Teoria da morte de Paul McCartney em 1966 inspira história em quadrinhos

Uma das lendas mais famosas da música como um todo é a de que Paul McCartney teria morrido em 1966. Indo além, os boatos dizem que ele foi substituído por um sósia, chamado Willian Campbell – ou Billy Shears, conforme teria sido anunciado no álbum ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ (1967).

Agora, o popular caso conspiratório vai inspirar o lançamento de uma história em quadrinhos nos Estados Unidos. Intitulada ‘Paul Is Dead: When The Beatles Lost McCartney’, a HQ chegará a público no dia 3 de junho por meio da Image Comics.

A criação é do escritor Paolo Baron, com arte de Ernesto Carbonetti. A sinopse adianta: “Novembro de 1966. John Lennon não consegue falar. Ele não consegue tirar os olhos de uma foto de um carro em chamas com o corpo de Paul McCartney dentro dele. O amigo dele não está mais ali e isso significa que os Beatles também não existem mais. Porém, John quer saber a verdade e, com George Harrison e Ringo Starr, ele vai reexaminar as horas finais da vida de Paul”.

Em entrevista ao site da Forbes, Paolo Baron explica que tanto ele quanto Ernesto Carbonetti são músicos e gostam de histórias relacionadas às lendas do rock. “A lenda urbana do ‘Paul Is Dead’ sempre foi difícil de se acreditar. Sempre dei risada, mas era curioso com isso. Agora, estou lançando essa HQ com base em todas as pesquisas que fiz em jornais, livros, documentários e entrevistas a respeito dessa conspiração. É como investigar um ‘caso arquivado’ e dar sua opinião”, afirmou.

Confira um trailer da HQ:

Curiosamente, não é a primeira vez que uma produção recente busca reimaginar a trajetória dos Beatles. Em 2017, Bryce Zabel lançou o livro ‘Once There Was a Way’, que buscava responder à pergunta: e se a banda tivesse continuado junta? Já em 2019, o diretor Danny Boyle divulgou o filme ‘Yesterday’, que reflete sobre como seria o mundo se o grupo nunca tivesse sido formado e um compositor “roubasse” as músicas feitas por eles.


A suposta morte de Paul McCartney

A rebuscada história de que Paul McCartney teria morrido tem até data e horário: o músico supostamente faleceu em 9 de novembro de 1966, às 5 horas da manhã, em um acidente de carro. Dessa forma, ele teria sido substituído por um sósia, que seria o músico que está aí, tocando em estádios do mundo todo, até os dias de hoje.

Os boatos tiveram início em 1969 e foram sustentados por um radialista americano chamado Russ Gibb. Depois de apontar as “pistas”, outros veículos republicaram e a lenda teve início. Para os conspiracionistas, as dicas estariam presentes nos próprios discos e músicas da banda.

Veja, abaixo, uma lista de pistas da suposta morte de Paul McCartney, segundo a Wikipédia – e, claro, encare tudo como uma grande brincadeira:

No álbum ‘Rubber Soul’ (1965 – bem antes da suposta morte)

Os Beatles na foto da capa olham para baixo como se observassem uma sepultura. A sepultura de Paul McCartney.
Os Beatles estão de cabelos compridos, para esconder as cicatrizes do rosto de Paul.
A fotografia da capa foi distorcida para que não se notasse que Paul havia sido substituído.
A letra de Girl diz “that a man must break his back to earn his day of leisure will she still believe it when he’s dead?”, (“um homem pode acabar com seu passado para ter seu dia de prazer ela ainda acreditará nisso quando ele estiver morto?) uma citação à morte, o que se tornaria comum a partir daqui.
A letra de “I’m Looking through You” diz: “You don’t look different but you have changed, I’m looking through you, you’re not the same… you don’t sound different… you were above me but not today, the only difference is you’re down there…” (“Você não parece diferente mas você mudou, eu olho através de você, você não é mais o mesmo” se refere obviamente a Paul ter sido substituído por um sósia e não ser mais a mesma pessoa. “A única diferença é você estar embaixo” se refere ao fato de o verdadeiro Paul estar em uma sepultura).
A letra de “In My Life” diz: “some are dead and some are living” (“Alguns estão mortos e alguns estão vivos”, uma referência aos Beatles não estarem mais juntos).

