Nos EUA, partículas aéreas de microplástico estão “por todo lado”

Pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que pedaços microscópicos de plástico presentes na atmosfera tiveram como fonte emissões em estradas, no mar e na agricultura

A poluição por plástico está entre as grandes preocupações ambientais do século 21. Além de demorar centenas de anos para se decompor, esse tipo de material pode ser transportado pela atmosfera como microplástico, praticamente seguindo um ciclo biogeoquímico próprio — são os chamados aerossóis microplásticos.

Em uma pesquisa publicada no último dia 20 de abril no periódico Proceedings of the National Academy of Science, cientistas dos Estados Unidos e da Áustria se dedicaram a identificar possíveis origens dessa minpusculas partículas áreas de plástico. Para isso, foram coletados dados de dezembro de 2017 a janeiro de 2019, com foco no oeste dos EUA.

“Nós encontramos bastante poluição por plástico por todo lado onde olhamos”, afirma, em nota, Janice Brahney, principal autora do artigo e professora na Universidade Estadual de Utah. “Esse plástico não é novo, ele veio de tudo que jogamos no meio ambiente por décadas”, complementa.

Os resultados sugerem que 84% das partículas de microplástico analisadas vieram de estradas, graças à movimentação de carros e caminhões, que geram esses poluentes a partir da abrasão de pneus contra o asfalto. A pesquisa evidencia ainda que cerca de 11% chegaram à atmosfera a partir do oceano e 5% tiveram origem em solos utilizados para agricultura.

Os pesquisadores descobriram que, no caso dos ambientes marinhos, a ação oceânica acaba triturando o lixo plástico em pequenas partículas e as transporta pela atmosfera por um período que pode variar de uma hora a seis dias.

O fato desses materiais estarem se acumulando em tantos lugares e recirculando para as mais diversas áreas chamou a atenção dos cientistas. “Não é apenas nas cidades ou nos oceanos. Estamos achando microplásticos em parques nacionais”, observa a pesquisadora Natalie Mahowald, da Universidade Cornell, também nos EUA.

Diante desse cenário, os pesquisadores acreditam que compreender as origens e as consequências do microplástico na atmosfera deveria ser uma prioridade. “As nossas melhores estimativas mostram que a maioria dos continentes provavelmente importa microplásticos do ambiente marinho”, alerta Mahowald. Por isso, a equipe pretende futuramente fazer mais pesquisas sobre o ciclo do plástico.

*Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com
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*Fonte: revistagalileu

França bane descartáveis em redes de fast-food

Clientes que comem ou bebem no local têm agora direito a utensílios reutilizáveis

A França começou 2023 com combate à geração de resíduos plásticos e aos itens de uso único, em geral. Já no primeiro dia do ano entrou em vigor a lei que proíbe redes de fast-food a oferecerem embalagens, copos, pratos e talheres descartáveis.

Banir recipientes de uso único é o intuito de uma lei francesa de 2020, que estendeu o prazo até 2023 para empresas se adequarem. De acordo com as novas regras, todos os clientes que comerem ou beberem nas próprios estabelecimentos terão direito a utensílios reutilizáveis.

O foco é proibir não só os plásticos, mas qualquer item descartável – ainda que menos poluente – como papelão, madeira e bambu. O receio, entretanto, de organizações ambientais locais, é que os produtos sejam substituídos por plástico rígido, o que tem sido feito pelo McDonald’s, por exemplo, para dispor as batatas fritas.

A medida é válida para locais com mais de 20 lugares – incluindo redes de padarias, fast-food e restaurantes de sushi. Caberá ao estabelecimento fornecer copos, pratos, pratos e talheres reutilizáveis ​​e laváveis.

Lei necessária
Trata-se de uma mudança de grande impacto para os gestores que terão de incluir lava-louças eficientes e treinar funcionários para impedir que os clientes joguem fora ou levem para casa os utensílios. Clientes assíduos que estão acostumados a descartar suas bandejas repletas de descartáveis nas lixeiras, após uma rápida refeição, também ficarão surpresos com a redução de lixo individual em consequência da medida.

Os desafios, ainda que presentes, são necessários para reverter a imensa geração de lixo produzida pela sociedade nas últimas décadas. Atualmente, os plásticos representam 85% do lixo marinho e nos oceanos tais resíduos se quebram em minúsculas partículas impossíveis de serem recuperadas. Apesar de inúmeros estudos alertarem para a problemática, a produção de lixo plástico segue em crescimento. Com a pandemia, os pedidos de refeições via aplicativos de delivery, por exemplo, cresceu e um estudo da consultoria econômica Ex Ante, a pedido da Oceana, aponta que o consumo de itens de plástico descartáveis nesse segmento aumentou 46% entre 2019 e 2021, saindo de 17,16 mil para 25,13 mil toneladas.

“É uma medida emblemática que, se implementada corretamente, fará uma diferença muito concreta para as pessoas – definitivamente vai na direção certa”, disse Moira Tourneur, da organização sem fins lucrativos Zero Waste France, a AFP (Agence France-Presse). Ainda segundo a agência de notícias, a França possui cerca de 30 mil lojas de fast-food e servem seis bilhões de refeições por ano, o que gera em torno de 180 mil toneladas de resíduos.

Delivery sustentável
A lei francesa refere-se somente aos alimentos consumidos nos restaurantes. Quem levar a refeição “para viagem” ainda receberá o pedido embrulhado em embalagens descartáveis. Uma nova lei alemã aposta justamente no contrário: dar às pessoas o direito de levar comida para viagem em recipientes reutilizáveis.

Na Alemanha, a medida impõe que empresas que ofereçam alimentos ou bebidas para viagem devem fornecer recipientes reutilizáveis para os clientes. Para tanto, não podem cobrar extra. No máximo, poderá ser pedido uma espécie de depósito caução – que deverá ser devolvido integralmente.

De acordo com o ministro de meio ambiente, Steffi Lemke, os resíduos produzidos pela indústria de take-away são uma preocupação crescente no país. A lei alemã, que também entrou em vigor em 2023, isenta lojas pequenas, com menos de cinco funcionários, e embalagens como caixas de pizza.

*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo

Não é mito: lacres das latas de alumínio “viram” mesmo cadeiras de rodas; veja como isso acontece

Além de colaborar para a gestão do lixo, várias iniciativas de coleta dos anéis de metal pelo país ajudam pessoas com dificuldade de locomoção

Possivelmente, você já viu alguém juntar lacres de latas de alumínio em casa ou soube de alguma campanha de coleta desses anéis. São várias iniciativas do tipo pelo país, que unem objetivos socioambientais importantes: reduzir o impacto do lixo, garantindo a destinação correta de milhões de lacres, e ,ao mesmo tempo, converter os resíduos arrecadados em ajuda para quem precisa. Uma das ações mais conhecidas é a doação de cadeiras de rodas para pessoas que não têm condições de comprar.

Mas algumas dúvidas pairam sobre os projetos com lacres das latinhas de alumínio. Uma delas é a respeito do porquê de coletar apenas o lacre, não a lata inteira. Muita gente acredita que o motivo é ele ser mais valioso do que o restante da embalagem, contendo maior concentração de alumínio.

Na verdade, é o oposto – o lacre contém menos alumínio na composição e, sozinho, ele tem menor valor comercial do que a lata em si. No entanto, as instituições preferem usá-lo para não prejudicar os catadores, para quem as latinhas são importante fonte de renda, e principalmente por uma questão de logística.

O manuseio dos lacres é mais simples do que o das latas: são fáceis de armazenar, não acumulam líquido nem atraem insetos. Isso descomplica o processo para as pessoas em casa e para quem coordena as iniciativas.

Os anéis de alumínio são transformados em cadeiras?
Depois que são entregues às instituições, o que acontece com os anéis de metal é outro questionamento comum. Muitos creem que são derretidos para virar uma cadeira de rodas. O que ocorre, porém, é que eles são vendidos para empresas especializadas em reciclagem de alumínio e o valor recebido é utilizado para comprar as cadeiras.

São necessárias, em média, 140 garrafas pet de 2 litros cheias de lacres para comprar uma cadeira, como explica a equipe do projeto Lacre Solidário, da SPMAR, concessionária que administra os trechos Sul e Leste do Rodoanel, em São Paulo. O movimento existe desde 2017 e já recolheu nas cabines de pedágio mais de 13 milhões de lacres, que resultaram na doação de 31 cadeiras de rodas.

O equivalente a 140 garrafas pet cheias: esta é a quantidade necessária de lacres para pagar uma cadeira de rodas no projeto Lacre Solidário, da concessionária SPMAR. (SPMAR/Divulgação)

Sob medida para crianças e adolescentes
Para mostrar como os lacres “se transformam” em cadeiras, o Instituto Entre Rodas, de São Paulo, criou a campanha #NÃOÉMITO. Os esforços para coleta de lacres da organização completaram cinco anos, contabilizando 72 milhões de unidades coletadas e 87 cadeiras entregues a crianças e adolescentes.

Lá, as cadeiras doadas são de um modelo diferenciado, fabricado em alumínio aeronáutico, que é mais leve e resistente, e produzidas sob medida.

“Fizemos um levantamento e descobrimos que as cadeiras geralmente doadas não atendiam às especificidades de cada pessoa com deficiência, além da qualidade. Muitas são de ferro e extremamente pesadas, o que dificulta a independência, autonomia e mobilidade”, diz Eliane Lemos, fundadora do instituto.

Ela esclarece que na métrica comum, de 140 garrafas pet de 2 litros (112 kg), o valor arrecadado com a venda dos lacres está longe do suficiente para uma cadeira personalizada como as que o Entre Rodas doa. Por isso, é necessária a venda de um volume bem maior de anéis, de 625 garrafas pet (500 kg).

A cadeira ambulatorial da maioria dos projetos, segundo ela, custa R$ 350, enquanto a personalizada sai por R$ 5.400. “Esse preço é ainda da tabela de 2017 e nós pagamos 50% (R$ 2.700) e a empresa Alphamix assume os outros 50%”, pontua.

Para descartar latas no lixo reciclável é preciso tirar o lacre?
Caso o lacre não seja doado para projetos socioambientais como esses, a dúvida mais comum é se ele deve ser removido da lata mesmo assim. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a embalagem deve ser descartada inteira no lixo reciclável, com o anel preso. Por essa parte ser menos pura em alumínio, ela perde valor comercial na reciclagem se não estiver anexada à latinha.

Mais de 33 bilhões de latas foram consumidas no ano passado no país, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), e 98,7% foram reaproveitadas, o recorde mundial.

Para continuarmos como líder global em reciclagem desse produto, é importante, portanto, que as latinhas sigam inteiras para a coleta seletiva e que os lacres sejam retirados só em caso de doação, em que terão a destinação certa do mesmo modo.

“A doação colabora com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para as pessoas com qualquer tipo de deficiência e ainda colabora com a preservação da natureza, o que automaticamente também impacta economicamente a sociedade”, defende Eliane Lemos.

“Com a campanha conseguimos impactar o meio ambiente de maneira muito positiva, recolhendo um resíduo presente na maioria das casas e promovendo a logística reversa, e ainda promover a mobilidade e inclusão de pessoas em vulnerabilidade social. Um ciclo completo que nos enche de orgulho”, comenta Ricardo Sampaio, gerente socioambiental da SPMAR.

Para saber mais sobre os projetos, pontos de coleta e quem pode se candidatar para receber a cadeira, acesse o site do Entre Rodas e do Lacre Solidário.

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*Fonte: exame

De tudo o que a humanidade produz, 91% vira lixo, aponta estudo

Esses números ganham outra dimensão com as datas do fim do ano, como o Natal.

De tudo o que a humanidade produz, 91,4% vira lixo, segundo o Circularity Gap Report. No Brasil, as embalagens representam 30% de todo o material descartado, aponta o Instituto Akatu, e 17% dos alimentos são jogados fora a cada ano, informa a ONU. Esses números ganham outra dimensão com as datas do fim do ano, black friday, presentes de Natal, amigo secreto, lembrancinhas, kits para clientes e funcionários, roupas novas, móveis, eletrônicos, reformas, ceias, decoração.

A lista de produtos consumidos se multiplica e, quanto maior o consumo, maior a produção de resíduos e emissão de gases do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças do clima. Se as pessoas se propuserem a promover mais encontros, distribuir bons sentimentos e reduzir o consumo neste fim de ano, o que acontece? A resposta é ao mesmo tempo simples e grandiosa: uma notável mudança de hábitos que pode transformar o mundo.

Em meio a debates cada vez mais intensos sobre sustentabilidade, a proposta de um Natal Circular se apresenta como ação necessária de preservação humana. O grande desafio é driblar o consumismo, ampliar o reaproveitamento de materiais e praticar o mantra dos erres. Reciclar é importante, reaproveitar é necessário, repensar e reduzir o consumo é fundamental.

“É o primeiro Natal, em dois anos, que esperamos poder reunir todos os que amamos, até mesmo quem está mais longe. Que tal se a gente focar em valorizar mais a companhia das pessoas, do que em comprar coisas? Ou, se formos realmente consumir, praticar o consumo de forma mais informada e consciente?”, propõe o professor doutor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular.

A economia circular busca otimizar os recursos do planeta e gerar cada vez menos resíduos. A equação é comprar menos, utilizar os produtos por mais tempo e reaproveitar seus insumos para a produção de novas coisas, reduzindo tanto a extração de recursos da natureza, como a quantidade de resíduos descartados. Um dos caminhos apontados pelo professor é comprar produtos de empresas que assumem compromissos socioambientais, investem ou doam parte dos lucros desse período para promover atividades que valorizam a circularidade e a sustentabilidade.

Por mais desafiadora que pareça, a mudança de posicionamento não é tão difícil. Com informação e planejamento é possível tornar as comemorações de fim de ano mais cheias de sentido, de significado e inspiradoras, inclusive no aspecto financeiro. O verdadeiro espírito do Natal agradece e comemora junto.

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*Fonte: ciclovivo

Plástico mata 1 em cada 10 animais marinhos no Brasil

Espécies são afetadas tanto pelos itens descartáveis que boiam e são ingeridos, quanto pelo microplástico que é absorvido pelos organismos

Entre as ameaças aos ecossistemas marinhos e à saúde de nossos oceanos, a poluição por plástico é uma das mais nefastas e preocupantes. A estimativa mundial é de que a cada minuto, um caminhão de lixo plástico seja jogado ao mar. Uma vez nos oceanos, esses itens de plástico descartável, como sacolas, canudos, pratos, talheres, não se restringem à superfície do mar e nem ao local de origem — muito dessa poluição segue arrastada pelas correntes marinhas. Há presença de plástico mesmo em lugares considerados paradisíacos, sem a presença ostensiva de humanos. No trajeto, essa mancha de lixo boiando pode tanto ser ingerida por mamíferos, aves, peixes e tartarugas, quanto se enroscar em seus corpos, tirando sua mobilidade, podendo levá-los à asfixia.

