Orcas Criminosas: A Assombrosa Saga das Baleias Assassinas que Afundam Barcos na Europa

Numa reviravolta de enredo que poderia rivalizar com qualquer filme de Hollywood, uma gangue de três orcas astutas elevou suas travessuras a um novo patamar ao afundar um iate na costa da Espanha. Esses gênios do mar profundo não são estranhos a semear a destruição em barcos europeus, e esse incidente é apenas o mais recente em sua onda de crimes.

De acordo com o conto aterrorizante compartilhado pelo capitão Werner Schaufelberger, o trio de baleias assassinas, sendo uma delas o equivalente baleárico de Dwayne “The Rock” Johnson, lançou um ataque em grande escala ao infortunado iate em 4 de maio. Schaufelberger revelou à revista Yacht da Alemanha: “As duas pequenas orcas observaram maravilhadas enquanto seu cúmplice maior colidia habilidosamente contra o barco. Não querendo ficar atrás, elas também decidiram participar da festa e se chocaram contra a embarcação como bolas de demolição aquáticas.” Desnecessário dizer que o barco acabou mergulhando nas profundezas do mar, enquanto os humanos a bordo tiveram a sorte de serem resgatados.

Acontece que essa orcas tem causado bastante alvoroço desde 2020, com relatos contínuos de suas “travessuras” com barcos no Estreito de Gibraltar e nas águas da região da Galícia, na Espanha. O biólogo Alfredo López Fernandez, da Universidade de Aveiro em Portugal, que parece ter assumido o papel de encantador de orcas, divulgou o espantoso fato de apenas três barcos terem sido vítimas de seus planos de afundamento. Ele tranquilizou a todos enfatizando que a maioria das embarcações é deixada em paz, provavelmente porque as orcas estão ocupadas planejando seu próximo grande vandalismo.

Em 2022, as orcas decidiram fazer de Portugal seu próximo alvo, causando pânico entre os marinheiros. Dois veleiros foram enviados a uma viagem não planejada ao fundo do oceano – um em julho e outro em novembro. Felizmente, todos conseguiram escapar ilesos, mas posso apenas imaginar o choque e horror a bordo quando os barcos se transformaram temporariamente em submarinos.

Os relatos de testemunhas oculares dos sobreviventes são igualmente arrepiantes. Ester Kristine Storkson, uma alma corajosa a bordo de um iate próximo à França, descreveu o ataque das orcas como uma agressão coordenada, com as baleias exibindo suas habilidades de colisão como uma máfia marinha. Em outro incidente, o capitão britânico de iate David Smith teve que suportar um implacável ataque de seis ou sete orcas determinadas a transformar sua embarcação em um saco de pancadas. Por duas horas agonizantes eles manobraram a embarcação. Milagrosamente, ambos os iates conseguiram escapar de seu destino aquático, deixando as orcas a contemplar suas tentativas fracassadas de se tornarem comandantes de submarinos.

Quanto ao que tem causado esse repentino comportamento criminoso, os cientistas ainda estão coçando a cabeça perplexos. No entanto, López Fernandez, o guru das orcas, revelou uma teoria que gira em torno de uma orca fêmea traumatizada chamada White Gladis. Aparentemente, ela teve um encontro bastante infeliz com um barco, desencadeando uma vingança terrível contra todas as embarcações das redondezas. Essa experiência traumática a transformou em uma mente vingativa, liderando o submundo das orcas em uma onda de confrontos físicos com barcos. Suas companheiras orcas, sempre leais capangas, rapidamente seguiram seu exemplo, copiando suas táticas como um bando de imitadores aquáticos.

Enquanto os marinheiros podem não estar entusiasmados com esse novo passatempo das orcas, parece que a internet se encantou com esses mamíferos marinhos rebeldes. As mídias sociais estão agitadas com fãs aplaudindo as travessuras das orcas. Quem diria que afundar barcos poderia lhes render tanta popularidade? Talvez essas orcas estejam destinadas a uma carreira na TV realidade ou até mesmo em sua própria série de crimes subaquáticos.

*Por Marcelo Ribeiro
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*Fonte: hypescience

O que é Mineração Urbana?

Equipamentos eletrônicos descartados têm recursos valiosos – melhor do que extrair metais virgens é recuperar o que já foi usado.

A mineração urbana busca explorar e recuperar recursos valiosos presentes nos resíduos descartados nas cidades. Enquanto a mineração tradicional extrai matérias-primas diretamente da terra, o conceito em questão concentra-se naquelas ocultas nos produtos descartados pela população, como plástico, vidro e metais ferrosos e não-ferrosos (ferro, ouro, prata, alumínio, cobre etc) reutilizáveis pela indústria.

Para simplificar, enquanto a atividade realizada tradicionalmente foca nos minerais virgens, a mineração urbana recicla e coloca novamente em circulação esses materiais, a partir dos itens que foram entregues pelos consumidores após o uso. Quando eles são destinados inadequadamente (no lixo comum ou no meio ambiente), podem acabar indo para lixões ou descartados a céu aberto e com isso prejudicar a flora, a fauna e a saúde humana.

É uma maneira de reduzir a dependência de recursos naturais e minimizar os impactos ambientais associados a ela. Em vez de depositar os resíduos no meio ambiente ou incinerá-los, o objetivo é recuperar os insumos, por meio de processos de reciclagem e reutilização.

Desafios da mineração urbana no Brasil
A implementação da mineração urbana no Brasil enfrenta diversos desafios. Um deles é a falta de infraestrutura adequada para a execução do processo. A coleta seletiva, por exemplo, ainda é incipiente em muitas cidades brasileiras, o que impede que os produtos sejam destinados para a reciclagem.

Além disso, a conscientização da população sobre a importância da separação dos produtos e da reciclagem de lixo eletrônico também é um problema que precisamos – e devemos – enfrentar. A falta de informação e de educação ambiental contribui para que uma quantidade significativa de materiais recicláveis acabe misturada aos rejeitos orgânicos, o que impede a reciclagem.

Outra dificuldade é a legislação ambiental e as regulamentações que envolvem a mineração urbana, ainda embrionárias. A falta de regras e metas claras e específicas sobre o assunto gera insegurança jurídica e dificulta a implementação de projetos neste sentido. Além disso, é um impulsionador de atividades informais e inseguras, já que o manuseio desse tipo de resíduo não é simples.

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), o Brasil gerou quase 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2019. Desse total, estima-se que apenas 3% tenham sido reciclados de forma adequada.

No que se refere ao descarte ambientalmente correto e reciclagem dos aparelhos eletroeletrônicos e pilhas que não possuem mais utilidade, os dados também não são animadores. Segundo relatório produzido pela Universidade das Nações Unidas, apenas em 2019, o Brasil descartou mais de 2 milhões de toneladas, sendo que menos de 3% foi reciclado. Essa baixa taxa indica um enorme potencial para a implementação da mineração urbana, uma vez que a maior parte dos resíduos descartados nas cidades brasileiras ainda não é adequadamente aproveitada.

Logística reversa incentiva a atividade
Uma das maneiras de ampliar o reaproveitamento dos insumos no Brasil é garantindo a viabilidade de sistemas de logística reversa, que ajudam a recuperar os materiais dos produtos, enviando-os para os profissionais capacitados para a reciclagem. As marcas podem optar por dois modelos: individual, aquele que cada empresa desenvolve por meios próprios, ou coletivo, no qual várias empresas se associam para ratear os custos do processo todo.

É o que acontece com os associados da Green Eletron, por exemplo, maior gestora de logística reversa deste tipo de resíduo no Brasil. Com milhares de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) espalhados em todo o país, a entidade é responsável pela coleta e destinação correta de equipamentos eletrônicos e das pilhas descartados pela população, promovendo a reciclagem e a recuperação dos materiais mencionados anteriormente.

>> Quer saber onde descartar seus resíduos eletrônicos, pilhas e baterias? Clique AQUI.

Além disso, a Green Eletron desenvolve ações de educação ambiental, conscientizando a população sobre a importância da iniciativa. Por meio de parcerias com empresas, órgãos governamentais e instituições de ensino, a entidade busca a sensibilização da sociedade para a questão da mineração urbana e sua relevância para o meio ambiente.

Desde o início de suas atividades, mais de 6,5 mil toneladas foram destinadas corretamente pela organização. Apenas em 2021, das 715 toneladas de lixo eletrônico coletado, a Green Eletron conseguiu extrair mais de 313 toneladas de ferro. Foram recuperadas também cerca de 143 toneladas de plástico, o que fez com que 1,1 mil toneladas de CO2 deixassem de ser emitidas, o que mostra o potencial da mineração urbana no país.

Há muito espaço para crescer
Apesar dos desafios, a mineração urbana brasileira ainda tem muito espaço para crescer e se desenvolver. O país possui uma grande quantidade de resíduos urbanos que podem ser considerados verdadeiros depósitos de recursos valiosos. A sua recuperação tem o potencial de gerar benefícios econômicos, ambientais e sociais.

Do ponto de vista econômico, permite a obtenção de matérias-primas sem a necessidade de investimentos em grandes operações de extração convencional e predatória. A recuperação de metais preciosos, por exemplo, pode gerar receita adicional e reduzir a dependência de importações.

A atividade também contribui para a redução do impacto ambiental associado à extração desses insumos da natureza. Ao aproveitar aqueles que já foram explorados, evita-se a necessidade de retirar novas quantidades da terra, o que poupa os recursos naturais e diminui a disposição dos itens descartados no meio ambiente.

Por exemplo, o consumo energético e o uso de recursos hídricos são significativamente menores na reciclagem, em que os aparelhos devem apenas ser desmontados, triturados e separados por tipos, para depois serem encaminhados para indústrias que os transformarão em novos produtos. Isso também acontece porque 75% da energia e das emissões são gastas no preparo da matéria-prima e os outros 25% na produção de bens de consumo.

Além disso, a mineração urbana pode gerar empregos e promover o desenvolvimento local. A implementação de projetos com esta finalidade requer mão de obra qualificada em áreas como engenharia de materiais, reciclagem e logística, o que ajuda impulsionar a criação de postos de trabalho e estimular a formação de profissionais especializados.

Para que o nosso país usufrua de todas essas vantagens, é essencial que haja investimento em infraestrutura, educação e legislação adequada. Dessa forma, o Brasil poderá se beneficiar dos recursos ocultos nas cidades, reduzindo a dependência de importações, minimizando o impacto ambiental e promovendo desenvolvimento econômico.

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*Fonte: ciclovivo 

Plástico reciclado pode contaminar alimentos com moléculas tóxicas

O plástico é o material mais utilizado para embalar alimentos e bebidas em todo o mundo, com 20% da produção de plástico destinada a fins alimentares. Muitos desses plásticos, frequentemente de uso único, acabam sendo incinerados ou descartados na natureza, causando uma poluição massiva.

O reciclado é uma das soluções propostas para enfrentar esse problema. No entanto, assim como outras formas de plástico, o plástico reciclado em contato direto com nossos alimentos pode contaminá-los com moléculas químicas cujo impacto na saúde a longo prazo é pouco conhecido.

Um estudo recente publicado no Cambridge University Press abordou essa questão e descobriu que produtos químicos nocivos provenientes do plástico reciclado podem contaminar nossos alimentos.

O PET (polietileno tereftalato) é um tipo de plástico amplamente reciclado, usado principalmente na fabricação de garrafas de plástico. A pesquisa revelou que o PET reciclado contém contaminantes químicos que surgem durante o processo de reciclagem e que podem migrar para os alimentos em contato com ele.

O estudo indica que há uma migração de benzeno, um carcinógeno conhecido para humanos, de estireno, um carcinógeno em ratos e classificado como provável carcinógeno para humanos, e bisfenol A, um disruptor endócrino.

Os autores do estudo destacam que há poucas informações sobre a possível migração de contaminantes químicos de plásticos reciclados além do PET. Além disso, as comparações entre plástico reciclado e não reciclado são limitadas na literatura científica. Até o momento, não é possível determinar com certeza se o plástico reciclado contamina mais ou menos nossos alimentos do que o plástico novo.

Outra preocupação é o uso de plástico não alimentar em ligas de plásticos reciclados destinados à alimentação. Eles podem contaminar os alimentos com moléculas ainda desconhecidas. Os efeitos a longo prazo dos contaminantes provenientes de embalagens de alimentos de plástico também são amplamente debatidos entre os especialistas.

Os pesquisadores apontam que, enquanto o plástico reciclado é uma solução promissora para a poluição plástica, é crucial que continuemos a pesquisar e entender completamente os possíveis riscos à saúde associados ao seu uso.

*por Damares Alves
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*Fonte: socientifica

Metade dos maiores lagos do mundo está perdendo água, mostra estudo

Com auxílio de imagens dos satélites Landsat, pesquisa avaliou cerca de 2 mil lagos nas últimas três décadas e descobriu que mais da metade dos reservatórios estão com volume reduzida

As mudanças climáticas e as atividades humanas ameaçam cada vez mais os lagos que armazenam 87% da água doce da superfície líquida da Terra. O volume desses reservatórios tem diminuído consideravelmente, colocando em risco toda a humanidade já que são responsáveis por fornecer água para manutenção dos ecossistemas, biodiversidade e das pessoas.

Além do fornecimento de recursos, os lagos também são componentes-chave dos processos que regulam o clima por meio da reciclagem de carbono. Contudo, apesar da sua importância, esses espaços não tinham um monitoramento adequado. Uma nova avaliação publicada na revista Science nesta na quinta-feira (18) utilizou dados de observação de satélites para entender melhor a situação. O novo método de rastreamento é o primeiro a avaliar o armazenamento de água em lagos com base nessas informações.

O estudo foi conduzido por Fangfang Yao, pesquisador do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Ambientais (CIRES). O cientista decidiu realizar a avaliação após ver que as crises ambientais estavam afetando drasticamente alguns dos maiores corpos d’água da Terra, como a secagem do Mar de Aral entre o Cazaquistão e o Uzbequistão.

Pensando nisso, ele se juntou a colegas de centros de pesquisa nos EUA, na França e na Arábia Saudita para criar uma técnica que emde mudanças nos níveis de água em quase 2 mil dos maiores lagos e reservatórios do mundo. “Analisamos os maiores lagos globais usando três décadas de observações de satélite, dados climáticos e modelos hidrológicos, encontrando declínios de armazenamento estatisticamente significativos”, relatam os especialistas no estudo.

Volume dos lagos
Neste trabalho, a equipe utilizou 250 mil fotos instantâneas dos satélites Landsat da área de 1.972 lagos de 1992 a 2020. Eles coletaram níveis de água de nove altímetros de satélite e usaram níveis de água de longo prazo para reduzir qualquer incerteza. Para lagos sem registro de nível de longo prazo, a equipe usou medições recentes feitas por instrumentos mais modernos em satélites. A partir dessas medidas, foi possível chegar ao volume.

Os resultados mostram que houve um declínio de 53% nesses corpos d’água tendo como principal motivo a mudança climática e o consumo humano de água. “Ocorreu um declínio em cerca de 100 grandes lagos e muito das ações atreladas aos principais motivos eram desconhecidas anteriormente, como a dessecação do lago Good-e-Zareh no Afeganistão e do lago Mar Chiquita, na Argentina”, contou Yao em comunicado.

Para ilustrar, os autores comparam a perda de água observada a 17 vezes o tamanho do lago Mead, o maior reservatório de água dos Estados Unidos. E esse fenômeno afeta tantos lagos em ambientes mais secos quanto úmidos, o que mostra que a situação é pior do que se imaginava.

A sedimentação foi um dos fatores apontados para declínio do armazenamento. Em reservatórios estabelecidos há muito tempo – aqueles que encheram antes de 1992 –, a sedimentação foi mais importante do que secas e anos de chuvas intensas.

Pequeno crescimento
Enquanto alguns lugares sofrem, outros têm um ligeiro ganho. A pesquisa também apontou que 24% dos lagos tiveram aumentos significativos no armazenamento de água. Esses, no entanto, tendem a estar em áreas subpovoadas no interior do planalto tibetano, onde aquecimento leva ao degelo das geleiras e do permafrost aumentando parcialmente a expansão dos lagos alpinos.

Os autores estimam que cerca de um quarto da população mundial, o equivalente a 2 bilhões de pessoas, reside na bacia de um lago seco, indicando uma necessidade urgente de incorporar o consumo humano, as mudanças climáticas e os impactos da sedimentação na gestão sustentável dos recursos hídricos.

“Se o consumo humano é um grande fator no declínio do armazenamento de água no lago, podemos adaptar e explorar novas políticas para reduzir os declínios em larga escala”, conclui Ben Livneh, professor de engenharia na CU Boulder e membro do CIRES.

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*Fonte: revistagalileu

As árvores fazem amizades e criam lembranças

Em entrevista, silvicultor alemão afirma que entendemos muito pouco sobre as árvores

Há uma série de motivos que nos levam a atribuir características humanas às árvores. Sua estatura imponente se assemelha à altura das pessoas, enquanto seus movimentos oscilantes nos remetem a uma dança graciosa. Seus troncos podem ser comparados aos torsos humanos, e seus galhos, aos braços que se estendem. No entanto, será que as semelhanças entre árvores e seres humanos se limitam apenas a essas aparências superficiais?

A verdade é que podemos não entender completamente as árvores. É até possível que saibamos ainda muito pouco sobre elas. Peter Wohlleben, um silvicultor alemão e autor do best-seller “The Hidden Life of Trees” (A vida oculta das árvores: o que elas sentem, como se comunicam – descobertas de um mundo secreto) é um dos vários especialistas que acredita que esse seja o caso; afinal de contas, ele passou décadas trabalhando com nossos coabitantes arbóreos e conhecendo seus mistérios.

Algumas árvores formam amizades
Ao abordarmos a existência de amizades especiais entre árvores, é natural que haja quem levante uma sobrancelha de surpresa. No entanto, por que a definição de amizade precisa ser exclusivamente aplicada aos seres humanos?

Embora tenhamos desenvolvido a linguagem para descrever e compreender a amizade no contexto das relações interpessoais, é igualmente importante que tenhamos a capacidade intelectual de ampliar nossos horizontes. Desse modo, a linguagem de amizade entre as árvores, obviamente, não é aquela de sair para tomar um café ou quaisquer outras atividades de cunho social, mas certamente elas criam vínculos.

Sobre isso, Wohlleben diz em entrevista ao Yale Environment 360: “Em cerca de um em cada 50 casos, vemos essas amizades especiais entre as árvores. As árvores distinguem entre um indivíduo e outro. Eles não tratam todas as outras árvores da mesma forma. Ainda hoje, vi duas faias velhas lado a lado. Cada uma estava crescendo com seus galhos voltados um para o outro, e não um para o outro, como é mais comum.”