No álbum ‘Revolver’ (1966 – meses antes da suposta morte)
Na gravura da capa há uma mão aberta sobre a cabeça de Paul. Uma mão aberta sobre a cabeça é uma maneira de abençoar as pessoas que morrem. Isto se repetiria posteriormente, conforme veremos.
Ao invés de uma foto dos Beatles, pela primeira vez foi feito um desenho para evitar que o sósia fosse desmascarado pela foto.
A música “Taxman” seria, na realidade, sobre um Taxidermista, pessoa responsável por empalhar animais mortos e fazer parecer que eles ainda estão vivos. Na letra há referências ao acidente de Paul (“if you drive a car”, “se você dirige um carro”) e ao fato de Paul estar morto (“if you get too cold”, “se você ficar frio”). A melhor pista é “my advice to those who die taxman..”, ou seja “meu conselho para aqueles que morrem, um taxidermista” (para que o morto continue parecendo vivo).
Em “Eleanor Rigby”, Father McKenzie seria na realidade Father McCartney, note a semelhança entre os nomes. Na letra consta “Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave” ou seja “padre McKenzie (Paul McCartney) limpando a sujeira de suas mãos após sair (voltar) do túmulo”.
Na letra de “She Said She Said”: “she said I know what it’s like to be dead” ou “ela disse: ‘eu sei como é estar morta’.”
Dr. Robert teria sido o médico responsável por tentar salvar Paul. Na letra consta: “you’re a new and better man” ou “você é um homem novo e melhor” se referindo ao novo Paul. “He does everything he can, Dr. Robert” ou “Dr Robert faz tudo o que pode fazer” se refere ao fato de Dr. Robert ter feito todo o possível para tentar salvar Paul.

No álbum ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ (1967)
A capa é, na realidade, o desenho de uma sepultura (a de Paul) com todas aquelas pessoas olhando (note os arranjos de flores típicos de um funeral).
Um dos arranjos de flores forma o desenho de um baixo Hofner, semelhante ao que Paul tocava, inclusive virado para a direita, visto Paul ser canhoto. Isto provaria que é Paul o cadáver que acabou de ser sepultado. O baixo tem apenas três cordas ao invés de quatro, uma referência aos Beatles sem o seu quarto companheiro.
Outro arranjo onde aparentemente está escrito Beatles na realidade deve ser lido como “Be At Leso” ou “Fique em Leso”. Paul teria sido enterrado na ilha de Leso.
Sobre a cabeça de Paul há novamente uma mão aberta.
Abaixo do nome “Beatles” aparece uma descrição feita com flores amarelas onde se lê: “Paul D”. “D” de “dead”, morto.
Uma boneca da gravura da capa segura um carro de brinquedo. O carro seria do mesmo modelo do em que Paul haveria morrido. Note que o interior do carro é vermelho em referência ao sangue decorrente do desastre.
Embaixo do “T” de Beatles na capa há uma pequena estatueta de Shiva, Deus Hindú da morte. A estátua aponta para Paul.
Na foto da contracapa, todos os beatles olham para a frente, com exceção de Paul.
Em uma foto do encarte Paul tem no braço uma insígnia onde está escrito OPD que seria a sigla para “Officially Pronounced Dead” ou “Oficialmente Considerado Morto”.
Na foto da bateria, se você colocar um espelho horizontalmente cortando a frase “Lonely Hearts” e olhar a combinação da parte de cima das letras com o reflexo surge a frase “one he die”, referindo-se à morte de um dos beatles.
Uma outra versão diz que a frase da bateria deve ser lida como “I One IX He ^ Die”. O significado surge de simples conexões “I One” é Onze (11), “IX” é nove (9) em romanos. Finalmente “He” e a seta que surge entre esta e “Die” aponta diretamente para McCartney em sua ponta superior e para o suposto túmulo em sua ponta inferior. Conclusão no mês 11 (novembro), dia 9, ele (Paul) morreu. Daí surgem controvérsias: na leitura americana, trata-se do mês 11 e do dia 9, mas na Inglesa entende-se Setembro (9), dia 11. Mas já que Paul teria sofrido o acidente em uma quarta, bastou verificar e atestar que 9 de novembro de 1966 era uma quarta-feira.
Em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, “so let me introduce to you the one and only Billy Shears”, ou (“então deixa-me apresentar a vocês o primeiro e único Billy Shears”), o suposto sósia de McCartney.
Em “With A Little Help From My Friends”. Antes da canção começar só se ouve um coro apresentando Billy Shears, referindo-se a o sósia.
Em “Within You Without You”, “we were talking about the space between us all and the people who hide them selves behind a wall of illusion never glimpse the truth then it’s far too late when they pass away”, ou (“nós estávamos falando sobre o espaço entre todos nós e as pessoas que se escondem atrás de uma parede de ilusão nunca vislumbram a verdade quando é tarde demais quando elas morrem”) é outra citação a morte.
Em “Good Morning Good Morning”, “nothing to do to save his life” ou “nada pode ser feito para salvar sua vida”. “People running around it’s 5 o’clock..” ou “Pessoas andando em volta às 5 da manhã” (a hora do acidente de Paul).
Em “A Day In The Life”, “he blew his mind out in a car, he didn’t notice that the lights had changed”, ou (“ele estourou a cabeça em um carro, ele não percebeu que o sinal tinha mudado”), outra pista sobre a morte de Paul.
Este fato é extremamente interessante: na contracapa do álbum, na foto dos Beatles, além do famoso detalhe que mostra Paul virado de costas para a câmera, pode-se notar George Harrison apontando o dedo indicador direito exatamente para a frase de “She´s Leaving Home”, que diz “Wednesday morning at five o´clock as the day…”. Dia da semana e hora da suposta morte do Beatle.

