A chave para a felicidade, segundo o maior estudo já feito sobre o assunto

O que você vai ler a seguir é muito mais do que uma entrevista.

É o resultado de décadas de um estudo com centenas de pessoas sobre o que realmente importa na vida.

Há 85 anos, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conduz o mais longo estudo científico sobre felicidade da história.

O “Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto” começou em 1938 com cerca de 700 adolescentes. Alguns deles eram estudantes de Harvard, outros viviam nos bairros mais pobres de Boston.

A pesquisa os acompanhou ao longo de suas vidas, monitorando periodicamente suas alegrias e dificuldades, seu estado físico e mental. E agora, também inclui os parceiros e filhos dos participantes iniciais.

Robert Waldinger, professor de psiquiatria na universidade e mestre zen, é o quarto diretor do estudo.

Sua palestra de 2015 na plataforma TED foi vista mais de 40 milhões de vezes. E ele é coautor de um novo livro, The good life (“A boa vida”, em tradução livre) sobre as principais lições do estudo.

Waldinger explicou à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, por que a qualidade dos nossos relacionamentos é o principal indicador de nossa felicidade e saúde à medida que envelhecemos. E lembrou que nunca é tarde para “energizar” as relações ou construir novas conexões.

Leia a entrevista abaixo.

BBC – Qual foi a descoberta que mais chamou a atenção no estudo?

Robert Waldinger – Não foi nenhuma surpresa que as pessoas em relacionamentos mais calorosos sejam mais felizes. Isso faz sentido.

Mas a surpresa foi a de que as pessoas que têm relacionamentos mais calorosos permanecem fisicamente mais saudáveis ​​à medida que envelhecem.

A questão que surge é: como os relacionamentos podem torná-lo menos propenso a desenvolver diabetes tipo 2 ou doença arterial coronariana?

Outros estudos mais tarde descobriram a mesma coisa, e percebemos que esse é um achado forte.

Passamos os últimos dez anos em nosso laboratório tentando entender como os relacionamentos afetam nossos corpos e mudam nossa fisiologia.

BBC – Qual é sua hipótese para isso?

Waldinger – O estresse é uma parte natural da vida. Se algo estressante acontecer comigo esta manhã, haverá mudanças em meu corpo: a frequência cardíaca aumentará, minha pressão arterial aumentará. Esta é a chamada “reação de luta ou fuga”.

Mas espera-se que nosso corpo volte ao equilíbrio, ao normal, uma vez que o estresse foi embora.

Algo que percebemos é que a solidão e o isolamento são estressantes.

Se algo incômodo, estressante, aconteceu, posso ir para casa e conversar com minha esposa ou ligar para um amigo. Se eles forem bons ouvintes, posso sentir meu nível de estresse diminuir. Mas se não tenho ninguém assim, se estou isolado e sozinho, acreditamos que o corpo permanece em um grau latente de “reação de luta ou fuga”.

Isso significa que haverá níveis mais altos de hormônios do estresse, como o cortisol, circulando em meu sangue, e níveis mais altos de inflamação em meu corpo. E esses fatores gradualmente desgastam e atacam diferentes sistemas corporais. Dessa forma, o isolamento social e a solidão podem afetar as artérias coronárias e as articulações.

BBC – Você assegura no livro que uma vida boa é uma vida complicada — há felicidade, mas também dor. Ter bons relacionamentos nos ajuda a processar melhor as emoções difíceis?

Waldinger – Sim, eles nos ajudam a gerir melhor as emoções porque as relações muitas vezes nos permitem falar sobre o que sentimos. E, em primeiro lugar, temos um sentimento de pertencimento.

Somos animais sociais. Provavelmente evoluímos assim porque é mais seguro estar em grupo. E sentir que pertencemos a um grupo é uma forma de aliviar o estresse.

Quando você sente que é a única pessoa com um problema, você não se sente bem. Em vez disso, se conversa com outras pessoas que têm esse problema, isso fará com que você se sinta menos sozinho. É um sentimento muito poderoso e acreditamos que seja um importante regulador do estresse.

BBC – No livro, você fala da importância de se manter uma “aptidão social”. O que significa isto?

Waldinger – Cunhamos esse termo para torná-lo análogo ao fitness, porque vimos que cuidar de nossos relacionamentos é como exercitar um músculo.

Se ficarmos sentados a vida toda, nossos músculos atrofiarão. E da mesma forma, olhando para as vidas das pessoas que participaram do estudo, vimos que bons relacionamentos podem murchar não porque haja um problema, mas por descuido.

O que estamos começando a ver é que, se você cuidar ativamente de seus relacionamentos da mesma forma que cuida de seu corpo ou de uma planta em sua casa, esses relacionamentos permanecerão fortes.

BBC – No livro, você dá várias sugestões para nutrir ou energizar um relacionamento. Uma delas é “reconhecer alguém quando faz algo de bom”. Como fazer isso?

Waldinger – Somos muito bons em prestar atenção ao que não gostamos e ao que está errado. E com outras pessoas, tendemos a estar muito sintonizados com o que nos incomoda ou nos ofende, quando alguém faz algo que eu acho errado.

Mas muitas vezes tomamos como dadas as coisas que as pessoas fazem bem. Por exemplo, minha esposa adora cozinhar e prepara o jantar quase todas as noites. E eu tenho que me lembrar que não devo considerar isso como algo garantido.

Da mesma forma, resolvo tudo que tem a ver com tecnologia, e ela tem que lembrar que dá muito trabalho fazer as coisas funcionarem.

Então é uma forma de praticar a gratidão, onde nos perguntamos: como seria minha vida se essa pessoa não fizesse essas coisas ou se essa pessoa não estivesse na minha vida? É isso que queremos dizer com “reconhecer alguém por fazer algo bom”, por fazer algo que se não estivesse na sua vida te faria se sentir infeliz.

BBC – Outra sugestão sua para cuidar dos relacionamentos é manter uma “curiosidade radical”. Do que se trata?

Waldinger – Quando estamos com alguém há muito tempo, seja cônjuge, familiar ou amigo, presumimos que conhecemos essa pessoa.

Existem estudos sobre como estamos sintonizados com os sentimentos de outra pessoa. A pesquisa mostra que, especialmente quando saímos pela primeira vez com alguém, somos muito bons em sintonizar o que a outra pessoa está sentindo.

Mas quando estamos juntos há cinco, dez, vinte anos, sabemos muito menos o que ela sente. Podemos pensar que seria o contrário, que quanto mais tempo juntos, mais sabemos, mas o que acontece é que começamos a supor que conhecemos a outra pessoa.

Então, o que estamos falando é de reverter isso e despertar a curiosidade.

BBC – Em outra palestra, você mencionou um exemplo de curiosidade radical com sua esposa…

Waldinger – Estou com minha esposa há 37 anos. E o que faço é me perguntar: como posso voltar a ter curiosidade sobre quem ela é hoje?

Isso tem a ver com uma instrução de um dos meus mestres zen.

Na meditação zen, você se senta em uma almofada e medita continuamente. Já meditei milhares de vezes. E a instrução é perguntar a si mesmo enquanto faz algo que você já fez mil vezes: o que há aqui que eu nunca percebi antes?

Você pode fazer isso mesmo enquanto escova os dentes. Se eu te perguntar qual dente você escova primeiro, aposto que você tem que pensar, porque faz isso automaticamente. Então, hoje, quando for escovar os dentes, pode fazê-lo com uma curiosidade radical.

BBC – Você poderia compartilhar conosco algo que notou sobre sua esposa depois de mais de 30 anos juntos?

Waldinger – Descobri, por exemplo, que ela passou a usar brincos de prata em vez de ouro como antes, porque seu cabelo agora é grisalho em vez de castanho. É algo pequeno, mas é algo que eu não tinha notado.

BBC – Talvez algumas pessoas sintam que não têm “uma boa vida” porque não têm muitos amigos… O número importa?

Waldinger – É importante, mas é uma coisa muito individual. Alguns são muito tímidos e, para essas pessoas, ter muitas pessoas por perto é estressante. Outras pessoas que são mais extrovertidas, por outro lado, precisam de muitas pessoas em suas vidas e isso lhes dá energia.

Uma pessoa tímida pode precisar de um relacionamento próximo ou dois. Ter mais pode ser estressante e cansativo. Mas a pessoa extrovertida pode querer muitos, muitos relacionamentos.

Portanto, cada um de nós precisa determinar por si mesmo: quanta atividade social é boa para mim e minha vida?

BBC – Muitas pessoas podem pensar: “Eu tento cultivar as minhas amizades, mas sou sempre aquele que liga, aquele que ouve”. Você aconselharia essas pessoas a serem francas com seus amigos sobre como se sentem?

Waldinger – Sim, acho que seria bom porque algumas pessoas não percebem isso. Você pode dizer a um amigo: “Sempre sou eu que ligo para você. Gostaria que me ligasse de vez em quando ou me convidasse para tomar um café”.

Mas haverá algumas pessoas que nunca o farão. Então eu diria a você que isso não significa que você tenha que cortar essas amizades. Mas você também pode buscar outras amizades que sejam mais mútuas.

BBC – Muitas trocas hoje são virtuais. Para os relacionamentos, qual é a melhor maneira de usar as redes sociais?

Waldinger – Não é minha área de pesquisa, mas há estudos sobre isso e as primeiras descobertas indicam que a forma como usamos as redes sociais realmente importa.

Se as usarmos ativamente para nos conectar com outras pessoas, isso aumentará nosso bem-estar. E o exemplo que gosto de usar é um amigo meu que, na pandemia, se reconectou por Facebook com seus amigos do ensino fundamental. Agora, eles tomam um café virtual todos os domingos de manhã no Zoom. Eles têm momentos maravilhosos falando sobre suas vidas e sua infância. É um exemplo de uma conexão ativa via rede social, e todos ficam mais felizes por isso.

Por outro lado, existe o uso passivo das redes sociais, quando consumimos os feeds do Instagram ou do Facebook, onde todos postam belas imagens de suas vidas. Por que não postamos fotos de quando estamos infelizes?

Isso pode fazer com que outras pessoas que veem essas imagens sintam que “todo mundo está tendo uma vida boa e eu sou o único que está passando por momentos difíceis”. Esse tipo de consumo passivo de mídia social nos faz sentir pior, e os adolescentes são particularmente vulneráveis ​​a isso. Muito vulneráveis.

Então, como as redes sociais não vão acabar, o que podemos fazer é ser mais ativos em usá-la para nos conectar com outras pessoas e não apenas olhar passivamente para o que outras pessoas postam. Isso é terrível para nós.

BBC – Uma palavra que não aparece muito no livro é “arrependimento”. Alguns lidam com isso quando chegam a um determinado estágio de suas vidas e pensam, por exemplo, que poderiam ter entendido alguém melhor. Há algo no estudo que possamos aprender sobre como lidar com o arrependimento?

Waldinger – Quando os participantes chegaram aos 80 anos, fizemos a seguinte pergunta: quando você olha para trás em sua vida, do que mais se arrepende?

Houve dois grandes arrependimentos.

Uma delas era algo do tipo: “Gostaria de não ter passado tanto tempo no trabalho e passado mais tempo com as pessoas de quem gosto.” Portanto, há uma razão para aquele conhecido clichê de que “ninguém em seu leito de morte gostaria de ter passado mais tempo no escritório”.

O outro arrependimento particularmente expresso pelas mulheres foi: “Gostaria de não ter passado tanto tempo me preocupando com o que as outras pessoas pensam.”

Portanto, se me perguntarem quais arrependimentos eu gostaria de evitar, a resposta seria passar bastante tempo com pessoas queridas e não gastar tanto tempo se preocupando com o que as outras pessoas pensam.

BBC – Você falou sobre como evitar arrependimentos. Mas o que fazer quando eles já estão presentes?

Waldinger – Ao lidar com o arrependimento, não adianta ficar com raiva de nós mesmos, nos bater com força. A única utilidade do arrependimento é se ele nos informar sobre o que gostaríamos de fazer diferente no futuro.

Use o arrependimento para aproveitar a vida que tem pela frente.

BBC – No livro, há um capítulo intitulado “Nunca é tarde demais”. Qual é a mensagem principal que você quer passar com essa frase?

Waldinger – Algumas pessoas me disseram: “É tarde demais para mim. Não sou bom em relacionamentos. Isso nunca vai acontecer na minha vida”. Algumas das pessoas que dizem isso têm 20 anos e dizem que é tarde demais para elas, e outras pessoas que dizem isso são mais velhas.

Mas o que vemos nas histórias do livro, que são de vidas reais, é que as pessoas encontram conexões que não esperavam em diferentes momentos de suas vidas, sejam conexões amorosas ou amizades. Portanto, para aqueles que acreditam que essas coisas nunca acontecerão com eles, diríamos: você não tem como saber.

A mensagem é que vale a pena continuar trabalhando nisso porque a qualquer momento da vida você pode criar novas e boas conexões.

BBC – Você é um mestre zen. A meditação desempenhou um papel importante em sua vida?

Waldinger – Tem tido um grande papel. A meditação zen é sobre aprender o que é estar vivo.

Você se torna muito mais familiarizado com a experiência de olhar para uma flor por cinco minutos, ou de comer uma refeição conscientemente, saboreando cada mordida. É realmente um mergulho profundo na experiência de estar vivo.

E isso se encaixa muito bem com o estudo de todas essas vidas. Porque é uma forma diferente de estudar a experiência de ser humano.

Da mesma forma, em meu trabalho como psiquiatra, tenho o privilégio de ouvir as pessoas falarem detalhadamente sobre suas vidas. E tudo isso para mim é um trabalho fascinante. Todas são maneiras diferentes de aprender sobre a experiência humana.

BBC – No livro, você afirma que a atenção é a forma mais básica de amar. Há uma bela frase: “Uma vida boa não é o destino, mas o caminho e com quem você caminha… E fazendo isso, segundo a segundo, você pode decidir a que e a quem você dá sua atenção”. Você pode nos falar sobre esse poder de escolher a cada momento em que prestamos nossa atenção?

Waldinger – Essa é uma citação de um dos meus mestres zen. Seu nome é John Tarrant e sim, uma das coisas que sabemos é que nossa atenção é algo pelo qual as pessoas brigam.

Essas telas que tanto amamos são projetadas para nos cativar, porque as pessoas ganham dinheiro chamando nossa atenção e mantendo-a.

Agora, mais do que nunca, o caminho de menor resistência é ficar o tempo todo na frente das telas. Então a pergunta é: podemos intencionalmente desviar nossa atenção dessas telas para as pessoas de quem gostamos?

Há uma escritora chamada Linda Stone que escreve sobre algo que ela chama de atenção parcial contínua, que é o que estamos dando cada vez mais uns aos outros. Isso é um problema: estou falando com você, mas na verdade estou olhando para minha tela.

Queremos chamar a atenção para isso. Pense: com quem você se importa? Você poderia dar a essa pessoa toda a sua atenção? Essa é a pergunta que devemos nos fazer.

BBC – Com o privilégio que você teve de estudar todas essas vidas, você diria para alguém que, por exemplo, teve uma infância muito conturbada ou enfrentou momentos muito difíceis, que todos podemos encontrar dentro de nós os recursos para seguir em frente e prosperar?

Waldinger – Acho que existe um instinto de prosperar, de sobreviver. Estamos todos tentando ser felizes. Uma das razões pelas quais minha palestra TED se tornou viral, como alguém me disse, não é porque eu sou bonito. É porque todo mundo quer ser feliz. E então há em nós esse impulso de encontrar maneiras de prosperar.

Acho que existe uma energia em todos nós que está procurando por isso e isso é bom. Embora eu possa ser muito pessimista sobre para onde o mundo está indo, acho que as pessoas sempre foram assim. E isso abriu caminho para novas possibilidades, é algo que faz parte de nós.

BBC – No seu caso pessoal, quais são os componentes básicos de uma boa vida?

Waldinger – É estar envolvido em atividades que são importantes para mim e que considero significativas. Minha pesquisa, meu trabalho como psiquiatra, minha meditação zen, essas coisas são muito importantes para mim. E, por exemplo, eu queria muito estar aqui, conversando com você agora. Porque eu dou muita importância para essas ideias e quero que elas alcancem as pessoas. Isso é significativo para mim.

Para mim, então, uma boa vida é fazer atividades que tenham significado para mim e realizá-las com pessoas que são importantes e que se preocupam comigo.

BBC – Você termina o livro com uma chamada à ação. O que você convidaria as pessoas a fazerem quando terminarem de ler esta entrevista?

Waldinger – Eu diria: pense em alguém de quem você sente falta, alguém com quem você não se sente tão conectado quanto gostaria ou alguém que você quer ter certeza de que sabe que você está pensando nele ou nela. E envie uma mensagem de texto, ou um e-mail, ou ligue para eles e apenas diga: oi, eu estava pensando em você e queria falar com você.

Basta fazer isso e você verá o que volta para você. Você poderá ficar surpreso com quantas pessoas ficarão felizes por você ter entrado em contato com elas. Então dê agora esse pequeno passo, levará 15 segundos para fazê-lo.

*por Alejandra Martins
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*Fonte: bbc-brasil

Brasil proíbe uso de animais em pesquisas de cosméticos

Resolução também vale para produtos de higiene pessoal e perfumes

Animais vertebrados, como cachorros e ratos, não poderão mais ser usados em pesquisas para desenvolvimento e controle de qualidade de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes no Brasil. A proibição entrou em vigor na última quarta-feira (1º).

A medida vale para produtos que utilizem em suas formulações ingredientes ou compostos com segurança e eficácia já comprovadas cientificamente. No caso contrário, de novos componentes sem comprovação científica ou eficácia comprovada, será obrigatório o uso de métodos alternativos reconhecidos pelo Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal).

De acordo com a coordenadora do Concea, Kátia de Angelis, existem 40 métodos reconhecidos pelo conselho. “Temos reconhecidos métodos que envolvem toxicidade dérmica com pele artificial, irritação ocular com córnea artificial. Isso faz com que nós utilizando esses métodos alternativos possamos manter a nossa autonomia de estudar novos ingredientes, produtos da nossa biodiversidade da Amazônia, por exemplo, com a possibilidade de não usar animais ou eventualmente usar um número muito pequeno de animais”, explica.

Kátia destaca ainda que esta resolução é um avanço que coloca o Brasil alinhado com a legislação internacional sobre o tema. Na União Europeia, por exemplo, os testes em animais já são proibidos.

Já para a presidente da Confederação Brasileira de Proteção Animal, Carolina Mourão, a proibição terá impacto positivo na defesa dos animais.

“Essa medida, embora não seja o fim do uso de animais para todos os tipos de testes que o Brasil abarca, poupa um enorme número de vidas de todos os tipos de animais que conhecemos, desde cães, cavalos, bois e aves”, afirma.

A resolução normativa, tendo sido aprovada em dezembro do ano passado em reunião do Concea, foi assinada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e publicada no Diário Oficial da União.

Natura, The Body Shop e Avon celebram decisão
Além de atender a uma demanda dos órgãos de defesa animal e se alinhar a políticas internacionais, a medida foi bem recebida por algumas das maiores empresas de higiene e cosmética do país. A Natura, por exemplo, não testa em animais desde 2006 e conta com a certificação do Programa Leaping Bunny, da Cruelty Free International, e da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).

A multinacional brasileira não precisará se adequar, uma vez que a aplicação de métodos alternativos “já é uma realidade há 17 anos por meio de investimentos robustos em inovação e tecnologia para o desenvolvimento de metodologias substitutivas a testes em animais, algumas inéditas no Brasil”, diz Roseli Mello, líder global de Pesquisa e Desenvolvimento da Natura.

Um dos modelos de avaliação de segurança desenvolvidos pela Natura, em parceria com o LnBio (Laboratório Nacional de Biociências do CNPEM — Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), é o human-on-a-chip, no qual são combinados miniórgãos biofabricados em laboratório e que mimetizam tecidos de órgãos humanos, criando um sistema microfisiológico que reproduz o funcionamento do organismo.

O sistema miniaturizado é ativado por um fluxo de líquidos e soluções entre os miniórgãos que imita a circulação sanguínea e permite aos cientistas avaliar o efeito de um produto ou ingrediente tanto dentro do corpo (órgãos) quanto fora (pele), ao mesmo tempo.

Em 2019, a L´Oreal inaugurou um laboratório de bioengenharia de tecidos que produz pele reconstruída para testes em produtos. | Foto: Samuel Allard | Laboratório Episkin
As marcas The Body Shop e Avon, que compõem a holding Natura &Co, também não realizam testes em animais, utilizando-se de variados métodos alternativos para garantir a segurança das formulações, como testes in vitro, modelos computacionais avançados, pele sintética 3D criada em laboratório e testes de alergia em voluntários humanos.

Pioneira no ativismo contra testes desta natureza, em 2021, a The Body Shop anunciou que se tornará 100% vegana com todos os seus produtos certificados pela The Vegan Society até este ano. Atualmente, mais da metade da meta foi alcançada e seu portfólio é 60% vegano.

Já a Avon foi reconhecida pela PETA ao entrar na lista de empresas que trabalham por mudanças regulatórias. Em 2019, tornou-se a primeira empresa global de beleza com operações na China a eliminar completamente os testes em animais para todos os ingredientes, em todas as linhas de produtos, em qualquer lugar no mundo.

