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Por que os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo
Os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo. De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo. Os homens possuem uma expectativa de vida de 81,1 anos, e as mulheres de 84,7 anos. Em dados mais recentes, publicados em 2020 pelo governo japonês, a expectativa de vida era de 81,64 anos para homens e de 87,64 para as mulheres.
Para efeitos de comparação, de acordo com dados do IBGE de 2021, a expectativa de vida no Brasil para o ano era de 76,8 anos.
No entanto, essa maior expectativa de vida do Japão não se deve a algum motivo tecnológico, nem inteiramente a nada genético – embora algumas pessoas tenham, sim, fenótipos que possam elevar suas expectativas de vida. Na verdade, isso se deve, majoritariamente, aos hábitos de vida e de alimentação.
Os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo
A nossa base geral segue um artigo publicado pelo cardiologista Dr. Martin Juneau, professor da Universidade de Montreal.
Por que os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo?
A taxa de obesidade vem crescendo no mundo ocidental. Os Estados Unidos são um símbolo nisso. A obesidade está ligada principalmente aos péssimos hábitos de alimentação que estão sendo adquiridos em diversos países. Os fast foods estão cada vez mais presentes em nossa vida.
Recentemente falamos aqui na SoCientífica sobre as principais causas de morte no mundo. Se você olhar a lista, perceberá que as doenças que mais matam são de origem cardíaca e estão ligadas principalmente ao stress e obesidade. Uma vida e alimentação saudáveis são a chave para a longevidade e os japoneses sabem muito bem disso. Então, a resposta sobre como os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo não é tão difícil assim.
Alimentação
Os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo principalmente pela alimentação.
O primeiro ponto da alimentação dos japoneses é o baixo consumo de carne vermelha. O Japão possui um espaço muito pequeno e uma população muito grande. Não há espaço para a agropecuária. Então, lá o consumo maior é de peixes — e alguns outros animais marinhos e frutos do mar. Dessa forma, eles ingerem menos ácidos graxos saturados – associados a problemas no coração.
Japoneses comem pouca carne vemelha
Os japoneses também consomem muita soja – grão presente na alimentação de boa parte do continente asiático. Eles consomem a soja de diversas maneiras – cozida, molho de soja, missô, tofu, entre outros tipos de processamentos do alimento. A soja possui substâncias com propriedades anticancerígenas e que auxiliam na saúde do sistema cardiovascular. E não, a soja não vai fazer as mamas dos homens crescer, nem deixá-los mais afeminados como você provavelmente já ouviu alguém dizer por aí.
Outra questão importante é o açúcar. O brasileiro consome cerca de 80 gramas de açúcar por dia – enquanto o consumo recomendado varia entre 25 e 50 gramas ao dia. Os japoneses consomem 20 kg de açúcar ao ano, enquanto o brasileiro consome quase 30 kg ao ano.
O consumo de chá verde no Japão também é grande. Está incluso até no estereótipo do japonês. Mas este item se liga ao anterior, ou seja, o consumo do chá verde sem (ou muito pouca) adição de açúcar.
Grupo amostral
Um estudo publicado em 1975 no periódico American Journal of Epidemiology demonstrou que a incidência de doenças cardiovasculares dobrou entre os japoneses que migraram para o Havaí e quadruplicou nos que foram morar na Califórnia. Isso contrata a diferença dos hábitos dos japoneses e dos estadunidenses, além de demonstrar que, de fato, o que aumenta a expectativa de vida dos japoneses e mantém baixa a taxa de problemas cardíacos é realmente o estilo de vida, e não fatores inteiramente genéticos.
O professor da Universidade de Montreal Dr. Martin Juneau cita, ainda, que o nível de colesterol no Japão aumentou desde a década de 1970. O Japão, embora ainda com uma incidência de doenças cardíacas ainda menor do que no ocidente, está sendo, aos poucos, cada vez mais ocidentalizado. O futuro dirá como isso afetará a saúde de a expectativa de vida dos japoneses. Mas os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo ainda hoje, e isso pode durar ainda por bastante tempo.
*Por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica
Sistema japonês devolve objetos perdidos para os donos
No Japão, quase 90% dos celulares perdidos são devolvidos aos seus donos. Saiba como funciona o eficiente sistema japonês
No Japão, milhões de objetos pessoais são perdidos anualmente. No entanto, se você perder pertences, como um telefone celular ou carteira, provavelmente vai conseguir recuperar.
Os pertences perdidos em território japonês são armazenados no centro de achados e perdidos de Lidabashi, em Tóquio. No ano de 2019, foram devolvidos para os seus donos 4,15 milhões de itens perdidos, o recorde do local.
Atualmente, o lugar armazena mais de 600 mil objetos. Yukiko Igarashi, chefe do centro, informa que aproximadamente 7,7 mil itens perdidos são guardados no local diariamente.
“Tóquio tem 20% de todos os itens perdidos no Japão”, afirma ela. “E o item que tem maior índice de recuperação é o celular.”
Aproximadamente 90% celulares e 70% das carteiras perdidas são devolvidos para os donos em território japonês.
“Outra coisa muito comum que as pessoas costumam perder são documentos oficiais”, afirma Igarashi, “como carteiras de motorista, cartões de plano de saúde, cartões de crédito ou cartões de desconto de lojas”.
Apesar da maioria dos itens perdidos serem devolvidos no mesmo dia para os donos, alguns objetos raramente voltam para os seus proprietários.
“A taxa de recuperação mais baixa é para guarda-chuvas, com menos de 1%. Você pode substituir facilmente um guarda-chuva de plástico barato, então as pessoas geralmente não os procuram”, conta Igarashi.
Como funciona o eficiente sistema de achados e perdidos do Japão?
De acordo com Igarashi, o segredo para o sucesso dos achados e perdidos do Japão é que todos os itens são entregues ao “Koban”, a delegacia de polícia local.
“Os deveres do policial no Koban incluem patrulhar a área, aceitar objetos perdidos e arquivar relatórios de objetos perdidos”, informa o policial Wada, do Sukiyabashi Koban, em Tóquio.
Os agentes de segurança pública também são responsáveis por cuidar de pessoas perdidas ou bêbadas, ouvir cidadãos sobre questões que possam provocar problemas. Além disso, lidam com acidentes de trânsito e criminosos.
No Japão, os policiais passam uma imagem diferente da polícia mundial. Isso porque a abordagem é baseada nas necessidades da comunidade e na presença do Koban, o que ajuda na entrega e comunicação sobre um objeto perdido.
“Em média, recebemos sete itens perdidos por dia neste Sukiyabashi Koban”, afirma Wada.
O que acontece com os objetos que não são devolvidos?