No álbum ‘Magical Mystery Tour’ (1967)
Paul está vestido de leão marinho, um símbolo da morte em algumas culturas.
Se você olhar a capa do disco em um espelho, as estrelas onde está escrito “Beatles” formam um número de telefone. Quando se ligava para este número, na época em que o disco foi lançado, ouvia-se a mensagem “You’re getting closer” (“você está chegando perto”). Na realidade, tratava-se de uma menina bem humorada que havia aderido à brincadeira sobre a morte de Paul.
No livro que vinha junto com o disco, em sua versão original, havia uma foto dos Beatles, cada um com uma rosa na lapela. Todos tinham rosas vermelhas, a não ser Paul, que usava uma rosa preta.
Ainda no livro, em todas as fotos Paul está descalço (os mortos são enterrados descalços).
Na foto central do encarte, na pele de resposta da bateria de Ringo está escrito “Love 3 Beatles”, lembrando que os Beatles agora são apenas 3.
No desenho dos Beatles, presente no interior do álbum, Paul aparece com o gorro cobrindo parcialmente seu rosto, além de estar com os olhos fechados. É curioso também que a poeira de estrelas que os rodeia forma uma espécie de auréola sobre a cabeça de McCartney.
Em Blue Jay Way, no início da canção as vozes Psicadélicas que acompanham a de George Harrison, parecem dizer: “Paul… Dead…Is Very…Bloody”, que em português significa “O Paul está morto com muito sangue”.
Ouvindo “I Am The Walrus” (lembre-se que Paul é o leão marinho da capa) surge a mensagem “oh untimely death” ou “oh morte prematura”. A frase aparece sem a necessidade de inversão da música junta com muitas outras ao final da música, incluindo: “bury my body” e “what, is he dead?” Estas frases fazem parte de uma execução via rádio da peça King Lear de Shakespeare. Lennon as utilizou na edição com propósito desconhecido… talvez a razão possa ser encontrada se forem verificadas as palavras postas anteriormente em “Paperback Writer”, que dizem “…It’s based on a novel by a man named Lear…”
Ao final de “All You Need Is Love”, você pode ouvir John dizendo algo semelhante a “yes! he is dead!” O que Lennon realmente fala é “Yesterday”, referindo-se à tradicional canção da primeira fase dos Fab Four.
“Magical Mystery Tour” seria a jornada a que todos os fãs de Paul iriam percorrer para decifrar o enigma de sua morte.