“À medida em que o plástico continua a inundar os oceanos – no Brasil, a estimativa é de 325 mil toneladas/ano -, a lista de espécies marinhas afetadas por detritos plásticos aumenta. Dezenas de milhares de organismos marinhos estão ingerindo plásticos, desde zooplâncton [pequenos animais semelhantes a insetos], peixes e tartarugas, mamíferos e aves marinhas, muitos deles já ameaçados de extinção. As espécies marinhas não apenas estão tendo contato com resíduos da produção humana, mas também estão morrendo devido a eles”, alerta a gerente de campanhas da Oceana Brasil, a engenheira ambiental Lara Iwanicki, uma das autoras do estudo Um Oceano Livre de Plásticos, publicado em 2020 e que se tornou referência sobre o assunto no país.

Plástico acelerando a extinção de animais
O relatório traz alguns números impactantes. Mais de 800 espécies de mamíferos, aves marinhas, peixes e tartarugas estão sendo impactadas pelo emaranhamento de redes de pesca ou pela ingestão de plástico. Cerca de 90% de espécies de aves marinhas e tartarugas já consumiram plásticos. Dezessete por cento das espécies afetadas por tais detritos estão listadas como ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Pesquisador do Laboratório de Informática da Biodiversidade e Geoprocessamento da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), André Barreto explica que o impacto do plástico na vida marinha tem graus diferenciados e depende da espécie. “Para as tartarugas, com certeza é muito sério, especialmente a tartaruga-verde. Mas para golfinhos e baleias, não estaria entre as principais ameaças à sobrevivência do grupo. Nas aves, também há bastante diferença. Para as aves oceânicas, aparentemente o problema é maior, para as costeiras nem tanto. Tudo depende do modo de vida delas”.

Microplásticos
Essa macro poluição plástica ainda dá origem a um outro problema relevante. Uma vez no mar, o plástico não se decompõe — ele se degrada em pedaços cada vez menores e dá origem aos microplásticos. Um inimigo nem sempre visível a olho nu, mas que tem sido detectado em organismos das mais variadas espécies marinhas e, para espanto da comunidade científica, também no ser humano (já detectado no sangue, na placenta, nos pulmões e, mais recentemente, no leite materno).

Toda essa situação é um alerta mundial para a segurança do ecossistema marinho e de suas espécies, e consequentemente, para a saúde humana. No Brasil, os dados, ainda que subestimados, indicam que 1 em cada 10 animais que apareceram mortos em praias das regiões Sul e Sudeste – únicas que mantêm uma estrutura de pesquisa e monitoramento ligados às bacias da Petrobras – tiveram a ingestão de plástico como causa do óbito.

Essas pesquisas trazem números assustadores sobre animais necropsiados. Entre 2015 e 2019, de 29.010 análises em corpos de golfinhos, baleias, aves e répteis, 3.725 tinham algum tipo de detrito não natural no organismo. Aproximadamente 13% foram a óbito diretamente causado pelo consumo desses poluentes, sendo que 85% eram de espécies ameaçadas de extinção.

Tipos de resíduos plásticos
Essas análises apontaram a presença de diversos materiais. Havia sacolas de embalagens, tampas de caneta e de garrafas PET, botões, buchas de parafuso, pulseiras, canudos, lacres de alimentos embutidos, palitos, copos descartáveis e outros materiais descritos como “plásticos e microplásticos”. Os cientistas também encontraram os polímeros sintéticos que derivam do plástico, a exemplo de fios de nylon, linhas e redes de pesca, esponjas de limpeza, fitas adesivas e isolantes, cordões e fibras sintéticas.

Ameaça às tartarugas marinhas
O processo de ingestão de detritos provoca trauma físico seguido de obstrução no aparelho digestivo. Esse plástico no estômago pode transmitir ao animal a sensação de saciedade, fazendo com que ele pare de buscar alimentos, resultando em inanição e morte. A maioria desses itens boia na superfície, o que ajuda a compreender o fato de que 83% das mortes associadas ao lixo marinho terem sido de tartarugas, que confundem o plástico com alimentos naturais, como as águas vivas, peixes e algas.

“As tartarugas formam o grupo mais afetado. Essa mortalidade extra por causa da poluição torna ainda mais importantes os projetos que protegem as áreas de reprodução. Temos de garantir que estão nascendo filhotes suficientes para poder compensar essa mortalidade extra causada pelo lixo”, aponta André, que, apesar de trabalhar com os dados em laboratórios, ficou impressionado com um caso de uma toninha que morreu de inanição por causa de um lacre de garrafa PET que a impedia de abrir a boca. “Foi o Biopesca, de São Paulo, que achou esse animal”.

Medidas regulatórias no Brasil
O analista de campanhas da Oceana, Iran Magno, explica porque insistir na atual produção de plástico é preocupante: “Estudos apontam que se mantivermos esse ritmo de produção, o volume de plástico acumulado no oceano será quatro vezes maior em 2040. O enfrentamento do problema requer a revisão do modelo produtivo, uma tendência que tem acontecido em diversas regiões do planeta. Países tão distintos como o Canadá e a Índia já estabeleceram medidas regulatórias para o plástico. Precisamos fazer o mesmo no Brasil, com urgência!”, conclui ele.

O país já deu o primeiro passo nesse sentido. Desde setembro deste ano está em trâmite no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que propõe um marco regulatório para a Economia Circular e Sustentável do Plástico no Brasil. “Agora, precisamos pressionar os parlamentares a abraçarem essa causa e aprovarem esse projeto de lei. Todas as pessoas podem acessar o PL pela internet e reforçar a sua importância, posicionando-se a favor da redução da produção de plástico e de seus graves impactos socioeconômicos e ambientais”, conclui Magno.

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*Fonte: ciclovivo

Incrível peixe-robô criado para filtrar microplásticos do oceano recebe prêmio

O Concurso de Robôs Naturais da Universidade de Surrey concedeu o primeiro lugar da premiação a um peixe-robô que filtra partículas microplásticas da água enquanto nada. O evento recebeu várias sugestões de robôs inspirados em animais e plantas capazes de realizar atividades que ajudariam o planeta. Após um processo de seleção, feito por palestrantes de vários institutos de pesquisa europeus, foi escolhido o melhor conceito para ser transformado em um protótipo funcional.

O peixe vencedor foi projetado pela graduanda em química Eleanor Mackintosh. O projeto vitorioso é um peixe-robô que ao nadar mantém sua boca aberta para coletar água e, posteriormente, filtrar o microplástico em uma cavidade interna. Quando a cavidade fica cheia, o dispositivo fecha a boca e empurra a água através das fendas em seu corpo. Uma malha fina presa às fendas da “brânquia” permite que a água passe, mas captura as partículas plásticas, como uma espécie de filtro.

O peixe-robô tem 50 centímetros de comprimento e coleta partículas de até 2 milímetros. Além disso, ele conta com sensores a bordo que monitoram a turbidez e níveis de luz subaquática, além de utilizar uma IMU (unidade de medição inercial) para rastrear seus movimentos dentro da água. E para completar, ele brilha no escuro.

No futuro, modelos desse robô podem ser ainda mais precisos, capazes de capturar partículas ainda menores, além de outras melhorias na sua forma corporal que poderiam tornar o peixe mais rápido e dinâmico. Um ponto muito importante está na forma como o protótipo é controlado. Atualmente, ele funciona com controle ligado ao peixe, seria interessante que o próximo pudesse ser direcionado remotamente.

Não é só o oceano que sofre com a poluição, rios, córregos, lagos e lagoas também são acometidos por esse mal. Com isso, Mackintosh declarou que o objetivo de seu projeto era que o robô fosse versátil. “Que criatura melhor para resolver os problemas em corpos d’água do que uma que vive neles?”, questionou a graduanda. “Os peixes são adaptados ao seu ambiente, e as brânquias são um mecanismo incrível na natureza que são especializados para filtrar oxigênio na corrente sanguínea – então adaptei meu design a partir disso, com o objetivo de criar um filtro para microplásticos”, finalizou a futura química.

*por Isabela Valukas Gusmão
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*Fonte: olhardigital

Cientistas anunciam peixe-robô que limpará microplásticos dos oceanos

O problema dos microplásticos nos oceanos é algo que vem sendo tratado com urgência por pesquisadores. Então, foi uma boa notícia para o mundo a publicação de um estudo na revista Nano Letters na última quarta-feira (22).

Um grupo de pesquisadores conseguiu desenvolver um peixe-robô que pode resolver um pouco da poluição dos oceanos. Assim, o autômato, que possui 13 milímetros de comprimento e nada com a velocidade de um plâncton, é capaz de absorver microplásticos (que são aquelas partículas de plástico muito pequenas), que flutuam na água. Assim, a invenção limpa o ecossistema aquático desse males.

O robô de peixe foi feito com o uso de nanotecnologia, o que permite que seja feito de um material elástico e macio. Dessa forma, o robô pode ser torcido, suporta até cinco quilos de lixo e também é capaz de auto regeneração, de acordo com o The Guardian.

“Depois que o robô coleta os microplásticos na água, os pesquisadores podem analisar ainda mais a composição e a toxicidade fisiológica dos microplásticos”, explicou Yuyan Wang, um dos líderes do estudo.


A junção da tecnologia com a ecologia

Porém, é importante ressaltar que o autômato projetado para limpar os microplásticos dos oceanos é apenas um protótipo inicial. Sendo assim, ainda é necessário realizar mais pesquisas para que seja possível construir versões mais avançadas, capacitadas, por exemplo, a alcançarem águas mais profundas.

“Acho que a nanotecnologia é uma grande promessa para adsorção de traços, coleta e detecção de poluentes, melhorando a eficiência da intervenção e reduzindo os custos operacionais”, concluiu Wang, ainda segundo o The Guardian.

Microplásticos nos oceanos
Microplásticos são pedaços minúsculos de plásticos que podem ter um tamanho de 5mm. Dessa forma, dentre os problemas envolvidos, temos o impacto ambiental. Isso porque muitos animais aquáticos fazem a ingestão do microplástico, o que pode resultar na asfixia.

Quando não causa asfixia, a ingestão dos plásticos leva a lesões em órgãos internos e ao bloqueio do trato gastrointestinal. Além disso, os microplásticos alteram a composição dos mares e prejudicam o ecossistema.

De acordo com Raquel Neves, bióloga responsável pela pesquisa que aponta a alta quantidade de microplásticos no litoral do Rio, a poluição por plásticos dos oceanos e outros ecossistemas são de enorme preocupação.

“Não só pelos resíduos que causam mal ao organismo, mas também porque esses resíduos vão se degradando e formando micropartículas chamadas de microplásticos”, disse.

Além disso, ela explicou que as partículas não fazem mal apenas aos oceanos e animais marinhos, como também afetam a saúde humana. “Esses microplásticos podem ocasionar diversos prejuízos à saúde dos organismos e também à saúde humana. (…) Nós encontramos microplásticos em diversas praias cariocas. Não só na praia, na água ou na areia, mas também nos organismos, principalmente os consumidos por nós”, completou.

Os culpados
Assim sendo, um levantamento, feito em parceria com a Comlurb, revelou que o lixo encontrado nas praias do Rio não deriva do mar, mas sim das bolsas e isopores de banhistas.

Dessa forma, antes da pandemia, coletava-se entre 80 e 82 mil toneladas de lixo das areias, segundo a companhia de limpeza urbana, na Praia de Copacabana. Já durante o isolamento total, era 20 mil toneladas de lixo. No isolamento parcial, 35 mil toneladas na areia.

“Através de uma parceria realizada com a Comlurb, nós pudemos observar que durante o fechamento total das praias durante a pandemia da COVID-19 houve uma redução de 70% na quantidade total de resíduos sólidos coletados na Praia de Copacabana. Conforme as medidas foram sendo flexibilizadas, foi havendo um aumento na quantidade de resíduos coletados pela Comlurb, o que nos indica que a maior parte dos resíduos sólidos encontrados na praia de Copacabana são deixados pelos frequentadores”, finalizou Raquel ao G1.

*Por Maria Luiza Valeriano
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*Fonte: fatosdesconhecidos

Estudante irlandês cria “imã” que atrai microplásticos

Na busca por limpar as praias que frequentava, Fionn criou um método inédito e recebeu um prêmio do Google

Depois do brasileiro Gabriel Fernandes Mello Pereira ser premiado no Stockholm Junior Water Prize 2021, outro jovem estudante recebeu um prêmio internacional por uma solução para combater a poluição por microplásticos. O irlandês Fionn Ferreira venceu a Feira Internacional de Ciências do Google criando uma espécie de “imã” que coleta microplásticos.

Fionn vive no sul da Irlanda e tem uma forte ligação com a natureza. Adora remar em seu caiaque e, nestes passeios, observa a grande quantidade de plástico, em diferentes tamanhos, presente na água e no solo. A quantidade crescente de poluição plásticas nas praias que ele frequentava desde criança despertou no jovem de 18 anos a vontade de resolver problema.

“Eu estava em nossa praia e vi uma rocha com resíduos de derramamento de óleo e partículas de plástico presas a esse óleo”, disse Fionn em uma apresentação de vídeo para a Fundação Sopa de Plástico.

“Eu me perguntei por que isso está acontecendo. Descobri que as partículas de plástico são o que chamamos de apolares, e o óleo também é apolar e, então, eles se atraem”, explica ele.

Depois, ele ouviu falar de algo chamado ferrofluido, que era uma espécie de água magnética combinando óleo vegetal com pó de óxido de ferro magnetizado.

Com esta informação, ele decidiu misturar óxido de ferro magnetizado e óleo vegetal e criou uma substância que atrai as partículas de plástico. Este “ímã líquido” coleta microplásticos que podem ser removidos da água por magnetismo. Na mesma apresentação em vídeo, ele mostra que o óleo atraiu os microplásticos, e a imersão de um ímã sugou tudo.

Fionn desenvolveu sua pesquisa em casa, criando seu próprio laboratório. Foto: Reprodução | YouTube
“Comecei como um inventor solitário”, disse Ferreira à BBC . “Depois da Feira de Ciências do Google, de repente pude falar com os cientistas – eles me deram crédito pelo que fiz. Minha ideia não era mais um brinquedo inventado por uma criança.”

De fato, depois de 5 mil testes, foi comprovado que o método criado por Fionn é capaz de limpar de 87% a 93% dos microplásticos da água.

Ele demonstrou seu método na Google Science Fair de 2019 e ganhou uma bolsa de US$ 50 mil que usou para estudar química na Universidade de Groningen, na Holanda.

