SHERLOCK HOLMES: 5 Curiosidades sobre o icônico personagem

Nenhum outro personagem é tão marcante na literatura britânica do que Sherlock Holmes. O detetive criado pelo escritor escocês Sir Arthur Conan Doyle foi lançado em 1887, como protagonista de Um estudo em vermelho.

Todavia, apesar de esse livro ser o primeiro a contar com Holmes, o personagem foi se tornar um nome célebre do gênero literário com os contos que Doyle publicou posteriormente. Nesse contexto, foi marcante a coleção de contos As aventuras de Sherlock Holmes, publicada originalmente em 1892.

É considerada um dos primeiros conjuntos de contos de ficção, e deu grande destaque ao investigador e seu colega, Dr. Watson, que resolviam crimes e tentavam corrigir erros sociais. Para celebrar essa icônica obra, conheça algumas curiosidades sobre o grande detetive da literatura.

1. Doyle acreditava que Sherlock Holmes era sua segurança financeira
Depois de publicar Um estudo em vermelho e O signo dos quatro, Sir Arthur Conan Doyle notou que Sherlock Holmes poderia ser seu porto seguro, isto é, um personagem capaz de lhe garantir atenção do público o suficiente para que sempre tivesse contratos para publicação.

Na cabeça do autor, o personagem era excelente para aparecer em revistas semanas, que permitissem sua edição recorrente. O autor se provou correto, tanto que, alguns anos depois, quando decidiu dar cabo do detetive, a revista em que publicava perdeu nada menos do que 20 mil assinantes.

2. Holmes foi inspirado em uma pessoa real
Sherlock Holmes foi criado por Sir Arthur Conan Doyle usando como inspiração, ao menos em partes, o Dr. Joseph Bell, um cirurgião e professor do Royal College of Surgeons de Edimburgo.

O autor havia sido aluno de Bell, que cativou o criador de Holmes pela acuidade de suas observações, bem como sua capacidade de diagnosticar doenças usando apenas algumas poucas pistas.

O cirurgião também havia estudado análise de caligrafia e dialetologia, o que auxiliou que Doyle ficasse ainda mais fascinado por suas qualidades.

3. Sua primeira aparição é considerada um mistério sem mistério
O primeiro conto que Doyle publicou com Sherlock Holmes na The Strand não era bem um mistério. “Um Escândalo na Boêmia”, publicada em julho de 1891, não oferece nenhum tipo de mistério, pelo contrário. Holmes é contratado pelo rei da Boêmia para resgatar um foto dele com uma ex-amante.

O investigador tem todas as informações de que precisa a seu alcance, e mesmo assim tem grandes dificuldades em obter a foto da mulher, a cantora de ópera Irene Adler. Estudiosos da obra do escocês sugere que sua primeira aparição em grande estilo é, na verdade, um retumbante fracasso.

4. As Aventuras de Sherlock Holmes foram proibidas na União Soviética
A publicação de As aventuras de Sherlock Holmes é um marco na literatura do gênero, mas não encontrou muitos adeptos em certo período na União Soviética. O aclamado detetive ia ganhar sua primeira edição no país em 1929, quando as autoridades locais decidiram que o livro não deveria ser publicado.

A razão? O autor havia retratado o ocultismo na obra, tema proibido pelo governo soviético na época. Apesar da proibição, o apelo gerado pelas histórias de Holmes fizeram com que o material circulasse em um mercado paralelo no país. A proibição foi retirada apenas em 1940, durante o período da Segunda Guerra Mundial.

5. Sherlock Holmes é o personagem literário mais retratado
Sherlock Holmes garantiu um lugar na história para além da literatura. Ele garantiu o recorde mundial de personagem literário humano mais adaptado para a televisão, cinema e teatro. Ao todo, são 299 representações do investigador.

A primeira delas ocorreu no distante ano de 1899, quando o ator norte-americano William Gillette, a pedido de Doyle, adaptou o personagem para uma peça teatral chamada Holmes. Boa parte do estilo e da estética que cercam a representação visual que temos de Sherlock surgiram nesta adaptação.

A título de curiosidade, se desconsiderarmos o fator humano, Holmes perde o lugar de mais adaptado apenas para o vampiro Drácula.

*Por Alejandro Sigfrido Mercado Filho
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Fonte: megacurioso

5 dos livros de FICÇÃO CIENTÍFICA mais PREMIADOS do Mundo

Os prêmios Nebula e Hugo são reconhecimentos dados às melhor obras de ficção científica produzidas em determinados períodos. O Nebula, que surgiu em 1966, é concedido pela Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA). Já o prêmio Hugo (cujo nome homenageia Hugo Gernsback, o fundador da revista de ficção científica Amazing Stories) foi lançado em 1953.

Alguns livros de ficção científica são tão incríveis que já foram vencedores dos dois prêmios. Conheça 5 obras que receberam esta honra.

1. Duna, de Frank Herbert (1965)
O romance clássico de Frank Herbert é tão importante que já gerou duas versões cinematográficas — uma em 1984, dirigida por David Lynch, e outra em 2021, dirigida por Dennis Villeneuve.

Duna se passa no futuro distante e mostra um império intergaláctico feudal que é controlado em que casas nobres estão em guerra. Neste contexto, o livro se centra na história de Paul Atreides, da Casa Atreides, cuja família se transfere ao planeta Arrakis, única fonte do universo de uma especiaria chamada mélange. A obra segue cultuada no mundo todo pois fala, de uma forma lúdica e instigante, sobre o contexto das disputas da política.

2. Encontro com Rama, de Arthur C. Clarke (1973)
Arthur C. Clarke (autor também do clássico 2001: uma odisseia no espaço) conta uma história que se inicia quando um meteoro gigantesco atinge a Terra e destrói boa parte da Europa. Para evitar uma nova catástrofe, líderes mundiais e cientistas criam um novo sistema de monitoramento espacial chamado Spaceguard.

Cinquenta anos depois, uma nova missão é incumbida de descobrir mais sobre um novo meteoro que se aproxima, chamado Rama. Mas, diferentemente do que se imaginava, Rama se revela uma construção complexa e misteriosa, com enigmas que desafiam os conceitos humanos.

3. Neuromancer, de William Gibson (1984)
Neuromancer é um clássico famosíssimo, e deu origem ao conceito de ciberespaço, prevendo como seria posteriormente o ambiente da internet. O romance conta a história de Case, que é um cowboy do ciberespaço e atua como hacker.

Quando seus crimes são descobertos, ele é punido com a inserção de uma toxina em seu sistema nervoso que o impede de entrar no mundo virtual. Vira, então, um andarilho. Para sobreviver, Case acaba entrando em uma jornada que mudará para sempre o mundo e a percepção que se tem sobre a realidade.

4. Deuses Americanos, de Neil Gaiman (2001)
Deuses Americanos é uma obra densa e inovadora, que mistura a mitologia de várias culturas. Neil Gaiman cria uma trama centrada em Shadow Moon, que foi solto recentemente da prisão e descobre que sua mulher morreu em um acidente de carro um tanto obscuro.

Mas logo Shadow começa a ver que há muito mais coisa acontecendo na terra, o que envolve uma disputa entre diversos deuses que aqui habitam – embora nem sempre sejam reconhecidos como divindades. A obra gerou uma série com três temporadas, disponível na StarZ e no Amazon Prime.

5. O Sindicato dos Policiais Iídiche, de Michael Chabon (2007)
No romance O Sindicato dos Policiais Iídiche, Michael Chabon propõe um revisionismo histórico: após a Segunda Guerra Mundial, um assentamento de refugiados judeus foi estabelecido no Alasca e o estado de Israel foi destruído. Neste local, ocorre um assassinato, e o detetive Meyer Landsman recebe a tarefa de desvendar o crime.

A obra, que é um thriller, traz uma trama repleta de gângsters que se enfrentam em um contexto imaginário que provoca a pensar sobre possíveis desdobramentos de uma grande guerra.

*Por Maura Martins
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*Fonte: megacurioso

Por que nos lembramos mais lendo em papel do que em uma tela?

Durante a pandemia, muitos professores universitários abandonaram as tarefas dos livros impressos e se voltaram para textos digitais ou cursos multimídia.

Como professora de linguística , venho estudando como a comunicação eletrônica se compara à impressão tradicional quando se trata de aprendizado. A compreensão é a mesma se uma pessoa lê um texto na tela ou no papel? E ouvir e visualizar o conteúdo é tão eficaz quanto ler a palavra escrita ao cobrir o mesmo material?

As respostas para ambas as perguntas geralmente são “não”, como discuto em meu livro “ How We Read Now ”, lançado em março de 2021. Os motivos estão relacionados a uma variedade de fatores, incluindo concentração diminuída, mentalidade de entretenimento e tendência a multitarefas enquanto consome conteúdo digital.

Impressão versus leitura digital
Ao ler textos de várias centenas de palavras ou mais, o aprendizado geralmente é mais bem -sucedido quando está no papel do que na tela. Uma cascata de pesquisas confirma essa descoberta.

Os benefícios da impressão brilham particularmente quando os experimentadores passam de tarefas simples – como identificar a ideia principal em uma passagem de leitura – para aquelas que exigem abstração mental – como tirar inferências de um texto. A leitura impressa também melhora a probabilidade de lembrar detalhes – como “Qual era a cor do cabelo do ator?” – e lembrando onde em uma história os eventos ocorreram – “O acidente aconteceu antes ou depois do golpe político?”

Estudos mostram que tanto os alunos do ensino fundamental quanto os universitários supõem que obterão pontuações mais altas em um teste de compreensão se tiverem feito a leitura digitalmente. E, no entanto, eles realmente pontuam mais alto quando lêem o material impresso antes de serem testados.

Os educadores precisam estar cientes de que o método usado para testes padronizados pode afetar os resultados. Estudos com alunos da décima série norueguesa e alunos da 3ª a 8ª série dos EUA relatam pontuações mais altas quando os testes padronizados foram administrados em papel. No estudo dos EUA, os efeitos negativos dos testes digitais foram mais fortes entre alunos com baixa pontuação de desempenho em leitura, alunos de inglês e alunos de educação especial.

Minha própria pesquisa e a de colegas abordaram a questão de forma diferente. Em vez de pedir aos alunos que lessem e fizessem um teste, perguntamos como eles percebiam seu aprendizado geral quando usavam materiais de leitura impressos ou digitais. Tanto os alunos do ensino médio quanto os universitários julgaram a leitura em papel como melhor para a concentração, aprendizado e memorização do que a leitura digital.

As discrepâncias entre os resultados impressos e digitais estão parcialmente relacionadas às propriedades físicas do papel. Com o papel, há literalmente uma imposição de mãos, junto com a geografia visual de páginas distintas. As pessoas muitas vezes ligam sua memória do que leram a até que ponto o livro estava ou onde estava na página.

Mas igualmente importante é a perspectiva mental, e o que os pesquisadores de leitura chamam de “ hipótese superficial ”. De acordo com essa teoria, as pessoas abordam textos digitais com uma mentalidade adequada às mídias sociais casuais e dedicam menos esforço mental do que quando estão lendo impressos.

Podcasts e vídeos online
Dado o aumento do uso de salas de aula invertidas – onde os alunos ouvem ou assistem ao conteúdo das palestras antes de vir para a aula – juntamente com mais podcasts disponíveis publicamente e conteúdo de vídeo on-line, muitas tarefas escolares que anteriormente envolviam leitura foram substituídas por ouvir ou assistir. Essas substituições se aceleraram durante a pandemia e migram para o aprendizado virtual.

Pesquisando professores universitários dos EUA e da Noruega em 2019, a professora da Universidade de Stavanger Anne Mangen e eu descobrimos que 32% dos professores dos EUA estavam substituindo textos por materiais de vídeo e 15% relataram fazê-lo com áudio. Os números foram um pouco menores na Noruega. Mas em ambos os países, 40% dos entrevistados que mudaram os requisitos do curso nos últimos cinco a 10 anos relataram atribuir menos leitura hoje.

A principal razão para a mudança para áudio e vídeo é que os alunos se recusam a fazer leituras atribuídas. Embora o problema não seja novo , um estudo de 2015 com mais de 18.000 alunos do último ano da faculdade descobriu que apenas 21% geralmente concluíam todas as leituras do curso atribuídas.

O áudio e o vídeo podem parecer mais envolventes do que o texto e, portanto, os professores recorrem cada vez mais a essas tecnologias – digamos, atribuir uma palestra TED em vez de um artigo da mesma pessoa.

Maximizando o foco mental
Psicólogos demonstraram que, quando os adultos leem notícias ou transcrições de ficção , eles se lembram mais do conteúdo do que se ouvissem peças idênticas.

Os pesquisadores encontraram resultados semelhantes com estudantes universitários lendo um artigo versus ouvindo um podcast do texto. Um estudo relacionado confirma que os alunos fazem mais divagações ao ouvir áudio do que ao ler.

Os resultados com alunos mais jovens são semelhantes, mas com uma diferença. Um estudo em Chipre concluiu que a relação entre as habilidades de ouvir e ler muda à medida que as crianças se tornam leitores mais fluentes. Enquanto os alunos da segunda série tiveram melhor compreensão com a audição, os alunos da oitava série apresentaram melhor compreensão na leitura.

A pesquisa sobre a aprendizagem de vídeo versus texto ecoa o que vemos com áudio. Por exemplo, pesquisadores na Espanha descobriram que alunos do quarto ao sexto ano que liam textos mostravam muito mais integração mental do material do que aqueles que assistiam a vídeos. Os autores suspeitam que os alunos “leem” os vídeos de forma mais superficial porque associam o vídeo ao entretenimento, não ao aprendizado.