No ‘White Album’ (1968)
Em “Glass Onion”: “I told you about the walrus and me-man/you know that we’re as close as can be-man/well here’s another clue for you all/the walrus was Paul” ou “eu falei sobre a morsa e eu/você sabe o quanto éramos próximos/aqui vai mais uma pista pra vocês todos/a morsa era o Paul.” O final um tanto quanto sombrio, na qual a música corta repentinamente dando continuidade as mensagens subliminares, e é orquestrada por George Martin.
Em “I’m So Tired”, ao ouvir o trecho final da música ao inverso, surge claramente a voz de John Lennon dizendo “Paul is a dead man, miss him miss him.”
Em “While My Guitar Gently Weeps”, os gemidos de George no final da música seriam lamentações pelo amigo: “Oh, Paul… Paul… Paul…”
No trecho da música “Don’t Pass Me By”: “sorry that I doubted you, I was so unfair, You were in a car crash and you lost your hair”, ou (“eu lamento ter duvidado de você, eu fui tão injusto, você sofreu um acidente de carro e perdeu o seu cabelo”) é outra citação.
A música “Revolution #9” seria sobre a morte de McCartney (o sobrenome tem 9 letras). “My fingers are broken and so is my hair” ou “meus dedos estão quebrados e meu cabelo também”. Ao ouvir o verso “number nine” ao contrário, surge a mensagem “turn me on dead man” (me transformar em homem morto). Ainda ao contrário, podem-se ouvir outras pistas, incluindo “Let me out!” (Deixe-me sair). Seria McCartney gritando para sair de seu automóvel?
Nas fotos colocadas em várias partes do álbum duplo algumas curiosidades. Paul em uma banheira, com a cabeça para fora da água dando uma impressão assustadora de decapitação. Paul entrando em um trem ou em um ônibus e duas mãos “fantasmagóricas” prontas para levá-lo para o “outro lado” podem ser vistas atrás dele. Nas fotos em close dos 4 integrantes a de Paul revela a cicatriz da cirurgia plástica de Willian “Billy Shears” Campbell para aperfeiçoar sua semelhança com Paul. Mas obviamente a cicatriz faz parte do pequeno acidente de moto que Paul sofrera, cicatriz responsável também pelo bigode em Sgt Pepper’s.

No álbum ‘Yellow Submarine’ (1969)
Na capa, aparece novamente uma mão aberta sobre a cabeça de Paul.
O submarino na capa se assemelha a um caixão enterrado sobre a montanha.
Em “Only A Northern Song”: “and it told you there’s no one there” ou (“e ele disse que não há ninguém lá”). Referência ao Paul não estar mais com os três Beatles restantes.
No álbum ‘Abbey Road’ (1969)

Na capa com os Beatles atravessando a rua, Paul está com o passo trocado em relação aos outros, é o único fumando e está descalço (os mortos são enterrados descalços), além de estar com os olhos fechados.
Lennon, de branco, representaria Deus ou Jesus Cristo; Ringo, o agente funerário; Paul, o cadáver e George, o coveiro.
O cigarro que Paul segura está na mão direita. o Paul verdadeiro era canhoto, estaria com o cigarro na outra mão.
A placa do fusca branco estacionado na rua que é chamado de “Beetle” é “LMW” referindo se as iniciais de “Linda McCartney Widow” ou “Linda McCartney Viúva” e abaixo o “281F”, supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo.
Na letra de “Come Together”, “one and one and one is three” ou “um mais um mais um são três”, referência aos três Beatles restantes, ou seja só o John, George e Ringo.
Na contracapa, ao lado direito da palavra Beatles, uma imagem feita de luzes e sombras aparece. Trata-se de uma caveira, claramente, com dois olhos e boca e ao lado esquerdo haveria 8 pontos formando o número 3 (sendo então “3 Beatles”).
– Leia também: Abbey Road, o verdadeiro canto do cisne dos Beatles

No álbum ‘Let It Be’ (1970)
Na capa do disco “Let It Be”, Paul é o único cujo fundo está em vermelho, enquanto os outros Beatles se encontram em frente à um fundo branco.

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*Por Igor Miranda

Nova teoria sugere que Planeta Terra é um ser inteligente

No artigo os pesquisadores discutem o que chamam de “inteligência planetária”.

Um planeta pode ser inteligente? Essa parece ser a questão central de uma nova teoria proposta por astrobiólogos, de que os planetas também são entidades inteligentes. Este experimento mental se baseia na noção de que a atividade coletiva da vida, na forma de micróbios ou plantas, mudou planetas como a Terra e permite que eles tenham vida própria.

No artigo publicado no International Journal of Astrobiology, os pesquisadores discutem o que chamam de “inteligência planetária” – a ideia de atividade cognitiva operando em escala planetária – para levantar novas ideias sobre as maneiras pelas quais os humanos podem lidar com questões globais, como as mudanças climáticas, por exemplo.

Se a atividade coletiva da vida – conhecida como biosfera – pode mudar o mundo, a atividade coletiva da cognição e a ação baseada nessa cognição também podem mudar um planeta? Uma vez que a biosfera evoluiu, a Terra ganhou vida própria. Se um planeta com vida tem vida própria, ele também pode ter mente própria?