Ele ainda acrescenta: “Desta forma e de outras, as árvores amigas cuidam umas das outras. Esse tipo de parceria é bem conhecido dos silvicultores. Eles sabem que se você vir um casal assim, eles são realmente como um casal humano; você tem que derrubar os dois se cortar um, porque o outro morrerá de qualquer maneira.”

Árvores e memória

Wohlleben recebeu críticas de outros cientistas devido à sua inclinação em atribuir características humanas a seres não humanos, mas tal abordagem é adotada de maneira extremamente deliberada por ele.

Ao remover a emoção da escrita científica, esta perde seu impacto. “Os seres humanos são seres emocionais”, afirma ele. “Nós sentimos, não apenas conhecemos o mundo de forma intelectual. Portanto, utilizo palavras carregadas de emoção para estabelecer conexões com as experiências das pessoas. A ciência frequentemente exclui tais palavras, o que resulta em uma linguagem distante, incapaz de gerar relações e compreensão genuínas.”

O silvicultor ainda acrescenta que “Tivemos uma grande seca aqui. Nos anos seguintes, as árvores que sofreram com a seca consumiram menos água na primavera, para que tivessem mais disponível para os meses de verão. As árvores tomam decisões. Elas podem decidir as coisas. Também podemos dizer que uma árvore pode aprender e pode se lembrar de uma seca por toda a vida e agir de acordo com essa memória sendo mais cautelosa com o uso da água.”


É possível que não conheçamos as árvores completamente
Seria uma simplificação atribuir todas essas interações puramente à mecânica biológica, pois isso seria uma visão excessivamente centrada em nossa própria espécie. Apenas pelo fato de não falarmos a língua das árvores, não devemos concluir que elas não se comunicam.

De fato, como Wohlleben explica, as árvores se comunicam por meio de sinais químicos e elétricos. É importante ressaltar que as árvores ainda são amplamente mal compreendidas, apesar dos avanços científicos em seu estudo: “Nós apenas os vemos como produtores de oxigênio, como produtores de madeira, como criadores de sombra […] Talvez criemos essas barreiras artificiais entre humanos e animais, entre animais e plantas, para que possamos usá-los indiscriminadamente e sem cuidado, sem considerar o sofrimento a que os estamos submetendo.”

*Por Daniela Marinho
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*Fonte: socientifica

Cinco fatos desconhecidos sobre os Oceanos

Certa vez, o renomado explorador e oceanógrafo Jacques Cousteau, uma das maiores autoridades em oceanografia e conservação marinha, disse: “O mar, uma vez que lança seu feitiço, mantém você em seu poder de fascínio para sempre.” Certamente, Cousteau não viveu para conhecer as outras maravilhas que, assim como os mares, lançam o fascínio sobre os homens, como os investimentos na bolsa e a Cotação Bitcoin e que para nossa sorte, não são tão imprevisíveis quanto o fundo do mar. Cinco fatos desconhecidos sobre os Oceanos.

Ainda há muito a aprender
Hoje, muitos desses feitiços marítimos nos conhecemos, como o refresco das águas, o balançar das ondas e a riqueza da via marítima. Entretanto, os oceanos são verdadeiros gigantes que cobrem cerca de 70% da superfície da Terra. Apesar de sua vastidão e importância para o nosso planeta, ainda há muito a aprender sobre esses corpos d’água e os mistérios que eles escondem.

Os oceanos têm montanhas e vales gigantescos
Embora a superfície terrestre esteja repleta de montanhas e vales, muitos não sabem que os oceanos também têm características geológicas similares. A Cordilheira Mesoatlântica, por exemplo, é uma cadeia de montanhas subaquáticas que se estende por cerca de 65.000 quilômetros ao longo do leito oceânico do Atlântico. Além disso, o ponto mais profundo da Terra, a Fossa das Marianas, encontra-se no Oceano Pacífico e atinge profundidades de mais de 11.000 metros.

A maior parte do oxigênio que respiramos vem dos oceanos
Pode ser surpreendente, mas a maioria do oxigênio que respiramos não é produzida pelas árvores, mas sim pelos oceanos. Estima-se que entre 50% a 80% do oxigênio na atmosfera terrestre é gerado pelo fitoplâncton, um tipo de microrganismo encontrado na superfície dos oceanos. Esses pequenos seres realizam a fotossíntese, assim como as plantas terrestres, sendo responsáveis por manter o equilíbrio do oxigênio no planeta.

Existem lagos e rios subaquáticos
Outro fato surpreendente sobre os oceanos é a existência de lagos e rios subaquáticos. Estas formações, conhecidas como “lençóis freáticos salinos” ou “brines”, ocorrem quando a água salgada se infiltra no leito oceânico, criando correntes subaquáticas de alta salinidade. A diferença de densidade faz com que a água salina se comporte como um fluido separado, formando rios e lagos que fluem sob a água do mar.

Os oceanos abrigam a maior migração diária do planeta
Todos os dias, milhões de animais marinhos participam da maior migração diária do planeta, conhecida como migração vertical diária (DVM). Durante o dia, muitas espécies, como zooplâncton e peixes pequenos, descem a profundidades escuras e frias para se esconder dos predadores.

Ao anoitecer, esses animais sobem novamente à superfície para se alimentar em águas mais ricas em nutrientes. Este ciclo diário de migração afeta a distribuição de nutrientes e a cadeia alimentar marinha.

Ainda há muito para descobrir nos oceanos
Os oceanos são tão vastos e profundos que ainda há muito para descobrir. Cientistas estimam que apenas cerca de 5% a 10% do fundo do mar foi mapeado com detalhes, e até 80% das espécies marinhas podem ainda não ter sido descobertas. Inclusive, resquícios de civilizações passadas também estavam no fundo do mar.

Com o avanço da tecnologia, como veículos operados remotamente e submersíveis tripulados, estamos constantemente expandindo nosso conhecimento sobre o que existe nas profundezas. Essas descobertas não só nos ajudam a entender melhor o funcionamento dos ecossistemas marinhos, mas também têm implicações importantes para a medicina, biotecnologia e conservação.

Os oceanos são fontes inesgotáveis de maravilhas e segredos. De montanhas e vales submersos a migrações diárias massivas, eles continuam a surpreender e fascinar cientistas e entusiastas da natureza. À medida que continuamos a explorar e desvendar os mistérios dos oceanos, é crucial que tomemos medidas para proteger e preservar esses preciosos ecossistemas e as espécies que neles habitam. Ao fazer isso, garantimos a saúde de nosso planeta e o equilíbrio dos sistemas naturais que nos sustentam.

*Por João Lara Mesquita – 18/05/2023
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*Fonte: marsemfim

Nos EUA, partículas aéreas de microplástico estão “por todo lado”

Pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que pedaços microscópicos de plástico presentes na atmosfera tiveram como fonte emissões em estradas, no mar e na agricultura

A poluição por plástico está entre as grandes preocupações ambientais do século 21. Além de demorar centenas de anos para se decompor, esse tipo de material pode ser transportado pela atmosfera como microplástico, praticamente seguindo um ciclo biogeoquímico próprio — são os chamados aerossóis microplásticos.

Em uma pesquisa publicada no último dia 20 de abril no periódico Proceedings of the National Academy of Science, cientistas dos Estados Unidos e da Áustria se dedicaram a identificar possíveis origens dessa minpusculas partículas áreas de plástico. Para isso, foram coletados dados de dezembro de 2017 a janeiro de 2019, com foco no oeste dos EUA.

“Nós encontramos bastante poluição por plástico por todo lado onde olhamos”, afirma, em nota, Janice Brahney, principal autora do artigo e professora na Universidade Estadual de Utah. “Esse plástico não é novo, ele veio de tudo que jogamos no meio ambiente por décadas”, complementa.

Os resultados sugerem que 84% das partículas de microplástico analisadas vieram de estradas, graças à movimentação de carros e caminhões, que geram esses poluentes a partir da abrasão de pneus contra o asfalto. A pesquisa evidencia ainda que cerca de 11% chegaram à atmosfera a partir do oceano e 5% tiveram origem em solos utilizados para agricultura.

Os pesquisadores descobriram que, no caso dos ambientes marinhos, a ação oceânica acaba triturando o lixo plástico em pequenas partículas e as transporta pela atmosfera por um período que pode variar de uma hora a seis dias.

O fato desses materiais estarem se acumulando em tantos lugares e recirculando para as mais diversas áreas chamou a atenção dos cientistas. “Não é apenas nas cidades ou nos oceanos. Estamos achando microplásticos em parques nacionais”, observa a pesquisadora Natalie Mahowald, da Universidade Cornell, também nos EUA.

Diante desse cenário, os pesquisadores acreditam que compreender as origens e as consequências do microplástico na atmosfera deveria ser uma prioridade. “As nossas melhores estimativas mostram que a maioria dos continentes provavelmente importa microplásticos do ambiente marinho”, alerta Mahowald. Por isso, a equipe pretende futuramente fazer mais pesquisas sobre o ciclo do plástico.

*Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com
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*Fonte: revistagalileu

Gigantes: Pearl Jam reforça ativismo pelo meio ambiente em parceria com projeto do povo Kayapó

Povo Kayapó é guardião de uma vasta extensão de floresta amazônica na linha de frente do desmatamento e enfrenta diversas ameaças e ataques

No último sábado (22) foi celebrado o Dia Mundial do Planeta Terra, data que representa a luta em defesa do meio ambiente.

A comemoração carrega o propósito de promover a reflexão sobre a importância do planeta e o desenvolvimento da consciência ambiental nas pessoas. O tema deste ano, aliás, foi “investir no Planeta Terra” e quem entrou na campanha foi o Pearl Jam.

Conhecida por sua forte relação com causas sociais e ambientais, a banda americana postou em sua conta no Instagram no mesmo dia um vídeo falando sobre o povo Kayapó, que ajuda na manutenção da floresta amazônica, da biodiversidade e dos ecossistemas da região.

Na publicação, o grupo liderado por Eddie Vedder escreveu:

O Pearl Jam comemora este Dia da Terra através de seu apoio ao Kayapó Project. O povo Kayapó é guardião de uma vasta extensão de floresta amazônica na linha de frente do desmatamento. Os Kayapó e seus aliados conseguiram se manter firmes contra uma miríade de ameaças cada vez mais intensas. Junte-se à aliança hoje em kayapo.org e defenda o futuro do nosso planeta.

Que iniciativa incrível, né? Vale lembrar que, pelo seu papel de guardião, o povo Kayapó enfrenta diversas ameaças e ataques e precisa da sua ajuda. Você pode saber mais sobre o Projeto Kayapó aqui.

Pearl Jam e suas ações em benefício do meio ambiente
Em tempo, o Pearl Jam destinou US$200 (mais de R$1 mil) por tonelada para seu programa de compensação de carbono durante sua última turnê.

O quinteto investiu a quantia em várias soluções, inclusive com o povo Kayapó no Brasil, representando o maior investimento único do grupo em qualquer organização desde que lançaram o programa.

Em passagem pelo Brasil em 2018, o PJ compensou as emissões de carbono dos shows com a plantação de mais de 10 mil árvores através do Amazonia Live, em parceria com a Conservação Internacional e o Programa Carbono Neutro do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).

Que mais gente possa seguir o exemplo!

*Por Gabriel Von Borell
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Alerta! Nível do mar subiu 9 centímetros em 30 anos

Os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidos, como o aumento do nível do mar, que de acordo com medições realizadas durante 30 anos por satélites da NASA está subindo em grandes e mensuráveis quantidades.

Desde 1993, quando os níveis começaram a ser medidos, o mar subiu 9,1 centímetros. De 2021 para 2022 o aumento foi de 0,27 sentimentos, abaixo da média anual por causa do La Niña que resfria os oceanos, mas ainda sim um prenúncio do que está por vir.

Com base nas medições, a taxa projetada é de que o aumento seja de 0,66 centímetros por ano até 2050. No ano passado, a NASA já havia estimado que o mar na costa dos Estado Unidos estaria 30 centímetros acima de onde se encontra atualmente daqui 30 anos, com a situação podendo ser muito pior em outros lugares.

As duas principais consequências do aquecimento global, responsável pelo aumento do nível dos oceanos, são o derretimento das galerias e das camadas de gelo e a expansão da água do mar. Em 2022, a Antarctica experimentou um derretimento acima da média e a Groenlândia a muito tempo tem sido um dos principais contribuintes para o aumento.

Cálculo do nível do mar
A melhor forma de medir as taxas de aumento do nível do mar é através de equipamentos espaciais em satélites. O nível do mar começou a ser medido em 1993, na missão TOPEX/Poseidon, parceria entre França e EUA, depois disso as missões com o mesmo propósito foram lideradas pela NASA, ESA e Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).

Para calcular o nível do mar, altímetros de radar localizados em satélites refletem micro-ondas na superfície marítima e calculam o tempo que o sinal levará para chegar e voltar, assim como a intensidade do retorno das ondas.

As medidas feitas a partir dos satélites são combinadas com as observações terrestres que são realizadas a quase um século e com medições de gases do efeito estufa na atmosfera, da massa de gelo e do movimento terrestre o que permite que os cientistas tenham maior conhecimento de como e porque os níveis do mar estão subindo.

Consequências do aumento
A mediação do nível do oceano é essencial para que os governos federais construam ações públicas de suporte para as comunidades costeiras que são as principais afetadas pelo aumento do nível do mar.

À medida que o mar aumenta pelo menos 800 milhões de pessoas em cidades como Miami, Nova York, Bangkok, Xangai, Lima (Peru), Cidade do Cabo e muitas outras sofreram com a incursão da água.

Além dos efeitos causados no mar, as mudanças climáticas também estão causando inúmeros outros efeitos no planeta, por causa disso os satélites também estão rastreando a concentração de gases como o dióxido de carbono na atmosfera.

Acompanhar os gases de efeito estufa que adicionamos à atmosfera nos diz o quanto estamos pressionando o clima, mas os níveis do mar nos mostram o quanto ele está respondendo. Essas medições são um parâmetro crítico para o quanto os humanos estão remodelando o clima
Josh Willis, oceanógrafo do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em resposta ao ScienceAlert

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*Fonte: Mateus Dias / olhardigital

2023 teve segundo mês de março mais quente da história

Recorde para mês continua sendo o registrado em 2016

O mês de março de 2023 foi o segundo mais quente da história para o período, sendo superado apenas por março de 2016, revelaram os dados do Serviço sobre as Mudanças Climáticas do Copernicus, o serviço de observação por satélite da União Europeia, nesta quinta-feira (6).

Na parte sul e central da Europa, as temperaturas do ar ficaram acima da média para o mês – enquanto no norte ficaram abaixo.

Foram registrados ainda valores muito acima da média em uma ampla faixa do território que cobre o norte da África, o sul da Rússia e a maior parte da Ásia, onde todas bateram seus recordes no termômetro para o período.
Entre as regiões que registraram as condições mais secas em relação à média histórica, iniciadas no fim dos anos 1800, estão incluídas a maior parte da Península Ibérica, onde a estiagem ajudou a propagar incêndios florestais, no arco que cobre os Alpes, que estão com uma cobertura de gelo cerca de 50% menor para a época conforme dados italianos, parte da Europa Central, os Balcãs e a costa noroeste do Mar Cáspio.

O relatório do Copernicus ainda apontou que o mês teve uma taxa de umidade do ar superior à média em uma faixa que se estende da zona sul a noroeste da Europa e na Turquia.

Já a extensão do gelo marinho antártico foi a segunda mais baixa já registrada no histórico dos dados por satélite, chegando a ficar 28% abaixo da média para a época e batendo o recorde negativo registrado em fevereiro de 2023. No caso do gelo ártico, a área ficou 4% abaixo da média, ficando no quarto pior lugar entre os meses de março.

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*Fonte: epocanegocios

Plantas “gritam” em voz alta, mas nós nunca havíamos ouvido

Você já imaginou que as plantas pudessem “gritar” quando estão estressadas? Segundo uma nova pesquisa, plantas emitem ruídos de estalo ou clique em frequências ultra-sônicas, inaudíveis para os seres humanos.

Lilach Hadany, bióloga evolucionista da Universidade de Tel Aviv, afirma que é possível que muita interação acústica ocorra entre as plantas e outros organismos que conseguem ouvir esses sons.

As plantas sofrem mudanças quando estão sob estresse, como a liberação de aromas fortes, alteração de cor e forma. Essas mudanças podem sinalizar perigo a outras plantas próximas ou atrair animais para lidar com as pragas que as prejudicam.

Para investigar se as plantas emitem sons, Hadany e seus colegas registraram plantas de tomate e tabaco em várias condições. Eles treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para diferenciar o som produzido por plantas átonas, plantas cortadas e plantas desidratadas.

Os sons que as plantas emitem são detectáveis em um raio de mais de um metro. Plantas estressadas são mais barulhentas, emitindo cerca de 40 cliques por hora, dependendo da espécie. As plantas privadas de água têm um perfil sonoro perceptível, que começa a clicar mais antes de mostrar sinais visíveis de desidratação.

Ainda há incógnitas, como como os sons estão sendo produzidos e se outras condições adversas também podem induzir o som. No entanto, a equipe mostrou que um algoritmo pode aprender a identificar e distinguir os sons das plantas.

“Por exemplo, uma mariposa que pretende colocar ovos em uma planta ou um animal que pretende comer uma planta pode usar os sons para ajudar a orientar sua decisão”, diz Hadany. Para os humanos, as implicações são claras: podemos entrar em sintonia com os pedidos de socorro das plantas sedentas e regá-las antes que isso se torne um problema.

A próxima etapa da pesquisa é investigar as respostas de outros organismos, animais e plantas, a esses sons.

*por Damares Alves
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*Fonte: socientifica

Arco-íris se tornarão cada vez mais frequentes. E esta não é uma boa notícia

No futuro, os arco-íris aparecerão com maior frequência colorindo os céus do planeta – mas, para além da beleza natural e do deleite visual, isso não é uma boa notícia, mas um indício do agravamento das mudanças climáticas. É esta a conclusão de um estudo realizado por cientistas de diversas instituições de pesquisa ambiental, prevendo um aumento de até 5% na ocorrência dos fenômenos óticos até o ano de 2100, a partir de uma premissa perigosa. O planeta mais quente e com mais quantidade de chuva oferece maior propensão ao surgimento dos arcos coloridos.

Publicado na revista científica Global Environmental Change, o estudo foi realizado por pesquisadores que utilizam modelos computacionais e pesquisas para medir impactos inesperados das mudanças. A partir de uma simples pesquisa no Flickr atrás de imagens de arco-íris publicadas nos últimos 10 anos, o grupo estabeleceu uma base de lugares e incidências do fenômeno, relacionando a condições climáticas devidas para o surgimento: chuva e sol, nas quantidades e intensidades corretas. A partir de tais bases, modelos foram aprimorados e aprofundados, para prever as ocorrências aproximadamente pelos próximos 80 anos.