A pesquisa coletiva mostra que as mídias digitais têm características comuns e práticas de usuários que podem restringir o aprendizado. Isso inclui concentração diminuída, mentalidade de entretenimento, propensão a multitarefas, falta de um ponto de referência físico fixo, uso reduzido de anotações e revisão menos frequente do que foi lido, ouvido ou visto.

Textos digitais, áudio e vídeo têm funções educacionais, especialmente quando fornecem recursos não disponíveis na versão impressa. No entanto, para maximizar a aprendizagem onde o foco mental e a reflexão são necessários, os educadores – e os pais – não devem presumir que todas as mídias são iguais, mesmo quando contêm palavras idênticas.

Naomi S. Baron , Professora de Linguística Emérita, American University
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*Fonte: sabersaude

A ciência explica por que estamos lendo menos

Você tem a impressão que, com o passar do tempo, tem lido cada vez menos? Pode não ser apenas uma impressão. Várias reportagens e estudos têm mostrado que o hábito de ler tem se tornado mais raro nos diferentes países.

Uma pesquisa realizada em 2019 pela Kantar Media no Reino Unido sugere que só 51% dos adultos haviam lido pelo menos um livro no ano anterior. Ou seja, 49% destas pessoas não havia nem pegado em um livro durante este período.

Na América, a situação é relativamente melhor: 27% dos adultos não haviam lido um livro em 2019. Já aqui, uma pesquisa chamada Retratos da Leitura no Brasil mostrou em, entre 2015 e 2019, a porcentagem de pessoas que se declararam leitoras diminuiu de 56% para 52%. Mas o que será que causa esse desinteresse por essa prática tão saudável?

As possíveis explicações
A resposta mais óbvia para explicar a queda do interesse por livros, claro, tem a ver com a nossa obsessão por celulares e mídias sociais, o que tem tornado nossa atenção cada vez mais difusa. Afinal, é bem mais “trabalhoso” ler um livro do que acompanhar um vídeo de TikTok.

Mas há outras hipóteses possíveis. Uma delas é a recessão. A classe média, em boa parte dos lugares – como o Brasil – está encolhendo. Por isso, talvez possa haver uma co-relação: quanto menos dinheiro as pessoas têm, menos elas leem. Isso acontece tanto por conta dos preços dos livros, tanto pelo tempo disponível que elas têm (uma vez que precisam “se virar” e correr atrás de seu sustento o tempo todo).

Mas há também uma resposta de fundo científico: a neurociência pode dar explicações sobre como o nosso cérebro tem se moldado para ler cada vez menos.

As mudanças nos processos cognitivos
A neurocientista cognitiva americana Maryanne Wolf é autora do livro O Cérebro no Mundo Digital, o qual oferece algumas possíveis respostas. Segundo a cientista, o excesso de tempo de diante de telas e os nossos hábitos digitais associados a isso estão mudando o modo pelo qual processamos as informações.

O que ocorre é o seguinte: as telas digitais têm nos acostumado com a prática de “passar os olhos” superficialmente sobre múltiplos textos, habilidade que está se sobrepondo à de ler e entender argumentos complexos, fazer análises críticas e criar empatia com pessoas que possuem diferentes pontos de vista.

A explicação faz sentido: Wolf esclarece que a habilidade de ler e interpretar textos e números não nasce conosco, diferente da visão e da linguagem oral. O cérebro humano começou a “conectar” os circuitos cerebrais para a leitura há cerca de 6 mil anos.

Desde então, esse processo foi evoluindo, mas precisa ser trabalhado ao longo da vida de uma pessoa, uma vez que não é inato ao ser humano. “Não existe, portanto, um circuito genético para ler, que se desenvolva logo que uma criança nasce. A habilidade de ler é algo que precisa ser criada no cérebro, e o circuito vai refletir a linguagem que a pessoa usa, seu sistema de escrita, e o meio pelo qual lê”, mencionou Wolf à BBC News Brasil.

Por isso, as mudanças dos nossos hábitos de leitura, potencializadas pelo uso excessivo das redes digitais, tendem a favorecer que nossos cérebros prefiram leituras pouco aprofundadas. Há, portanto, uma espécie de “atrofia” na capacidade de ler textos mais longos.

O que fazer?
A neurocientista ainda alerta que devemos nos preocupar principalmente com os efeitos dessas mudanças nas novas gerações. “Os jovens estão desenvolvendo uma impaciência cognitiva que não favorece a leitura crítica. Deixamos de estar profundamente engajados no que estamos lendo, o que torna mais improvável que sejamos transportados para um entendimento real dos sentimentos e pensamentos de outra pessoa”, pontua.

Por isso, quanto mais nos acostumamos com leituras rápidas (como as feitas em ambientes online), é provável que nos tornemos menos empáticos ou dispostos a entender fenômenos sociais mais complexos, como a economia e a política, que não podem ser resumidos em explicações simples.

Ainda assim, os pesquisadores destacam que não há como remar contra a maré: as pessoas não irão dedicar menos tempo ao digital, pelo menos em um futuro próximo. O lance então é aproveitar essas constatações para partir para as ações.

“Quero reforçar que não vejo isso como uma questão binária, como uma oposição entre telas e papel. Temos apenas de saber qual o propósito do que estamos lendo e qual é a melhor forma de fazê-lo. Não se trata de escolher um meio em detrimento do outro, mas sim entender o que está acontecendo com nosso cérebro e entender o propósito do que se está lendo”, completa Maryanne Wolf.

*Por Maura Martins
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*Fonte: megacurioso

Brasil perdeu quase 800 bibliotecas públicas em 5 anos

Entre 2015 e 2020, o Brasil perdeu ao menos 764 bibliotecas públicas, segundo dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), mantido pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Em 2015, a base de dados contava 6.057 bibliotecas públicas no Brasil, número que caiu para 5.293 em 2020, dado mais recente disponível no site do SNBP.

Para especialistas em biblioteconomia, a queda no número de bibliotecas revela um descaso do poder público com a população mais vulnerável, que não tem acesso a livrarias.

Eles também alertam que o número de bibliotecas fechadas pode ser ainda maior, devido à atual fragilidade do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, após a extinção do Ministério da Cultura, e da falta de controle efetivo pelos sistemas estaduais, cujos dados alimentam o sistema nacional.

Bibliotecas públicas são aquelas mantidas pelos municípios, Estados, Distrito Federal ou governo federal, que atendem a todos os públicos. São consideradas equipamentos culturais e, portanto, estão no âmbito das políticas públicas do governo federal — antes, sob o Ministério da Cultura e atualmente, com a extinção da pasta, sob a Secretaria Especial da Cultura.

Não entram nessa conta as bibliotecas escolares e universitárias, que têm como público-alvo alunos, professores e funcionários das instituições de ensino.

Procurada pela BBC News Brasil, a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo não respondeu a questionamento sobre o que explica o fechamento de centenas de bibliotecas públicas nos últimos anos, nem qual a política do governo Jair Bolsonaro (PL) para bibliotecas.

O Plano Nacional de Cultura, conjunto de objetivos para o setor em vigência desde 2010 cuja validade foi prorrogada por Bolsonaro até 2024, tem como uma das metas “garantir a implantação e manutenção de bibliotecas em todos os municípios brasileiros”.

A perda de mais de 700 bibliotecas nos últimos anos deixa o país cada vez mais distante desta meta. Bibliotecas públicas no Brasil. País perdeu 764 bibliotecas entre 2015 e 2020.

SP e MG foram os que mais fecharam bibliotecas
Das 764 bibliotecas públicas fechadas em cinco anos, 698 (ou 91% do total) estavam localizadas nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo em sua maioria bibliotecas municipais.

São Paulo tinha 842 bibliotecas públicas em 2015, segundo o SNBP, número que caiu para 304 em 2020, com a perda de 538 unidades em cinco anos. O montante representa 70% de todas as bibliotecas fechadas no país no período.

A SP Leituras, organização social atualmente responsável pela gestão do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), confirmou que os números registrados no sistema nacional estão corretos e foram fornecidos pelo SisEB, ponderando, porém, que podem tratar-se de dados intermediários e não do recadastramento oficial feito ao final de cada ano.

Segundo a organização, parte da queda no número de bibliotecas é explicada pela pandemia, que levou ao fechamento provisório ou permanente de diversas unidades.

Questionada sobre os motivos dos fechamentos desde 2015, antes da pandemia, a SP Leituras remeteu o questionamento à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

“É difícil concluir o motivo da variação (ou queda) de número de instituições. Sabemos que, infelizmente, muitas bibliotecas foram sendo fechadas ano após ano, mas não podemos afirmar, com certeza absoluta que estes são os números finais”, respondeu a pasta, por e-mail.

Minas Gerais, por sua vez, somava 888 bibliotecas públicas em 2015, número que caiu para 728 em 2020, uma perda de 160 bibliotecas em cinco anos, conforme os dados do SNBP.

Procurada para comentar a queda no número de bibliotecas, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais respondeu que “o Governo de Minas se responsabiliza pelos dados do cadastro estadual, sendo que em Minas Gerais, o número de bibliotecas públicas cadastradas no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, no dia de hoje [12/7] é de 752 equipamentos”.

Ainda conforme a pasta, a atualização é realizada a cada quatro anos e o novo recadastramento será feito em dezembro de 2022. “Outros cadastros são de responsabilidade dos entes pelos quais são gerados e, cabe aos municípios participarem ou não dos mesmos”, completou a secretaria.

O fechamento de bibliotecas entre 2015 e 2020 no país reverte tendência de anos anteriores.

De 2004 a 2011, período em que durou o Programa Livro Aberto do governo federal em parceria com municípios, 1.705 novas bibliotecas foram criadas no Brasil e 682 modernizadas, segundo informações do próprio site do SNBP.

A BBC News Brasil solicitou ao SNBP a série histórica do cadastro de bibliotecas públicas em funcionamento no Brasil ano a ano, mas não obteve resposta.

O levantamento foi feito então comparando os dados referentes a 2015 disponíveis no antigo site do SNBP arquivado pelo projeto Internet Archive e os dados referentes a 2020, disponíveis atualmente no site do Ministério do Turismo.

‘Descaso com os mais vulneráveis’
Fábio Cordeiro, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), avalia que o fechamento de bibliotecas no Brasil nos últimos anos é explicado por uma série de fatores.

“Bibliotecas são equipamentos culturais e, durante esse último período, tivemos a eliminação do Ministério da Cultura e uma falta de valorização desses equipamentos”, afirma Cordeiro. “O fechamento das bibliotecas públicas revela a falta de investimento e de interesse do governo.”

Ele cita ainda um descaso com a população de baixa renda, que depende mais das bibliotecas.

“Há uma falta de políticas voltadas para a parte mais vulnerável da população, que não tem acesso a livrarias, não tem renda para poder comprar livros. Justamente quem mais precisa de bibliotecas são as pessoas mais vulneráveis, que não tem o acesso tão fácil ao livro.”

As vendas de livros no Brasil caem ano após ano. Em 2013, ano de melhor desempenho do mercado livreiro nacional na última década, as vendas das editoras para livrarias somaram 279,7 milhões de exemplares, segundo levantamento realizado pela Nielsen BookData para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

No ano passado, foram 191 milhões de livros vendidos, uma queda de 1% em relação aos 193 milhões de livros vendidos em 2020 e recuo de 32% em relação ao pico de 2013.

Também em 2021, o rendimento médio mensal dos brasileiros caiu ao menor patamar desde 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para R$ 1.353.

Ainda conforme o IBGE, o percentual de municípios brasileiros com bibliotecas públicas caiu de 97,7% em 2014, para 87,7% em 2018, segundo a edição mais recente da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) que incluiu este tema. O percentual subia ano a ano até 2014, quando passou a cair.

Cordeiro cita ainda o avanço das novas tecnologias como um fator que tem reduzido o público das bibliotecas.

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro, em 2019, 68% dos brasileiros diziam nunca frequentar bibliotecas.

Mas o fechamento de unidades parece também influenciar nisso, já que, naquele ano, 45% dos entrevistados diziam não existir biblioteca pública em sua cidade ou bairro, acima dos 20% que davam essa mesma resposta em 2007.

Adriana Ferrari, diretora técnica da Biblioteca Florestan Fernandes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e vice-presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (Febab), avalia que há uma fragilidade nos dados disponibilizados pelo SNBP, porque não há uma coleta efetiva de informações.

Atualmente, segundo o SNBP, a coleta é feita em parceria com os Sistemas Estaduais e Distrital de Bibliotecas Públicas.

“Alguns Estados têm um controle mais eficaz sobre seus sistemas estaduais, outros têm um controle mais frágil. Então essa queda maior na região Sudeste pode ser um resultado da qualidade da coleta de dados”, afirma.

“Não me sinto segura em assumir que foram só essas [764] bibliotecas que fecharam. Acredito que esse número pode ser ainda maior, porque vemos um sucateamento há anos de todo o sistema de acesso à informação, à leitura, à cultura e das bibliotecas em si”, diz Ferrari.

A bibliotecária observa que o Plano Nacional de Cultura nunca foi cumprido. E, mesmo após a aprovação da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), conhecida como Lei Castilho (Lei 13.696/18), sancionada por Michel Temer (MDB), o objetivo de “universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas” em nada avançou.

“Não temos nenhuma política pública em pé, não temos o Ministério da Cultura, que é a pasta que gerencia o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Então, o sistema existe, mas com uma estrutura extremamente fragilizada. Por isso, não avançamos. Pelo contrário, a gente vem retrocedendo”, afirma.

“A biblioteca não é só um espaço do livro e da leitura, ela é uma porta de infinitas possibilidades, de abertura de repertórios culturais. São espaços de encontros, de pertencimento, então elas vão além das coleções”, diz Ferrari, que defende o fortalecimento das políticas públicas para reverter esse cenário de retrocessos.

