Plástico mata 1 em cada 10 animais marinhos no Brasil

Espécies são afetadas tanto pelos itens descartáveis que boiam e são ingeridos, quanto pelo microplástico que é absorvido pelos organismos

Entre as ameaças aos ecossistemas marinhos e à saúde de nossos oceanos, a poluição por plástico é uma das mais nefastas e preocupantes. A estimativa mundial é de que a cada minuto, um caminhão de lixo plástico seja jogado ao mar. Uma vez nos oceanos, esses itens de plástico descartável, como sacolas, canudos, pratos, talheres, não se restringem à superfície do mar e nem ao local de origem — muito dessa poluição segue arrastada pelas correntes marinhas. Há presença de plástico mesmo em lugares considerados paradisíacos, sem a presença ostensiva de humanos. No trajeto, essa mancha de lixo boiando pode tanto ser ingerida por mamíferos, aves, peixes e tartarugas, quanto se enroscar em seus corpos, tirando sua mobilidade, podendo levá-los à asfixia.

“À medida em que o plástico continua a inundar os oceanos – no Brasil, a estimativa é de 325 mil toneladas/ano -, a lista de espécies marinhas afetadas por detritos plásticos aumenta. Dezenas de milhares de organismos marinhos estão ingerindo plásticos, desde zooplâncton [pequenos animais semelhantes a insetos], peixes e tartarugas, mamíferos e aves marinhas, muitos deles já ameaçados de extinção. As espécies marinhas não apenas estão tendo contato com resíduos da produção humana, mas também estão morrendo devido a eles”, alerta a gerente de campanhas da Oceana Brasil, a engenheira ambiental Lara Iwanicki, uma das autoras do estudo Um Oceano Livre de Plásticos, publicado em 2020 e que se tornou referência sobre o assunto no país.

Plástico acelerando a extinção de animais
O relatório traz alguns números impactantes. Mais de 800 espécies de mamíferos, aves marinhas, peixes e tartarugas estão sendo impactadas pelo emaranhamento de redes de pesca ou pela ingestão de plástico. Cerca de 90% de espécies de aves marinhas e tartarugas já consumiram plásticos. Dezessete por cento das espécies afetadas por tais detritos estão listadas como ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Pesquisador do Laboratório de Informática da Biodiversidade e Geoprocessamento da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), André Barreto explica que o impacto do plástico na vida marinha tem graus diferenciados e depende da espécie. “Para as tartarugas, com certeza é muito sério, especialmente a tartaruga-verde. Mas para golfinhos e baleias, não estaria entre as principais ameaças à sobrevivência do grupo. Nas aves, também há bastante diferença. Para as aves oceânicas, aparentemente o problema é maior, para as costeiras nem tanto. Tudo depende do modo de vida delas”.

Microplásticos
Essa macro poluição plástica ainda dá origem a um outro problema relevante. Uma vez no mar, o plástico não se decompõe — ele se degrada em pedaços cada vez menores e dá origem aos microplásticos. Um inimigo nem sempre visível a olho nu, mas que tem sido detectado em organismos das mais variadas espécies marinhas e, para espanto da comunidade científica, também no ser humano (já detectado no sangue, na placenta, nos pulmões e, mais recentemente, no leite materno).

Toda essa situação é um alerta mundial para a segurança do ecossistema marinho e de suas espécies, e consequentemente, para a saúde humana. No Brasil, os dados, ainda que subestimados, indicam que 1 em cada 10 animais que apareceram mortos em praias das regiões Sul e Sudeste – únicas que mantêm uma estrutura de pesquisa e monitoramento ligados às bacias da Petrobras – tiveram a ingestão de plástico como causa do óbito.

Essas pesquisas trazem números assustadores sobre animais necropsiados. Entre 2015 e 2019, de 29.010 análises em corpos de golfinhos, baleias, aves e répteis, 3.725 tinham algum tipo de detrito não natural no organismo. Aproximadamente 13% foram a óbito diretamente causado pelo consumo desses poluentes, sendo que 85% eram de espécies ameaçadas de extinção.

Tipos de resíduos plásticos
Essas análises apontaram a presença de diversos materiais. Havia sacolas de embalagens, tampas de caneta e de garrafas PET, botões, buchas de parafuso, pulseiras, canudos, lacres de alimentos embutidos, palitos, copos descartáveis e outros materiais descritos como “plásticos e microplásticos”. Os cientistas também encontraram os polímeros sintéticos que derivam do plástico, a exemplo de fios de nylon, linhas e redes de pesca, esponjas de limpeza, fitas adesivas e isolantes, cordões e fibras sintéticas.

Ameaça às tartarugas marinhas
O processo de ingestão de detritos provoca trauma físico seguido de obstrução no aparelho digestivo. Esse plástico no estômago pode transmitir ao animal a sensação de saciedade, fazendo com que ele pare de buscar alimentos, resultando em inanição e morte. A maioria desses itens boia na superfície, o que ajuda a compreender o fato de que 83% das mortes associadas ao lixo marinho terem sido de tartarugas, que confundem o plástico com alimentos naturais, como as águas vivas, peixes e algas.