Os resultados sugerem que ocorrerá uma redução na incidência de arco-íris em 21% a 34% das regiões do planeta, mas, por outro lado, um aumento das aparições em 66% a 71% da Terra. Os modelos apontam a elevação principalmente em áreas de altitude elevada e próximos aos polos, como Rússia, Canadá, Alasca e o planalto do Himalaia. Nas partes mais populosas e poluídas do planeta, porém, as aparições se tornarão menos frequentes. O aumento no Ártico é exemplar sobre o efeito das mudanças climáticas, já que, com uma maior temperatura, a água que costumava cair como neve, cada vez mais se tornará chuva na região.

O arco-íris se forma com chuva e sol, e as mudanças climáticas ampliarão os dois fatores

Um arco-íris acontece quando a luz branca do sol é interceptada pela “lente” da chuva, e se dispersa em cores do espectro visível pelo céu. Regiões da África, da América do Sul e do Mediterrâneo se tornarão, no entanto, mais secas e, por isso, com menos arco-íris nos céus.

“As mudanças climáticas afetam os arco-íris. Agora sabemos que isso é fato”, afirmou Kimberly Carlson, da Universidade de Nova York, e principal autora do estudo. “As mudanças terão efeitos muito invasivos na vida humana, mas mudanças mais intangíveis, como na luz e no som, também merecem atenção dos pesquisadores”, concluiu.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Amigo ou comida? Estudo busca compreender como os humanos enxergam outros animais

Como nós, os humanos, enxergamos os outros animais com os quais dividimos o planeta – e com os quais criamos amizades ou dos quais nos alimentamos? Quais animais vemos como amigos, e quais entendemos que vale a pena defender? Foram essas questões que um estudo recente buscou responder, para principalmente compreender a diferença do olhar sobre outros animais a partir de grupos humanos diversos –vegetarianos e ativistas pelos direitos dos animais e pessoas que não se enquadram nessas categorias.

Realizado em Cingapura e publicado na revista CABI Human-Animal Interactions, o estudo trabalhou com a classificação de 16 animais, como tubarão, jacaré, porco, cachorro, polvo, coelho, vaca e orangotango, utilizando o Modelo de Conteúdo Estereotipado (SCM) para uma bateria de entrevistas e questionários.

Curiosamente, apesar das aguardadas diferenças entre os vegetarianos e/ou ativistas – referidos na pesquisa como “absolutistas” – e quem não se enxerga em tal grupo – intitulados “neutros” no estudo –, o resultado mostrou que os dois grupos são muito mais próximos do que eles próprios pensam.

O que mais chamou a atenção dos pesquisadores, segundo comunicado, foi o fato de “absolutistas” e “neutros” enquadrarem de modo geral os animais não humanos nos mesmos estereótipos, divididos entre classificações de “Calor” e “Competência”, nas categorias “Piedade”, “Desprezo”, “Inveja” e “Admiração” – a curiosa exceção foi a galinha, único animal classificado de forma diferente pelos grupos. Os animais, no entanto, não caíram, de acordo com o resultado da pesquisa, em quadrantes claros e, por isso, é necessário um estudo maior com mais espécies envolvidas no futuro.

A galinha foi o único animal visto de forma diferentes pelos dois grupos de pessoas da pesquisa

“Nós obviamente ‘amamos’ o cão ou o orangotango, que são altamente calorosos e competentes e ‘temos pena’ dos animais ruminantes agradáveis, mas indefesos, que usamos como fonte de alimento, como a vaca ou o cordeiro”, diz o artigo que apresenta a pesquisa. “As descobertas atuais sugerem que sentimentos humanos gerais sobre animais não humanos podem ser originados de atalhos mentais de julgamentos e permutações de valores sociais adaptativos”, afirmou Paul Patinadan, principal autor do estudo.

O orangotango foi posicionado junto do cachorro, como um animal amado e amigo na visão dos humanos

“As ideologias éticas das pessoas sobre animais não humanos não parecem afetar as permutações sociais que concedem às diferentes espécies”, diz Patinadan. “Entender o lugar de nossos próprios julgamentos morais entre os animais não humanos pode ajudar a finalmente definir a natureza nebulosa da interação humana com os seres que compartilham nosso mundo conosco”, conclui o comunicado.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?
Desde que as florestas tropicais ganharam a mídia pelos maus tratos impostos pela desnorteada política ambiental atual é comum ver ou ouvir na mídia que elas seriam os ‘pulmões do planeta’. As florestas tropicais são importantes para o clima no mundo, não resta dúvida. Mas não são os ‘pulmões da Terra’. A maior parte do oxigênio que respiramos vem dos oceanos. E os mais importantes produtores são alguns dos menores organismos da Terra. Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?
Matéria do Woods Hole Oceanographic Institution é quem explica: ‘O ar que respiramos é 78% nitrogênio e 21% oxigênio. O resto é composto de gases muito menos comuns, incluindo dióxido de carbono. Mas nem sempre foi assim’.

‘Até 600 milhões de anos atrás, a atmosfera da Terra tinha menos de 5% de oxigênio. Era principalmente uma mistura de nitrogênio e dióxido de carbono. As plantas terrestres não existiam até 470 milhões de anos atrás. As árvores não foram responsáveis ​​pelo aumento do oxigênio no planeta. Então, de onde isso veio?’

Os Oceanos
Plantas, algas e cianobactérias criam oxigênio. Elas fazem isso por meio da fotossíntese. Usando a energia da luz solar elas transformam dióxido de carbono e água em açúcar e oxigênio. E usam os açúcares para se alimentar. Algum oxigênio é liberado na atmosfera.

Mas o oxigênio também se esgota. A maioria das células vivas o usa para produzir energia em um processo chamado respiração celular.

Quando os organismos morrem, eles se decompõem. A decomposição também usa oxigênio. A maior parte do oxigênio produzido é consumido por esses dois processos.

Ao longo de milhões de anos, minúsculas algas unicelulares e cianobactérias bombearam oxigênio. Muito disso foi usado na respiração ou decomposição.

Mas alguns desses organismos mortos não se decompuseram. Eles afundaram profundamente no oceano e se estabeleceram no fundo. Isso deixou um pouquinho de oxigênio para trás. Em vez de se esgotar, ficou no ar.

Foi desse modo que os oceanos lentamente acumularam oxigênio em nossa atmosfera. Ao mesmo tempo, diminuíram a quantidade de dióxido de carbono (a fotossíntese usa dióxido de carbono).

Hoje o processo continua
Agora sabemos que mais da metade do oxigênio do planeta vem do oceano, diz o texto do Woods Hole. Não todo o oceano – apenas os primeiros 200 metros de profundidade mais ou menos.

Isso é o máximo que a luz solar pode viajar através da água para alimentar a fotossíntese. Nesta zona fótica, encontramos todos os tipos de organismos fotossintéticos.

Para o site da NOAA ‘os cientistas estimam que 50-80% da produção de oxigênio na Terra vêm do oceano. A maior parte dessa produção é de plâncton – plantas à deriva, algas e algumas bactérias que podem fotossintetizar’.

Algumas algas, como os kelps, também chamadas florestas de algas, ou macroalgas, crescem em enormes filamentos semelhantes a plantas terrestres.

Na Califórnia estas florestas de algas estão morrendo devido ao aquecimento do planeta, em compensação, uma startup do Maine se projetou ao cultivar as florestas de algas para mitigar o aquecimento.

Para o site do Woods Hole, ‘A maioria das algas existem como células únicas que constituem o que chamamos de fitoplâncton. Diatomáceas são algas unicelulares importantes. Os cientistas estimam que o oxigênio, em uma de cada cinco respirações que fazemos, vem das diatomáceas’.

O texto acrescenta que ‘um organismo ainda menor desempenha um papel igualmente grande. As bactérias Prochlorococcus são tão pequenas que cerca de 20.000 delas cabem em uma única gota de água do mar. Elas vivem em uma ampla faixa dos oceanos do mundo’.

Bactéria produz porcentagem mais alta de oxigênio que todas as florestas tropicais combinadas
‘Cientistas calculam que ao todo existam algo em torno de 3 bilhões de bilhões de bilhões de células de Prochlorococcus. Juntas, produzem de 5 a 10 por cento do oxigênio que respiramos’, diz o Woods Hole.

Enquanto isso, o site da NOAA vai além sobre a bactéria Prochlorococcus: ‘Mas essa pequena bactéria produz até 20% do oxigênio em toda a nossa biosfera. Essa é uma porcentagem mais alta do que todas as florestas tropicais em terra combinadas’.

Já sobre a diferença entre as cifras dos dois sites, a NOAA explica: ‘Calcular a porcentagem exata de oxigênio produzido no oceano é difícil porque as quantidades mudam constantemente. Os cientistas podem usar imagens de satélite para rastrear o plâncton fotossintetizante e estimar a quantidade de fotossíntese que ocorre no oceano, mas as imagens de satélite não podem contar toda a história’.

Curiosamente, a matéria do Woods Hole Oceanographic Institution não comenta a importância de outra planta marinha fundamental na produção de oxigênio, os manguezais do planeta.

Assista ao vídeo The Ocean is Earth’s Oxygen Bank e saiba mais

*por Joao Lara Mesquita
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Fonte: marsemfim

2022 foi o quinto ano mais quente da história

Novos dados revelam mais um ano de extremos climáticos com recordes de alta temperatura, secas e inundações

O ano de 2022 foi o quinto ano mais quente já registrado no mundo, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia. Um resumo dos dados aponta que vários recordes de alta temperatura foram quebrados na Europa e em todo o mundo, enquanto outros eventos extremos, como secas e inundações, afetaram grandes regiões.

Divulgado na última segunda-feira (9), o relatório da Copernicus afirma que os últimos oito anos foram os mais quentes. Em 2022, em específico, as temperaturas no mundo ficaram 1,2ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).

As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono também aumentaram cerca de 2,1 ppm, semelhante às taxas dos últimos anos. Já as concentrações de metano na atmosfera aumentaram cerca de 12 ppb, acima da média, mas abaixo dos recordes dos últimos dois anos.

Situação global
Os dados reunidos pela Copernicus evidencia que as mudanças climáticas podem ser sentidas em nível global. A Europa, por exemplo, viveu seu verão mais quente, além do continente ter sido afetado por várias ondas de calor intensas e prolongadas, sobretudo, na parte oeste e norte. Também baixos níveis persistentes de chuva, em combinação com altas temperaturas e outros fatores levaram a condições de seca generalizada. Paralelamente, aumentaram as emissões poluentes relacionadas a incêndios. França, Espanha, Alemanha e Eslovênia tiveram as maiores emissões de incêndios florestais no verão nos últimos 20 anos.

O relatório também destaca as grandes inundações enfrentadas pelo Paquistão em agosto, em consequência de chuvas extremas. O país também foi afetado por ondas de calor prolongadas, assim como o norte da Índia na primavera.

A Antártida viu condições de gelo marinho excepcionalmente baixas ao longo do ano. Em março, a Antártida experimentou um período de calor intenso com temperaturas bem acima da média. Na estação Vostok, no interior da Antártica Oriental, por exemplo, a temperatura registrada chegou a -17,7°C, a mais quente já registrada em seus 65 anos de registro.

Rio secou
Uma seca recorde fez com que partes do rio Yangtze – o mais importante da China – secassem. Tal situação afetou a energia hidrelétrica, rotas de navegação, limitou o abastecimento de água potável e fez ressurgir estátuas budistas anteriormente submersas. As chuvas no verão chinês foram 45% abaixo do normal.

Os principais destaques do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus sobre 2022 podem ser lidos detalhadamente (em inglês) aqui.

*por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Comemore! As baleias jubarte já não são mais consideradas em extinção

Apopulação de baleias jubarte do Atlântico Sul não estão mais na lista de risco de extinção e dão reviravolta nas pesquisas ao aumentar em escala o número de sua população.

Consideradas até então com risco de extinção, as baleias saltaram de 450 para 25 mil membros, mostrando assim que a espécie já não é mais considerada ameaçada.

É um motivo para comemorar, pois, diante de tantas tragédias ambientais, tantos crimes ecológicos e tantas espécies sofrendo ameaças, ter as baleias jubarte longe dessa lista é uma vitória.

As baleias jubarte podem chegar a medir 19 metros, classificadas como um cetáceo, da ordem Cetartiodactyla e da família Balaenopteridae.

O gênero mais característico dessas baleias é o Megaptera, com a espécie Megaptera novaeanglieae como a mais comum.

São animais que frequentam o topo de cadeia, que chegam a pesar 30 toneladas e viver por mais de 4 décadas.

Desde o surgimento da indústria baleeira, em 1900, essas baleias corriam risco.

Contudo, em 1960, medidas de proteção a esses animais começaram a ser implantadas e os cientistas passaram a perceber o declínio crítico do número de indivíduos.

Mas foi na década de 80 que a Comissão Internacional da Baleia emitiu uma moratória sobre todas as baleias que se encaixavam na categoria comercial, oferecendo mais segurança para a população em dificuldade.

Recentemente o Japão volto a permitir tais caças às baleias, de modo restrito e consciente, mas qualquer tipo de caça humana é um risco para esses animais, pois sua gestação demora cerca de 11 meses para ser encerrada e os filhotes passam anos para amadurecerem e se tornarem férteis.

Entretanto, o estudo que revelou a saída da lista de extinção das baleias jubarte foi publicado na Escola de Ciências Aquáticas e da Pesca da Universidade de Washington. Segundo o estudo a nova estimativa está mais próxima dos números anteriores à caça às baleias e hoje a população de baleias jubarte cresceu consideravelmente.

Agora são cerca de 25 mil baleias jubarte do Atlântico Sul, livrando a espécie da lista de ameaça a extinção.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Agrotóxicos: ‘estamos todos participando de uma experiência química global

“O ser humano é parte da natureza, e sua guerra contra a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si mesmo.”

A citação é de Rachel Carson, a bióloga e conservacionista americana que causou comoção em seu país ao publicar seu famoso livro Primavera Silenciosa em 1962. O trabalho começa com um convite: imagine uma cidade em que os pássaros sumiram, vítimas do uso excessivo de compostos químicos como agrotóxicos.

Carson não era contra a aplicação seletiva de agrotóxicos e inseticidas, mas era contra seu uso indiscriminado, comum em uma época marcada por uma fé cega no poder da ciência.

A obra teve tanta repercussão que foi uma das catalisadoras do movimento ambientalista nos EUA. Carson não só escrevia com precisão científica como também comunicava com beleza poética o que chamava de “tecido intrincado da vida”, no qual tudo está interligado e do qual todos fazemos parte.

Sessenta anos depois da publicação de Primavera Silenciosa, quão preocupante é a atual proliferação de compostos químicos? E qual seria a mensagem de um livro como o de Carson hoje?

A BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC) conversou com Joan Grimalt, professor de Química Ambiental do Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha e integrante do Painel Intergovernamental de Poluição Química (IPCP). O IPCP é um grupo de cientistas que reivindica a criação de um organismo internacional para monitorar agrotóxicos.

BBC: Rachel Carson alertou sobre “a contaminação do ar, da terra e do mar com materiais perigosos e até letais”. Esta mensagem é relevante na atualidade?

Joan Grimalt: Sim, com certeza. É verdade que o uso em alguns lugares não é mais permitido. Mas, em geral, o uso de compostos químicos aumentou e o despejo desses compostos no meio ambiente também aumentou.

Existem atualmente cerca de 350 mil compostos fabricados pela indústria. Na época de Carson, eu diria que esse número não passava de 30 mil.

BBC: Em seu livro, Carson falou especialmente de um composto, o DDT.

Grimalt: O DDT foi importante. Mas o problema é que muitos compostos foram criados. Outro problema é a sua ampla utilização, que é o que gerou mais problemas ainda.

O DDT já era conhecido desde o final do século 19. Mas na década de 1940 havia um médico, Paul Müller, que propôs usar o DDT para eliminar os mosquitos do gênero Anopheles (mosquito-prego) que transmitem a malária.

E isso levou à disseminação do DDT em todo o mundo. Deve-se lembrar que isso rendeu o Prêmio Nobel de Medicina a Paul Müller, porque esse composto eliminou o mosquito Anopheles em praticamente todos os lugares, exceto nas zonas tropicais, e a incidência de malária caiu drasticamente.

E também é preciso dizer que desde 2005 a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do DDT para combater o mosquito Anopheles em lugares onde a malária ainda é endêmica.

Às vezes o que acontece é que uma coisa não é branca nem preta; depende do uso que se dá a ela.

BBC: Quais foram impactos negativos do DDT?

Grimalt: Concretamente, um primeiro efeito foi que nas aves expostas ao DDT, as cascas dos ovos ficaram muito mais finas e, por isso, durante a incubação, muitas ninhadas foram perdidas porque os ovos não aguentavam o peso dos adultos que os chocavam. Isso resultou no desaparecimento de muitos pássaros.

O DDT quase extinguiu a águia-americana, por exemplo, a águia símbolo dos Estados Unidos, e muitas outras espécies.

Além disso, se observou que em humanos o DDT também causava problemas. Há imagens onde você pode ver soldados dos Estados Unidos de cuecas sendo pulverizados com DDT (para matar pulgas e piolhos), porque se acreditava que o DDT não os afetava. Não sabemos como esses soldados estão agora. O DDT é neurotóxico e dentro das células dos organismos, incluindo os humanos, as células que mais se reproduzem são as células nervosas, por isso o dano causado ao sistema neurológico é mais permanente.

BBC: Você poderia nos dar alguns exemplos de compostos que são usados ​​hoje e são especialmente preocupantes para você? Fala-se muito sobre os produtos químicos “forever chemicals” ou compostos “eternos” (fluorosurfactantes).

Grimalt: Ao falar de compostos ou contaminantes químicos, devemos diferenciar aqueles que possuem importantes propriedades de estabilidade química. Estes seriam o que se chama de produtos químicos eternos, que são compostos persistentes.

A persistência existe por causa de dois fatores. Primeiro, porque quimicamente as moléculas são muito estáveis. No meio ambiente não há muitas reações que conseguem degradá-las, e a atividade dos organismos, sejam eles bactérias ou organismos superiores, as degrada muito pouco.

A outra propriedade que esses compostos costumam apresentar é serem hidrofóbicos, o que significa que se dissolvem mais em matéria orgânica do que em água. Por isso eles tendem a se acumular em organismos vivos, o que é chamado de bioacumulação. Toda vez que hum corpo bebe ou come algo que os contém, ele os acumula e não os excreta, porque nosso sistema de excreção mais normal é a urina, e eles não são solúveis na urina.

Além disso, na medida em que vamos subindo na cadeia alimentar, os organismos superiores se acumulam cada vez mais porque comem coisas que também continham esses compostos. Isso é o que é chamado de biomagnificação. Mamíferos marinhos, por exemplo, focas, baleias, acumulam mais [compostos] do que peixes. E os peixes que são predadores de outros peixes acumulam mais do que peixes que comem algas e zooplâncton.