Durante a Bienal do Livro, realizada neste mês de julho em São Paulo, a CFB lançou a campanha #SouBibliotecaEscolar, que busca o cumprimento da Lei nº 12.244/2010 (Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares), que determinou que todas as instituições públicas e privadas de ensino do país passem a contar com bibliotecas, com acervo mínimo de um título por aluno matriculado.

O prazo de cumprimento da lei se esgotou em 2020, sem que a meta fosse atingida.

Já a Febab lança em breve uma plataforma com o objetivo de mapear todas as bibliotecas, de todos os tipos (públicas, escolares, universitárias e comunitárias) do país. A ideia é poder monitorar e ajudar os sistemas estaduais a ter dados mais consistentes sobre esses equipamentos públicos.

– Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62142015

*Por Thais Carrança
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*Fonte: bbc-brasil

Um livro pode mudar sua vida, de acordo com um estudo

Um livro pode mudar vidas se o que ele conta estiver relacionado ao que somos e ao que fazemos. Um grupo de cientistas chegou a essa conclusão e decidiu investigar até que ponto uma leitura modificava o comportamento.

A leitura pode enriquecer uma pessoa de muitas maneiras e em muitos campos. Ajuda a desenvolver habilidades intelectuais, proporciona prazer e aumenta seu conhecimento, entre outros aspectos. Um estudo recente indica que as consequências podem ir ainda mais longe: um livro pode mudar vidas.

De modo geral, o que esta pesquisa destaca é que a experiência de leitura, em algumas ocasiões, torna-se muito intensa. Isso, em princípio, muda o comportamento imediato das pessoas. No entanto, mesmo um livro pode mudar sua vida a longo prazo.

Por que isso acontece? Para simplificar, há momentos em que há uma forte identificação com os personagens de uma história. Da mesma forma, a história é tão absorvente que é vivida como se voce estivesse realmente vivendo ela. É por isso que um livro pode mudar sua vida. Vamos dar uma olhada mais de perto no tema.

“ Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera; esquecido, uma alma que perdoa; destruído, um coração que chora ”.

-Provérbio hindu-

A leitura ajuda você a ter um pensamento mais crítico.

Um livro pode mudar sua vida
O estudo sobre o impacto da leitura na vida foi realizado por especialistas da Universidade de Ohio, liderados pela Dra. Lisa Libby. A pesquisa foi publicada no Journal of Personality and Social Psychology. Ela destaca que alguns textos geram um fenômeno chamado “experiência compartilhada”. É como se o leitor vivesse o que a história narra e isso tem efeitos na vida real.

Para chegar à conclusão de que um livro pode mudar vidas, vários experimentos foram realizados. Um dos testes mais interessantes foi aquele em que trabalharam com 82 voluntários. Estes foram divididos em quatro grupos e cada grupo recebeu uma pequena história fictícia para ler sobre as vicissitudes que um aluno passou para votar nas eleições.

Deve-se notar que esta experiência foi realizada alguns dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Um dos grupos recebeu uma história escrita na primeira pessoa; para outro, um na terceira pessoa; outro dos grupos recebeu uma história em que o protagonista era um estudante da mesma universidade onde o leitor estudou; por fim, outra das versões foi realizada por um aluno de outra universidade.

Depois do experimento
Depois que os voluntários leram suas histórias designadas, eles responderam a uma série de perguntas. Nela, indagavam sobre o grau em que cada um deles havia se identificado com a narrativa ou, em outras palavras, “adquirido” como sua a experiência do personagem.

Os pesquisadores descobriram que os voluntários que receberam a versão em primeira pessoa de um aluno de sua mesma universidade mostraram maior grau de identificação com o personagem. O que mais chama a atenção é que desse grupo, 65% votaram nas próprias eleições presidenciais, embora alguns não tivessem pensado em fazê-lo antes.

Em outro experimento semelhante, os pesquisadores encontraram outra realidade interessante. Alguns heterossexuais foram solicitados a ler uma história sobre homossexuais, na qual eram narradas as dificuldades cotidianas da homossexualidade, mas só ao final foi revelado seu gênero. Posteriormente, foi feita uma avaliação e constatou-se que vários dos leitores foram mais empáticos com os homossexuais, após a leitura.

As conclusões do estudo
A pesquisa mostra como conclusão geral que um livro pode mudar vidas. Os cientistas estabeleceram que, quando as pessoas encontram pontos de conexão com os personagens em uma história, também é fácil para elas acabar experimentando os sentimentos desses personagens. Nessa medida, é como se eles vivessem o mesmo.

É como se apropriar da experiência que é narrada na história e transformá-la em aprendizado, assim como aconteceria se a pessoa tivesse essa experiência. Há um processo em que a própria vida se funde com o que está sendo lido, enquanto a linha que separa uma da outra gradualmente se apaga.

A diretora do estudo, Lisa Libby, observou que há uma diferença entre a “experiência compartilhada” e a “perspectiva compartilhada” a partir de uma leitura. No primeiro caso, há uma relação profunda com a narrativa e é aí que um livro pode mudar vidas. No segundo caso, não há essa identificação, então há uma mudança de ponto de vista, mas não de comportamento.

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*Fonte: amenteemaravilhosa

O que é a leitura profunda e por que ela faz bem para o cérebro

A pesquisa da neurocientista Maryanne Wolf aponta que “não há nada menos natural do que ler” para os seres humanos — mas isso não é de forma alguma ruim.

“A alfabetização é uma das maiores invenções da espécie humana”, diz a especialista americana. Além de útil, é tão poderosa que transforma nossas mentes: “Ler literalmente muda o cérebro”, diz ela.

O avanço da tecnologia e a proliferação das mídias digitais, contudo, têm modificado profundamente a forma como lemos.

Apesar de estarmos lendo mais palavras do que nunca — uma média estimada de cerca de 100 mil por dia —, a maioria vem em pequenas pílulas nas telas de celulares e computadores, e muita coisa é lida “por alto”.

Essas mudanças de hábito têm preocupado cientistas, entre outros motivos, porque a transformação de novas informações em conhecimento consolidado nos circuitos cerebrais requer múltiplas conexões com habilidades de raciocínio abstrato que muitas vezes faltam na leitura “digital”.

Um universo de símbolos
Ao contrário da linguagem oral, da visão ou da cognição, não existe uma programação genética nos humanos para aprender a ler.

Se uma criança, em qualquer parte do mundo, estiver em um ambiente em que as pessoas a seu redor conversam umas com as outras, sua linguagem será naturalmente ativada. O mesmo não acontece com a leitura, que implica a aquisição de um código simbólico completo, visual e verbal.

É uma invenção relativamente recente — “é uma piscadela em nosso relógio evolutivo: mal tem 6 mil anos”, diz Wolf.

“Começou de forma simples, para marcar quantas taças de vinho ou ovelhas tínhamos. E, com o nascimento dos sistemas alfabéticos, passamos a ter um meio eficiente de armazenar e compartilhar conhecimento.”

“Ler é um conjunto adquirido de habilidades que literalmente muda o cérebro”, ressalta a neurocientista.

“Permite fazer novas conexões entre regiões visuais, regiões da linguagem, regiões de pensamento e emoção”, completa.

Essa transformação “começa com cada novo leitor”. “(A habilidade de ler) Não existe dentro de nossa cabeça. Cada pessoa que aprende a ler tem que criar um novo circuito em seu cérebro.”

E isso abre portas para um novo mundo.

Saúde mental

“A leitura traz três poderes mágicos: criatividade, inteligência e empatia”, pontua Cressida Cowell, escritora de literatura infantil e autora da série Como Treinar Seu Dragão.

“Ler por prazer é um dos fatores-chave para o sucesso financeiro de uma criança na vida adulta. É mais provável que ela não acabe na prisão, que vote, que tenha casa própria…”

Além disso, “ler uma grande história é muito mais do que entretenimento”, acrescenta a biblioterapeuta Ella Berthoud.

“A leitura, na verdade, tem muitos benefícios terapêuticos. Seu cérebro entra em um estado meditativo, um processo físico que retarda o batimento cardíaco, acalma e reduz a ansiedade”, diz Berthoud.

Para ela, por exemplo, ler o romance Zorba, o Grego, de Níkos Kazantzákis, funciona como um remédio conta “claustrofobia, raiva e exaustão”.

A arte de prescrever ficção para curar as doenças da vida, batizada de biblioterapia, foi reconhecida no Publisher’s Illustrated Medical Dictionary, um dicionário médico ilustrado publicado nos Estados Unidos em 1941.

A prática remonta à Grécia Antiga, quando avisos eram afixados nas portas das bibliotecas para alertar os leitores de que estavam prestes a entrar em um local de cura da alma.

No século 19, psiquiatras e enfermeiras prescreveram todos os tipos de livros para seus pacientes, desde a Bíblia até literatura de viagem e textos em línguas antigas.

Vários estudos mais recentes, dos séculos 20 e 21, mostraram que a leitura aguça o pensamento analítico, o que nos permite aprimorar nossa capacidade de discernir padrões, uma ferramenta muito útil diante de comportamentos desconcertantes dos outros e de nós mesmos.

A ficção, em particular, pode transformar os leitores em pessoas mais socialmente habilidosas e empáticas. Os romances, por sua vez, podem informar e motivar, os contos confortam e ajudam a refletir, enquanto a leitura de poesia já demonstrou estimular partes do cérebro relacionadas à memória.

Muitos desses benefícios, no entanto, dependem de um estado conhecido como “leitura profunda”.

Pensamento analítico
“Quando lemos em um nível superficial, estamos apenas obtendo a informação. Quando lemos profundamente, estamos usando muito mais do nosso córtex cerebral”, explica Maryanne Wolf.

“Leitura profunda significa que fazemos analogias e inferências, o que nos permite sermos humanos verdadeiramente críticos, analíticos e empáticos.”

Em seu livro Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain (“Proust e a Lula: a História e a Ciência por Trás do Cérebro que Lê”, em tradução livre), a especialista em neurobiologia da leitura explica como, “a certa altura, quando uma criança vai da decodificação à leitura fluente, o caminho dos sinais através do cérebro muda”.

“Em vez de percorrer um trajeto dorsal (…), a leitura passa a se deslocar por um caminho ventral, mais rápido e eficiente. Como o tempo depreendido e o gasto de energia cerebral são menores, um leitor fluente será capaz de integrar mais seus sentimentos e pensamentos à sua própria experiência”, escreve.

“O segredo da leitura está no tempo que ela libera para que o cérebro possa ter pensamentos mais profundos do que antes.”

Mas, enquanto o processo de aprender a ler muda nosso cérebro, o mesmo acontece com o que lemos e como lemos.

Tempos modernos
Há aqueles, contudo, que acreditam que as novas plataformas são parte da solução, e não do problema.

Para Chris Meade, autor que utiliza vários tipos de mídia para veicular seu trabalho, “pensamos no livro como a obra, mas o livro é apenas um mecanismo de entrega”.

A narrativa transmídia é um tipo de história em que o enredo se desenrola por meio de múltiplas plataformas — aplicativos, livros digitais, games, quadrinhos, blogs — e na qual os consumidores podem assumir um papel ativo no processo de construção.

“As novas mídias estão dando voz a uma nova geração de escritores. Elas impedem que nos condicionemos a pensar que existe apenas um tipo de ‘boa escrita’ e permitem que as pessoas simplesmente compartilhem histórias e experiências”, opina Natalie A. Carter, cofundadora do clube do livro Black Girls Book Club.

“Não importa o meio, é a história que importa”, emenda Melissa Cummings-Quarry, também cofundadora do Black Girls Book Club.

“O romance está evoluindo. Há todo tipo de livro incrível sendo escrito especificamente para ser lido no celular”, afirma Berthoud.

“O livro talvez passe a ilusão de que ele é tudo. Nunca foi, é uma forma de entrar em um processo de pensamento”, diz Meade.

Ainda assim, os cientistas afirmam que a leitura digital pode ter um custo para o cérebro do leitor.

Fragmentação
“Reunimos acadêmicos e cientistas de mais de 30 países para pesquisar o impacto das mídias digitais na leitura”, afirma Anne Mangen, à frente da E-READ (Evolução da Leitura na Era da Digitalização), organização cujo objetivo é melhorar a compreensão científica das implicações da digitalização da cultura.

Faz parte do programa internacional da Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (ou COST, sigla para European Cooperation in Science and Technology), que considera a leitura um “tema urgente”.

Segundo o programa, “a pesquisa mostra que a quantidade de tempo gasto na leitura de textos longos está diminuindo e, devido à digitalização, a leitura está se tornando mais intermitente e fragmentada”, algo que poderia “ter um impacto negativo nos aspectos cognitivos emocionais da leitura”.

“Descobrimos que existe o que se chama de inferioridade na tela”, destaca Anne Mangen.

“Há muitas coisas que podem ser lidas igualmente bem no smartphone, como as notícias mais curtas, mas, quando se trata de algo que é cognitiva ou emocionalmente desafiador, ler em uma tela leva a uma compreensão de leitura pior do que ler no papel”, diz ela.

Maryanne Wolf concorda, dizendo que “a realidade é que não é apenas o que ou o quanto lemos, mas como lemos que é realmente importante”.

“O próprio volume [de informação disponível nas plataformas digitais] está tendo efeitos negativos porque, para absorver tanto, há uma propensão a se ler ‘por alto’. O cérebro leitor tem um circuito plástico, que refletirá as características do meio em que se lê. As características do digital caminham para que sejam refletidas no circuito.”