*Com informações de Daniella Longuinho | Rádio Nacional
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Fonte: ciclovivo

Humanos são propícios a dormir mais no inverno, segundo estudo

Padrão de sono muda no decorrer das estações do ano.

Alguns animais, como as marmotas e os hamsters, hibernam durante o inverno. O urso não hiberna, ao contrário do que geralmente se pensa, mas passa boa parte do período do inverno dormindo. O ser humano não hiberna, nem pode se dar ao luxo de passar tanto tempo assim dormindo como os ursos, já que o mundo não para no inverno. No entanto, também temos alguns padrões de sono que variam conforme a estação, como um sono profundo levemente mais longo no inverno, segundo um novo estudo publicado no periódico Frontiers in Neuroscience.

Em grande parte dos animais não humanos, a sazonalidade do comportamento do sono é bastante clara. Nós que desafiamos a natureza e mudamos isso por diversas razões — seja para se divertir durante a madrugada, seja para trabalhar em turnos que comumente dormiríamos. Mas nós também estamos à mercê da natureza: variações na exposição à luz do Sol, uso em excesso de telas (como celular, TV ou computador) próximo à hora de dormir — tudo isso afeta a qualidade de nosso sono. E bom, a sazonalidade também afeta.

“Possivelmente, uma das conquistas mais preciosas na evolução humana é uma quase invisibilidade da sazonalidade no nível comportamental”, disse em um comunicado o Dr. Dieter Kunz, autor correspondente do estudo. “Em nosso estudo, mostramos que a arquitetura do sono humano varia substancialmente ao longo das estações em uma população adulta que vive em um ambiente urbano”, disse Kunz, que é pesquisador na Clínica de Sono e Cronomedicina do Hospital St Hedwig, em Berlim.

Estudando o sono
Para o estudo, inicialmente os pesquisadores recrutaram 292 pacientes, que foram submetidos a uma séries e exames e monitoramento do sono ao longo de diversos momentos por muitos meses. Excluindo pacientes que tomavam remédios que afetavam o sono, falhas técnicas durante a polissonografia (um exame com uma série de parâmetros que vão desde ondas cerebrais, oxigenação do sangue, frequência cardíaca e movimentos oculares) e latência do sono REM por mais de 2 horas, continuaram 188 pacientes no estudo (98 mulheres e 90 homens).

Basicamente, há duas fases do sono: REM (Movimentos Oculares Rápidos) e NREM (Sem Movimentos Oculares Rápidos). O REM é o sono onde nossos olhos se movimentam muito, os batimentos cardíacos e a respiração mudam e diversos músculos se paralisam. O NREM, por sua vez, é dividido em três estágios diferentes, que vão da vigília ao sono profundo.

Os cientistas perceberam, então, alguns padrões sazonais do sono.

Durante o inverno, os indivíduos possuem uma tendência de dormir até 1 hora a mais, muito embora seja um padrão não tão significante, quase caindo para a insignificância estatística.

Mas os outros padrões são mais marcantes. No outono, os voluntários levaram, em média, 25 minutos a menos para entrar na fase REM do sono, em comparação com a primavera. Além disso, eles experimentaram uma média de 30 minutos a mais de sono REM durante o inverno do que na primavera.

Além disso, durante o sono de ondas lentas, a fase mais profunda do sono NREM, fase na qual nós sonhamos e a consolidação das memórias ocorrem, houve uma queda rápida e repentina durante o período do outono.

Embora luzes artificiais afetem a qualidade do sono, mesmo aqueles indivíduos expostos a essas luzes apresentaram uma certa sazonalidade do sono.

“A sazonalidade é onipresente em qualquer ser vivo neste planeta”, disse Kunz. “Mesmo que ainda tenhamos um desempenho inalterado, durante o inverno a fisiologia humana é regulada para baixo, com uma sensação de ‘correr vazio’ em fevereiro ou março. Em geral, as sociedades precisam ajustar os hábitos de sono, incluindo a duração e o tempo para a estação, ou ajustar os horários escolares e de trabalho às necessidades sazonais de sono”.

Novas escalas
No entanto, um ponto que é reforçado pelos pesquisadores, é a necessidade de replicação do estudo em outras escalas e em outro grupo de voluntários. Os indivíduos voluntários do estudo apresentam condições ou distúrbios associados à insônia. Além disso, alguns efeitos, embora notados, não tiveram tanta relevância estatística. Os pesquisadores acreditam que em um grupo amostral saudável essas mudanças sazonais podem ser ainda mais marcantes. Além disso, 188 pessoas é pouca gente, então também é necessário que o estudo seja replicado em um grupo maior, para maior relevância estatística dos padrões encontrados.

“Este estudo precisa ser replicado em uma grande coorte de indivíduos saudáveis”, relata Kunz.

Isso, no entanto, não tira a validade do estudo. Ele mostra os pontos iniciais que podem seguir para novos estudos – que podem refutar os resultados do estudo presente, ou reforçá-los. A ciência se faz assim, com uma construção de diversas equipes diferentes, em diversos locais do mundo, com diversos resultados que se agregam em uma única missão, o conhecimento.

*por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica

Mudança climática pode causar ‘desastre’ nos oceanos do mundo, dizem cientistas

Em um estudo recente publicado na Nature Climate Change, esses pesquisadores analisaram projeções de três dúzias de modelos climáticos

O aquecimento climático da água do mar está causando uma desaceleração dos padrões de circulação profunda nos oceanos Atlântico e Sul, de acordo com cientistas do sistema terrestre da Universidade da Califórnia, Irvine, e se esse processo continuar, a capacidade do oceano de remover dióxido de carbono da atmosfera será severamente limitada, exacerbando ainda mais o aquecimento global.

Em um estudo recente publicado na Nature Climate Change, esses pesquisadores analisaram projeções de três dúzias de modelos climáticos e descobriram que a Circulação Meridional do Atlântico e a Circulação Meridional do Sul diminuirão em até 42% até 2100. -caso o aquecimento, o SMOC pode cessar totalmente por volta de 2300.

“A análise das projeções de 36 modelos de sistemas terrestres em uma variedade de cenários climáticos mostra que o aquecimento global descontrolado pode levar a um desligamento da circulação profunda do oceano”, disse o co-autor J. Keith Moore, professor de ciência do sistema terrestre da UCI. “Isso seria um desastre climático semelhante em magnitude ao derretimento completo das camadas de gelo em terra.”

A importância de inverter a circulação

No Atlântico, à medida que a água quente flui para o norte na superfície, ela esfria e evapora, tornando-a mais salgada e densa. Esta água mais pesada afunda no oceano profundo e segue para o sul, onde eventualmente sobe de volta, carregando das profundezas os nutrientes que são a base alimentar dos ecossistemas marinhos.

Além disso, a circulação oceânica global cria uma poderosa fábrica para o processamento do dióxido de carbono atmosférico. A interação física e química básica da água do mar e do ar – o que Moore e seus colegas chamam de “bomba de solubilidade” – atrai o CO2 para o oceano. Enquanto a circulação oceânica envia algum carbono de volta para o céu, a quantidade líquida é sequestrada nas profundezas do oceano.

Além disso, ocorre uma “bomba biológica” à medida que o fitoplâncton usa CO2 durante a fotossíntese e na formação de conchas carbonáticas. Quando o plâncton e os animais maiores morrem, eles afundam, decompondo-se lentamente e liberando o carbono e os nutrientes nas profundezas. Alguns voltam com circulação e ressurgência, mas uma parte permanece depositada sob as ondas.

“Uma interrupção na circulação reduziria a absorção de dióxido de carbono da atmosfera pelo oceano, intensificando e estendendo as condições climáticas quentes”, disse Moore. “Com o tempo, os nutrientes que sustentam os ecossistemas marinhos ficarão cada vez mais presos no oceano profundo, levando ao declínio da produtividade biológica do oceano global”.

Os seres humanos dependem da bomba de solubilidade e da bomba biológica para ajudar a remover parte do CO2 emitido no ar por meio da queima de combustíveis fósseis, práticas de uso da terra e outras atividades, de acordo com Moore.

“Nossa análise também mostra que a redução das emissões de gases de efeito estufa agora pode evitar esse desligamento completo da circulação profunda no futuro”, disse ele.

Juntando-se a Moore neste projeto estavam o principal autor Yi Liu, UCI Ph.D., um estudante de ciência do sistema terrestre; Francois Primeau, professor e presidente do Departamento de Ciência do Sistema Terrestre da UCI; e Wei-Lei Wang, professor de ciências oceânicas e da Terra na Universidade de Xiamen, na China. O estudo dependeu substancialmente de simulações desenvolvidas pelo Projeto de Intercomparação de Modelo Acoplado fase 6 (CMIP6) usado para informar as avaliações climáticas do IPCC.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Mulheres têm mais empatia do que homens? Este estudo diz que sim

Mulheres têm mais empatia que os homens. Pelo menos, essa é a afirmação de um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) na última segunda-feira (26). Uma pessoa empática é intelectualmente capaz de entender o que a outra está pensando ou sentindo, ou seja: consegue se colocar no lugar do outro. E para chegar à descoberta, os pesquisadores conduziram alguns testes cognitivos em mais de 300 mil pessoas de 57 países diferentes.

O teste ajuda a medir a capacidade de reconhecer o estado mental ou as emoções de outra pessoa. Na prática, os participantes devem olhar fotos da área ao redor dos olhos de alguém, e indicar se está esboçando alguma expressão facial, identificar o que essa pessoa está pensando ou sentindo a partir disso.

Em 36 países, as mulheres tiveram uma pontuação mais alta em empatia cognitiva do que os homens. Em 21 dos países, as pontuações de mulheres e homens foram semelhantes. Curiosamente, o estudo não apresentou um único país em que os homens pontuassem melhor, em média, do que as mulheres.

“Nossos resultados fornecem algumas das primeiras evidências de que o conhecido fenômeno — que as mulheres são, em média, mais empáticas do que os homens — está presente em uma ampla gama de países em todo o mundo”, afirmam os pesquisadores por trás do artigo.

Os pesquisadores teorizam que as diferenças sexuais na empatia cognitiva podem resultar de fatores biológicos e sociais. No entanto, vale o alerta de que que os resultados são apenas uma média, e que nada impede que um homem possa ser mais empático que uma mulher, especificamente falando.

Os responsáveis pelo artigo também reconhecem que as descobertas levantam novas questões para pesquisas futuras sobre os fatores sociais e biológicos que podem contribuir para a diferença média observada entre os sexos na empatia cognitiva.

*Por Nathan Vieira
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*Fonte: canaltech

O que as pessoas mais pediram para comer em casa pelo Ifood em 2022?

Fim de ano é temporada de fazer retrospectivas dos mais variados tipos, e o iFood também embarcou nessa onda com o lançamento do Meus Foods 2022, recurso que faz lembrança de como foram os seus últimos meses no aplicativo.

Seguindo em formato de stories, a função #MeusFoods2022 está disponível para todos os consumidores cadastrados no aplicativo até o dia 6 de janeiro e pode ser compartilhada pelas redes sociais. Esta já é a quarta edição, e o levantamento é realizado com base nos dados gerados pelos pedidos dos clientes.

“O Meus Foods é uma celebração ao ano que passou e tem como objetivo trazer uma nova perspectiva para relembrá-los o lado gostoso de 2022 junto com o iFood. Não há nada mais divertido do que descobrir quais foram as suas aventuras gastronômicas, por isso a nossa retrospectiva é uma forma de homenagear todos que escolhem estar conosco”, afirma Ana Gabriela Lopes, diretora de Marketing do iFood.

Caso esteja curioso, para verificar o Meus Foods 2022 basta clicar na opção “Meus Foods 2022” que aparece na tela inicial para iniciar a retrospectiva. Ao entrar nessa área, será possível visualizar informações como tempo economizado na cozinha, número de pedidos, itens, quantos cupons foram utilizados e a economia gerada por eles, apenas para citar alguns exemplos.

Queridinhos dos brasileiros
Além da retrospectiva dos clientes, o iFood também separou quais foram os dez itens mais pedidos pelo brasileiros ao longo do ano.

Em 2022, a preferência de cardápio dos brasileiros foi bem diversificada e os pedidos variaram de lanches a comida brasileira. De janeiro a dezembro, 36% dos pedidos foram de lanches, sendo que a comida brasileira performou como o segundo colocado com 17% e a pizza ocupou o terceiro lugar com 14% pedidos.

Confira o top 10 dos itens mais pedidos no iFood a seguir:

Top 10 itens mais pedidos em 2022
Hambúrguer: + 115 milhões
Refrigerantes: + 67 milhões
Sanduíches Wraps: + 56 milhões
Pratos com Carne: + 51 milhões
Pratos com Frango: + 45 milhões
Marmitas: + 39 milhões
Açaís: + 34 milhões
Pizzas: + 31 milhões
Massas: + 30,6 milhões
Sobremesas: + 30 milhões


*Por Douglas Vieira

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*Fonte: megacurioso

Gatos laranjas são realmente mais dóceis?

Existe uma crença popular de que gatos laranja são mais dóceis que os de outra cor. Mas, por muito tempo, não existiam estudos relacionando a cor da pelagem com o comportamento desses animais, para verificar se havia mesmo alguma relação ou se era apenas um “achismo” dos donos de gatos.

E esse mito se manteve assim até 1995, quando a bióloga Dominique Pontier publicou um estudo examinando a frequência da variante do gene laranja entre as populações de gatos. Sabe-se que o gene responsável pela cor laranja está ligado ao sexo. Mas o que isso diz sobre o comportamento desses felinos?

Estudando os gatos

O estudo de Pontier trabalhou com um total de 30 populações de gatos, na França, entre 1982 e 1992. Foram catalogados os dados de 56 a 491 gatos, dependendo de cada população. E entre os resultados, surgiram evidências sobre a possível amabilidade dos gatos laranja.

A primeira informação que o estudo revelou é que os gatos laranja são mais comuns em ambientes rurais (menos densos) do que em ambientes urbanos. Como nesses ambientes o sistema de acasalamento dos gatos é mais polígino — os gatos machos tendem a acasalar com várias gatas, enquanto as fêmeas tendem a acasalar com apenas um macho —, a predominância de gatos laranjas pode indicar um maior sucesso reprodutivo em condições sociais específicas.

Outro resultado é que os gatos laranja são menos comuns em áreas com maior risco de mortalidade. Esta descoberta pode sugerir que animais com essa pelagem podem ser mais propensos a se envolver em comportamentos de risco resultantes em morte. Outra possibilidade é que eles, por serem mais dóceis, tendem a evitar locais e situações de maior risco.

A terceira descoberta serviu para confirmar um estudo anterior, realizado na Austrália. Gatos laranja apresentam maior dimorfismo sexual. Isso significa que os machos laranja pesam mais que os gatos de outras cores e as fêmeas laranja pesam menos que as de outras cores.

Mas, afinal, gatos laranjas são mais dóceis?

O que é possível afirmar com os dados obtidos por Pontier é que, devido a diferenças físicas e comportamentais, os gatos laranja (os machos, em particular) podem contar com uma estratégia reprodutiva diferente. Essa estratégia não estaria diretamente relacionada à maneira como esses animais se relacionam com seres humanos, mas pode ajudar a entender.

Por serem maiores que os demais animais, estarem presentes em maior concentração em ambientes rurais e expostos a menos situações de risco, os gatos laranja machos podem apresentar um comportamento mais ousado. Em situações que outros gatos entendem como arriscadas, os gatos laranja podem se sentir mais confortáveis.

Embora essas associações comportamentais baseadas em cores possam parecer estranhas, elas são relativamente comuns no reino animal. Outros animais, como roedores e pássaros — que possuem estudos conhecidos sobre o tema —, também apresentam a mesma relação que os gatos.

Isso acontece porque alguns genes responsáveis pelo comportamento ou outros atributos físicos (tamanho do corpo, por exemplo) podem ser herdados com os responsáveis pela cor do pelo. Desde 1995, foram realizados poucos estudos buscando compreender essa relação. Porém, os dados obtidos por Pontier podem realmente sugerir que os gatos laranja tendem a ser mais dóceis com os humanos.

*Por Robinson Samulak Alves
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*Fonte: megacurioso

Chá preto pode reduzir o risco de morte precoce por doença cardíaca

Novo estudo com quase meio milhão de pessoas, com idades entre 40 e 69 anos, revela benefícios da bebida

O consumo de chá, dos mais diversos tipos, é muito comum na Inglaterra. O país foi justamente o lugar escolhido para um estudo com cerca de 500 mil pessoas sobre os possíveis benefícios do consumo de chá preto. As conclusões foram animadoras: quem bebeu duas ou mais xícaras de chá por dia apresentou um risco de 9% a 13% menor de morte precoce por doença cardiovascular ou derrame, em comparação com os que não bebiam chá.

A relação entre o consumo do chá e a diminuição do risco de morte precoce foi mantida independente de outros fatores como também beber café, colocar leite ou açúcar ao chá, a temperatura da bebida e o efeito da demografia, estilos de vida, bem como genes que determinam a rapidez com que as pessoas metabolizam a cafeína.

Este não é o primeiro estudo que mostra que beber chá pode ser benéfico para nossa saúde. Pesquisas anteriores mostraram uma associação entre o consumo de chá verde e a redução da mortalidade em populações asiáticas, inclusive por câncer, mas os poucos estudos realizados em populações que bebem chá preto não tinham resultados tão consistentes.

A pesquisa foi realizada por uma equipe de pesquisa nos Estados Unidos liderada pelo Dr. Maki Inoue-Choi, do National Institute of Health’s National Cancer Institute. Os cientistas investigaram a associação entre o consumo de chá e a mortalidade no Reino Unido, usando dados de 500 mil pessoas inscritas no estudo do Biobank do país no início dos anos 2000.

Os pesquisadores acompanharam os participantes durante o período de estudo de 14 anos, até o início de 2020. Para aqueles que morreram durante esse período, os pesquisadores obtiveram a data e a causa da morte do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.

Os pesquisadores descobriram um risco de morte de 9% a 13% menor entre as pessoas que bebiam pelo menos 2 xícaras de chá por dia do que entre os que não bebiam chá. O consumo de chá foi associado à redução da mortalidade por doenças cardiovasculares e derrames – mas não a nenhuma redução de câncer ou doenças respiratórias do que os que não bebem chá.

A equipe controlou fatores demográficos, de saúde e estilo de vida em sua análise. Dados genéticos estavam disponíveis para a maioria dos participantes, permitindo que os pesquisadores avaliassem se as associações encontradas variavam com variantes genéticas que afetam a rapidez com que as pessoas metabolizam a cafeína. Eles descobriram que essas variantes não afetaram as associações, nem o consumo de café.

“Os resultados reforçam que o chá, incluindo o chá preto, pode fazer parte de uma dieta saudável”, diz a Dra. Erikka Loftfield, do NCI, autora sênior da pesquisa.

Os pesquisadores, no entanto, explicam que este é um estudo é observacional e não pode provar que o consumo de chá reduz diretamente o risco de morte. Eles também não avaliaram alguns aspectos do consumo de chá, como tamanho da xícara e intensidade do chá, que podem ser importantes.

Os resultados obtidos até agora foram publicados na edição de setembro de 2022 da Annals of Internal Medicine. Para determinar como exatamente o chá reduz o risco de morte, mais estudos serão necessários.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Você pode se comunicar com seu gato piscando lentamente, diz estudo

Em dois experimentos, pesquisadores britânicos analisaram a técnica conhecida como “sorriso de gato” que, aparentemente, torna o ser humano mais atraente aos felinos

Há quem pense que gatos são animais que não curtem ficar muito próximos a seus donos. Mas isso não é verdade. Se esse parece ser o caso do seu gatinho, a ciência pode ajudar. Pesquisadores de psicologia das universidades de Portsmouth e Sussex, ambas na Inglaterra, conseguiram desvendar em dois experimentos um novo jeito de estabelecer conexão com esses pets.

Publicado em outubro no periódico Nature Scientific Reports, o estudo é o primeiro a avaliar a eficácia de estabelecer intimidade com os gatos a partir do estreitamento de olhos. Essa técnica também é conhecida como “sorriso de gato” e, aparentemente, torna o ser humano mais atraente aos bichanos.

No primeiro estudo, os tutores foram orientados a sentar a uma distância de um metro de seus gatos e, dali, piscarem lentamente para os animais. Ao todo, 21 felinos, sendo 10 machos e 11 fêmeas, de 14 pessoas diferentes participaram. A idade dos bichinhos variava de 4 meses até 16 anos.

Já o segundo experimento contou com um número maior de animais: 24 gatinhos, sendo metade fêmea e metade macho. As idades também eram variadas, de 1 a 17 anos. Ao contrário do primeiro experimento, onde quem piscava para o gato era seu dono, neste quem fazia o ato era um desconhecido.

Um pesquisador se sentava à frente do animal e realizava uma de duas possíveis ações: ou piscava lentamente para o felino, ou o encarava com uma face neutra, sem expressão. Depois, ele estendia sua mão, com a palma virada para cima, enquanto permanecia na frente do animal, encarando-o.

Com o experimento envolvendo apenas os tutores, os cientistas observaram que os gatos são mais propensos a piscar lentamente para seus donos depois que esses piscam lentamente para eles, em comparação a quanto não há qualquer interação.