“As tartarugas formam o grupo mais afetado. Essa mortalidade extra por causa da poluição torna ainda mais importantes os projetos que protegem as áreas de reprodução. Temos de garantir que estão nascendo filhotes suficientes para poder compensar essa mortalidade extra causada pelo lixo”, aponta André, que, apesar de trabalhar com os dados em laboratórios, ficou impressionado com um caso de uma toninha que morreu de inanição por causa de um lacre de garrafa PET que a impedia de abrir a boca. “Foi o Biopesca, de São Paulo, que achou esse animal”.

Medidas regulatórias no Brasil
O analista de campanhas da Oceana, Iran Magno, explica porque insistir na atual produção de plástico é preocupante: “Estudos apontam que se mantivermos esse ritmo de produção, o volume de plástico acumulado no oceano será quatro vezes maior em 2040. O enfrentamento do problema requer a revisão do modelo produtivo, uma tendência que tem acontecido em diversas regiões do planeta. Países tão distintos como o Canadá e a Índia já estabeleceram medidas regulatórias para o plástico. Precisamos fazer o mesmo no Brasil, com urgência!”, conclui ele.

O país já deu o primeiro passo nesse sentido. Desde setembro deste ano está em trâmite no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que propõe um marco regulatório para a Economia Circular e Sustentável do Plástico no Brasil. “Agora, precisamos pressionar os parlamentares a abraçarem essa causa e aprovarem esse projeto de lei. Todas as pessoas podem acessar o PL pela internet e reforçar a sua importância, posicionando-se a favor da redução da produção de plástico e de seus graves impactos socioeconômicos e ambientais”, conclui Magno.

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*Fonte: ciclovivo

Proteção de 30% do alto-mar fracassa na ONU

Os países membros da ONU não chegaram a um acordo sobre um tratado para proteger o alto-mar da exploração, com cientistas, ambientalistas e organizações de conservação culpando países que estavam “arrastando os pés” pelo “ritmo glacial” das negociações. Venceu a pesca industrial inescrupulosa, e muitas vezes ilegal que domina este espaço considerado, no direito internacional, ‘res communis usus’, ou ‘área de uso comum a todos’. É a parte dos oceanos que pode ser livremente utilizada. Trata-se de cerca de 60% dos 364 milhões de Km2 de oceanos globais. Proteção de 30% do alto-mar fracassa na ONU.

Alto-mar continuará a ser saqueado
Por definição o alto-mar é um conceito definido como sendo todas as partes não incluídas no mar territorial e na zona econômica exclusiva de um estado costeiro, nem nas águas arquipelágicas de um estado insular. Mas o alto-mar continuará a ser saqueado apesar do assunto ser preocupação mundial.

O tema já foi discutido no Fórum Econômico Mundial, em 2015. Uma das conclusões foi esta:

A pesca no alto mar também é injusta – as grandes empresas de pesca multinacionais podem efetivamente pescar fora das águas nacionais das nações mais pobres, deixando-as com menos peixes para pegar. Pesquisas publicadas recentemente na Nature Scientific Reports mostram que o fechamento do alto-mar para a pesca ajudaria a proteger as unidades populacionais de peixes e tornar a pesca mais justa.

Alto-mar é uma ‘dor de cabeça’
O alto-mar é uma dor de cabeça para as pessoas que gerenciam a pesca. A biomassa ali existente é de recursos comuns, acessíveis por qualquer pessoa e não sujeitos aos mesmos controles que se aplicam à pesca nas águas nacionais. Historicamente, isso levou à sobre-exploração.

2018, ONU aprova resolução 72/249
Por estas razões, em 2018 a ONU aprovou a resolução 72/249 que permitiu iniciar negociações sobre a adoção de acordos para assegurar a conservação e uso sustentável da biodiversidade marinha em águas internacionais. Em outras palavras, a esperada criação de áreas marinhas protegidas em alto-mar.

Aumento das frotas pesqueiras de alto-mar de 1950 para 2020
O aumento insustentável das frotas pesqueiras de alto-mar de 1950 para 2020. Imagem, http://www.seaaroundus.org.

De lá para cá, cerca de trinta chefes de Estado e de governo de todo o mundo comprometeram-se em colocar a defesa e a proteção dos mares como uma prioridade na agenda europeia e internacional. O compromisso foi assumido na cidade de Brest, durante o último dia da cúpula “One Ocean”.

Enquanto os países que depredam o alto-mar faziam lobby, outros levaram o tema adiante. Mas a ONU não conseguiu chegar a um entendimento sobre um acordo global para proteção. As negociações, a quarta rodada desde 2018, terminaram em março de 2022 e sem cronograma definido para novas discussões.