Yukiko Igarashi explica que se o dono não aparecer, após um certo tempo, no Koban, o item é transferido para o Centro de Achados e Perdidos. Se ninguém aparecer depois de três meses, a pessoa que achou pode ficar com o objeto. Caso ela prefira abrir mão do ítem, ele fica em posse da cidade e pode ser leiloado.
“O item mais memorável que já recebi foi um envelope contendo US$ 8,8 mil (R$ 45 mil em valores atuais) em dinheiro”, conta o agente Wada.
Igarashi afirma que não é incomum serem devolvidas grandes quantidades de dinheiro.
“Para mim, os objetos mais memoráveis foram uma dentadura e muletas. Me pergunto como o dono poderia voltar para casa sem eles?”, destaca ela.
Igarashi informa que por mais de mil anos, o Japão possui uma lei sobre objetos perdidos. “Pessoalmente, acredito que a educação moral do Japão desempenhou um papel importante na formação de nossa atitude em relação a itens perdidos.”
Além disso, as crianças são ensinadas a devolverem itens perdidos no Koban. Para o professor Masahiro Tamura, da Universidade Kyoto Sangyo, o primeiro contato da maioria das pessoas com a polícia é quando vão entregar os objetos perdidos aos Koban.
Tamara explica que o povo japonês se importa muito em como as outras pessoas enxergam o seu comportamento. Sendo assim, a atitude de devolver objetos perdidos está ligada à imagem na sociedade.
O professor acrescenta que a disciplina moral é mantida mesmo quando ocorrem desastres naturais, sendo o único caso de aumento de crimes durante o desastre de Fukushima.
“Então, acredito que o poder dos olhos das pessoas sobre nós é muito maior do que o poder da autoridade pública”, afirma o japonês.
Apesar da pandemia ter reduzido o número de objetos perdidos no Japão, o centro recebeu 2,8 milhões de itens no último ano.
*Por Nathalia Matos / Fonte: G1
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*Fonte: fatosdesconhecidos
Japão quebra recorde com 319 Tbps de velocidade de internet
Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão quebraram o recorde mundial de transferência via internet: 319 Tbps de transmissão de dados ao longo de 3 mil km com fibra ótica de quatro núcleos.
Para efeito de comparação, o valor representa o dobro dos 179 Tbps obtidos em agosto do ano passado por uma equipe de pesquisadores britânicos e também japoneses. Para chegar a essa impressionante performance, a equipe do Instituto utilizou praticamente todas as fases do pipeline e adotou alguns facilitadores.
Por exemplo, a linha de fibra óptica não tinha só um núcleo, mas sim quatro. Os pesquisadores dispararam lasers de um gerador óptico em vários comprimentos de onda, usando amplificadores criados com minerais de terras-raras.
Como o teste foi feito dentro do laboratório, a equipe usou uma fibra em espiral para transferir os dados a uma distância simulada de 3 mil quilômetros, sem perda de qualidade de sinal e/ou velocidade.
Quanto a um possível impacto do teste do Instituto em nossa internet do dia a dia, os pesquisadores do NICT comentam para um uso prático de suas tecnologias de produção de fibra em gerações “além do 5G”, como o futuro 6G. Sobre os reflexos práticos da tecnologia, eles acendam que significa adotar um acesso mais rápido à internet que nunca “trava”, mesmo com aumento do número de usuários.
*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae
Japoneses estão desenvolvendo tecnologia de transmissão de energia sem fio proveniente de painéis solares espaciais
Já imaginou não ter que se preocupar em ter que recarregar o seu celular todo dia? É provável que no futuro isso seja possível. Engenheiros no Japão têm concentrado esforços no desenvolvimento de um sofisticado sistema que consegue enviar grandes quantidade de energia elétrica a distâncias consideráveis.
O objetivo da pesquisa, eventualmente, é criar um enorme painel solar baseado no espaço que não é afetado pelos sistemas meteorológicos e que, constantemente, possa coletar grandes quantidades de energia e enviá-las aos receptores na Terra via microondas.
Durante a feira de eletrônicos Ceatec, que acontece no Japão nesta semana, a J Space Systems apresentou algumas das antenas que usa para receber as transmissões de microondas de alta potência. Batizadas de “Rectenna”, elas são antenas planas sintonizadas na frequência de 5.8GHz.
A empresa conseguiu com sucesso transmitir energia a uma distância de cerca de 50 metros usando o sistema, apesar de apresentar perdas consideráveis. A antena envia 1.8 kilowatts, mede 1,2 metros quadrados e consegue colher 340 watts de uma antena receptora que tinha 2,6 metros por 2,3 metros.
A Mitsubishi Heavy Industries também está a frente de uma pesquisa similar e no ano passado conseguiu enviar 10kW de energia a uma distância de cerca de 500 metros, um recorde para pesquisadores japoneses. Para fazer isso, ela usou amplas matrizes de transmissão e recepção.
Se a tecnologia continuar a progredir, haverá uma série de usos para ela. Um deles é usar a curta distância para enviar energia em torno das fábricas, permitindo que máquinas, sensores e estações de trabalho facilmente sejam configurados sem ter que executar novos cabos de alimentação.
Outra uso bem útil dessa tecnologia é enviar energia para áreas atingidas por desastres naturais através de balões. Mas tudo isso soa pequeno quando comparado a ideia futurística de painéis solares orbitantes capazes de coletar grandes quantidades da energia do sol e enviá-las a Terra.
A grande tarefa para que essa tecnologia chegue no estágio desejado é reduzir perdas de transmissão.
A agência espacial japonesa, que está atrás da ideia, admite que a ideia de colheita de energia solar no espaço não é nova. Projetos anteriores em outros países chegaram perto, mas devido a falta de suporte para um sistema como esse não evoluíram.
Mesmo assim, a agência espacial está continuando a direcionar pesquisadores para a tecnologia. Mas se mantém realista: “levará tempo significativo e esforços para superar os muitos obstáculos no caminho para a concretização de um sistema de energia solar espacial”, disse.
*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae
Japoneses estão desenvolvendo tecnologia de transmissão de energia sem fio proveniente de painéis solares espaciais
Já imaginou não ter que se preocupar em ter que recarregar o seu celular todo dia? É provável que no futuro isso seja possível. Engenheiros no Japão têm concentrado esforços no desenvolvimento de um sofisticado sistema que consegue enviar grandes quantidade de energia elétrica a distâncias consideráveis.
O objetivo da pesquisa, eventualmente, é criar um enorme painel solar baseado no espaço que não é afetado pelos sistemas meteorológicos e que, constantemente, possa coletar grandes quantidades de energia e enviá-las aos receptores na Terra via microondas.