Inteligência planetária
Conhecemos a inteligência como um conceito que descreve indivíduos, grupos coletivos, até mesmo os comportamentos curiosos de vírus ou fungos. As redes subterrâneas de fungos, por exemplo, formam um sistema de vida que reconhece as mudanças nas condições climáticas e responde ativamente a elas. Essas coisas alteram profundamente a condição de todo o planeta.

“O que importa é quando a inteligência coletiva é colocada para trabalhar em direção ao propósito coletivo mais essencial da vida: a sobrevivência. Tal como a concebemos, a inteligência planetária é medida pela capacidade da vida em um planeta de se sustentar em perpetuidade”, observaram os pesquisadores.

“Ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta”, disse Adam Frank, professor de física da Universidade de Rochester e coautor do artigo, em um comunicado à imprensa.

A noção de um planeta ganhando vida própria foi observada pela primeira vez através da percepção da “biosfera” na ciência. “A biosfera nos diz que uma vez que a vida aparece em um mundo, esse mundo pode ganhar vida própria”, escreveram os pesquisadores.

Tecnosfera imatura
Curiosamente, a teoria observa que a Terra pode estar cheia de vida inteligente – mas “não parece muito inteligente”. “Ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta”, diz o astrofísico Adam Frank, da Universidade de Rochester. “Há inteligência na Terra, mas não há inteligência planetária.”

A Terra parece estar presa em um estágio chamado de “tecnosfera imatura”. Este é um cenário em que a atividade tecnológica está plenamente desenvolvida e enraizada – mas ainda não está integrada harmoniosamente com outros sistemas, como o ambiente físico. É importante integrar essas duas esferas, pois somente quando os processos biológicos e tecnológicos estiverem em sincronia podemos garantir a produtividade e o futuro do ser humano neste planeta.

“A biosfera descobriu como hospedar a vida por si mesma bilhões de anos atrás, criando sistemas para movimentar nitrogênio e transportar carbono”, diz Frank. “Agora temos que descobrir como ter o mesmo tipo de características de auto-manutenção com a tecnosfera.”

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*Fonte: ciclovivo

Por que “teoria” é uma palavra tão confusa?

Teoricamente falando, há uma confusão generalizada sobre a palavra “teoria”. Certo?

Muitas pessoas interpretam a palavra como conhecimento indefinido, baseado principalmente no pensamento especulativo. Ela é usada indiscriminadamente para indicar coisas que conhecemos — isto é, baseadas em evidências empíricas concretas — e coisas das quais não temos certeza. Não é uma boa mistura, especialmente quando certas teorias dizem respeito diretamente às sensibilidades religiosas e baseadas no valor das pessoas, como a “teoria da evolução” ou “teoria do Big Bang”. Existe também o perigo de cair nas armadilhas de significado estabelecidas por grupos com agendas específicas.

A definição de “teoria”, de acordo com o New Oxford American Dictionary (NOAD), não ajuda:

  1. Uma suposição ou um sistema de ideias destinado a explicar algo, especialmente algo baseado em princípios gerais independentes da coisa a ser explicada: a teoria da evolução de Darwin.
  2. Um conjunto de princípios sobre os quais se baseia a prática de uma atividade: uma teoria da educação.
  3. Uma ideia usada para explicar uma situação ou justificar uma linha de ação: minha teoria seria a de que…

Assim, há um uso dentro de um contexto científico (“a teoria de…”) e em um contexto subjetivo (“minha teoria é…”) — um problema óbvio.

Quando usado no contexto de uma frase, como “em teoria”, fica pior. Segundo a NOAD, “usada para descrever o que é suposto acontecer ou ser possível, geralmente com a implicação de que não acontece de fato”. Claramente, neste contexto, “em teoria” significa algo que provavelmente está errado.

Não me admira que haja confusão. Isso é confuso!

Um primeiro passo para tentar esclarecer o(s) significado(s) de teoria é entender em que contexto a palavra está sendo usada e manter diferentes contextos separados. Assim, se um cientista está usando a palavra teoria, como em “teoria da relatividade”, “teoria da evolução” ou “teoria do Big Bang”, ela deve ser entendida como uma afirmação dentro de um contexto científico. Nesse caso, uma teoria com certeza NÃO é mera especulação subjetiva, ou algo que esteja provavelmente errado, mas, pelo contrário, é algo que foi examinado pelo processo científico de validação empírica e, até agora, tem passado no teste de explicar os dados.

