“A diferença entre o cérebro do homem e da mulher” por Leandro Karnal

“Você senta-se numa cadeira em determinada sala, sai de lá e depois retorna. Se alguém se sentou no lugar em que você anteriormente se sentara você estranha. “Pegou o meu lugar.” Já se cria uma zona de conforto numa cadeira que não lhe pertence, num espaço que não lhe pertence.

Eu acho que os homens são ainda mais inclinados à zona de conforto. Homens, para serem felizes, precisam de televisão e comida. Tendo essas duas coisas, eles vão às bodas de ouro facilmente. São as mulheres que querem carinho, afeto, discussão, relação etc. Os homens precisam de comida e de televisão porque eles são capazes de possuir uma zona cerebral vazia que é única, que não pensa em nada.

Já foi dito que a diferença entre o cérebro feminino e masculino é que o feminino é uma caixa única de onde, ao puxar-se alguma coisa, vem junto tudo (absolutamente tudo). E o cérebro masculino está dividido em caixas que separam, por exemplo, afeto de s*xo, mas, acima de tudo, há uma caixa vazia que permite ao homem pescar, por exemplo. Pescar é o exercício do vazio absoluto.

Quando as mulheres perguntam “Em que você está pensando?” e os homens respondem “Nada” é verdade. Os homens têm certo potencial de vazio enquanto todas as mulheres que conheci nunca não pensam em alguma coisa, ou seja, elas estão pensando o tempo todo. São cabeças sempre em atividade. O vazio é masculino (tem relação, eu acho, com a testosterona) ou, como diria minha avó, os homens têm duas cabeças, mas sangue só enche uma delas de cada vez. Quando enche uma, a outra entra em colapso, o que explica muita coisa.”

*Por Leandro Karnal
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*Fonte: provocacoesfilosoficas

Fofoca é a vingança e a narrativa dos fracassados – Por Leandro Karnal

Transcrevemos uma fala do professor Leandro Karnal sobre o livro “Sapiens – Uma breve história da humanidade“, que postula que o Ser Humano começou a viver em grupo a partir do que conhecemos hoje como fofoca:

“Segundo o autor israelense,o excelente livro Sapiens, a partir da revolução cognitiva – 70 mil anos atrás, os homens começaram a espécie sapiens, que se tornou depois a única espécie do gênero homo, se transformou no que ela é em função da linguagem. E a linguagem que é comum a quase todos os animais, se tornou muito sofisticada entre nós. Ele dá como exemplo no livro que alguns macacos aprenderam que determinados guinchos [som do macaco] falam que ‘vem vindo um predador’, e que alguns macacos, inclusive, mentem ‘vem vindo um predador’, e o grupo foge para árvore e pega as bananas que estão no chão.

Mas a capacidade de mentir elaboradamente… [pertence aos homens] Lembrando que a fofoca pode ser verdadeira ou falsa. Às vezes eu espalho uma notícia negativa que é verdadeira e, às vezes,eu espalho uma notícia negativa que é falsa, mas nós gostamos dela porque ela nos protege: ‘eu sei que o outro também tem defeitos’, e é também a última vingança dos fracos. Quando alguém muito famoso, muito importante ou muito bonito diz algo e nós falamos da vida dele, falamos das suas questões pessoais, que é a nossa defesa. Na verdade a fofoca é a narrativa do fracassado”.

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*Fonte: portalraizes

Como saber se seus amigos são falsos: um teste infalível, por Leandro Karnal

As amizades são um dos tesouros mais preciosos da vida, um dos bens mais valiosos que podemos conquistar.

Os amigos chegam em nossas vidas e nos apresentam para um mundo totalmente novo, em que somos amados, compreendidos e no qual nunca estamos sozinhos. Muitas vezes, essas pessoas nos fazem mais bem do que nossas próprias famílias, porque nos aceitam como somos e estão sempre dispostos a fazer tudo ao seu alcance para que sejamos felizes.

Nós nos tornamos muito íntimos das pessoas que consideramos amigos de verdade, dividimos nossos problemas, preocupações e também celebramos nossas conquistas ao seu lado, porque temos a certeza de que estarão felizes por nós, de que não importa quais sejam suas questões pessoais, elas nunca estarão ruins demais para nos oferecer um sorriso, um abraço.

No entanto, muitas vezes nos enganamos, aproximamos muito de uma pessoa, mostramos a ela nossas vidas e permitimos que esteja sempre por perto, acreditando que deseja o nosso bem e que quer manter nossa amizade em constante evolução, quando na verdade ela não tem boas intenções em seu coração.

Pode desejar nos usar para objetivos egoístas, nos manipular para conseguir o que deseja e até mesmo nos prejudicar apenas para se sentirem melhores consigo mesmas.

Nem sempre é fácil detectar um amigo falso e por isso muitas pessoas podem passar anos em uma amizade tóxica sem perceber.