Fionn agora está tentando encaixar seu método em um dispositivo que ser conectado a dutos de água domésticos, ou aos canos de uma estação de tratamento de esgoto, permitindo que o ferrofluido limpe continuamente a água que passa por ele. O dispositivo também pode ser instalado em uma máquina que seria montada em barcos.

“Sua invenção, baseada em componentes muito simples, é inovadora. Ele tem um potencial poderoso para fornecer soluções que contribuirão para o esforço mundial de remoção de microplásticos do meio ambiente”, comemora Larissa Kelly, ex-professora de ciências de Ferreira no Schull Community College.

No vídeo abaixo, em inglês, Fionn explica como desenvolveu sua ideia:

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

4 Mentiras sobre a Reciclagem do Plástico que você sempre ouviu

De acordo com Plastic Pollution Facts, estima-se que o mundo produza mais de 380 milhões de toneladas de plástico todos os anos, dos quais 50% dele é para uso único, ou seja, utilizado por apenas alguns momentos antes de ser descartado.

Desse número, pelo menos 14 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano todos os anos, sendo que o material leva cerca de 150 anos para se decompor na natureza, causando enchentes, matando animais e destruindo ecossistemas naturais.

Visando reduzir os impactos no meio ambiente, desde a década de 1970 campanhas de reciclagem de plástico foram disseminadas por empresas e ambientalistas pelo mundo todo, estabelecendo programas como o de coleta seletiva para conscientização em massa.

No entanto, existe muita coisa que você, provavelmente, sempre acreditou sobre esse processo de reciclagem, que gera uma folha de pagamento anual de quase US$ 37 bilhões, faturando mais de US$ 236 bilhões anuais. Essas são quatro mentiras disseminadas pela indústria de reciclagem do plástico:

1. Todos os plásticos são recicláveis

Você sabe que o símbolo com as três setas em forma de triângulo significa que o plástico é reciclável, e provavelmente já o confundiu com esse da imagem acima. Isso é comum por ser quase igual ao de reciclagem, exceto pelo meio do triângulo que contém um número entre 1 e 7, o Código de Identificação de Resina (RIC), indicando o tipo de plástico que estamos lidando — e que não tem em nada a ver com reciclagem.

Essa confusão foi criada de propósito em 1988 pela Society of Plastics Insititute (SPI) como uma fachada para a indústria de petróleo e plástico evitarem que seus negócios fossem afetados por movimentos anti-plástico e pró-reciclagem.

2. Todos os países reciclam seu plástico

Segundo a Environmental Protection Agency, 69% dos plásticos usados nos Estados Unidos acabam em aterros sanitários porque se enquadram no tipo 3 a 7 de matéria, sendo que dos 31% restantes, as empresas só conseguem reciclar 8,4%. Em fevereiro de 2020, um relatório divulgado pelo Greenpeace descobriu que apenas garrafas plásticas são recicladas regularmente nas 367 instalações de recuperação de materiais espalhadas pelos EUA.

Ou seja, os demais tipos de plásticos, como tubos de detergentes e embalagens de produtos de limpeza, eram exportados para a China, que em 2018 baniu sua entrada devido às altas taxas de contaminantes presentes no lixo americano. No entanto, pelo tempo em que o plástico entrou no país por centenas de contêineres, os chineses recicladores simplesmente os despejaram em aterros sanitários, no oceano ou incineraram.

Após a proibição, os EUA, Canadá, Austrália e Coreia do Sul recorreram à Malásia, Tailândia, Vietnã, Indonésia e Filipinas para depositarem seu lixo plástico, aumentando em 362% os níveis de importações dos resíduos. As usinas desses países não conseguem lidar com a quantidade do lixo, recorrendo ao mesmo destino que a China.

3. Reciclar é a melhor opção

Para os especialistas, o problema na reciclagem está nas falhas de iniciativas, visto que, infelizmente, são unilaterais. Para Emmanuel Katrakis, secretário-geral da Confederação das Indústrias de Reciclagem Europeia (EuRIC), o processo tem grandes benefícios econômicos porque, quando reciclamos, é altamente intensivo em empregos.

No entanto, toda a ênfase no setor é equivocada, porque em vez de facilitar a reutilização e a reciclagem de algumas coisas, as pessoas devem pensar se precisam de fato consumir aquilo, saindo de um comportamento cíclico de encorajamento à minimização do nosso impacto negativo no meio ambiente, como os programas de reciclagem fazem.

Além disso, o meio ambiente é imediatamente afetado por essa indústria de conscientização, porque os caminhões e navios usam combustível para transportar plástico para os países asiáticos que sofrem para reciclar o próprio material, sendo que 20% a 70% dos plásticos que despejam contêm contaminantes, impedindo todo o processo de reciclagem. No final das contas, esses lotes são carregados para aterros sanitários, despejados no oceano ou queimados, gerando mais poluição no processo.

E você se engana também se pensar que a situação melhora um pouco com os plásticos que conseguem ser reciclados, porque são usados muito combustível e produtos químicos durante o processo de reciclagem, liberando poluentes que contaminam a água e o ar.

4. É possível reciclar infinitamente

Muito diferente do que a indústria de reciclagem faz a população acreditar, o plástico não pode ser reciclado infinitamente, porque o processo enfraquece sua composição química. Por isso a maioria dos plásticos é transformada em um produto de qualidade inferior e menos útil para as pessoas, ganhando mais espaço em prateleiras e recebendo o mesmo destino, no final das contas.

As garrafas de refrigerante são um bom exemplo para isso. Ao serem recicladas, podem se tornar até canos de esgoto porque não são fortes o suficiente para comporem outra garrafa. Os plásticos dos tipos 3, 4 e 6 podem ser reciclados apenas uma vez, mas, geralmente, são jogados em aterros sanitários. Enquanto os do tipo 5, que pode ser reciclado até 4 vezes, tem apenas 1% reciclado.

*Por Julio Cezar de Araujo
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*Fonte: megacurioso 

Chega de plásticos! França proíbe venda de frutas e verduras em embalagens plásticas

Seguindo o exemplo da Espanha, a França baniu as embalagens plásticas de frutas e verduras. O objetivo é reduzir a produção de plásticos que são utilizados apenas uma vez, contribuindo para a poluição do meio ambiente.

Verduras e frutas já podem ser encontrados nos supermercados livres de plásticos desde janeiro de 2022. Entre elas: alho-francês, curgetes, berinjelas, pimentos, pepinos, batatas e cenouras, tomates redondos, cebolas e nabos, couves, couves-flores, abobrinhas, pastinagas, rabanetes, alcachofras, tubérculos, maçãs, peras, laranjas, kiwis, limão, frutas cítricas, ameixas secas, melão, abacaxi e manga.

Atualmente há algumas exceções à lei, tais como framboesas, morangos, mirtilos e sementes germinadas (como alfafa, lentilha e soja), mas até junho de 2026 a lei será aplicada para todas as frutas e verduras. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, Agricultura e Finanças, o intuito é retirar de circulação, por ano, um bilhão de embalagens plásticas, graças à nova medida vigente.

A França foi também o primeiro país do mundo a proibir a venda de pratos e talheres descartáveis – dando exemplo mundial de políticas públicas sobre o tema. Que o mesmo aconteça agora!

*Por Jessica Miwa
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*Fonte: thegreenestpost

“É uma loucura que produtos tão caros e avançados como um computador sejam tão descartáveis”

Depois de passar por Apple e Oculus, Nirav Patel fundou a Framework, uma empresa que pretende reinventar a indústria com equipamentos mais duráveis e que podem ser consertados ou modernizados por qualquer pessoa

Nirav Patel sempre passou a vida vendo os eletrônicos de consumo por dentro. Quando criança, abria os computadores que encontrava em sua casa, um lugar onde o quebrado não era substituído: era consertado. “Naquele ecossistema, o hardware ainda era muito aberto e você podia mexer em quase tudo”, lembra. Depois trabalhou na Apple e fez parte da equipe fundadora da Oculus —e se deparou com o mundo de ponta cabeça. “Em poucas décadas, os dispositivos se tornaram completamente fechados e inacessíveis para o usuário final”, lamenta.

O resultado disso é uma civilização acostumada a que as últimas tecnologias fiquem obsoletas em apenas um ano. Um mercado onde é razoável que uma calça jeans dure muito mais que um computador. “É uma loucura que produtos tão caros e tão avançados sejam tão descartáveis; que gastemos 2.000 dólares [11.000 reais] em um computador e que a deterioração de uma pequena parte, como uma bateria ou uma tecla, deixe-os inutilizáveis por ser tão caro consertá-los”, afirma. O paradoxo foi o caldo de cultura da Framework, a empresa com a qual Patel pretende nos devolver o acesso às entranhas dos nossos dispositivos e, com sorte, tirar a indústria do modelo em que está presa.

Dezoito meses depois do início do projeto, a empresa estava pronta para o lançamento de seu primeiro produto: um laptop consertável e configurável cujas primeiras unidades estão chegando aos consumidores dos Estados Unidos e do Canadá. “Estamos construindo a infraestrutura para chegar à Europa. Nosso objetivo é aceitar encomendas em alguns países europeus até o final do ano e continuar nos expandindo em 2022.” Sua promessa é que não precisamos ser engenheiros nem ter conhecimentos prévios para melhorar ou substituir qualquer parte da máquina. “Na verdade, é muito fácil”, garante. Basta um chave de fenda.

Pergunta. Como decidiu dar esse passo?

Resposta. Estava claro que o problema não se resolveria sozinho e que a única maneira de corrigi-lo era demonstrar que é possível construir uma empresa que siga um modelo diferente, mais amigável, com o consumidor e o meio ambiente. E eu sabia que tinha as habilidades e os contatos necessários para isso.

P. Quanto deve durar um laptop da Framework?

R. Nosso objetivo é que durem pelo menos o dobro do que os consumidores poderiam conseguir comprando outro computador de características semelhantes. Mas o importante é que os equipamentos não serão apenas funcionais durante esse período, serão também agradáveis. Não se trata de um produto que começa a se deteriorar depois de funcionar perfeitamente durante dois anos, e que faz o usuário sofrer por mais dois anos. Se algo começar a funcionar pior, seja uma bateria gasta, uma tela danificada ou um espaço de armazenamento insuficiente, isso pode ser resolvido com uma simples troca de módulo. Além disso, se um usuário precisar de uma porta diferente, pode consegui-la sem a necessidade de adaptadores externos, basta trocar as placas de expansão. A máquina foi projetada para ser muito fácil de abrir, e tudo está etiquetado com códigos QR onde o usuário encontra instruções passo a passo.

P. Por fora, seus computadores se parecem com qualquer modelo comercial, mas o interior é bem diferente. O quanto foi difícil reinventar essa estrutura?

R. Não é uma reinvenção total. Pudemos aproveitar muito conhecimento em matéria de design e arquitetura. Na verdade, é uma revisão de prioridades: para nós, o importante era garantir que tivéssemos um laptop muito fino e de alto desempenho, mas dentro dos limites de torná-lo totalmente acessível para quem nunca viu um computador por dentro.

P. Vamos supor que meu teclado quebre. Quanto tempo e dinheiro eu gastaria para consertá-lo?

R. Para essa peça, temos duas opções. Uma é substituir toda a parte superior —99 dólares [562 reais]—, que levaria dois minutos ou menos. A outra é substituir apenas o teclado —39 dólares [222 reais]—, que é um pouco mais complicada e pode levar meia hora. O usuário pode escolher, comprar a peça de reposição em nosso site e recebê-la em casa em dois dias. É mais eficiente para o consumidor e para nós: ele não tem de nos enviar o computador e esperar que o centro de reparo o examine, e também não precisa se preocupar com a segurança da informação.

P. E se acontecer algo mais letal? Se um café derramado danificar diferentes componentes? O conserto deixa de ser econômico?

R. Se o dano for grande, pode fazer mais sentido comprar um novo. Mas mesmo nessa situação seria possível economizar aproveitando alguns componentes. Por exemplo, os cartões de expansão de memória e armazenamento provavelmente estariam intactos.

P. Em relação ao preço, como é a comparação com outros equipamentos do mercado?

R. Tentamos manter um preço próximo ao que o usuário encontraria comprando um computador similar. O laptop pré-configurado mais barato custa 999 dólares [5.674 reais] e o mais caro, 2.000 dólares [11.360 reais]. Além disso, se um usuário, por exemplo, não quiser o Windows, pode configurar uma opção mais barata na versão “faça você mesmo”.

P. Nesse cenário, os compradores continuam dependendo de vocês para conseguir peças de substituição. Essa espécie de monopólio faz parte de seus planos?

R. Não. Estamos tentando construir um ecossistema que vá além da Framework. Já publicamos abertamente os projetos dos cartões de expansão e temos alguns empreendimentos comunitários e pequenas empresas começando a desenvolver seus próprios cartões. Isso é ótimo, porque os consumidores não precisam depender de nós. E queremos que isso ocorra também com outros componentes.

P. Vocês não temem que esses fabricantes acabem por expulsá-los do mercado?

R. Não especialmente. Para nós, o objetivo é fazer com que esse ecossistema cresça e nossa loja sirva, com o tempo, como mercado para esses fabricantes e vendedores.

P. Veremos e consertaremos as entranhas de mais dispositivos?

R. Sim. O laptop é só o início porque era o mais óbvio e possivelmente a categoria que mais precisava do modelo que temos. Mas acreditamos que isso se aplique a qualquer categoria de eletrônica de consumo. Todos nós temos uma gaveta cheia de dispositivos quebrados com os quais não podemos fazer nada.

P. Imagina a Apple ou a Samsung seguindo um modelo semelhante?

R. Gostaríamos. Mas não conto com isso. Seus modelos estão muito centrados nesse ciclo da substituição.

P. O modelo da Framework as mataria. O que pode matar a Framework?

R. Nosso maior desafio é o problema que todo o mundo está enfrentando: a escassez de silício e os problemas na cadeia de fornecimento. Até agora temos conseguido superar isso, mas ninguém sabe exatamente o que acontecerá no ano que vem, e não parece que esta crise vá desaparecer. Por enquanto, estamos vendendo laptops mais rápido do que os fabricamos.

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*Por Montse Hidalgo Pérez
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*Fonte: brasil-elpais

Poluição por plásticos deve duplicar até 2030

A cada ano, até 37 milhões de toneladas de lixo vão parar nos oceanos. Reverter tal cenário é possível.

Como parte das ações prévias à COP26, que terá início no próximo domingo (31) em Glasgow, na Escócia, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) divulgou um relatório em que afirma que a poluição causada por plásticos pode duplicar até 2030. As consequências são terríveis para a saúde, economia, biodiversidade e clima.

Os dados são do relatório “Da Poluição à Solução: Uma Análise Global sobre Lixo Marinho e Poluição Plástica”.