Infelizmente, mesmo dentro do contexto científico, a palavra é mal utilizada, o que só aumenta a confusão. Por exemplo, “teoria das supercordas” refere-se a uma teoria especulativa em física de alta energia onde os blocos de construção fundamentais da matéria não são partículas elementares, mas minúsculos tubos vibrantes de energia. Dada a falta de apoio empírico até agora para a ideia, a “hipótese das supercordas” seria uma caracterização muito mais apropriada. Os cientistas podem saber o status da hipótese, mas a maioria das pessoas não.

Devemos ter mais cuidado.

Uma teoria científica é um acúmulo de conhecimento construído para descrever fenômenos naturais específicos, como a força da gravidade ou a biodiversidade, que foi aprovada pela comunidade científica. Isso é o melhor que podemos encontrar para obter o senso de natureza em um determinado momento.

Tenha em mente que, como nossa compreensão dos fenômenos naturais mudam, as teorias também podem mudar. Isso não significa necessariamente que as velhas teorias estejam erradas. Isso geralmente significa que as velhas teorias têm um alcance limitado de validade não coberto por fenômenos recém-descobertos. Por exemplo, a teoria da gravidade de Newton funciona muito bem para enviar foguetes para Netuno, mas não para descrever um buraco negro. Novas teorias nascem de brechas nas antigas.

Infelizmente, a suspeita de certas teorias científicas pode advir da confusão da especulação subjetiva com a descrição objetiva. Uma teoria científica é diferente de uma hipótese científica. Uma hipótese científica é uma ideia ainda não empiricamente testada e, portanto, ainda não aprovada pela comunidade científica. Uma teoria é uma hipótese que foi testada e aprovada.

Muita confusão popular poderia ser evitada se a palavra teoria fosse compreendida dentro do contexto correto. A armadilha frequentemente usada de explorar o duplo significado da palavra teoria para confundir ou deliberadamente induzir a opinião popular deve apenas pegar aqueles que não sabem ou optam por negligenciar o que a teoria significa dentro de seu contexto científico ou subjetivo.

*Por: Por Marcelo Gleiser / Publicado na National Public Radio

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*Fonte: universoracionalista

Uma nova teoria física para a origem da vida

Primeiramente, por que a vida existe?

Hipóteses populares creditam uma sopa pré-biótica, uma imensa quantidade de raios e um tremendo golpe de sorte. Mas, se uma nova teoria estiver correta, a sorte pode ter exercido um papel mínimo. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e a subsequente evolução da vida seguem um padrão das leis fundamentais da natureza e “deve ser tão natural quanto pedras rolando por uma ladeira”.

No ponto de vista da Física, há uma diferença essencial entre seres vivos e aglomerados inanimados de átomos de carbono: o primeiro tende a ser bem melhor em absorver a energia do seu ambiente e dissipar ela em forma de calor. Jeremy England, 31, professor no MIT (Massachusetts Institute of Technology), tem desenvolvido uma fórmula matemática que ele acredita que possa explicar essa capacidade. A fórmula, baseada em uma física já conhecida, indica que, quando um grupo de átomos é guiado por uma fonte externa de energia (tal como o Sol ou combustíveis químicos) e cercada por um meio que mantenha o calor (como o oceano ou a atmosfera), ele provavelmente irá se reestruturar gradualmente, de forma a dissipar cada vez mais energia. Isso poderia significar que, em determinadas condições, a matéria pode inevitavelmente adquirir o atributo físico associado à vida.

“Você começa com um aglomerado aleatório de átomos, e, se você deixá-lo exposto à luz por um determinado tempo, não seria surpreendente se você conseguisse uma planta”, diz England.

A teoria de England está destinada a fundamentar e sustentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin, que pode prover uma poderosa descrição da vida. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinianas estão erradas”, ele explica. “Muito pelo contrário. Eu só estou dizendo que, de acordo com a perspectiva da Física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso específico de um fenômeno generalizado”

Sua ideia, detalhada em um paper e mais bem elaborada em palestras das quais ele está dando para universidades ao redor do mundo, gerou uma polêmica entre seus colegas, que veem isso como um tênue ou um potencial avanço.

England avançou “um bravo e importante passo”, diz Alexander Grosberg, professor de Física na Universidade de Nova Iorque, que tem seguido os trabalhos de England desde os primeiros estágios. A “grande esperança” é como ele tem identificado o princípio da física subjacente que vem conduzindo a origem e a evolução da vida.