Em outras palavras, assim como ao aprender a ler da maneira tradicional o cérebro formata e registra os itinerários da razão e os caminhos para a emoção, ao aprender a ler da maneira como fazemos nas mídias digitais o cérebro traçará diferentes trajetórias e, se deixarmos a leitura profunda de lado, ele apagará as anteriores, caso tenham um dia existido.

“Se não treinarmos essas habilidades, podemos acabar perdendo a capacidade de entender conteúdos mais complexos e, talvez, de nos envolvermos e usarmos a imaginação”, destaca Mangen.

Então, o que o futuro reserva para os livros e para o cérebro da leitura?

“A imaginação humana é uma coisa fantástica, somos muito flexíveis. Encontramos maneiras de fazer o que queremos com a tecnologia disponível”, pontua Chris Meade.

Para Natalie Carter, o futuro trará “muito mais coleções de contos, e acho que veremos muito mais livros curtos”.

Nesse sentido, Cressida Cowell diz já ter sentido a mudança: “Mudei a maneira como escrevo, porque o tempo de atenção das crianças diminuiu. Os livros têm capítulos curtos e são incrivelmente visuais, brilhantes, como doces”.

Para a neurocientista Maryanne Wolf, “assim como as pessoas podem ser bilíngues e trilíngues, minha esperança é que desenvolvamos um cérebro ‘biletrado’. Podemos nos disciplinar para escolher o meio que melhor se adapta ao que estamos lendo e, assim, não perder o dom extraordinário que a leitura deu à nossa espécie”.

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*Fonte: bbc-brasil

Ler nos torna mais felizes

Os leitores estão mais contentes e satisfeitos que os não leitores, de modo geral são menos agressivos e mais otimistas, diz estudo

“Aleitura nos torna mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a nossa existência. Os leitores vivem mais contentes e satisfeitos do que os não leitores, e são, em geral, menos agressivos e mais otimistas”. A afirmação é dos responsáveis por uma análise efetuada recentemente pela Universidade de Roma III a partir de entrevistas com 1.100 pessoas. Aplicando índices como o da medição da felicidade de Vennhoven e escalas como a Diener para medir o grau de satisfação com a vida, os pesquisadores chegaram a essas conclusões, que demonstram, como afirma Nuccio Ordine, autor do manifesto A Utilidade do Inútil, que “alimentar o espírito pode ser tão importante quanto alimentar o corpo”. E que precisamos, bem mais do que se imagina, dessas experiências e conhecimentos que não se traduzem em benefícios econômicos.

Como nos sentimos e quais mudanças experimentamos ao mergulhar em uma história? Há um efeito transformador? Os protagonistas das ficções nos levam a que enxerguemos as nossas contradições e nossos desejos? Fazem com que nos recordemos de coisas essenciais, talvez esquecidas?

A ciência possui cada vez mais recursos para responder a essas perguntas. Artigos publicados em revistas especializadas expõem resultados de ressonâncias magnéticas que revelam a alta conectividade que se estabelece no sulco central do cérebro, região do motor sensorial primário, e no córtex temporal esquerdo, área associada à linguagem, enquanto lemos um livro e depois de acaba-lo.

O estresse se reduz e a inteligência emocional sai ganhando, assim como o desenvolvimento psicossocial, o autoconhecimento e o cultivo da empatia, segundo uma equipe de neurocientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, que monitoraram as reações de 21 estudantes durante 19 dias seguidos. A leitura pode até mesmo alterar comportamentos por meio da identificação com os protagonistas das histórias lidas, defende Keith Oatley, romancista e professor de Psicologia Cognitiva da Universidade de Toronto.

“É muito custoso, para nós, colocarmo-nos no lugar do outro no dia a dia, mas quantas vezes já não nos colocamos na pele de um personagem de romance? Criamos uma empatia com ele, e isso nos ajuda a compreender melhor os sinais emitidos pelos outros”, argumenta Antonella Fayer, psicóloga e coach especializada no desenvolvimento de liderança, para quem “as lições sobre dilemas morais e emocionais que encontramos na literatura são necessárias para todas as pessoas, e muito especialmente para líderes e políticos, que estão convencidos de que não têm tempo. Atuam, avaliam e fazem discursos, mas seria conveniente para eles mesmos se conseguissem parar um pouco e fazer leituras para melhorar a sua compreensão dos outros”, assinala Fayer, fazendo uma alusão às palavras de Alan Brew, ex-editor do Financial Times: “Ler os grandes autores faz de você uma pessoa mais bem preparada para tomar decisões criativas, interessantes e educadas”.

O convencimento quanto aos benefícios gerados pela leitura é o que move a School of Life, um centro londrino de biblioterapia que prescreve livros para ajudar na superação de conflitos (rupturas, disputas…). Como diz o filósofo Santiago Alba Rico, autor de Leer con niños (Ler com crianças), um ensaio que estimula nos pais o prazer de compartilhar histórias com seus filhos, a leitura, como a paixão, é um “vício virtuoso”. Quando conhecemos o bem que ela nos proporciona, não conseguimos deixar de praticá-la. Voltemo-nos, portanto, para a literatura, como convidava Cortázar, “como se vai aos encontros mais essenciais da existência, como se vai ao encontro do amor e às vezes da morte, sabendo que fazem parte de um todo indissolúvel e que um livro começa e termina muito antes e muito depois de sua primeira e de sua última página”.

*Por Emma Rodriguez
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*Fonte: elpais-brasil

O que ocorre em nosso cérebro ao ler um romance

Arealidade das férias de verão no Hemisfério Norte, e o fato de termos sido inundados por literatura factual, convidam-nos a querer mergulhar na ficção dos romances e “descobrir mediterrâneos”, como dizia Unamuno − ainda mais agora, na pandemia, que nos mantém presos na crueza de sua realidade. Entre meus mergulhos recentes estão os seis contos macabros de P. D. James em Sleep No More (“não durma mais”), salpicados com “o doce aroma de sangue” da tinta de sua autora, e os Testimonios (“testemunhos”) de Victoria Ocampo − o de Cocteau en Nueva York (“Cocteau em Nova York”) captura a magia da transposição da primeira pessoa, de modo que eu mesmo “senti a vertigem que invariavelmente nos dá o passado quando o olhamos da torre crescente dos anos. Peguei o telefone e liguei para o St. Regis, onde Cocteau estava hospedado. Combinamos de tomar chá lá, nessa mesma tarde. Cheguei. Subi até o apartamento dele. Que deslocado me pareceu aquele francês, precioso objeto de luxo da Rue de la Paix, naquele ambiente! Nós nos olhamos. E nos abraçamos (pensaríamos a mesma coisa?) como depois de um naufrágio”.

Por que lemos romances? Como entender o apego que nos causam?

Estamos constantemente aprendendo a ler, a compreensão e o prazer da leitura são um processo de aprendizagem por toda a vida. Em seu artigo “Livros que me influenciaram”, publicado no The British Weekly em 1887, Robert Louis Stevenson, autor de A Ilha do Tesouro, diz que os livros mais decisivos e de influência mais duradoura são os romances, porque “não impõem ao leitor um dogma que mais tarde se revela inexato, nem lhe ensinam nenhuma lição que depois deva ser desaprendida. Eles repetem, reestruturam, esclarecem as lições da vida; separam-nos de nós mesmos, obrigando-nos a nos familiarizar com o nosso próximo; e mostram a trama da experiência, não como aparece diante dos nossos olhos, mas singularmente transformada, toda vez que nosso ego monstruoso e voraz é momentaneamente suprimido”.

Além de ser fonte de prazer, a ficção permite ao leitor simular e aprender com a experiência ficcional. Segundo Keith Oatley, professor de Psicologia da Universidade de Toronto e especialista na psicologia da ficção, um dos usos da simulação é que, para aprender a pilotar um avião, é útil passar um tempo em um simulador de voo. Apesar de ser essencial a prática em um avião real, na maior parte do tempo não acontece muita coisa no ar. Já no ambiente seguro de um simulador, é possível enfrentar uma ampla gama de experiências e ensaiar como responder a situações críticas − e as habilidades aprendidas são transferidas ao pilotar um avião. Da mesma forma, quando nos envolvemos nas simulações da ficção, o que aprendemos é transferido para nossas interações cotidianas.

A pesquisa de Oatley confirma o que Stevenson disse: ao compartilhar indiretamente as sutilezas e atribulações da história, e ao fazer inferências sobre o desenvolvimento da trama, o leitor expande sua empatia. Ou seja, alinhamos nossas emoções e pensamentos com os dos personagens. Com imagens de ressonância magnética funcional, comprovou-se que quando as pessoas leem que descrevem uma ação, como “subindo as escadas”, a leitura leva à simulação do conteúdo motor e emocional no cérebro, acompanhada por mudanças nas regiões cerebrais que provocam a ação, como se o leitor a estivesse realizando.

Nosso inconsciente é um leitor infatigável que está continuamente aprendendo − quem lê, interpreta a partir de seu inconsciente. O que está em jogo é que damos àquilo que está escrito uma leitura diferente daquilo que a obra significava originalmente. Entendida desse modo, é uma forma de interpretar − é uma leitura das diferenças que residem na linguagem. Em seu ensaio Romances Familiares, Freud especula que cada um é, ao mesmo tempo, autor e herói de um “romance familiar”, do qual se poderia dizer que somos o único leitor. Essa obra privada, na qual contamos a nós mesmos histórias derivadas de fantasias inconscientes, é uma condição necessária para a vida em sociedade.

Como se deve ler um livro? Qual é a forma correta de fazer isso? São muitas e muito variadas. “Para ler bem um livro, você deve lê-lo como se o estivesse escrevendo. Comece não se sentando ao lado dos juízes, fique de pé ao lado do acusado. Seja seu colega de trabalho, transforme-se em seu cúmplice”, recomenda Virginia Woolf em uma conferência dada em 1926 para alunas de uma escola em Kent. “Cada um pode pensar o que quiser a respeito da leitura, mas ninguém vai impor leis sobre isso. Aqui, nesta sala, entre livros, mais do que em qualquer outro lugar, respiramos um ar de liberdade. Aqui, simples e doutos, o homem e a mulher são iguais. Porque, embora a leitura pareça coisa simples − uma mera questão de conhecer o alfabeto −, ela na verdade é tão complexa que é duvidoso que alguém saiba o que realmente é.”


*Por David Dorenbaum
é psiquiatra e psicanalista
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*Fonte: elpais-brasil

Promessas de leitura rápida são boas demais para serem verdade

Aprender a acelerar a leitura parece ser uma boa estratégia para trabalhos rápidos do nosso dia a dia como ler e-mails, relatórios e outros tipos de texto, mas uma recente revisão da literatura científica por trás da leitura mostrou que as promessas apresentadas por muitos programas de leitura rápida e cursos de leitura dinâmica são muito bons para serem verdade.

Examinando décadas de pesquisa sobre a ciência da leitura, uma equipe de cientistas encontrou pouca evidência para apoiar a leitura acelerada como um atalho para a compreensão e memorização de grandes volumes de conteúdo em um curto período de tempo. O relatório, publicado na Psychological Science in the Public Interest, mostra que não há atalhos mágicos quando se trata de ler mais rapidamente, enquanto ainda esperamos compreender integralmente o texto lido. “As evidências científicas disponíveis demonstram que há um trade-off entre velocidade e precisão – como os leitores passam menos tempo no material, eles necessariamente terão uma compreensão mais pobre dele”, explica Schotter.

Por que a leitura rápida não funciona?
A leitura é uma dança complexa entre vários processos visuais e mentais e pesquisas mostram que bons leitores já leem rapidamente, com uma média de 200 a 400 palavras por minuto. Algumas tecnologias de leitura dinâmica afirmam oferecer um potencial adicional, eliminando a necessidade de movimentação visual, permitindo que os olhos descansem em um ponto, ao apresentar palavras rapidamente no centro de uma tela de computador ou dispositivo móvel, com cada nova palavra substituindo a palavra anterior. O problema, segundo Schotter e seus colegas, é que essa movimentação visual representa não mais do que 10% do tempo total que passamos lendo e a eliminação da capacidade de retroceder e reler palavras e sentenças anteriores tende a piorar a compreensão geral, não melhorar.

O maior obstáculo para a leitura rápida, segundo a ciência, não é a nossa visão, mas sim a nossa capacidade de reconhecer as palavras e processar essa combinação produzindo frases com sentido. “As soluções que enfatizam acelerar a retenção de texto sem tornar a linguagem mais fácil de entender terão eficácia limitada”, diz Schotter.

Enquanto alguns podem reivindicar habilidades prodigiosas de leitura, estas afirmações normalmente não se mantêm quando posto à prova. As investigações mostram que esses indivíduos geralmente já sabem muito sobre o conteúdo do que supostamente possuem uma maior velocidade de leitura. Sem esse conhecimento, eles muitas vezes não lembram do que leram e não são capazes de responder questões substanciais sobre o texto.

No entanto, isso não significa que estamos presos a uma mesma velocidade de leitura o tempo todo. Pesquisas mostram que o skimming – passar os olhos no texto priorizando o que é mais informativo e descartando outras partes – pode ser eficaz quando estamos interessados apenas em obter a essência do que estamos lendo, ao invés de uma compreensão mais profunda, mais abrangente. Na verdade, os dados sugerem que os leitores de velocidade mais eficazes são realmente skimmers, que já têm familiaridade considerável com o tópico em questão e, portanto, são capazes de pegar os pontos-chaves rapidamente.

Então, é impossível aprimorar a velocidade de leitura?
Não é bem isso que os cientistas pretendem esclarecer. A única coisa que pode de fato, aumentar a capacidade de leitura geral é, você adivinhou, ler mais. A maior exposição à escrita em todas as suas diferentes formas nos fornece um vocabulário maior e mais rico, bem como a experiência contextual que pode nos ajudar a antecipar as próximas palavras e fazer inferências sobre o significado de palavras ou frases que não reconhecemos imediatamente.