Para reduzir a poluição por plásticos, a agência da ONU propõe o fim dos subsídios e que os combustíveis fósseis sejam substituídos por fontes de energia renovável. O Pnuma acredita ser possível reverter essa crise, desde que haja vontade política e ação urgente.

O relatório mostra que em 2015, as emissões de gases de efeito estufa causadas por plásticos eram equivalentes a 1,7 gigatoneladas de CO2. Mas até 2050, a projeção é de que as emissões aumentem para 6,5 gigatoneladas.

Os autores do estudo destacam que algumas alternativas para a crise dos plásticos também são nocivas ao meio ambiente, incluindo plásticos biodegradáveis, que causam “uma ameaça similar aos plásticos convencionais”.

O documento do Pnuma também apresenta algumas falhas do mercado, como os baixos preços de combustíveis fósseis virgens, na comparação com preços de materiais reciclados, e falta de esforços para o manejo do lixo causado por plásticos. A agência pede a “redução imediata na produção e no consumo de plásticos”.

A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, afirma que o levantamento traz “argumentos científicos fortes sobre a urgência em agir pela proteção dos oceanos”.

Atualmente, os plásticos representam 85% do lixo marinho, mas até 2040, esse volume irá triplicar. A cada ano, até 37 milhões de toneladas de lixo vão parar nos oceanos, representando 50kg de plástico por cada metro de área litorânea.

Por conta disto, plânctons, mariscos, pássaros, tartarugas e mamíferos enfrentam graves riscos de sufocamento, intoxicação, problemas de comportamento e fome.

O Pnuma revela que o corpo humano também está vulnerável à poluição por plásticos, já que partículas são ingeridas durante o consumo de peixes, de bebidas e até do sal comum. Os microplásticos podem também penetrar nos poros e serem inalados quando estão suspensos no ar.

O relatório revela ainda os impactos para a economia: até 2040, poderá haver um risco financeiro anual de US$ 100 bilhões para as empresas, se os governos exigirem que a indústria cubra os custos do manejo do lixo.

Um aumento nos resíduos plásticos também pode levar a um aumento do descarte ilegal de resíduos a nível nacional e internacional.

O relatório pede a redução imediata dos plásticos, incentiva a transformação de toda a cadeia de valor envolvida e indica que há necessidade de reforçar os investimentos em sistemas de monitoramento muito mais abrangentes e eficazes para identificar a origem, escala e destino do plástico, bem como o desenvolvimento de uma estrutura de risco, que atualmente não existe globalmente.

O estudo conclui que é necessária uma mudança para abordagens circulares, incluindo práticas de consumo e produção sustentáveis, o desenvolvimento e adoção rápida de alternativas pelas empresas, e uma maior conscientização do consumidor para encorajar escolhas mais responsáveis.

Uma redução drástica do plástico desnecessário, evitável e problemático é crucial para enfrentar a crise global de poluição, segundo o relatório que pode conferir na íntegra, em inglês: From Pollution to Solution: A Global Assessment of Marine Litter and Plastic Pollution.

As informações são da Pnuma.

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*Fonte: ciclovivo

Brasil recicla menos de 3% do lixo eletrônico, aponta levantamento

Uma pesquisa do The Global E-waste Monitor 2020, que monitora dados sobre lixo eletrônico ao redor do planeta, mostrou que o Brasil não recicla quase nada do e-waste que produz anualmente. O levantamento aponta que menos de 3% do lixo desse tipo produzido no nosso país acaba sendo reciclado.

Lixo eletrônico ainda é um grande problema para a sustentabilidade no Brasil e no resto do mundo; transformação do cenário passa por mudança de hábitos e políticas públicas

O levantamento de dados local foi feito pela Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, gestora de logística reversa da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) e mostra que poucos brasileiros sequer conhecem o conceito de lixo eletrônico. Boa parte deles associou o termo a spams em e-mails.

“O Brasil descartou, apenas em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foram reciclados. Além das possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, também há um grande desperdício, porque os materiais reciclados podem ser reutilizados em diferentes indústrias, evitando a extração de matérias-primas virgens”, explicou Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Elétron.

O caso preocupa justamente porque o número de eletrônicos só cresce no Brasil e um descarte adequado é necessário para o meio ambiente. Segundo o levantamento, mais de 54 toneladas de lixo eletrônico como pilhas, computadores e baterias acabam sendo descartados de forma irregular globalmente.

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*Fonte: hypeness

Evento virtual aborda Sobrecarga da Terra para público infantojuvenil

O Dia da Sobrecarga da Terra é uma data mundial que marca o momento em que a Humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar durante um ano. Em 2021, esse marco acontecerá em 29 de julho. Para refletir sobre o tema, o Programa de Educação do Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro, promoverá o “Rolê Sapiência: Sobrecarga da Terra”.

O evento virtual acontecerá neste sábado (24), às 15h, e a atividade é destinada ao público infantojuvenil. O objetivo é fomentar a aproximação e o debate de assuntos da atualidade, sempre em diálogo com a ciência e fazendo uso de recursos lúdicos.

Já na terceira edição, o programa Rolê Sapiência busca reconhecer as escolhas e atitudes – individuais e coletivas – que contribuíram para a configuração deste cenário e debater ações possíveis. A inscrição está disponível aqui.


Dia da Sobrecarga da Terra

Há 51 anos, a Humanidade vem utilizando mais recursos do que o planeta é capaz de renovar. A primeira vez que alcançamos a sua sobrecarga foi em 1970, quando aos 29 dias do mês de dezembro tínhamos utilizado todos os recursos que a Terra conseguia produzir até o dia 31. Desde então, temos conseguido antecipar cada vez mais esse lamentável marco.

Em 2020, como reflexo direto da pandemia, a data foi atrasada, mas, neste ano, antecipamos novamente, e em quase um mês. O dia da sobrecarga da Terra será 29 de julho.

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*Fonte: ciclovivo

Poluição por plástico está perto de ser irreversível, diz estudo

A poluição global por resíduos plásticos está a caminho de um “ponto irreversível”, de acordo com um estudo publicado nesta sexta-feira (02/07) na revista científica Science. Ano a ano, a geração mundial de lixo plástico só aumenta, e resíduos já podem ser encontrados nos locais mais inóspitos da Terra, como nos desertos, nos picos de montanhas, nas profundezas dos oceanos e até no Ártico.

Os pesquisadores apelaram para uma mudança de comportamento. Politicamente, a União Europeia (UE) deu um passo inicial: a partir de sábado, diversos produtos feitos de plástico estão proibidos no bloco comunitário europeu, entre eles canudos, talheres, pratos e copos descartáveis.

De acordo com os pesquisadores do estudo, a poluição anual de plásticos em águas e na terra pode quase dobrar de 2016 a 2025, caso a população mundial mantenha os hábito atuais.


A equipe de pesquisa foi composta por cientistas da Alemanha, Suécia e Noruega. Ela divulgou a estimativa de que entre 9 e 23 milhões de toneladas de resíduos plásticos poluíram rios, lagos e oceanos em 2016. Uma quantidade similar – entre 13 e 25 milhões de toneladas – acabou no meio ambiente terrestre naquele ano.

Apesar do alarme mundial disparado pelas imagens chocantes de rios e mares inundados com lixo plástico, o problema pode já estar próximo de um ponto sem volta, alertam os pesquisadores. Eles afirmam que “as taxas de emissões de plástico em todo o mundo podem desencadear efeitos que não seremos capazes de reverter”.

“O plástico está profundamente enraizado em nossa sociedade e se infiltra no meio ambiente em todos os lugares, mesmo em países com boa infraestrutura de tratamento de resíduos”, diz Matthew MacLeod, da Universidade de Estocolmo e o autor principal do estudo.


Segundo o relatório, as emissões tendem a aumentar, ainda que a consciência sobre a poluição do plástico na ciência e na população tenha aumentado significativamente nos últimos anos.

“Reciclagem de plásticos tem muitas restrições”
Do lado alemão, participaram do estudo pesquisadores do Instituto Alfred Wegener (Centro Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha – AWI, na sigla em alemão), localizado em Bremerhaven, e do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental (UFZ, na sigla em alemão), situado em Leipzig.

A pesquisadora Mine Tekman, do AWI, alerta contra a impressão de que tudo pode ser reciclado “magicamente” caso o lixo seja separado corretamente. “Tecnologicamente falando, a reciclagem de plásticos tem muitas restrições e os países com boa infraestrutura exportam seus resíduos plásticos para países com instalações mais precárias”, explica.

Os governos da Malásia e das Filipinas estão entre os que nos últimos anos devolveram – com declarações públicas de irritação – carregamentos de lixo despachados de países como Canadá e Coreia do Sul.

Tekman diz que a produção de “plástico virgem” deve ser limitada e pleiteou por medidas drásticas, como a proibição da exportação de resíduos plásticos, a menos que ela seja feita para um país com uma melhor infraestrutura de reciclagem.

Além disso, há um problema fundamental com materiais não biodegradáveis. Áreas remotas são particularmente ameaçadas por resíduos plásticos, conforme explica a pesquisadora Annika Jahnke, do UFZ.

Nestas regiões, os resíduos plásticos não podem ser removidos por equipes de limpeza. E o desgaste de grandes pedaços de plástico também causa inevitavelmente a liberação de um grande número de micro e nanopartículas e à lixiviação de produtos químicos que foram deliberadamente adicionados ao plástico na produção.

Desequilíbrio da bomba biológica
A equipe de pesquisa também alerta que, combinado com outros danos ambientais imediatos, o lixo plástico pode ter efeitos de longo alcance ou até mesmo globais mesmo em áreas remotas.

É possível que os resíduos plásticos causem uma influência na biodiversidade do mar e na climaticamente tão importante bomba biológica. O termo se refere ao processo através do qual o carbono liberado na atmosfera é armazenado nas profundezas oceânicas por meio de processos biológicos.

A biologia marinha possui um papel muito importante no chamado “sequestro de carbono” – os oceanos armazenam aproximadamente 50 vezes mais carbono que a atmosfera. E o plástico atua como um estressor adicional, que pode causar um desequilíbrio nos oceanos.

“O custo de ignorar o acúmulo de poluição persistente de plástico no meio ambiente pode ser enorme”, diz MacLeod. “A coisa mais sensata que podemos fazer é agir o mais rápido possível para reduzir a quantidade de plástico que polui o meio ambiente.”


Alguns produtos fabricados com plástico descartável estarão proibidos a partir deste sábado na UE. A regulamentação afeta itens para os quais existem alternativas, como canudos e talheres e pratos descartáveis. Certos copos e recipientes descartáveis de isopor também não poderão mais ser produzidos ou colocados no mercado. Os bens existentes e previamente adquiridos ainda podem ser vendidos.


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*Fonte: dw

Documentário Descarte está disponível gratuitamente

Em comemoração ao Mês do Meio Ambiente, o documentário Descarte estará disponível para acesso gratuito e online até o dia 12 de junho, próximo domingo. O filme de Leonardo Brant retrata o drama social do lixo, apresentado a partir de histórias inspiradoras de artistas, designers, artesãos e ativistas que transformam materiais recicláveis com inovação e sensibilidade.

O projeto compreende, além do filme, produção de reportagens, conteúdos digitais e uma ação mobilizadora sobre a questão do lixo no Brasil. O objetivo é deixar um legado conteúdos que vão além do filme e buscam um diálogo aprofundado e constante sobre sete temas relacionados à problemática do lixo no Brasil:

Lixo ou Resíduo?
PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos)
Lixões
Catadores
Logística Reversa
Economia Circular
Lixo Zero

Debate e parceria
Em parceria com a Deusdará Filmes, o Instituto Estre, além de disponibilizar o documentário, vai promover uma conversa com o diretor Leonardo Brant sobre a gestão de resíduos no Brasil.

A live acontece no dia 9 de junho, quarta-feira, às 19h no Instagram do Instituto Estre: @institutoestre.

Para inscrever e ter acesso ao documentário, clique aqui. Após preencher o formulário, você será direcionado/a à página onde encontrará o link e à senha de acesso para o filme.

35% do plástico descartado foi usado por apenas 20 minutos

Anualmente são produzidas 250 milhões de toneladas de plástico e cerca de 35% desse montante são usados apenas uma vez e por, aproximadamente, 20 minutos. Para piorar, 10% de tudo o que é descartado tem como destino o mar. Os dados foram apresentados pelo chefe da expedição suíça Race for Water Odyssey, Marco Simeoni, na ocasião do lançamento da campanha “Mar sem Lixo. Mar da Gente.”, das iniciativas suíças swissnex Brazil e swissando, de promoção da parceria entre os dois países.

Simeoni, que passou oito meses realizando o primeiro levantamento global de lixo nos oceanos com a expedição, explica que 80% do plástico encontrado no mar têm origem em atividades em terra e que se concentram em cinco regiões específicas nos oceanos: Atlântico Norte, Atlântico Sul, Pacífico Norte, Pacífico Sul e Índico.

“O problema dos plásticos nos oceanos é que o material se quebra em micro partículas que são ingeridas por peixes e pássaros”, explica Simeoni. “Os animais confundem isso com comida. No Havaí, por exemplo, 87% dos pássaros mapeados no local tinham plástico no estômago. O pior de tudo é que tudo é essas partículas são tão pequenas que é inviável fazer uma limpeza disso no mar.”

Uma da maiores surpresas que o chefe da expedição relata ter encontrado na pesquisa foi lixo plástico em regiões remotas, foras das áreas de sujeira no oceano. O velejador explica que uma das primeiras conclusões que o time de pesquisadores chegou foi que o plástico está em toda parte.

Uma das primeiras conclusões que o time de pesquisadores chegou foi que o plástico está em toda parte.

“Visitamos Koror, uma ilha paradisíaca em Palau (Micronésia), no Oceano Índico, onde é área de preservação. Vimos garrafas plásticas, sapatos, isqueiros, entre outros tipos de materiais plásticos. Isso nos deixou muito surpresos”, comenta.

Com a ingestão de plástico, a fauna contamina-se com substâncias químicas liberadas pelo material no organismo. Atualmente, metade da população mundial, estimada em sete bilhões de pessoas aproximadamente, consome peixes e animais marinhos. Segundo as previsões da equipe de cientistas da Race for Water, se nada for feito na próxima década, haverá um quilo de plástico para cada três quilos de peixes nos oceanos.

Resultados preliminares, obtidos nas primeiras paradas, nas ilhas de lixo do Atlântico Norte e do Pacífico Sul, indicam que o lixo está amplamente espalhado em paisagens oceânicas remotas. Entre redes de pesca e cordas, o plástico representou 84% do material colhido nos Açores, 70% em Bermuda e 91% na Ilha de Páscoa. Outros materiais, como espuma, cápsulas, filmes e filtros de cigarro, também foram encontrados nesses locais. As análises estão sendo realizadas pelo Laboratório de Meio Ambiente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (CEL/EPFL).