Durante a feira de eletrônicos Ceatec, que acontece no Japão nesta semana, a J Space Systems apresentou algumas das antenas que usa para receber as transmissões de microondas de alta potência. Batizadas de “Rectenna”, elas são antenas planas sintonizadas na frequência de 5.8GHz.
A empresa conseguiu com sucesso transmitir energia a uma distância de cerca de 50 metros usando o sistema, apesar de apresentar perdas consideráveis. A antena envia 1.8 kilowatts, mede 1,2 metros quadrados e consegue colher 340 watts de uma antena receptora que tinha 2,6 metros por 2,3 metros.
A Mitsubishi Heavy Industries também está a frente de uma pesquisa similar e no ano passado conseguiu enviar 10kW de energia a uma distância de cerca de 500 metros, um recorde para pesquisadores japoneses. Para fazer isso, ela usou amplas matrizes de transmissão e recepção.
Se a tecnologia continuar a progredir, haverá uma série de usos para ela. Um deles é usar a curta distância para enviar energia em torno das fábricas, permitindo que máquinas, sensores e estações de trabalho facilmente sejam configurados sem ter que executar novos cabos de alimentação.
Outra uso bem útil dessa tecnologia é enviar energia para áreas atingidas por desastres naturais através de balões. Mas tudo isso soa pequeno quando comparado a ideia futurística de painéis solares orbitantes capazes de coletar grandes quantidades da energia do sol e enviá-las a Terra.
A grande tarefa para que essa tecnologia chegue no estágio desejado é reduzir perdas de transmissão.
A agência espacial japonesa, que está atrás da ideia, admite que a ideia de colheita de energia solar no espaço não é nova. Projetos anteriores em outros países chegaram perto, mas devido a falta de suporte para um sistema como esse não evoluíram.
Mesmo assim, a agência espacial está continuando a direcionar pesquisadores para a tecnologia. Mas se mantém realista: “levará tempo significativo e esforços para superar os muitos obstáculos no caminho para a concretização de um sistema de energia solar espacial”, disse.
*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae
Japão supera os EUA com supercomputador mais rápido do mundo
Fugaku’ ‘é quase três vezes mais veloz que o norte-americano ‘Summit’
O supercomputador japonês “Fugaku“, desenvolvido pelo instituto público de pesquisas Riken em associação com o grupo de informática Fujitsu, foi considerado o mais rápido do mundo, segundo ranking divulgado pelo Top500.
Com isso, o “Fugaku” ultrapassou o até então líder “Summit”, supercomputador projetado nos Estados Unidos pela IBM e instalado no Laboratório Nacional de Física Nuclear, em Oak Ridge, no Tennessee. O Summit ocupou a primeira posição nas últimas quatro edições do Top500 – os rankings são divulgados duas vezes por ano.
Sobre o “Fugaku”
O supercomputador foi batizado em homenagem ao monte Fuji, também chamado de Fugaku, em japonês. Sua velocidade é aproximadamente 2,8 vezes maior do que a do norte-americano “Summit”. Em comparação, são 415,53 petaflops do “Fugaku” contra 148,6 petaflops do “Summit”. Lembrando que um pentaflop corresponde a um trilhão de operações por segundo.
Por enquanto, o supercomputador japonês ainda não atingiu toda sua capacidade. Espera-se que, até 2021, “Fugaku” atinja 100% de rendimento. Apesar disso, a máquina já está em uso no país, auxiliando em pesquisas sobre o novo coronavírus.
*Por Vinicius Szafran
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*Fonte: ciclovivo
Japoneses criam scooter elétrica inflável que cabe dentro da mochila
O Poimo pesa 5,5 quilos e, quando desinflado, pode ser dobrado e carregado para qualquer lugar
Mobilidade e praticidade: um veículo que cabe na sua mochila. Esse é o Poimo, uma scooter elétrica inflável desenvolvida pela Universidade de Tóquio em parceria com a Mercari R4D. Pesando 5,5 quilos, o Poimo pode ser inflado em pouco mais de um minuto, usando uma bomba elétrica.
O veículo possui cinco partes destacáveis: dois conjuntos de rodas, um motor elétrico, uma bateria, guidão com um controlador sem fio embutido e o seu “quadro”, que é feito principalmente de poliuretano termoplástico, o mesmo material de alguns colchões de ar.
Segundo seus criadores, a ideia é minimizar o potencial de ferimentos em caso de acidente. Depois de esvaziado e dobrado, o Poimo pode ser transportado em uma bolsa, permitindo que o usuário o utilize entre viagens de transporte público e vá para qualquer lugar sem se preocupar em estacioná-lo.
“Cerca de 60% das viagens de carro no Japão são de curta distância, o que não é muito bom em termos de congestionamento e gases de efeito estufa. Acreditamos em um novo tipo de mobilidade, mais pessoal e de curto alcance”, afirmam os criadores do Poimo.
Por enquanto, o scooter é apenas um protótipo, mas a Mercari R4D e a equipe de pesquisa afirmam que o produto final será mais leve e ainda mais portátil.
*Por Renato Mota
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*Fonte: olhardigital
Avião kamikaze: a história do Zero, o melhor caça da 2ª Guerra
De onde não se esperava nada, veio o Zero. Um caça leve, com alto poder de manobra e autonomia de voo, ele foi a maior surpresa do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941. Os americanos, seus aliados e até seus inimigos ficaram bestas: como o Japão – isolado e atrasado – tinha conseguido fazer o melhor avião da Segunda Guerra? Ninguém ignorava que o Império do Sol Nascente era uma potência ascendente: começou o século 20 anexando Coreia e Taiwan, e agora atacava a China continental. O que poucos sabiam era que o Japão tinha tecnologia para produzir algo tão avançado.
Na verdade, o Mitsubishi A6M Zero era um ponto fora da curva. Assim como seu criador, Jiro Horikoshi. Pequenino, de rosto afilado e sempre de óculos, o engenheiro era conhecido pela paixão por aviões e pela inovação obsessiva. A maior bilheteria do Japão em 2013 foi uma animação inspirada na vida de Horikoshi: Vidas ao Vento, de Hayao Miyazaki, indicado ao Oscar – que o diretor venceu em 2002 com A Viagem de Chihiro. Além de sucesso, o filme criou polêmica: um inventor de aviões de guerra ter alma de artista?
Jiro nasceu em 1903, numa cidadezinha a 120 quilômetros de Tóquio, quando o Império do Japão estava em plena expansão pelo Pacífico. O menino sonhava em ser um ás da aviação, mas um severo problema de visão redirecionou o sonho: não queria mais pilotar, mas criar aviões.