Segundo o jornal The Guardian, ‘agora cabe à Assembleia Geral das Nações Unidas dar luz verde para outra rodada de negociações. Os observadores esperam que um acordo seja alcançado antes do final deste ano e pediram aos líderes políticos que trabalhem com a ONU para que isso aconteça’.

Fevereiro de 2022
No mês passado, diz o Guardian, quase 50 países formaram uma “ coalizão de alta ambição ” em uma cúpula francesa em Brest com o objetivo de concluir o acordo rapidamente. Mas o lobby dos países que saqueiam esta área prevaleceu.

Rena Lee, a presidente de Cingapura da conferência BBNJ, comentou ao site da Oceanographic Magazine: “Acredito que, com compromisso, determinação e dedicação contínuos, seremos capazes de construir pontes e fechar as lacunas restantes”.

Já o chefe de oceanos do Greenpeace, Will McCallum, disse: “O ritmo glacial das negociações na ONU nas últimas duas semanas e a falta de acordo sobre uma série de questões-chave simplesmente não refletem a urgência da situação. O colapso climático está transformando nossos oceanos. As populações de vida selvagem estão diminuindo.”

Oceanos em crise
“E à medida que a pesca industrial esvazia os mares de vida, as comunidades costeiras de todo o mundo estão vendo seus meios de subsistência e segurança alimentar ameaçados. Não são hipóteses, nossos oceanos estão em crise agora e precisam urgentemente de um plano de resgate.”

E acrescentou: “As promessas do governo de proteger pelo menos um terço dos oceanos do mundo até 2030 já estão saindo dos trilhos. Está claro que nossos oceanos estão em crise e, se não conseguirmos o forte Tratado Global dos Oceanos de que precisamos em 2022, não há como criar santuários oceânicos em águas internacionais para permitir que eles alcancem essa meta de 30×30. Este tratado é crucial porque todos nós dependemos dos oceanos: do oxigênio que eles oferecem aos meios de subsistência e segurança alimentar que eles fornecem.”

Segundo o Greenpeace, ‘O Canadá faz parte da High Ambition Coalition de 47 membros que se comprometeram a garantir um Tratado Global do Oceano que entregue 30% de proteção, mas estamos preocupados que a delegação não tenha sido encarregada de negociar a partir de uma posição de ambição ousada. O Canadá deve desempenhar um papel de liderança para superar a falta de consenso sobre questões-chave do tratado e trabalhar com países progressistas sobre o assunto para garantir que o melhor cenário para nossos oceanos seja acordado’.

Já o Guardian diz que ‘Alguns países, incluindo a Rússia e a Islândia, pediram que a pesca fosse excluída do acordo’. Como assim, a ideia não era de proteção de 30% do alto-mar?

Por aí se notam as dificuldades em conseguir o apoio necessário para que o saque ao alto-mar seja detido.

Sandices praticadas em alto-mar
Atirar com armas de fogo em baleias dentadas que ‘roubam’ as presas do espinhel; cortar os bicos de albatrozes que usam este mesmo artifício e jogá-los ao mar para morrerem de fome; decepar barbatanas de tubarões e de novo atirá-los ao mar para morrerem; ou prosseguir com subsídios insustentáveis que atingem o montante de US$ 35 BILHÕES de dólares ao ano são apenas algumas delas.

Subsídios mundiais à pesca
A indecência insustentável e escancarada.
Para saber mais sobre as sandices praticadas em alto-mar recomendamos o livro do jornalista Ian Urbina, do New York Times, traduzido e publicado no Brasil. O nome antecipa: “Oceanos Sem Lei“, da editora Intrínseca. A história das baleias dentadas se parecem a contos da carochinha perto das que ele conta no livro.

Também recomendamos o filme já comentado nestas páginas, Seaspiracy, um chocante, ainda que superficial, documentário que mostra a pesca nos oceanos (pode ser visto na Netflix).

Assista à animação sobre o aumento das frotas pesqueiras, enquanto a proteção de 30% do alto-mar segue nos ‘porões’ dos navios pesqueiros.

*Por João Lara Mesquita
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*Fonte: marsemfim

A odisseia de Jacques-Yves Cousteau – filme

Filme de 2016 exibido no Prime Vídeo retrata uma parte das experiências de vida do cineasta francês Jacques-Yves Cousteau (Lambert Wilson), um explorador da vida aquática. Um aventureiro visionário que deixa a vida tradicional para morar e viajar no seu navio Calypso, em busca de descobertas.

Dado o seu principal foco e dedicação intensiva ás aventuras e pesquisas marítimas colecionou dificuldades em outros aspectos de sua vida: a relação com a esposa e os filhos. Desafios que precisou superar ao longo do tempo e vivências.

A Odisseia

Obviamente deixou um legado e ficou mundialmente conhecido pelo seu trabalho e expedições. inventou escafandro autônomo e revelou ao mundo, através de livros e filmes, o universo oculto do oceano. Sua obra mais famosa foi “O mundo silencioso”, pela qual recebeu prêmios.

