle, vindo de San Diego, e cantou nas primeiras exibições, improvisando sobre as músicas previamente compostas pela banda. Sua força, empatia e poder de comunicação emocional o tornaram um dos vocalistas mais carismáticos —e imitados— do rock contemporâneo, como também um certo ar de mistério e não ter sucumbindo à superexposição do olhar do público e às tentações do estrelato do rock. Maite Díez conta que, na primeira vez que os ouviu, sentiu que “sua voz penetrante fazia estremecer até um morto”. Ao conhecê-lo, descobriu que “Eddie pode parecer tímido, mas essa timidez era talvez uma forma de se esconder. É um homem indiscutivelmente atraente e não queria entrar no jogo de se tornar um sex symbol. Só queria ser um músico de prestígio. Esse desejo de anonimato foi se radicalizando com o tempo, mas, sim, ele tem muito carisma, é muito simpático e extremamente educado”. Bruno Galindo o conheceu um pouco antes, quando foi com o saudoso jornalista Joaquín Luqui a um show para a imprensa no lendário CBGB, em Nova York, em 8 de novembro de 1991. Recorda que viu no vocalista esse carisma e proximidade, mas, sobretudo, um fã de música maravilhado por tocar em um lugar em que sempre sonhara em estar.

A interação entre o som e as letras
Embora tenhamos dito antes que o som deles não incomodava, o Pearl Jam foi inteligente o suficiente para que as letras incomodassem, sim, mas não se notasse. Em Ten, Eddie Vedder cantava sobre traumas familiares, doenças mentais, pessoas sem-teto e adolescentes se tornando assassinos e, no entanto, essas vibrações ruins não perturbavam, convertiam a banda em uma força arrebatadora épica e de liberação. Ao longo de sua carreira, continuaram a tratar de forma pessoal questões muito complexas, que expunham outra visão da juventude, e apresentavam, com grande empatia emocional, sem cair no egocentrismo exagerado, o diagnóstico de uma sociedade doente. Como se estivesse lutando para disfarçar a própria fragilidade, Vedder parece se retratar em suas canções como um homem que a todo momento se faz perguntas sobre o mundo ao seu redor. Sem querer, eles foram a voz de uma geração, mas nunca se acomodaram nisso.

*Por David Saavedra
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*Fonte: elpais-brasil

Soundgarden – “Room A Thousand Years Wid”

*Quando do auge daquela inacreditável bela safra de bandas de Seattle dos 90’s: Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Mudhoney, Screaming Trees (essa eu também “iloveio” bastante) – sempre tive a preferência pelo som do Soundgarden.
Então já que hoje é aniversário do guitarrista Kim Thayil (61 anos), fica aqui uma homenagem e um grande abraço virtual para esse sensacional guitarrista.

Há exatos 30 anos, Temple of the Dog lançava um dos maiores discos do Grunge

O tempo passa e lá se vão 30 anos desde o lançamento do único disco do Temple of the Dog, um dos maiores projetos do Grunge.

Lançado em 16 de abril de 1991, o álbum veio como uma homenagem a Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone e nome gigante da cena de Seattle. Na formação da banda, todos eram seus amigos: desde Chris Cornell, nos vocais, até Matt Cameron, na bateria.

Cornell, especificamente, era colega de quarto de Wood, e foi o que mais sentiu sua morte. Andrew se foi jovem demais, aos 24 anos, vítima de uma overdose de heroína.

Sem muitas pretensões de fato, os membros se uniram no estúdio para gravar as músicas que escreveram pensando no amigo. Cornell, encabeçando a trupe, acabou chamando mais um nome que ainda seria gigante para fazer parte do projeto: Eddie Vedder, que empresta sua voz à icônica “Hunger Strike”.

Quando lançado, o disco não fez tanto barulho — mas foi ele que “fechou negócio” para uma das maiores bandas que saíram daquela cena nos anos 90.

Isso porque, enquanto o projeto acontecia, o Pearl Jam já estava preparando seu disco de estreia, Ten, também lançado em 1991. Foi o sucesso deste trabalho que acabou alavancando também o álbum do Temple of the Dog, hoje um verdadeiro marco na história do Grunge.

Reunião e fim

Depois de acabar em 1992, quando cada banda seguiu seu rumo, o grupo voltou à ativa em 2016 para uma turnê comemorativa de 25 anos do disco. À época, até música inédita rolou durante os shows, e os membros nunca descartaram um novo álbum.

Infelizmente, no ano seguinte morreu Chris Cornell, vítima de um suicídio, dando fim a qualquer chance de uma nova reunião.

Ouça Temple of the Dog logo abaixo.

*por Stephanie Hahne

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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Chris Cornell – 2 anos

Hoje completam 2 anos de que o Cantor Chris Cornell se foi… Um grande vocalista e compositor que nos deixou por causa da depressão. Uma lástima.

Sempre fui fan do Soundgarden, uma das bandas pioneiras da era do grunge de Seattle, ali nos começo dos 90’s. Acreditava que um dia ainda assistiria ao vivo a um show da banda, ainda mais quando resolveram retomar as atividades do grupo, há alguns anos atrás. Mas o destino assim não quis. Paciência. Fica o legado de sua obra, a admiração pela sua voz que destoa em muito do convencional, as belas letras e o seu trabalho com grandes bandas como: Soundgarden, Audioslave e também em sua carreira solo.

Descanse em paz Chris Cornell!