As cinco áreas de lixo pelas quais a expedição Race for Water passou totaliza 15,9 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a quase duas vezes o território do Brasil. A mancha mais próxima ao território brasileiro, no Atlântico Sul, tem 1,3 milhão de quilômetros quadrados, área equivalente a quase 30 vezes o Estado do Rio de Janeiro.

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*Fonte: ciclovivo

Veleiro vai coletar resíduos plásticos e gerar energia

Yvan Bourgnon é um velejador e aventureiro francês, apaixonado por viagens e pela natureza. Em suas travessias e corridas pelos mares, ele constantemente se deparava com o lixo plástico, cada vez mais presente, já que cerca de 8 milhões de toneladas de plástico são lançadas no oceano todos os anos.

Bourgnon e sua equipe decidiram agir e criaram o projeto SeaCleaners, Limpadores de Mares, em português. E, para combater a poluição plástica, projetaram o Manta, um catamarã gigante que literalmente se alimenta de plástico.

O veleiro de 56 metros vai ser o primeiro de seu tipo capaz de coletar, processar e recuperar grandes quantidades de resíduos plásticos do oceano. Construído em aço de baixo carbono, o Manta possui um sistema de propulsão híbrido elétrico. O barco pode manobrar em baixa velocidade, coleta resíduos a uma velocidade entre 2 e 3 nós, e atinge uma velocidade máxima de mais de 12 nós.

A embarcação também poderá ser usada para emergências em áreas extremamente poluídas após desastres naturais como ciclones ou tsunamis.

Esteiras coletoras trazem os resíduos a bordo, onde está uma unidade de triagem manual que faz a separação de acordo com o tipo de material coletado. Os resíduos plásticos são cortados em pequenos pedaços e encaminhados a uma unidade de conversão de resíduos em energia, onde até 95% do material é convertido em eletricidade por meio de um processo de pirólise e esta energia alimenta todo o equipamento elétrico do Manta.

Além da geração de energia por meio de resíduos, o barco conta com duas turbinas eólicas, 500 metros quadrados de painéis solares e dois hidro-geradores. Graças às suas fontes de energia, o Manta é capaz de operar 75% do tempo de forma autônoma.

Coleta de resíduos

Os meios de coleta também são diversificados e podem retirar desde resíduos grandes que flutuam nas águas até detritos de cerca de 10 milímetros que estejam a até um metro de profundidade.

Dependendo da densidade e proximidade das camadas de resíduos, a capacidade de coleta pode variar de 1 a 3 toneladas de resíduos por hora, com o objetivo de coletar de 5 a 10 mil toneladas por ano.

A previsão é que o primeiro modelo do Manta seja entregue em 2024 e circule principalmente na Ásia, África e América do Sul, como foco em áreas estratégicas onde a poluição marinha por plástico seja particularmente densa.

Com instalações de pesquisa a bordo, o catamarã poderá receber até 10 cientistas e ajudar a coletar dados para estudos sobre a vida marinha e poluição do oceano. Bourgnon adianta que os dados coletados a bordo do Manta estarão sempre acessíveis para a comunidade científica e pessoas interessadas.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Plástico recolhido das praias vira embalagem de protetor solar

Resíduos plásticos recolhidos das praias do litoral de São Paulo são reciclados e voltam para as praias, mas desta vez em forma de embalagens de protetor solar. Este é o objetivo do projeto Seaside, uma frente da área de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Boticário.

Em parceria com cooperativas de catadores de material reciclável das cidades do Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, no litoral sul de São Paulo, o projeto já recolheu 265 toneladas de plástico que vão ser processadas, transformadas em resina e darão origem a protetores solares e outros itens do portfólio do Grupo Boticário. A Globalpet, é outra parceira do projeto e realiza a captação junto às cooperativas.

Com foco em sustentabilidade, economia circular, redução do impacto ambiental e social, o Seaside vai beneficiar 316 famílias de trabalhadores de cooperativas de sete cidades litorâneas paulistas

“O trabalho com reciclagem é fundamental também para a preservação ambiental e com este projeto aliamos a necessidade de limpeza das praias à ajuda a famílias e cooperativas que vivem dessa coleta. Todos saem ganhando”, conta Daniele Medeiros, pesquisadora do Grupo Boticário responsável pelo projeto.

Há mais de 10 anos a empresa mantém em todas as lojas uma área de coleta de embalagens vazias que também recebem a destinação correta para a reciclagem. Chamado “Boti Recicla”, o projeto incentiva consumidores a darem um destino correto aos seus produtos.

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Plástico recolhido das praias vira embalagem de protetor solar

Resíduos plásticos recolhidos das praias do litoral de São Paulo são reciclados e voltam para as praias, mas desta vez em forma de embalagens de protetor solar. Este é o objetivo do projeto Seaside, uma frente da área de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Boticário.

Em parceria com cooperativas de catadores de material reciclável das cidades do Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, no litoral sul de São Paulo, o projeto já recolheu 265 toneladas de plástico que vão ser processadas, transformadas em resina e darão origem a protetores solares e outros itens do portfólio do Grupo Boticário. A Globalpet, é outra parceira do projeto e realiza a captação junto às cooperativas.
Embalagem de protetor solar fabricada com plástico recolhido nas praias de SP. Foto: Divulgação

Com foco em sustentabilidade, economia circular, redução do impacto ambiental e social, o Seaside vai beneficiar 316 famílias de trabalhadores de cooperativas de sete cidades litorâneas paulistas

“O trabalho com reciclagem é fundamental também para a preservação ambiental e com este projeto aliamos a necessidade de limpeza das praias à ajuda a famílias e cooperativas que vivem dessa coleta. Todos saem ganhando”, conta Daniele Medeiros, pesquisadora do Grupo Boticário responsável pelo projeto.

Há mais de 10 anos a empresa mantém em todas as lojas uma área de coleta de embalagens vazias que também recebem a destinação correta para a reciclagem. Chamado “Boti Recicla”, o projeto incentiva consumidores a darem um destino correto aos seus produtos.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

97% das garrafas plásticas da Noruega são recicladas por causa do programa ambiental do país

O programa de reciclagem radical da Noruega está fornecendo resultados inacreditáveis: até 97% das garrafas plásticas do país são recicladas.

O sucesso do plano ambiental é graças aos impostos ambientais do governo norueguês, que recompensam as empresas que são ambientalmente amigáveis. Desde 2014, todos os produtores e importadores de plásticos estão sujeitos a uma taxa ambiental de cerca de 40 centavos por garrafa. No entanto, quanto mais a empresa reciclar, menor o imposto. Se a empresa conseguiu reciclar mais de 95% de seu plástico, o imposto é descartado.

Os clientes também pagam uma pequena “hipoteca” em cada produto engarrafado que compram. Para recuperar seu dinheiro, eles precisam depositar suas garrafas usadas em uma das 3.700 “máquinas hipotecárias” encontradas em supermercados e lojas de conveniência em todo o país, que lê o código de barras, registra a garrafa e devolve um cupom.

O esquema é liderado pela Infinitum, uma organização sem fins lucrativos de propriedade das empresas e organizações da indústria de bebidas que produzem plástico. Qualquer importador internacional que registre um produto plástico para venda na Noruega deve assinar um contrato com a Infinitum e entrar para a cooperativa.

Programas semelhantes existem na Alemanha e em vários estados americanos, como a Califórnia, mas a Noruega afirma que seu sistema é o mais sintonizado com a escala da epidemia plástica do século XXI. Em 2017, a Infinitum coletou mais de 591 milhões de garrafas plásticas. Kjell Olav Meldrum, CEO da Infinitum, disse ao The Guardian em 2018 que o sistema é tão eficaz que muitas garrafas agora em circulação em todo o país possui material que já foi reciclado mais de 50 vezes.

“Nós somos o sistema mais eficiente do mundo”, disse à Positive News Sten Nerland, diretor de logística e operações da Infinitum. “Como uma empresa ambiental, você pode pensar que devemos tentar evitar o plástico, mas se você o tratar de forma eficaz e reciclá-lo, o plástico é um dos melhores produtos para usar: leve, maleável e barato.”

Enquanto isso, a epidemia do plástico continua. Por ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos. Em 2050, se as tendências atuais continuarem, estima-se que o lixo plástico no oceano será que maior que o número de peixes.

Como o modelo norueguês mostra claramente, nem toda a esperança está perdida.

Nos últimos anos, vários países enviaram representantes ao Infinitum na esperança de aprender com o modelo norueguês, incluindo Escócia, Inglaterra, China, Índia, Cazaquistão, Croácia, França, Holanda, Austrália e Estados Unidos. O Reino Unido, por exemplo, procurou definir um esquema semelhante que recompensará os consumidores pela reciclagem de embalagens.

*Por Giovane Almeida
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*Fonte: ciencianautas

Parque Nacional envia para casa de turistas lixo que eles deixaram no local

O Parque Nacional Khao Yai, na Tailândia está devolvendo o lixo que turistas “esqueceram” na unidade. O BangKok Tribune News, explica em sua página no Facebook que o Ministro do Meio Ambiente do país, Varawut Silpa-archa ameaçou entrar com uma ação judicial contra visitantes indisciplinados, os quais visitam os parques nacionais do país e deixam seu lixo para trás sem a coleta adequada.

A reportagem cita o caso de um pequeno grupo que alugou duas barracas de camping para passarem um final de semana no parque, no acampamento Pha Kluay Mak, mas deixou o parque devido a uma forte chuva. Os guardas da unidade encontraram garrafas plásticas, copos plásticos, embalagens de salgadinhos e outros tipos de lixo dentro das barracas alugadas (foto abaixo).

Ao saber do caso, o ministro instruiu os funcionários para que recolhessem o lixo e enviassem de volta aos proprietários dele por meio de um serviço postal (antes de entrar no parque, os visitantes deixam o endereço residencial e outros dados na administração). Os funcionários também registraram queixa na polícia, segundo o jornal.

“Lembre-se de que jogar lixo nos parques desordenadamente viola a lei dos parques nacionais e acarreta penalidades … Por favor, ajude a manter os locais limpos e comportados, pois a partir de agora vamos aplicar estritamente a lei contra os violadores.”, comentou.

O lixo deixado pelos visitantes causa vários problemas à vida selvagem, pois os animais comem os resíduos e morrem em conta das consequências da ingestão de plástico, por exemplo.

Em fotos publicadas no Facebook (acima), segundo o Bangkok Tribune, é possível conferir bilhetes dizendo “Você deixou algumas coisas no parque. Posso mandá-los de volta para você”. Ainda de acordo com a publicação, a decisão de convocar os infratores está com a polícia local.

 

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*Fonte: mochileiros

Australianos reciclam fibra de carbono para fabricar pranchas

A fibra de carbono é um material versátil, usado na fabricação de diversos produtos, de tecidos a catalisadores. Sua aplicação revolucionou uma série de indústrias, graças à alta resistência e flexibilidade. Podemos encontrar fibra de carbono em parte de automóveis, turbinas de vento e aeronaves.

Infelizmente, toda esta versatilidade não é vista quando o tema é o descarte do produto. É um material difícil de se reaproveitar, não é biodegradável ou simples de reciclar. Na Austrália, 95% da fibra de carbono consumida acaba indo para aterros sanitários – uma média de 45 mil toneladas por ano.

A boa notícia é que um grupo de pesquisadores encontrou um destino muito melhor para o material: o surfe. “Conseguimos produzir uma prancha de carbono a partir de material reciclado e eu acho que vai ser um sucesso”, conta Filip Stojcevski, um dos idealizadores do projeto.

“Todo o material vem de partes usadas de automóveis e aeronaves. Mas, ao invés de ser enviado para o aterro sanitário, este material ganhou uma nova vida e se transformou em pranchas de surfe”.

Filip e Andreas Hendlmeier estudaram engenharia aeronáutica na Deakin University e se uniram ao químico James Randall para fabricar as pranchas em uma garagem em Victoria, na cidade de Jan Juc, famosa pelas ondas e pelo seu surfe.

Os três uniram a paixão pelo surfe com o conhecimento acadêmico e fabricaram as primeiras pranchas do mundo feitas com fibra de carbono reciclada.
Mais velocidade nas ondas

De acordo com Filip, a fibra de carbono é mais leve e resistente que a fibra de vidro, tradicionalmente usada na produção de pranchas. O resultado desta troca são pranchas mais leves, mais fáceis de transportar e mais rápidas quando estão no mar.

Um dos pontos chaves no projeto das pranchas foi garantir que elas não se tornassem muito rígidas ou suscetíveis a pequenas rachaduras por conta da estrutura da fibra de carbono. E, até o momento, os empreendedores tiveram sucesso.

O surfista Luke Rosson testou a prancah e aprovou. Disse que é um equipamento leve que garante mais velocidade nas ondas do que os modelos tradicionais de fibra de vidro. “Demorei um pouco para me adaptar, já que é um pouco diferente das pranchas que eu normalmente uso”, declarou ele.

“Já dá para imaginar que vai ser uma inovação incrível”, diz o surfista.

Outros destinos para a fibra de carbono

Outros pesquisadores estão estudando a possibilidade do uso de fibra de carbono reciclada em peças da indústria automotive ou como elemento na produção de cimento, mas a viabilidade ainda não foi 100% comprovada.

Neste cenário, as pranchas de surfe que reaproveitam o material, se tornam ainda mais atrativas – para os surfistas e para o meio ambiente.

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Biólogo desenvolve sacola que cai no mar e vira comida para peixes

Esta talvez seja a melhor notícia dos últimos tempos para aqueles que ainda se preocupam com a fauna marinha: o biólogo Kevin Kumala desenvolveu uma sacola feita de mandioca que, se jogada no mar, pode tranquilamente servir de alimento para peixes.

Kevin, que nasceu na Indonésia, criou a sacola após retornar dos Estados Unidos para o seu país e notar o impressionante acúmulo de lixo em Bali, ilha onde nasceu.

O produto criado pelo biólogo se assemelha bastante ao plástico, mas têm como matéria-prima o tubérculo, que não prejudica o meio ambiente. Com a sua sacola eco-friendly perfeitamente desenvolvida, Kevin passou a vender o produto.

No ano de 2014 ele criou a empresa Avani Eco. É através dela que Kevin vende sacolas, canudos, talheres, copos e embalagens, todos feitos com materiais sustentáveis, com tempo de decomposição de cem dias.

“Nossos sacos de mandioca de tamanho médio podem transportar até 8 libras (3,5 kg) se transportar produtos secos”, diz o perfil da empresa no Instagram.

De acordo com o site da empresa, ela já substituiu três toneladas de produtos não sustentáveis desde 2016.