“Jeremy é apenas o mais brilhante jovem cientista do qual eu já ouvi falar”, diz Atilla Szabo, um biofísico do Laboratório de Físico-Química do NIH (National Institutes of Helth), que apoiou England e sua teoria depois de conhecê-lo em uma conferência. “Eu fiquei surpreso com a originalidade das ideias”.

Outros, tal como Eugene Shakhnovich, um professor de Química, Bioquímica e Biofísica na Universidade de Havard, não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, mas, neste ponto, ele é bastante especulativo, especialmente quando está se referindo ao fenômeno da vida”, diz Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos. É, em sua interpretação, o que os torna improváveis. Mas já há ideias de como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, diz Mara Prentiss, professora de física da Universidade de Harvard. “Em linhas de organização, eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certa ou errada, valerá muito a pena a sua investigação”
Simulação gráfica por Jeremy England e seus colegas, onde mostra um sistema de partículas confinadas dentro de um líquido viscoso do qual as partículas destacadas de turquesa são estimuladas por uma força. Depois de um tempo (de cima para baixo), a força provoca a formação de mais ligações entre as partículas.

Na sua monografia O que é vida?, em 1944, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isto é o que os seres vivos precisam. Uma planta, por exemplo, absorve extremamente a luz solar, usa ela para produzir açúcares e “ejeta” luz infravermelha. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa.

A vida não viola a Segunda Lei da Termodinâmica, mas até recentemente, físicos eram incapazes de usar a Termodinâmica para explicar porque ela deve surgir em primeiro lugar. Na época de Schrödinger, eles só poderiam resolver as equações da Termodinâmica aplicadas em sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 60, o físico belga Ilya Prigogine teve progresso em prever o comportamento de sistemas abertos movidos por fontes de energia internas (o motivo dele ter ganho o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento dos sistemas que estavam longe de um equilíbrio, conectados com o ambiente externo e fortemente influenciados por fontes externas de energia, não poderiam ser previstos.

A situação mudou mais tarde. Na década de 90, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland, e de Gavin Crooks, agora no Labotarótio Nacional Lawrence Berkeley. Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tal como o resfriamento de um copo de café, corresponde a uma simples razão: a probabilidade de que os átomos vão submeter-se a tal processo dividida pela probabilidade deles sofrerem o processo inverso (isto é, a interação espontânea de tal modo que o café aquece). A fórmula, ainda que rigorosa, poderia ser, em princípio, aplicada para qualquer processo termodinâmico, não importando o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão do equilíbrio de Mecânica Estatística melhorou muito”, Grosberg disse. England, que é treinado em Física e Bioquímica, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o seu conhecimento de Física Estatística em biologia.

Usando a formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da Segunda Lei da Termodinâmica que atribui a certos sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente movidos por uma fonte externa de energia tal como uma energia eletromagnética, e eles podem descartar calor em um banho térmico. Essa classe de sistemas inclui todos os seres vivos. England, então, determinou o quanto os sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que a irreversibilidade aumenta. “Nós podemos mostrar, de forma muito simples, a partir da fórmula, que os resultados evolutivos vão ser aqueles que absorvem e dissipam mais energia para o ambiente externo, no caminho para chegarem lá”, ele diz. As descobertas fazem um senso intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando elas são estimuladas por uma força motriz.

“Isto significa que os aglomerados de átomos rodeados por um banho de certa temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender, ao longo do tempo, a se organizarem para repercutir melhor com as fontes de trabalho mecânicas, eletromagnéticas ou químicas nos seus ambientes”, England explica.

A auto-replicação (ou reprodução, em termos biológicos), é o processo que move a evolução da vida na Terra. É um mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma ascendente quantidade de energia ao longo do tempo. Como England cita, “uma boa forma de se dissipar é fazendo cópias de si mesmo”. Em um paper para Journal of Chemical Physics, ele informou o mínimo teórico para que a dissipação possa ocorrer durante a auto-replicação das moléculas de RNA e das células bacterianas, e mostrou que é muito perto dos reais valores de dissipação que esses sistemas podem ter enquanto replicam. Ele também mostrou que o RNA, o ácido nucleico, que muitos cientistas acreditam que serviu como precursor do DNA, é particularmente um material simples e “barato”. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “aquisição darwiniana” não foi, talvez, surpreendente. A química da sopa pré-biótica, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e outros inúmeros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade das fauna e flora do planeta. Mas, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente que conduz todo o processo é resultado da adaptação orientada à dissipação da matéria.