“Não há solução rápida”, diz Schotter. “Nós pedimos às pessoas que mantenham uma dose saudável de ceticismo e procurem evidências científicas quando alguém propõe um método de leitura de velocidade que duplicará ou triplicará sua velocidade de leitura sem sacrificar uma compreensão completa”. Em última análise, não há nenhuma habilidade ou estratégia que nos permitirá terminar um romance ou processar uma caixa de entrada cheia de e-mails ao longo de uma pausa para o almoço.

*Por Amanda Soares de Melo

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*Fonte: universoracionalista

Valeu Keith

Estou chegando quase ao fim de mais uma leitura de biografia, o livro aqui em questão é “Vida” – do Keith Richards. Quem me conhece sabe que tenho dezenas de biografias já lidas em minha estante (não é para me gabar), gosto muito ler esses livros, servem muito bem para construirem uma aura maior da compreensão do do trabalho desses artistas. Assim se você já conhece a banda, suas músicas, seus trabalhos e tal, passa a ficar ainda mais por dentro de outros detalhes desse universo. Só que aí tem um detalhe curioso. É que quando curto muito um livro eu tenho um procedimento todo particular, começo a auto-sabotar a minha leitura. A medida que ela vai chegando perto do fim, vou me demorando mais apara encerrar. Imagino que seja justamente um mecanismo de querer prolongar o inevitável fim, que já está logo ali adiante, justamente quando a leitura está cada vez melhor e mais interessante. No inicio, essas bios são um pouco chatas, ainda mais na fase de quando ainda criança dos artistas e tal. Então essas páginas finais levam muito mais tempo do que o necessário para serem lidas, quando o assunto é realmente mais quente…. huahaua. Uma grande bobagem isso e assim que acontece algumas vezes comigo. Um grande indicativo de que o livro é para mim muito bom. Sei lá como, tenho esse procedimento já há muitos anos. Vou embromando para prolongar, serve Tipo um selo de aprovação. Não acontece com todos os livros, somente com alguns poucos, mas acontece. Tenho um grande apreço por biografias, ainda mais quando for ligada ao universo musical.

Dito isso, então na verdade verdade agora (nesse momento) ainda me restam algumas poucas páginas, um último capítulo para o derradeiro fim. E já estou embromando. Depois daí é fechar o livro e fazer uma breve releitura mental dos fatos que julguei mais interessantes, importantes ou que me chamaram bastante a atenção. Já fico pensando qual fato/história é que vou contar especificamente para essa ou aquela pessoa, geralmente alguém próximo, para quem eu acredito que isso venha fazer algum sentido, temperar ou iniciar alguma nova conversa que já tivemos, acrescentar algum fato novo. Afinal, biografias tratam da vida de pessoas importantes (ou não – dependendo do ponto de vita), mas que de qualquer forma, são seres humanos igual a nós, com todas suas falhas, fraquezas, méritos e acertos (não necessariamente nessa ordem).

Tudo isso para dizer que essa bio do Richards, que foi lançada em 2010, me lembro bem do alvoroço que foi na época, todos os meus amigos rockers queriam ler (e muitos leram de fato), me contaram uma coisinha aqui e ali. A maioria curtiu muito. Mas como eu não tenho pressa, prefiri deixar para ler mais tarde. Não era para tanto tempo assim, mas nesse meio do caminho, outros livros me chamaram mais a atenção e me aguçaram o sentido de urgência. E já disse que tenho sempre algum livro para ser lido, comprei ele no final daquele ano e guardei na estante – junto dos demais não lidos. Deixei quieto ali, como um bom vinho e agora, dez anos depois, resolvi que era chegado a hora de lê-lo, justamente nesse período de final de ano.

Vou resumir toda essa conversa da seguinte forma, é sem dúvida uma excelente bio, talvez não seja a melhor que já li, tenho outras 3 ou 4 mais impactantes em minha lista TOP 10, mas é sem dúvida sensacional. Valeu a pena deixar quieto. Óbvio que me deu uma grande ampliada no conhecimento do que se trata a história da banda dos Rolling Stones, claro, sob a perspectiva do Keith. Ah! E também de sua carreira solo com os X-pensive Winos (banda que curto muito). Já vi a bio do Mick Jagger inúmeras vezes em livrarias para vender, só que nunca tive vontade de ler. Stones para mim, sempre foi uma questão mais Keith do que Jagger, saca!?

Mas acima de tudo, inúmeros foram os trechos em que me fizeram parar e pensar sobre diversos aspectos da vida. E não! Não sou nenhum pretenso astro do rock e nem jamais minha vida foi ou é sequer de longe, parecida com a dele. Preciso deixar claro isso! Justamente por essa inusitada conexão como um mero fan de seu trabalho, digamos assim, me sinto grato por essa leitura. Vários de seus apontamentos e reflexões me fizeram pensar sobre a vida – quem diria hein(!?), logo o Keith Richards é que me faria isso e não um Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jim Morrison ou então David Bowie (a bio recente que li). Entendo que apesar dos vários anos desse livro encostado na estante, foram mesmo na hora certa esses seus recados.

Mais uma vez vez, muito obrigado Keith. E se não são as suas músicas, riffs e acordes encantadores, agora também suas palavras me jogam um tanto mais de luz, seja com o seu senso de humor, trapalhadas, entreveros, raiva, paixão ou verdades no modo como enfrenta as suas inúmeras questões.

Gracias!
banjomanbold

Desafio melhores livros do século 21: você leu no máximo 4 desses 50 livros

A Revista Bula realizou duas enquetes — em 2018 e 2019 — para descobrir quais são, na opinião dos leitores, os melhores livros publicados no século 21. As consultas foram feitas a colaboradores, assinantes — a partir da newsletter —, e seguidores da página da revista no Facebook e no Twitter. Os 50 livros mais lembrados pelos leitores foram reunidos em uma lista, composta, predominantemente, por obras de ficção. A seleção abrange livros nacionais e estrangeiros, que foram publicados a partir do dia 1 de janeiro de 2001, sendo que todas elas tiveram tradução para o português. De acordo com um levantamento prévio feito pelos editores da Bula, pouquíssimas pessoas já leram mais do que quatro livros presentes na lista. Para descobrir se você é uma exceção, basta contabilizar quantas obras você já leu dentre as 50 listadas.

1 — Reparação (2001), de Ian McEwan

2 — Não me Abandone Jamais (2005), de Kazuo Ishiguro

3 — A Estrada (2006), de Cormac McCarthy

4 — A Amiga Genial (2011), de Elena Ferrante

5 — Pornopopeia (2009), de Reinaldo Moraes

6 — Complô Contra a América (2004), de Philip Roth

7 — A Visita Cruel do Tempo (2012), de Jennifer Egan

8 — O Filho Eterno (2007), de Cristóvão Tezza

9 — A Vegetariana (2007), de Han Kang

10 — Plataforma (2001), de Michel Houellebecq

11 — As Correções (2001), de Jonathan Franzen

12 — 1Q84 (2009), Haruki Murakami

13 — Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum

14 — A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao (2007), de Junot Díaz

15 — Meio Sol Amarelo (2006), de Chimamanda Ngozi Adichie

16 — 2666 (2004), de Roberto Bolaño

17 — Austerlitz (2001), de W—G— Sebald

18 — O Pintassilgo (2013), de Donna Tartt

19 — Wolf Hall (2009), de Hilary Mantel

20 — Argonautas (2015), de Maggie Nelson

21 — Os Possessos (2012), de Elif Batuman

22 — O Vendido (2017), de Paul Beatty

23 — Gilead (2004), Marilynne Robinson

24 — Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios (2005), de Marçal Aquino

25 — Esboço (2014), de Rachel Cusk

26 — O Ano do Pensamento Mágico (2005), de Joan Didion

27 — A Morte do Pai (2009), Karl Ove Knausgård

28 — Outras Vidas que não a Minha (2010), de Emmanuel Carrère

29 — Estação Atocha (2016), de Ben Lerner

30 — Middlesex (2002), de Jeffrey Eugenides

31 — O Livro do Sal (2003), de Monique Truong

32 — Garota Exemplar (2012), de Gillian Flynn

33 — Na Ponta dos Dedos (2002), de Sarah Waters

34 — Os Lança-Chamas (2014), de Rachel Kushner

35 — O Mundo Conhecido (2003), de Edward P— Jones

36 — O Simpatizante (2015), de Viet Thanh Nguyen

37 — Barba Ensopada de Sangue (2012), de Daniel Galera

38 — NW (2012), de Zadie Smith

39 — A Longa Caminhada de Billy Lynn (2012), Ben Fountain

40 — O Drible (2013), de Sérgio Rodrigues

41 — A Linha da Beleza (2006), de Alan Hollinghurst

42 — O Sentido de um Fim (2011), de Julian Barnes

43 — A Peculiar Tristeza Guardada num Bolo de Limão (2013), de Aimee Bender

44 — Ossos do Inverno (2006), de Daniel Woodrell

45 — O Ódio que Você Semeia (2017), de Angie Thomas

46 — Uma História de Amor Real Supertriste (2011), de Gary Shteyngart

47 — Como ser as Duas Coisas (2014), de Ali Smith

48 — Nove Noites (2002), de Bernardo Carvalho

49 — Americanah (2013), de Chimamanda Ngozi Adichie

50 — Suíte Francesa (2004), de Irène Némirovsky

*Por Mariana Felipe

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*Fonte: revistabula

As pessoas que leem muitos livros são muito mais educadas, gentis e empáticas, mostra o estudo

Ser um rato de biblioteca é compreensivelmente considerado um hobby solitário. Afinal, ao contrário de assistir televisão, seria muito difícil ler um livro com um grupo ou mesmo com outra pessoa. As pessoas livrescistas têm sido estereotipadas como solitárias e introvertidas.

Bem, a ciência está nos dizendo que esses rótulos podem ser falsos. Segundo a pesquisa, as pessoas que leem mais especificamente ficção tendem a exibir comportamentos mais sociáveis ​​e são mais empáticas.

Esta conclusão é baseada em um estudo britânico da Kingston University, em Londres. Os pesquisadores perguntaram a 123 pessoas sobre seus hábitos de leitura ou televisão. Eles também notaram que gêneros gostavam – comédia, não-ficção, romance ou drama.

Os pesquisadores então testaram suas habilidades sociais, fazendo perguntas como: Com que frequência você considera os pontos de vista de outras pessoas em comparação com os seus? Ou você sai do seu caminho para ajudar ativamente os outros?

Pode-se pensar que aqueles que preferem assistir à televisão exibem um comportamento mais sociável. Isso faria sentido. Devido ao enorme fluxo de livros, é mais provável que duas pessoas tenham assistido ao mesmo programa do que lido o mesmo livro.

No entanto, os resultados mostraram o contrário. Em leitores de livros versus espectadores de TV, os leitores de livros ficaram no topo ao exibir um comportamento mais empático. Eles também descobriram que aqueles que assistiam principalmente à televisão na verdade exibiam um comportamento mais antissocial.

O que é interessante, como observou a pesquisadora Rose Turner, foi que “todas as formas de ficção não eram iguais”. Os leitores de ficção mostraram as melhores habilidades sociais. Especificamente, quando divididos por gênero, eles viram que os leitores de comédia eram os melhores em se relacionar com as pessoas. Os amantes de romance e drama eram os mais empáticos e mais habilidosos em ver as coisas através dos olhos dos outros.

Estes resultados são fascinantes (para não mencionar um impulso do ego para nós, os leitores); no entanto, eles levantam a antiga questão “galinha ou ovo”. É que ler ficção pode ajudar uma pessoa a tornar-se mais empática ou pessoas com empatia simplesmente leem mais ficção?

Talvez os telespectadores que acham que poderiam usar um pouco mais de empatia possam fazer sua própria experiência. Pegue um pouco de ficção e observe as mudanças dentro de você.

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*Fonte: revistapazes

Incrível animação para fazer as crianças se encantarem com o mundo dos livros

Curta-Metragem vencedor do Oscar mostra o poder que os livros podem ter nas crianças

Uma história bem contada pode mudar a vida de uma criança. Ainda mais se for uma incrível história que mostra a importância que os livros podem ter. Alguns podem encantar e iluminar a vida das pessoas, principalmente das crianças, com sua imaginação. Este é o caso da animação The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, um curta-metragem de animação ganhador de um Oscar e dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg.

Mostre para seus filhos, filhas, alunos e alunas. Com certeza, eles poderão ter outra relação com os livros depois de ver este curta!

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*Fonte: notaterapia

“Ler é sempre um ato de poder”, afirma o escritor argentino Alberto Manguel

O escritor argentino Alberto Manguel, reconhecido internacionalmente por honrarias como o título de Oficial da Ordem das Artes e das Letras, do Ministério da Cultura da França, Alberto Manguel é diretor da Biblioteca Nacional argentina e autor de obras como “Dicionário de lugares imaginários” e “Uma história da leitura”.

Para o escritor, “ler é sempre um ato de poder” e, em sua opinião, a isso se deve o fato do leitor ser temido em quase todas as sociedades.

Manguel nos faz peercorrer um caminho histórico sobre a capacidade de ler – e da liberdade de ler – e nos faz refletir sobre fronteiras, identidade, poder e literatura.

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*Fonte: revistapazes

Tsundoku: Mania de acumular mais livros do que pode ler

Comprar livros, livros e mais livros. Investir na formação educacional e cultural é importante, mas e quando a gente “perde a mão” e acumula leituras que jamais chegará a ler? Para esta prática, os japoneses têm um nome e se chama Tsundoku. Com origem no século 19, “tsunde oku” significa empilhar e deixar de lado por um tempo e “doku” corresponde ao verbo ler.