BBC: Você pode nos dar um exemplo desses compostos persistentes?

Grimalt: Isso está no DDT. Todos nós carregamos DDT e seus metabólitos em nosso sangue.

Mas um composto que me preocupa muito é o mercúrio. Alguns tipos de carvão têm um certo nível de mercúrio e quando grandes quantidades desse carvão são queimadas, isso solta o mercúrio na atmosfera. A partir daí, isso passa para a água e também vai se acumulando em organismos.

Outra fonte de mercúrio é o fato de que em reservas tropicais, tanto na América quanto na África, há pessoas que se dedicam a procurar ouro, e são pessoas muito pobres com técnicas muito primitivas. Uma delas é amalgamar ouro com mercúrio.

BBC: Você pode nos lembrar de quão tóxico é o mercúrio?

Grimalt: Ele é neurotóxico nessas concentrações de que estamos falando, porque afeta tudo — o fígado, os rins. Também leva a deformidades nas crianças quando as mães grávidas são expostas.

Infelizmente, na Baía de Minamata, no Japão, isso foi perfeitamente documentado, porque havia uma indústria que despejava derivados de mercúrio no rio, e esses derivados entravam na cadeia alimentar e nos peixes que os habitantes locais comiam, e isso foi um desastre.

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BBC: Quais outras substâncias o preocupam? Muito se fala sobre os microplásticos, que em estudos recentes foram detectados até na placenta humana.

Grimalt: Os microplásticos também são importantes, mas ainda não sabemos quais efeitos eles têm. Mas cuidado, o plástico é uma invenção da humanidade que provou ser muito útil.

O plástico é inerte e a priori não tem nenhum efeito negativo. Se isso acontecesse, estaríamos acabados, porque embalamos comida em plástico e colocamos remédios em nossas veias com tubos de plástico e nada acontece.

Isso não significa dizer que estamos usando de forma correta o plástico.

É preciso investigar quais são os efeitos dos microplásticos na saúde. Mas não é preciso esperar pesquisas para tratar adequadamente os resíduos e as águas urbanas. Já podemos retirar muito plástico do meio ambiente. Por outro lado, com o mercúrio, quando você já o descartou, não existe mais remédio.

BBC: Antes da entrevista, você me disse que “estamos todos participando de uma experiência química global”. Por quê?

Grimalt: Digo isso porque estamos jogando muitos compostos no meio ambiente e alguns deles não voltam para nós. Mas a maioria deles sim, e colocamos tudo isso dentro do nosso corpo.

Em outras palavras, pensar que podemos ter uma saúde perfeita quando estamos cercados por água poluída, ar poluído e solo ou alimentos contaminados é uma bobagem.

BBC: E existem possíveis interações desses compostos entre si que ainda são desconhecidas?

Grimalt: Estamos falando de 350 mil compostos. Ainda há muitas coisas para entendermos.

Os compostos persistentes, uma vez ingeridos, como eu disse, permanecem dentro do corpo e começam a fazer efeito. E no caso daqueles que não são persistentes e o corpo os elimina principalmente na urina, se depois que os eliminamos voltamos a comer algo com eles, então estamos sendo sempre expostos.

BBC: Você pode nos dar um exemplo desses compostos não persistentes aos quais podemos estar sendo permanentemente expostos?

Grimalt: Por exemplo, os pesticidas que são usados ​​na agricultura em pequenas doses e que voltamos a comer. Ou os bisfenóis que são aditivos plásticos. Existem muitos tipos de plástico que possuem muitos aditivos para modificar as propriedades do polímero ou dar cor. Se esses microplásticos são ingeridos, todos os compostos vão para dentro de nosso corpo.

Se olharmos para os resíduos plásticos em uma praia que não foi limpa, há plásticos de todas as cores e isso já revela que são plásticos diferentes com propriedades diferentes.

BBC: E quem regula todos esses 350 mil compostos? Existe uma organização internacional?

Grimalt: No nível internacional não existe nada. É por isso que nós do mundo científico, os membros do Painel Intergovernamental de Poluição Química, publicamos uma carta na revista Science solicitando um painel internacional para monitorar e aconselhar sobre compostos e resíduos químicos para reduzir a exposição a esses compostos.

BBC: A regulação dos milhares de compostos é feita por cada país?

Grimalt: No nível europeu, existem leis diferentes, como por exemplo o REACH [Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals, uma lei da Comunidade Europeia de 2006], mas isso é apenas na Europa. Nos EUA, existe a Agência de Proteção Ambiental (EPA), que também é um órgão de referência em toda essa questão. Mas em muitos outros países, nada é feito. Não existe nada.

Além disso, outra coisa que eu pessoalmente acho uma vergonha é que muitos países desenvolvidos enviam resíduos para países subdesenvolvidos. Já se pode imaginar que o que acontece é que esses resíduos são despejados no meio ambiente ou tratados de forma totalmente inadequada.

Além disso, parte desses resíduos e dos compostos que contidos neles retornarão ao meio ambiente, serão distribuídos por todo o planeta e, portanto, também é do interesse de todos que esse tipo de coisa não aconteça.

BBC: Existem produtos que são proibidos em alguns países europeus, mas são vendidos na América Latina, como os pesticidas chamados neonicotinoides.

Grimalt: O que se tem feito muito é imitar as plantas, que, por não conseguirem se mexer, travam uma guerra química contra os insetos.

O tabaco produz nicotina não para os humanos fumarem, mas para matar insetos, para se defenderem. A nicotina foi tomada e suas moléculas modificadas para produzir derivados de nicotina ainda mais fortes para matar insetos. Com os neonicotinoides, existe a questão de saber se eles estão matando, por exemplo, abelhas.

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BBC: Com essa enorme quantidade de compostos no meio ambiente, o que nós consumidores podemos fazer?

Grimalt: No nível do consumidor, certamente podemos fazer coisas. Uma delas é tentar minimizar o uso de plásticos, por exemplo, ir ao mercado com uma cesta ou embrulhar produtos em papel.

Os consumidores também podem reciclar ao máximo, o que facilita a gestão dos resíduos de forma menos poluente.

BBC: E para tentar proteger a saúde?

Grimalt: Nesse caso, é mais difícil de se dizer. Obviamente existem produtos ecológicos ou orgânicos que foram cultivados sem agrotóxicos. Isso também é positivo, mas sinceramente ainda acho que isso precisa ser mais estudado.

BBC: Por quê?

Grimalt: Para verificar se realmente existe um benefício para o consumidor. Se meu vizinho está usando agrotóxicos, não sei até que ponto meus produtos estão contaminados ou não. É importante deixar claro que isso é positivo. Não quero dizer que não é bom. Mas deveria ser mais estudado.

BBC: Voltando agora ao livro de Rachel Carson. Ela alertou que pássaros e outras espécies corriam risco. Mas agora temos a crise do clima e da biodiversidade, com um milhão de espécies em perigo de extinção, segundo a ONU. Qual seria a mensagem de um livro como Primavera Silenciosa hoje?

Grimalt: Primavera Silenciosa foi um sucesso em parte porque os pesticidas que poderiam afetar mais as aves foram alterados. O DDT foi proibido em muitos países e onde ele ainda é usado para combater o mosquito Anopheles, isso é feito para proteger as pessoas. Ele não pode mais ser usado na agricultura.

Agora estamos discutindo outras coisas preocupantes, sobre uma grande diminuição da população de insetos em muitos lugares. E muitos desses insetos são polinizadores. Eles são necessários para as plantações, para que as plantas se reproduzam. O fato de haver muito menos insetos é preocupante. Eu diria que devemos passar da preocupação com os pássaros para a preocupação com os insetos, especialmente aqueles que vão de flor em flor — os voadores. E isso tem muito a ver com o uso de agrotóxicos.

BBC: É o que você estava falando sobre as abelhas…

Grimalt: As abelhas e todos. Lembro que quando pegava meu carro há vinte anos aqui na Catalunha ficava com a janela do carro cheia de insetos mortos. Hoje em dia há bem menos. Isso é uma observação pessoal. Mas se você ler artigos publicados em revistas científicas onde o nível de insetos em muitas áreas florestais foi monitorado, verá que houve uma queda.

BBC: Antes de terminar, eu queria perguntar sobre a figura de Carson. Ela escreveu seu livro quando lutava contra um câncer que tirou sua vida dois anos depois. Para você, pessoalmente, o que significa a figura de Carson?

Grimalt: Acho que Carson foi uma daquelas pessoas que tem uma visão que vai além do dia a dia de todos nós aqui no planeta. Ela percebeu o perigo do uso indiscriminado de agrotóxicos em geral e especificamente do DDT, quando todos estavam convencidos de que o DDT era uma coisa muito boa.

Em grande parte, o movimento ambientalista começou a partir da repercussão do livro de Carson, porque ela sugeriu que um dia poderá haver silêncio na primavera porque teremos matado todos os pássaros.

Naquela época, parecia que a natureza era imensamente poderosa diante da atividade humana. Mais tarde foi visto que não é bem assim. Agora somos muitos, temos muita atividade e o que estamos vendo é que a natureza é como se fosse um jardim, que se não cuidarmos, acabaremos destruindo.

Talvez, graças a Carson, muitas espécies de pássaros foram salvas. E o trabalho não acabou, porque temos que nos preocupar com insetos voadores.

BBC: Você fala de Carson como uma visionária. Você também destacaria sua grande determinação? Porque ela foi constantemente alvo de representantes da indústria de agrotóxicos.

Grimalt: Claro que sim. O mais fácil é tentar destruir a pessoa em vez de discutir as ideias que ela traz e ver se estão corretas ou não. Carson foi uma mulher super corajosa porque enfrentou todo status quo dos EUA. Por trás da fabricação de pesticidas e inseticidas, há muitos interesses econômicos. Muitas empresas se viram ameaçadas e pagaram a outras pessoas para que a atacassem.

E, além disso, ela sofreu com tudo isso quando estava com câncer, o que torna tudo muito mais doloroso e difícil. Porque estar bem de saúde não é o mesmo que estar muito doente e morrendo — na época, o câncer era praticamente uma sentença de morte — e ela tinha que se defender e continuar mantendo suas ideias. Eu acho que nesse sentido Carson é uma figura de referência mundial.

BBC: Você recomenda a leitura de Primavera Silenciosa para as novas gerações?

Grimalt: Claro que sim. Foi a primeira vez em que se disse que podemos causar um impacto irreversível na natureza.

*Por Alejandra Martins
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*Fonte: bbc-brasil

Incrível peixe-robô criado para filtrar microplásticos do oceano recebe prêmio

O Concurso de Robôs Naturais da Universidade de Surrey concedeu o primeiro lugar da premiação a um peixe-robô que filtra partículas microplásticas da água enquanto nada. O evento recebeu várias sugestões de robôs inspirados em animais e plantas capazes de realizar atividades que ajudariam o planeta. Após um processo de seleção, feito por palestrantes de vários institutos de pesquisa europeus, foi escolhido o melhor conceito para ser transformado em um protótipo funcional.

O peixe vencedor foi projetado pela graduanda em química Eleanor Mackintosh. O projeto vitorioso é um peixe-robô que ao nadar mantém sua boca aberta para coletar água e, posteriormente, filtrar o microplástico em uma cavidade interna. Quando a cavidade fica cheia, o dispositivo fecha a boca e empurra a água através das fendas em seu corpo. Uma malha fina presa às fendas da “brânquia” permite que a água passe, mas captura as partículas plásticas, como uma espécie de filtro.

O peixe-robô tem 50 centímetros de comprimento e coleta partículas de até 2 milímetros. Além disso, ele conta com sensores a bordo que monitoram a turbidez e níveis de luz subaquática, além de utilizar uma IMU (unidade de medição inercial) para rastrear seus movimentos dentro da água. E para completar, ele brilha no escuro.

No futuro, modelos desse robô podem ser ainda mais precisos, capazes de capturar partículas ainda menores, além de outras melhorias na sua forma corporal que poderiam tornar o peixe mais rápido e dinâmico. Um ponto muito importante está na forma como o protótipo é controlado. Atualmente, ele funciona com controle ligado ao peixe, seria interessante que o próximo pudesse ser direcionado remotamente.

Não é só o oceano que sofre com a poluição, rios, córregos, lagos e lagoas também são acometidos por esse mal. Com isso, Mackintosh declarou que o objetivo de seu projeto era que o robô fosse versátil. “Que criatura melhor para resolver os problemas em corpos d’água do que uma que vive neles?”, questionou a graduanda. “Os peixes são adaptados ao seu ambiente, e as brânquias são um mecanismo incrível na natureza que são especializados para filtrar oxigênio na corrente sanguínea – então adaptei meu design a partir disso, com o objetivo de criar um filtro para microplásticos”, finalizou a futura química.

*por Isabela Valukas Gusmão
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*Fonte: olhardigital

Espécies brasileiras estão entre as mais ameaçadas do planeta

Será que o Brasil e a comunidade global conseguirão conter a crise de biodiversidade?

Novas análises publicadas a cada dois anos mostram um declínio médio de 69% nos animais silvestres em todo o planeta Terra nas últimas 4 décadas, sendo a principal causa da crise de biodiversidade.

Como os olhos do mundo tendem a se concentrar nos danos causados pelo homem, incluindo a crise de biodiversidade e climática que ameaça nossa própria espécie, outros animais enfrentam um duplo desafio: as consequências de nossas ações, assim como os efeitos de eventos climáticos extremos que pioram seus habitats naturais.

O relatório bianual Living World Report da WWF mostra que nas últimas quatro décadas, as populações de vida selvagem diminuíram em média 69% em todo o mundo. As regiões tropicais foram as que sofreram maiores danos. Entre 1970 e 2018, a população monitorada na América Latina e no Caribe diminuiu em aproximadamente 94%.

Crise de biodiversidade
No Brasil, várias das espécies famosas do país permanecem entre as espécies afetadas pela crise de biodiversidade, como o boto, a onça-pintada do Pantanal, o tatu bola, o gato palheiro, o lagarto da Bahia e até mesmo os recifes de corais. O boto do rio Amazonas (Inia geoffrensis) destaca-se como um dos golfinhos que mais diminuiu nas últimas décadas.

Além da poluição por mercúrio, os golfinhos são vítimas de redes e alvos não intencionais e os ataques são pagos para grupos de pescadores e a captura é usada como isca na pesca pirata. Entre 1994 e 2016, o número de botos cor-de-rosa observados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, na Amazônia, diminuiu em 65%. A área do Vale do Javari, onde pescadores ilegais mataram o indígena Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, também foi reduzida.

Mesmo o mascote da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil, o tatu-bola, não escapou da crise de biodiversidade. A espécie viu sua população diminuir em 50% no Cerrado até 2020. Além disso, “em cinco anos, o cultivo da soja Armadillo na região de Matopiba aumentou 9%”, acrescenta Mariana Napolitano, diretora científica da WWF Brasil.

Outra espécie de savana ameaçada é Pyrrhura pfrimeri, um parente de papagaios e araras, que só é encontrada nos estados de Goiás e Tocantins e já é considerada extinta pelo governo brasileiro. A principal razão é o avanço das atividades agrícolas em áreas com a vegetação original do Cerrado: a perda da principal área natural do Tiriba foi de 70% em quatro décadas.

O jaguar, o maior gato dos Estados Unidos, também reflete a crise de biodiversidade. No Pantanal, a espécie sofre com a perda de habitat, represamento de rios na bacia do Elevado Paraguai e incêndios cada vez mais intensos e frequentes, incluindo o incêndio de 2020 que atingiu 28 habitats. Esses fenômenos e ocupações influenciam a dinâmica das enchentes e favorecem a expansão das pastagens. Segundo o MapBiomas, durante seis meses entre 1985 e 2021, o Pantanal experimentou uma redução de 82% nas enchentes.

Nos Pampas, o Leopardus munoai experimenta o mesmo drama da crise de biodiversidade e do desmatamento da vegetação de pastagem original: entre 1985 e 2021, quase 30% da vegetação original remanescente desapareceu, devido à pressão sobre o habitat da espécie. Além disso, houve um aumento no abate desses animais em situações onde há problemas com avicultores, a propagação de doenças através de animais de criação e acidentes de trânsito.

Descrito pela ciência em 2006, o lagarto-baiano da Caatinga já está criticamente ameaçado devido ao desmatamento, aos incêndios e ao aquecimento global. Mariana aponta que a espécie depende da temperatura do ambiente para manter a capacidade de funcionamento do corpo humano. Segundo o Painel Intergovernamental sobre o Aquecimento Global (IPCC), a Caatinga poderá sofrer uma diminuição de até 22% na precipitação e um aumento da temperatura nos próximos anos. “Isto testa a resiliência natural da biota, expondo sua fauna e flora a condições cada vez mais extremas, aumentando a probabilidade de extinção”, adverte.

De acordo com o relatório, os recifes de coral, que abrigam cerca de 25% das espécies marinhas, e são de grande importância sócio-econômica, estão em um estado alarmante. O aquecimento dos oceanos devido à crise climática é a principal ameaça. As águas quentes causam um fenômeno chamado branqueamento, que em muitos pontos está relacionado ao enfraquecimento do coral, que pode até levar à sua morte.

“No Brasil, as ondas de calor em 2019 e 2020 causaram uma perda de 18,1% da cobertura de corais no município de Maragogi, a maior área marinha protegida do Brasil, da APA Costa dos Corais. O impacto também é sentido em Abrolhos, na Bahia, onde o aumento da temperatura causou mais de 89% das populações da espécie de coral Millepora alcicornis”, disse Mariana Napolitano.

Emergência global
O relatório analisou 32.000 animais de 5.230 espécies de diferentes partes do mundo. As populações remanescentes de gorilas da planície oriental listadas diminuíram cerca de 80% entre 1994 e 2019 no Parque Nacional Kahuzi-Biega, República Democrática do Congo. A população de leões marinhos da Austrália diminuiu em 64% entre 1977 e 2019. Em geral, as populações animais diminuíram 66% na África e 55% na região da Ásia-Pacífico.

“Enfrentamos uma dupla crise antropogênica no mundo: aquecimento global e perda de biodiversidade, ameaçando a paz das gerações passadas e futuras”, disse Marco Lambertini, diretor geral da WWF Internacional, no relatório. Os principais motores do declínio populacional são a degradação e perda do habitat, a exploração, a propagação de espécies invasoras, a poluição, o aquecimento global e as doenças.

“Os motores da perda da biodiversidade são complexos e multidisciplinares, e é importante reconhecer que não existe uma solução única e simples. Isto torna ainda mais importante que o planeta tenha um objetivo universal comum, guiado e impulsionado pela natureza…”. Entre as ações dos governos, das organizações e da sociedade” oferece uma análise.