“Nós buscamos continuamente nos tornar uma ponte para ajudar e encorajar comunidades e negócios a produzirem iniciativas que gerem um impacto sustentável para o meio ambiente. Encorajando o uso do termo ‘responsável’ como um valor central dos três fatores chave: reduzir, reutilizar, reciclar”, diz o site da empresa.

Estima-se que, em 2050, o mundo produzirá 33 bilhões de toneladas de plástico. O material demora 400 anos para se decompor.

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*Fonte: contioutra

Coca Cola e a Danone estão produzindo garrafas à base de plantas que se degradam em apenas um ano

O lixo plástico produzido todos os anos em todo o mundo é um dos principais responsáveis pelo grande problema ambiental envolvendo o descarte de lixo. Visando isso, a Coca-Cola e a Carlsberg, em parceria com a empresa Avantium estão produzindo uma alternativa sustentável e biodegradável para todos nós.

O novo material plástico desenvolvido é feito de açúcar de milho, trigo e beterraba e se decompõe em apenas um ano, muito menos prejudicial que os 200 anos de um plástico comum.

“Esse plástico tem credenciais de sustentabilidade muito atraentes porque não usa combustíveis fósseis e pode ser reciclado – mas também se degradaria na natureza muito mais rapidamente do que os plásticos normais”, disse o diretor executivo da Avantium, Tom Van Aken, ao The Guardian.

Em 1950, uma população global de 2,5 bilhões produzia aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de plástico. No entanto, em 2016, uma população de mais de sete bilhões produziu mais de 320 milhões de toneladas de plástico. Espera-se que esse número continue crescendo e dobrará até 2034. Infelizmente essa realidade é crescente e constante e essa nova opção vem como uma luz para esse grande problema ambiental.

Espera-se que as bebidas nessas garrafas cheguem às prateleiras até 2023: “A inovação leva tempo e continuaremos a colaborar com os principais especialistas para superar os desafios técnicos remanescentes, assim como fizemos com o nosso Snap Pack de redução de plástico”

*Por Mariana Marques

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*Fonte: revistacarpediem

Instituto Ocean Voyages bate recorde de maior remoção de lixo plástico do Pacífico

O Ocean Voyages Institute diz que fez história nesta semana, retornando ao porto de Honolulu na terça-feira, depois de remover com sucesso 103 toneladas de redes de pesca e plásticos de consumo do Great Pacific Garbage Patch.

Mais do que dobrou seus próprios resultados recordes de uma passagem de 25 dias no ano passado durante esta expedição de 48 dias. Mary Crowley, fundadora e diretora executiva do grupo, diz que estão voltando ao mar em dois dias para coletar mais detritos.

“Estou tão orgulhoso de nossa equipe que trabalha duro”, diz Crowley. “Nós excedemos nosso objetivo de capturar mais de 100 toneladas de plásticos tóxicos para o consumidor e redes ‘fantasmas’ abandonadas – e nestes tempos desafiadores, continuamos a ajudar a restaurar a saúde do nosso oceano, o que influencia nossa própria saúde e a saúde das pessoas. planeta.”

Conhecida como o ‘Ghost Net Buster’, Mary Crowley é conhecida por desenvolver métodos eficazes para remover quantidades significativas de plásticos do oceano, incluindo 48 toneladas (96.000 libras) de plástico durante duas viagens de limpeza oceânica em 2019, incluindo uma que pegou redes que prenderam o lixo nas ilhas havaianas.

“Embora as limpezas de praia sejam a maneira mais eficiente de coletar lixo, a limpeza do oceano – interceptando-a antes de chegar à costa – é muito importante”, disse Nikolai Maximenko, da FloatEco, à GNN durante uma entrevista à imprensa do Zoom. “Nada pode substituir o esforço no oceano.”

A bordo do navio de carga, a equipe usa rastreadores de satélite GPS desde 2018, projetados com a ajuda do engenheiro Andy Sybrandy, da Pacific Gyre, Inc. A teoria de Crowley provou ser bem-sucedida de que um rastreador pode levar a muitas redes. O oceano frequentemente ‘classifica’ os detritos flutuantes para que uma rede de pesca marcada possa levar a outras redes e uma densidade de detritos em um raio de 24 quilômetros.

“Estamos utilizando equipamentos náuticos comprovados para limpar efetivamente os oceanos e inovar com novas tecnologias”, diz Crowley em um comunicado à imprensa. “O Ocean Voyages Institute é líder em pesquisa e limpeza do oceano há mais de uma década, concedido com menos alarde e atenção do que outros, mas com paixão e comprometimento e causando impactos significativos”.

O Ocean Voyages Institute descarregou o recorde de lixo plástico oceânico nesta semana enquanto atracava ao lado do Pier 29, graças ao apoio da Matson, com sede em Honolulu, em preparação para a reciclagem e descarte adequado. A equipe está comprometida com 0% de término em qualquer aterro sanitário e está enviando os detritos classificados para as empresas de reciclagem que serão transformadas em isolamento, energia etc.

O navio cargueiro S / V KWAI deixou o porto havaiano de Hilo em 4 de maio, após um período de quarentena auto-imposto de três semanas para garantir a saúde dos membros da tripulação, diante da pandemia do COVID-19.

Os faróis de rastreamento por satélite GPS estão sendo colocados nas redes de pesca por iates e navios voluntários.

O Ocean Voyages Institute está se lançando em uma segunda viagem que partirá em dois dias para continuar a limpeza da área, mas sua duração (entre 25 e 30 dias) será determinada por doações e captação de recursos. Você pode doar por cheque, paypal ou outro método no site deles.

“Nosso objetivo é ter outros 3-4 barcos trabalhando no próximo ano – todos trazendo grandes cargas de detritos”, disse Crowley (que passa a maior parte do ano em Sausalito, Califórnia) por telefone à GNN. “Temos embarcações querendo ajudar na limpeza, então agora podemos começar a fazer uma grande mudança, porque nossas soluções são escaláveis.”

A longo prazo, eles pretendem se expandir para outras partes do mundo que precisam desesperadamente de ajuda na limpeza, para que as redes de pesca abandonadas nunca mais entremeadas ou prejudiquem uma baleia, golfinho, tartaruga ou recife.

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Australianos criam tecnologia que recicla todo tipo de plástico

O impacto ambiental provocado pelo plástico é um problema grave e as soluções aparecem em um ritmo muito menor do que a produção e descarte do material no planeta. Neste cenário, cientistas australianos afirmam que desenvolveram uma tecnologia que pode fazer com que todos os plásticos sejam recicláveis.

Todos os anos, são descartadas na Austrália cerca de 3,5 milhões de toneladas de plástico, mas apenas 10% deste material é reciclado. O restante é queimado, enterrado em aterros sanitários ou mesmo enviado para outros países. Uma possível solução para este problema é a tecnologia criada pela Licella, empresa australiana que inaugurou sua primeira planta de reciclagem na Inglaterra.

O sistema foi desenvolvido por Len Humphreys e Thomas Maschemeyer, professor da Universidade de Sidney. Eles afirmam que agora é possível reciclar tipos de plásticos que não podiam ser processados até então.

Transformando plástico em combustível ou em novos plásticos

Em 2018, a China anunciou que não iria mais receber resíduos recicláveis da Austrália – um alerta para a indústria local. Um ano depois, Len Humphreys olha para a enorme quantidade de plástico estocada no país como uma fonte de recursos desperdiçada. O pesquisador afirma que o material pode se transformar em combustível ou em novos tipos de plástico.

Isso é possível graças ao Reator Catalizador Hidrotermal – CAT-HTR que ele desenvolveu. O processo químico de reciclagem altera a composição molecular do plástico, usando agua quente e alta pressão para transformar o material novamente em óleo. “O que estamos fazendo é simplesmente pegar o plástico e transformá-lo novamente nos líquidos de onde o material veio”, explica Humphreys.

A partir daí, o óleo pode ser transformado em betume, combustível ou em outros tipos de plástico. Humphreys afirma que a tecnologia patenteada por ele e pelo professor Thomas Maschemeyer é diferente das soluções que existem hoje.

Diferente do processo tradicional de reciclagem, esta tecnologia não requer a separação do plástico em diferentes tipos e cores e pode reciclar tudo – de caixas de leite a roupas de mergulho passando até por subprodutos de madeira. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de produtos de plástico serem reciclados várias e várias vezes.

Primeira planta será inaugurada na Inglaterra

Depois de ser testada por 10 anos em uma planta-piloto da Licella, a tecnologia está pronta para ser levada ao mercado. A companhia está abrindo sua primeira planta de reciclagem no Reino Unido, onde afirma ter recebido mais incentivos ambientais. Ainda segundo a empresa, a planta pode processar cerca de 20 mil toneladas de plástico por ano.

Para Damian Guirco, diretor do Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Tecnologia de Sydney, a tecnologia pode ser parte da solução para o problema do plástico. “Quando pensamos na necessidade de planejar nossos sistemas de uso e reuso de plástico, uma única tecnologia não vai ser a solução”, explica ele. Damian alerta que o grande foco a ser combatido é o consumo excessivo de plástico.

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Acabou! Alemanha bane de vez o uso de plástico e isopor no país

A Alemanha tomou um importante passo na preservação do meio ambiente, proibindo de vez o uso de qualquer material seja feito de plástico ou isopor. Todos precisam se adaptar até 3 de julho de 2021. O governo do país anunciou essa medida louvável na última sexta, 3 de julho.

O plástico e o isopor são dois dos maiores responsáveis pela poluição do meio ambiente e a proibição do governo alemão inclui itens como canudos de plástico, talheres descartáveis, pratos, palitos, copos e caixas de poliestiren – como as usadas em embalagens de sopas instantâneas, por exemplo.

O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Schulze, disse que a medida faz parte de um esforço para o distanciamento em definitivo do país para com a “cultura descartável”.

Além disso, a Alemanha também pretende fechar, até 2022, oito operações de trabalho com carvão marrom – localizadas principalmente em regiões economicamente decadentes do território.

A ideia é, além de gerar novos empregos, fomentar a utilização de energia renovável que já representa 50% de toda a energia utilizada no país.

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*Fonte: asmosdetodosafetos

Mexicana cria plástico de casca de laranja que se decompõe em 90 dias

Folhas e cascas de alimentos têm se mostrado eficientes na produção de materiais biodegradáveis. São muitos os usos de subprodutos da indústria para a fabricação de alternativas ao plásticos convencionais. No México, por exemplo, uma estudante venceu um concurso nacional ao produzir bioplástico a partir de resíduos de laranja.

Totalmente biodegradável, o material é feito com a casca e o bagaço da laranja – material abundante em seu país. “No Oceano Pacífico, há um grande acúmulo de lixo plástico, do tamanho da França. Por outro lado, as projeções apontam para o fato de que, em 2050, haverá mais resíduos plásticos no mar do que peixes. Vinculei isso a uma grande oportunidade, especialmente para o nosso país, o quinto maior produtor de laranja do mundo”, afirma Giselle Mendoza, aluna do Instituto Tecnológico de Monterrey e criadora do bioplástico.

Segundo Giselle, o México produz um volume médio anual de 4,5 milhões de toneladas de laranja, porém de 40% a 65% são descartadas como lixo. Em entrevista à Forbes, Giselle contou que fez parcerias com produtores para garantir um custo quase zero das matérias-primas ou a preços baixos por tonelada. Também ressaltou que a laranja é abundante em diversas regiões do mundo e que, por isso, surgiram interesses de outros países no material.

A laranja também foi escolhida por sua grande quantidade de celulose, que pode ser extraída até para fazer tecidos. Além disso, ainda foi considerada suas propriedades curativas e nutritivas. Por isso, há o potencial de aplicar seu bioplástico na agricultura, no setor de embalagens e até na biomedicina. Mas este último é um objetivo que ainda carece de muito desenvolvimento e pesquisa, a curto prazo a intenção é substituir as embalagens PET. O que por si só já é uma grande meta.

A alternativa ao plástico convencional é um material flexível e transparente que se decompõe em 90 dias quando exposto à matéria orgânica. Enquanto não é comercializado, a pesquisa do produto é tocada pela startup Geco, fundada por Giselle em 2018 – na época com apenas 21 anos.

O projeto rendeu à mexicana o terceiro lugar no Prêmio Santander de Inovação Empresarial de 2019, além do primeiro lugar no Global Student Entrepreneur Awards (GSEA) no México.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Seremos lembrados como a “Era do plástico”?

Em maio de 2019, o mundo tomou conhecimento de que há plástico até na Fossa das Marianas – o ponto mais profundo do planeta Terra. A notícia causou espanto, mas a verdade é que sabemos muito pouco sobre a dimensão da poluição plástica nos oceanos. Um estudo do Instituto de Oceanografia, da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), revela que o plástico sintético está poluindo nosso registro fóssil.

A pesquisa examinou quase 200 anos de sedimentos costeiros na Bacia de Santa Bárbara, na Califórnia, onde há quase total ausência de oxigênio. Por lá, as camadas sedimentares estão impregnadas por micropartículas – possivelmente oriunda das águas residuais que chegam nos oceanos. Os cientistas conseguiram analisar sedimentos datados de até 1843.

Apesar da maioria dos plásticos terem sido inventados na década de 20, os depósitos de plástico aumentaram no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e começaram a dobrar a cada 15 anos. Também foram sendo diversificados os tipos plásticos.

O aumento corresponde a um aumento na taxa de produção de plástico em todo o mundo e o crescimento da população costeira da Califórnia.

Os microplásticos mais encontrados foram tecidos sintéticos de vestuário. O que mostra que talvez estejamos subestimando os fiapos que são liberados durante as lavagens de roupa. Outro tipo encontrado foi o plástico filme, muito usado nas cozinhas e nos aeroportos.

“É ruim para os animais que vivem no fundo do oceano: recifes de coral, mexilhões, ostras e assim por diante”, afirmou a líder do estudo Jennifer Brandon. “Todos aprendemos na escola sobre a idade da pedra, a idade do bronze e a idade do ferro – essa será conhecida como a era do plástico? É assustador que será por isso que nossas gerações serão lembradas”.

À medida que mais estudos surgem fica cada vez mais evidente e mais comprovado que os plásticos estão presentes em tudo. A pesquisa oceanográfica é importante, apesar de, muitas vezes, não ganhar a atenção devida no debate público. “Sabemos que os mares exercem uma função-chave para a nossa existência. Sua imensidão, porém, é menos investigada do que a superfície da Lua”, disse certa vez Marcio Weichert, coordenador do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo.