Ele sempre foi um aluno obstinado: passava horas estudando, devorando livros e revistas, inclusive em idiomas estrangeiros. “Eu mergulhava em revistas que vinham repletas de histórias das batalhas aéreas e dos aviões da grande guerra da Europa”, escreveu Jiro Horikoshi em sua autobiografia (sintomaticamente, o título do livro desvia o foco do criador para a criação: Zero Fighter – o registro de seu nascimento e glória. Não se sabe quase nada sobre sua vida pessoal).
Depois da formatura, em 1927, Horikoshi entrou no braço da Mitsubishi no setor de aviação. As empresas japonesas disputavam a tapa os pedidos da Aeronáutica, principal cliente da época. Dois anos após a admissão, foi enviado para conhecer concorrentes pelo mundo. Nos EUA, decifrou os segredos da linha de montagem. Na Alemanha, foi estagiário no projeto de um cargueiro – que acabou servindo de base para um bombardeiro no Japão.
Enquanto os chefes celebravam a transferência tecnológica, Horikoshi comemorava outro discreto contrabando. Em sua bagagem estava o elemento fundamental dos aviões do futuro.
Rumo ao Zero
Duralumínio. Parece nome de marca de persiana, mas era uma liga metálica levíssima e hiperresistente, da qual poucos tinham ouvido falar em 1930, quando Horikoshi trouxe o material para o Japão. Numa época em que aviões ainda tinham peças de madeira e compensado, e sua fuselagem era coberta de tecido, fazer um avião todo de metal era o sonho de Horikoshi. Com o duralumínio, esse sonho se tornava possível.
A primeira parte desse sonho é uma aeronave que, na opinião dos especialistas, é aquela que melhor define o seu criador. O Mitsubishi A5M trazia as marcas do que ficou conhecido como “Design Horikoshi”: a fuselagem como uma peça única, do nariz até a cauda, que vai se afunilando; as asas dianteiras que surgem com a perfeição de uma pluma; o estabilizador vertical e a cauda que evoluem a partir de uma linha central. Foi um sucesso.
Até que surgiu uma nova encomenda: um avião ultraleve com artilharia pesada. Numa sociedade em que experiência é o maior cartão de visitas, é surpreendente que Jiro, com 37 anos, tenha sido escolhido para tocar o projeto. Ou nem tanto: “Os militares queriam alguém que pensasse diferente, que pudesse produzir algo completamente novo”, conta Shinji Suzuki, historiador do Departamento de Aeronáutica e Astronáutica do Japão. Horikoshi trabalhou incansavelmente no projeto durante dois anos. Virava noites na prancheta, ficou doente, de cama. Até que chegou o primeiro voo, em 1939. A nova máquina cumpria todos os requisitos: leveza, agilidade, alcance, poder. Era feita de zicral, uma evolução do duralumínio. E ganhou o nome de Mitsubishi A6M Zero, ou simplesmente Zero, referência ao ano de lançamento, 1940 – ou 2600 na contagem da Era Imperial.
A chegada do Zero garantiu ao Japão a conquista da China. “Com duas metralhadoras e dois canhões de 20 mm, os Zeros estavam mais bem armados que qualquer outro avião que os enfrentasse”, descreve Masatake Okumiya, ex-piloto da Marinha Imperial. Sua velocidade de 480 km/h permitia alcançar qualquer aeronave inimiga. Em dois meses e 22 ataques, o Japão venceu o conflito sem que nenhum dos 153 Zeros usados tivesse sido abatido.
Soberba e legado
As vitórias arrasadoras dos Zeros encorajaram as lideranças da Marinha Imperial Japonesa a dar um passo mais arriscado. “Nossa inteligência garantia que, na batalha, o Zero seria equivalente a cinco caças inimigos”, diz Okumiya. Foi com essa confiança que os japoneses escalaram a aeronave para liderar o famoso ataque a Pearl Harbor, que jogou os EUA na guerra.
Hoje há consenso de que os japoneses não esperavam vencer os americanos. A ideia era atacar primeiro para depois buscar uma saída diplomática. Só que a diplomacia nunca veio. “Fomos convencidos de que o conflito seria encerrado antes que a situação ficasse catastrófica para o Japão”, registrou Horikoshi em seu diário. “Agora, desprovidos de qualquer movimento firme do governo, estamos sendo conduzidos para a ruína. O Japão está sendo destruído.” Em 1945, os nazistas foram derrotados na Europa e os Estados Unidos se voltaram para o Pacífico – com novos e modernos aviões.
Quando as bombas atômicas caíram sobre Hiroshima e Nagazaki, a bela criação de Horikoshi já não cruzava os ares. Os últimos Zeros foram usados como munição nas missões suicidas dos tokkotai, conhecidos no Ocidente como kamikazes.
A derrota acabou com a indústria aeronáutica japonesa. Mas seus avanços foram parar em carros e até trens-bala. Numa época em que o Japão ainda engatinhava na tecnologia, a obsessão por inovação de Horikoshi, falecido em 1982, marcou. Se ele criou o maior símbolo de força do Japão Imperial, por outro lado, nunca foi entusiasta da guerra. Se depender da animação Vidas ao Vento, Jiro vai ser lembrado como um homem que, antes de qualquer coisa, só queria fazer um belo avião.
Vidas ao vento
Animação indicada ao Oscar gerou polêmica no JapãoVidas ao Vento, cinebiografia de Jiro Horikoshi, gerou polêmica. A animação foi atacada por historiadores (que criticaram a invenção de uma esposa para Jiro) e nacionalistas. As críticas de Miyazaki à guerra colocaram o diretor e seu novo filme sob o fogo de uma pequena mas barulhenta claque a favor da remilitarização do Japão. Curiosamente, na China e na Coreia do Sul, detratores acusam o diretor de fazer um filme de guerra. No meio do fogo cruzado, Miyazaki preferiu não responder às críticas. Ele só anunciou que, infelizmente, esse deve ser seu último filme.
*Por Roberto Maxwell
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*Fonte: revistasuperinteressante
Japoneses fazem primeiro teste com carro voador
Ele parece mais um drone gigante e fez o primeiro voo em teste nesta segunda-feira, 5. É o carro voador japonês.
O modelo da Nec Corp tem 4 hélices para sair do chão. Ele ficou voando por cerca de um minuto e levantou a 3 metros de altura.
De acordo com a Associated Press, o governo japonês está incentivando o desenvolvimento de carros voadores para que virem realidade até 2030.
Por enquanto, a intenção é que o veículo seja utilizado em entregas no futuro e sem a necessidade de um piloto.
Testes
Entre as bases que o governo japonês está criando para incentivar os carros voadores está uma área de testes em Fukushima.
A ideia é utilizar a região devastada por desastre nuclear como local de voo para estes veículos.
Outras empresas
Além da Nec, empresas como Boeing, Pal-V e Uber estão trabalhando em seus conceitos voadores.