Já a análise com desconhecidos mostrou que os felinos eram mais propensos a se aproximar do pesquisador que piscava lentamente do que quando ficava com uma postura facial neutra. Dessa forma, ambos os trabalhos mostram que é possível ter uma comunicação positiva entre humanos e gatos apenas com o movimento dos olhos.

Para Tasmin Humphrey, que coliderou o estudo, o ato de estreitar os olhos e receber uma resposta do gato pode ajudar no bem-estar do animal em uma variedade de ambientes, como abrigos e clínicas veterinárias. “Entender as maneiras positivas pelas quais gatos e humanos interagem pode melhorar a compreensão pública dos gatos, melhorar o bem-estar felino e nos contar mais sobre as habilidades sociocognitivas dessa espécie pouco estudada”, destaca, em nota.

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*Fonte: revistagalileu

Novo pesquisa sugere que o cérebro usa computação quântica

Cientistas do Trinity College Dublin acreditam que nossos cérebros podem usar computação quântica. Sua descoberta ocorre depois que eles adaptaram uma ideia desenvolvida para provar a existência da gravidade quântica para explorar o cérebro humano e seu funcionamento.

As funções cerebrais medidas também foram correlacionadas ao desempenho da memória de curto prazo e à consciência, sugerindo que os processos quânticos também fazem parte das funções cognitivas e conscientes do cérebro.

Se os resultados da equipe puderem ser confirmados – provavelmente exigindo abordagens multidisciplinares avançadas – eles melhorariam nossa compreensão geral de como o cérebro funciona e, potencialmente, como ele pode ser mantido ou até curado. Eles também podem ajudar a encontrar tecnologias inovadoras e construir computadores quânticos ainda mais avançados.

Dr. Christian Kerskens, físico-chefe do Trinity College Institute of Neuroscience (TCIN), é o co-autor do artigo de pesquisa que acaba de ser publicado no Journal of Physics Communications.

Ele disse:
“Nós adaptamos uma ideia, desenvolvida para experimentos para provar a existência da gravidade quântica, pela qual você pega sistemas quânticos conhecidos , que interagem com um sistema desconhecido.

Se os sistemas conhecidos se entrelaçam, então o desconhecido deve ser um sistema quântico também. … Contorna as dificuldades de encontrar dispositivos de medição para algo sobre o qual nada sabemos.

“Para nossos experimentos, usamos spins de prótons de ‘água cerebral’ como o sistema conhecido. Um projeto específico de ressonância magnética para buscar rotações emaranhadas, encontramos sinais de ressonância magnética que se assemelham a potenciais evocados de batimentos cardíacos, uma forma de sinais de EEG .

Potenciais eletrofisiológicos como os potenciais evocados de batimentos cardíacos normalmente não são detectáveis ​​com ressonância magnética e os cientistas acreditam que só puderam observá-los porque os spins de prótons nucleares no cérebro estavam emaranhados.

Dr. Kerskens acrescentou: “Se o emaranhamento é a única explicação possível aqui, isso significaria que os processos cerebrais devem ter interagido com os spins nucleares, mediando o emaranhamento entre os spins nucleares. Como resultado, podemos deduzir que essas funções cerebrais devem ser quântico.

“Como essas funções cerebrais também foram correlacionadas ao desempenho da memória de curto prazo e à consciência, é provável que esses processos quânticos sejam uma parte importante de nossas funções cerebrais cognitivas e conscientes.

“Os processos cerebrais quânticos podem explicar por que ainda podemos superar os supercomputadores quando se trata de circunstâncias imprevistas, tomada de decisões ou aprendizado de algo novo. Nossos experimentos, realizados a apenas 50 metros do auditório onde Schrödinger apresentou seus famosos pensamentos sobre a vida, podem lançar luz sobre os mistérios da biologia e sobre a consciência que cientificamente é ainda mais difícil de entender.”

*Por Davson Filipe
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*Fonte: realidadesimulada

Buraco de ozônio continua encolhendo em 2022, afirmam cientistas

Porção estratosférica que nos protege dos raios UV atingiu área média de 23,2 milhões de km² entre setembro e outubro de 2022, sendo ligeiramente menor do que em 2021

A camada de ozônio forma um “escudo” protetor invisível sobre o planeta, absorvendo a perigosa radiação ultravioleta do Sol. Graças a medidas ambientais adotadas pelas nações de todo o mundo, finalmente temos uma boa notícia: o buraco nesse revestimento está encolhendo em 2022, continuando uma tendência dos últimos anos.

De acordo com a Nasa, o buraco anual de ozônio da Antártida atingiu uma área média de 23,2 milhões de km² entre 7 de setembro e 13 de outubro de 2022. Essa área foi ligeiramente menor do que no ano passado, quando o buraco atingiu um máximo de 24,8 milhões de km² – aproximadamente o tamanho da América do Norte – antes de começar a encolher em meados de outubro.

Ainda que a cratera na camada que reveste o planeta tenha sido em 2021 a 13º maior desde 1979, os cientistas notaram um progresso na diminuição do buraco na porção da estratosfera que nos protege dos raios ultravioleta.

“Vemos algumas oscilações à medida que as mudanças climáticas e outros fatores fazem os números oscilarem um pouco de dia para dia e de semana para semana”, afirma Paul Newman, cientista-chefe de ciências da Terra no Goddard Space Flight Center da Nasa, em comunicado. “Mas, no geral, vemos isso diminuindo nas últimas duas décadas”.

Para o especialista, a eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio através do Protocolo de Montreal está diminuindo o buraco. O tratado internacional que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989 e que apresenta 197 Estados Partes, sendo o Brasil como um dos signatários, impõe a redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs).

Quando o Sol polar nasce, os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazem medições com um espectrofotômetro Dobson, um instrumento óptico que registra a quantidade total de ozônio entre a superfície e a borda do espaço.

A média global dessa quantia é de cerca de 300 unidades Dobson. Em 3 de outubro de 2022, os cientistas registraram um valor total mínimo de 101 unidades Dobson sobre o Polo Sul. Naquela ocasião, o ozônio estava quase completamente ausente em altitudes entre 14 e 21 quilômetros – um padrão muito semelhante ao de 2021.

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*Fonte: revistagalileu

Uma nova explicação para a consciência

A consciência é a sua consciência de si mesmo e do mundo ao seu redor. Esta consciência é subjetiva e única para você.

Um pesquisador da Escola de Medicina Chobanian & Avedisian da Universidade de Boston desenvolveu uma nova teoria da consciência, explicando por que ela se desenvolveu, para que serve, quais distúrbios a afetam e por que fazer dieta (e resistir a outros impulsos) é tão difícil.


“Em poucas palavras, nossa teoria é que a consciência se desenvolveu como um sistema de memória que é usado por nosso cérebro inconsciente para nos ajudar a imaginar o futuro de forma flexível e criativa e planejar de acordo”, explicou o autor correspondente Andrew Budson, MD, professor de neurologia.

“O que é completamente novo nessa teoria é que ela sugere que não percebemos o mundo, não tomamos decisões ou realizamos ações diretamente. Em vez disso, fazemos todas essas coisas inconscientemente e então – cerca de meio segundo depois – lembramos conscientemente de fazê-las.”

Budson explicou que desenvolveu essa teoria junto com seus coautores, o filósofo Kenneth Richman PhD, no Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences e a psicóloga Elizabeth Kensinger, PhD do Boston College, para explicar uma série de fenômenos que não podiam ser facilmente entendidos com teorias anteriores da consciência.


“Sabíamos que os processos conscientes eram simplesmente muito lentos para se envolver ativamente em música, esportes e outras atividades onde são necessários reflexos de frações de segundo. Mas se a consciência não estiver envolvida em tais processos, seria necessária uma explicação melhor do que a consciência faz”, disse Budson, que também é chefe de neurologia cognitiva e comportamental, chefe adjunto de equipe de educação e diretor do Centro de Translacional Cognitivo. Neurociência no Veterans Affairs (VA) Boston Healthcare System.

Segundo os pesquisadores, essa teoria é importante porque explica que todas as nossas decisões e ações são realmente feitas inconscientemente, embora nos iludamos acreditando que as fizemos conscientemente.

Então, podemos dizer a nós mesmos, vamos tomar apenas uma colher de sorvete e, a próxima coisa que sabemos, o recipiente está vazio – porque nossa mente consciente não está controlando nossas ações.


“Mesmo nossos pensamentos geralmente não estão sob nosso controle consciente. Essa falta de controle é o motivo pelo qual podemos ter dificuldade em parar um fluxo de pensamentos que passam pela nossa cabeça enquanto tentamos dormir, e também porque a atenção plena é difícil”, acrescenta Budson.

Budson e seus coautores consideram vários distúrbios neurológicos, psiquiátricos e de desenvolvimento como distúrbios da consciência, incluindo a doença de Alzheimer e outras demências, delírio, enxaqueca, esquizofrenia, transtorno dissociativo de identidade, certos tipos de autismo e muito mais.

Por fim, seu artigo fornece um roteiro sobre como os médicos, educadores e indivíduos podem melhorar o comportamento e obter conhecimento, usando métodos clínicos e de ensino que podem ser eficazes na formação da mente consciente e do cérebro inconsciente.

Com uma exploração mais aprofundada, este trabalho pode permitir que os pacientes melhorem comportamentos problemáticos, como comer demais, nos ajudar a entender as maneiras pelas quais as estruturas cerebrais apoiam a memória e até fornecer insights sobre questões filosóficas sobre livre arbítrio e responsabilidade moral.

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Essas descobertas aparecem on-line na revista Cognitive and Behavioral Neurology.
Fonte: Boston University   Pesquisa Original: “Consciousness as a Memory System” by Andrew Budson et al. Cognitive and Behavioral Neurology

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*Fonte: sabersaude

4 das pesquisas científicas mais malucas já publicadas

A curiosidade humana é infinita.

E o conjunto do conhecimento coletivo é alimentado pelas pesquisas científicas.

Alguns estudos ultrapassam os limites do conhecimento humano, com trabalhos tão inovadores que são homenageados com Prêmios Nobel. Mas outros são tão incomuns ou triviais que recebem os infames Prêmios Ig Nobel.

Mas entre esses dois extremos existem inúmeros estudos publicados que adicionam grãos de areia ao que um dia se tornará uma montanha. Incluindo alguns que a princípio pareciam engraçados e no final provaram ser muito mais do que uma mera piada acadêmica.

O que parece ser o caso dos três estudos abaixo.

1. Em branco
O fracasso é uma parte essencial e inevitável da pesquisa. É parte integrante do método científico: você observa algo, formula uma hipótese e a testa. Claro, a hipótese muitas vezes está errada.

Depois você tenta de novo, de novo e de novo.

Mesmo que você não encontre nada no final, o que você fez é valioso porque pelo menos excluiu opções. É por isso que não é incomum que os cientistas publiquem estudos sobre suas pesquisas fracassadas.

E em 1974, Dennis Upper, do Veterans Administration Hospital, em Massachusetts (Estados Unidos) fez exatamente isso.

Seu trabalho apareceu no Journal of Applied Behavior Analysis, a revista da Sociedade para a Análise Experimental de Comportamento dos EUA.

O título do estudo: “Fracasso no autotratamento de um caso de bloqueio criativo”.

E o conteúdo da pesquisa: a prova mais cabal possível… uma página em branco.

Este estudo, como muitos outros publicados em revistas científicas, passou por revisão por pares — uma avaliação por um ou mais especialistas da área para avaliar a qualidade, viabilidade e rigor científico do trabalho.

Normalmente, as opiniões desses pareceres permanecem em segredo, mas dada a natureza excepcional desta pesquisa, a revista decidiu publicar o comentário de quem deu o parecer A.

“Estudei este manuscrito com muito cuidado com suco de limão e raios-X e não detectei uma única falha no design ou no estilo de escrita. Sugiro que seja publicado sem mudanças”, diz o parecer.

“É claramente o manuscrito mais conciso que já vi, mas contém detalhes suficientes para permitir que outros pesquisadores repliquem o fracasso do Dr. Uppers. (*)”

“Comparado com outros manuscritos que vocês me enviam, que contêm tantos detalhes complicados, este foi um prazer de examinar.”

“Certamente podemos encontrar um lugar para este artigo na revista, talvez na margem de uma página em branco?”

(*Lembre-se que a replicação dos experimentos é essencial para validá-los).

2. Calamidade
Há fracassos e… há coisas ainda piores.

Coisas que levam você a se perguntar por que decidiu publicar um artigo que não comprova exatamente o que você queria.

Em 2002, uma equipe de pesquisadores escreveu um artigo intitulado “Os efeitos do corante alimentar azul na espécie de lagarta Vannessa cardui”.

O estudo queria descobrir se a adição de corante alimentar à comida das lagartas mudava a cor das asas das borboletas.

Algo como o que acontece com as pessoas que comem muitas cenouras e sua pele fica laranja, ou quando você adiciona anilina à água em um vaso e as flores mudam de cor.

Infelizmente, o resultado do estudo não foi conclusivo, o que, como já estabelecemos, não descarta que tenha algum valor.

Isso até você ler a seção do artigo intitulada “Discussão”.

A seção afirma com toda a honestidade: “Nosso experimento teve muitos problemas, esses problemas afetaram nossos resultados”.

Foram eles:

Primeiro, não registramos todos os nossos resultados corretamente.
Em seguida, calculamos mal o número de borboletas mortas em cada grupo.
Em seguida, misturamos as datas.
Em seguida, misturamos os rótulos e os locais dos grupos separados.
Descobrimos então que os rótulos estavam corretos.
Depois algumas das borboletas caíram de seus recipientes.
E depois um dos integrantes do nosso grupo derrubou o recipiente do grupo de controle.
E conclui: “Todos esses erros afetaram nossos resultados de alguma forma.”


3. Pinguins e fezes

No entanto, nem tudo é um fracasso – entre os muitos exemplos de estudos bizarros, existem os que tecnicamente configuram uma pesquisa bem-sucedida.

Uma daquelas pesquisas que nos faz pensar se era isso mesmo que os autores tinham em mente quando decidiram virar cientistas.

O estudo foi publicado na revista científica Polar Biology e é intitulado “Pressões produzidas quando os pinguins fazem cocô: cálculos sobre a defecação de pássaros”.

Os pesquisadores descobriram que “os pinguins-de-barbicha e pinguins-de-adélia geram uma pressão considerável para expelir suas fezes da borda do ninho”.

Eles calcularam essas pressões tanto para “expelir material aquoso” quanto para “expelir material de viscosidade mais alta semelhante à do azeite de oliva”.

Eles concluíram que “as forças envolvidas, que estão bem acima daquelas conhecidas pelos humanos, são altas, mas não levam a um fluxo turbulento que desperdiça energia”.

E eles deixaram uma porta aberta para novas pesquisas sobre o tema: “Se a ave escolhe deliberadamente a direção em que decide expelir suas fezes ou se isso depende da direção para onde o vento está soprando no momento da evacuação, essas são questões que precisam ser abordadas em outra expedição à Antártida”.

Pesquisar nunca é demais
Perguntas sobre a capacidade de alguns animais de disparar jatos intrigam os cientistas profundamente, a julgar por outro exemplo.

Às vezes os cientistas ficam desconcertados.

Em 2008, os funcionários do Sea Star Aquarium na Alemanha tiveram um problema: no final do dia eles haviam ido embora deixando tudo em ordem. Mas na manhã seguinte, “quando entramos, tudo estava quieto. Nada está funcionando”, explicou Elfriede Kummer, diretora do aquário.

Alguns funcionários passaram a noite no aquário para observar o que acontecia. Mas eles não viram nada. Finalmente, eles decidiram instalar câmeras.

E descobriram que todas as noites Otto, um polvo de 6 meses de idade, subia pela lateral de seu tanque e borrifava água em uma lâmpada de 2 mil watts bem acima dele, assim que ficava sozinho na sala.

Ele conseguia expelir água suficiente não apenas para causar um curto-circuito na energia, mas também para derrubar todo o sistema elétrico do prédio.

Em um laboratório da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, outro polvo fez o mesmo truque… tantas vezes que o custo de reparar o dano obrigou o laboratório a soltar o polvo no mar.

Os polvos não gostam de luzes brilhantes e esguicham água em tudo que os incomodam.

Isso já havia sido algo descoberto por Peter B. Dews, considerado o principal fundador da disciplina de farmacologia comportamental, e que analisou o tema em um artigo em 1959 no Journal of Experimental Analysis of Behavior.

Talvez naquela época houvesse quem achasse curioso que ele tivesse passado tanto tempo observando os polvos, porque ainda não sabíamos tanto sobre esses seres maravilhosos.

Portanto é melhor nunca desprezarmos pesquisas — nem mesmo aquelas que nos fazem rir.

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*Fonte: bbc-brasil

“Já vivi isso antes”: misterioso fenômeno Déjà Vu pode estar perto de ser desvendado

Você já teve aquela sensação estranha de que já passou pela mesma situação antes, mesmo sem nunca ter, de fato, vivido aquele momento? Este fenômeno, conhecido como Déjà Vu, tem intrigado filósofos, neurologistas e pesquisadores há muito tempo.

A partir do fim do século 19, muitas teorias começaram a surgir sobre o que poderia causar o Déjà Vu, que significa “já visto”, em francês.

Algumas delas sugeriam que, talvez, o fenômeno seja decorrente de alguma disfunção mental ou algum tipo de problema cerebral. Algumas correntes defendem que se trata de um “soluço temporário” na operação normal da memória humana.

No entanto, nenhuma dessas linhas teria algum embasamento científico, permanecendo tudo no campo da paranormalidade

Do sobrenatural para o científico
Em um artigo publicado no site The Conversation, Anne Cleary, professora de Psicologia Cognitiva da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA, conta que, no início deste milênio, um cientista chamado Alan Brown decidiu fazer uma revisão de tudo o que os pesquisadores haviam escrito sobre Déjà Vu até aquele ponto.

“Muito do que ele poderia encontrar tinha um sabor paranormal, tendo a ver com o sobrenatural – coisas como vidas passadas ou habilidades psíquicas”, relatou Anne. “Mas ele também encontrou estudos que entrevistaram pessoas comuns sobre suas experiências com Déjà Vu”.

A partir desse material, Brown foi capaz de obter algumas descobertas básicas sobre o fenômeno. “Por exemplo, ele descobriu que cerca de dois terços das pessoas experimentam Déjà Vu em algum momento de suas vidas. Ele determinou que o gatilho mais comum é uma cena ou lugar, e o próximo gatilho mais comum é uma conversa”.

Segundo Anne, Brown também relatou dicas ao longo de um século ou mais da literatura médica de uma possível associação entre o Déjà Vu e alguns tipos de atividade convulsiva no cérebro.

“A revisão de Brown trouxe o tema do Déjà Vu para o reino da ciência mais mainstream, porque apareceu tanto em uma revista científica que cientistas que estudam cognição tendem a ler, como também em um livro voltado para cientistas”, disse Anne. “Seu trabalho serviu como um catalisador para os cientistas projetarem experimentos para investigar o Déjà Vu”.

Motivada pelo trabalho de Brown, Anne reuniu sua equipe de pesquisa para realizar experimentos com o objetivo de testar hipóteses sobre possíveis mecanismos de Déjà Vu. Os resultados foram publicados na revista científica Routledge.

“Investigamos uma hipótese quase centenária que sugeria que o fenômeno pode acontecer quando há uma semelhança espacial entre uma cena atual e uma cena não chamada em sua memória”, explicou a pesquisadora.

Psicólogos da linha Gestalt chamam isso de hipótese de familiaridade. Anne exemplifica: “Imagine que você está passando no posto de enfermagem em uma unidade hospitalar a caminho para visitar um amigo doente. Embora você nunca tenha ido a este hospital antes, você está impressionado com um sentimento que você tem”.

A causa básica para essa experiência de Déjà Vu, segundo o estudo de Anne, pode ser que o layout da cena, incluindo a disposição dos móveis e objetos particulares dentro do espaço, seja igual ao de uma cena diferente, que você experimentou no passado. “Talvez a forma como a estação de enfermagem está situada – os móveis, os itens no balcão, a forma como se conecta aos cantos do corredor – seja o mesmo que uma série de mesas de recepção e móveis em um corredor na entrada de um evento escolar que você participou um ano antes”.

De acordo com a hipótese de familiaridade na Gestalt, se essa situação anterior com um layout semelhante ao atual não vier à mente, você pode ficar apenas com um forte sentimento de familiaridade para o atual.

Como os cientistas investigaram o Déjà Vu
Para investigar essa ideia em laboratório, a equipe liderada por Anne usou realidade virtual para colocar pessoas dentro de cenas. “Dessa forma, poderíamos manipular os ambientes em que as pessoas se encontravam – algumas cenas compartilhavam o mesmo layout espacial enquanto eram distintas”, disse Anne.

Como previsto pela equipe, o Déjà Vu foi mais provável de acontecer quando as pessoas estavam em uma cena que continha o mesmo arranjo espacial de elementos como uma cena anterior que eles viam, mas não se lembravam.

Esta pesquisa sugere que um fator contribuinte para o Déjà Vu pode ser a semelhança espacial de uma nova cena com uma na memória que não consegue ser conscientemente chamada à mente no momento.

“No entanto, isso não significa que a semelhança espacial é a única causa de Déjà Vu”, ressalta a pesquisadora. “Muito provavelmente, muitos fatores podem contribuir para o que faz uma cena ou uma situação parecer familiar”.