As suas preocupações e lutas pela preservação ambiental foram marcadas de conquistas e uma de suas mais importantes bandeiras.

“Quando vamos até o fundo do mar, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos.
Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque, além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo que vimos e sentimos. E em duplas, passamos a ter equipes, e estas passam a ser cada vez maiores e mais unidas.

E assim entendemos que somos todos velhos amigos mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior que todos os outros que já encontramos. E isso faz com que nós mais do que amigos, sejamos irmãos. Faz de nós, mergulhadores.

Jaques-Yves Cousteau

*Algumas informações adicionais:

Esteve com sua expedição na Amazônia em 1982, percorrendo os 6.800 quilômetros da floresta tropical por terra, água e ar e levantou debates sobre o futuro da biodiversidade e do desmatamento da região. Em 2007 um de seus filhos retornou à região para observar as mudanças ocorridas desde o filme original.

Segue anexado o link de um vídeo desenho que retrata uma entrevista com Jacques Cousteau in 1978, feita por Roy Leonard na Rádio WGN Radio (link youtube). Ele tinha 65 anos e fez uma importante observação acerca da idade quando foi questionado a respeito disto. Um exemplo de que a idade não tem relevância quando a disposição e o propósito são guias mestres.

*Informações de suas invenções no artigo da Revista Super Interessante:
https://super.abril.com.br/historia/o-homem-que-inventou-o-fundo-do-mar/

Se, por qualquer razão,
uma pessoa tem a oportunidade de levar uma vida extraordinária,
ela não tem o direito de guardá-la para si.
Jacques-Yves Cousteau

Afinal, o que é um cientista?
É um homem curioso olhando por um buraco de fechadura,
o buraco de fechadura da natureza, tentando saber o que está acontecendo
Jacques-Yves Cousteau

*Por Darlene Dutra

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*Fonte: darlenedutra

Poluição oceânica por microplástico foi subestimada

A pandemia de plástico que assola os oceanos parece pior do que até agora anunciada. Novos estudos demonstram que a poluição oceânica por microplástico foi subestimada há pelo menos o dobro do número de partículas do que se pensava anteriormente.

Poluição oceânica por microplástico foi subestimada

Estudo publicado na revista Environmental Pollution informa que desta vez os pesquisadores usaram redes com tamanhos de malha de 100 microns – 0,1mm – 333 microns e 500 microns. Eles encontraram 2,5 vezes mais partículas na rede mais fina do que nas redes de 333 mícrons, do tipo geralmente usado para filtrar microplásticos e 10 vezes mais que na rede de 500 mícrons.

A professora Pennie Lindeque, do Laboratório Marítimo de Plymouth, no Reino Unido, que liderou a pesquisa, confirmou: “A estimativa da concentração de microplásticos marinhos atualmente pode ser muito subestimada”.

As águas onde a nova pesquisa foi feita

Os pesquisadores fazem algo parecido com o que se faz na pesca. Eles usam redes de malha bem fina, e as arrastam em certas regiões oceânicas. Depois recolhem, coletam e contam o material. Para esta pesquisa, as águas escolhidas foram as que banham a Inglaterra e os Estados Unidos.

De acordo com o site https://earth.org/ , antes deste novo ‘arrastão’ estimava-se a quantidade de partículas entre 5 trilhões até 50 trilhões de partículas, agora o número subiu para 12 trilhões até 125 trilhões de partículas nos oceanos do planeta.

O tipo mais abundante de microplástico é a microfibra

Como o Mar Sem Fim já havia informado, estudos anteriores sobre a invasão de plástico mostra que as partículas mais comuns encontradas foram fibras de cordas, redes e roupas (cerca de 85%). Pois é, nós usamos muitas roupas feitas de tecidos sintéticos. O resultado aí está.

Novo estudo mostra mais micropartículas que zooplâncton

Isso assustou os cientistas. Tanto o fitoplâncton, como o zooplâncton, são organismos primários para os consumidores de níveis tróficos superiores. Ou seja, estão na base da cadeia alimentar dos oceanos.

A pesquisadora Pennie Lindeque, que liderou o trabalho, disse que “usando uma extrapolação, sugerimos que as concentrações microplásticas podem exceder 3 700 partículas por metro cúbico – muito mais do que o número de zooplâncton que você encontraria.”

E por que isso é tão grave? Porque contamina quase toda a vida marinha que, depois, contamina os seres humanos que se alimentam também através da vida marinha. Ou seja, se você come peixes, ostras, e outros, pode ter certeza que está ingerindo também microplásticos. Só não se sabe, ainda, seus impactos na saúde humana. Mas convenhamos, comer plástico não pode fazer muito bem. Concorda?

E é só esperar mais um pouco que logo saberemos. Pesquisadores do mundo inteiro se debruçam sobre a questão do plástico nos oceanos.