Em outra frente, companhias também desenvolvem motos voadoras, inclusive, até a polícia de Dubai está utilizando um protótipo do tipo.
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*Fonte: sonoticiaboa
Os copos do McDonald’s do Japão com cenas de sexo “escondidas”
O McDonald’s tem, em alguns países, uma bebida chamada McFizz. E no Japão, os copos do tal McFizz estão causando um furor internético.
Os copos são transparentes e têm uma menina de um lado e um menino do outro. Quando a bebida acaba, dá para ver eles se beijando. Mas isso, olhando o copo retinho. Porque se você entortar um pouquinho e mudar o ângulo… o clima do casalzinho esquenta.
A superposição proibida para menores é bem fácil de ser percebida por qualquer um que manipule o copo por alguns segundos e é difícil achar que se trata apenas de uma coincidência infeliz. Dando o benefício da dúvida e imaginando que possa ter sido um vacilo, é pouco provável que ninguém fosse perceber a coisa antes dos copos chegarem na mão dos consumidores. No mundo real descobriram (e postaram) em questão de segundos.
Se quiser conferir um pouco da repercussão pela internet, tem aqui: Twitter , SoraNews, Kotaku, Mashable e The Takeout.
*Por Wagner Brenner
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*Fonte: updateordie
Restaurante serve sushi em 3D baseado no DNA dos clientes
No restaurante Sushi Singularity, localizado em Tóquio, os clientes devem fazer algo além do que simplesmente reservar uma mesa: enviar suas amostras biológicas para que os chefes criem um cardápio de sushi em 3D.
O conceito foi criado pela companhia japonesa Open Meals, que funde ciência e gastronomia para criar um cardápio que atenda as necessidades nutricionais de seu público.
Quem planeja jantar por lá recebe um kit de teste biológico pelo correio, contendo frascos para amostras de saliva, urina e fezes. Após enviados de volta ao estabelecimento, o genoma e o estado nutricional são analisados e reunidos em um “Health ID”, uma identificação que contém informações sobre a saúde do cliente.
Com base nestes dados coletados, é organizado um cardápio de sushis criados em impressoras 3D por robôs com braços gigantes, que injetam vitaminas e minerais crus diretamente na comida.
A proposta de unir ciência e gastronomia para oferecer pratos saborosos e nutritivos também acabou fazendo arte. Uma vez que as cores de vitaminas e minerais formam sushis que você certamente não encontra fácil por aí.
O Sushi Singularity deve inaugurar em 2020. Enquanto isso, dá uma olhada na tecnologia do restaurante.
*Por Raquel Rapini
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*Fonte: geekness
Robô humanoide ensina Budismo em templo no Japão
O templo de Kodaiji em Kyoto, Japão, é a nova casa do robô humanoide Mindar que realiza palestras sobre os ensinamentos de Buda aos visitantes. Desenvolvido por um time de cientistas da Universidade de Osaka, a máquina foi moldada para representar uma versão futurista de Kannon, a deidade da compaixão, e é capaz manter contato visual e até responder perguntas. Mindar estará em exposição até o dia seis de maio.
O robô possui um metro e noventa e cinco centímetros de altura, tem seu corpo revestido com aço inoxidável e custou cerca de 90 mil dólares. O líder do time de criação de Mindar foi o professor Hiroshi Ishiguro, que é famoso por construir diversas máquinas humanóides no país como apresentadores de televisão e até crianças. Os trabalhos de Hiroshi sempre tentam imitar ao máximo a aparência humana; mas, Mindar é diferente e deixa bem clara a aparência robótica — uma mistura um pouco assustadora de Ghost in the Shell com Eu, Robô.
Tensho Goto, monge e chefe da administração do templo, afirmou em uma entrevista ao South China Morning Post que acredita na capacidade de Mindar em atrair pessoas para o Budismo: “Nós já temos várias esculturas, mas todas estão paradas. Nós queríamos algo que pudesse falar para ajudar as pessoas a criarem um vínculo maior”. Se você estiver curioso para saber como a androide funciona, a agência de notícias Kyodo News produziu um vídeo mostrando o trabalho de Mindar.
*Por Tadeu Antonio Mattos
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*Fonte: megacurioso
Japão exige controle mais rigoroso sobre robôs assassinos da Inteligência Artificial
O Japão pedirá regulamentações mais rígidas sobre “robôs assassinos” durante uma convenção da ONU nesta semana. Tóquio anunciou sua intenção de levantar a questão das regras internacionais sobre armas letais equipadas com inteligência artificial (IA) no início deste mês.
A nação insular está preocupada com a possibilidade de que máquinas autônomas possam iniciar guerras, causar acidentes fatais e ter a decisão final sobre quem pode viver ou morrer, disseram fontes. A Convenção da ONU sobre Certas Armas Convencionais (CCW, Certain Conventional Weapons) está programada de 25 a 29 de março em Genebra.
Japão vai liderar discussão sobre robôs assassinos
O Japão quer assumir uma posição de liderança na discussão em torno da introdução de leis internacionais. Armas com IA incorporada têm o potencial de causar dano ou alvo de forma autônoma sem controle humano. Algumas armas de IA têm a capacidade de decidir matar com base em sua programação.
“Assim como a pólvora e as armas nucleares mudaram a forma como as guerras foram conduzidas no passado, a inteligência artificial poderia alterar fundamentalmente o curso das guerras futuras”, disse o ministro das Relações Exteriores, Taro Kono, em uma sessão da Diet no dia 28 de janeiro.
Vários países, incluindo Rússia, China e Estados Unidos, estão atualmente desenvolvendo “sistemas letais de armas autônomas” (LAWS). Muitos grupos internacionais pediram a proibição total de tais armas. Os oponentes do LAWS dizem que a decisão de tirar uma vida humana não deve ser colocada nas mãos da AI.
O uso de LAWS daria às nações uma vantagem em combate, pois elas poderiam ser implantadas sem qualquer risco para as tropas humanas. Muitas preocupações de que a programação tendenciosa levaria a mortes acidentais.
O Japão indicou que quer que os participantes da convenção discutam como os seres humanos podem manter o controle sobre o uso de LAWS e quais práticas podem ser postas em prática para limitar totalmente o potencial de conflito armado.
Uma coalizão de países latino-americanos tem procurado proibir o LAWS, mas países maiores como os Estados Unidos e a Rússia dizem que tal proibição é muito cedo no ciclo de vida da tecnologia. O próprio Japão não tem planos de produzir LAWS.
“Não pretendemos desenvolver nenhuma arma letal que seja completamente autônoma e funcione sem controle humano”, disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe.