Segundo Anne, mais pesquisas estão em andamento para investigar outros possíveis fatores em jogo neste misterioso fenômeno.

*Por Flavia Correia
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*Fonte: olhardigital

Dados revelam ser possível o fim do desmatamento

O ser humano destruiu as florestas por diversos motivos. Segundo o Our World In Data, nos últimos 10 mil anos, destruímos 1/3 das florestas do mundo. Mas isso irá, obviamente se voltar contra nós, já que degradamos a natureza de uma maneira muito feroz. Será que poderíamos expandir as florestas novamente?

A madeira é um dos itens mais fundamentais extraídos da natureza nos últimos milhares de anos. Com a madeira, o ser humano ergueu alguns dos primeiros pilares dos vilarejos e cidades das civilizações humanas. A pedra também era utilizada, mas a madeira, junto ao barro, é muito mais fácil de ser trabalhada. A madeira se tornou moradia, ferramentas, combustível, equipamentos, carroças, móveis. Além disso, a agricultura contribuiu imensamente para o desflorestamento.

Mas antes de conversar sobre expandir as florestas, precisamos abordar alguns pontos.

O desflorestamento
No início deste texto, eu disse que nos últimos 10 mil anos, o ser humano destruiu um terço das florestas do mundo, correto? Mas há mais um detalhe nessa história: cerca de metade desse desflorestamento ocorreu apenas no século XX. Ou seja, metade do desmatamento de 10 mil anos feito pelo ser humano ocorreu em apenas 100 anos.

Há dez mil anos, 57% das terras habitáveis do planeta Terra estavam cobertas por florestas – o equivalente a 6 bilhões de hectares. Hoje, há a apenas 4 bilhões de hectares. Então, com uma simples regra de três podemos chegar a uma conclusão. Aquele valor que correspondia a 57%, hoje corresponde a apenas 38%. Essa diferença de 2 bilhões de hectares (a área desmatada) corresponde a 2,3 vezes o tamanho do Brasil — o quinto maior país.

Em uma conta simples, vamos realizar mais uma conclusão. Se no século 20 o ser humano desmatou metade da área citada, então somente nesses cem anos, foi desmatada uma área do tamanho do Brasil.

Declínio no desmatamento
Fritz Haber foi um químico alemão laureado com o prêmio Nobel em 1918 por realizar a descoberta que foi, possivelmente, uma das descobertas mais importantes da humanidade. Embora Haber seja um criminoso de guerra, sua descoberta salvou a humanidade como conhecemos hoje.

O principal motivo do desmatamento é a agropecuária. A população do planeta crescia, então a área de plantio também precisava aumentar. No entanto, a área que se precisava para plantar para fornecer alimento para uma pessoa no século 19 era muito maior do que a área necessária para tal nos dias de hoje.

No final do século XIX, crises agrícolas traziam a iminência de uma crise alimentar. O mundo já não daria mais conta de produzir alimentos para a crescente população. No entanto, em 1900, o último ano do século 19, havia cinco vezes menos pessoas no mundo do que hoje. Como é possível produzir tanto alimento hoje? A resposta é o amoníaco.

Haber descobriu como sintetizar o nitrato de amônio. A substância é essencial para se fornecer nitrogênio às plantas. A descoberta aumentou a produtividade agrícola de maneira muito intensa. Antes disso, utilizava-se principalmente o salitre e o guano (fezes de aves) para o fornecimento de nitrogênio às plantas.

O ponto dessa história toda é: o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitem uma ótima produtividade agrícola. Dessa maneira, um dos principais motivos do desmatamento tem as necessidades de desmatamento diminuídas. Desde os anos 1960, as terras agrícolas per capita caíram em mais da metade.

O pico no desmatamento ocorreu nos anos 1980. Desde então, o desmatamento está em declínio. Isso de deve não só a melhora na produtividade da agricultura, mas à redução da necessidade da madeira como combustível e na utilização de outros materiais como matéria-prima.

O reflorestamento: como expandir as florestas?
O desmatamento já não é tão necessário para a agricultura, embora ainda ocorra. A criação de gado, no entanto, ainda é motivo de grande, já que estamos falando de animais. É até possível diminuir o espaço utilizado pela pecuária, mas o extremo confinamento dos animais é extremamente desumano.

No entanto, a melhora na produtividade agrícola já causou um enorme impacto na redução do desmatamento. Além disso, digamos que no futuro seja possível sintetizar a carne. Animais não sofrem, pessoas podem consumir carne e extensos pastos que destroem a Amazônia e outras importantes florestas pelo mundo não são mais necessárias.

Reflorestar o planeta e expandir as florestas é, como a história nos mostra, possível. Isso pode ser feito com o desenvolvimento da ciência focada na melhoria da produtividade agropecuária. Agricultura e meio ambiente não precisam ser inimigas. A produção agropecuária pode ser conciliada, sim, com o reflorestamento.

*Por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica

A ciência explica por que estamos lendo menos

Você tem a impressão que, com o passar do tempo, tem lido cada vez menos? Pode não ser apenas uma impressão. Várias reportagens e estudos têm mostrado que o hábito de ler tem se tornado mais raro nos diferentes países.

Uma pesquisa realizada em 2019 pela Kantar Media no Reino Unido sugere que só 51% dos adultos haviam lido pelo menos um livro no ano anterior. Ou seja, 49% destas pessoas não havia nem pegado em um livro durante este período.

Na América, a situação é relativamente melhor: 27% dos adultos não haviam lido um livro em 2019. Já aqui, uma pesquisa chamada Retratos da Leitura no Brasil mostrou em, entre 2015 e 2019, a porcentagem de pessoas que se declararam leitoras diminuiu de 56% para 52%. Mas o que será que causa esse desinteresse por essa prática tão saudável?

As possíveis explicações
A resposta mais óbvia para explicar a queda do interesse por livros, claro, tem a ver com a nossa obsessão por celulares e mídias sociais, o que tem tornado nossa atenção cada vez mais difusa. Afinal, é bem mais “trabalhoso” ler um livro do que acompanhar um vídeo de TikTok.

Mas há outras hipóteses possíveis. Uma delas é a recessão. A classe média, em boa parte dos lugares – como o Brasil – está encolhendo. Por isso, talvez possa haver uma co-relação: quanto menos dinheiro as pessoas têm, menos elas leem. Isso acontece tanto por conta dos preços dos livros, tanto pelo tempo disponível que elas têm (uma vez que precisam “se virar” e correr atrás de seu sustento o tempo todo).

Mas há também uma resposta de fundo científico: a neurociência pode dar explicações sobre como o nosso cérebro tem se moldado para ler cada vez menos.

As mudanças nos processos cognitivos
A neurocientista cognitiva americana Maryanne Wolf é autora do livro O Cérebro no Mundo Digital, o qual oferece algumas possíveis respostas. Segundo a cientista, o excesso de tempo de diante de telas e os nossos hábitos digitais associados a isso estão mudando o modo pelo qual processamos as informações.

O que ocorre é o seguinte: as telas digitais têm nos acostumado com a prática de “passar os olhos” superficialmente sobre múltiplos textos, habilidade que está se sobrepondo à de ler e entender argumentos complexos, fazer análises críticas e criar empatia com pessoas que possuem diferentes pontos de vista.

A explicação faz sentido: Wolf esclarece que a habilidade de ler e interpretar textos e números não nasce conosco, diferente da visão e da linguagem oral. O cérebro humano começou a “conectar” os circuitos cerebrais para a leitura há cerca de 6 mil anos.

Desde então, esse processo foi evoluindo, mas precisa ser trabalhado ao longo da vida de uma pessoa, uma vez que não é inato ao ser humano. “Não existe, portanto, um circuito genético para ler, que se desenvolva logo que uma criança nasce. A habilidade de ler é algo que precisa ser criada no cérebro, e o circuito vai refletir a linguagem que a pessoa usa, seu sistema de escrita, e o meio pelo qual lê”, mencionou Wolf à BBC News Brasil.

Por isso, as mudanças dos nossos hábitos de leitura, potencializadas pelo uso excessivo das redes digitais, tendem a favorecer que nossos cérebros prefiram leituras pouco aprofundadas. Há, portanto, uma espécie de “atrofia” na capacidade de ler textos mais longos.

O que fazer?
A neurocientista ainda alerta que devemos nos preocupar principalmente com os efeitos dessas mudanças nas novas gerações. “Os jovens estão desenvolvendo uma impaciência cognitiva que não favorece a leitura crítica. Deixamos de estar profundamente engajados no que estamos lendo, o que torna mais improvável que sejamos transportados para um entendimento real dos sentimentos e pensamentos de outra pessoa”, pontua.

Por isso, quanto mais nos acostumamos com leituras rápidas (como as feitas em ambientes online), é provável que nos tornemos menos empáticos ou dispostos a entender fenômenos sociais mais complexos, como a economia e a política, que não podem ser resumidos em explicações simples.

Ainda assim, os pesquisadores destacam que não há como remar contra a maré: as pessoas não irão dedicar menos tempo ao digital, pelo menos em um futuro próximo. O lance então é aproveitar essas constatações para partir para as ações.

“Quero reforçar que não vejo isso como uma questão binária, como uma oposição entre telas e papel. Temos apenas de saber qual o propósito do que estamos lendo e qual é a melhor forma de fazê-lo. Não se trata de escolher um meio em detrimento do outro, mas sim entender o que está acontecendo com nosso cérebro e entender o propósito do que se está lendo”, completa Maryanne Wolf.

*Por Maura Martins
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*Fonte: megacurioso

Cachorros choram quando se reencontram com seus tutores; entenda ‘hormônio do amor’

Os seres humanos não são os únicos animais que choram de alegria: um novo estudo concluiu que, além dos latidos, saltos e lambidas, os cachorros também choram de felicidade quando reencontram seus tutores humanos.

Realizado por cientistas japoneses, o estudo concluiu que a quantidade de lágrimas nos cães aumenta consideravelmente no momento do reencontro, a partir da produção do “hormônio do amor”.

O estudo é o primeiro a vincular a produção de lágrimas às emoções de alegria dos cães

A pesquisa foi publicada na revista científica Current Biology e mediu a quantidade de lágrimas sob as pálpebras a partir de um teste chamado Schirmer, comparando o momento do encontro com a quantidade em contexto habitual.

Após uma separação de 5 a 7 horas de duração, a quantidade de lágrimas aumentou significativamente após cinco minutos de reencontro.

A pesquisa mediu a produção de lágrimas a partir do momento de reencontro com os tutores

“Nunca havíamos ouvido sobre animais que derramaram lágrimas em situações felizes, como ao se reencontrarem com o dono”, afirmou Takefumi Kikusui, cientista da Universidade de Azabu, no Japão, e um dos autores principais do estudo.

O teste foi realizado com fitas de papel absorvente sob os olhos, e concluiu não somente que os cães só choram no momento do reencontro com seus donos, como que o aumento nas lágrimas não acontece em encontros com outros humanos.

As lágrimas tem função sentimental semelhante a dos bebês, para incitar a empatia humana

Essa foi a primeira vez que o choro canino foi cientificamente vinculado às emoções, e⁠ para entender a função das lágrimas caninas, o estudo também mediu a reação dos donos ao choro dos animais através de fotos; as imagens em que lágrimas foram incluídas digitalmente foram ordenadas como as que mais davam vontade de cuidar dos cães.

O choro, portanto, funciona em comunicação semelhante às lágrimas dos bebês, incitando maior afeto e estima nos seres humanos.

Hormônio do amor
O aumento na quantidade de lágrimas está diretamente ligado, segundo o estudo, à oxitocina. Também conhecido como “hormônio do amor”, a oxitocina é produzida pelo hipotálamo, e tem diversas funções como promover as contrações musculares uterinas e reduzir o sangramento durante o parto, estimular a liberação de leite materno, reduzir o medo, desenvolver afeto, apego e empatia entre as pessoas, e produzir o prazer de um orgasmo.

A produção de lágrimas é diretamente ligada à oxitocina, conhecida como “hormônio do amor”

“É possível que os cães que mostram olhos marejados durante as interações façam com que sejam mais cuidados”, afirmou Kikusui.

“As lágrimas podem desempenhar um papel no aprofundamento dos relacionamentos mútuos e aumentar os vínculos entre as espécies”, concluiu o texto da pesquisa.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Pesquisas descobrem relação de tipo sanguíneo com doenças

Você sabe seu tipo sanguíneo? Se não, procure fazer um exame para descobrir, porque a ciência tem descoberto que ele pode indicar propensão a doenças e a condições de saúde.

Antes de explicar o que os pesquisadores encontraram, vale lembrar o que são tipos sanguíneos. Eles são formados por uma das letras A, B ou O e um sinal de positivo ou negativo.

As letras representam se o seu corpo está programado para produzir antígenos. Assim, os sangues A e B produzem antígenos, enquanto o sangue tipo O não produz nenhum. Já o positivo ou negativo diz respeito a existência (ou não) de proteínas Rhesus nos glóbulos vermelhos.

Risco para coração e cognição
Pessoas com sangue tipo A, tipo B ou tipo AB são ligeiramente mais propensas do que aquelas com tipo O a ter um ataque cardíaco ou sofrer insuficiência cardíaca, de acordo com a Associação Americana do Coração.

Em números, as pessoas com os tipos A ou B tiveram um risco combinado 8% maior de ataque cardíaco e 10% maior risco de insuficiência cardíaca, segundo um grande estudo divulgado pela associação.

Ao mesmo tempo, esses tipos sanguíneos apresentam problemas graves de coagulação, que também podem contribuir para aumentar o risco de insuficiência cardíaca. Aqueles com os tipos sanguíneos A e B foram 51% mais propensos a desenvolver trombose venosa profunda e 47% mais propensos a desenvolver embolia pulmonar.

Outra pesquisa descobriu que pessoas com sangue tipo AB podem ter um risco aumentado para deficiência cognitiva, o que inclui problemas para lembrar, focar ou tomar decisões.

Risco para hemorragias
Se o tipo sanguíneo O se saiu melhor para doenças cardíacas, o mesmo não é verdade para hemorragias. Um estudo, por exemplo, descobriu que mulheres com esse tipo sofrem um risco maior de hemorragias no pós-parto.

Outro estudo, publicado na Critical Care, descobriu que pessoas com o tipo O também podem se sair pior após uma lesão traumática devido ao aumento da perda de sangue.

E agora?
Embora essas pesquisas mostrem que o tipo sanguíneo pode influenciar na saúde, o médico hematologista Douglas Guggenheim acredita que todos devem fazer uma boa dieta anti-inflamatória – independentemente do tipo sanguíneo.

Porém, ele pondera que pesquisas futuras poderão contribuir para tratamentos mais personalizados. Por exemplo, um paciente com colesterol alto e tipo sanguíneo A poderá receber uma prescrição diferente de outro com o tipo sanguíneo O.

*Por Layse Ventura
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*Fonte: olhardigital

Tabagismo, sedentarismo e consumo de álcool juntos podem reduzir 12 anos de vida

A expectativa de vida tem sido amplamente utilizada como indicador de saúde, mas nos últimos anos tem havido um crescente interesse na quantificação da qualidade dos demais anos de vida.

A expectativa de saúde combina dados sobre mortalidade e morbidade ou incapacidade, como tal, fornece uma estimativa do número restante de anos de vida que se espera viver em estados favoráveis ​​de saúde ou sem incapacidade. Os indicadores de expectativa de saúde têm sido amplamente utilizados para comparar a saúde em diferentes populações, monitorar tendências temporais e explorar as desigualdades na saúde da população.

Pesquisadores da University College London, Inglaterra, publicaram um artigo na Scientific Reports, com o objetivo de analisar fatores envolvidos com a expectativa de vida.

Foram utilizados dados de dois estudos prospectivos de coorte sobre o envelhecimento: o Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (ELSA) na Inglaterra e o Estudo de Saúde e Aposentadoria (HRS) nos EUA. Estabelecido 10 anos após o HRS, o ELSA foi projetado para ser comparável em termos de amostragem populacional, periodicidade e conteúdo (incluindo o texto específico das perguntas).

Perguntou-se a todos os participantes se eles tinham dificuldades em realizar atividades da vida diária (por exemplo, vestir-se, atravessar uma sala, tomar banho ou tomar banho, comer, entrar / sair da cama, usar o banheiro) e atividades instrumentais da vida diária (por exemplo, usar um mapa, preparar uma refeição quente, fazer compras, fazer ligações, tomar medicamentos, administrar dinheiro).

Os participantes foram questionados se “algum médico já lhe disse que você tem …”: doença cardíaca coronária acidente vascular cerebral, doença pulmonar (bronquite crônica ou enfisema, câncer, diabetes e artrite. A expectativa de vida livre de doença crônica foi definida como tendo uma ou mais dessas condições.

A obesidade foi definida como índice de massa corporal (IMC) ≥ 30Kg / m2. O status de fumante foi categorizado em “Nunca ou ex-fumante” e “Fumante atual”. A frequência do consumo de álcool foi dicotomizada em “Menos de 5 dias por semana” e “5 a 7 dias por semana”. A atividade física foi definida como sendo “fisicamente ativa” se participando de atividade física vigorosa por mais de 2 dias por semana e “fisicamente inativa” caso contrário.

O indicador de status socioeconômico utilizado nas análises foi a riqueza total das famílias, definida como a soma da riqueza financeira líquida e da riqueza líquida da habitação menos todas as dívidas.

Os principais achados indicaram que fatores de risco comportamentais agrupados estão associados a menor expectativa de vida, bem como a menor expectativa de vida saudável. Nas idades de 50, 60 e 70, homens e mulheres com dois ou mais dos fatores de risco comportamentais (tabagismo, inatividade física, obesidade e consumo de álcool), poderiam esperar viver em média até 12 anos a menos do que aqueles sem risco fatores.

Deste modo, a pesquisa alerta sobre esses hábitos no dia a dia.

*Por Vitor Engracia Valenti
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*Fonte: universoracionalista

Dieta rica em gordura a longo prazo pode “encolher” o cérebro, diz estudo

Uma dieta baseada em alimentos gordurosos pode não apenas aumentar as medidas da cintura, mas também “encolher” o cérebro, segundo um estudo liderado pelos neurocientistas da Universidade da Austrália Meridional (UniSA) e publicado na Metabolic Brain Disease.

Os pesquisadores avaliaram as reações em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura por 30 semanas, o que resultou em diabetes e uma deterioração subsequente em suas habilidades cognitivas, além do desenvolvimento de ansiedade, depressão e agravamento da doença de Alzheimer.

E, além da função cognitiva prejudicada, os camundongos também demonstraram maior propensão a ganhar peso de forma excessiva, devido à deficiência do metabolismo causada pelas alterações cerebrais.

Alimentos gordurosos podem não apenas aumentar as medidas da cintura, mas também “encolher” o cérebro, segundo pesquisa. 

Relação entre obesidade, diabetes e Alzheimer
No estudo, os camundongos foram alocados aleatoriamente para uma dieta padrão ou uma dieta rica em gordura a partir de oito semanas de vida. A ingestão alimentar, o peso corporal e os níveis de glicose foram monitorados em diferentes intervalos, juntamente com testes de tolerância à glicose e insulina e disfunção cognitiva.

Os ratos da dieta rica em gordura ganharam muito peso, desenvolveram resistência à insulina e começaram a se comportar de forma anormal em comparação com aqueles alimentados com uma dieta padrão.

Camundongos com doença de Alzheimer geneticamente modificados que receberam alimentos gordurosos também mostraram uma deterioração significativa da cognição e alterações patológicas.

Para os pesquisadores, as conclusões do estudo se somam às crescentes evidências que ligam a obesidade crônica e o diabetes à doença de Alzheimer, com previsão de atingir 100 milhões de casos até 2050.

*Por Jennifer Cardoso
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*Fonte: olhardigital

Ingressos para shows de classic rock são os mais caros, diz estudo

Um novo estudo publicado pela FinanceBuzz constatou que o rock é o segmento musical que melhor consegue fidelizar seu público, pois os fãs mostraram uma propensão a gastar quando chega a hora de ver seus artistas favoritos.

A análise utilizou dados estatísticos das 200 melhores turnês norte-americanas da Pollstar de 2019-2021 e das 100 melhores turnês globais de 2017-2018. Dos 13 gêneros analisados, os shows de classic rock se mostraram os mais caros para os fãs. O preço médio dos ingressos para shows neste gênero foi de US$ 119,14, cerca de R$ 571,00. Isso foi quase 100 reais a mais do que o segundo gênero mais caro, o pop, que teve um custo médio de bilhete de US$ 100,65, algo em torno de R$ 480,00.

A pesquisa também buscou saber quais eram os artistas que tinham os ingressos mais caros de cada gênero e descobriu que o ticket médio de Bruce Springsteen ficou em US$ 508,93, mais de R$ 2.400,00. Esse é o custo médio mais caro não apenas na categoria classic rock, mas para qualquer turnê em todos os gênero pesquisados nos últimos cinco anos. O Metallica ficou em primeiro lugar no segmento rock com um preço médio de ingressos de quase US$ 230,00, cerca de R$ 1100,00; enquanto que The Strokes foi a banda de rock alternativo com o maior preço de ingressos dos últimos três anos, chegando a US$ 126,70, cerca de R$ 600,00.