O que os brasileiros podem fazer sobre isso

Muito. Basta saber que um levantamento do WWF mostra que o Brasil está em 4º lugar no ranking dos maiores produtores de lixo plástico. Sabendo disso, e tendo consciência que a aldeia global hoje tem quase oito bilhões de inquilinos, fica fácil compreender que somos todos responsáveis. Por isso, mais que nunca, tome muito cuidado com seu lixo, e até com o tipo de roupa que usa quando frequenta o litoral.

Estas pesquisas da academia têm a função de subsidiar governos e instituições para a criação de políticas públicas que, neste caso, sejam menos agressivas ao meio ambiente. No Brasil é difícil esperar ações do poder público, quase sempre dormente, defendendo privilégios, ou simplesmente ‘lost in space’. Veja-se a cidade de São Paulo, sempre orgulhosamente apresentada como ‘a maior da América Latina’, a mais rica cidade do Brasil.

Pois saiba que São Paulo foi das últimas a adotar políticas públicas contra a pandemia de plástico. E mesmo assim, foram medidas tímidas, que mais uma vez nos envergonham perante o concerto das nações. Enquanto a África lidera no mundo a cruzada contra o plástico, a ‘progressista’ São Paulo, de Bruno Covas, proibiu os canudinhos de plástico…

Por isso, se você fizer sua parte, já estará ajudando muito.

*Por João Lara Mesquita

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*Fonte: estadao

Aumento do nível do mar acelerou e já é incontrolável, advertem especialistas da ONU

É incontrolável e está se acelerando. O aumento do nível do mar disparou por causa do degelo nos extremos norte e sul do planeta, conclui o IPCC, o painel de cientistas que, sob o guarda-chuva da ONU, analisa os impactos da mudança climática geradas pela ação do homem. Os gases de efeito estufa emitidos pelo ser humano até agora fazem que o degelo e o aumento do nível do mar continuem além deste século, conclui o IPCC em um relatório apresentado nesta quarta-feira.

O dilema que esta geração enfrenta agora tem a ver com o tamanho da hipoteca —que também inclui fenômenos meteorológicos extremos mais frequentes, ameaça à segurança alimentar e impactos na biodiversidade— que deixará para as futuras gerações. Que seja uma carga menor, destacam os especialistas, dependerá da rapidez com que a humanidade pare de emitir esses gases que superaquecem o planeta e estão vinculados principalmente aos combustíveis fósseis. Ao apresentar o relatório, Hoesung Lee, presidente do IPCC, conclamou os países a reduzirem suas emissões de gases, para que os impactos, embora não possam mais ser eliminados, pelo menos sejam atenuados e se tornem “mais manejáveis para as pessoas mais vulneráveis”. Porque, como destaca o IPCC, “as pessoas mais expostas e vulneráveis são frequentemente aquelas que contam com menor capacidade de resposta”.

Esse dilema geracional, apresentado em um relatório especial do IPCC, chega numa semana intensa na batalha contra a mudança climática. Depois das gigantescas manifestações estudantis de 20 de setembro e da cúpula da ONU da última segunda-feira em Nova York, espera-se na sexta-feira um grande protesto global contra a inação frente ao aquecimento. O relatório especial do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática sobre o aquecimento e os oceanos é parte de uma série de análise temáticas. Este grupo internacional de especialistas revisa e compila o conhecimento sobre a mudança climática partindo dos estudos científicos publicados. Nesta ocasião participaram mais de 100 autores de 36 países, que revisaram 7.000 publicações.

“O aumento do nível do mar se acelerou devido ao aumento combinado da perda de gelo das camadas da Groenlândia e da Antártida”, conclui o estudo. A perda de gelo na Antártida por causa do aumento da temperatura no período entre 2007 e 2016 triplicou com relação à década anterior; na Groenlândia, duplicou.

Esse degelo acelerado levou a uma taxa de aumento do nível do mar também mais rápido, até 2,5 vezes mais veloz na última década em relação à média do século passado. Mas as projeções do relatório falam de um problema que se agravará, mesmo que seja cumprido o Acordo de Paris, que determina que o aumento médio da temperatura do planeta não deve superar os dois graus em relação aos níveis pré-industriais. No cenário mais otimista, com esse limite em dois graus estipulado em Paris, o IPCC prognostica um aumento do nível do mar de 43 centímetros até 2100 (entre 1902 e 2015 foi de 16 centímetros). No cenário mais adverso, em que as emissões continuem crescendo como até agora, a elevação do nível do mar chegaria a 84 centímetros e poderia superar um metro. Além disso, durante os próximos séculos esse ritmo continuará ganhando velocidade e intensidade.

A análise destaca os “perigos relacionados ao clima” que ameaçam as populações costeiras: ciclones tropicais, níveis extremos do mar, inundações e perda de gelo. E recorda que nas zonas costeiras baixas vivem atualmente cerca de 10% da população mundial (680 milhões de pessoas). Além disso, 65 milhões de outras pessoas habitam pequenos Estados insulares. E quase outros 10% da população (670 milhões) vivem em regiões de alta montanha, outra das áreas analisadas no relatório.