Líderes das empresas de tecnologia estão preocupados
O governo japonês confirmou que eles têm planos para pesquisar e desenvolver IA ou equipamentos não tripulados para garantir a segurança e reduzir o peso das Forças de Autodefesa. Não são apenas os estados-nação que estão preocupados com o desenvolvimento de armas de inteligência artificial.
O CEO da SpaceX, Elon Musk, expressou anteriormente sua preocupação com a tecnologia em rápido desenvolvimento. Musk fazia parte do grupo que enviou uma carta aberta à ONU no ano passado, pedindo-lhes que agissem agora sobre a regulamentação da IA antes que fosse tarde demais.
A carta aberta que foi assinada por outras grandes figuras de tecnologia e ciência, como Stephen Hawking. O grupo escreve: “Uma vez desenvolvidas, as armas autônomas letais permitirão que os conflitos armados sejam travados em uma escala maior do que nunca, e em escalas de tempo mais rápidas do que os humanos possam compreender. Estas podem ser armas de terror, terroristas usarem contra populações inocentes e armas hackeadas para se comportarem de maneiras indesejáveis. Nós não temos muito tempo para agir. Uma vez que esta caixa de Pandora é aberta, será difícil fechar.”
*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae
Japão, 30 mil suicídios por ano: riqueza, tecnologia, mas… vazio na alma?
Bispo do país atribui as causas à falta de sentido existencial, conectada à profunda carência de espiritualidade e religiosidade.
Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.
O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.
Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.
Riqueza, tecnologia e… vazio na alma
Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.
Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram
Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.
Motivos para o suicídio
Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.
O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.
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*Fonte: paporetolive
Japão, 30 mil suicídios por ano: riqueza, tecnologia, mas… Vazio na alma?
Bispo japonês atribui as causas dos suicídios à falta de sentido existencial, conectadas à profunda carência de espiritualidade e religiosidade.
Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.
O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.
Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.
Riqueza, tecnologia e… vazio na alma
Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.
Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram
Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.
Motivos para o suicídio
Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.
O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.
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*Fonte:
Japão, 30 mil suicídios por ano: riqueza, tecnologia, mas… Vazio na alma?
Bispo do país atribui as causas à falta de sentido existencial, conectada à profunda carência de espiritualidade e religiosidade.
Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.
O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.
Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.
Riqueza, tecnologia e… vazio na alma
Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.
Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram
Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.
Motivos para o suicídio
Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.
O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.
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*Fonte: revistapazes
O tatuador da Yakuza explica por que tatuagens nunca devem ser vistas
“Quando algo se torna moda, não é mais fascinante.”
Tendo crescido numa casa muçulmana conservadora, se algum dos meus primos tinha tatuagem eles precisavam escondê-las bem. Tatuagens eram um tabu religioso e cultural. Lembro quando meu tio dos EUA nos visitou, toda vez que ele pegava algo na mesa de jantar, nossos olhos iam direto para as linhas pretas aparecendo por baixo da manga de seu suéter. Elas eram um mistério para nós, apesar de podermos ver que elas tinham algum significado espiritual para ele.
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Hoje em dia, minha pele é marcada por nomes de amigos assassinados, um retrato de Gaddafi (ex-primeiro-ministro da Líbia), datas de prisão e um diamante do 1%. Fiz minhas tatuagens sabendo que meus parentes próximos só as veriam durante o ritual islâmico de banhar meu corpo antes do enterro. Eu queria que minhas tatuagens formassem um retrato visual das ideias e eventos que me transformaram, literal e espiritualmente.
Então fazemos nossas tatuagens para nós mesmo ou para mostrar aos outros? No Ocidente, provavelmente um pouco dos dois. E por isso que sempre achei a abordagem dos yakuzas japoneses das tatuagens tão fascinante. Eles acreditam que tatuagens são particulares, então fazem tatuagens de corpo inteiro que não podem ser vistas acima da gola ou das mangas. Dessa maneira, a humildade da sociedade japonesa impediu a cultura da tatuagem de interromper a vida pública.
Todas as fotos pelo autor.
De todos os tatuadores do Japão, Horiyoshi III provavelmente é o mais lendário. Ele é um tatuador Irezumi que vive em Yokohama, e também é o tatuador favorito da Yakuza, a máfia japonesa.
Estava chovendo quando peguei o trem para visitar Horiyoshi III. Fui recebido na porta de seu estúdio por dois homens de terno Burberry e levado para dentro, onde Horiyoshi estava concentrado em seu trabalho. Eu não conseguia entender os rosnados intermitentes em japonês. Eles davam tapas no chão como se estivessem tentando colar o carpete. Horiyoshi estava em silêncio. Ele não nos cumprimentou por mais de uma hora. O zumbido silencioso da máquina era quase meditativo.
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Os homens eram membros da família yakuza local. Horiyoshi estava tatuando um peixe koi vermelho no chefe dos homens, um cara grisalho usando um conjunto Champion vermelho. Eles me ofereceram um cigarro, e perguntei nervoso se não era melhor eu fumar lá fora. O zumbido da agulha de Horiyoshi parou abruptamente quando ele começou a rir, como se estive acordando de um sonho lúcido. “Relaxe, pode fumar aqui.”
VICE: Por que você acha que os membros da Yakuza gostam de se tatuar com você?
Horiyoshi III: Os yakuza querem sempre o melhor; tudo tem que ser de primeira classe. O que eles vestem, os lugares que frequentam, as mulheres com quem andam e os carros que dirigem. Eles têm muito orgulho. E eles querem ter tatuagens bem feitas, então me procuram.
No Ocidente, quando pensamos em homens japoneses com o corpo coberto de tatuagens, a primeira coisa que pensamos é na Yakuza.
O jeito como a cultura da tatuagem é ligada à Yakuza e ao mundo do crime tem muito a ver com o jornalismo. Quando eu era criança, os garotos liam sobre a Yakuza e achavam que eles eram más pessoas. Mas conheço esses caras pessoalmente. Eles fazem muitas coisas boas pela comunidade. Quando o terremoto aconteceu, eles responderam mais rápido que o governo. Todo mundo teve que sair de suas casas, e foi a Yakuza que garantiu que ninguém fosse roubado.
Jovens yakuzas se preparam para ser tatuados.
Li que criminosos muitas vezes eram punidos com tatuagens no período Edo.
No período Edo, criminosos recebiam o símbolo Tokigawa na nuca para evitar a pena de morte. Mas aí os oficiais simplesmente arrancavam a pele deles antes de executá-los. Se você tatua o símbolo de uma família é um crime muito sério, quase tão ruim quando tatuar um símbolo de samurai da primeira geração.