Tsundoku é nada mais que a intenção de ler livros e eventualmente ir criando uma coleção. Qualquer pessoa que tenha em casa livros (empoeirados e nunca abertos) comprados na melhor das intenções vai entender. Apesar do termo não ter uma conotação negativa, o CicloVivo traz algumas reflexões sobre o tema. A intenção não é que você abandone seus livros, pelo contrário: que você invista mais tempo em leituras e menos em coleções sem propósito.

Cultura ou status?

O hábito de empilhar livros e mais livros em prateleiras é antigo. Parece que quanto maior a livraria, maior o conhecimento -, o que não é necessariamente verdade. Enquantos alguns gostam de se exibir, outros enganam a si próprios ao acreditar que lerá sim aquele novo livro super recomendado (por mais que o tema nem lhe chame tanta atenção).

Há ainda os que acreditam que ter mais livros do que é capaz de ler em uma vida é uma forma de humildade, algo como: “quanto mais leio, mais entendo que não sei de nada”. Em outras palavras, seria uma forma de manter-se ciente de que é impossível deter o conhecimento. Filosofias à parte, a prática de acumular publicações pode ser “cult”, mas é preciso se segurar para não ser vazio de sentido.

Sugestões para os maníacos por livros

O que você pode fazer para mudar isso? Primeiro, se você ainda não acumulou tantos livros quanto gostaria aproveite para refletir sobre a necessidade de cada desejo literário. Será que aquele livro que você tanto quer não está disponível online? Será que não há uma biblioteca em seu bairro onde você poderia pegá-lo emprestado? Aliás, essa dica também vale para o caso de você já ter uma quantidade razoável de livros em casa: empreste. Esqueça a besteira de ter ciúmes de livros. Conhecimento está aí para isso mesmo, ser compartilhado. Aqueles livros que você nunca leu – e nem tem a intenção de ler-, nem pense duas vezes: doe.

Aprenda a viver mais leve. Disponha as publicações organizadas e visíveis (será mais fácil se ela for menor). E por fim, sinta o prazer de ter uma biblioteca pequena, mas que é realmente usada. Afinal, pior que ter centenas de livros entulhados em caixas é deixá-los sem uso pegando pó. Se este for o seu caso, assuma nesta semana mesmo o compromisso de dar um jeito na bagunça e iniciar uma rotina de leitura diária. Não tem tempo? Não seja por isso: limite o tempo de uso de redes sociais ou TV à noite, faça um chazinho e curta seus minutos extras com uma aconchegante leitura.

*Por Marcia Souza

 

 

 

 

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*Fonte: ciclovivo

Quem lê mais, vive mais

Seus amigos reclamam quando você deixa de encontrar com eles para ficar em casa lendo? Não fique triste, leitor: uma pesquisa de Yale revela que o hábito de ler mais está ligado a uma longevidade maior – ou seja, seus livros queridos não só são divertidos: eles te fazem viver mais.

O estudo, chamado Um capítulo por dia, foi realizado nos EUA, ao longo de 12 anos, e analisou a relação entre a longevidade e os hábitos de leitura de 3.635 pessoas com mais de 50 anos. Essa mesma turma também estava participando de uma outra pesquisa maior, a Health and Retirement Study, que tem investigado, desde 1990, a saúde de americanos que passam dos 50 anos.

Em Um capítulo por dia, os pesquisadores dividiram as 3.635 pessoas em três grupos: os “não leitores” (quem não tinha o hábito de ler), os “leitores” (que liam por até três horas e meia na semana) e os “super leitores” (quem lia mais de três horas e meia por semana). Para definir os grupos, os participantes responderam a algumas perguntas simples sobre quanto tempo passavam lendo livros, revistas e jornais por semana.

Aí, 12 anos depois, os cientistas compararam esses hábitos aos dados de saúde do Health and Retirement Study, e descobriram o seguinte: os não leitores haviam morrido mais cedo do que os leitores, e bem mais cedo do que os super leitores.

Quem lia até 3h30 por semana, segundo o estudo, tinha 17% menos chances de morrer antes dos 62 anos do que quem não lia nada – e quem fazia parte do grupo dos super leitores tinha 23% menos chances de bater as botas antes dos 62. Além disso, esse resultado foi geral – não tinha a ver com gênero, classe social, problemas psicológicos nem nível de educação.

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*Fonte: porredelivros

30% da população brasileira nunca comprou um livro

Pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’ aponta que brasileiros leem em média 4,96 livros ao ano

De acordo com a 4ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, desenvolvida em março de 2016 pelo Instituto Pró-Livro, mais da metade da população brasileira se considera leitora, porém apenas 4,96 livros são lidos por ano. Deste total, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes.

A pesquisa considera que é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. No entanto, os estudos mostram que 30% da população nunca comprou um livro.

Entre as principais motivações para a leitura estão gosto (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência do trabalho (7%).

A Bíblia é o livro mais lido em qualquer grau de escolaridade. Outros títulos que foram citados como mais recorrentes foram: A Culpa É Das Estrelas, A Cabana, O Pequeno Príncipe, Cinquenta Tons de Cinza, Diário de um Banana, Crepúsculo, Harry Potter e Dom Casmurro.

*Por Isbela Alves

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*Fonte: observatorio3setor

11 livros infantojuvenis que todos deveriam ler ao longo da vida

1 – O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder:
“Nenhum outro livro explica aos jovens de forma tão simples as principais linhas de pensamentos filosóficos. Sem contar que o enredo da história de Sofia prender o leitor até o final, que é arrasador!”

2 – Ponte para Terabítia, Katherine Paterson:
“Porque a vida pode ser simples, nossa imaginação pode ser incrível e também porque nem sempre os finais são felizes”.

3 – O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry:
“É um lindo clássico”.

4 – O Mágico de Oz, L. Frank Baum:
“É indispensável”.

5 – Desventuras em Série, Lemony Snicket:
“É uma série de treze volumes, então podem ser lidos aos poucos ao longo da vida.”

6 – Ei! Tem Alguém Ai?, Jostein Gaarder:
“Livro que abre reflexões, distrai e ainda pode mudar suas percepções da vida com simplicidades”.

7 – Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos:
“O livro narra a visão de uma criança sobre os problemas sociais que a cercam. A pureza é contrastada pela dureza da vida. É uma imersão nos valores humanos através da perspectiva de alguém jovem e com quem podemos nos identificar de imediato”.

8 – Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll:
“É uma das obras primas de toda cultura pop, servindo de inspiração/referência para inúmeras obras posteriores. Logo, conhecer esta obra é conseguir intertextualizar com muitas outras (desde Matrix a Batman v Superman). É um texto de várias camadas, podemos interpretar tudo como apenas uma viagem de imaginação ou teoria de multiversos, visto que Lewis Carroll era matemático também. Ou mesmo relevando esta parte matemática, é uma bela história que deixa o antropocentrismo de lado e mostra outro mundo!”.

9 – O Senhor dos Aneis, J. R.R. Tolkien:
“Eu li quando era adolescente e me apaixonei. Tem gente que leu quando adulto e discorda. Mas acho que a ficção encanta a todos”.

10 – Aruá, o Boi Encantado, Luís Jardim:
“Um livro maravilhoso que traz uma reflexão linda sobre ser humilde”.

11 – Harry Potter, J.K. Rowling:
“Além dos exemplos morais seu estilo é leve, fluido e viciante enquanto inocula sua poesia vibrante e mágica”.

 

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*Fonte: revistagalileu

5 coisas que você não sabia sobre ‘O Pequeno Príncipe’

Conheça alguns fatos curiosos sobre Antoine de Saint-Exupéry e da criação de “O Pequeno Príncipe”

1. Saint-Exupéry jamais ficava satisfeito com o que escrevia. A célebre frase “On ne voit bien qu’avec le cœur. L’essentiel est invisible pour les yeux”, que pode ser traduzida como “só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos“, foi reescrita mais de dez vezes antes de alcançar sua forma final. Os manuscritos originais de O Pequeno Príncipe foram editados pelo próprio autor incontáveis vezes. No processo, páginas inteiras foram concentradas em uma única frase, reduzindo a obra a metade de seu tamanho original.

2. O autor costumava trabalhar na madrugada, e acordava seus amigos sem constrangimento para pedir conselhos e sugestões sobre as passagens mais difíceis. Era comum que começasse a trabalhar às duas da manha e fosse dormir no nascer do sol, quando sua secretária chegava e digitava seu trabalho com ele dormindo no sofá. Ele adorava receber amigos nas refeições, mas era comum que os convidados chegassem à uma da tarde à sua casa e precisassem acordar o anfitrião exausto.

3. Saint-Exupéry era aviador, e morreu servindo a força aérea francesa no final da Segunda Guerra Mundial . Decolou da da ilha da Córsega, às 8h45 do dia 31 de julho de 1944, para uma missão de reconhecimento sobre o território francês ocupado pelo exército nazista. Ele coletava informações para preparar um desembarque dos aliados em Provença. Seu avião foi abatido pelo piloto alemão Horst Rippert, que admitiu, arrependido, aos 88 anos, ser o autor dos disparos. Os destroços do caça P-38 foram encontrados só 60 anos depois da data de seu desaparecimento, no litoral da Marselha. A insígnia do esquadrão de reconhecimento GR I/33, um dos quais o autor fez parte, leva uma ilustração do Pequeno Príncipe em sua insígnia, e hoje é operado com drones.

4. A primeira tradução brasileira de O Pequeno Príncipe foi feita pelo monge beneditino Dom Marcos Barbosa em 1954, e publicada pela Editora Agir. Durante 60 anos ela foi a única disponível no mercado, e eternizou uma interpretação questionável. Na frase “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé” , traduzida como “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, a palavra apprivoisé não significa cativar na acepção mais delicada e emocional da palavra, mas sim algo como “domesticar” ou “domar”, como se faz com um bicho de estimação.

5. O Pequeno Príncipe foi traduzido para uma série de línguas inusitadas. Uma delas foi o Toba, um idioma indígena do norte da Argentina que até então só possuía uma tradução do Novo Testamento da Bíblia. Outra versão curiosa é em Latim. Até o Esperanto, idioma artificial criado com a intenção de ser uma língua franca internacional, ganhou sua versão. Há 47 traduções coreanas para a obra, e mais de 50 versões chinesas. Essa imensa variedade de versões torna o livro um objeto frutífero para estudos tradutórios comparativos.

 

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*Fonte: portalraizes

 

Woody Allen elege ‘Memórias póstumas de Brás Cubas’ como um de seus livros favoritos

RIO – Clássico da literatura brasileira, “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, é um dos livros favoritos do cineasta americano Woody Allen. “É uma obra muito, muito original”, disse o diretor de “Manhattan” e “Vicky Cristina Barcelona”.

Allen elencou para o jornal britânico “The Guardian”, as cinco obras de literatura que mais tiveram impacto sobre sua vida e sua obra. O livro de Machado de Assis aparece ao lado do aclamado “O apanhador no campo de centeio”, de J. D. Salinger; da coletânea de textos de humor “The world of S. J. Perelman”; e das biografias “Really the blues”, de Mezz Mezzrow e Bernard Wolfe, e “Elia Kazan”, de Richard Schickel.

Allen conta que ganhou o livro de presente de um brasileiro. “Eu recebi pelos correios. Alguém que eu não conhecia me mandou e escreveu ‘Você vai gostar disso’. Eu li porque não um livro grande. Se fosse maior, eu teria descartado. Mas fiquei chocado com como ele era charmoso e divertido. Não acreditava que ele tivesse vivido numa época tão distante. Você pensaria que foi escrito ontem. É tão moderno e prazeroso. É uma obra muito, muito original. O livro me despertou alguma coisa, da mesma forma que aconteceu com ‘O apanhador no campo de centeio’. Era um assunto de que eu gostava e que foi tratado com muita inteligência, uma originalidade tremenda e nenhum sentimentalismo”.