No entanto, Leandro Karnal nos ensina um teste muito simples que pode nos dizer se a pessoa que tanto estimamos é nossa amiga de verdade. Ele explica melhor o teste no vídeo que mostramos abaixo.

“Uma vida sem amizade é uma vida vazia. Uma vida sem amigos verdadeiros é uma vida desperdiçada”, diz Karnal, e para que possamos preencher nossas vidas apenas com pessoas verdadeiras, precisamos saber diferenciar os diferentes tipos de amizade que existem.

*Assista ao vídeo abaixo e descubra o teste infalível de Karnal:

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*Fonte: osegredo

4 conselhos ‘sincerões’ de Leandro Karnal que você deveria levar para a vida toda

Leandro Karnal é professor, historiador, cronista. Mas ele pode ser definido também como um grande frasista, ou pode ser considerado apenas um grande pensador contemporâneo.

O professor sempre apresenta seus argumentos com propriedades e se porta de uma maneira calma e com semblante sereno, mesmo quando há polêmicas envolvidas. Ponderado, ele sempre olha todos os lados de uma análise, sempre respeitando os lados que, claro, são terminantemente éticos.

Separamos alguns alguns comentários e frases de impacto do professor Karnal para refletirmos

1. ‘A certeza é própria do caráter raso’

Recentemente em uma palestra com o título “Fama, Fé e Fortuna”, em que passeia por diversas linhas de pensamento e problemáticas contemporâneas, Leandro Karnal não poupou aqueles que não lêem, não estudam, mas dizem saber de um tudo por aí. Vale até a transcrição de um trecho:

“Geralmente as pessoas que estudam pouco ou observam pouco o mundo ou têm pouca capacidade limitada de compreensão, têm muita certeza. A certeza é própria do caráter raso. Não é que as pessoas que estudam têm um bom caráter, há muitas pessoas cultíssimas também com caráter raso, mas é capacidade de você abarcar a diversidade que outro ser de um jeito que não fira a lei, que não fira a ética, que outro ser de um jeito não o torna pior ou melhor, torna-o diferente (…)”.

2. Dois grandes valores reais da sociedade

Em 2016 em uma entrevista ao Roda Viva, a colunista Ana Cristina Reis, questionou Karnal sobre algumas frases célebres do livro “Felicidade ou Morte”. Entre outras, a jornalista chamou atenção à seguinte:

“A família e o celular são os dois grandes valores que sociedade ocidental construiu”.

Contextualizando a frase, Karnal respondeu assim: “Aqui as pessoas morrem (pelo sentimento que têm) pela família, assim como morrem pelo celular, falando e digitando enquanto dirigem, ou seja, vale a pena eu arriscar minha vida para manter-me conectado”.

3. Karnal não passa pano para os “umbiguistas”

Em recente entrevista à BBC por conta do lançamento de seu mais novo livro (O dilema do porco-espinho: como encarar a solidão), o também professor da Unicamp não facilita para os que acham que todos seus problemas estão nos outros ou que o Universo conspira sempre contra.

“Negociando meu narciso na convivência social eu paro de me achar o centro do mundo e percebo que parte da minha tristeza solitária é vaidade ou narciso ferido”, disse ele ao ser questionado pela reportagem sobre aproveitamento espaços compartilhamento para lidar com a solidão.

Olhar para dentro parece ser um bom conselho para analisar o mundo, tanto o seu quanto o que compartilhamos com todo o restante da população mundial. Obrigado, professor.

4. Uma clássica e polêmica do professor sobre corrupção, uma doença crônica

Em seu canal no Youtube, Saber Filosófico, Karnal relembra certa vez em que disse que “corrupção no Brasil é como herpes, vai e volta, mas nunca é curada”. Essa parece ser uma daquelas máximas tão polêmica como atemporal, tão “de mau gosto” (de certa forma), mas tão real. As aspas em “mau gosto” são justificadas pelo próprio ao dizer que chegou a receber mensagens de uma pessoa que tinha herpes questionando-o a respeito e ele prontamente explicou não estar falando exatamente do problema de saúde daquela pessoa, mas sim uma metáfora – muito bem formulada, diga-se de passagem.

*Leandro Karnal

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*Fonte: sabervivermais

Leandro Karnal – ” Eu só posso me ofender se eu não me conhecer”

Leandro Karnal é um historiador brasileiro, atualmente professor da UNICAMP na área de História da América. Foi também curador de diversas exposições, como A Escrita da Memória, em São Paulo, tendo colaborado ainda na elaboração curatorial de museus, como o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

Graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e doutor pela Universidade de São Paulo, Karnal tem publicações sobre o ensino de História, bem como sobre História da América e História das Religiões.

Em uma brilhante palestra proferida por Karnal, cujo trecho fora selecionado pela Revista Pazes, ele faz um apelo: “Tente descobrir vagamente quem você é e então você não será feliz, mas sua consciência, pelo menos, fará com que você não seja falso, vazio e comum. E que você pare de postar felicidade falsa, que não convence a mais ninguém.”