No Japão, esses símbolos têm conotações profundas. Criminalidade não nos interessa. Nem intimidação plástica. Não fazemos tatuagens para mostrar masculinidade. Muitos dos nossos desenhos contêm uma cena de uma história. Se você usa os símbolos de punição como uma tatuagem, não é legal porque significa que você foi preso por algo pequeno. No período Edo, se tivesse cometido um crime sério, você tinha a cabeça cortada. É estranho falar sobre o que é legal quando estamos falando de crime.
Os yakuzas sentem que essas cenas da mitologia japonesa expressam quem eles realmente são, fora dos estereótipos alimentados por propaganda?
Se a Yakuza quisesse usar tatuagens para mostrar ao público que são uma gangue, eles simplesmente teriam tatuagens visíveis e diriam que são yakuzas. Mas eles não são idiotas. Não acho que eles fazem suas tatuagens com sua aliança à Yakuza em mente. Às vezes, as pessoas se referem a Yakuza com a palavra ninkyō, que na verdade significa “ajudar pessoas abaixo de você”. A Yakuza tenta ajudar pessoas, e [a tatuagem] é tradicionalmente sobre isso. As tatuagens são para mostrar que eles têm a força para ajudar os fracos. Mas não precisam tornar isso público.
Decorações e presentes de Horiyoshi.
Você já se recusou a fazer uma tatuagem?
Sim, nunca tatuo acima do pescoço ou as mãos. Acredito que a beleza está no que você não pode ver. O que é belo é diferente para cada pessoa. Pode ter a ver com as profundezas da sua história pessoal e cultural. A estética japonesa é muito única em comparação com o Ocidente. Se você pensa sobre o seppuku (ritual de suicídio japonês), temos uma qualidade estética para o suicídio e a morte. É preciso, simples, frágil, ousado e com peso. Cerimônia do chá, arranjos florais, espadas samurais — tem um estilo muito consciente em jogo.
Por que você acha que é importante esconder suas tatuagens?
A cultura das tatuagens no Japão ainda é tabu, mas por isso a cultura é tão bela. Vaga-lumes só podem ser visto à noite porque sua beleza só é vista no escuro. Eles não podem ser apreciados na luz do dia. Quando algo se torna moda, não é mais fascinante. Na cultura ocidental, tatuagem pode ser moda ou tendência, mas no Japão apreciamos tatuagens que você não pode ver e é por isso que as achamos belas. A cultura japonesa é sobre estar nas sombras.
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“Na cultura ocidental, tatuagem pode ser moda ou tendência, mas no Japão apreciamos tatuagens que você não pode ver e é por isso que as achamos belas. A cultura japonesa é sobre estar nas sombras.”
As igrejas ocidentais são iluminadas e opulentas, mas nosso templos são silenciosos e escuros. Na cultura japonesa, retratamos a luz explorando as sombras. A sombra dos budas é mais importantes que o rosto das esculturas. As pessoas se tatuam aqui sabendo que não vão mostrá-las o tempo todo, e é por isso que levamos as tatuagens a sério. Nossa cultura espiritual é diferente da de outros países, porque quando mostramos nossas tatuagens, isso toma a forma de uma luz misteriosa que está escondida. Por isso é fascinante.
Acho essa ideia de ser atraído pela escuridão muito interessante.
É da natureza humana ser atraído para lugares escuros. Mesmo à noite quando a lua está cheia, parecemos atraídos pela superstição do escuro. É a natureza humana. As pessoas são muito boas em usar as sombras para tirar sentido da luz. Talvez, na cultura ocidental, eles comecem com a luz e tentem entender suas sombras. No Japão, para entender o que a luz representa, exploramos as tradições das sombras.
Na nossa cultura, temos uma forma de teatro musical chamado Noh; isso vem de antes da eletricidade no Japão. As pessoas faziam fogueiras e atuavam ao redor do fogo. Não é como um holofote porque você não pode ver a ação perfeitamente, mas os figurinos refletem as chamas. As roupas dos atores eram costuradas com fios de ouro e prata. Se a cena fosse iluminada perfeitamente, você poderia ver o fio dourados, mas o drama da luz refletida ganha vida no escuro.
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Os arquitetos japoneses estão sempre pensando nas sombras e na posição da luz do sol. A posição das janelas é muito importante nas casas japonesas.
Shige me disse para visitar os jardins Sankeien, parecia mais arte que arquitetura.
Sim, os arquitetos calculavam cada mês do ano, assim podiam pintar a paisagem usando sombras, luz e as estações. Não é só com tatuagens. Mesmo quando você olha o oceano e vê o reflexo da lua nas ondas, parece misterioso e lindo, mas quando você vai à praia durante o dia o mar é brilhante, mas não transmite mistério.
Chefe da Yakuza tatuado com um peixe koi. Segundo o folclore japonês, o peixe koi pode subir cachoeiras e nadar contra correntezas fortes.
Por que você se recusa a ser chamado de artista?
Não vou negar. Sou um artesão e se as pessoas querem chamar isso de arte isso é assunto delas. Sou um artesão. Tem uma escultura famosa chamada gato dormindo — nemuri neko . Eles chamam isso de uma grande obra de arte, mas não sei se o escultor queria que fosse arte. Ele era um artesão; tenho certeza que ele nunca disse que era um artista.
Horiyoshi III.
As pessoas sempre me perguntam o que eu acho que é arte. Não sei onde a fica a fronteira para arte padrão. Nos pergaminhos tradicionais japoneses, a forma de arte definitiva para o meio é quando não há pintura no pergaminho. Há beleza no espaço e o espectador deve imaginar o que é arte.
Considerando arte moderna, se alguém coloca pedras que achou na calçada numa galeria, isso é considerado arte. Castelos, espadas, cerâmica — é tudo arte. Onde estão as fronteiras? Acho pessoalmente que a cerimônia do chá japonesa é arte. Não sei mais o que é arte. Isso depende de quem escolhe? Quem tem valor hoje em dia? O que tem valor?
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*Fonte: vice
Por que o governo japonês está fechando cursos de humanas?
Nos últimos dois anos, mais de 20 universidades japonesas anunciaram cortes nos seus departamentos de ciências humanas e sociais. A medida acompanha uma orientação do governo que vem sendo contestada: a de focar investimentos produção de conhecimento científico que atende às necessidades mais imediatas da sociedade.
Desde a publicação de uma nota do Ministro da Educação do Japão, Hakubun Shimomura, em 2015, pelo menos 26 das 60 universidades no Japão que possuíam departamentos de ciências humanas fecharam esses cursos ou reduziram o corpo docente. No texto, o ministro recomenda que a administração das universidades “tomem medidas para abolir organizações de ciências humanas e sociais ou convertê-las para servir a áreas que atendem melhor às necessidades da sociedade”.