 

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*Fonte:  oglobo

 

Os 11 livros mais polêmicos da história

PRODÍGIO DA POLÊMICA
Livro: Sarah (1999)
Autor: Jeremiah “Terminator” LeRoy

É um romance supostamente baseado na infância do autor, representado por um garoto de 12 anos, chamado Cherry Vanilla, que deseja virar uma mulher famosa. Com forte carga de prostituição e abuso sexual infantil, a história caiu no gosto até de celebridades. Em 2006, o autor foi desmascarado e revelou-se que a pessoa que se passava por LeRoy era uma modelo contratada. A real autora era uma ex-operadora de telessexo. A farsa contribuiu ainda mais para seu sucesso

BLASFÊMIA LUCRATIVA
Livro: Deus, um Delírio (2006)
Autor: Richard Dawkins

O biólogo britânico expõe argumentos para provar a inexistência de Deus, faz apologia ao ateísmo e aponta a religião, de modo geral, como principal causa dos males modernos: guerras, ignorância, intolerância etc. Sucesso de vendas, a obra inflamou a discussão entre religiosos e ateus no meio acadêmico e gerou dezenas de artigos e até livros contrários a suas ideias. Dawkins virou ícone do ateísmo

SENTENÇA DE MORTE
Livro:Versos Satânicos (1989)
Autor: Salman Rushdie

A obra conta a aventura de dois muçulmanos que sobrevivem a um atentado a bomba em um avião. Depois da queda, um deles desenvolve chifres, cascos e um rabo. O outro cria uma auréola. Recheado de ironias e críticas ao Alcorão e ao islamismo, o livro culminou na busca pela cabeça do autor – líderes religiosos ofereceram US$ 6 milhões como recompensa pelo seu assassinato. Rushdie teve que se manter no anonimato durante muitos anos

AMOR NÃO TEM IDADE
Livro: Lolita (1955)
Autor: Vladimir Nabokov

Rejeitado por várias editoras, que o taxaram de pornografia pura, Lolita é um romance escrito em primeira pessoa que conta a história de Humbert Humbert, professor de poesia francesa quarentão que se apaixona por sua enteada de 12 anos e vive com ela uma relação amorosa e erótica. Humbert se define como um pervertido e atribui seus atos a um romance malsucedido da juventude. Inspirou dois filmes, também controversos

MALDIZENDO A MADAME
Livro: Madame Bovary (1857)
Autor: Gustave Flaubert

Avançada para os padrões da época, a fictícia madame Bovary comete adultério e se entrega ao consumismo desenfreado (e às dívidas que vêm junto) para dar sentido à sua vida carente de aventuras. Acaba tendo um final trágico e meio moralista. Por fazer críticas ao clero e à burguesia, o romance causou furor na época, com o autor sendo levado a julgamento por ofender a moral e a religião. Absolvido, Flaubert declarou no tribunal: “Emma Bovary sou eu”

O SONHO ACABOU?
Livro: A Interpretação dos Sonhos (1900)
Autor: Sigmund Freud

Obra em que o pai da psicanálise relaciona os sonhos às projeções do inconsciente. Para o médico austríaco, qualquer sonho pode ser explicado, diferentemente do que alguns estudiosos acreditavam. Mal recebido, o livro causou polêmica por contrariar as teorias da época, que diziam que os sonhos não eram inteligíveis. As interpretações sexuais foram um dos motivos de maior escândalo

MIL E UMA PERVERSÕES
Livro: Os 120 Dias de Sodoma (1785)
Autor: Marquês de Sade

Não é à toa que o nome do autor deu origem à palavra “sadismo”: o livro tem escatologia (uma cena narra um banquete com pratos com fezes), incesto, tortura (inclusive de crianças), orgias e assassinato. Uma leitura mais atenta aponta que a violência foi o recurso do escritor para afrontar as instituições da Igreja, da família e do Estado. Preso diversas vezes e perseguido ao longo da vida pelo comportamento libertino, Sade morreu em um hospício

AO ALTO E ALÉM
Livro: Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos (1584)
Autor: Giordano Bruno

Precursor da filosofia moderna, o livro se baseia na teoria do astrônomo e matemático Copérnico, que afirmava que a Terra não era o centro do Universo. Para o autor, o Universo seria infinito e com um número infinito de mundos, todos em sistemas heliocêntricos (ou seja, que têm um Sol como centro), com seres inteligentes. O autor acabou executado como herege pela Inquisição

TÁ DE MACAQUICE?
Livro: A Origem das Espécies (1859)
Autor: Charles Darwin

Um dos livros mais importantes da história da ciência, apresenta a Teoria da Evolução, cujos preceitos se tornaram a base da biologia moderna. Na obra, Darwin analisa a luta pela sobrevivência e a seleção natural entre as espécies. Mas foram as teorias de que o homem veio do macaco que geraram comoção, principalmente porque contradizem totalmente o livro do Gênesis, na Bíblia, que trata da suposta criação do mundo por Deus

MANIFESTO DO MAL
Livro: Minha Luta (1925/1926)
Autor: Adolf Hitler

A “cartilha do nazismo” expressava as ideias antissemitas e racistas do ditador, que escreveu o primeiro dos dois volumes na prisão. Foi meio que uma sementinha da 2a Guerra Mundial e do Holocausto, já que, em suas páginas, Hitler persuadia os alemães a combater os judeus, que, segundo ele, pretendiam dominar o país. O livro caiu em domínio público em 2016, provocando polêmica no mundo todo

A OBRA DA DISCÓRDIA
Livro: Bíblia (ano indeterminado)
Autor: vários (mais de 40)

Fiéis, cientistas, ateus e diversos outros grupos levantam dúvidas sobre autoria, idiomas e datas. Além disso, seu conteúdo sempre gerou incertezas e muitas análises, principalmente as partes sobre o pecado original, o Apocalipse e a criação divina. Trechos sobre penas de morte, sacrifícios, violência contra crianças, bebedeiras e sexo sempre são trazidos à tona por seus detratores. A Bíblia também é muito analisada por seguidores de outras crenças além da cristã, o que contribui para que gere polêmicas

 

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*Fonte: mundoestranho /

 

 

Ler diariamente aumenta a expectativa de vida, diz estudo

Por mais que a leitura pareça não ter muita relação com a saúde, um estudo feito durante 12 anos por pesquisadores da Universidade de Yale, nos EUA, comprovou que as pessoas que leem podem viver mais do que quem não lê.

A receita para a longevidade é simples e os resultados são sentidos com apenas 30 minutos diários de leitura. O estudo feito pelos norte-americanos tinha como intuito identificar os benefícios e a influência da leitura na saúde e qualidade de vida das pessoas.

Para que a análise fosse feita, os pesquisadores usaram dados coletados a partir de um acompanhamento de 12 anos, feito com 3.635 pessoas com mais de 50 anos de idade. Os participantes foram divididos em três grupos. O primeiro deles incluía aqueles que não tinham o hábito de ler, no segundo estavam as pessoas que mantinham uma média semanal de 3,5 horas de leitura e, por fim, o último grupo reunia os voluntários que leem mais do que 3,5 horas/semana.

Além dessa divisão, os cientistas também consideraram outras variáveis, como renda, escolaridade, capacidade cognitiva, entre outras coisas.

Após mais de uma década de estudos, os pesquisadores concluíram que, quem lê, ao menos trina minutos por dia, somando pouco mais de três horas semanais, tinha 17% menos chances de morrer do que quem não lê. Quando o comparativo considerou os leitores mais assíduos, o percentual subiu para 23%.

Uma das possíveis justificativas para este resultado é que o hábito da leitura ajuda a elevar as capacidades cognitivas, responsável por quase todas as relações e conexões entre o Homem e o que está ao seu redor.

Clique aqui para acessar o estudo.

 

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*Fonte: ciclovivo

mulher-lendo

Manual do Escoteiro Mirim revive nostalgia dos anos 70 e se transforma em fenômeno de vendas

Em tempos de livros de youtubers, gamers, e onde até o mais prestigioso prêmio de literatura não foi para um autor de livros, outro curioso (e antigo) fenômeno anda agitando a lista de mais vendidos nas livrarias brasileiras. Sucesso nos anos 70 e 80, os Manuais da Disney publicados pela Abril estão ganhando novas edições, e O Manual do Escoteiro Mirim, lançado em maio deste ano, já se transformou em um dos grandes bestsellers de 2016.

“Divulgamos em nossas redes sociais e a reação foi incrível, com uma repercussão muito maior do que imaginávamos”, admite Sérgio Figueiredo, diretor de redação da Abril. O frisson causado nas redes sociais continuou nas livrarias e bancas de jornais. A Abril viu a primeira tiragem de 10 mil exemplares praticamente evaporar. “Em uma semana de circulação, alguns de nossos distribuidores já estavam pedindo reposição. Considerando a situação atual do mercado, isso é muito fora da curva”, comentou Sérgio. Até o momento, 20 mil exemplares já foram vendidos, e a editora já está preparando uma terceira reimpressão. A expectativa é que o Manual do Escoteiro Mirim feche o ano com 32 mil cópias comercializadas.
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O livro, antes de existir de verdade, aparecia nas historinhas dos Junior Woodchucks, criadas por Carl Barks nos anos 1950 nos EUA e traduzidas por aqui como Os Escoteiros Mirins. Huey, Dewey e Louie (Huguinho, Zezinho e Luizinho por aqui), usavam o livro como guia para escapar de confusões e situações de risco. Em 1969, a editora italiana Mondadori lançou Il Manuale delle Giovani Marmotte, edição real do livro posteriormente lançado no Brasil dois anos depois.

A edição 2016 do Manual do Escoteiro é fac-símile, ou seja, uma réplica fiel da obra de 71. A única mudança foi a troca de um ingrediente do clássico coquetel dos escoteiros mirins (Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, o conhaque foi substituído por leite de coco). Para Sérgio, a decisão é o grande motivo para o sucesso do livro. “Esses manuais funcionam como uma espécie de mini-cápsula do tempo. Eles venderam milhões de exemplares nos anos 70, em uma época onde o mercado era menos pulverizado. Muita gente já teve um exemplar, e agora qualquer um pode reviver a magia de reler as dicas e ensinamentos dos escoteiros”, disse.

O sucesso do Manual do Escoteiro estimulou a Abril a lançar outros livros clássicos da série. O Manual do Professor Pardal, de 1972, foi relançado durante a Bienal Internacional de São Paulo, em setembro. O Manual do Mickey, um guia para detetives e agentes secretos lançado em 1973, também já está disponível. O próximo lançamento é o icônio Manual do Tio Patinhas, que contará com um brinde especial. “Assim que relançamos o Escoteiro, o principal pedido dos leitores era o Manual do Tio Patinhas com a moedinha”, disse Sérgio. A moedinha, no caso, era a moedinha nº 1, primeira moeda que Tio Patinhas ganhou na vida e que vinha como brinde nas edições da Abril de 1972. “Encomendamos um novo layout da moeda para acompanhar o relançamento”.  O Manual da Maga & Nin e o da Vovó Donalda completam a programação de títulos deste ano.

Em 2017, a Abril pretende lançar mais seis livros. Além disso, a editora está aproveitando o sucesso dos títulos para colocar no mercado outras obras clássicas da Disney. Junto com o Manual do Tio Patinhas, será lançado O Segredo do Castelo, conhecida por ser a primeira caça ao tesouro de Donald e seus sobrinhos com o tio Patinhas. No Brasil, a história apareceu no primeiro exemplar da revista O Pato Donald da Editora Abril, em 1950. “É uma oportunidade ótima de para fazer com que uma nova geração possa conhecer esses clássicos. As vendas estão sendo uma grata surpresa para nós, e os leitores podem esperar por mais novidades no ano que vem”, concluiu Sérgio.

*Só para constar: eu tenho a edição de 1972, presente do meu pai para mim e meu irmão. Foi um dos livros importantes de minha infância, depois, quando cresci e aprendi a ler. Muito obrigado meu pai, por esse incrível presente naquela vez.

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*Fonte: omelete

manualescoteirom

‘Andar nos ensina a desobedecer’ diz filósofo francês

Especialista em psiquiatria, filosofia penal e editor dos últimos cursos de Michel Foucault no Collège de France, Frederic Gros escreveu um tratado sobre o caminhar que conecta as idéias de pensadores como Kant, Thoreau, Nietzsche e Rousseau com suas caminhadas. Uma reinvindicação ao prazer de passear.

Kant, Rousseau, Nietzsche e Rimbaud gostavam de caminhar. E eles o faziam de formas diferentes. As caminhadas do jovem Rimbaud, dispersas e desorganizadas, estavam cheias de raiva, enquanto Nietzsche procurava nelas o tom e a energia da marcha. Kant era metódico e sistemático: o fazia todo dia, à mesma hora, na mesma rota. Todos acabaram mudando seus escritórios de trabalho para o campo, onde as idéias fluíam mais livremente e em plena natureza. Analisando de perto, estas caminhadas guardam alguns paralelos com seus pensamentos, diz o filósofo francês (e grande caminhador ) Frederic Gros no livro ‘Andar. Uma filosofia’, um best-seller que por enquanto, só foi traduzido na França.

 

Quando você começou a caminhar?
Foi relativamente tarde, aos 20 anos. Foram alguns amigos que me convenceram. Quando eu era criança, gostava de ir sozinho para as montanhas, mas a verdade é que o passeio consistente como uma excursão, veio mais tarde. Minha primeira experiência importante foi no verão quando eu dei uma volta pela Córsega. Eu andei a estrada GR-20. Foi difícil, mas a aliança entre as altas montanhas e o mar fez com que fosse maravilhoso.

Quantos quilómetros fez?
Éramos em sete pessoas e durou 15 dias, mas não sei quantos quilômetros fizemos. A verdade é que, quando se caminha não se conta, porque a dificuldade das trilhas faz você percorrer às vezes, poucos quilômetros em um dia. Quando se caminha mais fácil, através de estradas planas, como os andarilhos, a média é de 40 quilômetros por dia.

E o que acha dos aplicativos que calculam a distância e até mesmo as calorias consumidas?
Não uso. O importante é ter uma visão geral e que você só consegue com um mapa desdobrável. Em relação as calorias, quando se caminha sete ou mais horas, a maior preocupação é chegar ao próximo abrigo.

Em seu ensaio você associa a caminhada com grandes filósofos, por quê?
Esses pensadores transformaram as montanhas e florestas em locais de trabalho. Para eles, o andar não era um esporte ou um passeio turístico. Realmente, eles saíam com seus cadernos e lápis para encontrar novas ideias. Solidão era uma das condições para a criação.

E a relação entre a caminhadas e as suas ideias?
Existem maneiras de caminhar que na verdade são estilos filosóficos. Por exemplo: Kant era sério e disciplinado, e é um filósofo que exige provas muito rigorosas com definições estritas. Ele tinha um jeito de andar que consistia em fazer todos os dias a mesma caminhada, na mesma hora. A escrita de Nietzsche, muito mais dispersa, com menos coesão, tem a ver com o fato de que ele procurava com o caminhar, sentimentos de energia e luz. Sua escrita é muito forte e rápida, não tão demonstrativa como a de Kant.

