O tradicional rolê de moto ao final de semana com os amigos dessa vez foi aditivado. Combinamos, eu, Pretto, Vladi e a Fabi, em meio à correria de semana passada, de aproveitarmos esse feriadão e darmos uma esticada de muitos quilômetros em nossos horizontes em duas rodas. Decidimos seguir até a fronteira do RS, em Rivera e também aproveitar para uma rápida visita na casa de parentes do Pretto, em Rosário do Sul. Tudo é caminho.
Nos preparamos para sair sexta-feira de madrugada, cedo da manhã e assim chegarmos no começo da tarde em Rivera, para aproveitarmos o resto do dia e da noite e voltarmos tranquilos, sem pressa, no dia seguinte. Tudo arrumado, nos encontramos no posto de gasolina como o combinado e partimos. Era escuro ainda, por volta de seis da manhã, quando ligamos os motores dessa empreitada. Saímos em direção à Santa Cruz do Sul, depois Rio Pardo, nessa altura o céu começou a clarear e seguimos até Pantano Grande, quando baixou uma cerração danada. Uma parada básica para nos esquentarmos com um café. Era só o começo.
Seguimos em frente pela RS-290 em direção à Rosário do Sul, saindo do pátio de casa, agora era prá valer. Claro que teríamos de parar para abastecer as motos e esticarmos as pernas de vez em quando no caminho. Andar de moto é bem diferente de andar confortavelmente dentro de um carro, na moto você sempre está ocupado, com as duas mãos no guidon e as pernas nos seus comandos, também é bem mais vulnerável ao clima e o as coisas ao seu redor (mas na boa, isso é justamente o bom da coisa).
Uma primeira parada na estrada, dessa vez por causa do frio. O dia surgiu e com ele veio junto uma friaca e tanto, claro que estávamos preparados, mas era hora de mais alguns ajustes e reforço contra o frio. Seguimos em frente.
Depois de muitos km rodados outra parada em um posto de gasolina, dessa vez para banheiro, lanche e um café. O clima marcava que não haveria chuva, ao menos na sexta-feira, mas um céu cinzento e com cara de poucos amigos nos acompanhou a maioria da viagem.
Seguindo o programado, mais e mais km de estrada até chegarmos na ponte de entrada em Rosário do Sul. Entramos na cidade e fomos até os parentes do Pretto. Fomos muito bem recebidos, uma boa conversa e até nos convidaram para almoçarmos, mas tínhamos nossa programação e era continuarmos em frente até Santana do Livramento.
Chegamos no hotel, arrumamos as nossas coisas, as motos já na garagem e resto foi rolê de taxi e alguma caminhada. Como não era uma viagem para fazer compras, nos divertimos passeando pelas duas cidades da fronteira. Ora cá, ora lá. Claro que comprei alguma coisinha (birita e chás), mas nada de mais. A noite jantamos em um deliciosa pizzaria, dica de um taxista uruguaio. Depois mais umas cervejas e hora de dormir para o novo dia.
Na manhã, depois do café, resolvemos arrumar nossas coisas para a volta. Assim que estávamos prontos e de saída começou a chuviscar de leve. Acreditando que bastava “adiantarmos a pegada” na estrada que iríamos escapar da chuva, não foi o bastante. Rodamos alguns Km mas logo a chuva aumentou e nos alcançou. Uma parada de emergência na beira da estrada para vestirmos as capas de chuva (êita coisa chata). Mas OK, funcionou, não nos molhamos muito nessa função e então devidamente “empacotados”, seguimos em frente em meio a chuvarada. Já em Rosário novamente, paramos em um posto de gasolina para tirarmos o equipamento de chuva.
Depois desse começo de manhã, a chuva não incomodou mais e até abriu um solzinho de leve perto do meio-dia, bem agradável diga-se, mas ficou nessa. Optamos por voltar pelo mesmo trajeto da nossa ida, ou seja, pela RS 290 (poderíamos ter voltado por Santa Maria, mas fica para uma próxima vez – RS 158 e RS 287). O retorno foi tranquilo, pouco movimento, estrada sem grandes problemas e nada de gente afoita no trânsito, fizemos algumas paradas para lanche, abastecimento e esticar as pernas um pouco. As coisas de sempre nesse universo da motocicleta. Voltamos sem pressa, sem compromisso e portanto de boa.
O que fica dessa empreitada é um orgulho bem grande de ser gaúcho, fazer parte dessa terra e cultura maravilhosa que é o Rio Grande do Sul. Em várias situações me lembrei de músicas do Vitor Ramil e outros artistas daqui sobre o pampa. Fiquei cantarolando em minha cabeça (minha voz de cantoria é simplesmente horrível), no universo fechado de meu capacete. E digo que as imagens mais uma vez não fazem jus ao que se vê nesse trajeto. Ao vivo tudo é muito mais bonito!
Várias pessoas me disseram… É uma viagem longa, só de retas e paisagens monótonas.
Mas não foi nada disso que eu vi! Para mim foi sensacional estar de viagem com os amigos e a minha moto, uma sensação muito boa de liberdade e com certeza aproveitei cada minuto. Foi mais uma viagem para “andar” de moto mesmo, não de turismo ou passeio. É diferente. Sabe aquela coisa tipo, aproveite o caminho e a trajetória e não somente o final?
Pois é…
E foi isso o que fizemos. Andamos de moto numa boa e nos sentindo numa boa! Muitas pessoas jamais entenderão ou sequer compreenderão isso. Uma pena…
Keep on rock!
*As imagens abaixo são apenas parte dessa história toda. Tentei colocá-las numa sequência para ilustrar melhor de algus momentos dessa viagem. Não são as mais bonitas nem as melhores, apenas “contam” melhor o que escrevi. Escrevi pouco, na real poderia dizer muito mais coisas, comentar e dar opiniões sobre isso e aquilo, o que gostei e o que não gostei, bláh, bláh, bláh, mas esse não é o objetivo aqui. É só um registro de viagem.
Até a próxima.









