Sobre faturamento, a música pop reina absoluta, produziu mais de US$ 5,2 bilhões (R$ 25 bilhões) em vendas de ingressos de 137 concertos ao longo do período analisado. Os únicos outros gêneros a superar a marca de US$ 2 bilhões foram o classic rock, com US$ 3,5 bilhões de faturamento, e o rock, com US$ 2,4 bilhões.

Os dados completos do estudo estão disponíveis AQUI.

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*Fonte: 89radiorock

Beatles: Um em cada três jovens britânicos não conhece a banda

A pesquisa tinha o intuito de levantar quantos jovens de 16 a 23 anos conheciam as ‘estrelas mais velhas da música’

Os Beatles são considerados a banda mais influente de todos os tempos — no entanto, uma pesquisa realizada pela empresa Censuswide no Reino Unido apontou que praticamente um em cada três jovens britânicos não conhece o grupo.

A pesquisa foi realizada com 2 mil entrevistados no Reino Unido — e tinha o intuito de levantar quantos jovens de 16 a 23 anos conheciam as “estrelas mais velhas da música.”

O levantamento mostrou que “68,97% da Geração Z estava familiarizada com o trabalho dos Beatles”. O que equivale a um a cada três jovens britânicos — uma ótima média se comparada com Aretha Franklin, já que menos de 40% dos entrevistados conheciam a artista.

Além dos Beatles, Queen,David Bowie e Pink Floyd receberam resposta positiva, acumulando, respectivamente, 66,81%, 53,88% e 51,72% de jovens familiarizados com seus sons.

“Quando perguntamos se as pessoas acham músicas ou artistas antigos chatos, a Gen Z foi a geração que mais concordou que sim, com quase 34% [das respostas]”, explicaram os realizadores da pesquisa.

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*Fonte: rollingstone

Uma em cada três pessoas da geração Z não sabe quem são os Beatles, diz estudo

Um novo estudo encomendado pela companhia britânica Roberts Radio sobre como a música pop trafega através de gerações, descobriu que muitos nomes do universo musical podem se manter em destaque ao longo dos anos, enquanto outros desaparecem quase que completamente. A pesquisa ouviu um total de 2.000 entrevistados no Reino Unido para descobrir o quão familiarizadas as pessoas estão com os principais artistas do mercado mundial.

A Roberts perguntou aos seus entrevistados da Geração Z, que envolve pessoas nascidas entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010, sobre seu conhecimento a respeito de artistas mais velhos. Sem surpresa, grandes nomes como Beatles, Elvis Presley e Whitney Houston eram bem conhecidos, mas pelo menos uma em cada três pessoas não soube dizer quem são os Beatles e duas em cada três não conheciam o U2.

A pesquisa detectou que o trabalho de nomes como Beach Boys e The Supremes estão perdendo influência entre as gerações mais jovens. O que pode explicar isso é um dado assustador: um terço dos entrevistados da Geração Z disse que não ouviria uma música mais velha do que eles.

É evidente que o mundo da música mudou drasticamente desde os anos 1970 e 1980, mas isso não é um grande problema, pois apenas 18% das pessoas de todas as idades ouvidas pelos pesquisadores admitiram que têm dificuldade em se relacionar com músicas lá do passado.

O estudo completo da Roberts Radio está disponível AQUI e embaixo você tem a lista dos artistas das antigas mais conhecidos por quem nasceu depois dos anos 1990:

1º – Beatles – 68.97%
2º – Elvis Presley – 67.24%
3º – Whitney Houston – 67.24%
4º – Queen – 66.81%
5º – Madonna – 62.07%
6º – Paul McCartney – 57.76%
7º – Prince – 56.03%
8º – David Bowie – 53.88%
9º – Tina Turner – 53.45%
10º – Pink Floyd – 51.72%
11º – Bon Jovi – 51.72%
12º – Blondie – 46.55%
13º – Beach Boys – 42.24%
14º – Phil Collins – 42.24%
15º – Bee Gees – 41.81%

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*Fonte: radiorock

Cinema ou streaming? Pesquisa indica qual a preferência dos espectadores

Diferente de antigamente, quando precisávamos esperar meses – ou anos – para um filme recém-lançado no cinema chegar à TV, hoje temos o streaming, que devido as parcerias (e impulso pela situação de pandemia da Covid-19) consegue que um novo filme tenha sua estreia diretamente nas plataformas ou esteja ao menos disponível em 45 dias – como é o caso de “The Batman” na HBO Max. No entanto, fica a pergunta; o que os espectadores preferem? Assistir ao filme no cinema ou no conforto de sua casa?

Uma pesquisa realizada pela Fandango, empresa americana de ingressos de cinema, indicou que os espectadores acreditam que os filmes do cinema possuem maior qualidade de exibição – e melhor experiência – quando comparados aos que são lançados nas plataformas de streamings.

O estudo questionou 6 mil pessoas e apontou que 93% dos entrevistados planejam ver filmes direto no cinema em 2022. Quanto à experiência geral nos cinemas, 85% afirmaram que os formatos IMAX e Dolby tornaram a exibição cinematográfica muito mais agradável.

Isso é uma ótima notícia para a indústria do cinema, que passou por maus bocados durante a pandemia da Covid-19, que viu salas fechadas e rendimento baixo dos filmes devido aos atrasos e distribuição das produções no streaming – uma opção estratégica para manter as estreias. De acordo com o Collider, os resultados da pesquisa podem indicar uma recuperação financeira para o setor, principalmente pelos diversos e esperados lançamentos deste ano – que inclui, por exemplo, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, que já alcançou um recorde na pré-venda de ingressos.

Os resultados do estudo também incluem quais outros fatores influenciam os espectadores a irem aos cinemas. Os dados constataram que 95% vão aos cinemas para assistir seus gêneros favoritos; 93% escolhem filmes assistindo a trailers; 91% vão ao cinema com base em recomendações de amigos e familiares; 90% vão assistir suas celebridades favoritas; 90% querem se manter atualizados com suas franquias de filmes favoritas e 88% vão ver um filme com base em quão boas são as críticas.

Além de “Doutor Estranho 2”, outros filmes esperados para este ano são; “Top Gun: Maverick”, para 26 de maio, “Thor: Amor e Trovão”, em 7 de julho, “Jurassic World Dominion”, em 10 de junho, e “Minions 2: A Origem de Gru” e “Lightyear”, ambos também para o mês de junho.

*Por Tamires Ferreira
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*Fonte: olhardigital

Deu ruim para os guitarristas? Estudo americano diz que baixo é instrumento mais importante

De acordo com pesquisadores, percepção de tempo superior para timbres musicais graves explica o motivo pela qual instrumentos na faixa de frequência dos baixos são indicados para criar ritmos musicais

Aquela antiga e saudável disputa entre músicos sobre qual instrumento é o mais importante ganhou novo capítulo. Para desespero dos guitarristas de plantão, um estudo americano concluiu que o baixo é o instrumento mais fundamental dentro de uma banda.

Publicado pela prestigiada National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), o estudo explica que a percepção de tempo superior para timbres musicais graves explica o motivo pela qual instrumentos na faixa de frequência dos baixos – como o baixo – são indicados para criar ritmos musicais.

“Até que ponto as convenções musicais são determinadas pela fisiologia humana moldada evolutivamente? Em todas as culturas, a música polifônica geralmente transmite melodia em sons agudos e ritmo em sons graves. Aqui, mostramos que, quando dois fluxos de tons são apresentados simultaneamente, o cérebro detecta melhor os desvios de tempo no fluxo mais baixo do que no fluxo mais alto e que a sincronização de toques aos tons é mais influenciada pelo fluxo mais baixo”, diz o estudo.

Baixo é mais importante?
Ainda no resumo do estudo, os pesquisadores complementam a explicação que mostra o instrumento como sendo o instrumento mais importante.

“Além disso, nossa modelagem revela que, com sons simultâneos, a codificação superior de tempo para sons mais graves e de tom para sons mais agudos surge precocemente na via auditiva na cóclea da orelha interna. Assim, essas convenções musicais provavelmente surgem da fisiologia auditiva muito básica”, conclui.

*Por Gustavo Maiato
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*Fonte: guitarload

Stonehenge pode ter sido um calendário gigante; entenda

Stonehenge pode ser um calendário antigo devido ao seu alinhamento com os solstícios de verão e inverno, mas como esse calendário funcionava era um mistério. Agora, uma nova análise mostra que poderia ter funcionado como o calendário solar usado no antigo Egito, baseado em um ano de 365,25 dias, com cada uma das pedras do grande círculo sarsen representando um dia dentro de um mês.

“É um calendário perpétuo que recalibra a cada pôr do Sol trdo solstício de inverno”, disse Tim Darvill, da Universidade de Bournemouth, Reino Unido, que realizou a análise. Isso teria permitido que os povos antigos que viviam perto do monumento no que hoje é Wiltshire, no Reino Unido, acompanhassem os dias e meses do ano.

A chave para desbloquear este sistema de calendário veio da descoberta em 2020 de que a maioria das pedras sarsen foram extraídas do mesmo local a 25 quilômetros de distância e foram colocadas em Stonehenge na mesma época.

“Todos, exceto dois sarsens em Stonehenge, vêm dessa única fonte, então a mensagem para mim foi que eles têm uma unidade com eles”, disse Darvill. Isso indica que eles foram destinados a um propósito comum. Para descobrir qual propósito, ele procurou pistas nos números.

Os sarsens foram dispostos em três formações diferentes em Stonehenge por volta de 2500 AEC: 30 formaram o grande círculo de pedras que domina o monumento, 4 “pedras da estação” foram colocadas em uma formação retangular fora desse círculo, e o restante foi construído em 5 trílitos — consistindo de duas pedras verticais com uma terceira pedra colocada horizontalmente no topo como um lintel — localizada no círculo de pedras.

“30, 5 e 4 são números interessantes em um sentido de calendário”, disse Darvill. “Aqueles 30 pilares ao redor do anel principal de sarsen em Stonehenge se encaixariam muito bem como dias do mês”, disse ele. “Multiplique isso por 12 e você obtém 360, adicione outros 5 dos trílitos centrais e você obtém 365.” Para ajustar o calendário para corresponder a um ano solar, é necessária a adição de um dia bissexto extra a cada quatro anos, e Darvill julga que as quatro pedras da estação podem ter sido usadas para acompanhar isso. Nesse sistema, os solstícios de verão e inverno seriam enquadrados todos os anos pelo mesmo par de pedras.

Este sistema de calendário “faz muito sentido”, disse David Nash, da Universidade de Brighton, Reino Unido. “Gosto da simplicidade elegante disso.”

Outros não têm tanta certeza. “É certamente intrigante, mas no final das contas não convence”, disse Mike Parker Pearson, da Universidade College London, no Reino Unido. “Os números realmente não somam — por que duas colunas verticais de um trílito deveriam ser iguais a uma vertical do círculo sarsen para representar 1 dia? Há uso seletivo de evidências para tentar ajustar os números.”

Embora um calendário com meses de 30 dias e um mês extra “intercalar” de cinco dias possa não ser familiar para nós hoje, esse sistema foi usado no antigo Egito por volta de 2700 AEC e outros calendários solares foram desenvolvidos na região do Mediterrâneo oriental por volta dessa época.

No calendário egípcio, esses cinco dias extras eram “muito significativos, religiosamente falando”, disse Sacha Stern, especialista em calendários antigos da Universidade College London. Isso levou Darvill a pensar que as cinco estruturas de trílitos em Stonehenge poderiam ter marcado uma celebração de cinco dias no meio do inverno, uma ideia reforçada pelo fato de que a pedra mais alta do monumento, parte de um dos trílitos, aponta para o nascer do Sol no solstício de inverno.

Stonehenge
A semelhança entre o calendário de Stonehenge e o usado no antigo Egito sugere que a ideia do sistema Stonehenge pode ter vindo de longe. Descobertas arqueológicas recentes apoiam a ideia de viagens e comércio de longa distância nessa época. A análise isotópica do corpo do Amesbury Archer, enterrado a 5 quilômetros de Stonehenge por volta de 2300 AEC, revelou que ele nasceu nos Alpes e veio para a Grã-Bretanha quando adolescente.

No entanto, Stern não está convencido pelo argumento de que o sistema de calendário de Stonehenge se originou em outro lugar.

“Eu me pergunto se você precisa invocar os egípcios. Por que não podemos simplesmente imaginar que [as pessoas que construíram Stonehenge] criaram todo o sistema por si mesmas? Eles certamente sabiam quando era o solstício e, a partir desse ponto, você só precisa contar os dias, e não demorará muito para descobrir quantos dias você precisa no ano.”

*Por Milena Elisios
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*Fonte: socientifica

Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT

Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT

Dois cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) recentemente conseguiram fazer o atlas mais detalhado até hoje das maiores zonas mortas no oceano, importantes regiões, que revelam novos fatos cruciais sobre elas no processo. O novo atlas de alta resolução foi descrito em dezembro de 2021 na revista Global Biogeochemical Cycles. Zonas mortas, que quadruplicaram desde 1950, são áreas deficientes em oxigênio, o que significa que são uma zona proibida para a maioria dos organismos aeróbicos (dependentes de oxigênio). Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT.

Duas imensas Zonas Mortas no Pacífico
De acordo com o site http://www.ecowatch.com, “Aprendemos o quão grandes são essas duas zonas no Pacífico, reduzindo a incerteza na medição, sua extensão horizontal, quanto e onde essas zonas são ventiladas por águas oxigenadas e muito mais”, disse Andrew Babbin ao EcoWatch em um e-mail.

Babbin é um dos dois desenvolvedores do atlas. É professor no Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT. “Ser capaz de visualizar em alta resolução as zonas de baixo oxigênio é realmente um primeiro passo necessário para entender completamente os processos e fenômenos que levam ao seu surgimento”, disse ele.

De acordo com o www.ecowatch.com, as zonas mortas podem ser causadas ​​pela atividade humana, especialmente pela poluição por nutrientes. Por exemplo, a segunda maior zona morta do mundo está no Golfo do México e é em grande parte causada pelo escoamento de nitrogênio e fósforo das cidades e fazendas industriais ao largo do rio Mississipi.

Mas elas também podem ter causas naturais.

Zonas mortas de ocorrência natural
O novo atlas concentra-se em duas zonas mortas de ocorrência natural no Pacífico tropical. Uma está localizada na costa da América do Sul e mede cerca de 600.000 quilômetros cúbicos, ou o equivalente a 240 bilhões de piscinas olímpicas, informou o MIT News. A segunda é cerca de três vezes maior e está localizada no hemisfério norte, na costa da América Central.

As zonas mortas naturais e antropogênicas têm algo em comum: muitos nutrientes. No caso das do Pacífico, disse Babbin, esses nutrientes se acumulam por causa dos padrões de vento que empurram a água para o mar.

“As águas mais profundas sobem para preencher esse vazio, trazendo nutrientes mais altos para a superfície”, disse Babbin ao EcoWatch, num processo semelhante ao que se conhece como ‘ressurgência’. “Esses nutrientes estimulam uma enorme quantidade de crescimento de fitoplâncton, semelhante à forma como fertilizamos terras de cultivo e até mesmo nossos vasos de plantas em casa. Quando esses fitoplânctons afundam, as bactérias heterotróficas agem para decompor o material orgânico, consumindo oxigênio da mesma forma que os humanos fazem para respirar nossa comida”.

No entanto, diz o http://www.ecowatch.com, devido à localização dessas zonas, leva muito tempo para que as águas ricas em oxigênio cheguem à área e reponham o que as bactérias devoram.

Crise do clima e as zonas mortas
“Em essência, a demanda biológica de oxigênio supera o reabastecimento físico”, concluiu Babbin. Embora essas zonas específicas não sejam causadas pela poluição humana, entendê-las ainda é importante no contexto da atividade humana. As zonas mortas podem emitir o óxido nitroso, gás de efeito estufa, e existe a preocupação de que a crise climática possa fazer com que elas se expandam.

“É amplamente esperado que os oceanos percam oxigênio à medida que o clima fica mais quente. Mas a situação é mais complicada nos trópicos, onde existem grandes zonas com deficiência de oxigênio”, disse o co-desenvolvedor do atlas Jarek Kwiecinski ao MIT News. “É importante criar um mapa detalhado dessas zonas para que tenhamos um ponto de comparação para mudanças futuras.”

O novo atlas, conclui o ecowatch, melhora as tentativas anteriores de medir as ODZs do Pacífico devido à quantidade de informações que incorpora e à abordagem adotada para medir o teor de oxigênio da água.

Flutuadores robóticos e os dados da pesquisa
Os dados que Babbin e Kwiecinski usaram para o atlas foram coletados por cruzadores de pesquisa e flutuadores robóticos durante um período de mais de 40 anos, informou o MIT News. Os cientistas normalmente jogam garrafas em várias profundidades e medem o teor de oxigênio da água coletada pela garrafa. No entanto, essa medição não é totalmente precisa porque o plástico da própria garrafa também contém oxigênio.

Para evitar esse problema, a equipe por trás do atlas analisou dados de sensores conectados às garrafas ou a plataformas robóticas, o que lhes permitiu rastrear o conteúdo de oxigênio à medida que os sensores desciam pela coluna de água.

“Esse método nos permite contornar um viés que existe nos dados absolutos para ver apenas se o oxigênio está aumentando, diminuindo ou permanecendo o mesmo”, declarou Babbin.

“Esperamos que o atlas seja usado por todos!” disse Babbin. “Podemos prever que oceanógrafos e cientistas climáticos o usarão para planejar expedições ou relacionar alguns de seus dados a um amplo atlas/compilação. Esperamos que os modeladores climáticos possam usá-lo para validar seus modelos que tentam reproduzir a extensão do baixo oxigênio. Acreditamos ainda que esta compilação funcionará como um ponto de comparação com o qual medições futuras podem ser comparadas para finalmente revelar como essas zonas respondem diante de um clima em mudança”.

Caso tenha interesse…
Se você estiver interessado em conferir, o atlas está disponível no Biological and Chemical Oceanography Data Management Office (BCO-DMO), e os dados podem ser baixados do Woods Hole Open Access Server.

Fonte: https://www.ecowatch.com/ocean-dead-zones-map.html?fbclid=IwAR1dbAhGVELeg2WRX6AOT6a3xK7lMasNczdaOykJJ_ErVmOdyuE7695U0zM.

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*Por: Joao Lara Mesquita / marsemfim

A superfície da lua tem oxigênio suficiente para manter bilhões de pessoas vivas por 100.000 anos

Juntamente com os avanços na exploração do espaço, recentemente vimos muito tempo e dinheiro investidos em tecnologias que poderiam permitir a utilização eficaz dos recursos espaciais . E na vanguarda desses esforços está um foco nítido em encontrar a melhor maneira de produzir oxigênio na Lua .

Em outubro, a Agência Espacial Australiana e a NASA assinaram um acordo para enviar um rover feito na Austrália para a Lua sob o programa Artemis, com o objetivo de coletar rochas lunares que poderiam fornecer oxigênio respirável na lua.

Embora a Lua tenha uma atmosfera, ela é muito fina e composta principalmente de hidrogênio, néon e argônio. Não é o tipo de mistura gasosa que poderia sustentar mamíferos dependentes de oxigênio, como os humanos.

Dito isso, há bastante oxigênio na lua. Simplesmente não está na forma gasosa. Em vez disso, ele está preso dentro do regolito – a camada de rocha e poeira fina que cobre a superfície da lua.

Se pudéssemos extrair oxigênio do regolito, isso seria suficiente para sustentar a vida humana na Lua?


A amplitude do oxigênio

O oxigênio pode ser encontrado em muitos dos minerais do solo ao nosso redor. E a Lua é feita principalmente das mesmas rochas que você encontrará na Terra (embora com uma quantidade um pouco maior de material proveniente de meteoros).

Minerais como sílica, alumínio e óxidos de ferro e magnésio dominam a paisagem lunar. Todos esses minerais contêm oxigênio, mas não na forma que nossos pulmões podem acessar.

Na Lua, esses minerais existem em algumas formas diferentes, incluindo rocha dura, poeira, cascalho e pedras que cobrem a superfície. Este material foi resultado dos impactos de meteoritos que caíram na superfície lunar ao longo de incontáveis ​​milênios.

Algumas pessoas chamam a camada da superfície da Lua de “solo” lunar, mas, como cientista do solo, hesito em usar esse termo. O solo que conhecemos é uma coisa muito mágica que só ocorre na Terra. Ele foi criado por uma vasta gama de organismos trabalhando no material original do solo – regolito, derivado de rocha dura – ao longo de milhões de anos.

O resultado é uma matriz de minerais que não estavam presentes nas rochas originais. O solo da Terra está imbuído de notáveis ​​características físicas, químicas e biológicas. Enquanto isso, os materiais na superfície da Lua são basicamente regolito em sua forma original e intocada.

Uma substância entra, duas saem
O regolito da Lua é composto de aproximadamente 45% de oxigênio . Mas esse oxigênio está fortemente ligado aos minerais mencionados acima. Para romper esses laços fortes, precisamos colocar energia.

Você pode estar familiarizado com isso se souber sobre eletrólise. Na Terra, esse processo é comumente usado na manufatura, como para produzir alumínio. Uma corrente elétrica é passada através de uma forma líquida de óxido de alumínio (comumente chamada de alumina) por meio de eletrodos, para separar o alumínio do oxigênio.

Nesse caso, o oxigênio é produzido como subproduto. Na Lua, o oxigênio seria o produto principal e o alumínio (ou outro metal) extraído seria um subproduto potencialmente útil.

É um processo bastante direto, mas há um porém: ele consome muita energia. Para ser sustentável, ele precisaria ser sustentado por energia solar ou outras fontes de energia disponíveis na lua.

A extração de oxigênio do regolito também exigiria equipamentos industriais substanciais. Precisaríamos primeiro converter o óxido de metal sólido na forma líquida, aplicando calor ou combinando calor com solventes ou eletrólitos.

Temos a tecnologia para fazer isso na Terra, mas mover este aparelho para a Lua – e gerar energia suficiente para operá-lo – será um grande desafio.

No início deste ano, a startup de Serviços de Aplicações Espaciais com sede na Bélgica anunciou que estava construindo três reatores experimentais para melhorar o processo de produção de oxigênio por eletrólise. Eles esperam enviar a tecnologia para a Lua até 2025 como parte da missão de utilização de recursos in-situ da Agência Espacial Européia (ISRU) .


Quanto oxigênio a Lua poderia fornecer?

Dito isso, quando conseguirmos retirá-lo, quanto oxigênio a Lua pode realmente fornecer? Bem, bastante, ao que parece.

Se ignorarmos o oxigênio preso ao material rochoso mais profundo da Lua – e considerarmos apenas o regolito, que é facilmente acessível na superfície – podemos fazer algumas estimativas.

Cada metro cúbico de regolito lunar contém 1,4 toneladas de minerais em média, incluindo cerca de 630 quilos de oxigênio. A NASA diz que os humanos precisam respirar cerca de 800 gramas de oxigênio por dia para sobreviver. Portanto, 630 kg de oxigênio manteriam uma pessoa viva por cerca de dois anos (ou pouco mais).

Agora vamos supor que a profundidade média do regolito na Lua é de cerca de 10 metros , e que podemos extrair todo o oxigênio disso. Isso significa que os primeiros 10 metros da superfície da Lua forneceriam oxigênio suficiente para sustentar todas as 8 bilhões de pessoas na Terra por algo em torno de 100.000 anos.

Isso também dependeria da eficácia com que conseguimos extrair e usar o oxigênio. Independentemente disso, esse número é incrível!

Dito isso, temos muito bom aqui na Terra. E devemos fazer tudo o que pudermos para proteger o planeta azul – e seu solo em particular – que continua a sustentar toda a vida terrestre sem nós nem mesmo tentarmos.A conversa

John Grant , professor de Ciência do Solo, Southern Cross University .

Este artigo foi republicado de The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia aqui o artigo original (em inglês)

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*Fonte: sabersaude

Cão robô escala e se adapta a qualquer terreno nos Alpes Suíços

Esta semana, pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, anunciaram que estão melhorando as capacidades físicas de seu cão robô. A máquina, batizada ANYmal, está agora sendo treinada para escalar montanhas.

Segundo a empresa, o quadrúpede de metal já consegue escalar pontos íngremes e acidentados dos Alpes Suíços. O robô também é capaz de fazer uma caminhada vertical de 120 metros em 31 minutos, quatro minutos mais rápido do que caminhadas humanas.

Os pesquisadores explicaram que a façanha foi alcançada por um esquema de controle que combina imagens com feedback tátil. Isso facilita a ação do robô em terrenos irregulares e com baixa visibilidade — um dos principais problemas nas caminhadas humanas.

Com base no feedback, o robô determina, entre outras coisas, com que cautela precisa dar seus passos. Isso implica dizer se ele sabe julgar onde precisará caminhar como se estivesse “pisando em ovos” ou se pode se comportar como um cão de carne e osso desgovernado.

Outro ponto importante é que a máquina a tarefa sem tropeçar ou errar — coisa rara entre os humanos. A empresa disse que o ANYmal tem microfones, câmaras óticas, iluminação ativa para superar “ambientes desafiadores” e sensores de detecção de gás.

Ele pode ser utilizado para inspeção de trens, navios e máquinas de grande porte, com difícil acesso para humanos. Você pode vê-lo em ação no vídeo abaixo.

“O robô aprendeu a combinar a percepção visual do ambiente com seu senso de toque, baseado no contato direto das pernas”, disse o pesquisador Marco Hutter em um comunicado. “Isso permite enfrentar terrenos acidentados de forma mais rápida, eficiente e, acima de tudo, com mais robustez”.

Está nos planos do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique que, no futuro, o ANYmal possa ser usado em qualquer lugar perigoso demais para humanos ou muito intransitável para outros robôs. Muito Black Mirror, sem dúvidas.

*Por Luana Nunes
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*Fonte: gizmodo

Humanos podem aprender ecolocalização em apenas 10 semanas, revelam experimentos

Com treinamento suficiente, a maioria dos humanos pode aprender a ecolocalizar, usando a língua para fazer sons de cliques e interpretando os sons dos ecos que voltam, refletidos no ambiente ao redor.

Em apenas 10 semanas, os pesquisadores foram capazes de ensinar aos participantes como navegar pelos obstáculos e reconhecer o tamanho e a orientação dos objetos usando os sons repetidos de seus cliques. O experimento envolveu 12 participantes que foram diagnosticados como legalmente cegos durante a infância e 14 pessoas com visão.

A ecolocalização é uma habilidade que normalmente associamos a animais como morcegos e baleias, mas alguns humanos cegos também usam os ecos de seus próprios sons para detectar obstáculos e seus contornos. Alguns usam o bater de uma bengala ou estalar os dedos para fazer o barulho necessário, enquanto outros usam a boca para fazer um som de clique.

Apesar do quão útil possa ser essa habilidade, muito poucos cegos são ensinados a fazê-la. Especialistas em ecolocalização vêm tentando difundir a prática há anos e este novo estudo sugere que um cronograma de treinamento simples é tudo o que é necessário.

“Não consigo pensar em nenhum outro trabalho com participantes cegos que tenha recebido um feedback tão entusiasmado”, disse a psicóloga Lore Thaler, da Universidade de Durham, no Reino Unido.

Ao longo de 20 sessões de treinamento, que duraram cerca de 2 a 3 horas, os pesquisadores descobriram que os participantes cegos e os que enxergam, tanto idosos quanto jovens, melhoraram consideravelmente na ecolocalização baseada em cliques.

Durante semanas, os participantes foram treinados para navegar em labirintos virtuais – corredores dispostos em interseções em T, curvas em U e zigue-zagues – e identificar o tamanho e a orientação dos objetos usando cliques da boca.

Nas duas sessões finais, os participantes tiveram suas novas habilidades de navegação testadas em um labirinto virtual que eles nunca haviam percorrido antes. Mesmo estando cego neste ambiente desconhecido, as colisões foram menores do que no início do programa.

Claramente, os ecos de seus próprios cliques estavam ajudando as pessoas a navegar pelo percurso com mais facilidade do que antes.

Na verdade, os autores descobriram que esses ecolocalizadores recém-treinados tiveram um desempenho quase tão bom no labirinto quanto sete ecolocalizadores especialistas, que usavam essa habilidade há anos.

Em testes adicionais para determinar a forma e a orientação de certas superfícies, os participantes do estudo tiveram um desempenho igual ao dos especialistas.

Estudos anteriores também descobriram que indivíduos que enxergam podem aprender a ecolocalização baseada em cliques em uma série de sessões de treinamento, mas este é o primeiro estudo a testar se os resultados se estendem a pessoas cegas e também a pessoas de várias idades.

As partes visuais do cérebro são o que permitem que os ecolocalizadores “vejam” o mundo ao seu redor, e não estava claro até agora se aqueles que crescem sem visão podem usar as mesmas redes neurais no mesmo grau.

Além do mais, muitas pessoas perdem a visão e a audição à medida que envelhecem e, quanto mais velha uma pessoa, menos plasticidade tem seu cérebro.

Isso pode tornar o aprendizado de novas habilidades mais difícil à medida que você envelhece, mas a nova pesquisa sugere que esse não é um fator limitante no aprendizado da ecolocalização. No estudo, indivíduos cegos de 79 anos foram capazes de adquirir a habilidade com o treinamento correto.

Quando os autores analisaram seus resultados (de seu experimento reconhecidamente pequeno), descobriram que a idade avançada em si não estava ligada a mais colisões na tarefa do labirinto.

“É importante ressaltar que quando quantificamos o grau em que os participantes melhoraram da sessão 1 à sessão 20 em suas habilidades em cada uma das tarefas, não houve evidência de uma associação entre idade e desempenho nas tarefas práticas”, escrevem os autores.

A idade mais jovem permitiu que alguns participantes terminassem os labirintos mais rápido, mas na prática, dizem os autores, “o treinamento levou a mudanças comportamentais notáveis ​​para todos os participantes”, independentemente da idade.

Três meses após o término das sessões de treinamento, participantes cegos disseram que experimentaram uma melhora na mobilidade usando a ecolocalização. Em uma pesquisa de acompanhamento, 10 entre 12 participantes disseram que a habilidade havia beneficiado sua independência e bem-estar.

“Estamos muito entusiasmados com isso”, disse Thaler. “Sentimos que faria sentido fornecer informações e treinamento em ecolocalização baseada em cliques para pessoas que ainda podem ter uma boa visão funcional, mas que podem perder a visão no futuro por causa de doenças oculares degenerativas progressivas”.

*por Carly Cassella
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Fonte: universoracionalista

Cientistas estão prestes a desvendar os mistérios do lado oculto da Lua

Um mistério para a ciência, as características do lado oculto da Lua – também chamado de lado escuro ou lado negro – pode estar prestes a ser desvendado por pesquisadores. Trata-se do hemisfério do satélite que não é visto da Terra.

Em artigo publicado no The Conversation, o professor de geociências na Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, Iraklis Giannakis, explica que essa parte da Lua é de grande importância devido às suas formações geológicas. Outra diferença, em relação ao lado conhecido, é que ela bloqueia todo o ruído eletromagnético da atividade humana, tornando-se o local ideal para a construção de radiotelescópios.
Em 2019, o módulo de pouso Chang’E-4 e seu robô Yutu-2 – enviados em missão espacial pela China – foram os primeiros objetos humanos pousar no lado oposto da superfície lunar.

Uma equipe liderada por Giannakis desenvolveu, então, uma ferramenta capaz de detectar com mais detalhes sobre as camadas abaixo da superfície lunar, algo que os radares orbitais mais antigos são eram capazes de fazer.

De acordo com o especialista, com esse novo modelo é possível “fazer estimativas mais precisas sobre a profundidade da superfície superior do solo lunar, que é uma maneira importante de determinar a estabilidade e a resistência da base do solo para o desenvolvimento de bases lunares e estações de pesquisa”.

Uma das hipósteses da ciência, que poderá ser esclarecida, é que em algum momento a Terra e a Lua tenham colidido, o que levou a aglomeração de materiais que formou o satélite.

Evolução dos métodos de pesquisa
Em seu artigo, o cientista explica que o GPR — ferramenta do rover Yutu-2 usada para penetração no solo — traz uma série de vantagens e pode ser usado para mapear a subsuperfície dos locais de pouso e lançar luz sobre o que está acontecendo abaixo do solo.

Giannakis explica que, para conseguir captar em ainda mais detalhes a complexidade da superfície lunar, a equipe do professor desenvolveu um método inédito. Ele foi usado para processar os dados GPR capturados pelo rover Yutu-2, do Chang’E-4, que pousou na cratera Von Kármán, parte da Bacia Aitken, no polo sul da Lua – a maior e mais velha cratera do local.

“Acredita-se que a cratera tenha sido criada por um impacto de meteoroide que penetrou na crosta da Lua e levantou materiais do manto superior (a camada interna logo abaixo). A nossa ferramenta de detecção revelou uma estrutura em camadas previamente invisível nos primeiros 10m da superfície lunar, que tinha sido entendida ser um bloco homogéneo”, destacou.

Essa estrutura em camadas complexam, recém-descoberta, sugere que pequenas crateras são mais importantes e podem ter contribuído muito mais do que se acreditava anteriormente para os materiais depositados por quedas de meteoritos – e para a evolução geral das crateras lunares.

“Isso significa que teremos uma compreensão mais coerente da complexa história geológica de nosso satélite e nos permitirá prever com mais precisão o que está abaixo da superfície da Lua”, finalizou Giannakis.

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*Fonte: epocanegocios

Protótipos movidos a energia solar que coletam água do ar podem ajudar bilhões de pessoas

Mesmo quando não há nuvem no céu, sempre há água circulando na atmosfera.

Comparado com todo o H2 0 na Terra, não há muito lá em cima – apenas cerca de 0,001 por cento – mas em áreas de alta umidade, mesmo essa pequena quantidade de umidade pode ser suficiente para fornecer água potável para um bilhão de pessoas.

A hidratação está aí para ser tomada. Tudo o que precisamos fazer é descobrir como obtê-la.

Se pudermos criar um dispositivo econômico e fora da rede que usa energia solar para coletar líquidos do céu, um novo jornal estima que poderíamos produzir 5 litros de água por dia em regiões sem fontes de água potável.

Infelizmente, não funcionará em todos os lugares. Parece estar havendo uma diminuição no retorno dos dispositivos de coleta de água atmosférica em locais que são muito secos, especificamente aquelas regiões que estão abaixo de 30% de umidade relativa.

Nos trópicos, entretanto, esses dispositivos hipotéticos poderiam hidratar milhões. Dois terços das pessoas sem água potável gerenciada com segurança vivem atualmente em áreas tropicais, especialmente na África, Sul da Ásia e América Latina.

No Google e em algumas pequenas start-ups, os pesquisadores já estão trabalhando em protótipos. O dispositivo de propriedade da Alphabet tem apenas um metro quadrado e usa apenas algumas células solares fotovoltaicas para gerar energia e liquidificar a água retirada do ar.

Quando a equipe testou a tecnologia emergente no ano passado, eles produziram 150 mililitros de água por hora por metro quadrado.

Um novo artigo dos autores agora usa uma ferramenta geoespacial para calcular o potencial desses dispositivos, dados os padrões globais de umidade, temperatura do ar e radiação solar.

Suas conclusões iniciais precisarão ser verificadas por mais trabalho, mas as descobertas sugerem que se um dispositivo fora da rede e econômico pode ser projetado, dimensionado e executado ao longo do dia, ele poderia servir para hidratar cerca de metade de todas as pessoas em o mundo que atualmente não tem acesso a fontes de água limpa.

A água retirada do ar não será suficiente para as pessoas usarem nas plantações ou para cozinhar ou limpar, mas com o contínuo desenvolvimento tecnológico, os pesquisadores acreditam que esses protótipos poderão um dia fornecer água potável suficiente para cerca de um bilhão de pessoas.

Infelizmente, a partir de agora, esses dispositivos são muito caros para tornar isso uma realidade. Ainda assim, pesquisadores da “Moonshot Factory” do Google argumentam que os protótipos atuais têm o potencial de ser de baixo custo.

Esses dispositivos incluem apenas algumas peças móveis e são feitos de materiais amplamente disponíveis. O processo de fabricação só precisa ser ampliado e, embora isso exija tempo e dinheiro dos investidores, os autores argumentam que vale a pena o esforço.

Atualmente, cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável gerenciada de forma segura. As áreas do interior separadas do litoral são especialmente vulneráveis, mas mesmo no Pacífico tropical, o aumento dos mares devido às mudanças climáticas ameaça engolir as fontes de água doce em várias ilhas.

Um dispositivo que permite aos habitantes locais derramar uma bebida do céu pode salvar milhões de vidas e manter algumas regiões do mundo habitáveis ​​por muito mais tempo em meio a uma crise climática global.

Dada a incerteza de água potável no futuro, seríamos tolos se não continuássemos a buscar o potencial desses protótipos.

O maior sonho é criar um coletor de água atmosférico que possa funcionar em regiões áridas e úmidas, produzindo água a um custo de um centavo por litro.

No momento, os pesquisadores da empresa de propriedade da Alphabet, X, estão estagnados em 10 centavos o litro, então eles decidiram compartilhar os projetos com o mundo. Sua esperança é que alguém possa pegar o que aprendeu até agora e torná-lo lucrativo.

O estudo foi publicado na Nature

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*Fonte: sabersaude

Os aditivos químicos presentes em 4 de cada 5 alimentos vendidos nos mercados do Brasil

Quando a nutricionista Vanessa Montera investigou a presença de aditivos em alimentos vendidos nos supermercados, ela levou um susto — não só porque muitos tinham (o que ela já esperava), mas porque alguns tinham vários aditivos, e muitos deles só servem para disfarçar que certas comidas poderiam ser difíceis de engolir de outra forma.

Seu estudo mostrou que os aditivos estão por toda parte no mercado: quatro em cada cinco dos quase 9,9 mil alimentos analisados tinham ao menos um aditivos entre os ingredientes e um quarto tinham seis ou mais.

O estudo de Montera foi o primeiro do tipo a ser feito nessa escala no Brasil. A nutricionista diz que, apesar de ser esperado que alimentos industrializados contenham aditivos — substâncias naturais ou sintéticas que são usadas para alterar as características de um produto —, ela não imaginava que os encontraria nesse número.

“Alguns alimentos são coquetéis de aditivos. Chegamos a encontrar um produto de panificação que tinha 35. Foi o recorde.”

Outra coisa que chamou sua atenção foi o uso intensivo dos aditivos cosméticos, como são chamados por uma parte dos profissionais da área aqueles aditivos que mudam o sabor, o aroma e a forma dos alimentos, embora essa classificação não seja oficialmente reconhecida por autoridades brasileiras.

Corantes, saborizantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros, garantem que alimentos que passaram por vários processos industriais na sua fabricação correspondam ao que os consumidores esperam deles. São usados porque esse processamento pode às vezes alterar os alimentos a ponto de deixá-los irreconhecíveis.

Diferentemente de outros aditivos, como os conservadores, por exemplo, os aditivos cosméticos não ajudam a fazer com que as comidas sejam mais baratas, durem mais tempo, cheguem a mais pessoas ou possam ser consumidas com mais segurança.

Na prática, são o equivalente a uma maquiagem dos alimentos. “Não precisariam nem estar ali”, diz Montera.

Sua presença nos alimentos, principalmente quando são muito frequentes, funciona como um indicativo de que este alimento é ultraprocessado — e cada vez mais pesquisas associam esse tipo de comida a doenças.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula o uso dos aditivos em alimentos e estabelece os níveis máximos de consumo diário para uma pessoa.

Mas alguns nutricionistas têm dúvidas se esses limites são realmente seguros, porque comemos cada vez mais alimentos ultraprocessados, que têm muitos aditivos.

Eles apontam ainda para evidências de que há aditivos que podem fazer mal à saúde — o que a indústria nega — e também para problemas na forma como esses ingredientes são informados nos rótulos.

Por isso, defendem que as regras sejam revistas pela agência, e está previsto que isso ocorra em breve.

Outro questionamento vem da comparação desta pesquisa brasileira com um estudo semelhante na França, que apontou um uso substancialmente menor de aditivos por lá.

Isso indicaria, de acordo com cientistas, que muitos produtos vendidos no Brasil são mais artificiais e de pior qualidade.

O que são aditivos alimentares

Aditivos são qualquer ingrediente adicionado ao alimentos sem o propósito de nutrir.

Eles modificam as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais do produto, durante sua fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação.

Essas substâncias ajudam a garantir que podemos consumir um alimento sem riscos, por exemplo.

Embora bastante associados à alimentação moderna, eles não são uma novidade. Já eram usados em sociedades antigas, como o sal que é adicionado para preservar uma comida.

O vinagre das conservas, o açúcar dos alimentos cristalizados e a fumaça da defumação são outros exemplos de aditivos bastante comuns.

Mas também se tornaram bem comuns aditivos sintéticos, que passaram a ser empregados pela indústria para produzir comida em larga escala e fazer com que ela chegue em boas condições para os consumidores.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso dos aditivos se justifica quando ele tem uma utilidade clara, como preservar o valor nutricional ou a estabilidade de um alimento, e não é usado para enganar o consumidor.

Cientistas também apontam que seu uso excessivo pode ser problemático.

Aditivos por toda parte
A nutricionista Vanessa Montera investigou em seu estudo como esses aditivos são usados pela indústria no Brasil.

Esse trabalho foi sua tese de doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e foi publicado no periódico Food and Function, da Sociedade Real de Química, do Reino Unido.

A nutricionista analisou uma base de dados elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor a partir da visita a dez lojas das cinco maiores redes de supermercado do país em duas cidades, Salvador e São Paulo.

Todos os produtos embalados tiveram seus rótulos fotografados. De cerca de 14 mil itens, foram excluídos os que estavam duplicados, as águas engarrafadas e aqueles que não tinham informações nutricionais nas embalagens. Restaram 9.856 alimentos, que foram divididos em 25 categorias.

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Em seguida, foram verificados os ingredientes de cada um deles. A cientista concluiu que 79,4% tinham ao menos um aditivo.

Mas isso conta apenas uma parte da história, porque a minoria (11,6%) tinha um aditivo só, enquanto 19,8% tinham dois ou três, 23,2% tinham quatro ou cinco e 24,8% — a maior parcela do total — tinham seis ou mais.

Os produtos com mais aditivos foram as bebidas de fruta saborizadas (com teor de suco abaixo de 30% e pós e concentrados para preparo de refrescos). Nesses produtos, em média, os aditivos representavam 79,7% do número total de ingredientes listados.

Também se destacaram refrigerantes (74,5%), outras bebidas (57,3%) — tais como aquelas à base de soja, chás prontos para consumo, bebidas para desportistas, leite de coco —, produtos lácteos não adoçados (51,1%), néctares (49,7%), produtos lácteos adoçados (45,6%) e doces e sobremesas (45,4%).

Entre os cinco aditivos mais usados, quatro eram do tipo cosmético — a exceção foram os conservadores, que fazem com que os alimentos durem mais tempo.

Os aromatizantes, que dão cheiro a um produto, foram de longe o aditivo mais comum. Estavam em 47,1% dos produtos.

Depois, vieram os conservadores (28,9%), os corantes (27,8%; conferem cor à comida), os estabilizantes (27,6%; mantêm a dispersão de componentes) e os emulsificantes (19,4%; mantêm uma mistura).

“Os conservadores têm um propósito, porque a indústria precisa fazer com que esses produtos possam ficar mais tempo na prateleira, mas os aditivos cosméticos só servem para deixar o pão mais fofinho, fazer o iogurte ficar rosa, deixar o creme de leite mais branco. Seu único propósito é tornar o produto mais atraente para o consumidor e, por isso, não são estritamente necessários”, avalia Montera.

A nutricionista argumenta que sua pesquisa mostra que a indústria de alimentos está pesando a mão no uso desses ingredientes.

“Tinha um produto que tinha um umectante [que previne a perda de umidade] e um antiumectante [que impede a absorção de umidade]. Qual é o sentido disso?”, questiona.

O que dizem as regras
A principal preocupação é com o impacto no corpo que o consumo desses aditivos causa, dizem os nutricionistas.

O Ministério da Saúde se negou a comentar o assunto e disse à BBC News Brasil que caberia à Anvisa tratar do tema.

A agência afirmou por sua vez, em comunicado, que analisa os riscos envolvidos no consumo de aditivos e determina quais são permitidos e seus limites máximos, para que a indústria possa tirar proveito deles sem prejudicar os consumidores.

As substâncias são avaliadas caso a caso, segundo a Anvisa, e o fabricante precisa comprovar que elas são seguras, necessárias e que o consumo médio esperado não traz perigos.

A agência disse ainda que segue as regras e recomendações da OMS, da Organização para Alimentação e Agricultura, e o que é praticado na União Europeia e nos Estados Unidos.

Mas nutricionistas ouvidas pela reportagem acreditam que a Anvisa pode (e deve) fazer melhor.

Um dos problemas apontados é que os limites diários determinados pela agência levam em conta a ingestão de um aditivo individualmente e determinam o quanto pode ser usado em um único produto.

Mas isso seria colocado em xeque pelo aumento em todo o mundo, medido por diversas pesquisas, do consumo de produtos ultraprocessados, que contêm muitos aditivos.

Isso significa que, na prática, não é difícil alguém consumir mais de um alimento que contém o mesmo aditivo e ir além do limite considerado seguro.

Também não seria levado em consideração nas regras atuais que esses aditivos são consumidos muitas vezes de forma combinada. Como a pesquisa de Vanessa Montera mostra, é comum que alimentos tenham vários aditivos.

Por fim, a lei brasileira não exige que o rótulo informe a quantidade de aditivos usada em cada produto, explica Daniela Canella, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens-USP).

“Não temos como saber o quanto estamos comendo. A indústria diz que isso é segredo industrial e que não revela para que os concorrentes copiem seus produtos, mas isso significa que a gente desconhece o quanto a gente consome de aditivo no Brasil”, diz Canella, que também é professora da Uerj e orientou Montera em sua pesquisa de doutorado.

O que diz a Ciência

A Ciência ainda é inconclusiva sobre se os aditivos causam ou não prejuízos à saúde.

Há estudos que apontam indícios de que seu consumo por pode estar ligado a distúrbios de comportamento, transtornos mentais, alergias, alterações no metabolismo do corpo, obesidade e câncer.

Existe ainda a preocupação com o fato de os ultraprocessados acostumarem nosso paladar a um excesso de certos ingredientes, como sódio e açúcar, tornando mais difícil adquirir o gosto pelos alimentos in natura, que são fontes de nutrientes.

A indústria de alimentos diz que os aditivos são importantes para garantir a segurança e o valor nutricional dos alimentos e que não há por que se preocupar.

A Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos disse à BBC News Brasil que o número de aditivos na composição de um produto “não tem nenhuma relação” com o alimento ser saudável ou não.

“A quantidade máxima permitida leva em conta a interação entre os aditivos em todas as categorias de alimentos, bem como a ingestão diária aceitável, com base no perfil alimentar da população brasileira”, declarou a entidade.

Por sua vez, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos disse à reportagem que os aditivos são usados em “pouquíssimas quantidades” e controlados rigorosamente.

“Não há evidências que demonstrem que a combinação de aditivos num mesmo alimento possa oferecer riscos à saúde humana”, afirmou a associação.

Um dos motivos é que essas pesquisas quase não são feitas, argumenta Daniela Canella.

“Não há estudos no Brasil e existem pouquíssimos no mundo que analisam os aditivos somados, isso normalmente é feito com cada um deles sozinho. É possível que o efeito cumulativo deles não seja seguro”, afirma a nutricionista.

Vanessa Montera aponta outros problemas. De acordo com a pesquisadora, a maioria das pesquisas, que são feitas pela própria indústria, analisam apenas se os aditivos são tóxicos ou causam mutações nas células e não investigam os prejuízos que podem causar ao metabolismo, ou seja, ao funcionamento do corpo.

“Tem alguns estudos que apontam efeitos preocupantes, mas realmente não é nada que nos faça bater o martelo. Mas, ainda assim, deveria ser adotado o princípio da precaução, porque, da mesma forma que não dá pra dizer com 100% de certeza que são prejudiciais, também não dá pra garantir que não são”, diz a cientista.

Além disso, os estudos são realizados majoritariamente em animais, explicam os especialistas. Não seria ético fazer pesquisas dos efeitos em humanos, dando aditivos às pessoas para ver o que acontece.

A saída, explica Canella, é fazer os chamados estudos observacionais, em que se acompanha um grupo de pessoas por um tempo e se analisam seus hábitos e estilo de vida e os problemas de saúde para ver se há alguma correlação.

“É difícil fazer estudos assim porque sempre pode ter havido outra influência. Pode ter sido a poluição, e não o aditivo, que causou uma doença, por exemplo. Por isso, o nível de evidências nunca vai ser o ideal, o que é uma maravilha para a indústria, que sempre vai poder dizer que não dá pra estabelecer uma relação de causa e consequência, e é verdade”, diz a pesquisadora da USP.

Anvisa vai rever regras de aditivos
Uma outra preocupação surge com a comparação do estudo feito por Montera no Brasil com outro na França.

A pesquisa com 126 mil produtos alimentícios disponíveis nos supermercados franceses apontou que 53,8% tinham aditivos e 11,3% tinham cinco ou mais aditivos — bem abaixo dos índices encontrados no estudo brasileiro.

“Isso mostra que talvez a qualidade dos alimentos que estão sendo oferecidos aqui é pior do que a dos alimentos de lá”, diz Montera.

A nutricionista afirma ainda que, se a amostra do estudo nacional fosse tão grande quanto a da pesquisa francesa, os resultados poderiam ser ainda piores.

“A Europa tem um controle maior sobre o uso de alguns aditivos alimentares”, explica Montera.

Ter mais aditivos é sinal de pior qualidade porque essas substâncias são usadas muitas vezes para substituir ingredientes naturais.

Em tese, por exemplo, uma empresa poderia usar morangos de verdade para deixar o iogurte rosa, mas morangos são mais caros do que um corante.

Os aditivos também servem para “maquiar” os produtos ultraprocessados, diz Canella, tornando seu aspecto, textura e gosto aceitáveis.

A nutricionista defende que cabe ao governo brasileiro exigir padrões de qualidade melhores das fabricantes de alimentos.

“Os países têm legislações mais e menos rigorosas. Se em um lugar você pode usar matéria-prima de pior qualidade, esse país se torna um refugo da indústria. Se dá pra produzir mais barato e a legislação não barra, por que uma empresa vai ter mais despesa e menos lucro?”, questiona Canella.

Também seria bom que os rótulos informassem melhor sobre esses ingredientes, indicando sua quantidade, por exemplo, acrescenta Montera.

O Brasil terá uma oportunidade de aprimorar suas regras para os aditivos. Está prevista na agenda da Anvisa para o período entre 2021 e 2023 a modernização das regras e procedimentos para autorização do uso dos aditivos em alimentos.

Mas, questionada sobre esse assunto, a agência disse à BBC News Brasil que não iria comentar.

*Por Rafael Barifouse
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*Fonte: bbc-brasil

Estudo reúne evidências robustas de que Covid-19 é uma doença sazonal

Pesquisadores espanhóis avaliaram ondas da doença em 162 países e concluíram que transmissão do coronavírus é maior em locais com menor temperatura e umidade

Cientistas encontraram fortes evidências de que a Covid-19 é mais transmissível durante determinadas épocas do ano, como é o caso da gripe. As conclusões apontam que a doença também está ligada às baixas temperaturas e umidade e foram publicadas na revista científica Nature Computational Science, nesta quinta-feira (21).

Um modelo teórico anterior apontou que a Covid-19 não tinha ligação com o clima, porém, outras pesquisas indicaram que a propagação da doença na China ocorreu em latitudes específicas de 30 a 50º N, com umidade baixa e temperaturas entre 5 a 11ºC.

Pesquisadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona, na Espanha, foram entender melhor isso e conduziram uma análise mais aprofundada em 162 países dos 5 continentes, avaliando a temperatura e a umidade nas fases iniciais de propagação do Sars-CoV-2.

Concluiu-se, então, que taxas de transmissão mais altas do vírus ocorriam em locais mais frios e com menor umidade. Em seguida, um método estatístico desenvolvido pelos cientistas reforçou a associação ao considerar a evolução da doença ao longo do tempo em todas as ondas epidêmicas, seja em escalas municipais ou mundiais.

De acordo com os cientistas, as primeiras ondas diminuíram conforme umidade e temperatura aumentaram. Já as segundas ondas aumentaram conforme os termômetros subiam e o clima ficava menos úmido. Porém, esse padrão não acontecia durante o verão em todos os cinco continentes avaliados. “Isso pode ser explicado por vários fatores, incluindo encontros em massa de pessoas jovens, turismo, uso de ar condicionado, entre outros”, aponta Alejandro Fontal, líder do estudo, em comunicado.

Apesar disso, a pesquisa conseguiu prever a queda e ascensão das ondas epidêmicas, principalmente a primeira e a terceira na Europa. Os pesquisadores estimam que os efeitos climáticos que ajudam na transmissão do vírus são mais evidentes em temperaturas de 12 a 18ºC e umidade entre 4 e 12 g/ m³, porém, eles salientam que essas medidas são apenas indicativas.

Ao que tudo indica, a Covid-19 é sazonal e parecida não só com a gripe, mas com doenças causadas por outros coronavírus mais benignos, concluem. Em condições de umidade baixa, há a redução do tamanho dos aerossóis pelos quais são transmitidos esses vírus sazonais, contribuindo para maior contágio. “Esse vínculo garante ênfase na ‘higiene do ar’ por meio da melhoria da ventilação interna, pois os aerossóis são capazes de permanecer suspensos por mais tempo”, diz Xavier Rodó, coautor da pesquisa.

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*Fonte: revistagalileu

As revelações do maior estudo sobre exercício físico e boa forma já realizado

Os benefícios da atividade física para a boa forma são amplamente conhecidos pela ciência. No entanto, a relação entre diferentes tipos de exercício – mais leve, mais intenso, aeróbico ou não – e a melhora nos índices de condicionamento físico e boa forma ainda não são totalmente compreendidos.

Para aprofundar esse conhecimento, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston (EUA) fizeram um amplo estudo com mais de 2 mil participantes – o maior estudo já feito com o objetivo de entender essa relação.

Embora a pesquisa tenha sido feita para avaliar os resultados em relação ao condicionamento físico e boa forma (e não em relação à saúde em geral), o condicionamento físico tem uma grande influência na saúde e está associado a um risco menor de doenças cardiovasculares.

Exercícios intensos são três vezes mais eficientes para melhorar o condicionamento do que apenas caminhar e 14 vezes mais eficientes do que apenas diminuir o sedentarismo no dia a dia (como levantar para trocar o canal da TV, pegar escadas em vez do elevador, etc).

A conclusão pode parecer óbvia, mas na verdade há uma série de detalhes que foram aprofundados pela pesquisa, conduzida pela equipe do professor de cardiologia Matthew Nayor, da Universidade de Boston, e liderada por ele.

Por exemplo, uma pessoa que passa o dia todo sentada no escritório pode compensar esse tempo de sedentarismo fazendo exercícios mais intensos depois do expediente? Como a saúde dessa pessoa se compara com a de alguém que tem um trabalho onde há mais atividade física, mas não faz exercícios além disso?

Também havia incerteza sobre se o número de passos dados por dia (contados com contadores de passos) fazia de fato alguma diferença no condicionamento físico – e a conclusão foi que sim em todos os gêneros, faixas etárias e condições de saúde, confirmando que manter atividade ao longo do dia é benéfico para todo mundo.

Os pesquisadores também descobriram que pessoas que têm um número mais alto que a média de passos por dia e praticam exercícios mais intensos por um curto período têm também um condicionamento físico acima da média independentemente de quanto tempo elas ficaram sentadas. Ou seja, aparentemente é possível compensar os malefícios do sedentarismo ao longo do dia com o aumento da atividade física e de exercício em outros momentos.

A pesquisa investigou também como o corpo responde a diferentes intensidades de atividade física durante o começo, o meio e o pico de um exercício.

Os pesquisadores já esperavam encontrar entre os resultados o fato de que exercícios mais intensos promovem uma melhora na performance durante o pico da atividade. Mas eles descobriram também que exercícios de alta intensidade também são mais benéficos do que caminhadas leves para melhorar a capacidade do corpo de começar e manter níveis mais baixos de atividade.

Segundo Nayor, que liderou a pesquisa, outra dúvida era quais os impactos de hábitos passados relativos à saúde física e o nível de bem estar de uma pessoa no presente.

“Descobrimos que os participantes com altos índices de atividade em um primeiro momento, mas baixos níveis de atividade cerca de 8 anos depois, tinham níveis equivalentes de condicionamento. Isso sugere que possa talvez haver um ‘efeito memória’ de atividades físicas praticadas no passado com o atual índice de boa forma”, afirma Nayor em um artigo sobre a pesquisa publicado pela Universidade Boston e pelo Fórum Econômico Mundial.

A importância das atividades físicas leves
Matthew Nayor destaca que, apesar da conclusão ser que atividades mais intensas são melhores para o condicionamento, isso não quer dizer que atividades leves sejam desnecessárias.

“Nosso estudo confirmou que atividades leves também melhoram o condicionamento físico. E isso é muito importante especialmente para os mais velhos ou para pessoas que têm condições médicas que as impedem de fazer atividades mais intensas”, diz ele no artigo.

Mas se o seu objetivo é melhorar a boa forma, diz ele, realizar pelo menos um exercício mais moderado ou intenso é três vezes mais eficiente do que ser apenas uma pessoa que caminha muito, por exemplo.

O que é um exercício intenso?
Os pesquisadores usaram definições estabelecidas em outros estudos como base para o trabalho recente. Esses trabalhos consideram que andar entre 60 e 99 passos por minuto é um exercício leve, andar entre 100 e 129 passos por minuto é moderado e acima de 130 passos por minuto é intenso.

No entanto, no artigo da universidade, Nayor lembra que a velocidade talvez precise ser mais alta em pessoas mais jovens. O guia de atividades físicas dos EUA recomenda entre 2h30 e 5h de exercício moderado por semana e entre 1h15 e 2h30 de exercício intenso no mesmo período.

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*Fonte: bbc-brasil

7 mitos e meio sobre o cérebro derrubados

Existem ideias que duram porque têm o potencial de revelar conceitos surpreendentes, enquanto outras não sobrevivem ao rigor científico.

No século 4 a.C., Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) considerava o cérebro um órgão secundário que servia para resfriar o sangue que o coração usava para funções mentais. Mas era também um lugar onde o espírito circulava livremente e onde estava, em sua visão, o sensus communis (ou “senso comum”).

Séculos de pesquisa depois, o médico romano Galeno de Pérgamo (c.130-c.210 d.C.) concluiu que o cérebro era o grande responsável por nossas funções mentais e não o coração, como Aristóteles havia sugerido.

O sensus communis, no entanto, sobreviveu. No século 16, quando Leonardo da Vinci (1452 – 1519) estava desenhando e estudando o cérebro, um de seus objetivos era encontrar sua localização; filósofos como Tomás de Aquino, Locke e Kant o exploraram; a psicologia o acolheu, e os cientistas continuaram a testar o conceito daquele sexto sentido que refina a informação percebida por nossos cinco sentidos até hoje.

Mas há outras noções que, embora a ciência já tenha determinado que estão erradas, permanecem teimosamente ressoando, não graças às evidências, mas à repetição e à crença.

O cérebro, aquela “obra-prima da criação”, como disse o cientista dinamarquês Nicolaus Steno em 1669, é um daqueles campos minados de tais falsos conhecimentos e imprecisões.

Como não estamos imunes a isso, consultamos a renomada neurocientista Lisa Feldman Barrett, autora do livro Seven and a Half Lessons About the Brain” (“Sete lições e meia sobre o cérebro”, no qual ela desmistifica “aquela grande massa cinzenta entre nossas orelhas”.

Perguntamos a ela se é verdade, por exemplo, que nascemos com um certo número de neurônios, que eles não se renovam, já que não se reproduzem como as outras células do corpo.

½. Neurônios limitados
Isso é quase verdade.

“Os humanos perderam a capacidade de regenerar neurônios… exceto em alguns lugares do cérebro”, assinala a neurocientista.

E não apenas nós.

“Animais de vida longa tendem a perder essa capacidade porque, quando novos neurônios substituem os antigos, as memórias são perdidas”.

“Não é que cada neurônio guarde uma memória, mas se trata de um conjunto que se comunica, ou seja, se um falta, essa relação molecular se perde e com ela parte do que foi aprendido”.

O engraçado é que outros animais regeneram neurônios constantemente ao longo de sua vida.

“Os pássaros são animais muito interessantes porque há partes do cérebro deles, nas quais os neurônios se regeneram a cada ano para aprender novas canções para atrair parceiros. Na verdade, foi assim que a plasticidade (do cérebro) foi descoberta”.

“Na Universidade Rockefeller (Estados Unidos), pesquisadores notaram que o tamanho dos núcleos cantantes — os núcleos em seus cérebros que são responsáveis por controlar sua respiração e seu aparelho vocal e seus corpos para que possam cantar — estavam se expandindo e diminuindo a cada ano, e constataram que eles estavam criando novos neurônios naquela época do ano”.

“Os pesquisadores presumiram então que a criação de neurônios só ocorria nas aves, mas não nos mamíferos. Na verdade, ela não só ocorre nos mamíferos, mas também nos primatas e até nos humanos, embora apenas em partes específicas do cérebro como o hipocampo, por exemplo”.

Em todo caso, você já deve ter ouvido falar que só usamos parte dos neurônios daqueles que temos. Isso é verdade?

1. Neurônios desperdiçados
“A ideia de que usamos apenas 5% ou 10% dos nossos neurônios simplesmente não é verdade.

“Entre outras coisas, seria metabolicamente ineficiente. Seu cérebro é seu órgão mais dispendioso: responde por cerca de 20% de seu gasto metabólico diariamente. Imagine desperdiçar 90% de sua capacidade!

“Isso é um absurdo e não faz o menor sentido”.

“Usamos o cérebro o tempo todo e não um neurônio, mas milhões e milhões a cada momento.”

Claro, armazenando tudo que nossos sentidos percebem, não?

2. Seus olhos veem, seus ouvidos ouvem, sua pele sente
Não exatamente.

Todas as nossas sensações são interpretações do cérebro.

“Você precisa de algum tipo de superfície sensorial, algum tipo de receptor, para levar informações para o cérebro”, como as orelhas, a pele, o nariz, os olhos.

Mas esses sinais — ondas de luz, som — que eles captam não fazem sentido até que o cérebro os processe.

“É por isso que existem condições como a cegueira cortical, em que os olhos funcionam bem, mas há danos nas partes do cérebro que são importantes para criar a visão.”

Você não vê com os olhos, nem ouve com os ouvidos, nem sente com a pele: você o faz com o cérebro, que combina o que está na sua cabeça e os dados sensoriais detectados pelos seus órgãos.

Mas não é só isso…

3. Suas emoções estão em seu coração

Quando a emoção o invade, “quando você sente o batimento cardíaco, não o sente no peito, mas na cabeça”.

“É difícil de entender, mas você não sente nada em seu corpo, tudo o que você sente está em seu cérebro.”

A dor, a alegria… tudo, porque o cérebro é quem escreve a história, ele é o narrador.

E abriga as paixões nas profundezas de sua parte mais antiga…

4. Você tem uma ‘besta interior’

Bem… não é assim.