A opção por reduzir o uso de plástico no cotidiano certamente é válida, mas será preciso ações bem mais amplas e estruturais para mudar o rumo que a humanidade tomou. Confira o artigo Parece absurdo, mas comemos e respiramos microplásticos diariamente.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Poluição oceânica por microplástico foi subestimada

A pandemia de plástico que assola os oceanos parece pior do que até agora anunciada. Novos estudos demonstram que a poluição oceânica por microplástico foi subestimada há pelo menos o dobro do número de partículas do que se pensava anteriormente.

Poluição oceânica por microplástico foi subestimada

Estudo publicado na revista Environmental Pollution informa que desta vez os pesquisadores usaram redes com tamanhos de malha de 100 microns – 0,1mm – 333 microns e 500 microns. Eles encontraram 2,5 vezes mais partículas na rede mais fina do que nas redes de 333 mícrons, do tipo geralmente usado para filtrar microplásticos e 10 vezes mais que na rede de 500 mícrons.

A professora Pennie Lindeque, do Laboratório Marítimo de Plymouth, no Reino Unido, que liderou a pesquisa, confirmou: “A estimativa da concentração de microplásticos marinhos atualmente pode ser muito subestimada”.

As águas onde a nova pesquisa foi feita

Os pesquisadores fazem algo parecido com o que se faz na pesca. Eles usam redes de malha bem fina, e as arrastam em certas regiões oceânicas. Depois recolhem, coletam e contam o material. Para esta pesquisa, as águas escolhidas foram as que banham a Inglaterra e os Estados Unidos.

De acordo com o site https://earth.org/ , antes deste novo ‘arrastão’ estimava-se a quantidade de partículas entre 5 trilhões até 50 trilhões de partículas, agora o número subiu para 12 trilhões até 125 trilhões de partículas nos oceanos do planeta.

O tipo mais abundante de microplástico é a microfibra

Como o Mar Sem Fim já havia informado, estudos anteriores sobre a invasão de plástico mostra que as partículas mais comuns encontradas foram fibras de cordas, redes e roupas (cerca de 85%). Pois é, nós usamos muitas roupas feitas de tecidos sintéticos. O resultado aí está.

Novo estudo mostra mais micropartículas que zooplâncton

Isso assustou os cientistas. Tanto o fitoplâncton, como o zooplâncton, são organismos primários para os consumidores de níveis tróficos superiores. Ou seja, estão na base da cadeia alimentar dos oceanos.

A pesquisadora Pennie Lindeque, que liderou o trabalho, disse que “usando uma extrapolação, sugerimos que as concentrações microplásticas podem exceder 3 700 partículas por metro cúbico – muito mais do que o número de zooplâncton que você encontraria.”

E por que isso é tão grave? Porque contamina quase toda a vida marinha que, depois, contamina os seres humanos que se alimentam também através da vida marinha. Ou seja, se você come peixes, ostras, e outros, pode ter certeza que está ingerindo também microplásticos. Só não se sabe, ainda, seus impactos na saúde humana. Mas convenhamos, comer plástico não pode fazer muito bem. Concorda?

E é só esperar mais um pouco que logo saberemos. Pesquisadores do mundo inteiro se debruçam sobre a questão do plástico nos oceanos.

O que os brasileiros podem fazer sobre isso

Muito. Basta saber que um levantamento do WWF mostra que o Brasil está em 4º lugar no ranking dos maiores produtores de lixo plástico. Sabendo disso, e tendo consciência que a aldeia global hoje tem quase oito bilhões de inquilinos, fica fácil compreender que somos todos responsáveis. Por isso, mais que nunca, tome muito cuidado com seu lixo, e até com o tipo de roupa que usa quando frequenta o litoral.

Estas pesquisas da academia têm a função de subsidiar governos e instituições para a criação de políticas públicas que, neste caso, sejam menos agressivas ao meio ambiente. No Brasil é difícil esperar ações do poder público, quase sempre dormente, defendendo privilégios, ou simplesmente ‘lost in space’. Veja-se a cidade de São Paulo, sempre orgulhosamente apresentada como ‘a maior da América Latina’, a mais rica cidade do Brasil.

Pois saiba que São Paulo foi das últimas a adotar políticas públicas contra a pandemia de plástico. E mesmo assim, foram medidas tímidas, que mais uma vez nos envergonham perante o concerto das nações. Enquanto a África lidera no mundo a cruzada contra o plástico, a ‘progressista’ São Paulo, de Bruno Covas, proibiu os canudinhos de plástico…

Por isso, se você fizer sua parte, já estará ajudando muito.

*Por João Lara Mesquita

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*Fonte: estadao

Lixo no Brasil, um problema ainda longe da solução

Análise do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, lançado em novembro de 2019 pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) é de assustar. Em 2018, o Brasil produziu, em média, 79 milhões de toneladas de lixo, uma variação de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Na América Latina somos os campeões. Está previsto que em 2030 alcançaremos a cifra de 100 milhões de toneladas. Vale ressaltar que o Panorama continua sendo o único relatório de âmbito nacional com números atualizados anualmente, oriundos de fonte primária, compilados e tratados com base em critérios científicos. É deste relatório os dados que ora apresentamos.
infográfico sobre o lixo no brasil (Fonte: Abrelpe).

 

 

 

 

Dos 79 milhões de toneladas de lixo no Brasil, quantas foram coletadas?

Quem responde é a Abrelpe: “os dados revelam que, em 2018, foram geradas no Brasil 79 milhões de toneladas. Um aumento de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foi coletado.”A associação comenta: “Por um lado, isso significa uma alta de 1,66% em comparação a 2017. Ou seja, a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Por outro, evidencia que 6,3 milhões de toneladas de resíduos não foram recolhidas junto aos locais de geração.”

A destinação do lixo no Brasil

“A destinação adequada em aterros sanitários recebeu 59,5% dos resíduos sólidos urbanos coletados: 43,3 milhões de toneladas, um pequeno avanço em relação ao cenário do ano anterior. O restante (40,5%) foi despejado em locais inadequados por 3.001 municípios.”

29,5 milhões de toneladas acabaram nos lixões

“Ou seja, 29,5 milhões de toneladas de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) acabaram indo para lixões ou aterros controlados, que não contam com um conjunto de sistemas e medidas necessários para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente contra danos e degradações.”

Saiba quanto produz de lixo, em média, cada cidadão

Somos todos partes do problema. É como no caso do aquecimento global, ou a acidificação dos oceanos. Estes fenômenos não foram criados por um ente demoníaco, mas são consequências de usos e costumes de oito bilhões de terráqueos. Quem são os responsáveis se não nós mesmos? Este site se esmera em mostrar que nossas chagas jamais serão resolvidas por um salvador da pátria que aguarda a hora de sair de seu casulo e resolver nossos problemas. Eles só serão sanados quando todos, cidadãos e governos, fizerem suas partes. Aos números da Abrelpe: “Entre 2017 e 2018, a geração de RSU no Brasil aumentou quase 1% e chegou a 216.629 toneladas diárias. Como a população também cresceu no período (0,40%), a geração per capita teve elevação um pouco menor (0,39%). Isso significa que, em média, cada brasileiro gerou pouco mais de 1 quilo de resíduo por dia.”
Lixo no Brasil e a coleta seletiva segundo a Abrelpe

“A pesquisa permite estimar que quase três quartos dos municípios brasileiros fazem algum tipo de coleta seletiva. Em muitos deles, porém, essas atividades são incipientes e não abrangem todos os bairros. A quantidade de cidades que dispõem de tais serviços elevou-se em todas as regiões, com destaque para o Nordeste e o Centro-Oeste (aumento de 8% e 9%, respectivamente).”

Aterros e lixões, chagas nacionais, recebem mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia

“Das 72,7 milhões de toneladas coletadas no Brasil em 2018, 59,5% tiveram disposição final adequada e foram encaminhadas para aterros sanitários – uma expansão de 2,4% em relação ao valor total do ano anterior. Porém, unidades inadequadas como lixões e aterros controlados ainda têm participação significativa (23% e 17,5%, respectivamente). Estão presentes em todas as regiões e recebem mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia, com elevado potencial de poluição ambiental e impactos negativos à saúde.”

Recursos aplicados na gestão do lixo

Eis aí um dado que pode ajudar os eleitores. É preciso ficar de olho nos políticos, e respectivas plataformas. Afinal, trata-se de dinheiros públicos, ou seja, nossos impostos. Vejamos o que fizeram em 2017/2018. “Apesar de o percentual de resíduos coletados ter crescido em todas as regiões entre 2017 e 2018, os investimentos na coleta e nos demais serviços de limpeza urbana recuaram. Na coleta foram aplicados R$ 10 bilhões por ano (média de R$ 4 por habitante ao mês).

Aportes por região do Brasil

A tendência de queda mostrou um pouco mais de força no Sul (queda de 2,0%) e no Sudeste (-1,5%). Os aportes tiveram ligeira alta no Centro-Oeste (1,2%) e no Norte (1,4%). Contudo, mesmo nessas duas regiões, se for considerado o aumento da população, o investimento per capita ficou estável. No país, o declínio foi de 1,47%. Quando se consideram outros serviços (varrição, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpeza de córregos…), a queda é mais expressiva: 2,17% no Brasil (2,54% no índice per capita).

Alguns comentários

Segundo o Estadão, ‘A produção de lixo no Brasil tem avançado em ritmo mais rápido do que a infraestrutura para lidar de maneira adequada com esse resíduo’. Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe, falou ao jornal. Para ele ‘o tipo de material consumido atualmente, que é mais descartável, é o grande responsável por esse avanço da produção de lixo.’ Também vale ressaltar que passaram-se nove anos da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trazia como meta o fim dos lixões até 2014. Somo o País do futuro, ou o das promessas? Arriscamos, os dois.

Aumento de consumo e descarte indiscriminado

Segundo Carlos Silva Filho, “Há um aumento do próprio consumo e do descarte indiscriminado. Não há uma separação dos resíduos no descarte dentro de casa, não há um processo de sensibilização da população para consumir produtos mais sustentáveis”, afirmou. “O Brasil ainda tem um processo de produção, consumo e descarte de resíduos do século passado.”

Investimento em infraestrutura

Carlos Silva Filho: “Enquanto o mundo fala em economia circular e avança na energia renovável a partir de resíduo, nós ainda temos um déficit no Brasil de lixão a céu aberto em todas as regiões e pouca coleta seletiva na cidade. É preciso agilizar o investimento de infraestrutura adequada para receber esse resíduo e tratar esse resíduo como recurso. Aproveitá-lo melhor na reciclagem, geração de energia, transformação em matéria-prima e não simplesmente um material descartado que não tem serventia.”

A quem cabe a gestão dos resíduos?

Carlos Filho responde: “A gestão de resíduos no Brasil é de titularidade dos municípios. A grande maioria é pequena e não consegue fazer uma gestão de maneira isolada. Portanto, precisam buscar solução conjunta para esse tema, principalmente buscar uma fonte de remuneração contínua para que possam justamente não só ter infraestruturas necessárias, planta de reciclagem e unidade de aproveitamento energético, mas também para custear todo esse serviço que é feito diariamente.”

*Por João Lara Mesquita

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*Fonte: marsemfim

Nossos avós sabiam viver sem plástico: um mundo sem ele é possível

A presença de plástico na vida das pessoas hoje registra níveis preocupantes e causa grandes conseqüências para o meio ambiente.

Não é segredo para ninguém que o plástico representa um dos elementos mais poluentes do planeta devido à sua difícil decomposição e longa durabilidade.

Um estudo da Science Advances revelou que 8 milhões de toneladas métricas de plástico acabam no oceano a cada ano. O equivalente à presença de cinco sacolas de compras para cada 30 centímetros nas costas do mundo.

Isso ocorre porque a produção em massa de plástico excede 8,3 bilhões de toneladas. Dos quais 6.300 foram convertidos em resíduos plásticos, enquanto apenas 9% foram reciclados.

Proteja o planeta do plástico

A presença crescente de plástico representa uma grande ameaça para os seres humanos, animais e o meio ambiente. Uma vez que sua forte composição causa efeitos negativos nos ecossistemas e até a morte de espécies como tartarugas ou pinguins.

Embora seu uso represente um benefício imediato na rotina diária, na realidade, a longo prazo, torna-se um elemento perigoso. Afetar e modificar a vida dos seres vivos e o ambiente em que estão. Especialmente considerando que raramente é armazenado ou reciclado corretamente.

É por isso que nos últimos anos, governos mundiais e organizações ambientais recomendam o uso de outras alternativas. Ao recorrer a materiais biodegradáveis ou reutilizáveis ​​que, ao contrário do plástico, não têm consequências para a Terra.

Sob essa premissa, vários especialistas criaram novas alternativas para substituir, tanto quanto possível, o uso desse elemento na vida cotidiana. Com o objetivo de erradicar completamente a presença de plástico em nossas vidas e no meio ambiente.

No entanto, a resposta para esse problema pode estar em nossas casas. Desde os tempos antigos, os ancestrais conseguiam realizar suas atividades diárias sem a necessidade de plástico. Utilizar alternativas naturais ou caseiras (como bolsas de pano), para as quais não era necessária a presença de sacolas, contêineres ou garrafas desse elemento perigoso.

Sem dúvida, um mundo livre de plástico, é possível, leva apenas as ideias, educação e conscientização certas. Para que as novas gerações conheçam os perigos que o plástico oferece ao nosso planeta, às nossas vidas e ao meio ambiente em geral.

*Por Viviane Regio

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*Fonte: sabedoriapura

Enzima mutante pode decompor resíduos plásticos em poucas horas

A cada dia que passa, nós chegamos mais perto do colapso ambiental. Problemas no meio ambiente, como aquecimento global e buraco na camada de ozônio, são uma ameaça à vida humana, como também é um perigo para a permanência de qualquer ser vivo no planeta Terra. Mas um dos problemas ambientais que mais preocupam é a poluição, e suas consequências.

Dessas, uma forma que está mais evidente é a poluição de plástico que é descartado na natureza. O material pode demorar até mais de 600 anos para se decompor no meio ambiente. De acordo com o estudo de especialistas no assunto, o tempo médio de biodegradação do plástico é de 50 anos para copos plásticos, 200 anos para canudinhos e cerca de 450 anos para garrafas plásticas.

A poluição de plástico acarreta uma infinidade de consequências naturais. Por isso mesmo, o homem deveria ter mais cuidado com o que faz com os produtos ou resíduos de plástico.

Para tentar resolver esse problema, pesquisadores da empresa de desenvolvimento industrial Carbios criaram uma enzima bacteriana mutante que consegue quebrar garrafas de plástico para serem recicladas em apenas algumas horas.
Ação

A reciclagem é uma forma de reaproveitar as matérias-primas que são descartadas e nesse sentido, reciclar significa diminuir a quantidade de resíduos que vêm dos produtos que já foram consumidos pelo ser humano.

A enzima criada pela empresa consegue quebrar garrafas PET de plástico em seus compostos químicos individuais. E eles podem ser neutralizados depois para que se possa fazer novas garrafas.