Portanto, as expectativas são altas para a Conferência de Biodiversidade da COP15, que acontecerá no último mês do ano no Canadá. A iniciativa é para que os governos cheguem a um enorme consenso sobre a conservação da biodiversidade para enfrentar a crise da perda de espécies, assim como o Acordo de Paris foi concebido para enfrentar a crise climática.

*Por Joaldo Idowneé
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*Fonte: socientifica

Cientistas tornam a água do mar potável em apenas 30 minutos graças à luz solar

O problema da escassez global de água está longe de terminar, mas as coisas podem finalmente mudar. Uma equipe de cientistas, usando a luz solar, conseguiu tornar a água do mar potável em apenas 30 minutos.

Os cientistas usaram estruturas metal-orgânicas (MOFs) e luz solar para filtrar a água e gerar 139,5 litros de água potável por quilograma de MOF por dia em seu experimento . Uma técnica que se provou mais precisa e eficaz do que outras práticas de dessalinização, com eficiência energética, baixo custo e sustentável .

O processo de dessalinização ocorre graças a um filtro Mof capaz de absorver o sal da água sem consumir energia. O filtro é então colocado à luz do sol para se regenerar e leva cerca de 4 minutos para ser reutilizado para o mesmo fim.

Água potável de qualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde, deve ter um TDS, total de sólidos dissolvidos, de <600 partes por milhão (ppm). Bem, os pesquisadores conseguiram obter água com um TDS <500 ppm em apenas meia hora.

O professor Huanting Wang, principal autor da pesquisa, do departamento de engenharia química da Monash University, Austrália, disse:

“A dessalinização tem sido usada para lidar com a escassez de água em todo o mundo. Devido à disponibilidade de água salobra e do mar e porque os processos de dessalinização são confiáveis, a água tratada pode ser integrada aos sistemas aquáticos existentes com riscos mínimos para a saúde ”.

Ele também especificou que o uso da luz solar para regeneração representa uma solução de dessalinização com eficiência energética e ecologicamente sustentável. Ao contrário de outros processos de dessalinização que consomem muita energia ou que, em outros casos, envolvem o uso de produtos químicos.

Resumindo, pode ser uma técnica verdadeiramente revolucionária para todo o mundo!

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*Fonte: sabersaude

Doação bilionária à causa ambiental

Antes de mais nada, houve surpresa geral. Yvon Chouinard, dono da marca Patagonia, entregou todas as ações da empresa avaliada em nada menos que 3 bilhões de dólares e, além disso, com lucro anual de cerca de US$ 100 milhões, para lutar contra as mudanças climáticas e proteger áreas naturais. Um doação bilionária. A notícia foi manchete em todo o mundo. O icônico New York Times publicou Billionaire No More: Patagonia Founder Gives Away the Company. Ou seja, Ex-bilionário, Fundador da Patagonia doa a empresa, em 14 de setembro de 2022.

A doação de Yvon Chouinard, segundo o New York Times
‘Em vez de vender a empresa ou torná-la pública, Chouinard, sua esposa e dois filhos transferiram a propriedade da Patagonia, avaliada em cerca de US$ 3 bilhões. A doação foi para um fundo e uma ONG, criados para preservar a independência da empresa garantindo que seus lucros serão usados ​​para combater as mudanças climáticas e proteger terras não desenvolvidas em todo o mundo.’

Aos 83 anos, Chouinard deu uma entrevista ao NYT: “Esperamos que isso influencie uma nova forma de capitalismo que não produza apenas algumas pessoas ricas e um monte de pessoas pobres. Vamos doar o máximo para as pessoas que trabalham para salvar o planeta.”

‘A Terra é agora nosso único acionista’
O ex-bilionário publicou uma carta-aberta no site da empresa, cujo título copiamos acima, onde diz: ‘Eu nunca quis ser um empresário. Comecei como artesão, fazendo equipamentos de escalada para meus amigos e para mim, depois entrei no vestuário.’

‘À medida que começamos a testemunhar a extensão do aquecimento global e da destruição ecológica, e nossa própria contribuição, a Patagonia se comprometeu a usar a empresa para mudar a forma como os negócios eram feitos.’

…Começamos com nossos produtos, utilizando materiais que causavam menos danos ao meio ambiente. Doamos 1% das vendas a cada ano…Embora estejamos fazendo o nosso melhor para enfrentar a crise ambiental, não é suficiente…Precisávamos encontrar uma maneira de investir mais dinheiro no combate à crise, mantendo intactos os valores da empresa.’

Então, entre vender a empresa e correr o risco do novo proprietário ‘não manter nossos valores’, diz, optou pelo doação.

Como a Patagonia vai funcionar?
É Yvon quem responde: ‘Funciona assim: 100% do capital votante é transferido para o Patagonia Purpose Trust, criado para proteger os valores da empresa. Enquanto isso, 100% das ações sem direito a voto foram doadas ao Holdfast Collective, organização sem fins lucrativos dedicada a combater a crise ambiental e defender a natureza.’

‘O financiamento virá da Patagônia. A cada ano, o dinheiro que ganhamos após o reinvestimento no negócio será distribuído como dividendo para ajudar a combater a crise.’

E conclui: ‘Apesar de sua imensidão, os recursos da Terra não são infinitos e está claro que ultrapassamos seus limites. Mas também é resistente. Podemos salvar nosso planeta se nos comprometermos com isso.’

Ou seja, foi um ato de amor ao planeta, e ao mesmo tempo, de imenso desapego. O New York Times explica que ‘o fundo será supervisionado por membros da família e seus conselheiros mais próximos.’ E ‘visa garantir que a Patagonia cumpra seu compromisso de administrar um negócio socialmente responsável e doar seus lucros.’

Doação bilionária custou US$ 17 mi em impostos
Só em impostos pela doação, informa o NYT, ‘a família pagará cerca de US$ 17,5 milhões em impostos sobre o presente.’ E diz também que ‘a família não recebeu nenhum benefício fiscal por sua doação.

O NYT diz ainda que ‘Ao doar a maior parte de seus bens durante a vida, os Chouinards – Yvon, sua esposa Malinda e seus dois filhos, Fletcher e Claire, ambos na casa dos 40 anos – se estabeleceram como uma das famílias mais caridosas do país.’

Que o ato de desapego da família gere muitos frutos.

*Por João Lara Mesquita
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*Fonte: marsemfim

Causas e efeitos da destruição da camada de ozônio

Entender as causas e efeitos da destruição da camada de ozônio nos ajuda a compreender as consequências climáticas pelas quais o planeta está passando hoje.

A camada de ozônio é uma cobertura na estratosfera feita de uma alta concentração de ozônio. Como resultado de sua composição química, o ozônio é um tipo especial de oxigênio que contém três moléculas de oxigênio (O3), ao invés de duas (O2).

A camada de ozônio circula a Terra e é um fenômeno natural, encontrando-se entre 15 e 30 km acima do solo. Ela age como um escudo contra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

A camada é constantemente gerada e quebrada devido aos diversos processos atmosféricos e reações químicas que ocorrem. Isso faz com que sua espessura varie em termos geográficos e sazonais.

Causas e efeitos da destruição da camada de ozônio

As causas
Gases que emitem efeito estufa são prejudiciais à atmosfera. O aumento dos raios UV, com a destruição da camada de ozônio, amplia esse problema.
As causas e efeitos da destruição da camada de ozônio se originam da atividade humana. Ao contrário da poluição, que tem várias causas, há um composto químico específico que é responsável pela destruição da camada de ozônio.

Esses compostos químicos estão presentes em muitos produtos industriais e aerossóis. Eles estão listados abaixo.

Clorofluorcarbonos (CFCs)
Os clorofluorcarbonos (CFCs) são a causa primária da destruição da camada de ozônio. Produtos industriais como solventes, aerossóis em spray, espumas isolantes, recipientes, sabões e objetos de refrigeração, como geladeiras e ar-condicionado usam CFCs.

Ao longo do tempo, essas substâncias se acumulam na atmosfera e são levadas pelo vento até a estratosfera. Quando na estratosfera, as moléculas dos CFCs são quebradas pela radiação ultravioleta, o que libera átomos de cloro. Os átomos de cloro reagem com o ozônio, iniciando um ciclo químico que destrói o “ozônio bom”.

Substâncias que destroem a camada de ozônio
Há outras substâncias químicas que destroem a camada de ozônio, conhecidas na sigla em inglês como Ozone Depleting Substances (ODS). Exemplos incluem o brometo de metila usado em pesticidas, o clorofórmio de metila usado na fabricação de solventes industriais e os halons usados em extintores de incêndio.

Essas substâncias também reagem quimicamente com o ozônio, iniciando um ciclo químico que destrói o ozônio bom.

Outros químicos
Outros químicos que apresentam reações similares com o ozônio bom incluem o Clx, Hox e Noy, que pertencem, respectivamente, às famílias do cloro, hidrogênio e nitrogênio.

Os efeitos
As causas e os efeitos da destruição da camada de ozônio originam problemas e consequências sérias à saúde humana, das plantas, assim como aos ecossistemas marinhos e os ciclos biogeoquímicos. Vejamos os efeitos abaixo.

Efeitos na saúde humana
Com a destruição da camada de ozônio, a espécie humana fica mais exposta aos raios UV que alcançam a superfície terrestre. Estudos sugerem que esses altos níveis causam câncer de pele, além do desenvolvimento de catarata, uma patologia ocular.

Exposição contínua aos raios UV também pode reduzir a resposta do sistema imunológico, e até causar danos permanentes em alguns casos. Além disso, os raios UV envelhecem a pele, acelerando esse processo.

Efeito nas plantas
As plantas também são atingidas pelos efeitos dos raios UV. Os processos fisiológicos e de desenvolvimento das plantas são afetados de maneira severa, além do crescimento. Outras mudanças incluem a maneira que as plantas se formam, o tempo do desenvolvimento e crescimento, assim como a distribuição de nutrientes na planta, seu metabolismo, etc.

Efeitos nos ecossistemas marinhos
Os raios UV também afetam os ecossistemas marinhos. O efeito é negativo nos plânctons, que formam a base das cadeias alimentares aquáticas. O fitoplâncton cresce próximo à superfície d’água, e desempenha um papel vital na cadeia alimentar e no ciclo oceânico do carbono.

Mudanças nos níveis dos raios UV afetam a orientação e motilidade dos fitoplanctons, o que reduz sua sobrevivência e taxa de crescimento. Os raios UV também afetam o desenvolvimento de peixes, camarões, caranguejos, anfíbios e outros animais marinhos.

Quando isso ocorre, toda a cadeia alimentar é afetada.

Efeitos nos ciclos biogeoquímicos
O aumento na radiação UV altera tanto as fontes quanto os sumidouros dos gases de efeito estufa na biosfera, como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, sulfeto de carbonila, ozônio e possivelmente outros gases.

Mudanças nos níveis de UV contribuem para reações na biosfera e atmosfera que mitigam ou amplificam as concentrações atmosféricas desses gases.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

10 razões para parar com o desmatamento

Há diversas razões para parar com o desmatamento, que persiste como um dos grandes desafios ambientais do mundo. Em muitas partes do planeta, a cobertura original de áreas florestais foi reduzida em mais de 20%, e algumas regiões foram completamente desmatadas.

As mudanças climáticas e a destruição da vida selvagem são apenas alguns dos vários problemas atribuídos ao desmatamento. Assim, listamos aqui algumas razões para parar com com o desmatamento.

Razões para parar com o desmatamento

1. As árvores são necessárias para a nossa respiração
Sem as árvores, não seríamos capazes de respirar. É através do processo da fotossíntese que as árvores tomam o dióxido de carbono da atmosfera e liberam oxigênio, que sustenta nossa respiração. Todas as criaturas vivas precisam de oxigênio para sobreviver, e como as florestas desempenham um papel importante em disponibilizá-lo, protegê-las é muito importante.

2. As árvores produzem água
As árvores são uma parte integral do ciclo da água. Pesquisas apontam que 75% da água doce do planeta se origina das florestas. As árvores prosseguem com o ciclo da água através do processo chamado de evapotranspiração.

Em suma, elas absorvem a água e a liberam no ambiente na forma de gotas, que sobem e se resfriam, formando nuvens e trazendo chuvas.

As árvores possuem uma importância inestimável para os ciclos naturais, dos quais a espécie humana também faz parte.

3. Florestas ajudam a reduzir os riscos de enchentes
As florestas oferecem uma imensa cobertura do solo, reduzindo a velocidade da água da chuva. Ao mesmo tempo, também absorve o excesso d’água. Por isso, as florestas podem ajudar a reduzir os riscos de enchentes, pois elas diminuem a velocidade do fluxo d’água que escorre pelas colinas e montanhas em direção aos rios, sendo essa uma das razões para parar com o desmatamento.

4. As árvores são reguladoras do clima
As árvores podem ser consideradas como os ventiladores natural do planeta. Elas ventilam o ambiente e os arredores de uma forma que contribui para a regulação das temperaturas globais. Também agem como isolantes ao absorver e refletir parte do calor emitido pelo Sol, reduzindo o calor e o efeito da radiação solar.

5. As florestas ajudam a combater as mudanças climáticas
As florestas são muito importantes no combate às mudanças climáticas, sendo essa outra das razões para parar com o desmatamento. Elas armazenam em torno de 2,8 bilhões de toneladas de carbono ao ano. Quando desmatadas, o carbono é liberado de volta ao meio ambiente, e sobram menos recursos para absorver o gás do efeito estufa.

6. As florestas protegem a biodiversidade
Cerca de 80% de todas as espécies de plantas e animais vive nas florestas. O desmatamento e o dano ao habitat natural é o principal contribuidor à extinção de inúmeras espécies em todo o planeta.

7. Florestas tropicais são ótimas fontes medicinais
A maior parte dos produtos farmacêuticos são retirados de florestas tropicais. Foi relatado que a vida animal e vegetal das florestas abriga 1/4 dos remédios do planeta. 70% de 3000 plantas com ingredientes inibidores do câncer se encontram em florestas tropicais.

8. Interromper o desmatamento tem um bom custo-benefício
Depois de muitas análises, especialistas e analistas ambientais concluíram que a forma mais barata de combater as mudanças climáticas e reduzir a emissão dos gases de efeito estufa é parar com o desmatamento. Os analistas demonstram que essa redução é bem mais barata comparada com a redução da combustão de combustíveis fósseis.

9. As florestas possuem uma função econômica
Diversas funções econômicas se atribuem às florestas. Elas fornecem alimentos, óleos, borracha, ervas, remédios, assim como ecoturismo. A lista é contínua, e uma das razões para parar com o desmatamento é reconhecer a importância econômica da vida natural.

10. O desmatamento aumenta o conflito social em comunidades florestais
O desmatamento sem a aprovação das comunidades locais pode originar conflitos sociais e violência. Essas comunidades dependem da floresta para sobreviver, e desmatá-las sem seu conhecimento ou consentimento pode trazer ataques em retaliação, algo comum no Brasil e no Sudeste Asiático.

Além disso, as florestas também fornecem heranças culturais insubstituíveis. Algumas delas sequer foram encontradas, e muitas não estão presentes em outros habitats. Há milhões de povos indígenas que mantiveram seus estilos tradicionais e configurações sociais. Uma das razões para parar com o desmatamento é preservar essas culturas — e até descobrir novas.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

Amazônia e Pampa lideram queimadas de janeiro a julho de 2022

O Brasil queima no Norte e no Sul de seu território. Dados do MapBiomas mostram que 2.932.972 hectares foram consumidos por queimadas nos primeiros sete meses do ano. Embora maior que o estado de Alagoas, essa área é 2% menor do que a que foi consumida pelo fogo no ano passado.

Na Amazônia e no Pampa, no entanto, a situação é diferente: esses são os únicos biomas com aumento na área afetada pelo fogo. Na Amazônia o fogo atingiu uma área de 1.479.739 hectares, enquanto que no Pampa foram 28.610 hectares queimados entre janeiro e julho de 2022. Nesse período, foi registrado um aumento de 7% (ou mais de 107 mil hectares) na Amazônia e de 3372% no Pampa (27.780 ha).

Esses dados fazem parte da nova versão do Monitor do Fogo, que o MapBiomas lança nesta quinta-feira, 18 de agosto, em sua plataforma.

Esta versão usa imagens do satélite europeu Sentinel 2, que tem duas importantes características para esse tipo de mapeamento: ele passa a cada cinco dias sobre o mesmo ponto, aumentando a possibilidade de observação de queimadas e incêndios florestais; além disso, tem resolução espacial de 10 metros.

Isso acrescenta cerca de 20% a mais na área queimada em relação aos dados do Mapbiomas Fogo coleção 1, que traz o histórico de fogo anualmente desde 1985. Também permite que a partir de agora os dados sejam divulgados mensalmente.

Monitor do Fogo
O Monitor do Fogo do MapBiomas difere e complementa o monitoramento do INPE porque avalia as cicatrizes do fogo, e não os focos de calor. O motivo é simples: dados de focos de calor representam a ocorrência de fogo (e potencialmente contribuem para seu combate) mas não permitem avaliar a área queimada.

O Monitor de Fogo, por sua vez, revela em tempo quase real (diferença de um mês) a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição que é apontada pelos focos de calor da plataforma do INPE.

“Este produto é o único nessa frequência e resolução a fornecer esses dados mensalmente, o que facilitará muito a prevenção e combate aos incêndios, indicando áreas onde o fogo tem se adensado”, explica Ane Alencar, coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas. “Além do poder público, é uma ferramenta de grande utilidade para a iniciativa privada, como o setor de seguros, por exemplo”, completa.

Fogo em 2022
Os dados dos sete primeiros meses de 2022 mostram que três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, sendo a maioria em campos naturais. Porém, um quinto de tudo que foi queimado no período foi em florestas. Metade das cicatrizes deixadas pelo fogo localizam-se no bioma Amazônia, onde 16% da área queimada corresponderam a incêndios florestais, ou seja, áreas de floresta que não deveriam queimar.

O Mato Grosso foi o estado que mais queimou nos sete primeiros meses de 2022 (771.827 hectares), seguido por Tocantins (593.888 hectares) e Roraima (529.404 hectares). Esses três estados representaram 64% da área queimada afetada no período.

No Cerrado, a área queimada entre janeiro e julho de 2022 (1.250.373 hectares) foi 9% menor que no mesmo período do ano passado, porém 5% acima do registrado em 2019 e 39% maior que em 2020. O mesmo padrão foi identificado na Mata Atlântica, onde houve uma queda de 16% em relação a 2021 (ou 14.281 hectares), porém um crescimento de 11% em relação a 2019 e 8% na comparação com 2020.