É verdade que existe um modelo conhecido como “cérebro trino”, que consiste no complexo reptiliano, no sistema límbico e no neocórtex, sendo que o primeiro controla o comportamento e o pensamento instintivo para a sobrevivência, o segundo encarrega-se de regular as emoções, a memória e as relações sociais, e o terceiro é responsável pelas funções mais sofisticadas.

“Por anos, os cientistas pensaram que a parte reptiliana envolvida no circuito límbico era o lar de nossa besta interior, a parte mais reativa de seu ser que tinha que ser controlada pela razão”.

“Segundo essa hipótese, seu cérebro é um campo de batalha entre sua besta interior e seu eu racional superior. Quando a racionalidade vence, você é moral, virtuoso e saudável, mas quando sua besta interior vence, você é imoral, porque não se esforçou o suficiente ou você está doente, porque a racionalidade não conseguiu controlar sua besta interior”.

“Toda essa narrativa é um mito completo”.

“Mas o que é realmente interessante é que as regiões do cérebro que foram marcadas como sua besta interior são, na verdade, aquelas que controlam seu corpo — seus pulmões, seu coração, seu sistema imunológico, seu metabolismo… seu corpo físico inteiro. E alguns de eles estão no centro da memória, tomada de decisão, racionalidade e percepção”.

“Essas regiões estão praticamente envolvidas em tudo que seu cérebro faz.”

Então, elas estão envolvidas na função principal do cérebro, o raciocínio?

5. O cérebro é para pensar
Se você se pergunta para que o cérebro é importante, pode responder “pensar” ou “sentir” ou “a capacidade de perceber o mundo”.

“Na verdade, a tarefa mais importante do seu cérebro é mantê-lo vivo. Pense, sinta e perceba para controlar os sistemas internos do seu corpo para que você sobreviva, se mantenha saudável e, eventualmente, procrie — do ponto de vista evolutivo — e/ou prospere — do ponto de vista individual”.

O curioso é que para fazer isso…

6. Seu cérebro reage
Uma das coisas que mais surpreendeu Lisa Feldman Barrett foi aprender que o cérebro funciona por meio de previsões.

“Não pude acreditar porque não gasto meu tempo fazendo previsões e depois reagindo a elas, mas experimentando algo e reagindo naquele momento”.

“Mas a verdade é que você não reage às coisas do mundo”.

“Seu cérebro está executando um padrão interno que aprendeu, contingências dos sinais sensoriais aos quais foi exposto ao longo de sua vida, e está constantemente adivinhando o que vai acontecer”.

“Ele faz isso automaticamente, disparando sinais de seus próprios neurônios para antecipar os dados dos sentidos de seus serviços sensoriais. Então, quando os dados chegam, ele faz comparações”.

“Não é que você nunca encontre coisas novas, mas você não sai por aí se surpreendendo a vida inteira”.

“Quando há uma surpresa, o que acontece é que seu cérebro tenta prever, como sempre, mas os sinais não são previstos, e essa é uma oportunidade de aprender algo novo.”

E finalmente…

7. Seu cérebro trabalha sozinho
Acontece que seu cérebro trabalha secretamente com o de outras pessoas.

Sua família, amigos, vizinhos e até estranhos contribuem para a estrutura e a função de seu cérebro e ajudam a manter seu corpo funcionando.

Experimentos mostraram que mudanças no corpo de uma pessoa frequentemente causam mudanças em outra, quer vocês dois estejam romanticamente envolvidos, sejam apenas amigos ou estranhos se encontrando pela primeira vez.

Quando você está com alguém de quem gosta, sua respiração e seus batimentos cardíacos são sincronizados. Esse tipo de conexão física ocorre entre bebês e seus cuidadores, entre terapeutas e seus pacientes e entre pessoas que fazem uma aula de ioga ou cantam juntas em um coral.

Se, por outro lado, as pessoas não se bicam, seus cérebros são como parceiros de dança que não param de pisar em seus pés.

*Por Dalia Ventura
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*Fonte: bbc-brasil

Alta do nível do mar na previsão do relatório do IPCC

Alta do nível do mar na previsão do último relatório do IPCC
Os dados deste post têm como origem um artigo publicado por Jeff Tollefson para a revista Nature, em agosto de 2021, e republicado pelo site Scientific American. Trata-se da primeira avaliação que encontramos na net sobre a alta do nível do mar cuja base é o último relatório do IPCC. Como não poderia deixar de ser, os dados são preocupantes.

Alta do nível do mar no relatório do IPCC
Compilado por mais de 200 cientistas e aprovado por representantes de governos de 195 países, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) deixa poucas dúvidas de que os humanos estão alterando o funcionamento do planeta – e que as coisas vão piorar muito se os governos não tomarem medidas drásticas, dizem os pesquisadores do clima.

Os cientistas dizem que, com base nas políticas atuais, os governos não conseguirão cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global a 1,5–2°C acima dos níveis pré-industriais.

E este é apenas o primeiro de um trio de relatórios que, em conjunto, farão a sexta maior avaliação do clima desde 1990. Os dois próximos serão, respectivamente, sobre os impactos e a adaptação, e sobre os esforços de mitigação, e serão publicados em 2022.

O grande problema é que até agora os esforços dos governantes em cortar as respectivas emissões não deram o resultado esperado. Segundo a avaliação de Jeff Tollefson, ‘o mundo está a caminho de quase 3°C de aquecimento’.

Relatório do IPCC de 2019
De acordo com Tollefson, ‘o mundo teve uma prévia de como os níveis do mar da Terra podem subir quando o IPCC divulgou um relatório especial em 2019’.

‘A ciência apresentada, que sem dúvida será incluída no lançamento da próxima semana, dizem os especialistas, apontou para uma elevação dos níveis médios do mar global entre 0,3 metros e 1,1 metros até 2100, dependendo das emissões de gases de efeito estufa’.

‘Isso é apenas um pouco mais alto do que as projeções anteriores, mas o relatório também citou estudos recentes que analisaram as opiniões de especialistas na área, que declararam que uma elevação de 2 metros não pode ser descartada’.

‘É difícil determinar o aumento do nível do mar’

Tollefson explica que ‘determinar o aumento do nível do mar é difícil porque depende de questões complexas sobre se os mantos de gelo na Groenlândia e na Antártida entrarão em colapso – e, em caso afirmativo, com que rapidez’.

A perde de gelo na Groenlândia, chegamos ao ponto de inflexão? Imagem, NASA, Maria-José Viñas.
Para alguns comentaristas a Groenlândia já teria atingido o ponto de inflexão. E a temperatura aumenta ano a ano na Antártica.

Jeff Tollefson explica: ‘os mantos de gelo na Groenlândia e na Antártica são tão grandes que exercem um efeito gravitacional que faz com que os oceanos inchem ao seu redor.

‘Quando parte do gelo derrete, o inchaço local diminui e a água é redistribuída em outros lugares, como no nordeste dos Estados Unidos – levando ao aumento do nível do mar ali.

Para Michael Oppenheimer, cientista climático da Universidade de Princeton em Nova Jersey e autor do relatório especial do IPCC, ‘é a primeira vez que o IPCC faz uma análise abrangente de todos esses efeitos locais e regionais’, diz Oppenheimer.

A informação é importante, diz ele, porque mesmo aumentos aparentemente pequenos nos níveis locais do mar podem ter impactos significativos – particularmente nas inundações durante as tempestades.

‘Enchentes anuais’
Segundo Oppenheimer, as enchentes que ocorrem uma vez a cada século se tornarão eventos anuais no final do século, mesmo sob os cenários climáticos mais otimistas.

Para Tollefson ‘há apenas uma década, os cientistas tendiam a questionar quando inquiridos sobre a ligação entre o aquecimento global e qualquer evento climático extremo, exceto para dizer que devemos esperar mais deles à medida que o clima esquenta’.

‘Duas coisas aconteceram para impulsionar essa mudança. A primeira é que os cientistas do clima desenvolveram modelos e métodos estatísticos aprimorados para determinar a probabilidade de que qualquer evento climático possa ocorrer, com ou sem mudança climática induzida pelo homem’.

Mas tão importante quanto, diz Seneviratne, a mudança climática em si está avançando, e estudos recentes mostram que eventos climáticos cada vez mais extremos estão surgindo acima do ruído da variabilidade natural.

Ou, nas palavras de Corinne Le Quéré, uma cientista do clima da Universidade de East Anglia em Norwich, Reino Unido, agora podemos ver os impactos do aquecimento global “com nossos próprios olhos”.

Que os líderes mundiais estejam muito inspirados para a COP 26, em Glasgow, Escócia.

*Por João Lara Mesquita
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*Fonte: marsemfim

Vacina contra câncer criada em Harvard é eficaz em 100% dos testes

Pesquisadores do Harvard’s Wyss Institute, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram e estão testando uma vacina personalizada e revolucionária contra o câncer agressivo.

Chamada de vacina “implantável”, do tamanho de uma aspirina, ela é colocada perto do local do tumor e evita a quimioterapia no corpo todo. E uma vez aplicada, ela faz uma reprogramação do sistema imunológico para atacar as células cancerosas, não só naquele local, mas no corpo inteiro.

A nova vacina é baseada em biomaterial e combina quimioterapia e imunoterapia para tratar tumores resistentes. Ela foi testada em ratos e “100% deles sobreviveram”, informou nesta quarta, 11, o site da Universidade de Harvard. A pesquisa foi publicada na Nature Communications.

“100% dos camundongos que receberam a vacina em gel sobreviveram sem metástase, enquanto todos os camundongos não tratados morreram”, afirma a reportagem da universidade.

“A capacidade desta vacina de induzir respostas imunes potentes sem exigir a identificação de antígenos específicos do paciente é uma grande vantagem, assim como a capacidade da administração de quimioterapia local de contornar os graves efeitos colaterais da quimioterapia sistêmica, o único tratamento atualmente disponível para o doença ”, disse Robert P. Pinkas, um dos autores e líder da plataforma de Immuno-Materials no Wyss Institute.

“Esta vacina não apenas ativa as células dendríticas com TAAs específicos do tumor in situ, mas também remodela o microambiente do tumor para permitir ao sistema imunológico um maior acesso ao tumor e cria uma memória imunológica que evita novas recorrências.”

“O câncer de mama triplo-negativo não estimula respostas fortes do sistema imunológico e as imunoterapias existentes não conseguiram tratá-lo. No nosso sistema, a imunoterapia atrai várias células imunológicas para o tumor, enquanto a quimioterapia produz um grande número de fragmentos de células cancerosas mortas que as células imunológicas podem pegar e usar para gerar uma resposta específica do tumor eficaz “, explicou o co-primeiro autor Hua Wang, ex-pós-doutorado em Harvard e atual professor assistente no Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign.

Vacina personalizada

Desenvolvida pela primeira vez em 2009, a vacina injetável contra o câncer tem se mostrado uma grande promessa no tratamento de vários tipos de câncer em camundongos e tem sido explorada em ensaios clínicos para o tratamento de melanoma no Dana Farber Cancer Institute.

“O implante de drogas quimioterápicas dentro da estrutura da vacina cria uma explosão de morte de células cancerosas que libera TAAs diretamente do tumor para as células dendríticas, evitando o longo e caro processo de desenvolvimento de antígenos”, disse o co-primeiro autor Alex Najibi, um estudante de graduação da SEAS no laboratório de David Mooney.

Na formulação original da vacina, moléculas encontradas em células cancerosas – chamadas antígenos associados a tumores (TAAs) – foram incorporadas junto com adjuvantes dentro do arcabouço do tamanho de uma aspirina para que as células dendríticas que chegam pudessem reconhecê-las como “estranhas” e montar uma resposta imune direcionada contra o tumor.

Esses TAAs podem ser isolados de tumores colhidos ou identificados por sequenciamento do genoma de células cancerosas e, posteriormente, fabricados, mas ambos os processos para criar vacinas contra o câncer personalizadas podem ser longos, tediosos e caros.

Os testes

Wang, Najibi e seus colegas decidiram aplicar essa nova tática de vacina contra o câncer ao TNBC, uma doença na qual os tumores suprimem agressivamente a atividade imunológica em sua área local, limitando a eficácia da imunoterapia.

A equipe carregou primeiro seu arcabouço de hidrogel de alginato com uma molécula de proteína chamada Fator Estimulante de Colônia de Granulócitos-Macrófagos (GM-CSF).

O GM-CSF estimula o desenvolvimento e a concentração de células dendríticas, que captam antígenos de tumores e outros invasores e os apresentam às células T nos gânglios linfáticos e baço para iniciar uma resposta imune.

Eles também adicionaram a droga quimioterápica doxorrubicina (Dox) ligada a um peptídeo chamado iRGD. iRGD é conhecido por penetrar em tumores e ajuda a direcionar o Dox para tumores após a liberação.

Quando camundongos com tumores TNBC foram injetados com a nova vacina, aqueles que receberam um arcabouço carregado com GM-CSF e o conjugado Dox-iRGD mostraram uma penetração significativamente melhor da droga nos tumores, aumento da morte de células cancerosas e menos tumores metastáticos nos pulmões do que aqueles que receberam géis contendo Dox conjugado a uma molécula de peptídeo embaralhada, Dox não modificada ou não foram tratados.

A análise mostrou que eles haviam acumulado um grande número de células dendríticas, indicando que os componentes da imunoterapia e da quimioterapia da vacina estavam ativos.

Terceiro componente

Encorajada pelos resultados, a equipe experimentou adicionar um terceiro componente à vacina chamado CpG, uma sequência de DNA bacteriano sintético que é conhecido por aumentar as respostas imunológicas.

Os camundongos que receberam vacinas com esta adição exibiram um crescimento tumoral significativamente mais lento e tempos de sobrevivência mais longos do que os camundongos que receberam vacinas sem ela.

Para avaliar a força e a especificidade da resposta imune gerada por esta vacina de três partes, os pesquisadores extraíram e analisaram células de nódulos linfáticos e baços dos animais. Surpreendentemente, 14% das células T retiradas dos gânglios linfáticos reagiram contra as células tumorais, indicando que foram “treinadas” pelas células dendríticas para direcionar o câncer, em comparação com apenas 5,3% dos camundongos que receberam a vacina de duas partes e 2,4% das células T de camundongos não tratados.

Além disso, dar uma dose de “reforço” da vacina 12 dias após a injeção aumentou ainda mais o tempo de sobrevivência.

Ação localizada

Embora esses resultados tenham revelado o efeito da vacina na ativação do sistema imunológico, a equipe também queria entender como ela afetava o microambiente local do tumor.

A análise das vacinas e de seus tumores próximos revelou que as células em tumores tratados com géis contendo GM-CSF, Dox-iRGD e CpG tinham uma quantidade aumentada da proteína calreticulina em suas superfícies, o que é um indicador de morte celular.

Os camundongos que receberam a vacina de três partes também exibiram um maior número de macrófagos pró-inflamatórios: leucócitos que estão associados a uma melhor atividade anticâncer e maior sobrevida.

Os pesquisadores também descobriram que o tratamento causou um aumento na expressão da proteína da superfície celular PD-L1 nas células tumorais, que é usada pelo câncer para evitar a detecção imunológica.

Eles tinham um palpite de que a co-administração de um tratamento com um inibidor de checkpoint anti-PD-1 que bloqueia essa evasão imunológica com a vacina aumentaria sua eficácia.

Eles implantaram a vacina de três partes em camundongos e, em seguida, injetaram o anti-PD-1 separadamente.

Os camundongos tratados com a combinação de vacina em gel e anti-PD-1 mostraram tamanho e número de tumor significativamente reduzidos e sobreviveram por uma média de 40 dias em comparação com 27 dias para camundongos não tratados e 28 dias para camundongos que receberam anti-PD-1 sozinho .

Esta sinergia sugeriu que a vacina pode ser melhor usada em combinação com terapias com inibidores de checkpoint.

Para imitar como a vacina contra o câncer pode ser administrada a pacientes humanos, a equipe testou sua capacidade de prevenir a recorrência do câncer após a remoção de um tumor primário.

Eles excisaram cirurgicamente os tumores TNBC de camundongos, depois injetaram sua vacina de hidrogel de três partes ou uma vacina líquida contendo todos os componentes em uma suspensão perto do local original do tumor.

Ambos os grupos tratados tiveram recorrência tumoral significativamente menor, mas a vacina em gel produziu crescimento tumoral significativamente mais lento e melhorou a sobrevida.

Próximos passos

A equipe continua a explorar a combinação de quimioterapia com vacinas contra o câncer e espera melhorar sua eficácia antitumoral para outros modelos de tumor de difícil tratamento.

E espera fazer estudos futuros para compreender mais e otimizar o sistema para que ele avance pra testes pré-clínicos e, eventualmente, pacientes humanos.

Este trabalho foi apoiado pelo National Institutes of Health, a Wyss Technology Development Fellowship e a National Science Foundation.

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*Fonte: revistasabersaude

De acordo com estudo, a juventude termina aos 34 anos

Não importa que você não tenha rugas, cabelos grisalhos ou algum outro sinal de envelhecimento físico, pois são as proteínas que compõem seu sangue que anunciam quando seu corpo se despede da juventude. E lamentamos informar que isso acontece depois de 34 anos.


Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, explica que as proteínas presentes no sangue fornecem informações importantes sobre o estado de nossa saúde.

Os pesquisadores então, começaram a investigar como os níveis de proteína no sangue podem ajudar a determinar o momento exato em que começamos a envelhecer.

Anteriormente, acreditava-se que essas mudanças eram progressivas. Em outras palavras, foram dados aos poucos, constante e uniformemente ao longo de nossas vidas.

No entanto, cientistas da Universidade de Stanford descobriram que a trajetória do envelhecimento não é contínua ou uniforme, mas tem três picos principais que marcam o início de três estágios nos ciclos de vida das pessoas: a idade adulta jovem, o final da meia-idade e a velhice.

Existem três ciclos

Três ciclos vitais existem: a idade adulta, o final da meia-idade e a velhice.

Por outro lado, o estudo também forneceu informações que reforçam o fato de homens e mulheres envelhecerem de forma diferente. De acordo com as proteínas analisadas, os pesquisadores descobriram que as mudanças em seus níveis eram mais perceptíveis em um sexo do que no outro.

Com essa análise também constataram que o sangue, além de fornecer informações sobre o envelhecimento funcional de cada pessoa, tem papel importante nesse mesmo processo. Os pesquisadores descobriram 46 proteínas diretamente relacionadas ao envelhecimento. Essa descoberta permitirá que façam pesquisas futuras focadas em como podem ser feitas intervenções nessas proteínas, que ajudam a reverter ou retardar o processo de envelhecimento.

Sim, como você suspeita (e talvez tema), as pessoas dizem tchau, tchau aos jovens de 34 anos, que é quando começam as primeiras mudanças repentinas no plasma. Você sabe, oficialmente, os 34 anos são bem-vindos à idade adulta.

Mais informações em We Fashion Trends

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*Fonte: floresepoesias

Os sonhos refletem várias memórias e antecipam eventos futuros

Os sonhos resultam de um processo que muitas vezes combina fragmentos de múltiplas experiências de vida e antecipa eventos futuros, de acordo com novas evidências de um novo estudo.

Os resultados mostram que 53,5% dos sonhos foram atribuídos a uma memória, e quase 50% dos relatos com uma fonte de memória foram conectados a várias experiências passadas.

O estudo também descobriu que 25,7% dos sonhos estavam relacionados a eventos iminentes específicos e 37,4% dos sonhos com uma fonte de eventos futuros estavam adicionalmente relacionados a uma ou mais memórias específicas de experiências passadas.

Os sonhos orientados para o futuro tornaram-se proporcionalmente mais comuns no final da noite.

“Os humanos têm lutado para entender o significado dos sonhos há milênios”, disse a principal investigadora Erin Wamsley, que tem um doutorado em neurociência cognitiva e é professora associada no departamento de psicologia e programa de neurociência na Furman University em Greenville, Carolina do Sul.

“Apresentamos novas evidências de que os sonhos refletem uma função de processamento de memória. Embora se saiba há muito tempo que os sonhos incorporam fragmentos de experiências passadas, nossos dados sugerem que os sonhos também antecipam eventos futuros prováveis. ”

O estudo envolveu 48 alunos que passaram a noite no laboratório para avaliação do sono noturno por meio de polissonografia. Durante a noite, os participantes foram acordados até 13 vezes para relatar suas experiências durante o início do sono, sono REM e sono não-REM. Na manhã seguinte, os participantes identificaram e descreveram as fontes de vida desperta para cada sonho relatado na noite anterior. Um total de 481 relatórios foram analisados.

“Esta é uma nova descrição de como os sonhos são derivados simultaneamente de várias fontes da vida em vigília, utilizando fragmentos de experiências passadas para construir novos cenários, antecipando eventos futuros”, disse Wamsley.

De acordo com Wamsley, o aumento proporcional de sonhos orientados para o futuro no final da noite pode ser impulsionado pela proximidade temporal dos eventos que se avizinham. Embora esses sonhos raramente representem eventos futuros de forma realista, a ativação e a recombinação de fragmentos de memória relevantes para o futuro podem, no entanto, servir a uma função adaptativa.

O resumo da pesquisa foi publicado recentemente em um suplemento online da revista Sleep e será apresentado como um pôster a partir de 9 de junho durante o Virtual SLEEP 2021. SLEEP é o encontro anual das Associações Profissionais de Sono, uma joint venture da Academia Americana de Sono Medicine and the Sleep Research Society.

*Por
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*Fonte: pensarcontemporaneo