O plástico reciclável que é feito pelo processo convencional, chamado “termomecânico”, não tem uma qualidade suficientemente alta para que possa ser usado de novo para fazer outras garrafas. Por isso ele é suado para fazer outros produtos, como por exemplo roupas e tapetes.

A reutilização desse plástico também não é só uma questão ambientalista. As empresas podem economizar se beneficiando dessa enzima. Por isso a Carbios fez uma parceria com os principais líderes da indústria, incluindo grandes empresas como Pepsi e L’Oreal, para que eles a ajudassem a desenvolver a tecnologia. E a revista “Nature” publicou um artigo falando sobre essa descoberta.
Enzima

Chamada “PET hydrolase” essa enzima pode quebrar 90% dos polímeros PET em somente 10 horas. “Esta enzima otimizada e altamente eficiente supera todas as hidrolases de PET relatadas até agora”, diz o resumo do artigo.

Essa nova enzima foi identificada pela primeira vez em 2012 em um monte de folhas compostadas.”Foi completamente esquecido, mas acabou sendo o melhor”, disse Alain Marty, da Université de Toulouse, na França, e o diretor científico da Carbios.

Além da vantagem conhecida, essa nova enzima é bem econômica em termos de produção. Segundo os pesquisadores, fabricar um plástico novo a partir do petróleo seria 25 vezes mais caro.

“É um verdadeiro avanço na reciclagem e fabricação de PET”, disse Saleh Jabarin, professor da Universidade de Toledo, Ohio e membro do Comitê Científico da Carbios.

De acordo com Marty, os pesquisadores esperam conseguir testar o potencial industrial e comercial desse material em 2021.

“Nosso objetivo é estar em operação até 2024, 2025, em larga escala industrial”, disse o vice-executivo da Carbios Martin Stephan.

*Por Bruno Dias

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*Fonte: fatosdesconhecidos

Cantor lança vinil prensado com plásticos retirados dos oceanos

Nick Mulvey cantor e compositor inglês, em parceria com a fabricante de cerveja Cornish Sharp’s Brewery e por meio de intermediação da Globe, agência criativa da Universal Music UK, está unindo a reciclagem com seu novo lançamento em vinil.

O “In the Anthropocene – Ocean Vinyl “ é feito de plástico oceânico reciclado encontrado na costa da Cornualha. As 105 prensagens exclusivas foram esgotadas em apenas 4 horas e os rendimentos serão doados para beneficiar a instituição de conservação marinha britânica Surfers Against Sewage.

A Surfers Against Sewage é uma instituição que trabalha para proteger oceanos, mares, praias e a vida marinha. Ela foi criada por um grupo de surfistas da Cornualha das aldeias de St Agnes e Porthtowan, na costa norte da Cornualha, em 1990.

O gerente da marca Sharp’s Brewery, James Nicholls diz que com a parceria não esperam apenas arrecadar fundos para a caridade, mas também conscientizar sobre o estado atual dos resíduos de plástico encontrados no oceano.

O designer Wesley Wolfe foi o responsável por cada cópia exclusiva feita a mão, este vinil inclui duas edições da música “In the Anthropocene”.

Sobre o disco o cantor comentou que: “Esses tempos de urgência da crise global exigem que reexaminemos a nós mesmos e ao mundo e nos levantemos para igualar a Terra, esse organismo maravilhoso do qual não somos e nunca fomos separados. Por muito tempo, é prática comum tirar dos recursos do nosso planeta sem cultura de retribuir. O “Ocean Vinyl” é uma exploração do que é possível quando essa cultura muda e pergunta: podemos imaginar um mundo onde todas as transações comerciais também devolve algo à Terra? “

 

 

 

 

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*Fonte: bileskydiscos

Por que a maioria das pessoas não se importa com problemas ambientais?

As pessoas se importam com questões de sustentabilidade? Como educadora e engenheira ambiental, essa é uma pergunta recorrente em minha cabeça. E tenho certeza que se você está lendo este artigo, já se perguntou isso também.

Fazendo uma rápida busca por pesquisas realizadas sobre o tema, vemos indícios que sim, as pessoas se importam com questões relacionadas ao meio ambiente no Brasil. Uma pesquisa realizada em 2012 pelo Ministério do Meio Ambiente aponta, por exemplo, que 82% das pessoas discordam da seguinte frase: “O conforto que o progresso traz para as pessoas é mais importante do que preservar a natureza” e esse índice veio crescendo desde 1997, quando eram apenas 67%. Em 2018, o “meio ambiente e riquezas naturais” apareceu como maior orgulho nacional para o brasileiro em pesquisa realizada pelo IBOPE e WWF.

Porém, existe uma diferença clara entre o discurso e a prática. Falar que se importa é uma coisa, mas de fato ter uma mudança de comportamento é outra história. Somos um dos países com maiores índices de desmatamento, reciclamos menos de 5% dos nossos resíduos e elegemos governos com claro descaso por questões ambientais.

Se as pessoas dizem se importar, por que não agem e cobram devidamente?

O ser humano prioriza problemas imediatos.
As mudanças climáticas, por exemplo, parecem algo muito distante do presente e acabam não representando uma ameaça factível para muitos.

Desconexão com a natureza.
Cuidamos apenas daquilo que conhecemos e temos vínculo. Quanto mais distantes do meio natural, menos as pessoas se importam com sua preservação e conservação.

A população não tem conhecimento suficiente.
Conhecimento é diferente de informação. Enquanto a informação está cada vez mais acessível, ainda não está claro para muitos os reais desafios, causas, consequências e possibilidades de soluções.

Muitos não sofrem ou percebem diretamente as consequências.
O problema do plástico no oceano, por exemplo, despertou incômodo nas pessoas quando começaram a literalmente ver o lixo na praia e nas ruas de sua cidade.

É mais trabalhoso sair da zona de conforto.
Como seres vivos otimizamos ao máximo nosso gasto de energia e por isso priorizamos aquilo que nos é mais fácil e cômodo.

Sistema baseado em crenças e valores insustentáveis.
Ganância, individualismo, egoísmo, medo, impotência e desconexão ainda são valores presentes em nossa sociedade e base para nosso modo de vida, gerando crenças, comportamentos e culturas insustentáveis.

O desafio é complexo, mas um dos principais papéis da educação para sustentabilidade é, justamente, compreender as causas da distância entre o discurso e a prática e traçar estratégias para minimizá-las. Também é papel da educação para sustentabilidade aproximar as pessoas da natureza; facilitar práticas e soluções para que as pessoas se desafiem a sair de sua zona de conforto; fortalecer valores humanos como cooperação, respeito e solidariedade; levar a informação de maneira mais clara e convidativa; e gerar mais empatia e conexão entre aqueles que causam e os que hoje começam a sofrer as consequências.

*Por Lívia Ribeiro

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*Fonte: autossustentavel

Adidas usou 1,8 milhão de garrafas plásticas para construir um campo de futebol sustentável

Os jogadores de futebol da Miami Edison High School poderão apreciar o barulho dos pellets no campo de futebol enquanto correm sabendo que estão em um campo sustentável.

A empresa de roupas esportivas, Adidas, construiu o campo composto por 1,8 milhão de garrafas de plástico. Tudo isso é reciclado em ilhas, costas e praias remotas – em uma tentativa de impedir que o plástico polua nossos oceanos.

Campo de futebol sustentável

O que a Adidas fez de diferente foi usar garrafas de plástico que já estavam poluindo nosso meio ambiente e reutilizá-las para construir um campo de futebol em uma escola.

James Carney, vice-presidente de estratégia de marca global da Adidas, disse à CNN que “o campo sustentável que a empresa construiu foi feito de garrafas plásticas originárias de ilhas remotas, praias, comunidades costeiras e linhas costeiras – tudo com o objetivo de impedir que poluísse os oceano.”

O plástico foi lavado e tratado adequadamente antes de ser usado como preenchimento para o campo.

O preenchimento é usado nesses tipos de campos e se parece com pequenos pellets. Isso é crucial para o gramado, pois aumenta a jogabilidade do campo. Os jogadores têm melhor tração e são mais protegidos quando caem pois aumenta o amortecimento no chão.

Há uma mensagem forte e positiva para os atletas que jogarão neste campo: “Acreditamos que, através do esporte, temos o poder de mudar vidas, e esse campo é uma demonstração de nossa ação nessa sentido”, disse Cameron Collins, diretor de futebol da Adidas.

“Mais do que um lugar para esses jovens atletas jogarem, é um lembrete de nossa responsabilidade coletiva de acabar com o lixo plástico”, continuou Collins.

Os jogadores que usarão o campo sustentável doado são estudantes da Miami Edison High School, na Flórida.

A Adidas é conhecida por tentar reutilizar e reciclar plásticos poluentes em roupas esportivas e esportivas. Abaixo está um vídeo de como a empresa usou plásticos para fazer tênis de corrida sustentáveis:

 

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*Por Ademilson Ramos
*Fonte: engenhariae

França começa a banir plástico descartável

Em plena véspera de Natal, o governo da França publicou um decreto que marca o início da proibição do uso de plásticos descartáveis. A lei, que quase passou despercebida, já entrou em vigor no dia 1o de janeiro.

Nesta primeira fase três produtos plásticos descartáveis foram proibidos: pratos, copos e cotonetes. A partir de 2021 serão banidos também canudos e talheres. A meta é eliminar gradualmente todos os plásticos de uso único até 2040.

A lei, é claro, passa por um período de adaptação. As lojas que transportam os descartáveis – agora proibidos – ainda poderão vendê-los pelos próximos seis meses, desde que os mesmos tenham sido produzidos ou importados anteriormente. O decreto também isenta alguns setores até julho de 2021, tais como instalações sanitárias e no uso em transportes como trens e aviões. Produtos compostáveis, com ao menos 50% de materiais orgânicos em sua constituição, também terão isenção temporária.

Além do objetivo de retirar de circulação todos os plásticos descartáveis nas próximas duas décadas, a França tem como objetivo reciclar 100% dos plásticos até 2025. Os planos vão ao encontro das novas diretrizes propostas pela União Europeia e o caminho que segue as maiores economias do mundo. Até mesmo a China, maior produtor de plástico, anunciou que vai eliminar os descartáveis.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Três anos após descarte, sacola biodegradável permanece quase intacta

As sacolinhas biodegradáveis surgiram como alternativa às sacolas plásticas convencionais. No entanto, um estudo conduzido na Universidade de Plymouth, na Inglaterra, levanta dúvidas sobre a solução. Uma sacolinha biodegradável, três anos depois de ser descartada no ambiente natural, pode transportar produtos em sua máxima capacidade -, o que mostra a resistência das propriedades do material.

Os pesquisadores examinaram a degradação de cinco sacos plásticos amplamente disponíveis no Reino Unido: duas sacolas oxibiodegradáveis, uma sacola biodegradável, uma sacola compostável e um polietileno de alta densidade, ou seja, uma sacola plástica convencional. Eles foram então deixados expostos ao ar, solo e mar, ambientes em que, potencialmente, podem ser encontrados quando descartados como lixo.

As sacolas foram monitoradas em intervalos regulares, analisando até as mudanças mais sutis na resistência à textura da superfície e estrutura química.

Resultados

Pesquisadores de Pesquisa de Lixo Marinho da universidade afirmam que o estudo provoca uma série de questões. O saco compostável, por exemplo, desapareceu completamente no ambiente marinho dentro de três meses, mas, apesar de mostrar alguns sinais de deterioração, ainda estava presente no solo após 27 meses.

 

 

 

 

 

 

Já as formulações plásticas biodegradáveis, oxi-biodegradáveis ​​e convencionais mantiveram sua funcionalidade mesmo após três anos no solo ou no ambiente marinho. Elas ainda eram capazes de transportar uma caixa de cereais, massas, biscoitos, latas de refrigerante, bananas e laranjas.

“Esta pesquisa levanta uma série de questões sobre o que o público pode esperar quando vê algo rotulado como biodegradável. Nós demonstramos aqui que os materiais testados não apresentaram nenhuma vantagem consistente, confiável e relevante no contexto do lixo marinho. Preocupa-me que estes novos materiais também apresentem desafios na reciclagem”, afirmou o professor Richard Thompson, que é chefe da Unidade Internacional de Investigação de Lixo Marinho.

À National Geographic, Thompson afirmou que não é contra as sacolas biodegradáveis, mas que “considera importante que a sacola certa seja compatível com a situação”. Isso porque as sacolas são projetadas para se degradarem em condições específicas. “Descartar um produto no ambiente ainda é lixo, compostável ou de outra forma. Enterrar não é compostagem. Materiais compostáveis ​​podem compostar com cinco condições principais – micróbios, oxigênio, umidade, calor e tempo””, afirmou o porta-voz da empresa Vegware, que fabrica as sacolas compostáveis ​​usadas no estudo.

“Depois de três anos, fiquei realmente impressionada com o fato de que qualquer uma das sacolas ainda pudesse ser usada. Inclusive para uma sacola biodegradável, era possível. O mais surpreendente. Quando você vê algo rotulado dessa forma, eu acho que você automaticamente assume que ela irá degradar mais rapidamente do que os sacos convencionais. Mas, depois de três anos, pelo menos, nossa pesquisa mostra que pode não ser o caso”, disse a pesquisadora Imogen Napper, que liderou o estudo como parte de seu PhD.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Paraná terá a 1ª usina do Brasil a gerar energia por meio de esgoto e lixo

O estado do Paraná será o primeiro do Brasil a receber a construção de uma estação de geração de energia por meio de esgoto e de lixo orgânico, uma usina de geração de biogás, que transforma os resíduos em eletricidade para abastecer as casas da região.

A licença para a operação foi dada pelo Instituto Ambiental do Paraná à empresa CS Bioenergia. Segundo a companhia, a usina terá capacidade para produzir 2,8 megawatts de eletricidade por meio de lixo, abastecendo cerca de duas mil residências do Estado.

A matéria-prima para geração de energia virá de estações de tratamento de esgoto e da coleta de lixo produzirá, além do biogás, biofertilizante para a região. A estimativa é que a iniciativa desvie 1000 m³ de lodo de esgoto e 300 toneladas de lixo orgânico dos aterros.

A Europa é pioneira na produção de biogás a partir da biodigestão, possuindo cerca de 14 mil usinas. Somente a Alemanha abriga oito mil unidades. No Brasil, o biogás ainda tem uma participação pequena na matriz energética e é contabilizado em conjunto com outros biocombustíveis como o bagaço de cana, constituindo a biomassa, responsável por 8,8% da energia gerada no país.

*Por Fernanda Drumond

*Usina de biodigestão na Costa Rica (Divulgação/CASACOR)

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*Fonte: casacor