A partir desta nova orientação, de acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal japonês The Yomiuri Shimbun, pelo menos 17 universidades aboliram os processos seletivos de alunos para os cursos de ciências humanas e sociais, incluindo cursos como Direito e Economia.
O presidente da Universidade de Osaka, Nishio Shojiro, foi um dos primeiros a apoiar a ideia e, na ocasião, incentivou a administração de demais instituições a “pensar de modo proativo sobre o que podem fazer” para adequar o perfil das universidades. Com formação e carreira em tecnologia, o líder da maior universidade do país afirmou que estudos na área de humanidades não costumam ter “um foco forte em responder às demandas da sociedade”.
A posição é alinhada à do primeiro-ministro, Shinzo Abe, que é caracterizado por um perfil voltado para resultados e focado em reassegurar a conjuntura política e econômica do país.
“Em vez de aprofundar pesquisas acadêmicas que são altamente teóricas, vamos conduzir uma educação mais prática e vocacional, que antecipa melhor as demandas da sociedade”, declarou Abe.
O enxugamento das áreas de ciências humanas e sociais é parte do plano do primeiro-ministro de colocar pelo menos 10 universidades japonesas no ranking das 100 melhores universidades do mundo na próxima década. Hoje, apenas a Universidade de Tokyo e a Universidade de Kyoto estão no ranking, em 39º e a 91º lugar, respectivamente.
Reação
Mas são justamente as duas universidades melhores posicionadas nos rankings mundiais que lideram a resistência contra o fim das ciências humanas e fazem parte da parcela de instituições que mantém os investimentos na área. Para a presidente da Universidade de Shiga, Sawa Takamitsu, o perfil do governo japonês é “anti-intelectual” e diminui as chances das instituições alcançarem melhores posições no ranking mundial.
“Acredito que se o Japão leva a sério o objetivo de ter 10 das suas universidades no ranking mundial das 100 melhores, seria muito mais eficaz e vantajoso promover, ao invés de abolir ou cortar a educação e pesquisa em ciências humanas e sociais”, defende Takamitsu em editorial publicado no Japan Times.
O objetivo, segundo acadêmicos do país, falha por manter o foco no curto prazo, priorizando apenas posições em rankings, sem se voltar para uma reforma de longo prazo que resolva efetivamente os problemas estruturais da educação superior.
Segundo Takamitsu, o Ministério da Educação do Japão sugeriu que os estudantes de ciências humanas das universidades japonesas deveriam estudar programação de softwares de contabilidade em vez de livros de economia e desenvolver habilidades de tradução simultânea entre o japonês e o inglês em vez de ler as obras de Shakespeare. “Essas propostas são revoltantes e não consigo tolerar anti-intelectuais distorcendo as políticas governamentais relacionadas a educação”, critica Takamitsu.
Entidades do setor da educação do país também são contrárias às mudanças. O Conselho de Ciência do Japão, organização multidisciplinar de cientistas japoneses, publicou uma declaração expressando oposição e “profunda preocupação” em relação ao que isso representa para o meio acadêmico.
“A academia contribui para a criação de uma sociedade culturalmente e intelectualmente mais rica. Vemos como a nossa missão produzir, aperfeiçoar e compartilhar percepções equilibradas e aprofundadas de conhecimento acerca da natureza, dos seres humanos e da sociedade. Portanto, ciências humanas e sociais fazem uma contribuição essencial para o conhecimento acadêmico como um todo”, diz a declaração.
Reflexo natural
A tendência japonesa de minimizar as ciências humanas em detrimento das ciências naturais não vem de hoje. Esse enfoque nas áreas voltadas pra o desenvolvimento tecnológico é reflexo de medidas instauradas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o então primeiro-ministro, Kishi Nobusuke, determinou que todos os departamentos de ciências humanas e sociais fossem abolidos das instituições de ensino públicas para que pudessem focar em ciências naturais e engenharia.
A resolução foi parte de uma série de medidas do governo japonês que levaram o país a se recuperar do impacto econômico da guerra – hoje, o país é a terceira maior economia do mundo por Produto Interno Bruto (PIB) nominal.
Ao mesmo tempo, o Japão passa por dois processos de aumento dos gastos públicos: de um lado, o envelhecimento demográfico, associado a uma política de imigração restritiva, diminui a mão de obra no mercado; do outro, um número cada vez menor de jovens ingressam no ensino superior. A expectativa dos defensores da proposta é de que os cortes em humanidades levem esses jovens para as ciências naturais e acelerem o desenvolvimento das inovações em ciência e tecnologia, aquecendo a economia do país.
Mas as políticas econômicas do primeiro-ministro japonês, que impulsionaram as mudanças nas universidades, não têm trazido a reforma esperada na economia do país: tentativas de aceleração da produtividade não foram suficientes para aumentar a inflação do país, que permanece abaixo dos 2%, refletindo o baixo índice de compra da população. Do mesmo modo, o crescimento do PIB até abril foi de 0,3%, e a popularidade de Abe caiu para 30%.
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*Fonte: gazetadopovo
No Japão, jornal é feito de papel que vira planta
Mesmo o papel se decompondo rapidamente quando descartado, para a sua confecção é preciso que 20 árvores sejam cortadas e retiradas da natureza, desencadeando diversos problemas ao meio ambiente.
Para acabar com esse grave problema foi desenvolvido na Inglaterra um papel reciclado, batizado de papel semente, feito com fibras e sementes de plantas que, quando picado e plantado, pode virar ervas, vegetais ou flores, como camomila, cebolinha, tomate e rosas.
O papel semente, que está a cada dia ganhando mais força no mercado em forma de convites, cartões, envelopes e sacolas, chegou no Japão no formato de jornal. Chamado de Jornal Verde, o produto foi criado pela editora do famoso jornal japonês, The Mainichi Shimbunsha, e colocado em prática pela agência publicitária Dentsu Inc.
O jornal que agora depois de lido pode ser picotado e descartado na terra, possui sementes de ervas e flores em sua composição e é impresso com tinta 100% vegetal. Depois dessa iniciativa sustentável, ele se tornou um enorme sucesso e hoje tem uma tiragem diária de 4 milhões de exemplares, chegando a uma receita de mais de U$ 700 mil. A ideia também chegou nas escolas, com o objetivo de incentivar e conscientizar as crianças sobre a importância da preservação do meio ambiente e da reciclagem.
O compromisso do jornal com a natureza já é bastante conhecido no Japão por conta de uma campanha de publicidade sobre doação de água para as populações que sofrem com a seca e a sede.
Mesmo o papel semente não sendo uma novidade, é muito interessante ver o quanto as pessoas estão preocupadas em reduzir as emissões de CO2 gerados pelos processos tradicionais de eliminação de resíduos e pelo desmatamento.
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*Fonte: pensamentoverde