O Pantanal, por sua vez, apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos (75.999 hectares), com 19% de redução de 2022 para 2021 em relação a área queimada de janeiro a julho

Dentre os tipos de uso agropecuário das áreas afetadas pelo fogo, as pastagens se destacaram com 14% da área queimada nos sete primeiros meses de 2022.

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*Fonte: ciclovivo

Estamos perdendo nossos habitats marinhos — e agora?

O ser humano utiliza da natureza para o seu desenvolvimento. Isso é natural, ocorre desde sempre, e é necessário. No entanto, a exploração não significa necessariamente a degradação da natureza. Por essa confusão, estamos, rapidamente, perdendo nossos habitats marinhos.

A exploração da natureza é necessária para nosso desenvolvimento, até porque embora nos distanciemos dela ao citar “a natureza”, ainda fazemos parte dela. Somos animais e estamos na natureza, muito embora tenhamos a degradado para construir cidades. A natureza nos fornece os materiais e a energia para o desenvolvimento, então precisamos explorá-la de maneira sustentável.

O tamanho dos habitats marinhos
Três quartos da superfície da Terra são cobertos por água. Dessa água, 97% são oceanos, e apenas os 3% restantes da água doce. Agora, deixe-me enunciar uma coisa assustadora: Conhecemos mais sobre o universo do que sobre o oceano. No início dos anos 2000, possuíamos um mapa mais detalhado da superfície de Vênus do que do relevo oceânico. No pós-Segunda Guerra, nos anos 1940, a exploração mais profunda do oceano não chegava nem a 1 km, e o ponto mais profundo dos oceanos está a mais de 10 km de profundidade – mais profundidade do que o monte Everest tem de altura.

A importância dos oceanos é tremenda e a biodiversidade marinha é muito maior do que a biodiversidade terrestre. Majoritariamente, as algas nos fornecem o oxigênio – as florestas consomem quase todo oxigênio que produzem.

“O oceano é uma parte integral de nossas vidas. Nós estamos vivos por conta do ar puro, da água e de outros serviços que ele oferece”, disse Ken Norris, da Sociedade de Zoologia de Londres, à World Wide Fund for Nature (WWF)

Eles são um ambiente tão complexo, que dentro dos oceanos há, ainda, outros habitats por si só. Um exemplo são os recifes de corais. Eles são como um condomínio multiespécie. Plantas, animais e microrganismos convivendo em sintonia, em um ambiente simbiótico (onde todos se ajudam). 25% da biodiversidade vive nos recifes de corais. Esses recifes de corais são um dos habitats oceânicos em maior risco.

Os problemas para os habitats marinhos
A poluição desenfreada da atmosfera é o que inicia o principal problema que aflige os oceanos e os habitats marinhos. Com a elevação nos teores de gases de efeito estufa na atmosfera, temos diversos problemas que surgem.

1. A água possui uma capacidade de absorção de gases. Portanto, o teor de gases tóxicos nas águas aumenta.

2. A elevação na temperatura atmosférica ocasiona, também, um aumento de temperatura nas águas oceânicas.

“O aquecimento dos oceanos projetado para o futuro pode modificar a densidade da água e fazer com que menos alimento chegue ao fundo, o que coloca corais dessas regiões em risco”, disse à Revista Pesquisa Fapesp o biólogo Rodrigo da Costa Portilho-Ramos.

3. A elevação de temperatura na atmosfera e nos oceanos ocasiona o derretimento de geleiras. Esse derretimento faz o nível e as temperaturas dos oceanos e elevar ainda mais.

4. O lançamento de resíduos e lixos para os oceanos contamina a sua água. Microplásticos são o principal problema da poluição oceânica.

Fibra de microplástico sob visão microscópica. Imagem: M.Danny25 / Wikimedia Commons
5. Boa parte da pesca que ocorre nos oceanos é ilegal. Por isso, há um descontrole na predação de animais marinhos, causando risco de extinção para diversas espécies marinhas, além dos transtornos que os barcos de pesca causam nos oceanos.

Soluções
As soluções para diminuir o nosso impacto nos habitats marinhos devem partir de políticas públicas — não necessariamente governamentais. Falo da união das iniciativas públicas e privadas de todo o planeta. Há diversos acordos ambientais fechados junto à ONU, e assinados por quase todos os países do mundo. Mas estes devem ser cumpridos.

A maior valorização de acordos climáticos e a visão de que o desenvolvimento sustentável não só são possíveis, como são melhores e mais lucrativos devem ser mais presentes. É mais barato prevenir do que trabalhar na recuperação de habitats destruídos.

Tudo deve partir da educação. Mudar a base.

Em um futuro não muito distante, é importante que a pesca e caça nos oceanos seja toda regulada. É importante que sejam bruscamente diminuídas, com uma tendência para zero, as pegadas e carbono e outros diversos tipos de poluição presentes no mundo. Só assim salvaremos os habitats marinhos, tão importantes para a preservação da vida no planeta Terra.

*Por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica

Mar Mediterrâneo mais quente e a perda de biodiversidade

Mar Mediterrâneo mais quente significa perda irreversível para a vida marinha

No dia Mundial dos Oceanos de 2021 o WWF mostrou como as alterações climáticas já transformaram – de forma irreversível – alguns dos mais importantes ecossistemas marinhos do Mediterrâneo. Com as temperaturas subindo 20% mais rápido do que a média global, diz o WWF, o aumento do nível do mar deve ultrapassar um metro até 2100. Desse modo, o Mediterrâneo está se tornando o mar de aquecimento mais rápido, além do mais salgado do planeta.

O drama do Mediterrâneo
Antes de mais nada, trata-se de um mar quase completamente fechado. O Estreito de Gibraltar, ligando-o ao Atlântico, tem apenas 14 km de extensão. Em outras palavras, tudo que acontece no Mediterrâneo é naturalmente em escala maior que nos outros oceanos e mares europeus. Por este motivo o Mediterrâneo já é considerado o mais poluído da Europa.

Olivia Gérigny, pesquisadora do Instituto Francês de Exploração do Mar (Ifremer), autora do estudo de 20 anos sobre poluição no Mediterrâneo foi categórica: “Na década de 1990, havia cerca de 100 resíduos por quilômetro quadrado. Em 2012, o número havia subido para cerca de 200. Por último, em 2015 atingiu seu pico com cerca de 300 resíduos por quilômetro quadrado.”

Recorde de 30,7°C no final de julho
Enquanto isso, segundo o http://www.france24.com, ‘A temperatura da superfície do Mar Mediterrâneo atingiu um recorde de 30,7°C no final de julho. As ondas de calor estão se tornando cada vez mais comuns com consequências dramáticas para a biodiversidade’.

“É inédito”, disse o pesquisador Jean-Pierre Gattuso. A temperatura do Mediterrâneo é geralmente entre 21° e 24°C nesta época do ano.

O http://www.france24.com também ouviu igualmente a oceanógrafa Carole Saout-Grit, do instituto de pesquisa CNRS de Paris. ‘Quando falamos de aquecimento global, temos que lembrar que 90% do calor desde a era pré-industrial tem sido absorvido pelo oceano.’

Esta mudança súbita não dá tempo aos ecossistemas, assim como à vida marinha, de se adaptarem. Segundo o Guardian, ‘Os cientistas descobriram que as ondas de calor marinhas no Mediterrâneo entre 2015 e 2019 causaram mortes em massa em espécies marinhas, branqueamento de corais, além de proliferação de algas nocivas’.

Durante um episódio de muito calor os seres humanos sentem desconforto, então buscam se refrescar. Contudo, se as temperaturas forem quentes demais, podem morrer. Do mesmo modo acontece com criaturas que vivem debaixo d’água.

Mediterrâneo um “hotspot” de biodiversidade
Com menos de 1% da superfície dos oceanos, o Mediterrâneo abriga cerca de 10% de todas as espécies marinhas. No entanto, o ecossistema está ameaçado pelo aquecimento das águas, que se soma a pressões humanas pré-existentes, como pesca predatória, poluição ou o excesso do transporte marítimo.

Corais, diminuição entre 80 a 90%
Simultaneamente, o phys.org destacou um estudo liderado por equipes do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade (IRBio) da Universidade de Barcelona revelando que as ondas de calor marinhas associadas à crise climática estão aniquilando as populações de coral no Mediterrâneo, cuja biomassa em alguns casos foi reduzida em 80 a 90%.

Populações de corais quase extintas depois da primeira onda de calor marinha
O mesmo estudo destacou que a onda de calor de 2003 na área marinha protegida de Scandola (Corsega) mostrou que, 15 anos após o evento, as populações sobretudo da gorgônia vermelha (Paramuricea clavata) e coral vermelho (Corallium rubrum) estão praticamente extintas do ponto de vista funcional.

Por último, ‘Como esperamos que o número e a intensidade das ondas de calor marinhas aumentem nas próximas décadas devido à crise climática, a viabilidade de muitas populações de corais pode ser seriamente ameaçada’.

*Por João Lara Mesquita
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*Fonte: marsemfim

Estudo mostra que a Terra perdeu 60% de área florestal desde 1960

Em 59 anos, a área florestal global per capita caiu de 1,4 hectares para apenas 0,5 hectares por pessoa

A perda de áreas florestais em todo o mundo foi o tema de um novo estudo, publicado na Environmental Research Letters. Infelizmente, os dados são alarmantes, como a diminuição da área florestal global per capita de 1,4 hectares para apenas 0,5 hectares por pessoa, entre os anos de em 1960 e 2019 – um declínio de 60%.

A pesquisa liderada por Ronald Estoque do Centro de Biodiversidade e Mudanças Climáticas, Instituto de Pesquisa de Produtos Florestais e Florestais (FFPRI) encontrou um declínio total da floresta em 81,7 milhões de hectares, desde 1960.

De acordo com o estudo, a perda total de floresta bruta no período (1960 a 2019) atingiu 437,3 milhões de hectares, o que superou o ganho total bruto de floresta de 355,6 milhões de hectares durante o mesmo período.

Essa perda florestal combinada com uma população crescente de cerca de 3 bilhões de pessoas em 1960 para 7,7 bilhões de pessoas em 2019 levou a uma diminuição de 60% na área florestal per capita.

Brasil política crise climática

Os pesquisadores afirmam que esta escala na diminuição de área de floresta per capita vai afetar milhões de pessoas. “A contínua perda e degradação das florestas afetam a integridade dos ecossistemas florestais, reduzindo sua capacidade de gerar e fornecer serviços essenciais e sustentar a biodiversidade”, disseram os autores do estudo, conforme relatado pela IOP Publishing.

Ainda segundo os cientistas, este cenário impacta a vida de pelo menos 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo, predominantemente em países em desenvolvimento, que dependem das florestas para diversos fins.

As florestas cobrem atualmente quase um terço do planeta e são essenciais para a biodiversidade. Globalmente, as florestas abrigam mais de 60 mil espécies de árvores e fornecem habitat para cerca de 80% de todas as espécies de anfíbios, 75% das espécies de aves e 68% das espécies de mamíferos, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente .

O fim das florestas ou a sua fragmentação dignificam uma grave ameaça para estas espécies. Existem inclusive espécies desconhecidas que podem ser extintas antes mesmo de serem estudadas.

Espécie perigosa
Os seres humanos alteraram quase 75% da superfície da Terra, o que inclui as florestas, o que, além de ameaçar a biodiversidade, torna ainda mais difícil o combate às mudanças climáticas.

As florestas são fundamentais para o equilíbrio da vida na Terra, incluindo a vida humana. É importante lembrar ainda que o desmatamento e outras formas de degradação de ecossistemas estão relacionados ao aumento de casos de doenças zoonóticas e podem provocar outras pandemias no futuro.

Causas do desmatamento
A principal causa do desmatamento é a agropecuária. Muitos casos de desmatamento ilegal estão ligados a terras que são devastadas para o cultivo de monoculturas ou para a criação de gado. Mais monitoramento, preservação e reflorestamento globalmente são necessários para manter as terras florestadas e evitar grandes perdas de biodiversidade.

“Hoje, o monitoramento das florestas do mundo é parte integrante de várias iniciativas ambientais e sociais globais, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Acordo Climático de Paris e o Quadro Global de Biodiversidade Pós-2020”, disseram os autores.

“Para ajudar a alcançar os objetivos dessas iniciativas, há uma profunda necessidade de reverter, ou pelo menos achatar, a curva global de perda líquida de florestas, conservando as florestas remanescentes do mundo e restaurando e reabilitando paisagens florestais degradadas”, conclui o estudo.

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*Fonte: ciclovivo

Plataforma flutuante gera energia através da movimentação das ondas

Desenvolvida na Austrália, a plataforma gera energia com o movimento das ondas superou as expectativas.

A empresa australiana de energia limpa, Wave Swell Energy, desenvolveu um equipamento capaz de capturar a energia das ondas. Batizado de UniWave 200, a plataforma instalada em uma ilha isolada na Tasmânia tem se mostrado extremamente eficiente, gerando muito mais energia das ondas do mar do que outras tecnologias semelhantes.

O UniWave 200 é um equipamento que, como uma balsa flutuante, pode ser rebocado para o destino desejado em qualquer lugar do oceano. Uma vez instalado, o dispositivo pode ser conectado à rede local, onde distribui a eletricidade gerada.

A empresa construiu uma plataforma de teste que gera 20 quilowatts na Ilha King, uma ilha isolada da Tasmânia. A plataforma resistiu com sucesso às ondas ferozes do Estreito de Bass e fornece energia continuamente à rede da ilha nos últimos 12 meses.

Plataforma flutuante gera energia através da movimentação das ondas
O equipamento UniWave 200 na ilha King, costa da Tasmânia, Austrália | Foto: Wave Swell
Embora muitos dispositivos tenham sido desenvolvidos anteriormente para aproveitar a energia das ondas, o UniWave 200 opera de maneira diferente e mais eficiente. A tecnologia de “coluna de água oscilante” (OWC), que a empresa comparou a um “espiráculo artificial”, funciona usando ondas para produzir ar de alta pressão, que é convertido em eletricidade por uma turbina.

Espiráculo ou gêiser marinhos acontecem quando existem cavernas subterrâneas que sobem em direção à superfície. Com o movimento da maré, a água é espirrada para fora com muita pressão, criando um grande spray de água. Quando a maré baixa, o ar é sugado de volta para o orifício com muita força.

O UniWave 200 usa uma metodologia semelhante, o volume da maré entra por uma câmara de concreto especialmente construída através de um canal. Quando a maré recua, cria um enorme vácuo que suga o ar para dentro, fazendo a turbina se movimentar.

Superando as expectativas
O projeto marca a primeira demonstração da tecnologia no mundo real, após extensos testes em uma ampla gama de condições simuladas no Australian Maritime College em Launceston, Tasmania.

“Em alguns casos, o desempenho de nossa tecnologia no oceano superou as expectativas devido às lições que aprendemos com o projeto, melhorias tecnológicas e refinamentos que fizemos ao longo do ano.” disse o CEO da WSE, Paul Geason, em um comunicado à imprensa.

O cofundador e CEO da WSE, Tom Denniss, disse à RenewEconomy que a empresa estava particularmente empolgada com o potencial da última aplicação da tecnologia, como uma solução climática para nações insulares que buscam reduzir o uso de combustível fóssil e se preparar contra elevação do nível do mar e erosão costeira que está sendo acelerada por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

Projeção de como a tecnologia poderia ser utilizada para proteger áreas costeiras | Imagens: Wave Swell
“Lugares como as Maldivas… são muito vulneráveis e, eventualmente, nas próximas décadas, provavelmente precisarão de muros marítimos construídos em cada metro de cada ilha. Por que não torná-los um quebra-mar ou paredão de produção de energia e obter benefícios duplos”, disse Denniss à RenewEconomy.

“Já estamos discutindo com dois grupos diferentes em outras partes do mundo [sobre essa aplicação do Uniwave] porque eles também podem ver o benefício nisso.”

*Por Mayra Rosa
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*Fonte: ciclovivo

Infraestrutura natural reduz efeitos de mudanças climáticas nas cidades

O crescimento e adensamento populacional tem se mostrado um fenômeno irreversível no mundo todo. O último relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre a população global projetou que, em 2100, a quantidade de pessoas no planeta pode chegar a 10,9 bilhões, levantando preocupações quanto à pressão sobre as cidades, em especial em áreas sensíveis como o acesso à água.

Uma das alternativas que têm avançado nos últimos anos para ajudar a enfrentar o problema é a chamada infraestrutura natural, que consiste na incorporação de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para resolver questões relacionadas à segurança hídrica e à resiliência.

Por meio da implantação de áreas verdes em pontos estratégicos das cidades, cria-se um sistema natural capaz de absorver a água da chuva, filtrar sedimentos do solo e reduzir custos com saneamento e saúde pública.

O projeto de telhado verde mais conhecido de Blumenau está situado na sede da Cia. Hering e foi idealizado por Burle Marx, um dos principais paisagistas que já atuaram no país.

“Muitas cidades estão pensando em seus sistemas de drenagem porque as tubulações que existem hoje, feitas décadas atrás, não dão conta de escoar o volume atual de água durante grandes tempestades, que acaba provocando enchentes e invadindo edificações. Isso é especialmente importante num cenário de crise climática, em que as chuvas estão cada vez mais intensas e concentradas em curtos períodos, criando uma sobrecarga sobre esses sistemas”, explica o gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, André Ferretti.

“ADOTAR ESTRATÉGIAS QUE USAM A PROTEÇÃO DA NATUREZA COMO SOLUÇÃO ELEVA OS MUNICÍPIOS AO QUE CHAMAMOS DE CIDADES BASEADAS NA NATUREZA.”

A aplicação prática da infraestrutura natural acontece por meio de soluções como jardins de infiltração, parques e telhados verdes, que juntos podem reduzir a quantidade de água que chega aos sistemas de drenagem, gerando ao mesmo tempo benefícios socioeconômicos.

Saúde e economia
“Ao absorverem a água da chuva e diminuírem sua velocidade de escoamento até chegarem às tubulações, essas áreas verdes, com solo altamente permeável, ajudam a prevenir a ocorrência de enchentes e alagamentos, o que evita muitos prejuízos. Esses espaços também servem como áreas de lazer e bem-estar para a população.”

Um estudo do World Resources Institute (WRI Brasil), publicado em 2018 em parceria com diversas entidades, mostrou que o aumento da cobertura florestal em 8% no Sistema Cantareira, na capital paulista, poderia reduzir em 36% a sedimentação.

“Ao impedir que mais sedimentos cheguem aos rios e, consequentemente, às estações de tratamento, a infraestrutura verde também alivia os cofres públicos, reduzindo o custo de tratamento da água que abastece as cidades”, completa André.

Para se ter uma ideia do impacto que isso pode gerar, a Estação de Tratamento de Água do Guandu, a maior do mundo, que fica no Rio de Janeiro, gasta 140 toneladas de sulfato de alumínio, 30 toneladas de cloreto férrico e mais 25 toneladas de cal diariamente para retirar impurezas da água que abastece a Região Metropolitana do Rio.