O que você quer dizer quando escreve sobre a perda da identidade que acontece quando se anda?
Bem, os efeitos da intensidade do passeio podem variar. Se você andar por quatro ou seis horas você está acompanhado de si mesmo, você pode dar atenção às suas memórias ou ter novas idéias. Mas depois de oito ou nove horas, o cansaço é tal que já não se sente o corpo. Toda a concentração é dirigida para o impulso de avançar. É quando ocorre a perda de identidade, devido à fadiga extrema. Caminhamos para nos reinventar, para nos dar outras identidades, outras possibilidades. Acima de tudo, ao nosso papel social. Na vida diária tudo está associado a função, uma profissão, um discurso, uma postura. Andar a pé é se livrar disso tudo. No final, a caminhada é não mais do que uma relação entre um corpo, uma paisagem e uma trilha.

Mas cada vez se anda menos, especialmente nas cidades, onde cada vez mais pessoas vivem.
No Terceiro Mundo, ao contrário, se anda muito. Mas é verdade que nas cidades isto está desaparecendo. Elas não são feitas para os pedestres.

Os jovens também não andam a pé.
As novas gerações consideram, e eles podem estar certos, que você tem que ser louco para ir aos lugares a pé, especialmente quando têm à disposição todos os tipos de invenções técnicas que fazem com que não tenham que andar. Para eles, a caminhada é um pouco monótona, em parte porque eles se acostumaram a mudar as telas de imagens que usam muito rapidamente e, quando andamos, as paisagens evoluem muito lentamente. Além disso, quando caminhamos, é sempre a mesma coisa.

E isso é visto como chato.
Para algumas pessoas, a caminhada é o exato oposto do significado de prazer porque nós tendemos a comparar prazer com excitação. E para que haja excitação é preciso uma novidade. Diante disso, descobrir o prazer de caminhar pode ser algo completamente exótico. Descobre-se uma dimensão que hoje está praticamente banida de nossa vida: a lentidão, a presença física. Durante a caminhada, todos os sentidos estão presentes: ouvimos os ruídos da floresta, se percebem as luzes.

E quem mais caminha são os aposentados?
Os sábios de antigamente tinham um ditado que pode nos supreender hoje, “tenha pressa para chegar à velhice.” Eles consideravam que a velhice seria o tempo de vida em que poderíamos nos livrar de tudo e nos envolver com o cuidar de nós mesmos, “le souci de soi” (a atenção para si, apud Michel Foucault ), cura sui em latim. A caminhada também não tem nada de violenta ou brutal. Há uma regularidade nela que tranquiliza, acalma. E isso está longe de qualquer busca de resultado. Assim, a primeira frase do livro é “andar não é um esporte.” Não faça marcas, não tente superar a si mesmo. Andar a pé é uma experiência autêntica, embora talvez não seja moderna.

Andar libertou você da vida acadêmica? Eu li que você está preparando um livro sobre a desobediência.
Thoreau escreveu o primeiro livro em pé e, curiosamente, também escreveu o primeiro livro sobre a desobediência civil. É verdade que a caminhada nos ensina a desobedecer. Porque andar nos obriga a ter uma distância que é também uma distância crítica. No mundo acadêmico, todo mundo é obrigado a provar o que diz. Neste livro eu queria explorar sonhos. A provocação que faço aos pensadores, é que você não é o que você pensa, mas como você anda. Eu não queria voltar para as doutrinas, mas sim explorar os estilos.

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*Fonte: saopaulosao / Leticia Blanco de Barcelona no El Mundo.

 

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Lemmy: edição revisada de autobiografia sairá no Brasil

A autobiografia de Lemmy Kilmistir, do Motorhead, lançada originalmente em 2003, e escrita em parceria com a jornalista Janiss Garza, ganhou uma revisão para atualizar a história do lendário músico até seu falecimento em 28 de dezembro de 2015, e o livro será lançado aqui no Brasil em setembro.

“Lemmy – A Autobiografia” traz, conforme diz o release da editora, “uma história escandalosa, hilária e altamente divertida”.

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*Fonte: whiplash

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Quem lê mais vive mais. E basta meia hora por dia.

Seus amigos reclamam quando você deixa de encontrar com eles para ficar em casa lendo? Não fique triste, leitor: uma pesquisa de Yale revela que o hábito de ler mais está ligado a uma longevidade maior – ou seja, seus livros queridos não só são divertidos: eles te fazem viver mais.

O estudo, chamado Um capítulo por dia, foi realizado nos EUA, ao longo de 12 anos – e analisou a relação entre a longevidade e os hábitos de leitura de 3.635 pessoas com mais de 50 anos. Essa mesma turma também estava participando de uma outra pesquisa maior, a Health and Retirement Study, que tem investigado, desde 1990, a saúde de americanos que passam dos 50 anos.

Em Um capítulo por dia, os pesquisadores dividiram as 3.635 pessoas em três grupos: os “não leitores” (quem não tinha o hábito de ler), os “leitores” (que liam por até três horas e meia na semana) e os “super leitores” (quem lia mais de três horas e meia por semana). Para definir os grupos, os participantes responderam a algumas perguntas simples sobre quanto tempo passavam lendo livros, revistas e jornais por semana.

Aí, 12 anos depois, os cientistas compararam esses hábitos aos dados de saúde do Health and Retirement Study, e descobriram o seguinte: os não leitores haviam morrido mais cedo do que os leitores, e bem mais cedo do que os super leitores.

Quem lia até 3h30 por semana, segundo o estudo, tinha 17% menos chances de morrer antes dos 62 anos do que quem não lia nada – e quem fazia parte do grupo dos super leitores tinha 23% menos chances de bater as botas antes dos 62. Além disso, esse resultado foi geral – não tinha a ver com gênero, classe social, problemas psicológicos nem nível de educação.

Fazendo as contas, dá para ver que não precisa de muito trabalho para ser um super leitor: um pouco mais de meia hora de leitura por dia já é o suficiente para fazer parrte desse grupo. Mas tem um truque aí: não adianta ler qualquer coisa, porque a mágica só funciona com livros – quando os cientistas compararam o tempo de vida das pessoas que liam apenas jornais e revistas, mesmo que fosse muita leitura, a longevidade não era tão grande quanto a dos super leitores de livros.

Então sai já dessa tela!

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*Fonte: superinteressante / Helô D’Angelo

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44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro

Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil anuncia resultados de sua 4.ª edição em seminário em São Paulo; livro com análise será publicado na Bienal do Livro de São Paulo
índice de leitura

Há um pouco mais de leitores no Brasil. Se em 2011 eles representavam 50% da população, em 2015 eles são 56%. Mas ainda é pouco. O índice de leitura, apesar de ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses, 0,94 são indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de 4 livros lidos por ano. Os dados foram revelados na tarde desta quarta-feira, 18, e integram a quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.

Realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), a pesquisa ouviu 5.012 pessoas, alfabetizadas ou não, mesma amostra da pesquisa passada. Isso representa, segundo o Ibope, 93% da população brasileira.

Para a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. Já o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

A Bíblia é o livro mais lido, em qualquer nível de escolaridade. O livro religioso, aliás, aparece em todas as listas: últimos livros lidos, livros mais marcantes. 74% da população não comprou nenhum livro nos últimos três meses. Entre os que compraram livros em geral por vontade própria, 16% preferiram o impresso e 1% o e-book. Um dado alarmante: 30% dos entrevistados nunca comprou um livro.

Para 67% da população, não houve uma pessoa que incentivasse a leitura em sua trajetória, mas dos 33% que tiveram alguma influência, a mãe, ou representante do sexo feminino, foi a principal responsável (11%), seguida pelo professor (7%).

As mulheres continuam lendo mais: 59% são leitoras. Entre os homens, 52% são leitores. Aumentou o número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos – de 53% em 2011 para 67% em 2015. A pesquisa não aponta os motivos, mas Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Editores, disse ao Estado que o boom da literatura para este público pode ter ajudado no aumento do índice – mais do que uma ação para manter o aluno que sai da escola interessado na leitura.

Entre as principais motivações para ler um livro, entre os que se consideram leitores, estão gosto (25%), atualização cultural ou atualização (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência do trabalho (7%), não sabe ou não respondeu (5%), outros (1%). Adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto (42%), seguidos por crianças de 5 a 10 anos (40%).

Os fatores que mais influenciam na escolha de um livro estão tema ou assunto (30%), autor (12%), dicas de outras pessoas (11%), título do livro (11%), capa (11%), dicas de professores (7%), críticas/ resenhas (5%), publicidade (2%), editora (2%), redes sociais (2%), não sabe/não respondeu (8%), outro (1%). O item O “tema ou assunto” influencia mais a escolha dos adultos e daqueles com escolaridade mais alta, atingindo 45% das menções entre os que têm ensino superior. Já o público entre 5 e 13 anos escolhe pela capa. Dicas de professores funcionam melhor que todas as outras opções para crianças entre 5 e 10 anos. E blogs respondem por menos de 1%.

Lê-se mais em casa (81%), depois na sala de aula (25%), biblioteca (19%), trabalho (15%), transporte (11%), consultório e salão de beleza (8%) e em outros lugares menos expressivos. E lê-se mais livros digitais em cyber cafés e lan houses (42%) e no transporte (25%).

Aos não leitores, foi perguntado quais foram as razões para eles não terem lido nenhum livro inteiro ou em partes nos três meses anteriores à pesquisa. As respostas: falta de tempo (32%), não gosta de ler (28%), não tem paciência para ler (13%), prefere outras atividades (10%), dificuldades para ler (9%), sente-se muito cansado para ler (4%), não há bibliotecas por perto (2%), acha o preço de livro caro (2%), tem dinheiro para comprar (2%), não tem local onde comprar onde mora (1%), não tem um lugar apropriado para ler (1%), não tem acesso permanente à internet (1%), não sabe ler (20%), não sabe/não respondeu (1%).

A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre. Perdeu para assistir televisão (73%), que, vale dizer, perdeu importância quando olhamos os outros anos da pesquisa: 2007 (77%) e 2011 (85%). Em segundo lugar, a preferência é por ouvir música (60%). Depois aparecem usar a internet (47%), reunir-se com amigos ou família ou sair com amigos (45%), assistir vídeos ou filmes em casa (44%), usar WhatsApp (43%), escrever (40%), usar Facebook, Twitter ou Instagram (35%), ler jornais, revistas ou noticias (24%), ler livros em papel ou livros digitais (24%) – mesmo índice de praticar esporte. Perdem para a leitura de um livro: desenhar, pintar, fazer artesanato ou trabalhos manuais (15%), ir a bares, restaurantes ou shows (14%), jogar games ou videogames (12%), ir ao cinema, teatro, concertos, museus ou exposições (6%), não fazer nada, descansar ou dormir (15%).

A principal forma de acesso ao livro é a compra em livraria física ou internet (43%). Depois aparecem presenteados (23%), emprestados de amigos e familiares (21%), emprestados de bibliotecas de escolas (18%), distribuídos pelo governo ou pelas escolas (9%), baixados da internet (9%), emprestados por bibliotecas públicas ou comunitárias (7%), emprestados em outros locais (5%), fotocopiados, xerocados ou digitalizados (5%), não sabe/não respondeu (7%).

A livraria física é o local preferido dos entrevistados para comprar livros (44%), seguida por bancas de jornal e revista (19%), livrarias online (15%), igrejas e outros espaços religiosos (9%), sebos (8%), escola (7%), supermercados ou lojas de departamentos (7%), bienais ou feiras de livros (6%), na rua, com vendedores ambulantes (5%), outros sites da internet (4%), em casa ou no local de trabalho, com vendedores “porta a porta” (3%), outros locais (6%) e não sabe/não respondeu (7%). O preço é o que define o local da compra para 42% dos entrevistados. Na pesquisa anterior, isso valia para 49%.

A pesquisa perguntou a professores qual tinha sido o último livro que leram e 50% respondeu nenhum e 22%, a Bíblia. Outros títulos citados: Esperança, O Monge e o Executivo, Amor nos tempos do cólera, Bom dia Espírito Santo, Livro dos sonhos, Menino brilhante, O símbolo perdido, Nosso lar, Nunca desista dos seus sonhos e Fisiologia do exercício. Entre os 7 autores mais lembrados, Augusto Cury, Chico Xavier, Gabriel Garcia Márquez, Paulo Freire, Benny Hinn, Ernest W. Maglischo e Içami Tiba.

Quando extrapolamos para a amostra total, os títulos mais citados como os últimos lidos ou que estão sendo lidos foram Bíblia, Diário de um banana, Casamento Blindado, A Culpa é das Estrelas, Cinquenta Tons de Cinza, Ágape, Esperança, O Monge e o Executivo, Ninguém é de ninguém, Cidades de Papel, O Código da Inteligência, Livro de Culinária, Livro dos Espíritos, A Maldição do Titã, A Menina que Roubava Livros, Muito mais que cinco minutos, Philia e A Única Esperança.

Quando a questão é sobre os livros mais marcantes, os religiosos continuam ali e a Bíblia segue como referência, mas a lista fica um pouco diferente, com alguns clássicos e infantojuvenis: Bíblia, A Culpa é das Estrelas, A Cabana, O Pequeno Príncipe, Cinquenta Tons de Cinza, Diário de um banana, Turma da Mônica, Violetas na Janela, O Sítio do Pica-pau Amarelo, Crepúsculo, Ágape, Dom Casmurro, O Alquimista, Harry Potter, Meu pé de laranja lima, Casamento Blindado e Vidas Secas.

Entre os escritores preferidos dos brasileiros estão Monteiro Lobato, Machado de Assis, Paulo Coelho, Maurício de Sousa, Augusto Cury, Zibia Gasparetto, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Chico Xavier, John Green, Ada Pellegrini, Vinícius de Moraes, José de Alencar e Padre Marcelo Rossi.

*Fonte: estadaoblogsbabel / Maria Fernanda Rodrigues

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