Esse princípio também se aplicaria à matéria inanimada. “É muito tentador especular os fenômenos da natureza, nós podemos, agora, caber nessa grande tenda de organização e adaptação pela dissipação-condução”, England diz. “Muitos exemplos como esse poderiam estar bem debaixo do nosso nariz, mas não os notamos porque não temos estado a observá-los”.

Cientistas já observaram a auto-replicação em sistemas inanimados. De acordo com a nova pesquisa, liderada por Philip Marcus, da Universidade da Californa, Berkley, e divulgada na Physical Review Letters, em Agosto, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente através da energia da matéria ao seu redor. Em um outro paper publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, Michael Brenner, um professor de Matemática Aplicada e Física de Harvard e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se auto-replicam. Esses aglomerados de microesferas, especialmente revestidas, dissipam energia por estimular esferas próximas a formar aglomerados idênticos. “Isto se liga muito ao que Jeremy está dizendo”, Brenner diz.

Além da auto-replicação, a organização estrutural é outro meio pelo qual os sistemas são fortemente impulsionados para dissipar energia. Uma planta, por exemplo, é melhor em capturar e rotear a energia solar através de si que um aglomerado de átomos de Carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Essa tendência poderia explicar a ordem interna dos seres-vivos e de muitas estruturas inanimadas. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos, todos têm em comum que são estruturas definitivamente moldadas que surgem em muitos sistemas de partículas conduzidos por um processo dissipativo”, ele diz. Condensação, vento e resistência do ar são relevantes processos nesses casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre seres-vivos e inanimados é apagada”, diz Carl Franck, um Físico Biológico da Universidade de Cornell, em um e-mail. “Estou particularmente impressionado por essa noção de quando um considera sistemas tão pequenos quanto circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas.

A ideia ousada de England, muito provavelmente, irá sofrer um exame bastante detalhado nos anos seguintes. Ele está, por enquanto, trabalhando apenas com simulações gráficas feita em computador para testar a sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam suas estruturas para facilitar a dissipação de energia. O próximo passo será fazer experimentos em sistemas reais.

Prentiss, que dirige um laboratório de Biofísica Experimental em Havard, diz que a teoria de England pode ser testada a partir da comparação de células com diferentes mutações e procurando a correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam com as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado porque uma mutação poderia ter resultados diferentes”, ela diz. “Mas se alguém continuar fazendo muitos desses experimentos em diferentes sistemas e se são de fatos correlacionados, isto quer dizer que ele é o princípio de organização correto”.
Se a teoria estiver correta, a mesma física que se identifica como responsável pela origem dos seres-vivos poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley
Se a teoria estiver correta, a mesma física poderia explicar a formação de mais outras estruturas padronizadas na natureza. Flocos de neve, dunas de areia e vórtices auto-replicativos em um disco protoplanetário podem ser exemplos de uma adaptação à dissipação. Imagem por: Wilson Bentley

Brenner diz que ele espera conectar a teoria de England com as suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os procedimentos de auto-replicação e auto-montagem possam ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, ele diz.

Ter um princípio fundamental da vida evolução daria a pesquisadores uma perspectiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e a sua função nos seres-vivos, muitos dos pesquisadores dizem. “A seleção natural não explica certas características”, diz Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford, em um e-mail. Essas características incluem uma mudança hereditária para a expressão genética chamada “metilação”, o aumento da complexidade na ausência da seleção natural, e certas mudanças moleculares que ele recentemente estudou.

Se a abordagem de England continuar sendo testada, ela poderá liberar mais ainda os biólogos e fazer com que eles busquem mais a explicação darwinista para todas as adaptações e permitir com que eles pensem mais de modo geral, em termos da organização orientada pela dissipação. Eles podem achar, por exemplo, que “a razão que um organismo mostra certa característica X ao invés de Y talvez não seja porque X é mais capaz que Y, mas sim porque as restrições físicas tornaram mais fácil evoluir para X do que para Y”, Louis diz.

“As pessoas muitas vezes ficam presas pensando sobre seus problemas individuais”, Prentiss diz. Querendo ou não, as ideias de England virão a ser exatamente certas, ela diz, “pensar de forma mais ampla fará com que muitas descobertas científicas sejam feitas”.

Artigo por Natalie Wolchover, publicado no site da Simons Foundation, em 22 de Janeiro de 2014, com título A New Physics Theory of Life e no site da Scientific American, em 28 de Janeiro de 2014, com o mesmo título.

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*Fonte: universoracionalista