Ferretti cita ainda o exemplo do movimento Viva Água, que reúne diversos atores para proteger e recuperar ecossistemas naturais e incentivar o empreendedorismo com impacto socioambiental positivo na Bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais (PR), minimizando a sedimentação do rio e contribuindo com a segurança hídrica da região.

Entre as principais ações de urbanismo que as grandes cidades estão colocando em prática estão os jardins de infiltração. Também conhecidos como jardins de chuva, são espaços ao longo do território urbano que servem como esponjas, ajudando na absorção da água.

Além do aspecto funcional, contribuem para a valorização do espaço público e das propriedades em seu entorno. O ideal é que sejam instalados em partes mais baixas do terreno, que tendem a ser mais impactados por fortes chuvas.

Opção já bastante conhecida, mas com aplicação ainda pouco disseminada, é o telhado verde. Esse tipo de recurso auxilia na regulação microclimática das edificações e ajuda a acumular a água da chuva, sobretudo quando usado em conjunto com cisternas.

“Essa água pode ser usada para a limpeza das áreas comuns, reduzindo o consumo de água potável. Isso é ainda mais importante nos períodos de seca”, diz Ferretti.

Outra aplicação da infraestrutura natural acontece por meio dos parques e áreas verdes em geral, que além dos benefícios similares de filtragem de sedimentos e retenção de água, geram impacto positivo sobre a saúde e o bem-estar das pessoas, à medida que se tornam espaços de lazer e relaxamento para a população e atuam na redução da poluição sonora e atmosférica.

Além disso, as árvores também reduzem a velocidade de escoamento da água, impedindo que o sistema de drenagem se sobrecarregue rapidamente.

Políticas públicas
“Evitar alagamentos é igual reduzir grandes despesas, desde o tratamento da água até o sistema de saúde. Em um cenário de mudanças climáticas, com chuvas intensas seguidas por longos períodos de estiagem, ter controle sobre a disponibilidade da água é uma questão de sobrevivência”, afirma o gerente da Fundação Grupo Boticário.

De acordo com o DataSUS, em 2018, foram registradas mais de 230 mil internações por doença de veiculação hídrica, provocadas principalmente por falta de saneamento básico ou pelo contato com água suja em enchentes. Entre as doenças estão diarreia, leptospirose e hepatite A. Os gastos com internações com estas enfermidades no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a R$ 90 milhões no mesmo ano, segundo o Painel Saneamento Brasil, do Instituto Trata Brasil.

“O PODER PÚBLICO PRECISA PERCEBER QUE ISSO TEM VALOR. E AGORA, NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, O ELEITOR PODE AVALIAR E COBRAR DOS CANDIDATOS ESSE TIPO DE COMPROMISSO”, FINALIZA ANDRÉ.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Chegamos ao Dia da Sobrecarga da Terra

Uma conta que não fecha: no dia 28 de julho já consumimos os recursos naturais renováveis que deveríamos usar em 2022

“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância”. Esta afirmação de Mahatma Gandhi faz muito sentido, principalmente no dia de hoje. Hoje, 28 de julho de 2022, chegamos ao Dia da Sobrecarga da Terra – uma data criada para nos lembrar dos recursos naturais que temos no planeta e do uso que estamos fazendo deles.

Desde 1970, Global Footprint Network calcula o momento em que o nosso consumo anual de serviços e recursos naturais ultrapassa o que a Terra pode regenerar naquele mesmo ano. Em 2021, esta data chegou em 29 de julho. Em 2022, no dia 28 de julho, o que mostra que novamente entramos “no cheque especial” do planeta um pouco depois da metade do ano.

Como já consumimos todos os recursos naturais que deveríamos consumir até o último dia de 2022, a partir de hoje estamos usando aquilo que já não pode ser regenerado. Para piorar, além de consumir mais recursos e serviços naturais do que o planeta é capaz de suprir, devolvemos para o lugar onde vivemos poluição na forma de resíduos, gases de efeito estufa numa quantidade muito maior do que a que pode ser absorvida.

Como é feito o cálculo?
Para calcular o Dia da Sobrecarga da Terra a Global Footprint Network divide a biocapacidade do planeta (a quantidade de recursos que a Terra é capaz de regenerar por ano) pela pegada ecológica da humanidade (nossa demanda de recursos naturais por ano) e multiplica o valor por 365 (número de dias em um ano), chegando a um resultado que vem piorando desde 1971, quando começou a contagem — na época, a data caiu em 25 de dezembro.

A situação é ruim e vem piorando ano a ano, com o Dia da Sobrecarga da Terra chegando cada vez mais cedo. A única vez em que houve um retrocesso foi em 2020, quando a pandemia desacelerou a economia e a data recuou 3 semanas e chegou em 22 de agosto.

Existem pequenos “vitórias” em relação à 2022. A primeira é que a antecipação de apenas um dia em relação ao ano anterior pode ser considerada mais lenta do que em anos anteriores quando o Dia da Sobrecarga da Terra se antecipou em até 10 dias. Esta desaceleração tem a ver com um crescimento de 0,4% da biocapacidade do planeta e ao fato de que a economia mundial ainda não se recuperou.

Ou seja, não temos muito o que comemorar, mas sim pensar em como podemos reverter uma conta “simples”: para manter nosso padrão de vida, precisaríamos de 1,75 planeta. Como não temos mais de um planeta, é preciso repensar e mudar a maneira como vivemos na Terra.

Voltamos ao que disse Gandhi: a natureza é capaz de dar tudo o que precisamos ara viver, mas não pode mais alimentar uma ganância sem limites. E quando pensamos na quantidade de pessoas que sobrevivem sem acesso ao que deveria ser um direito universal, como alimentação e água potável, vemos que a ganância humana gera uma dívida ambiental que está sendo deixada para as próximas gerações e também uma desigualdade desumana.

O que podemos fazer?
“Ainda que a antecipação em ‘apenas’ um dia possa ser vista de forma positiva, precisamos entender que há muito a ser feito. É urgente a necessidade de novos modelos de produção e de consumo para reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa e a demanda por recursos naturais para conseguirmos ‘jogar’ o Dia da Sobrecarga da Terra para mais adiante”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, que trabalha com a sensibilização e a mobilização para o consumo consciente

A mudança precisa ser proporcional ao tamanho do impacto que a humanidade está provocando no planeta – ou seja, enorme! Além das ações individuais, é necessário cobrar de empresas e governos um rumo diferente. Se as ações individuais podem fazer a diferença, decisões de quem nos governa e de quem produz em grande quantidade têm um impacto fundamental.

Individualmente podemos votar em pessoas e partidos que nos representem e estejam comprometidos com um desenvolvimento sustentável, em que a preservação do meio ambiente seja prioridade. Podemos também escolher produtos e marcas responsáveis, que tenham compromisso com uma produção ambientalmente e socialmente correta, além de darem o destino adequado à poluição que gera, antes, durante e depois da geração de seus produtos.

Faça a sua parte!
A boa notícia é que também podemos contribuir para adiar o dia da Sobrecarga da Terra. Todos os anos o Instituto Akatu traz algumas dicas, com escolhas e atitudes que estão ao nosso alcance. Estas são as orientações

Proteja as florestas tropicais
Restaurar e proteger as florestas tropicais, como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, pode atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 7 dias. Denuncie queimadas e desmatamento, apoie instituições que protegem o meio ambiente e têm projetos de reflorestamento e priorize empresas comprometidas com a defesa da biodiversidade e com a preservação da natureza.

Combata o desperdício de alimentos
Cortar o desperdício de alimentos pela metade em todo o mundo traria um alívio de 13 dias na conta da Sobrecarga da Terra. Dê o exemplo em casa: prepare só a quantidade necessária de alimento, faça o uso integral de frutas, legumes e vegetais, congele o que sobrou para comer no dia seguinte ou reutilize as sobras criando novas receitas.

Diminua o consumo de carne
Uma redução de 50% no consumo global de carne, substituindo essas calorias por uma dieta vegetariana, é capaz de mudar o Dia da Sobrecarga da Terra em 17 dias. Comece reduzindo o consumo de carne aos poucos, encontrando alternativas como proteínas vegetais (soja, grão-de-bico, tofu, quinoa, lentilha e outras).

Economize e reutilize a água
As tecnologias comerciais já existentes para edifícios, processos industriais e produção de eletricidade podem atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 21 dias. Verifique vazamentos, feche a torneira e evite o desperdício de água nas atividades do dia a dia, como ao lavar a louça, escovar os dentes e tomar banho. Se possível, reutilize a água da máquina de lavar para limpar o chão e a calçada.

Prefira casas inteligentes e sustentáveis
A popularização de casas inteligentes e sustentáveis, que utilizam tecnologias, processos industriais e produção de eletricidade já existentes, pode atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 21 dias. Na hora de morar ou construir, por exemplo, evite o desperdício de materiais e prefira ambientes com boa iluminação natural, buscando sempre uma eficiência no consumo de água, energia e materiais.

Priorize fontes renováveis de energia
Estima-se que a geração de 75% da eletricidade a partir de fontes de baixo carbono, acima dos 39% atuais, atrasaria o Dia de Sobrecarga da Terra em 26 dias. Se possível, utilize a geração de energia solar ou dê preferência a empresas que usem ou estimulem o uso de fontes de energia renováveis.

Quer saber qual a sua pegada ecológica? No site Footprint Calculator é possível calcular quantos planetas seriam necessários se todos no mundo vivessem como você.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Como os animais sabem quem são seus predadores?

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A natureza é um mundo selvagem onde todos os dias diversas espécies precisam batalhar por suas chances de sobrevivência. Isso quer dizer que, enquanto predadores precisam de técnicas mirabolantes para capturar suas vítimas, as presas precisam encontrar maneiras de fugir dessas ameaças.

Porém, como é que um animal consegue identificar quem são seus predadores e entender que ele representa um risco? Em termos gerais, as espécies de presas podem identificar seus inimigos com base numa mistura de instinto e experiência. Entenda mais sobre como essas interações acontecem nos próximos parágrafos!

Questão de instinto

Para conseguir escapar da morte iminente, muitas espécies dependem de algumas pistas sensoriais para saber que um predador está por perto. E o que isso significa? Esses sinais são divididos em quatro grandes categorias: pistas visuais, táteis, auditivas e químicas. Algumas criaturas podem apresentar comportamentos de mais de uma categoria ao mesmo tempo, mas tendem a se basear em um predominante.

Normalmente, diferentes tipos de presa conseguem reagir a um objeto próximo por conta de sua visão — identificando movimentos súbitos e entendo eles como uma ameaça. Algumas aranhas e lagartos, por sua vez, conseguem sentir as vibrações dos passos de um predador que esteja por perto.

Os caracóis aquáticos, principalmente as lapas antárticas, podem distinguir o toque e assinatura química de uma estrela-do-mar predadora em qualquer pequeno resquício. Porém, as pistas não dependem só dos predadores. Muitas espécies são programadas para receber o alarme de outras presas ameaçadas, criando um comportamento de proteção em grupo para aumentar as chances de sobrevivência.

Distinguindo ameaças

Para alguns animais, entretanto, é preciso um pouco mais de prática para reconhecer um predador. Principalmente entre espécies que não costumam compartilhar espaço com um grande carnívoro, identificá-lo como uma ameaça torna-se mais difícil e é comum que essas presas não temam seus inimigos tanto assim.

Quando os lobos foram reintroduzidos ao Parque Nacional Grand Teton, nos Estados Unidos, em 1998, os alces da região demoraram para aprender que isso era uma ameaça — achando que o animal poderia ser simplesmente um coiote maior. Foi preciso uma grande quantia de mortes até que o comportamento da espécie mudasse por completo e eles entendessem o que estava acontecendo.

Espécies presas em locais sem predadores demonstram comportamento menos vigilante e menor probabilidade de se mudar para um lugar diferente para se defender. Portanto, esses instintos só se tornam realmente mais aguçados quando a situação mostra que é necessário.

Esse é um problema que faz com que espécies invasoras consigam tomar conta de um território rápido demais, uma vez que os outros animais do ecossistema não estão preparados para tal perigo. As relações predador-presa são complicadas, especialmente quando envolve atividade humana no meio, mas a natureza parece se moldar às condições que surgem com o tempo.

*Por Pedro Freitas
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*Fonte: megacurioso

Ursos polares estão comendo mais lixo por causa das altas temperaturas

Aquecimento do Ártico e derretimento do gelo marinho faz os animais passarem fome e encontrarem outras maneiras de se alimentar em lixões

O aquecimento do Ártico continua a causar efeitos desastrosos para a vida selvagem da região, principalmente para os ursos polares. Atualmente, em vez de caçar focas no gelo marinho, os animais passam mais tempo jejuando ou vasculhando lixões, que aparecem com o aumento da atividade humana no norte.

A denúncia é de um artigo publicado na revista Oryx no dia 20 de julho, que compartilha histórias de seis comunidades no Ártico que tiveram interações negativas entre humanos e ursos polares no Canadá, Rússia, Alasca e Noruega. “É surpreendente quantos lugares que nunca tiveram problemas com ursos polares agora estão tendo problemas emergentes”, disse o Andrew Derocher, biólogo da Universidade de Alberta, em entrevista à Reuters.

Para os ursos pretos e marrons, que tiveram seus habitats ocupados por humanos há muito tempo, essa é uma situação normal, sendo comum ver vídeos dos bichanos invadindo casas e carros em busca de lanches. Os autores do artigo afirmam que essa é a primeira análise ampla do problema entre os ursos polares.

O Oceano Ártico está aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do mundo e, como resultado, o gelo marinho do Ártico está derretendo mais cedo a cada primavera e se formando mais tarde a cada outono. Com menos gelo marinho, os ursos não têm como caçar, passam mais fome e acabam ficando mais tempo em terra.

Os ursos vão atrás de lixões, uma tendência que é perigosa para ambos animais e humanos. Durante esse processo, os ursos também ingerem embalagens plásticas de alimentos, madeira, metal e outros materiais não comestíveis que são extremamente nocivos à saúde deles.

Os pesquisadores relatam ainda que, com outros tipos de ursos, quando o acesso a alimentos e lixo é cortado, os animais retornam às suas estratégias naturais de alimentação. Por isso, acreditam que com os ursos polares possa acontecer o mesmo, desde que as comunidades das regiões árticas se mobilizem para resolver o problema.

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*Fonte: revistagalileu

Os 10 rios mais poluídos do Brasil

Os rios mais poluídos do Brasil são reservatórios d’água que foram contaminados com resíduos químicos, biológicos e até físicos, o que origina danos ao solo, fauna, flora e à vida humana de maneira geral. A qualidade da água é representada por um conjunto de fatores que se medem a termos químicos, físicos e biológicos. Essas características precisam se manter a certos níveis, dentro dos padrões da Origanização Mundial da Saúde estabelecidos para os valores da qualidade da água.

Os rios contêm tanto poluentes orgânicos quanto inorgânicos. Pesticidas e fertilizantes escorrem dos pátios residenciais para os rios. Os poluentes biológicos, tais como resíduos de animais domésticos, sedimentos e resíduos agrícolas também são encontrados em águas poluídas de rios. Nitratos e fosfatos também são contaminantes comuns encontrados nos rios mais poluídos do Brasil. Os resíduos industriais, devido à falta de fiscalização, também são grandes componentes da destruição dos nossos rios.
Problemas de saúde associados à poluição dos rios
Os problemas de saúde podem ser causados pela exposição a algas tóxicas de várias maneiras diferentes. Nadar em água contaminada, lavar as mãos nela ou bebê-la pode causar problemas de saúde leves a graves. Alguns dos problemas mais comuns são problemas estomacais, problemas hepáticos, problemas neurológicos, erupções cutâneas e problemas respiratórios.

Os rios mais poluídos do Brasil
Os rios listados abaixo já estão poluídos e espera-se que a lista cresça à medida que as leis e a fiscalização minimizem práticas ilícitas realizadas por empresas e grandes corporações, que ignoram as preocupações e as leis ambientais. O ecossistema continuará a degenerar nestas áreas fluviais até que sejam tomadas medidas como: melhorar o saneamento básico das cidades; aumentar a limpeza dos rios; proibir e fiscalizar a liberação de mais lixos e toxinas neles.

A lista a seguir foi formulada a partir dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE.

1. Rio Tietê, São Paulo
Rio Tietê, São PauloO Rio Tietê tem 1.135 km de extensão, e passa pelo estado de São Paulo de leste a oeste. Na capital, o rio corre de maneira adjacente à Marginal Tietê, por onde dois milhões de carros passam ao dia. É uma área economicamente importante, mas que chama atenção devido aos problemas ambientais em torno do rio. Projetos que visam sua limpeza foram feitos desde 1992, sem sucesso. Partes do rio são consideradas como mortas, devido à falta de oxigênio na água.

2. Rio Iguaçu, Paraná
Rio Iguaçu, ParanáO Rio Iguaçu é um rio afluente que começa no Paraná, sendo o maior rio do estado. Tem 1.320km de extensão, e compartilha uma borda com a Argentina. Na cidade de Foz do Iguaçu se encontram as maiores cachoeiras do mundo, em termos de volume d’água, as Cataratas do Iguaçu.
Em 2000, a Petrobrás vazou 4 milhões de litros de petróleo no rio, causando um grande desastre ambiental.

3. Rio Ipojuca, Pernambuco
Rio Ipojuca, PernambucoIpojuca significa “água de raízes podres”, na língua nativa tupi. O rio corre por mais de 12 municípios, que liberam grandes quantidades de poluidores industriais nele. Essa alta quantidade de detritos domésticos e industriais tornam o Ipojuca um dos rios mais poluídos do Brasil.

4. Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul

Rio dos Sinos, Rio Grande do SulO Rio dos Sinos sustenta mais de 1.3 milhão de habitantes. A maior parte da sua poluição advém da negligência humana com o lixo e esgoto, mas grande parte de resíduos industriais e irrigações agrícolas também se abastecem com o rio. Em 2006, um desastre ambiental matou pelo menos 1 milhão de peixes durante a época reprodutiva. Esse foi o maior desastre ambiental do Rio Grande do Sul nos últimos 40 anos.

5. Rio Gravataí, Rio Grande do Sul
Rio Gravataí, Rio Grande do SulO Rio Gravataí é responsável por manter o abastecimento de água, irrigação dos campos de arroz, diluição do esgoto doméstico e efluentes industriais. Tem 34km de extensão, e 1 milhão de pessoas dependem dele. Essa fonte d’água é o que impulsiona o desenvolvimento de toda a região.