Aumento de eventos extremos

Esses quase 1,5 bilhão de indivíduos estão na zona vermelha dos impactos climáticos relacionados aos oceanos e à água. São impactos que ocorrem, por exemplo, pela combinação do aumento do nível do mar com tormentas ou ciclones. O relatório alerta que até 2050 “os eventos extremos do nível do mar”, até agora considerados excepcionais, que costumavam ocorrer uma vez a cada século, irão se tornar habituais e ocorrerão “pelo menos uma vez por ano” em muitos lugares do planeta. “Especialmente em regiões tropicais”, embora também em zonas como a mediterrânea. O IPCC prognostica, além disso, uma maior frequência das ondas de calor marítimas e dos eventos extremos do El Niño e La Niña.

O estudo analisa também as ações de adaptação (fundamentalmente investimentos) necessárias para enfrentar a elevação do mar, que pode engolir cidades costeiras. E explica que esses investimentos podem ser rentáveis para as áreas urbanas densamente povoadas (Nova York, por exemplo, tem um plano para investir dez bilhões em defesas). Mas é muito difícil que áreas rurais e mais pobres, como os pequenos Estados insulares, possam arcar com isso.

O problema não é só o aumento do nível do mar. Associados aos fenômenos meteorológicos há também a elevação da temperatura da água – que desde 1970 subiu sem cessar – e outros problemas decorrentes da mudança climática. A análise mostra que durante o século XXI os oceanos alcançarão “condições sem precedentes” pelo aumento da temperatura, uma maior acidificação e a diminuição do oxigênio. Isto terá um impacto, por exemplo, na pesca, o que afetará “os meios de vida e a segurança alimentar” das comunidades que dependem dos recursos marítimos para sobreviver.

“As populações de peixes se moverão em direção aos polos para localizar suas temperaturas preferidas; isto afetará particularmente os países tropicais em termos de pesca, mas na Europa vimos a cavala e o bacalhau já se afastando para o norte”, explica por e-mail o professor de Biologia Alex Rogers, da Universidade de Oxford. “Os peixes também se tornam menores à medida que aumentam as temperaturas”, acrescenta esse especialista, referindo-se aos efeitos para a indústria pesqueira.

Acidificação dos oceanos

Entre 20% e 30% do dióxido de carbono emitido pelo homem foi absorvido pelos oceanos desde 1980, algo que deverá aumentar durante este século. Ao absorver mais CO2 “o oceano experimentou uma crescente acidificação” e ocorreu “uma perda de oxigênio”. “A mudança climática está impactando os oceanos não só no aumento do nível do mar”, observa Gladys Martínez, membro da Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente (AIDA). “O oceano está colapsando, e o tempo está se esgotando para nós”, alerta esta especialista, que pede mais atenção também aos efeitos da perda de biodiversidade. O relatório do IPCC observa, por exemplo, o alto risco a algumas espécies e ecossistemas sensíveis, como os corais.

Impactos nas geleiras

A perda das geleiras também influi no aumento do nível do mar. Mas, além disso, tem consequências além das costas. Essa perda representa, segundo o IPCC, uma alteração da “disponibilidade e qualidade da água doce”, que tem implicações na agricultura e na produção de energia hidrelétrica.

Outro dos fenômenos analisados é o desaparecimento do permafrost (a camada de solo permanentemente congelado) devido ao aquecimento. Os especialistas prognosticam que ele continuará diminuindo, e que isso, por sua vez, permitirá a liberação dos gases do efeito estufa que vinham sendo guardados nesse tipo de terreno.

Todas estas mudanças longe da costa levarão a um aumento significativo dos incêndios florestais durante o século XXI na maioria das regiões de tundra e boreais, e também em algumas regiões montanhosas, adverte o IPCC.

*Por Manuel Planelles

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*Fonte: elpais

Aquecimento global deve alterar a cor dos oceanos

Após desembarcar de sua nave, em 1961, Yuri Gagarin, o primeiro humano a ir ao espaço, disse a eternizada frase “A Terra é azul!”. Carl Sagan também fala dessa característica de nosso planeta em seu livro “O Pálido Ponto Azul”.

Essa cor característica da Terra é resultado do reflexo da luz do Sol pelos oceanos, que cobrem cerca de 70% da superfície terrestre.

Um estudo publicado na Nature Communications mostra que nas próximas décadas o tom de azul da água dos oceanos mais quentes deve ficar ainda mais forte. Isso ocorrerá porque com o aumento da temperatura média dos oceanos, resultado do aquecimento global, a quantidade de fitoplânctons deve diminuir consideravelmente. A presença desses conjuntos de organismos gera uma tendência ao verde na água.

Em águas mais frias, no entanto, mais próximas aos polos, o tom verde deve ficar mais acentuado.

É previsto que até 2100 haja uma mudança de temperatura de 3°C e até 50% na cor dos oceanos.

Essa diminuição na concentração de fitoplânctons não é nada boa. Eles exercem grande importância não só para a vida marinha, mas também para a vida terrestre. Ele está na base da cadeia alimentar, e produz mais da metade do oxigênio da atmosfera terrestre, além de absorver grande parcela do dióxido de carbono.

As mudanças não serão tão perceptíveis a olho nu, mas irão afetar muito mais a cadeia alimentar marinha e a produção de oxigênio.

*Por Felipe Miranda

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*Fonte: ciencianautas

O que acontece se as correntes marinhas ficarem mais lentas? E elas estão!

Você sabia que as correntes marinhas ajudam a controlar o clima do planeta? Pois é! São justamente as movimentações que acontecem nos oceanos que transportam o frio e o calor de um lado para o outro, equilibrando a sensação térmica em todos os continentes.

Recentemente, no entanto, os cientistas que acompanham as movimentações que acontecem nessas correntes vêm percebendo uma mudannça incomum: as correntes marinhas nunca estiveram tão lentas — pelo menos não nos últimos 1,5 mil anos, segundo dois novos estudos climáticos apontaram na revista Nature.

Um deles foi realizado pelo Instituto Postdam de Pesquisa em Impacto Climático da Alemanha. O levantamento analisou dados de temperatura da superfície do mar desde o século 19 e percebeu uma diminuição de cerca de 15% na força de circulação das correntes.

Esse dado vai de encontro ao estudo realizado pela Universidade de Londres, que utilizou uma metodologia diferente. Os pesquisadores analisaram partículas de areia que chegavam pelo mar na costa leste dos Estados Unidos.

Ao comparar dados atuais com as posições e os tamanhos dos grãos de areias que chegavam ao continente em períodos anteriores, chegaram ao mesmo resultado — de que os fluxos de água que carregam os grãos vêm perdendo a força, em um enfraquecimento da corrente que pode ser estimado entre 15% e 20% desde que começou, em torno da metade do século XIX.

Correntes marítimas X clima

Correntes como a Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico, a corrente marítima do Atlântico, por exemplo, têm levado mais tempo para transportar as águas superficiais quentes para o norte e as águas frias para o sul, via camadas mais profundas do oceano.

O que isso significa, na prática? Não há como prever exatamente, mas a lista de consequências prováveis inclui alterações severas no clima, intensificação de frio em regiões onde já é frio e de calor onde já é quente, aumento do número de ressacas em algumas praias e de locais nos quais o mar aos poucos vai “engolindo” faixas de areia, calçadas e ruas à beira-mar.

Outro desdobramento possível e que já vem sendo indicado é que, com as correntes mais fracas, o oceano absorve menos dióxido de carbono — se isso continuar, o aquecimento global pode até mesmo piorar, gerando um círculo vicioso.

É que o principal culpado dessa mudança é justamente o aquecimento global, que vem levando ao derretimento gradual de geleiras e ao aumento dos níveis do mar. Com maior volume de água, a velocidade padrão de transporte da temperatura muda, influenciando no processo todo.

Na verdade, se essa movimentação das correntes for drasticamente alterada, a mudança no clima pode ser tão severa que levaria a efeitos extremos como o que vimos no filme “O Dia Depois de Amanhã”, no qual ondas gigantes invadiriam as cidades, e nevascas nunca vistas tomariam conta do mundo. Os pesquisadores dizem, no entanto, que é altamente improvável que isso aconteça de uma hora para a outra.

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*Fonte: megacurioso

Estudante que desenvolveu projeto para limpar oceanos deve colocá-lo em prática em 2018

A Ocean Cleanup, empresa fundada em 2013 pelo jovem empreendedor de 22 anos, Boyan Slat, com o objetivo de ajudar no processo de limpeza dos oceanos, confirmou no último mês, dia 11, que as primeiras atividades do grande projeto de coleta e remoção de lixo dos mares começará em 2018.

Com foco na captação da grande quantidade de material plástico presente nos oceanos, a empresa ratificou também que algumas de peças do sistema de limpeza já estão em produção e devem ficar prontas a tempo das primeiras ações oficiais no próximo ano.

Vale destacar que, desde o ano passado, a empresa vinha realizando uma série de testes na costa do território holandês, utilizando uma grande barreira para impedir que toneladas de lixo fossem descartadas em alto mar.

Na época, o sistema criado pelo jovem ambientalista restringia-se a uma versão reduzida de “apenas” 100 metros de comprimento e cobertura de até 4500 metros de profundidade. Para oficializar o lançamento de sua invenção, o desenvolvedor aplicou uma série de melhorias que elevaram o design do sistema, assegurando-lhe uma nova performance que fará com que, em até cinco anos, metade da área das ilhas de lixo globais seja limpada.

“Na Ocean Cleanup, estamos sempre procurando maneiras de fazer a limpeza mais rápida, melhor e mais barata. Hoje é um dia importante para se mudar nessa direção. A limpeza dos oceanos do mundo está muito próxima de acontecer”, destacou Boyan no evento de apresentação do projeto, em Utrecht, Holanda.

Outro dado comemorado pela Ocean Cleanup é o fato de que o projeto será iniciado dois anos antes do tempo estimado. De acordo com o cronograma, a primeira fase de instalação e testes com a nova tecnologia começa ainda no fim de 2017, na costa oeste americana. As instalações nas áreas que integram a chamada “Great Pacific Garbage Patch” serão realizadas até o fim do primeiro semestre do próximo ano.

“Devido à nossa atitude de ‘testar para aprender’ até que a tecnologia seja comprovada, estou confiante de que – com nossos parceiros especializados – teremos sucesso em nossa missão” concluiu Boyan.

 

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*Fonte: pensamentoverde

10 fatos alarmantes sobre o aumento no nível dos oceanos

As mudanças climáticas são reais e as suas consequências também. Um dos jeitos mais fáceis de visualizar os seus efeitos é observando e estudando o aumento nos níveis dos oceanos. No entanto, as informações podem ser muito piores do que você imagina. O site norte-americano Mother Nature Network listou dez fatos alarmantes acerca da elevação oceânica. Veja abaixo quais são eles:

 

1. O nível dos oceanos subiu 200 milímetros desde 1880

O gráfico abaixo foi produzido pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) com base em dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) e a Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Austrália (CSIRO). – ver img no link da matéria

 

2. Não apenas o nível do mar está se elevando, mas a média deste aumento também está subindo

Entre 1900 e 2000, a média de aumento no nível do mar foi de 1,4 mm. Em 2010 a média já havia subido para três milímetros e hoje está em 3,4 mm, por ano.

 

3. Este é o aumento do nível do mar mais rápido dos últimos três mil anos

Graças aos altos níveis de CO2 na atmosfera e ao aquecimento global resultantes das emissões desse e de outros gases de efeito estufa, no século 20, os oceanos subiram, pelo menos, 14 centímetros. O nível é o maior dos últimos 27 séculos.

 

4. A cada 2,5 cm de aumento no nível do mar, ele avança de 1,2 a 2,5metros no litoral

De acordo com a Nasa, este é o tamanho da perda nas praias quando o oceano sobre apenas “um pouquinho”. Pode parecer ínfimo, mas se considerarmos a grandeza dos oceanos, com mais de 500 milhões de metros cúbicos de água, um centímetro ou dois podem fazer uma enorme diferença.

 

5. Muitas grandes cidades costeiras já estão enfrentando problemas com inundações

Apenas nos EUA, de acordo com os monitoramentos feitos pela Climate Central, as inundações costeiras já dobraram. O mesmo acontece em cidades litorâneas de outras partes do mundo.

 

6. Nos próximos 80 anos, os oceanos devem subir mais 1,3 metro.

Um estudo recente, publicano na revista científica Pnas, estima que até o final deste século os mares estarão de 0,5 a 1,3 metro mais altos.

 

7. Mais de 216 milhões de pessoas vivem em áreas que podem estar embaixo d’água em 2100.

As áreas costeiras são, obviamente, as mais vulneráveis. De acordo com a Climate Change, de 147 a 216 milhões de pessoas vivem em áreas que podem ser totalmente alagadas até o final do século. A China é o país mais vulnerável, com ate 63 milhões de pessoas expostas a este problema.

Em algumas ilhas a situação atual já é tão urgente que a população tem sido removida de suas cidades e até de seu país.

 

8. O aumento no nível do mar pode contaminar a água usada para o abastecimento

As inundações podem contaminar os reservatórios de água doce com a água salgada vinda do mar. Este problema é especialmente perigoso para os aquíferos, usados como fonte de água fresca em muitas cidades litorâneas. O processo de descontaminação e dessalinização nesses casos é muito complexo e caro.

 

9. A biodiversidade costeira também está ameaçada

Espécies da fauna e flora podem ser diretamente afetadas pelo avanço dos oceanos. Entre os animais, um dos mais preocupantes é a tartaruga, que precisa de espaço na areia para depositar seus ovos até o nascimento dos filhotes e retorno ao oceano. Quando os ovos ficam por apenas três horas embaixo da água, as chances de vingarem são reduzidas em 10%. Quando o período passa para seis horas, as chances caem 30%.

 

10. Danos causados pelas inundações costeiras podem custar US$ 52 bilhões por ano

Em 2005, as estimativas do Banco Mundial foram de que as inundações custaram, globalmente, US$ 6 bilhões. Em 2050, os custos devem chegar a US$ 52 bilhões.

 

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*Fonte: ciclovivo

 

 

 

 

 

 

 

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