6. Rio das Velhas, Minas Gerais
Rio das Velhas, Minas GeraisO Rio das Velhas foi usado historicamente na época em que o Brasil era colônia, para o transporte de ouro entre as cidades. Hoje, parte da água é usada para as estações de tratamento, enquanto o resto recebe grande parte do esgoto. A degradação ambiental, combinada com a grande quantidade de minério de ferro transformaram uma seção do rio no que é conhecido como as “águas vermelhas”, onde quase não há vida.

7. Rio Capibaribe, Pernambuco
Rio Capibaribe, PernambucoUm dos rios mais poluídos do Brasil, cujo nome vem da língua nativa tupi, e significa “rio das capivaras”. Tem 240km de extensão. A região baixa do rio foi onde se estabeleceram as primeiras lavouras de cana-de-açúcar.

8. Rio Caí, Rio Grande do Sul
Rio Caí, Rio Grande do SulSua cobertura d’água ocupa 1,79% da superfície do estado. A maior parte da poluição se origina da grande presença de indústrias na área, especialmente o ramo da metalurgia e as companhias mecânicas.

9. Rio Paraíba do Sul, estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Rio Paraíba do Sul, estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas GeraisO Rio Paraíba do Sul tem 1.120 km de extensão, e passa pela importante região do Vale do Paraíba, que é uma importante região econômica do país, responsável por grande parte do PIB nacional. Dentre os poluidores se encontram os resíduos industriais, a criação de gado e a exploração agropecuária. Há também os danos causados pela mineração de areia, que altera o curso do rio e rebaixa as matas ciliares, causando sedimentação e contribuindo para uma menor navegabilidade.

10. Rio Doce, Minas Gerais
Rio Doce, Minas GeraisO Rio Doce tem 853 km de extensão, e é um dos rios mais poluídos do Brasil. As degradações se devem às contaminações químicas oriundas das indústrias, e aos pesticidas e herbicidas usados nas fazendas, o que ameaça a saúde dos cidadãos locais.

*Por Dominic Albuquerque e Damares Alves
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*Fonte: socientifica

Os 10 países mais ecológicos do mundo

O Índice de Desempenho Ambiental (IDA) é um fator chave para indicar a vitalidade do ecossistema de um país e sua saúde ambiental, podendo assim determinar os países mais ecológicos do mundo. 23 indicadores são analisados, dentre 11 questões envolvendo qualidade do ar, saneamento e água potável, metais pesados, biodiversidade e habitat, serviços de ecossistema, pesca, mudança climática, emissores de poluição, recursos d’água, agricultura e gestão de resíduos. A lista abaixo inclui os 10 países mais ecológicos do mundo, de acordo com o IDA.

Os países mais ecológicos do mundo

10. Islândia
green1A Islândia é admirada há um bom tempo por suas políticas ambientais. Com pontuação de 62.80 no IDA de 2002, é um dos países mais ecológicos do mundo. Os setores bem desenvolvidos de energia hidro e geotérmica fornecem a energia às indústrias da nação. O país promove um estilo de vida ecológico, inclusive com ecoturismo. O governo também incentiva o desenvolvimento de produtos com tecnologia verde.

9. Suíça
green2A Suíça teve pontuação de 65.9 em 2022, descendo 6 posições do ranking de 2021, onde ocupava a terceira posição. O país tem alta pontuação em termos de recursos d’água, limpeza da água, sustentabilidade e saúde ambiental.

Itens ecológicos estão se tornando cada vez mais comuns e necessários no setor público da Suíça. Além disso, é um dos países que mais recicla no mundo. A Suíça também usa todas as formas disponíveis de energia geotérmica e solar, assim como turbinas eólicas. A energia hidrelétrica amonta cerca de 56% das fontes renováveis de energia do país.

8. Áustria
A Áustria tem pontuação de 66.5 na escala do IDA, o que a torna um dos países mais ecológicos do mundo. Uma das maneiras pelas quais mantém esse índice é a preservação contínua das condições naturais do seu meio ambiente. O país tomou vários passos significativos, inclusive integrando a preservação ambiental dentre os seus objetivos sociais e econômicos. Na Áustria, viver em harmonia com o meio ambiente é um estilo de vida. Muitos prédios em Vienna, por exemplo, são ecológicos, e as cidades são ricas em parques. Além disso, a agricultura e silvicultura do país se baseiam na sustentabilidade, e têm feito avanços nesses campos recentemente.

7. Eslovênia
Com pontuação de 67.30, a Eslovênia é um dos países mais ecológicos do mundo. Os esforços nos tempos recentes para proteger a herança natural do país é uma das principais razões pela colocação da Eslovênia no ranking. O país protege mais de 30% do seu território.

6. Luxemburgo
green4Essa pequena nação tem ótimos índices nas áreas de biodiversidade, habitat e recursos aquáticos. A pontuação total é 72.3, com um ranking de destaque na conservação da biodiversidade e no gerenciamento da acidificação. O país está modernizando o seu sistema de transporte público, como forma de aliviar o trânsito, e tem aumentado sua dependência de energias renováveis nos últimos cinco anos, dobrando sua energia solar e triplicando sua energia eólica.

5. Suécia
green5A Suécia vem em quinto lugar dentre os países mais ecológicos do mundo, com pontuação de 72.70 no IDA. A Suécia é reconhecida pelo uso de energias renováveis e pela emissão mínima de dióxido de carbono. A utilização de energia renovável ajuda a reduzir significativamente a quantidade de carbono no ar, criando um ambiente mais limpo e seguro na Suécia. Além disso, o país recebeu notas de 100% nas categorias de qualidade do ar e recursos hídricos na exposição de PM2,5. Também se saiu muito bem na proteção de áreas marinhas e na prevenção da perda de pastagens e áreas úmidas. A Suécia continua sendo um país verde porque possui um dos melhores sistemas de governança ambiental do mundo.

4. Malta
A nação insular de Malta ficou em quarto lugar no EPI de 2022 com uma pontuação de 75,20. O país obteve a primeira colocação em várias categorias avaliadas pelo EPI, especialmente biodiversidade e gestão de serviços ecossistêmicos. Também teve um bom desempenho no controle da taxa de acidificação, na redução dos poluentes que causam as mudanças climáticas e no fornecimento de água potável para seus cidadãos.

3. Finlândia
green6Com índice de 76.50, a Finlândia é o terceiro dentre os países mais ecológicos do mundo. O país recebeu as melhores pontuações em gerenciamento de perda de pastagens, controle de acidificação, tratamento de águas residuais, saneamento e provisão de água potável e várias outras áreas. A Finlândia obtém mais de 35% de sua energia de fontes renováveis, e proteger suas florestas e biodiversidade é uma das principais prioridades do país.

2. Reino Unido
O Reino Unido ficou em primeiro lugar em gestão de combustíveis sólidos domésticos, saneamento e água potável e políticas de mudanças climáticas, o que o ajudou a ficar em segundo lugar com uma pontuação de 77,70 na escala EPI. Atualmente, o Reino Unido abriga 8.879 turbinas eólicas que fornecem ao país energia sustentável e limpa. A nação tem grande dedicação em deixar o meio ambiente em melhores condições do que o encontrou. O núcleo deste compromisso é a agricultura sustentável.

1. Dinamarca
green7A Dinamarca, dentre os países mais ecológicos do mundo, ocupa o primeiro lugar, com IDA de 77.90. A Dinamarca se destaca por ter excelentes classificações nas categorias de “biodiversidade e habitat” e “qualidade do ar”. O governo dinamarquês implementou medidas ecológicas para incentivar as pessoas a utilizar o transporte público com mais frequência e reduzir o uso de veículos particulares, o que contribui para diminuir a poluição do ar. Inúmeras ciclovias também foram construídas para incentivar o uso de bicicletas. Além disso, a Dinamarca tem uma longa história de criação e utilização de energia renovável. A Dinamarca há muito prioriza a sustentabilidade, defendendo produtos limpos como hotéis ecologicamente corretos, barcos movidos a energia solar e alimentos orgânicos, além de promulgar algumas das legislações mais eficazes do mundo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e impedir as mudanças climáticas.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

Como saber se uma ave é macho ou fêmea

Observadores de aves comumente desejam ir além da simples identificação das espécies que assistem com tanta dedicação. Mas como eles fazem para saber se uma ave é macho ou fêmea? Desvendar essa diferença necessita de uma observação minuciosa e atenta, pois, ainda que nem todas as espécies tenham diferenças visíveis de gênero, é frequente a chance de determinar, através de sua aparência ou comportamento, o sexo da ave.

Como saber se uma ave é macho ou fêmea pela aparência

Muitas espécies de aves apresentam dimorfismo — ou seja, exibem características visíveis de acordo com seu gênero. Geralmente, os machos possuem cores brilhantes e chamativas, que servem para atrair a atenção das fêmeas. As fêmeas, por sua vez, normalmente têm uma coloração simplória, com menos marcas distintas, servindo para facilitar sua camuflagem no ambiente enquanto elas tomam conta do ninho ou protegem os filhotes.

As diferenças físicas entre os gêneros das aves ficam mais aparentes durante a primavera e verão, no período reprodutivo, quando as cores intensas atraem parceiros de maneira mais eficaz. Cores fortes também são menos perigosas durante os meses do verão, quando aves coloridas também podem misturar-se às flores e folhagens brilhantes. Para algumas espécies, os machos mudam para uma plumagem menos brilhante e mais camuflada a cada outono, mas retornam às cores normais quando chega a primavera. Outra diferença comum entre os gêneros é o tamanho. Em muitos casos, as fêmeas são maiores que os machos, ainda que, para a maioria dos passeriformes — ou seja, as aves canoras —, essa diferença só seja visível quando ficam lado a lado. Espécies maiores de aves de rapina, como a águia dourada, tipicamente possuem diferenças de tamanho bem mais proeminentes entre machos e fêmeas.

Mesmo que o tamanho geral das aves não seja tão diferente, pode haver diferenças de tamanho no comprimento do bico ou em penas específicas, como cristas mais altas ou serpentinas de cauda mais longa.

Como saber se é macho ou fêmea pelo comportamento
Infelizmente, muitas espécies de aves não exibem facilmente as diferenças entre macho e fêmea. Isso ocorre com espécies de gaivotas, chapins e muitos pardais. Mas uma observação atenta do comportamento das aves pode, contudo, oferecer pistas sobre o gênero de cada um.

Machos podem migrar mais cedo do que fêmeas, em vista de demarcar e defender territórios. Essas mesmas aves frequentemente são bem vocais e cantoras talentosas, usando suas canções para atrair companheiras, assim como para alertar sua presença e marcar um território que possa estar sendo disputado. As fêmeas podem se unir ao canto, mas são bem mais silenciosas de maneira geral, especialmente quando no ninho.

Em muitas espécies, durante o cortejo, os machos alimentam as fêmeas da mesma forma que alimentarão os filhotes enquanto elas cuidam dos recém-nascidos. Machos também realizam danças mais elaboradas, posando ou fazendo outras coisas para seduzir as fêmeas que assistem suas performances. Frequentemente, também são mais agressivos que as fêmeas, caçando intrusos ou até mesmo entrando em combates contra outras aves, ou predadores de outros tipos.

Dicas finais
Para saber se uma ave é macho ou fêmea com precisão, o primeiro passo é identificar a espécie. Se a espécie tiver dimorfismo, a tarefa é mais fácil. Se o macho e a fêmea são semelhantes, tome cuidado, pois uma observação mais longa pode ser necessária antes de determinar qual o gênero. Em alguns casos, pode ser quase impossível dizer com certeza qual ave é macho ou fêmea. Mas mesmo que o gênero não possa ser confirmado, uma observação cuidadosa de interações entre os parceiros ajudarão a melhorar essa habilidade de identificação, além de melhorar a experiência de observar essas criaturas.

*Por Elisson Amboni
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*Fonte: socientifica

Brasileiros mal compreendem os serviços dos oceanos

Uma nova pesquisa ‘Oceano Sem Mistérios: A Relação dos Brasileiros com o Mar’ realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a Unesco e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), entrevistou 2.000 pessoas entre homens e mulheres. As idades variaram de 18 até 64 anos. Entrevistados de todas as classe sociais nas cinco regiões do País. Resultados? Nada alentadores. A pesquisa será apresentada na Conferência dos Oceanos, da ONU.

Oceano Sem Mistérios: A Relação dos Brasileiros com o Mar
Para começar, apenas 34% dos brasileiros entendem que suas ações podem afetar os oceanos. E, além disso, desconhecem que os oceanos são o pulmão do planeta.

A maior biodiversidade da Terra
Não sabem, igualmente, que os oceanos abrigam a maior biodiversidade da Terra. Estes, entre outros tópicos, reforçam dois problemas entre os muitos que temos: os brasileiros deram as costas para o mar. Isso, entretanto, não é novidade. E nosso ensino, que nunca foi suficientemente adequado, depois do atual governo ficou muito pior, embora não tenha sido o único período de mediocridade em Brasília.

Presidentes perderam a vergonha
Acima de tudo, há muito que nossos presidentes perderam a vergonha. Ao contrário, eles se gabam publicamente de seu obscurantismo. Depois do intelectual Fernando Henrique Cardoso, tivemos 13 anos de analfabetismo no poder, com Lula et caterva.

Em seguida, dois anos de alívio com Michel Temer; para mais quatro de pura burrice disseminada indiscriminadamente pelo mandatário e seu exército de brucutus nas redes sociais.

Cavalgaduras no ministério da Educação
Por exemplo, quem de nós (não jornalistas) seria capaz de, de bate-pronto, citar os nomes das cavalgaduras que sentaram-se na cadeira do ministério da Educação desde que Bolsonaro assumiu?

Um deles, mal falava o português. Outro, escrevia impressionante com a letra cê. E o penúltimo, recebia ‘pastores’ que cobravam propinas de prefeitos para liberar verbas para a…educação.

Logo, os resultados não poderiam ser diferentes, infelizmente.

A pesquisa e seus resultados
Segundo a Folha de S. Paulo, ‘Uma pesquisa inédita divulgada nesta terça-feira (28) indica que apenas 34% dos brasileiros entendem que suas próprias ações têm influência direta no oceano. Para 40% dos entrevistados, as atitudes individuais não têm qualquer impacto nos mares. Enquanto isso, 24% consideram haver repercussão indireta’.

Já o jornal O Globo destacou que ‘Quando mencionam qual o impacto direto dos oceanos, 14% da amostra se referem à poluição. Em segundo lugar, os entrevistados pensam em alimentação (12%) e 8% em mudança climática. Entretanto, só 4% citam oxigênio – apesar de os oceanos responderem por 50% do oxigênio que respiramos’.

O Globo ainda destacou que sobre a consulta a respeito das ações dos entrevistados e os impactos nos oceanos, para 34% sim, afetam diretamente.

Mas, ao mesmo tempo, 40% indicaram acreditar que não afetavam em nada a vida marinha. Contudo, para 45% dos entrevistados, o descarte incorreto do lixo é a maior ameaça. Enquanto isso, a poluição é apontada dessa mesma forma por 21% dos ouvidos. Outros 2% também citam a compra de produtos’.

Mudança de hábitos
Em quase todas as pesquisas sobre o meio ambiente a disposição para mudanças de hábitos é definitivamente das mais difíceis. Impera o comodismo até mesmo para aqueles que conhecem os problemas ambientais do País. Já comentamos diversas vezes a questão da Amazônia, por exemplo, tão conhecida e debatida.

Ao mesmo tempo, quase ninguém, mesmo os que se dizem ‘ambientalistas’, se preocupa com a origem da madeira ao comprar o material. Não por outro motivo, muitas espécies de madeira em extinção são vendidas facilmente nos maiores mercados nacionais.

Desta vez surgiu uma diferença
Porém, desta vez surgiu uma diferença destacada por O Globo: ‘De uma resposta que variava de zero a dez, sendo zero em nada dispostos a mudar hábitos pelo bem dos oceanos, a resposta foi alta. Uma média de 8,3 para alterar comportamentos em prol da saúde da vida marinha’.

Esta é, definitivamente, uma das boas novidades. Ao mesmo tempo, a revista Exame destaca outro ponto semelhante: a pergunta era se os entrevistados priorizam com frequência compras com menor impacto na natureza e no oceano, como embalagens de plástico, por exemplo.

Para 48% dos entrevistados a resposta foi positiva. Mas, para 22% a prática ocorre somente às vezes e, além disso, para 11% apenas raramente. Enquanto isso, o porcentual de pessoas que nunca se preocupam com a questão foi de 18%.

Plásticos de uso único
Segundo a Exame, apenas 35% dos brasileiros afirmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes.

Não nos surpreende. Apesar da pandemia de plástico nos oceanos, a mídia raramente aborda a questão. Enquanto isso, tudo que vem da ciência é demonizado desde 2019. E tem sido a ciência a maior voz a alertar sobre estes problemas e suas consequências.

*Por Ubiratan Moreno Soares
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*Fonte: marsemfim

Copo compostável é feito de borra de café

Sua composição é resistente ao calor e projetada para manter o café quente por mais tempo.

Reaproveitando a borra de café, um casal nos Estados Unidos desenvolveu um copo compostável e reutilizável. A ideia é que o produto substitua os utensílios plásticos usados em cafeterias “para viagem”.

O copo compostável, batizado de Kreis Cup, é fabricado com borra de café e materiais à base de plantas, sendo totalmente livre de plásticos. A borra é seca, tratada e depois suspensa em um polímero natural seguro para alimentos.

Sua composição é resistente ao calor e projetada para manter o café quente por mais tempo. Por ser durável, o copo ecológico pode ser aplicado em programas retornáveis em que o cliente ganha desconto quando leva sua própria caneca.

Fabricação sustentável e boa durabilidade já seriam grandes vantagens do Kreis Cup frente aos copos de plástico, comumente usados. Entretanto, este copo ainda é compostável, o que significa que, ao chegar ao fim de sua vida útil, se desintegra facilmente no solo – em condições adequadas.

Neste momento, o produto está angariando verba na plataforma de crowdfunding Kickstarter para chegar ao mercado. A menos de 24 horas para o fim da campanha, já foram arrecadados mais do que o dobro da meta de financiamento.

Outra companhia na Alemanha criou um produto similar, confira aqui.

Impacto do café
Sendo a bebida mais consumida no mundo, depois da água, o café gera toneladas de resíduos. De acordo com o Akatu, em 2017, consumimos 1,29 milhão de toneladas deste produto no Brasil e, com isso, geramos 838 mil toneladas de borra.

Ao ser reaproveitada, evita-se que a borra de café seja despejada no lixo e, posteriormente, seja enviada para aterros – onde vão emitir metano. Tal gás é 28 vezes mais nocivo do que o CO2 para o aquecimento global.

Além da necessária responsabilidade empresarial pelos resíduos, individualmente, também é possível aproveitar os nutrientes da borra de café para fertilizar o solo e fortalecer suas plantinhas ou até para limpar suas folhas. Confira ainda 9 maneiras de reaproveitar o pó de café.

*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo