Mudanças climáticas estão alterando eixo de rotação da Terra; entenda

Fenômeno que desvia a orientação de giro do nosso planeta é observado desde a década de 1990 e está relacionado ao derretimento de geleiras, segundo pesquisa

A crise climática altera o modo como o mundo gira, literalmente. O eixo de rotação terrestre está se movendo de lugar conforme o aquecimento global derrete geleiras nos polos Norte e Sul do nosso planeta. Esse mecanismo preocupante é apontado em novo estudo, publicado na revista acadêmica Geophysical Research Letters em março.

Os autores do artigo, vinculados à Academia Chinesa de Ciências (CAS) e à Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), dizem que o eixo da Terra tem mudado desde a década de 1990, em um fenômeno que é chamado de deriva polar. Ele ocorre quando os polos magnéticos vagam pela superfície do planeta.

A causa por trás disso é nebulosa, mas estudos anteriores já haviam apontado que o Polo Norte está se movendo para longe do Canadá e em direção à Rússia de modo natural, devido ao ferro derretido no núcleo do nosso planeta. Todavia, os cientistas mostraram agora que as mudanças climáticas causadas pela humanidade também contribuem para deslocar o eixo terrestre.

Acontece que a forma como a água é distribuída na superfície da Terra contribui para a deriva polar, dando mais velocidade ao processo. Conforme as geleiras derretem, o líquido subterrâneo armazenado em nossos continentes altera a direção do vagar dos polos, mudando o eixo de rotatória terrestre um pouco para o leste.

Para entenderem esse mecanismo, os pesquisadores usaram dados da missão espacial Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE), da Nasa e do Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que enviou em 2002 dois satélites em órbita com a Terra para a obtenção de medidas precisas do campo gravitacional do planeta.

Além disso, os especialistas usaram informações sobre geleiras e calcularam a perda total de água do solo na década de 1990, antes do início da missão GRACE. Eles viram que, em 1995, a direção da deriva polar começou a mudar de sul para leste.

Já de 1995 a 2020, a velocidade do fenômeno aumentou em cerca de 17 vezes, quando comparada à do período de 1981 a 1995. “As descobertas oferecem uma pista para estudar o movimento polar impulsionado pelo clima no passado”, conta Suxia Liu, pesquisadora da CAS e coautora do estudo, em comunicado.

Embora o grau de mudança do eixo da Terra não possa ser sentido por nós a ponto de afetar nossa vida diária, a pesquisa sugere que as mudanças climáticas podem ter repercussões sérias nos recursos naturais, inclusive no ciclo da água.

Liu indica que as implicações do estudo afetam a nossa compreensão sobre o armazenamento hídrico ainda no século 20. Como os cientistas coletaram 176 anos de dados sobre a deriva polar, eles esperam usá-los para estimar quanto de água foi perdida nos últimos anos devido às alterações climáticas.

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*Fonte: revistagalileu

Ansiedade com mudanças climáticas afeta a vida de 45% dos jovens no mundo

Pesquisa com 10 mil pessoas de 16 a 25 anos em dez países — incluindo o Brasil — indica que os mais novos consideram o futuro “assustador” e inação de governos é a principal causa

Os impactos ambientais das mudanças climáticas já são bastante estudados pela ciência. Mas eles não se restringem à natureza. Há indícios de que as alterações do clima e suas consequências afetam também a saúde mental dos mais jovens. É o que indica uma pesquisa publicada no periódico Science Direct.

Estudiosos das universidades de Bath, Helsinki e East Anglia entrevistaram 10 mil jovens com idades entre 16 e 25 anos, de dez países diferentes — incluindo o Brasil. O objetivo era entender como eles são afetados pelas mudanças climáticas .

Os participantes responderam a questionários sobre seus pensamentos e sentimentos a respeito da emergência climática e do posicionamento de governos frente a ela. A partir dos dados coletados, eles avaliaram se o sofrimento, a ansiedade, os pensamentos negativos e a angústia dos voluntários em relação ao clima estavam ligados às medidas dos governantes.

Os resultados indicaram que 59% dos entrevistados se mostraram muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas, e mais da metade relatou sentir tristeza, ansiedade, raiva, impotência e culpa sobre essas questões.

Quanto às ações dos governantes sobre as mudanças climáticas, os jovens tampouco estão satisfeitos: 61% alegaram que a forma como os governos lidam com as alterações do clima não protege o planeta, a geração atual ou as futuras.

Cerca de 75% dos entrevistados veem o futuro como assustador, e mais de 45% consideram que seus sentimentos sobre as mudanças climáticas afetam negativamente sua vida diária. Além disso, muitos admitiram um alto número de pensamentos negativos e sensação de ansiedade e angústia relacionados com as respostas inadequadas do governo de seus países.

“Este estudo mostra um quadro horrível de ansiedade climática generalizada em nossas crianças e jovens. E sugere, pela primeira vez, que altos níveis de sofrimento psicológico em jovens estão ligados à inação do governo”, comenta Caroline Hickman, da Universidade de Bath e coautora principal do estudo, em nota.

Para os estudiosos, medidas para minimizar o sofrimento dos jovens devem partir dos governos e governantes, os responsáveis por adotar ações de combate aos efeitos do clima com intuito de “proteger a saúde mental de crianças e jovens por meio de ações éticas, coletivas e baseadas em políticas contra as mudanças climáticas”.

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*Fonte: revistagalileu

Nos EUA, partículas aéreas de microplástico estão “por todo lado”

Pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que pedaços microscópicos de plástico presentes na atmosfera tiveram como fonte emissões em estradas, no mar e na agricultura

A poluição por plástico está entre as grandes preocupações ambientais do século 21. Além de demorar centenas de anos para se decompor, esse tipo de material pode ser transportado pela atmosfera como microplástico, praticamente seguindo um ciclo biogeoquímico próprio — são os chamados aerossóis microplásticos.

Em uma pesquisa publicada no último dia 20 de abril no periódico Proceedings of the National Academy of Science, cientistas dos Estados Unidos e da Áustria se dedicaram a identificar possíveis origens dessa minpusculas partículas áreas de plástico. Para isso, foram coletados dados de dezembro de 2017 a janeiro de 2019, com foco no oeste dos EUA.

“Nós encontramos bastante poluição por plástico por todo lado onde olhamos”, afirma, em nota, Janice Brahney, principal autora do artigo e professora na Universidade Estadual de Utah. “Esse plástico não é novo, ele veio de tudo que jogamos no meio ambiente por décadas”, complementa.

Os resultados sugerem que 84% das partículas de microplástico analisadas vieram de estradas, graças à movimentação de carros e caminhões, que geram esses poluentes a partir da abrasão de pneus contra o asfalto. A pesquisa evidencia ainda que cerca de 11% chegaram à atmosfera a partir do oceano e 5% tiveram origem em solos utilizados para agricultura.

Os pesquisadores descobriram que, no caso dos ambientes marinhos, a ação oceânica acaba triturando o lixo plástico em pequenas partículas e as transporta pela atmosfera por um período que pode variar de uma hora a seis dias.

O fato desses materiais estarem se acumulando em tantos lugares e recirculando para as mais diversas áreas chamou a atenção dos cientistas. “Não é apenas nas cidades ou nos oceanos. Estamos achando microplásticos em parques nacionais”, observa a pesquisadora Natalie Mahowald, da Universidade Cornell, também nos EUA.

Diante desse cenário, os pesquisadores acreditam que compreender as origens e as consequências do microplástico na atmosfera deveria ser uma prioridade. “As nossas melhores estimativas mostram que a maioria dos continentes provavelmente importa microplásticos do ambiente marinho”, alerta Mahowald. Por isso, a equipe pretende futuramente fazer mais pesquisas sobre o ciclo do plástico.

*Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com
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*Fonte: revistagalileu

Prepare-se, super El Niño deve mudar o clima do mundo em breve

Esse super El Niño pode trazer climas inesperados para determinados locais, como secas onde

Previsões climáticas estão indicando a presença de um super El Niño no segundo semestre deste ano. O fenômeno meteorológico deve ser muito intenso e modificar o clima do planeta enquanto estiver ativo.

Existem dois tipos de El Niño: o clássico, que altera a temperatura do mundo todo com o aquecimento de uma grande faixa do Oceano Pacífico, e o costeiro, em que ocorre o aquecimento apenas na costa do Peru e do Equador.

No momento, o que está em vigor é o costeiro, mas o super El Niño previsto para o segundo semestre é o clássico.

“El Niño é basicamente uma mudança na força e direção dos ventos alísios que sopram do leste para o oeste no Oceano Pacífico, o que faz com que a água quente encontrada na parte ocidental do Oceano Pacífico se mova para a região central e oriental do Pacífico”, explica Ángel Adames Corraliza, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, à BBC News.

Segundo a Metsul, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, informou que a “anomalia de temperatura da superfície do mar era de +0,3ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na faixa de neutralidade de -0,4ºC a +0,4ºC”.

“Por outro lado, a região Niño 1+2, perto das costas do Equador e do Peru, que costuma impactar as precipitações e a temperatura no Sul do Brasil em qualquer época do ano, estava com anomalia de +2,5ºC, em nível de El Niño costeiro forte a muito forte”, completa ainda.


Super El Niño deve fazer estrago

O evento previsto para o segundo semestre, de acordo com dados da Universidade de Colúmbia, em Nova York, pode causar uma anomalia na região do Pacífico Centro-Leste entre 2,5ºC e 3,0ºC.

Mas quais mudanças o El Niño pode provocar? Esse fenômeno pode trazer climas inesperados para determinados locais, como secas onde costuma ser úmido e até mesmo chuvas e desertos.

“Em geral, os impactos tendem a ser mais de calor e seca para a América Latina, mas os maiores efeitos tendem a ocorrer na encosta ocidental dos Andes e nas montanhas que predominam na América Latina. Então, estamos falando de Lima e de todas as grandes cidades daquela região costeira no lado do Pacífico da América do Sul que tendem a sofrer grandes impactos em termos de chuvas e calor”, finaliza Adames.

*Por Lucas Soares
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*Fonte: olhardigital

Hora do Planeta 2023 pode ser a maior da história

Ação convida o mundo a apagar as luzes e fazer algo positivo por nossa comunidade durante uma hora no próximo sábado, 25 de março

No próximo sábado, dia 25 de março, às 20h30, pessoas, empresas e instituições do Brasil estão convidados a apagar as luzes de casas, edifícios e monumentos por uma hora, se somando ao movimento global da Hora do Planeta 2023. A ideia, além de apagar as luzes é fazer algo positivo na sua comunidade e chamar a atenção sobre a urgência de medidas para barrar a crise climática.

“Ao ‘desligar’ as luzes ou desligar-se de hábitos e distrações diárias e fazer algo positivo para o planeta, podemos transformar uma única Hora do Planeta em milhares e milhões de horas de ação, tornando esta a Maior Hora do Planeta até agora”, acredita Kirsten Schuijt, diretora-geral do WWF Internacional.

A ação organizada pela WWF é um chamado para uma pausa na rotina para pensar em como cuidar do nosso planeta. Seja limpando a praia, plantando árvores, se engajando em movimentos comunitários ou reunindo amigos para um evento da Hora do Planeta. A ideia é mostrar que qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode participar ajudar a construir um mundo melhor.

>> Quer participar? Acesse o site da iniciativa no Brasil.

“A Hora do Planeta é um chamado global para que a gente reflita e coloque em prática soluções para cuidar do planeta e garantir um futuro mais justo, saudável e harmonioso para todas as pessoas. Neste ano, queremos incentivar a mobilização local, para que as pessoas se organizem nas suas comunidades e dediquem esses 60 minutos ao meio ambiente. O objetivo é que, em um esforço global, a gente consiga fazer a nossa parte, mas também cobrar medidas urgentes dos governos e das lideranças para barrar a crise climática e reverter a queda da biodiversidade”, diz Giselli Cavalcanti, analista de engajamento do WWF-Brasil.

No Brasil, a organização convida comunidades e empresas a se juntarem a esse esforço, inscrevendo suas atividades no site da Hora do Planeta neste AQUI.

A hora é agora!
Conscientes da urgência de ações por um futuro melhor, apoiadores em mais de 190 países e territórios confirmaram a participação no evento. A WWF afirma que quer transformar uma única Hora do Planeta em milhares e milhões de horas de ação e conscientização, criando a maior campanha ambiental de base do mundo. O objetivo é chamar a atenção para o duplo perigo da perda da natureza e das mudanças climáticas.

Ao mesmo tempo, a Hora do Planeta deste ano também servirá como um poderoso lembrete da importância do nosso planeta, da necessidade de protegê-lo e do pouco tempo que temos para fazê-lo.

A Hora do Planeta 2023 segue de perto o histórico Acordo Kunming-Montreal na COP15, que em dezembro do ano passado comprometeu o mundo a interromper e reverter a perda de biodiversidade até 2030. Os próximos sete anos são, portanto, cruciais para garantir que a década termine com mais natureza e biodiversidade do que quando começou, não menos, e que fiquemos abaixo do limite climático de 1,5°C necessário para evitar danos irreversíveis ao nosso planeta. A Hora do Planeta é, portanto, mais necessária do que nunca para inspirar milhões a mais a agirem e fazerem com que outros milhões prestem atenção.

“A Hora do Planeta é uma celebração fantástica das pessoas, do planeta e da natureza, e este ano queremos que a maior parcela possível de pessoas se sinta inspirada e capacitada para desempenhar um papel, por menor que seja. Juntos vamos garantir que 2023 seja um ano de mudança para alcançar nossa meta positiva para a natureza em 2030”, afirma Kirsten.

Ações pelo mundo
Países de todo o mundo já estão se preparando para a Hora do Planeta 2023 deste ano, com centenas de influenciadores de celebridades locais prontos para mostrar seu apoio à ‘A Maior Hora’, juntamente com uma série de eventos marcados para 25 de março. O WWF-Mongólia sediará este ano um desfile de moda sustentável que acontecerá com estilistas locais, apresentando roupas recicladas e redesenhadas. Enquanto isso, o WWF-Letônia mais uma vez sediará seu tradicional concerto da Hora do Planeta, juntamente com várias caminhadas pela natureza com seus parceiros e apoiadores.

No Brasil, monumentos e prédios públicos em todo o país devem apagar suas luzes às 20h30 do dia 25 de março. A Restaura Natureza – Olimpíada de Restauração de Ecossistemas — é parceira da Hora do Planeta 2023.

Hora do Planeta
A Hora do Planeta é o principal movimento ambiental global do WWF. Nascida em Sydney, na Austrália, em 2007, a Hora do Planeta cresceu e se tornou o maior movimento de base do mundo pelo meio ambiente, inspirando indivíduos, comunidades, empresas e organizações em mais de 190 países e territórios a realizar ações ambientais concretas.

Historicamente, a Hora do Planeta se concentrou na crise climática, mas, mais recentemente, a Hora do Planeta também se esforçou para trazer à tona a questão premente da perda da natureza. O objetivo é criar um movimento imparável pela natureza, como aconteceu quando o mundo se uniu para enfrentar as mudanças climáticas.

O movimento reconhece o papel dos indivíduos na criação de soluções para os desafios ambientais mais prementes do planeta e aproveita o poder coletivo de seus milhões de apoiadores para impulsionar a mudança.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Estudo da NASA mostra quais são os países que mais emitem CO2

Dados de satélites mostram China, EUA e Índia como maiores emissores. Brasil ocupa a 7ª posição.

Para calcular a quantidade de CO2 emitida por cada país do mundo, o método usado considera as emissões de cada setor da economia das diferentes nações, usando uma abordagem “de baixo para cima” em que as informações partiam de dados levantados nos diferentes territórios do mundo. Mas, uma nova abordagem para responder esta pergunta usa dados de satélite da NASA.

Um novo artigo publicado no Earth System Science Data no início de março traz uma abordagem “de cima para baixo”, com informações dos satélites da NASA para calcular quanto dióxido de carbono é emitido por mais de 100 países, além da quantidade de CO2 que estes territórios absorvem da atmosfera.

“Nossas estimativas de cima para baixo fornecem uma estimativa independente dessas emissões e remoções, portanto, embora não possam substituir a compreensão detalhada do processo dos métodos tradicionais de baixo para cima, podemos verificar a consistência de ambas as abordagens”, explica Philippe Ciais, coautor do estudo e diretor de pesquisa da Climat et de l’Environnement da França.

O método “de baixo para cima” comumente usado para calculara emissão de carbono é extremamente útil, mas também exige experiência e dados precisos, tornando-o mais difícil para nações com menos recursos. O método “de cima para baixo” pode, portanto, preencher as lacunas, fornecendo dados para mais de 50 países que não relataram suas emissões na última década.

“A NASA está focada em fornecer dados de ciências da Terra que abordam os desafios climáticos do mundo real, que podem ajudar governos de todo o mundo a medir o impacto de seus esforços de mitigação de carbono”, disse Karen St. Germain, diretora da Divisão de Ciências da Terra da NASA.

O artigo, que foi o trabalho de mais de 60 estudiosos de todo o mundo, usou dados de dióxido de carbono da missão Orbiting Carbon Observatory-2 ( OCO-2 ) da NASA, bem como dados do nível do solo, avaliando o período entre os anos de 2015 e 2020.

Os dados de satélite revelaram que os 10 principais emissores de CO2 foram:

China
Estados Unidos
Índia
Indonésia
Malásia
Brasil
México
Irã
Japão
Alemanha

O Reino Unido, países do oeste da União Européia, Austrália, Cazaquistão, grande parte do norte da África, África do Sul, Chile, Tailândia e Filipinas também estão entre os grandes emissores globais. No Sul Global, o desmatamento foi um dos principais impulsionadores das emissões, de acordo com a NASA.

No geral, as descobertas são semelhantes a outras listas dos principais países emissores, com China, EUA e Índia liderando o ranking. A diferença é que, nesta nova abordagem, Rússia, Canadá e Arábia Saudita saem da lista dos 10 principais emissores.

De acordo com os autores do estudo, esta mudança pode ser causada pelo fato de que os dados de emissões nacionais normalmente incluem apenas emissões de gases de efeito estufa e remoções de terras gerenciadas, enquanto os dados de satélite também representam terras não gerenciadas.

Além dos impactos humanos diretos contabilizados por inventários nacionais, ecossistemas não administrados, como algumas florestas tropicais e boreais – onde os humanos têm uma pegada mínima – podem sequestrar carbono da atmosfera, reduzindo assim o potencial aquecimento global.

“Os inventários nacionais destinam-se a rastrear como as políticas de gerenciamento impactam as emissões e remoções de CO2. A atmosfera não se importa se o CO2 está sendo emitido pelo desmatamento na Amazônia ou pelos incêndios florestais no Ártico canadense. Ambos os processos aumentarão a concentração de CO2 atmosférico e impulsionarão as mudanças climáticas. Portanto, é fundamental monitorar o balanço de carbono de ecossistemas não gerenciados e identificar quaisquer mudanças na absorção de carbono”, explica Noel Cressie um dos autores do estudo e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.

Este é um exemplo como os dados do espaço podem ajudar a melhorar a vida na Terra e chega em um momento chave para as nações que buscam calcular suas emissões e planejar suas reduções. Isso porque 2023 marca o primeiro balanço global, no qual os signatários do acordo de Paris devem avaliar seu progresso para limitar o aquecimento global a bem menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

Os pesquisadores afirmam que este projeto piloto pode ser aprimorado para entender como as emissões de nações individuais estão mudando. “Observações sustentadas e de alta qualidade são críticas para essas estimativas de cima para baixo”, disse o principal autor Brendan Byrne, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

“As observações contínuas do OCO-2 e dos locais de superfície nos permitirão rastrear como essas emissões e remoções mudam à medida que o Acordo de Paris é implementado. Futuras missões internacionais que fornecem mapeamento expandido das concentrações de CO2 em todo o mundo nos permitirão refinar essas estimativas de cima para baixo e fornecer estimativas mais precisas das emissões e remoções dos países”, completa o cientista.

>> Para saber mais sobre o projeto, acesse: https://ocov2.jpl.nasa.gov.

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*Fonte: ciclovivo

Demanda mundial por água doce será maior que oferta em 40% até 2030

Relatório divulgado por especialistas traz grave alerta sobre crise hídrica no mundo e aponta caminhos para superá-la

No dia 22 de março celebramos o Dia Mundial da Água. Em 2022, a data vem com um importante alerta: hoje, o planeta está enfrentando uma crise hídrica sem precedentes, com a previsão de que a demanda global por água doce supere a oferta deste recurso em 40% até 2030. A afirmação veio do presidente da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Csaba Kőrösi, durante seu pronunciamento à imprensa sobre a próxima Conferência da Água da ONU, que vai acontecer entre os dias 22 e 24 de março de 2023.

Em entrevista ao The Guardian, o diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático e co-presidente da Comissão Global de Economia da Água (GCEW), Johan Rockstrom reforça o alerta. “A evidência científica é que temos uma crise hídrica. Estamos fazendo mau uso da água, poluindo a água e mudando todo o ciclo hidrológico global, por meio do que estamos fazendo com o clima . É uma crise tripla”.

Para reverter esta situação e vislumbrarmos um futuro melhor, é necessário que a Agenda de Ação pela Água se torne realidade e que as promessas voluntárias de países e partes interessadas para alcançar metas de desenvolvimento sustentável – seja adotada na conferência da ONU em Nova York.

O relatório “Turning the Tide: A Collective Call to Action” (Virando a ma´re: um apelo à ação coletiva), publicado pela GCEW, apresenta ações urgentes que os humanos devem tomar coletivamente para impedir a iminente crise da água. Em um comunicado à imprensa, pesquisadores afirmam que, se o mundo não tomar essas medidas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e a ação climática em geral falharão.

De acordo com o relatório, os governos devem parar de fornecer subsídios agrícolas para a extração e uso excessivo de água. As operações imprudentes e perdulárias da indústria pesada, como mineração e manufatura, também devem cessar.

Os autores do relatório apontam que a água deve começar a ser gerida pelos países como um bem comum, já que muitos dependem uns dos outros para o recurso essencial, e sua poluição e uso excessivo ameaçam o abastecimento mundial de água.

“Precisamos de uma abordagem de bem comum muito mais proativa e ambiciosa. Temos que colocar a justiça e a equidade no centro deste cenário. Isso não é apenas um problema tecnológico ou financeiro”, disse a co-presidente do GCEW, Mariana Mazzucato, professora da University College London e principal autora do relatório.

Rockstrom disse que a maioria dos países obtém cerca de metade de sua água da água “verde”, gerada pela liberação de vapor d’água das folhas das árvores durante a transpiração. Essa água vem de nações vizinhas, mas muitos países parecem não valorizar ou respeitar esta interconexão.

O relatório GCEW fornece sete recomendações cruciais, incluindo a gestão do ciclo da água do planeta como um bem comum, acabar com a subvalorização da água, eliminar gradualmente US$ 700 bilhões em subsídios para agricultura e água e permitir investimentos em sustentabilidade, acesso e resiliência da água em países de baixa e média renda por meio de parcerias.

Água limpa e adequada para todas as populações vulneráveis, bem como a restauração de zonas úmidas, suprimentos de água subterrânea esgotados e outros sistemas de água doce também devem ser priorizados, disse o relatório.

“Não haverá revolução agrícola a menos que cuidamos da água. Por trás de todos os desafios que enfrentamos, sempre há água, mas nunca falamos sobre este recurso”, disse Rockstrom.

A Conferência da Água da ONU na próxima semana será a primeira vez que a organização intergovernamental se reunirá para discutir a água desde a primeira cúpula da água em 1977.

“Se quisermos ter esperança de resolver nossa crise climática, nossa crise de biodiversidade e outros desafios globais em alimentos, energia e saúde, precisamos mudar radicalmente nossa abordagem de como valorizamos e gerenciamos a água”, disse Henk Ovink, enviado especial para assuntos hídricos internacionais da Holanda. “Esta é a melhor oportunidade que temos para colocar a água no centro da ação global para garantir que as pessoas, as plantações e o meio ambiente continuem tendo a água de que precisam”.

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*Fonte: ciclovivo

Apenas 0,001% da população global respira ar realmente limpo, diz estudo

Análise mostra que concentrações diárias do material particulado fino PM 2.5 cresceram entre 2000 e 2019, ficando acima do limite seguro indicado pela OMS

A exposição ao ar poluído afeta a saúde de milhões de pessoas e contribui para a carga global de doenças e mortalidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse problema é responsável pela morte de 7 milhões de pessoas por ano no mundo e está relacionado a doenças cardiovasculares, respiratórias e até câncer.

O material particulado (PM 2.5) é um dos principais fatores de risco. O termo refere-se às partículas de poeira com 2,5 mícrons de diâmetro (20 vezes menos do que um grão de areia), e inclui partículas inaláveis suficientemente pequenas para penetrar no sistema respiratório. E elas está por todo lado, literalmente.

É o que indica um estudo na Universidade Monash, na Austrália, publicado na edição de março do periódico The Lancet Planetary Health. De acordo com a pesquisa, apenas 0,18% da área terrestre global e 0,001% da população mundial estão expostos a níveis considerados seguros de PM 2.5.

Até então, poucos estudos haviam analisado as variações globais das concentrações diárias de PM 2.5 nas últimas duas décadas. O novo trabalho apresenta um mapa de como isso mudou entre os anos 2000 e 2019.

Yuming Guo, pesquisador e professor na Faculdade de Saúde Pública e Medicina Preventiva da Universidade Monash, conta que a equipe usou uma abordagem inovadora de aprendizado de máquina para integrar várias informações meteorológicas e geológicas.

Os cientistas também recorreram a observações tradicionais de monitoramento da qualidade do ar, detectores meteorológicos e de poluição do ar baseados em satélite. “Usamos métodos estatísticos e de aprendizado de máquina para avaliar com mais precisão as concentrações diárias globais de PM 2.5 no nível da superfície em uma alta resolução espacial entre 2000 e 2019”, relata Guo, em comunicado. “Focamos em áreas acima de 15 microgramas por metro cúbico (μg/m³), que é considerado o limite seguro pela OMS; limite esse que ainda é discutível.”

O estudo revelou que a concentração anual de PM 2.5 e os dias de alta exposição aos materiais particulados na Europa e na América do Norte diminuíram ao longo das duas décadas; mas as exposições aumentaram no sul da Ásia, na Austrália, Nova Zelândia, América Latina e no Caribe.

Acima do limite
Outro ponto é que, apesar de uma pequena diminuição nos dias de alta exposição ao PM 2.5, em 2019, mais de 70% dos dias ainda apresentavam concentrações superiores a 15 μg/m³. Nas regiões sul e leste da Ásia, mais de 90% dos dias apresentaram concentrações diárias acima do limite seguro.

Ainda em 2019, a Austrália e a Nova Zelândia tiveram um aumento acentuado no número de dias com altas concentrações de PM 2.5. Mas esses ainda foram os locais com menores concentrações de material particulado, com apenas 8,5 μg/m³. Na Oceania como um todo, foi observada uma concentração de 12,6 μg/m³; e na América do Sul, de 15,6 μg/m³.

As maiores concentrações de PM 2.5 estão distribuídas nas regiões da Ásia Oriental, com 50,0 µg/m³) e do Sul da Ásia (37,2 µg/m³), seguidas pelo norte da África (30,1 µg/m³). De acordo com o estudo, levando em conta 175 países, a concentração média anual ponderada de PM 2.5 para o período entre 2000 e 2019 foi estimada em 32,8 μg/m 3.

As maiores concentrações também apresentaram diferentes padrões sazonais. “No nordeste da China e no norte da Índia, a maior alta foi durante os meses de inverno (dezembro, janeiro e fevereiro), já as áreas orientais da América do Norte apresentaram altas PM 2.5 nos meses de verão (junho, julho e agosto)”, destaca Guo.

Na América do Sul, os maiores registros de poluição atmosférica de PM 2.5 ocorreram em agosto e setembro, e na África Subsaariana entre junho e setembro. “Com essas informações, os formuladores de políticas, autoridades de saúde pública e pesquisadores podem avaliar melhor os efeitos da poluição do ar a curto e longo prazo na saúde e desenvolver estratégias de mitigação da poluição do ar”, considera Guo.

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*Fonte: revistagalileu

Como a Lua está tornando dias na Terra mais longos

Sob influência reversa das marés que ele mesmo gera, nosso satélite natural se afasta da Terra a cerca de 4 centímetros por ano, estimam cientistas.

Ao longo da história humana, a Lua sempre foi uma presença misteriosa e inseparável sobre a Terra. Sua suave força gravitacional define o ritmo das marés e sua pálida luz ilumina os rituais nupciais noturnos de muitas espécies.

Civilizações inteiras definiram seus calendários pela Lua, conforme ela surgia e desaparecia. Alguns animais, como os besouros-do-esterco, usam a luz do Sol refletida na superfície da Lua para ajudar na sua orientação.

Mais fundamentalmente, algumas teorias afirmam que a Lua pode ter ajudado a criar as condições que possibilitaram a vida no nosso planeta e até a dar início à vida na Terra, desde o primeiro momento.

Também se acredita que a sua excêntrica órbita em torno do nosso planeta influencie alguns dos importantes sistemas meteorológicos que dominam nossa vida hoje em dia.

Mas a Lua também está se afastando de nós. A cada volta do seu balé espacial extraordinariamente equilibrado em volta da Terra – em círculos, mas sempre sem piruetas, o que explica porque nós sempre vemos o mesmo lado da Lua –, ela vai gradualmente se afastando do nosso planeta, em um processo conhecido como “recessão lunar”.

Disparando lasers em direção a refletores instalados sobre a superfície lunar pelos astronautas da missão Apolo, cientistas conseguiram recentemente medir com absoluta precisão a velocidade exata de afastamento da Lua. Eles confirmaram que a Lua está se afastando à velocidade de 3,8 cm por ano. E, conforme isso acontece, nossos dias vão ficando cada vez mais longos.

“É tudo questão de marés”, afirma David Waltham, professor de geofísica da Universidade de Londres Royal Holloway, que estuda a relação entre a Lua e a Terra.

“A força da maré na Terra reduz sua rotação e a Lua recebe essa energia na forma de impulso angular”, acrescenta.

Basicamente, à medida que a Terra gira, a gravidade da Lua em órbita do nosso planeta impulsiona os oceanos para criar a maré alta e a maré baixa. Essas marés, na verdade, são “volumes” de água que se estendem em forma elíptica, contra ou a favor da gravidade da Lua.

Mas a Terra gira sobre o seu eixo em velocidade muito maior que a órbita da Lua, o que significa que a fricção das bacias oceânicas em movimento no nosso planeta também arrasta a água com ela. Com isso, o volume de água move-se levemente à frente da Lua na sua órbita, que tenta puxá-la de volta.

Este processo suga lentamente a energia de rotação do nosso planeta, reduzindo sua velocidade, enquanto a Lua ganha energia, fazendo com que ela se mova para uma órbita mais alta.

Esta redução contínua da velocidade de rotação do nosso planeta significa que a duração do dia médio na Terra aumentou em cerca de 1,09 milissegundo por século desde o final dos anos 1600, segundo a última análise disponível.

Outras estimativas indicam um número um pouco mais alto, de 1,78 ms por século, com base em observações de eclipses mais antigos.

Nenhum desses números parece preocupante, mas, ao longo dos 4,5 bilhões de anos de história do planeta, a mudança acumulada é muito significativa.

Acredita-se que a Lua tenha se formado cerca de 50 milhões de anos após o nascimento do Sistema Solar.

A teoria mais aceita é que uma colisão entre a Terra em formação e outro objeto com o tamanho aproximado do planeta Marte, conhecido como Theia, tenha arrancado um pedaço de material e fragmentos que se agregaram para formar o que hoje chamamos de Lua.

Distância maior e dias mais longos
O que fica claro a partir de dados geológicos preservados em faixas rochosas na Terra é que a Lua ficava muito mais perto da Terra no passado, em relação a hoje.

Atualmente, a Lua fica a 384.400 km da Terra. Mas um estudo recente indica que, cerca de 3,2 bilhões de anos atrás – quando as placas tectônicas da Terra começavam a se mover e micro-organismos oceânicos estavam devorando nitrogênio –, a Lua ficava a apenas 270.000 km da Terra, ou cerca de 70% da sua distância atual.

“A rotação mais rápida da Terra reduziu a duração do dia, de forma que [em um período de 24 horas], o Sol nascia e se punha duas vezes, não apenas uma, como acontece hoje”, explica o geofísico Tom Eulenfeld, que liderou o estudo da Universidade Friedrich Schiller em Jena, na Alemanha.

“Isso pode ter reduzido a diferença de temperatura entre o dia e a noite e afetado a bioquímica dos organismos fotossintéticos”, segundo Eulenfeld.

O que estudos como o dele revelam é que a velocidade da recessão lunar também não é constante – ela já aumentou e diminuiu ao longo do tempo.

Um estudo da geóloga Vanina López de Azarevich, da Universidade Nacional de Salta, na Argentina, indica que, cerca de 550-625 milhões de anos atrás, a Lua talvez estivesse se afastando em até 7 cm por ano.

“A velocidade em que a Lua se afasta da Terra definitivamente se alterou ao longo do tempo e irá se alterar no futuro”, afirma Eulenfeld. Mas, em grande parte da história, a Lua se afastou em velocidade muito menor que a atual.

De fato, vivemos atualmente em um período em que a velocidade de recessão é anormalmente alta.

A Lua precisaria ter se afastado à sua velocidade atual por apenas 1,5 bilhão de anos para atingir a posição onde se encontra hoje. Mas esse processo vem ocorrendo desde a formação da Lua, 4,5 bilhões de anos atrás. Claramente, seu afastamento era muito mais lento no passado.

“A força da maré, atualmente, é três vezes maior do que o esperado”, afirma Waltham. O motivo pode ser o tamanho do Oceano Atlântico.

A configuração atual dos continentes faz com que a bacia do Atlântico Norte casualmente tenha proporções exatas para gerar um efeito de ressonância, de forma que a sua água se movimente de um lado para o outro em velocidade próxima à das marés. Com isso, as marés são mais acentuadas do que seriam normalmente.

Waltham explica que é como empurrar uma criança no balanço. Ela irá chegar mais alto se cada impulso for coordenado com o movimento existente.

“Se o Atlântico Norte fosse um pouco mais largo ou mais estreito, isso não aconteceria”, afirma Waltham. “Os modelos parecem mostrar que, se você voltar alguns milhões de anos, a força da maré era menor porque os continentes estavam em posições diferentes.”

Mas é provável que essa mudança continue no futuro. Modelos preveem que uma nova ressonância da maré irá surgir daqui a 150 milhões de anos. E um novo “supercontinente” só será formado daqui a cerca de 250 milhões de anos.

Podemos então esperar que, um dia, a Terra não tenha mais a Lua?

Mesmo na velocidade atual de afastamento, não é provável que a Lua chegue a abandonar totalmente a Terra. O trágico fim do Sol provavelmente ocorrerá muito antes, daqui a cerca de 5-10 bilhões de anos. E a humanidade provavelmente terá sido extinta muito antes disso.

Mas, no curto prazo, a própria humanidade pode ajudar a tornar os dias um pouco mais longos, reduzindo a quantidade de água capturada nas geleiras e as coberturas de gelo, devido ao derretimento causado pelas mudanças climáticas.

“O gelo, basicamente, suprime as marés”, explica Waltham. Ele observa que, cerca de 600-900 milhões de anos atrás, acredita-se que o nosso planeta tenha entrado em um período particularmente congelante, conhecido como Era do Gelo. E, naquela época, a velocidade de afastamento da Lua foi dramaticamente reduzida.

Mas é difícil prever o impacto futuro, que será parcialmente compensado pelas massas de terra que serão recuperadas à medida que o peso das placas de gelo for retirado delas e por outras complicações.

Teoricamente, o próximo grupo de astronautas que irá voar para a Lua no programa Artemis, da Nasa, vai poder verificar se observou seu planeta natal a uma distância maior do que a que viram seus predecessores do programa Apolo, 60 anos atrás – embora o ponto da sua chegada durante a órbita elíptica da Lua provavelmente seja mais determinante, já que a distância entre o apogeu e o perigeu varia em 43 mil quilômetros a cada 29 dias.

E, para quem fica por aqui, nossas vidas são breves demais para observar os picossegundos que são acrescentados à duração de cada dia que passa. Se você piscar os olhos, eles já se foram.

*Por BBC
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*Fonte: g1

Balão vai colocar turistas perto da órbita da Terra

A empresa Iwaya Giken pretende até o final do ano realizar voos tripulados a bordo de uma capsula presa a um balão estratosférico.

Os voo da empresa Iwaya Giken serão realizados a bordo de uma capsula presa a um balão (Credito: Iwaya Giken)
Agora você tem um novo destino para suas próximas férias, mas ele é um pouco inusitado. Uma empresa japonesa lançou recentemente uma chamada para passageiros que queiram voar a mais de 25 quilômetros de altura em uma cápsula transportada por um balão.

A ideia da empresa é “fazer turismo espacial para todos” e se você é um dos interessados, vai precisar desembolsar cerca de 175 mil dólares por uma viagem que vai durar uma hora. Apesar da altitude não estar nem próxima de atingir os limites do espaço sideral, os passageiros da cápsula poderão ver a curva da Terra.

A viagem é ideia da startup Iwaya Giken. Caso os planos da empresa deem certo, até o final do ano, o primeiro voo tripulado será realizado, e será o primeiro a chegar no mercado.

A startup vem planejando o voo conhecido como Open Universe Project desde 2012. Ela consiste em uma cápsula pressurizada de 2 lugares chamada T-10 Earther, com cerca de 1,5 metros de largura e é rodeada de janelas.

O processo de inscrição online para realização do voo foi aberto em fevereiro e os cinco primeiros passageiros serão selecionados em outubro. De acordo com o cronograma, os primeiros voos acontecerão em dezembro, mas a estreia pode ser alterada, a depender do clima.

O Open Universe Project vai decolar da ilha de Hokkaido, no norte do Japão;

Os passageiros selecionados vão subir no balão acompanhado de um piloto que chegará a altura de 25 quilômetros cerca de duas horas depois da decolagem.


Depois de uma hora apreciando a vista, a cápsula vai descer e pousar no mar;

A viagem inteira custa cerca de 24 milhões de ienes, o que no câmbio atual é cerca de R$ 900 mil. No pacote, além da “taxa de experiência de excursão espacial”, também estão incluídos os impostos. E caso o passageiro queira levar a cápsula T-10 Earther para casa, será preciso pagar mais 735 mil dólares.

Outras viagens espaciais para turistas
Apesar dos valores exorbitantes, os pacotes de viagem para turismo espacial estão em alta recentemente. As empresas oferecem desde viagens a órbita, a pacotes mais econômicos que levarão passageiros a bordo de uma cápsula presa a um balão, assim como a Iwaya Giken, apesar destes não chegarem ao espaço sideral, que oficialmente fica a 80 quilômetros de altitude segundo a Administração Federal de Aviação dos EUA ou 100 quilômetros, segundo a Federação Aeronáutica Internacional.

Um voo para órbita no Falcon 9 da SpaceX custa cerca de 55 milhões de dólares. Já a empresa Virgin Galactic oferece viagens para a sub órbita terrestre por 450 mil dólares. Ou seja, os pacotes em balões são bem mais em conta.

A empresa do Arizona, World View Enterprises também pretende transportar pessoas em altas atitudes, nos próximos dois anos por 50 mil dólares. Outras três empresas espanholas, Zero 2 Infinity, EOS X Space e HALO Space, também pretendem em 2024 ou 2025 levar passageiros em viagens de balões estratosféricos.

*Por Mateus Dias
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*Fonte: olhardigital

Arco-íris se tornarão cada vez mais frequentes. E esta não é uma boa notícia

No futuro, os arco-íris aparecerão com maior frequência colorindo os céus do planeta – mas, para além da beleza natural e do deleite visual, isso não é uma boa notícia, mas um indício do agravamento das mudanças climáticas. É esta a conclusão de um estudo realizado por cientistas de diversas instituições de pesquisa ambiental, prevendo um aumento de até 5% na ocorrência dos fenômenos óticos até o ano de 2100, a partir de uma premissa perigosa. O planeta mais quente e com mais quantidade de chuva oferece maior propensão ao surgimento dos arcos coloridos.

Publicado na revista científica Global Environmental Change, o estudo foi realizado por pesquisadores que utilizam modelos computacionais e pesquisas para medir impactos inesperados das mudanças. A partir de uma simples pesquisa no Flickr atrás de imagens de arco-íris publicadas nos últimos 10 anos, o grupo estabeleceu uma base de lugares e incidências do fenômeno, relacionando a condições climáticas devidas para o surgimento: chuva e sol, nas quantidades e intensidades corretas. A partir de tais bases, modelos foram aprimorados e aprofundados, para prever as ocorrências aproximadamente pelos próximos 80 anos.

Os resultados sugerem que ocorrerá uma redução na incidência de arco-íris em 21% a 34% das regiões do planeta, mas, por outro lado, um aumento das aparições em 66% a 71% da Terra. Os modelos apontam a elevação principalmente em áreas de altitude elevada e próximos aos polos, como Rússia, Canadá, Alasca e o planalto do Himalaia. Nas partes mais populosas e poluídas do planeta, porém, as aparições se tornarão menos frequentes. O aumento no Ártico é exemplar sobre o efeito das mudanças climáticas, já que, com uma maior temperatura, a água que costumava cair como neve, cada vez mais se tornará chuva na região.

O arco-íris se forma com chuva e sol, e as mudanças climáticas ampliarão os dois fatores

Um arco-íris acontece quando a luz branca do sol é interceptada pela “lente” da chuva, e se dispersa em cores do espectro visível pelo céu. Regiões da África, da América do Sul e do Mediterrâneo se tornarão, no entanto, mais secas e, por isso, com menos arco-íris nos céus.

“As mudanças climáticas afetam os arco-íris. Agora sabemos que isso é fato”, afirmou Kimberly Carlson, da Universidade de Nova York, e principal autora do estudo. “As mudanças terão efeitos muito invasivos na vida humana, mas mudanças mais intangíveis, como na luz e no som, também merecem atenção dos pesquisadores”, concluiu.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

O núcleo da Terra está girando mais devagar – mas este não é o começo do fim do mundo

No centro da Terra, mais de 5 mil quilômetros abaixo de nossos pés, uma imensa e escaldante bola de ferro, pouco menor que a Lua, flutua e gira dentro de um núcleo externo líquido, com grandes variações no ritmo desse movimento. Pesquisas recentes concluíram que o núcleo interno da Terra atualmente está reduzindo sua rotação, em fenômeno capaz de influenciar diversos aspectos do nosso planeta. Antes, porém, que o pânico tome conta, vale lembrar que esse é um processo provavelmente inofensivo, que já ocorreu diversas vezes antes.

O núcleo terrestre é um tema de intenso debate científico, essencialmente pois muita coisa ainda é desconhecida sobre sua natureza e a influência que provoca na superfície – e em nossas vidas. Pesquisas realizadas nos anos 1990 concluíram que a misteriosa bola então girava um pouco mais rápido que o resto do planeta: por volta de 2009, porém, novos levantamentos concluíram que o giro estava em sincronia com a superfície e, agora, aparentemente o movimento reduziu seu ritmo, e está mais lento que nossa velocidade terrena geral.

Curiosamente, porém, o mesmo processo já teria ocorrido nos anos 1960 e 1970 e, portanto, apesar de soar ameaçador, é mais recorrente do que imaginávamos ou sabíamos. “O núcleo interno é a camada mais profunda da Terra, e sua rotação relativa é um dos problemas mais intrigantes e desafiadores para a ciência da Terra-profunda”, afirmou Xiadong Song, geocientista da Universidade de Pequim, e líder do novo estudo. Foi ele quem reconheceu essa diferença, nos anos 1990, através da análise das ondas sísmicas desencadeadas por terremotos.

A escaldante bola de ferro e níquel no núcleo da Terra se localiza entre 5 mil e 6,3 mil km de profundidade

“A maioria de nós concluiu que o núcleo interno girava a um ritmo constante, que era ligeiramente diferente da Terra. A evidência se acumula, e este artigo mostra que a evidência da rotação mais rápida é forte antes de cerca de 2009, e basicamente vai desaparecendo nos anos subsequentes”, afirmou Paul Richards, sismólogo da Universidade de Columbia, que trabalhou com Song na nova pesquisa.

Richards alerta, porém, que toda conclusão a respeito da influência de tal diferença sobre a superfície do planeta é especulativa: a própria conclusão da pesquisa, sugerindo a diferença no movimento do núcleo terreno, é contestada por outros cientistas.

“Este estudo interpreta mal os sinais sísmicos que são causados por mudanças episódicas da superfície interna do núcleo da Terra”, afirmou Lianxing Wen, sismólogo da Universidade de Stony Brook, rejeitando a ideia, em reportagem do jornal The Washington Post. Segundo Wen, a conclusão de que o interior da Terra gira em ritmo próprio “oferece uma explicação inconsistente para as informações sísmicas, mesmo que assumamos que seja verdade”. Pouco conhecido e de acesso impossível, o centro da Terra, portanto, é cenário de possíveis profundos movimentos, mas principalmente de intensos debates.

*Por Vitor Paiva
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Fonte: hypeness

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?
Desde que as florestas tropicais ganharam a mídia pelos maus tratos impostos pela desnorteada política ambiental atual é comum ver ou ouvir na mídia que elas seriam os ‘pulmões do planeta’. As florestas tropicais são importantes para o clima no mundo, não resta dúvida. Mas não são os ‘pulmões da Terra’. A maior parte do oxigênio que respiramos vem dos oceanos. E os mais importantes produtores são alguns dos menores organismos da Terra. Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?

Os oceanos produzem oxigênio, você sabe como?
Matéria do Woods Hole Oceanographic Institution é quem explica: ‘O ar que respiramos é 78% nitrogênio e 21% oxigênio. O resto é composto de gases muito menos comuns, incluindo dióxido de carbono. Mas nem sempre foi assim’.

‘Até 600 milhões de anos atrás, a atmosfera da Terra tinha menos de 5% de oxigênio. Era principalmente uma mistura de nitrogênio e dióxido de carbono. As plantas terrestres não existiam até 470 milhões de anos atrás. As árvores não foram responsáveis ​​pelo aumento do oxigênio no planeta. Então, de onde isso veio?’

Os Oceanos
Plantas, algas e cianobactérias criam oxigênio. Elas fazem isso por meio da fotossíntese. Usando a energia da luz solar elas transformam dióxido de carbono e água em açúcar e oxigênio. E usam os açúcares para se alimentar. Algum oxigênio é liberado na atmosfera.

Mas o oxigênio também se esgota. A maioria das células vivas o usa para produzir energia em um processo chamado respiração celular.

Quando os organismos morrem, eles se decompõem. A decomposição também usa oxigênio. A maior parte do oxigênio produzido é consumido por esses dois processos.

Ao longo de milhões de anos, minúsculas algas unicelulares e cianobactérias bombearam oxigênio. Muito disso foi usado na respiração ou decomposição.

Mas alguns desses organismos mortos não se decompuseram. Eles afundaram profundamente no oceano e se estabeleceram no fundo. Isso deixou um pouquinho de oxigênio para trás. Em vez de se esgotar, ficou no ar.

Foi desse modo que os oceanos lentamente acumularam oxigênio em nossa atmosfera. Ao mesmo tempo, diminuíram a quantidade de dióxido de carbono (a fotossíntese usa dióxido de carbono).

Hoje o processo continua
Agora sabemos que mais da metade do oxigênio do planeta vem do oceano, diz o texto do Woods Hole. Não todo o oceano – apenas os primeiros 200 metros de profundidade mais ou menos.

Isso é o máximo que a luz solar pode viajar através da água para alimentar a fotossíntese. Nesta zona fótica, encontramos todos os tipos de organismos fotossintéticos.

Para o site da NOAA ‘os cientistas estimam que 50-80% da produção de oxigênio na Terra vêm do oceano. A maior parte dessa produção é de plâncton – plantas à deriva, algas e algumas bactérias que podem fotossintetizar’.

Algumas algas, como os kelps, também chamadas florestas de algas, ou macroalgas, crescem em enormes filamentos semelhantes a plantas terrestres.

Na Califórnia estas florestas de algas estão morrendo devido ao aquecimento do planeta, em compensação, uma startup do Maine se projetou ao cultivar as florestas de algas para mitigar o aquecimento.

Para o site do Woods Hole, ‘A maioria das algas existem como células únicas que constituem o que chamamos de fitoplâncton. Diatomáceas são algas unicelulares importantes. Os cientistas estimam que o oxigênio, em uma de cada cinco respirações que fazemos, vem das diatomáceas’.

O texto acrescenta que ‘um organismo ainda menor desempenha um papel igualmente grande. As bactérias Prochlorococcus são tão pequenas que cerca de 20.000 delas cabem em uma única gota de água do mar. Elas vivem em uma ampla faixa dos oceanos do mundo’.

Bactéria produz porcentagem mais alta de oxigênio que todas as florestas tropicais combinadas
‘Cientistas calculam que ao todo existam algo em torno de 3 bilhões de bilhões de bilhões de células de Prochlorococcus. Juntas, produzem de 5 a 10 por cento do oxigênio que respiramos’, diz o Woods Hole.

Enquanto isso, o site da NOAA vai além sobre a bactéria Prochlorococcus: ‘Mas essa pequena bactéria produz até 20% do oxigênio em toda a nossa biosfera. Essa é uma porcentagem mais alta do que todas as florestas tropicais em terra combinadas’.

Já sobre a diferença entre as cifras dos dois sites, a NOAA explica: ‘Calcular a porcentagem exata de oxigênio produzido no oceano é difícil porque as quantidades mudam constantemente. Os cientistas podem usar imagens de satélite para rastrear o plâncton fotossintetizante e estimar a quantidade de fotossíntese que ocorre no oceano, mas as imagens de satélite não podem contar toda a história’.

Curiosamente, a matéria do Woods Hole Oceanographic Institution não comenta a importância de outra planta marinha fundamental na produção de oxigênio, os manguezais do planeta.

Assista ao vídeo The Ocean is Earth’s Oxygen Bank e saiba mais

*por Joao Lara Mesquita
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Fonte: marsemfim

2022 foi o quinto ano mais quente da história

Novos dados revelam mais um ano de extremos climáticos com recordes de alta temperatura, secas e inundações

O ano de 2022 foi o quinto ano mais quente já registrado no mundo, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia. Um resumo dos dados aponta que vários recordes de alta temperatura foram quebrados na Europa e em todo o mundo, enquanto outros eventos extremos, como secas e inundações, afetaram grandes regiões.

Divulgado na última segunda-feira (9), o relatório da Copernicus afirma que os últimos oito anos foram os mais quentes. Em 2022, em específico, as temperaturas no mundo ficaram 1,2ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).

As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono também aumentaram cerca de 2,1 ppm, semelhante às taxas dos últimos anos. Já as concentrações de metano na atmosfera aumentaram cerca de 12 ppb, acima da média, mas abaixo dos recordes dos últimos dois anos.

Situação global
Os dados reunidos pela Copernicus evidencia que as mudanças climáticas podem ser sentidas em nível global. A Europa, por exemplo, viveu seu verão mais quente, além do continente ter sido afetado por várias ondas de calor intensas e prolongadas, sobretudo, na parte oeste e norte. Também baixos níveis persistentes de chuva, em combinação com altas temperaturas e outros fatores levaram a condições de seca generalizada. Paralelamente, aumentaram as emissões poluentes relacionadas a incêndios. França, Espanha, Alemanha e Eslovênia tiveram as maiores emissões de incêndios florestais no verão nos últimos 20 anos.

O relatório também destaca as grandes inundações enfrentadas pelo Paquistão em agosto, em consequência de chuvas extremas. O país também foi afetado por ondas de calor prolongadas, assim como o norte da Índia na primavera.

A Antártida viu condições de gelo marinho excepcionalmente baixas ao longo do ano. Em março, a Antártida experimentou um período de calor intenso com temperaturas bem acima da média. Na estação Vostok, no interior da Antártica Oriental, por exemplo, a temperatura registrada chegou a -17,7°C, a mais quente já registrada em seus 65 anos de registro.

Rio secou
Uma seca recorde fez com que partes do rio Yangtze – o mais importante da China – secassem. Tal situação afetou a energia hidrelétrica, rotas de navegação, limitou o abastecimento de água potável e fez ressurgir estátuas budistas anteriormente submersas. As chuvas no verão chinês foram 45% abaixo do normal.

Os principais destaques do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus sobre 2022 podem ser lidos detalhadamente (em inglês) aqui.

*por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Mudança climática pode causar ‘desastre’ nos oceanos do mundo, dizem cientistas

Em um estudo recente publicado na Nature Climate Change, esses pesquisadores analisaram projeções de três dúzias de modelos climáticos

O aquecimento climático da água do mar está causando uma desaceleração dos padrões de circulação profunda nos oceanos Atlântico e Sul, de acordo com cientistas do sistema terrestre da Universidade da Califórnia, Irvine, e se esse processo continuar, a capacidade do oceano de remover dióxido de carbono da atmosfera será severamente limitada, exacerbando ainda mais o aquecimento global.

Em um estudo recente publicado na Nature Climate Change, esses pesquisadores analisaram projeções de três dúzias de modelos climáticos e descobriram que a Circulação Meridional do Atlântico e a Circulação Meridional do Sul diminuirão em até 42% até 2100. -caso o aquecimento, o SMOC pode cessar totalmente por volta de 2300.

“A análise das projeções de 36 modelos de sistemas terrestres em uma variedade de cenários climáticos mostra que o aquecimento global descontrolado pode levar a um desligamento da circulação profunda do oceano”, disse o co-autor J. Keith Moore, professor de ciência do sistema terrestre da UCI. “Isso seria um desastre climático semelhante em magnitude ao derretimento completo das camadas de gelo em terra.”

A importância de inverter a circulação

No Atlântico, à medida que a água quente flui para o norte na superfície, ela esfria e evapora, tornando-a mais salgada e densa. Esta água mais pesada afunda no oceano profundo e segue para o sul, onde eventualmente sobe de volta, carregando das profundezas os nutrientes que são a base alimentar dos ecossistemas marinhos.

Além disso, a circulação oceânica global cria uma poderosa fábrica para o processamento do dióxido de carbono atmosférico. A interação física e química básica da água do mar e do ar – o que Moore e seus colegas chamam de “bomba de solubilidade” – atrai o CO2 para o oceano. Enquanto a circulação oceânica envia algum carbono de volta para o céu, a quantidade líquida é sequestrada nas profundezas do oceano.

Além disso, ocorre uma “bomba biológica” à medida que o fitoplâncton usa CO2 durante a fotossíntese e na formação de conchas carbonáticas. Quando o plâncton e os animais maiores morrem, eles afundam, decompondo-se lentamente e liberando o carbono e os nutrientes nas profundezas. Alguns voltam com circulação e ressurgência, mas uma parte permanece depositada sob as ondas.

“Uma interrupção na circulação reduziria a absorção de dióxido de carbono da atmosfera pelo oceano, intensificando e estendendo as condições climáticas quentes”, disse Moore. “Com o tempo, os nutrientes que sustentam os ecossistemas marinhos ficarão cada vez mais presos no oceano profundo, levando ao declínio da produtividade biológica do oceano global”.

Os seres humanos dependem da bomba de solubilidade e da bomba biológica para ajudar a remover parte do CO2 emitido no ar por meio da queima de combustíveis fósseis, práticas de uso da terra e outras atividades, de acordo com Moore.

“Nossa análise também mostra que a redução das emissões de gases de efeito estufa agora pode evitar esse desligamento completo da circulação profunda no futuro”, disse ele.

Juntando-se a Moore neste projeto estavam o principal autor Yi Liu, UCI Ph.D., um estudante de ciência do sistema terrestre; Francois Primeau, professor e presidente do Departamento de Ciência do Sistema Terrestre da UCI; e Wei-Lei Wang, professor de ciências oceânicas e da Terra na Universidade de Xiamen, na China. O estudo dependeu substancialmente de simulações desenvolvidas pelo Projeto de Intercomparação de Modelo Acoplado fase 6 (CMIP6) usado para informar as avaliações climáticas do IPCC.

*Por Ademilson Ramos
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*Fonte: engenhariae

Antropoceno, a era geológica dos humanos, pode ser oficializado em breve

Geólogos de todo o mundo estão votando para decidir se estamos prestes a mudar de época geológica ou não, pulando do atual Holoceno — que começou há 11.700 anos, com o fim da última era do gelo — para o Antropoceno, que significa, literalmente, a “era dos humanos”. Para aprovar ou reprovar a mudança de terminologia, diversos comitês de cientistas da área estão realizando painéis e votações.

Não há consenso sobre a necessidade da mudança, e por diversas razões. A principal delas, refletida, inclusive, no nome da possível nova época, é a influência humana no planeta. Hoje, sabemos que as modificações que fazemos têm consequências para todo o planeta, o que nem sempre foi considerado. Nos anos 1920, por exemplo, se pensava que a Terra era grande demais para se afetar por nós. Embora não consigamos destruí-la, fisicamente falando, conseguimos modificar paisagens e clima de formas até mesmo irreversíveis.

Os períodos geológicos da Terra são marcados pelas rochas e grandes eventos: podemos estar prestes a ganhar um período dedicado aos efeitos dos humanos no planeta com o Antropoceno

O que significa o Antropoceno
No momento, um dos 4 comitês decidem, internamente, em qual ano acreditam que o Antropoceno tenha se iniciado. Após a decisão, que deve ocorrer no final do verão, em 2023, a proposta final será submetida aos outros 3 comitês de geólogos pelo mundo, que votarão para rejeitar ou oficializar a nova época. Pelo menos 60% de cada comitê deve aprovar a proposta do grupo para avançá-la ao próximo. Caso contrário, a decisão pode ser adiada por anos.

Em um certo sentido, oficializar o Antropoceno é reconhecer a influência das ações humanas no nosso planeta, assumir que tais efeitos ficarão marcados nas rochas, perceptíveis por milênios. Afinal, transições geológicas levam esse tipo de mudança global em consideração, e é por isso que alguns cientistas estão preocupados com a escolha, seja ela a favor ou contra o Antropoceno.

Uma das grandes preocupações é a de que a oficialização da nova época seja usada como um palanque para declarações políticas, uma maneira de avançar pautas ecológicas, por exemplo. No tempo geológico, por exemplo, o Antropoceno seria um grão de areia, um microssegundo na história. Marcações geológicas temporais ajudam os cientistas a compreender e estudar períodos sem registros escrito e permitem poucas observações científicas apenas por meio de seus vestígios.

Já a “era dos humanos” é detalhadamente documentada, com poucos espaços verdadeiramente em branco — não haveria necessidade de uma terminologia geológica, já que temos os anos exatos de cada acontecimento importante. Se aceitar a nova época parece muito precipitado, há quem diga que negá-la também seria, representando outro espectro do palanque político, desta vez um que nega a influência humana no planeta, ou que acredita que nossas ações serão apagadas pelas eras como folhas levadas pelo vento. De qualquer forma, essa decisão também terá de ser justificada por cada comitê.

As emissões humanas modificam o planeta, mas alguns cientistas creem que elas afetarão apenas nossa efêmera vida por aqui, e não a geologia do planeta ao longo dos Éons

Implicações científicas da mudança de época
As consequências do Antropoceno para a comunidade científica serão gerais, assim como é a classificação de um animal por um zoólogo ou de um planeta para um astrônomo. Classificar eras e épocas é um trabalho conservador como qualquer outro na ciência, já que mudará estudos acadêmicos, museus, livros didáticos e muito mais por gerações a fio.

A divisão geológica atual é dividida, de forma crescente, em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades. No momento, na Idade Megalaiana da Época do Holoceno, dentro do Período Quaternário da Era Cenozoica do Éon Fanerozoico — isso desde 4.200 anos atrás. Medir mudanças não é fácil, já que registros rochosos estão cheios de lacunas e mostram modificações de forma gradual. É raro encontrar pontos bem definidos como a queda do meteorito de Chicxulub na Península de Yucatán, que aniquilou os dinossauros e terminou o Período Cretáceo. Não há nada tão preciso quanto isso em termos geológicos.

O Período Cambriano, de 540 milhões de anos atrás, por exemplo, tem seu início contestado por décadas. O Quaternário, após longas discussões, foi remodelado em 2009. Em 2019, Grupo de Trabalho do Antropoceno definiu que ele começaria em meados do século XX, quando emissões de gases do efeito estufa, atividade econômica e população humanas subiram vertiginosamente. Mostradores geológicos como isótopos de plutônio de explosões nucleares, nitrogênio de fertilizantes e cinzas de usinas energéticas ficarão, perenes, no mundo.

E assim como outras marcações geológicas, o Antropoceno terá uma “cavilha de ouro”, um marco físico que demonstre, por registros rochosos, o que o difere do tempo anterior. A votação para o marco já aconteceu, levando 9 locais em conta, entre eles o gelo da Península Antártica, uma turfeira na Polônia, um recife de corais na costa do estado americano da Louisiana e uma baía no Japão. Também já foi votada a definição a ser dada ao Antropoceno, ou seja, se ele será uma época, uma idade do Holoceno ou outra marcação temporal.

A queda do meteoro em Chicxulub é uma marcação muito bem determinada de uma mudança de Era, terminando o Cretáceo, mas nenhum outro marco é tão bem definido assim. É um dos problemas de cravar o Antropoceno tão cedo e tão próximo de nós (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)

Controvérsias e ideias
Há dúvidas sobre a definição no meio do século XX, que é estranhamente próxima a nós. Para os arqueólogos e antropólogos, chamar objetos da Segunda Guerra Mundial de “pré-antropocênicos” será, no mínimo, esquisito. Usar isótopos de bombas nucleares também é desconfortável, ou até mesmo sem sentido. Radionuclídeos dos eventos são marcantes para os humanos, mas não querem dizer nada para as mudanças climáticas ou outros eventos mais importantes causados por nós.

A Revolução Industrial, outro marco interessante, também deixaria de fora milênios de mudanças humanas como agricultura e desmatamento, que modificaram bastante o planeta. Reconhecer o Antropoceno é importante como uma forma de assumir responsabilidades, compreender que não só arranhamos a superfície da Terra, mas fazemos muito mais. Há um argumento que leva isso em consideração, mas dá outra ideia, menos inflexível: chamar o Antropoceno de evento.

Um evento é um acontecimento transformador para o planeta, mas que não aparece como uma mudança na linha do tempo, sem regulamentação pela burocracia científica. Quando o oxigênio invadiu os ares da Terra, há cerca de 2 bilhões de anos, ele se tornou o Grande Evento de Oxidação, assim como o são as extinções em massa. Cientistas de várias áreas já usam o termo “Antropoceno”, neste sentido, como um reconhecimento da chegada e influência humana por aqui. A ideia é boa — mas teremos de esperar o final das decisões, no ano que vem, para descobrir o que se fez, ou se desfez, acerca do Antropoceno.

*Por Augusto Dala Costa
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*Fonte: canaltech

Cientistas calculam chances de lixo espacial matar alguém

Denomina-se por lixo espacial tudo aquilo que foi criado pelo homem e que está orbitando a Terra; isto é, que encontra-se ao redor do planeta. Como o próprio nome sugere, o detrito espacial não tem qualquer função útil, pois consiste, sobretudo, em diversas partes de foguetes que ficaram para trás após o lançamento, assim como satélites desativados, sondas e outros objetos.

É inegável que o avanço da tecnologia tem permitido diversas inovações em benefício da vida num contexto geral, principalmente em questões relacionadas ao aprimoramento de estudos em áreas variadas, como as condições climáticas, geolocalização, etc. No entanto, com mais objetos sendo lançados para o espaço, cada vez mais lixo espacial é produzido.

Nesse contexto, os cientistas calcularam os riscos de alguém ser morto em função do lixo espacial. Embora pareça remotamente difícil acontecer um acidente assim, afinal nunca houve antes, há certo risco.

Estudo calcula o risco de alguém ser vítima fatal do lixo espacial

Casos de ferimentos e danos à propriedade por conta do lixo espacial já foram notificados. Contudo, em se tratando de vítimas humanas atingidas por objetos que despencam do céu, parece, a priori, algo extremamente improvável. Mas com um número cada vez maior de lançamentos, será mesmo que não há risco ou este é iminente?

Cientistas fizeram um novo estudo – publicado na Nature Astronomy – no qual estimaram a chance de causalidades da queda de peças de foguetes nos próximos dez anos. No estudo, os pesquisadores investigaram a chegada descontrolada de detritos espaciais artificiais, como estágios de foguetes gastos, associados a lançamentos de foguetes e satélites.

Eles utilizaram modelagem matemática das inclinações e órbitas de partes de foguetes no espaço e densidade populacional abaixo deles, bem como 30 anos de dados de satélites anteriores. Assim, os cientistas puderam estimar onde os destroços de foguetes e outros objetos de lixo espacial aterrissam quando caem de volta à Terra.

Entre as descobertas, os cientistas acreditam que há um risco pequeno, mas significativo, de reentrada de peças na próxima década. Entretanto, é mais provável que aconteça nas latitudes do sul do que nas do norte.

Além disso, o estudo estimou que os corpos de foguetes têm aproximadamente três vezes mais chances de pousar nas latitudes de Jacarta na Indonésia, Dhaka em Bangladesh ou Lagos na Nigéria do que em Nova York nos EUA, Moscou na Rússia ou em Pequim na China.

Lixo espacial versus vida humana
Todos os dias, milhares de detritos espaciais chovem sobre a Terra e sequer, temos consciência dos perigos. Ao todo, são cerca de 40 mil toneladas de poeira advindas de partículas microscópicas de asteroides e cometas estabelecidas na superfície terrestre.

Dessa forma, os corpos de foguetes que retornam à Terra de maneira descontrolada — criando perigo para as pessoas na superfície, é um processo ainda conservador, visto que cada reentrada espalhe detritos letais por uma área de dez metros quadrados, há uma chance de 10% de uma ou mais baixas na próxima década, em média, como assinala o estudo. Assim, portanto, o risco de detritos de satélites e foguetes causar danos na superfície da Terra (ou na atmosfera ao tráfego aéreo) foi considerado insignificante.

Perigo para as operações seguras
Se por um lado, o risco do lixo espacial para a vida humana ainda ser irrelevante; por outro lado, os detritos espaciais podem obstruir a realização de operações seguras; isto é, satélites extintos — e seus fragmentos — são um grande problema em potencial no que diz respeito ao lançamento seguro de satélites em funcionamento.

Ademais, as baterias e o combustível que não foram utilizados também resultam em explosões na órbita da Terra que geram resíduos adicionais, aumentando a concentração de lixo espacial.

A alternativa seria investir nas tecnologias existentes que controlam a reentrada de detritos; porém, elas possuem uma implementação muito cara.

*por Daniela Marinho
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*Fonte: socientifica

Buraco de ozônio continua encolhendo em 2022, afirmam cientistas

Porção estratosférica que nos protege dos raios UV atingiu área média de 23,2 milhões de km² entre setembro e outubro de 2022, sendo ligeiramente menor do que em 2021

A camada de ozônio forma um “escudo” protetor invisível sobre o planeta, absorvendo a perigosa radiação ultravioleta do Sol. Graças a medidas ambientais adotadas pelas nações de todo o mundo, finalmente temos uma boa notícia: o buraco nesse revestimento está encolhendo em 2022, continuando uma tendência dos últimos anos.

De acordo com a Nasa, o buraco anual de ozônio da Antártida atingiu uma área média de 23,2 milhões de km² entre 7 de setembro e 13 de outubro de 2022. Essa área foi ligeiramente menor do que no ano passado, quando o buraco atingiu um máximo de 24,8 milhões de km² – aproximadamente o tamanho da América do Norte – antes de começar a encolher em meados de outubro.

Ainda que a cratera na camada que reveste o planeta tenha sido em 2021 a 13º maior desde 1979, os cientistas notaram um progresso na diminuição do buraco na porção da estratosfera que nos protege dos raios ultravioleta.

“Vemos algumas oscilações à medida que as mudanças climáticas e outros fatores fazem os números oscilarem um pouco de dia para dia e de semana para semana”, afirma Paul Newman, cientista-chefe de ciências da Terra no Goddard Space Flight Center da Nasa, em comunicado. “Mas, no geral, vemos isso diminuindo nas últimas duas décadas”.

Para o especialista, a eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio através do Protocolo de Montreal está diminuindo o buraco. O tratado internacional que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989 e que apresenta 197 Estados Partes, sendo o Brasil como um dos signatários, impõe a redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs).

Quando o Sol polar nasce, os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazem medições com um espectrofotômetro Dobson, um instrumento óptico que registra a quantidade total de ozônio entre a superfície e a borda do espaço.

A média global dessa quantia é de cerca de 300 unidades Dobson. Em 3 de outubro de 2022, os cientistas registraram um valor total mínimo de 101 unidades Dobson sobre o Polo Sul. Naquela ocasião, o ozônio estava quase completamente ausente em altitudes entre 14 e 21 quilômetros – um padrão muito semelhante ao de 2021.

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*Fonte: revistagalileu

Saiba como a Terra é protegida de colisões de asteroides

De todas as coisas que podem acabar com o planeta Terra, uma colisão de um asteroide pode ser uma das que os humanos têm mais controle. Mas quem de fato protege o planeta de uma catástrofe como essa?

Uma colisão de asteroide está na parte de baixo da lista de possíveis fins do mundo. Em um mundo com armas nucleares, onde a atividade humana está permanentemente alterando habitats e o clima, e onde o uso excessivo de antibióticos está levando a novos tipos mortais de bactérias, uma ameaça externa é o menor dos problemas. Mas os efeitos de colisões de asteroides – tsunamis, vendavais e ondas de choque – podem ser catastróficos. Então, existem cientistas que dedicam seu tempo e pesquisa para se preparar em caso deste cenário.

Embora nenhum asteroide conhecido tenha chance de causar destruição em larga escala, aqueles potencialmente perigosos são assuntos diários para tabloides – o governo dos Estados Unidos e cientistas de todo o mundo os levam a sério. Em 2018, a Nasa, a FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) e outras agências espaciais se uniram para imaginar como seria uma colisão de asteroides, simulando as tomadas de decisões necessárias caso os telescópios encontrassem uma possível ameaça.

O Sistema Solar se formou a partir de um disco de matéria que cercava o Sol em sua juventude. Esse material se aglutinou para formar os planetas. Na região entre Marte e Júpiter, por exemplo, a forte gravidade do gigante gasoso impediu a formação planetária e, em vez disso, muitos pequenos corpos rochosos colidiram uns com os outros, e, agora, existem como asteroides.

Ocasionalmente, as forças gravitacionais de Júpiter podem perturbar as órbitas desses objetos. Outros objetos, como os cometas gelados, eventualmente se aproximam da Terra em suas órbitas elípticas. Juntos, esses asteroides e cometas compõem os “Objetos Próximos à Terra”, ou NEOs. Por definição, um NEO é qualquer corpo dentro de 1,3 unidade astronômica do Sol, onde 1 UA equivale a 150 milhões de quilômetros, a distância entre o Sol e à Terra, incluindo cometas com órbitas ao redor do sol que duram menos de 200 anos.

Cientistas então elaboraram uma lista de NEOs com os quais devemos nos preocupar, chamados de asteroides potencialmente perigosos. Estes são corpos que cruzam a órbita da Terra e medem 140 metros de diâmetro ou mais, aproximadamente o tamanho de um estádio de futebol, e estão dentro de 0,05 UA do planeta, cerca de 20 vezes a distância média até a Lua.

Se algo desse tamanho se chocasse com à Terra, causaria uma catástrofe regional. O impacto de um meteorito pode gerar potenciais catástrofes, de ventos de alta velocidade a tsunamis ou imensas ondas de choque e calor o suficiente para cozinhar o corpo humano.

Impactos de asteroides há muito tempo vivem na preocupação pública. Já em 1694, o astrônomo Edmond Halley (do famoso cometa Halley) sugeriu que cometas poderiam se chocar com à Terra, teoria adotada por outros ao longo dos séculos seguintes.

Então, em 1908, o famoso evento de Tunguska arrasou uma floresta na Rússia, e na década de 1930, cientistas começaram a descobrir grandes asteroides passando perto da Terra – talvez o de Tunguska tenha sido um asteroide e talvez houvesse mais para nos preocuparmos. E, em 1980, uma equipe de pesquisadores encontrou o raro elemento irídio em uma camada de rocha de, aproximadamente, 65 milhões de anos, que deduziram ter sido trazida por um grande asteroide. Essa descoberta, assim como outras pesquisas, ajudou a embasar e aceitar a teoria de que um grande impacto provocou a extinção dos dinossauros. Mas essa teoria era controversa e levou 30 anos para alcançar seu status atual.

Mas talvez o momento mais importante dessa história não tenha ocorrido na Terra. Em 1993, os cientistas Carolyn e Eugene M. Shoemaker, e David Levy, descobriram um cometa na órbita de Júpiter. O interesse no cometa Shoemaker-Levy 9, tanto científico quanto público, disparou quando os pesquisadores perceberam que ele colidiria com o planeta, o que aconteceu em julho de 1994, deixando marcas escuras em Júpiter que ficaram visíveis durante meses.

Esse foi um divisor de águas na comunidade científica, afinal, se algo pode se chocar com Júpiter, então algo poderia atingir à Terra. Graças a tudo isso, o Congresso americano ficou interessado em proteger o planeta dos impactos.

O Congresso já havia solicitado à Nasa para criar um programa de observação de asteroides em 1992, mas em 1998 eles ordenaram que a agência catalogasse todos os asteroides próximos à Terra, com tamanho maior que um quilômetro, dentro de dez anos. Assim, a Nasa estabeleceu o Programa de Observação de NEOs, agora chamado de Centro de Estudos de NEOs, que compila e computa órbitas para asteroides próximos à Terra. Em 2005, o Congresso expandiu a meta de incluir 90% dos objetos com 140 metros, ou maiores, até 2020.

A defesa planetária é agora uma empreitada internacional, com um orçamento milionário. Para os EUA, o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da Nasa é responsável por projetos que buscam asteroides próximos e comunicam governo, mídia e público, sobre potenciais perigos. Eles também desenvolvem técnicas de pesquisa para evitar impactos, e coordenam com o governo e agências como a FEMA para responder a uma possível colisão.

Agências espaciais ao redor do mundo, como a Agência Espacial Europeia, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, a Roscosmos e outras, realizam várias pesquisas e projetos sobre o monitoramento de NEOs.

E quanto ao fato de nos preocuparmos ou não? Por enquanto, não existem asteroides conhecidos que sejam dignos de preocupação. Nenhuma das órbitas de asteroides listadas no banco de dados CNEOS está prevista para causar impacto nos próximos 188 anos. Mas, se houver alguma preocupação, deve ser sobre os asteroides ainda não encontrados.

Apesar das várias pesquisas, simplesmente não há infraestrutura adequada para encontrar todas as rochas espaciais. Algumas das missões não foram projetadas com o levantamento de asteroides em mente.

Também existem asteroides menores, que podem causar danos locais e atacar com pouco, ou nenhum, aviso. O meteoro de 20 metros de Chelyabinsk explodiu acima da Rússia em 2013, quebrando janelas e ferindo 1.491 pessoas. Em dezembro de 2018, um meteoro explodiu sobre o Mar de Bering, com dez vezes a força da bomba de Hiroshima. Esses impactos ficam abaixo do limite estabelecido pelo Congresso, mas ainda têm potencial de causar danos em menor escala.

Quando se trata de avaliar a probabilidade de um impacto e o dano que ele pode causar, os pesquisadores consideram o tamanho da Terra, assim como quantas vezes os asteroides de diferentes tamanhos a atingem.

Meteoros inofensivos, do tamanho de grãos de poeira, atingem à Terra quase que constantemente e se queimam na atmosfera; a probabilidade de um asteroide de um metro atingir o planeta é de cerca de um impacto por ano e se tona menos provável com o tamanho do asteroide ao quadrado. As probabilidades de um impacto de uma rocha de 100 metros são uma vez a cada dez mil anos, e um asteroide de mil metros, uma vez a cada um milhão de anos.

E quanto a eventos maiores, eles são potencialmente evitáveis com o suficiente tempo de espera. Por exemplo, há a missão Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (DART), uma demonstração que lançará uma espaçonave no asteroide menor no binário Didymos a 6 km/s.

A missão Hera da ESA acompanhará as observações dos efeitos da colisão. Os cientistas esperam que essas missões mudem a órbita do asteroide menor em torno do asteroide maior, e que, no futuro, as agências espaciais possam usar essas missões de “impacto cinético” para mudar a órbita de um asteroide ameaçador.

Existem também outras ideias para desviar asteroides perigosos. As agências espaciais poderiam colocar algo muito pesado ao lado da rocha para mudar sua rota através da gravidade, ou remover matéria da superfície do asteroide. E, claro, há sempre a opção de última hora de bombardear um asteroide que apresenta uma ameaça iminente – mas, no exercício de mesa da Conferência de Defesa Planetária deste ano, os cientistas escolheram bombardear um grande asteroide que arrasaria Denver, mas acabaram destruindo a cidade de Nova York.

Apesar da baixa probabilidade de um impacto de asteroide, suas terríveis consequências significam que esta continuará a ser uma área importante de pesquisa. Os cientistas agora levam a ameaça a sério.

*Por Vinicius Szafran
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*Fonte: olhardigital

Número de asteroides próximos da Terra atinge marca impressionante

Os astrônomos responsáveis pelo monitoramento de objetos espaciais em volta da Terra anunciaram que a contagem desses asteroides chegou à marca de 30 mil. Esse número é recebido com um pouco de preocupação, pois impactos de asteroides podem ser eventos perigosos que causam destruição em massa.

Felizmente, o monitoramento constante do Espaço ajuda na tomada de decisão em caso de alguma eventual rocha em rota iminente com a Terra. A missão DART foi um demonstrativo de como as ações de proteção espacial podem prosperar.

Cabe destacar que os 30 mil objetos observados e catalogados estão em uma distância de até 45 milhões de quilômetros da Terra, que representa aproximadamente 117 vezes a distância entre a Terra e a Lua. As observações são coletadas e rastreadas pelo Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra (NEOCC) da Agência Espacial Europeia (ESA) e pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA.

Cerca de 400 objetos recém-descobertos teriam potencial de destruir uma cidade com um impacto direto, ou causar uma destruição considerável na região. Esses são os alvos de monitoramento dos astrônomos. Apenas um desses novos objetos mediu mais de 1 quilômetro de largura, dimensão suficiente de fazer um estrago ainda maior.

Felizmente, o número de asteroides potencialmente perigosos cresceu mais lentamente. Além disso, outras observações descartaram qualquer chance de impacto nas próximas décadas. Os 1.426 objetos que fazem parte de um grupo com chance de impacto diferente de zero estão sendo cuidadosamente estudados.

Asteroide que oferece maior risco à Terra está fora do radar dos astrônomos
O asteroide 1979XB é o que oferece maior risco para a Terra. Estima-se que ele tenha um diâmetro de cerca de 700 metros, uma medida preocupante, que poderia destruir um pequeno país. Como esse objeto não é visto desde 1979, os astrônomos não conseguem determinar com precisão onde ele está agora, porém há uma chance de que ele atinja a Terra em 2056.

Acredita-se que em dezembro de 2024, o 1979XB passe perto da Terra, nesse caso os astrônomos seriam capazes de calcular sua órbita com mais precisão e provavelmente descartar impactos futuros. O chefe de defesa planetária da ESA, Richard Moissl, declarou que mais da metade dos asteroides conhecidos e registrados foram descobertos nos últimos seis anos. Isso só mostra o quanto a busca por esses objetos está cada vez melhor.

*Por Isabela Valukas Gusmão
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*Fonte: olhardigital

O fim dos detritos espaciais na órbita da Terra pode estar próximo

Um voo da SpaceX realizou um experimento histórico da Nanoracks que pode ajudar as agências espaciais e os governos a lidar com os detritos perigosos encontrados no Espaço e na órbita da Terra. A empresa espacial hospedou um robô utilizado para suavizar o metal através do atrito.

Essa pode ser a tão desejada solução que o governo dos Estados Unidos e empresas privadas buscam para proteção espacial da Terra de objetos desgovernados e favorecimento da exploração e o uso do Espaço. Esse tema tem sido bem recorrente nas últimas semanas dentro do Congresso e a Comissão Federal de Comunicações norte-americana.

Essa missão foi chamada de Posto Avançado Mars Demo-1 e pretende ser a primeira de uma série de demonstrações em direção ao corte de metal no Espaço. A técnica demonstrada no objeto da missão Transporter-5, da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, chama-se “fresamento de atrito”.

De acordo com o apresentador do experimento Nanoracks, esse procedimento utiliza ferramentas de corte que operam em alta rotação para suavizar o metal. Nesse caso, o braço robótico e as amostras utilizadas foram completamente selados neste experimento como uma precaução adicional contra a geração de novos detritos espaciais.

A Nanoracks é uma empresa privada de serviços espaciais, que hospeda experimentos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), e tem como objetivo desenvolver várias estações do Posto Avançado que hospedam cargas a bordo de estágios expirados de foguetes, em um futuro próximo.

Controle de detritos espaciais
A primeira demonstração ocorreu a bordo de um foguete rideshare. Os envolvidos no projeto dos detritos alegam que ainda há muito o que aprender para futuras missões até que essa demonstração se torne realidade para todas as entidades participantes: Nanoracks, Voyager e Maxar, que forneceram o braço robótico.

Uma outra missão tinha como objetivo cortar um objeto feito de aço resistente à corrosão. O material utilizado é semelhante ao encontrado do lado de fora de um foguete Vulcan Centaur da United Launch Alliance, porém o robô não alcançou a meta.

Em um comunicado, o vice-presidente sênior de sistemas espaciais da empresa Nanoracks, Marshall Smith, declarou que irá investigar o motivo de a missão não ter saído da forma como era esperado pela equipe, se está relacionado com o material do objeto utilizado ou com a técnica empregada.

*Por Isabela Valukas Gusmão
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*Fonte: olhardigital

Mudança na órbita de Júpiter poderia tornar a Terra ainda mais habitável

Modelo estipulado por cientistas sugere que, se o gigante gasoso tivesse órbita mais excêntrica, superfícies terrestres subcongeladas estariam mais perto do Sol

A Terra é o único planeta onde sabemos que existe vida — mas o nosso mundo poderia ser ainda mais habitável caso Júpiter tivesse uma forma orbital diferente. Conforme estudo publicado em 8 de setembro no The Astronomical Journal, a órbita do gigante gasoso teria que ser mais excêntrica, isto é, oval.

Isso faria com que grandes mudanças também ocorressem na superfície terrestre, tornando o nosso planeta ainda mais hospitaleiro à vida. Os pesquisadores da Universidade de Califórnia em Riverdale, nos Estados Unidos, descobriram essa relação criando um sistema solar alternativo com modelos detalhados de dados do nosso próprio Sistema Solar.

De acordo com Pam Vervoort, cientista planetária que é a principal autora do estudo, se a posição de Júpiter permanecesse a mesma, mas a forma de sua órbita mudasse, a Terra seria mais habitável. O nosso planeta teria determinadas partes que se aproximariam às vezes do Sol. Com isso, áreas agora subcongeladas aqueceriam, aumentando as temperaturas nessas zonas para uma faixa habitável de 0 a 100ºC.

Os resultados impressionantes derrubam suposições científicas de longa data. “Muitos estão convencidos de que a Terra é o epítome de um planeta habitável e que qualquer mudança na órbita de Júpiter, sendo o planeta massivo que é, só poderia ser ruim para a Terra”, conta Vervoort. “Mostramos que ambas as suposições estão erradas.”

Os pesquisadores querem aplicar a descoberta à busca de planetas habitáveis ​​em torno de outras estrelas — os chamados exoplanetas. “A primeira coisa que as pessoas procuram em uma busca de exoplanetas é a zona habitável, a distância entre uma estrela e um planeta para ver se há energia suficiente para água líquida na superfície do planeta”, afirma Stephen Kane, astrofísico coautor do estudo.

Mas a presença de água é algo muito simples: não leva em conta a forma da órbita de um planeta ou suas variações sazonais, de acordo com o pesquisador. Embora os telescópios existentes consigam medir tais órbitas planetárias, existem outros fatores que podem afetar a habitabilidade, como o grau em que um planeta está inclinado em direção ou para longe de uma estrela.

Conforme o novo estudo, se Júpiter estivesse posicionado muito mais perto do Sol, o planeta gasoso induziria uma inclinação extrema na Terra, o que faria grandes seções da superfície terrestre subcongelarem. Isso reduziria a habilidade do nosso planeta de ser habitável.

Os astrônomos gostariam de trabalhar em mais métodos para medir a inclinação e a massa dos planetas, também importantes para investigar a habitabilidade. “É importante entender o impacto que Júpiter teve no clima da Terra ao longo do tempo, como seu efeito em nossa órbita nos mudou no passado e como isso pode nos mudar novamente no futuro”, destaca Kane.

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*Fonte: revistagalileu

La Niña pode ter ‘episódio triplo’, algo inédito no século e que preocupa ONU

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), há uma chance considerável de em breve enfrentarmos um “episódio triplo” do fenômeno meteorológico La Niña.

O alerta foi emitido pela agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciando que a probabilidade é de 70% de que a La Niña atinja o Oceano Pacífico pelo terceiro inverno seguido.

A La Niña é essencialmente a queda na temperatura das águas na região dos mares do Equador

Se de fato o fenômeno persistir até o fim do ano, poderá causar tanto secas quanto chuvas intensas em diversas partes do mundo: essa será a primeira vez nesse século que o “episódio triplo” acontecerá.

A La Niña atual começou em setembro de 2020 e, de acordo com o relatório da OMM, as chances do processo seguir até fevereiro do ano que vem é de 55%.

A dimensão do Oceano Pacífico, onde a alteração na temperatura ocorre, é tamanha, porém, que o processo afeta grande parte do planeta. O evento causa, por exemplo, seca nas regiões leste da Argentina, sul do Brasil, bem como no Uruguai e na África Oriental, mas provoca chuvas fortes no nordeste do Brasil, no norte da Austrália, em partes da China, e ainda na Índia e no Japão.

O que é o La Niña
O evento ocorre como processo oposto ao El Niño: enquanto o segundo fenômeno é marcado pela chegada de águas superficiais quentes da zona equatorial da costa da América do Sul em direção à Ásia, a La Niña é provocada pela subida de águas frias e profundas, derrubando abaixo do normal a temperatura do mar.

A região oeste do Canadá e sul do Alasca, nos EUA, também podem ser afetadas, com temperaturas ainda mais baixas.

De acordo com o relatório da ONU, porém, o processo em si não é causado pelas mudanças climáticas, e se trata de um fenômeno natural, que ocorre no planeta há milhares de anos. Alguns cientistas, no entanto, estudam a hipótese dos eventos meteorológicos estarem se tornando mais frequentes, extensos e intensos por conta dos efeitos da ação humana.

De todo modo, o fenômeno aprofunda e amplifica crises que já acontecem pelas mudanças climáticas, como a seca intensa que massacra milhões de pessoas na região da África Oriental, e que deverá se agravar com a ocorrência do “episódio triplo”. As informações são de reportagem da BBC.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness 

Mudanças climáticas: ondas de calor são desafio para gestão das cidades

Altas temperaturas na Europa mostram que mudanças climáticas já chegaram. As cidades estão preparadas?

Cidades mais resistentes a altas temperaturas passaram a ser uma necessidade dos países tropicais e devem ser a realidade do mundo em um ambiente de mudanças climáticas. E a necessidade é urgente, como tem indicado a maior onda de calor da história, que está assolando a Europa.

A Inglaterra viu os termômetros passarem dos 40ºC pela primeira vez. Na Espanha, a temperatura chegou a 45ºC. A população está sentindo na pele os efeitos do calor extremo e tais cenários não devem ser pontuais. Segundo especialistas, a probabilidade de haver calor extremo no continente europeu é 10 vezes maior por causa das mudanças climáticas.

Mais ventilação
De acordo com o pesquisador e especialista em mudanças climáticas da London School of Economics, Bob Ward, em artigo publicado no The Guardian, “o próprio tecido de nossas áreas urbanas as torna propensas ao superaquecimento”. Isso porque, as superfícies escuras, o concreto, os edifícios e as estradas tendem a absorver luz do sol e reter calor. O resultado é a temperatura das áreas urbanas ser mais alta.

“Não podemos simplesmente demolir nossas cidades e reconstruí-las de uma maneira que seja mais adequada ao nosso clima em aquecimento, por isso temos que reajustá-las e adaptá-las”, argumenta Ward.

Tal adaptação não significa, simplesmente, aumentar a quantidade de equipamentos de ar-condicionado em espaços e prédios públicos. Afinal, essa medida acabaria transferindo o problema do aquecimento para outros lados da cidade. “Em vez de remover desesperadamente o excesso de calor dos prédios da cidade, precisaremos impedir que os raios do sol criem o problema em primeiro lugar. Escritórios e residências precisarão de vidros coloridos ou persianas instaladas para impedir a entrada da luz solar. E os telhados brancos devem se tornar padrão para refletir os raios do sol em vez de absorvê-los”, explica Ward.

Espaços verdes são aliados no controle das mudanças climáticas

Cultivar espaços verdes é uma das principais formas de reduzir os efeitos negativos das altas temperaturas, pois as árvores e a grama conseguem ajudar a refração da luz, diminuindo a área que recebe o calor direto do sol. Mas, enquanto plantar árvores é a saída para as calçadas, existem outras partes da cidade para as quais é preciso dar um pouco mais de atenção, é o caso da infraestrutura.

A infraestrutura da cidade sofre tanto com as temperaturas quanto as calçadas e as pessoas. Na Europa, a recente onda de calor conseguiu deformar trilhos de trem e rodovias. Como a substituição de materiais não é possível nesse caso, a saída tem sido pintar os trilhos de trem de branco, o que ajuda a resfriar as barras.

Nas estradas, a alta temperatura amolece o asfalto, bem como favorece os focos de incêndio. As pistas de aeroportos, feitas de asfalto, sofrem o mesmo problema. Em Londres, o aeroporto Luton teve que suspender voos porque uma grande parte da pista ficou deformada com a temperatura.

Repensar o material de toda a infraestrutura da cidade, além de redesenhar os prédios históricos, bem como as construções das estações de metrô, portanto, será necessário.

Chief Heat Officer
Para lidar com o aumento das temperaturas impulsionado pelas mudanças climáticas, cidades ao redor do mundo estão criando um novo cargo: o Chief Heat Officer (CHO).

Seguindo a tendência de gestores focados em área específicas e estratégicas, como o Chief Citizen Experience Officer e o Chief Resilience Officer, o objetivo do CHO é aumentar a conscientização sobre os riscos extremos de calor para proteger os cidadãos mais vulneráveis em sua cidade. Eles planejam e coordenam respostas de curto e longo prazos às ondas de calor, bem como implementam projetos de redução de risco. Em resumo, os chefes de aquecimento têm a tarefa de encontrar soluções para resfriar seus ambientes urbanos.

Os caminhos são diversos, indo desde facilitar para os formuladores de políticas a implementação de medidas de emergência até iniciativas de plantio de árvores. Na Europa, Atenas foi a primeira cidade a ter um CHO, anunciado no meio do ano passado. Localizada no sul do continente, a capital grega é uma das mais vulneráveis à oscilação de temperatura.

“As mudanças climáticas para nossa cidade significam temperaturas extremas mais frequentes e perigosas para moradores e turistas, que são críticos para nossa economia. Infelizmente, Atenas não é única – o calor é uma emergência para as cidades da Europa e do mundo”, comentou o prefeito ateniense, Kostas Bakoyannis, em julho do ano passado ao The Guardian.

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*Fonte: habitability

Causas e efeitos da destruição da camada de ozônio

Entender as causas e efeitos da destruição da camada de ozônio nos ajuda a compreender as consequências climáticas pelas quais o planeta está passando hoje.

A camada de ozônio é uma cobertura na estratosfera feita de uma alta concentração de ozônio. Como resultado de sua composição química, o ozônio é um tipo especial de oxigênio que contém três moléculas de oxigênio (O3), ao invés de duas (O2).

A camada de ozônio circula a Terra e é um fenômeno natural, encontrando-se entre 15 e 30 km acima do solo. Ela age como um escudo contra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

A camada é constantemente gerada e quebrada devido aos diversos processos atmosféricos e reações químicas que ocorrem. Isso faz com que sua espessura varie em termos geográficos e sazonais.

Causas e efeitos da destruição da camada de ozônio

As causas
Gases que emitem efeito estufa são prejudiciais à atmosfera. O aumento dos raios UV, com a destruição da camada de ozônio, amplia esse problema.
As causas e efeitos da destruição da camada de ozônio se originam da atividade humana. Ao contrário da poluição, que tem várias causas, há um composto químico específico que é responsável pela destruição da camada de ozônio.

Esses compostos químicos estão presentes em muitos produtos industriais e aerossóis. Eles estão listados abaixo.

Clorofluorcarbonos (CFCs)
Os clorofluorcarbonos (CFCs) são a causa primária da destruição da camada de ozônio. Produtos industriais como solventes, aerossóis em spray, espumas isolantes, recipientes, sabões e objetos de refrigeração, como geladeiras e ar-condicionado usam CFCs.

Ao longo do tempo, essas substâncias se acumulam na atmosfera e são levadas pelo vento até a estratosfera. Quando na estratosfera, as moléculas dos CFCs são quebradas pela radiação ultravioleta, o que libera átomos de cloro. Os átomos de cloro reagem com o ozônio, iniciando um ciclo químico que destrói o “ozônio bom”.

Substâncias que destroem a camada de ozônio
Há outras substâncias químicas que destroem a camada de ozônio, conhecidas na sigla em inglês como Ozone Depleting Substances (ODS). Exemplos incluem o brometo de metila usado em pesticidas, o clorofórmio de metila usado na fabricação de solventes industriais e os halons usados em extintores de incêndio.

Essas substâncias também reagem quimicamente com o ozônio, iniciando um ciclo químico que destrói o ozônio bom.

Outros químicos
Outros químicos que apresentam reações similares com o ozônio bom incluem o Clx, Hox e Noy, que pertencem, respectivamente, às famílias do cloro, hidrogênio e nitrogênio.

Os efeitos
As causas e os efeitos da destruição da camada de ozônio originam problemas e consequências sérias à saúde humana, das plantas, assim como aos ecossistemas marinhos e os ciclos biogeoquímicos. Vejamos os efeitos abaixo.

Efeitos na saúde humana
Com a destruição da camada de ozônio, a espécie humana fica mais exposta aos raios UV que alcançam a superfície terrestre. Estudos sugerem que esses altos níveis causam câncer de pele, além do desenvolvimento de catarata, uma patologia ocular.

Exposição contínua aos raios UV também pode reduzir a resposta do sistema imunológico, e até causar danos permanentes em alguns casos. Além disso, os raios UV envelhecem a pele, acelerando esse processo.

Efeito nas plantas
As plantas também são atingidas pelos efeitos dos raios UV. Os processos fisiológicos e de desenvolvimento das plantas são afetados de maneira severa, além do crescimento. Outras mudanças incluem a maneira que as plantas se formam, o tempo do desenvolvimento e crescimento, assim como a distribuição de nutrientes na planta, seu metabolismo, etc.

Efeitos nos ecossistemas marinhos
Os raios UV também afetam os ecossistemas marinhos. O efeito é negativo nos plânctons, que formam a base das cadeias alimentares aquáticas. O fitoplâncton cresce próximo à superfície d’água, e desempenha um papel vital na cadeia alimentar e no ciclo oceânico do carbono.

Mudanças nos níveis dos raios UV afetam a orientação e motilidade dos fitoplanctons, o que reduz sua sobrevivência e taxa de crescimento. Os raios UV também afetam o desenvolvimento de peixes, camarões, caranguejos, anfíbios e outros animais marinhos.

Quando isso ocorre, toda a cadeia alimentar é afetada.

Efeitos nos ciclos biogeoquímicos
O aumento na radiação UV altera tanto as fontes quanto os sumidouros dos gases de efeito estufa na biosfera, como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, sulfeto de carbonila, ozônio e possivelmente outros gases.

Mudanças nos níveis de UV contribuem para reações na biosfera e atmosfera que mitigam ou amplificam as concentrações atmosféricas desses gases.

*Por Dominic Albuquerque
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*Fonte: socientifica

Estudo mostra que a Terra perdeu 60% de área florestal desde 1960

Em 59 anos, a área florestal global per capita caiu de 1,4 hectares para apenas 0,5 hectares por pessoa

A perda de áreas florestais em todo o mundo foi o tema de um novo estudo, publicado na Environmental Research Letters. Infelizmente, os dados são alarmantes, como a diminuição da área florestal global per capita de 1,4 hectares para apenas 0,5 hectares por pessoa, entre os anos de em 1960 e 2019 – um declínio de 60%.

A pesquisa liderada por Ronald Estoque do Centro de Biodiversidade e Mudanças Climáticas, Instituto de Pesquisa de Produtos Florestais e Florestais (FFPRI) encontrou um declínio total da floresta em 81,7 milhões de hectares, desde 1960.

De acordo com o estudo, a perda total de floresta bruta no período (1960 a 2019) atingiu 437,3 milhões de hectares, o que superou o ganho total bruto de floresta de 355,6 milhões de hectares durante o mesmo período.

Essa perda florestal combinada com uma população crescente de cerca de 3 bilhões de pessoas em 1960 para 7,7 bilhões de pessoas em 2019 levou a uma diminuição de 60% na área florestal per capita.

Brasil política crise climática

Os pesquisadores afirmam que esta escala na diminuição de área de floresta per capita vai afetar milhões de pessoas. “A contínua perda e degradação das florestas afetam a integridade dos ecossistemas florestais, reduzindo sua capacidade de gerar e fornecer serviços essenciais e sustentar a biodiversidade”, disseram os autores do estudo, conforme relatado pela IOP Publishing.

Ainda segundo os cientistas, este cenário impacta a vida de pelo menos 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo, predominantemente em países em desenvolvimento, que dependem das florestas para diversos fins.

As florestas cobrem atualmente quase um terço do planeta e são essenciais para a biodiversidade. Globalmente, as florestas abrigam mais de 60 mil espécies de árvores e fornecem habitat para cerca de 80% de todas as espécies de anfíbios, 75% das espécies de aves e 68% das espécies de mamíferos, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente .

O fim das florestas ou a sua fragmentação dignificam uma grave ameaça para estas espécies. Existem inclusive espécies desconhecidas que podem ser extintas antes mesmo de serem estudadas.

Espécie perigosa
Os seres humanos alteraram quase 75% da superfície da Terra, o que inclui as florestas, o que, além de ameaçar a biodiversidade, torna ainda mais difícil o combate às mudanças climáticas.

As florestas são fundamentais para o equilíbrio da vida na Terra, incluindo a vida humana. É importante lembrar ainda que o desmatamento e outras formas de degradação de ecossistemas estão relacionados ao aumento de casos de doenças zoonóticas e podem provocar outras pandemias no futuro.

Causas do desmatamento
A principal causa do desmatamento é a agropecuária. Muitos casos de desmatamento ilegal estão ligados a terras que são devastadas para o cultivo de monoculturas ou para a criação de gado. Mais monitoramento, preservação e reflorestamento globalmente são necessários para manter as terras florestadas e evitar grandes perdas de biodiversidade.

“Hoje, o monitoramento das florestas do mundo é parte integrante de várias iniciativas ambientais e sociais globais, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Acordo Climático de Paris e o Quadro Global de Biodiversidade Pós-2020”, disseram os autores.

“Para ajudar a alcançar os objetivos dessas iniciativas, há uma profunda necessidade de reverter, ou pelo menos achatar, a curva global de perda líquida de florestas, conservando as florestas remanescentes do mundo e restaurando e reabilitando paisagens florestais degradadas”, conclui o estudo.

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*Fonte: ciclovivo

Chegamos ao Dia da Sobrecarga da Terra

Uma conta que não fecha: no dia 28 de julho já consumimos os recursos naturais renováveis que deveríamos usar em 2022

“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância”. Esta afirmação de Mahatma Gandhi faz muito sentido, principalmente no dia de hoje. Hoje, 28 de julho de 2022, chegamos ao Dia da Sobrecarga da Terra – uma data criada para nos lembrar dos recursos naturais que temos no planeta e do uso que estamos fazendo deles.

Desde 1970, Global Footprint Network calcula o momento em que o nosso consumo anual de serviços e recursos naturais ultrapassa o que a Terra pode regenerar naquele mesmo ano. Em 2021, esta data chegou em 29 de julho. Em 2022, no dia 28 de julho, o que mostra que novamente entramos “no cheque especial” do planeta um pouco depois da metade do ano.

Como já consumimos todos os recursos naturais que deveríamos consumir até o último dia de 2022, a partir de hoje estamos usando aquilo que já não pode ser regenerado. Para piorar, além de consumir mais recursos e serviços naturais do que o planeta é capaz de suprir, devolvemos para o lugar onde vivemos poluição na forma de resíduos, gases de efeito estufa numa quantidade muito maior do que a que pode ser absorvida.

Como é feito o cálculo?
Para calcular o Dia da Sobrecarga da Terra a Global Footprint Network divide a biocapacidade do planeta (a quantidade de recursos que a Terra é capaz de regenerar por ano) pela pegada ecológica da humanidade (nossa demanda de recursos naturais por ano) e multiplica o valor por 365 (número de dias em um ano), chegando a um resultado que vem piorando desde 1971, quando começou a contagem — na época, a data caiu em 25 de dezembro.

A situação é ruim e vem piorando ano a ano, com o Dia da Sobrecarga da Terra chegando cada vez mais cedo. A única vez em que houve um retrocesso foi em 2020, quando a pandemia desacelerou a economia e a data recuou 3 semanas e chegou em 22 de agosto.

Existem pequenos “vitórias” em relação à 2022. A primeira é que a antecipação de apenas um dia em relação ao ano anterior pode ser considerada mais lenta do que em anos anteriores quando o Dia da Sobrecarga da Terra se antecipou em até 10 dias. Esta desaceleração tem a ver com um crescimento de 0,4% da biocapacidade do planeta e ao fato de que a economia mundial ainda não se recuperou.

Ou seja, não temos muito o que comemorar, mas sim pensar em como podemos reverter uma conta “simples”: para manter nosso padrão de vida, precisaríamos de 1,75 planeta. Como não temos mais de um planeta, é preciso repensar e mudar a maneira como vivemos na Terra.

Voltamos ao que disse Gandhi: a natureza é capaz de dar tudo o que precisamos ara viver, mas não pode mais alimentar uma ganância sem limites. E quando pensamos na quantidade de pessoas que sobrevivem sem acesso ao que deveria ser um direito universal, como alimentação e água potável, vemos que a ganância humana gera uma dívida ambiental que está sendo deixada para as próximas gerações e também uma desigualdade desumana.

O que podemos fazer?
“Ainda que a antecipação em ‘apenas’ um dia possa ser vista de forma positiva, precisamos entender que há muito a ser feito. É urgente a necessidade de novos modelos de produção e de consumo para reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa e a demanda por recursos naturais para conseguirmos ‘jogar’ o Dia da Sobrecarga da Terra para mais adiante”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, que trabalha com a sensibilização e a mobilização para o consumo consciente

A mudança precisa ser proporcional ao tamanho do impacto que a humanidade está provocando no planeta – ou seja, enorme! Além das ações individuais, é necessário cobrar de empresas e governos um rumo diferente. Se as ações individuais podem fazer a diferença, decisões de quem nos governa e de quem produz em grande quantidade têm um impacto fundamental.

Individualmente podemos votar em pessoas e partidos que nos representem e estejam comprometidos com um desenvolvimento sustentável, em que a preservação do meio ambiente seja prioridade. Podemos também escolher produtos e marcas responsáveis, que tenham compromisso com uma produção ambientalmente e socialmente correta, além de darem o destino adequado à poluição que gera, antes, durante e depois da geração de seus produtos.

Faça a sua parte!
A boa notícia é que também podemos contribuir para adiar o dia da Sobrecarga da Terra. Todos os anos o Instituto Akatu traz algumas dicas, com escolhas e atitudes que estão ao nosso alcance. Estas são as orientações

Proteja as florestas tropicais
Restaurar e proteger as florestas tropicais, como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, pode atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 7 dias. Denuncie queimadas e desmatamento, apoie instituições que protegem o meio ambiente e têm projetos de reflorestamento e priorize empresas comprometidas com a defesa da biodiversidade e com a preservação da natureza.

Combata o desperdício de alimentos
Cortar o desperdício de alimentos pela metade em todo o mundo traria um alívio de 13 dias na conta da Sobrecarga da Terra. Dê o exemplo em casa: prepare só a quantidade necessária de alimento, faça o uso integral de frutas, legumes e vegetais, congele o que sobrou para comer no dia seguinte ou reutilize as sobras criando novas receitas.

Diminua o consumo de carne
Uma redução de 50% no consumo global de carne, substituindo essas calorias por uma dieta vegetariana, é capaz de mudar o Dia da Sobrecarga da Terra em 17 dias. Comece reduzindo o consumo de carne aos poucos, encontrando alternativas como proteínas vegetais (soja, grão-de-bico, tofu, quinoa, lentilha e outras).

Economize e reutilize a água
As tecnologias comerciais já existentes para edifícios, processos industriais e produção de eletricidade podem atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 21 dias. Verifique vazamentos, feche a torneira e evite o desperdício de água nas atividades do dia a dia, como ao lavar a louça, escovar os dentes e tomar banho. Se possível, reutilize a água da máquina de lavar para limpar o chão e a calçada.

Prefira casas inteligentes e sustentáveis
A popularização de casas inteligentes e sustentáveis, que utilizam tecnologias, processos industriais e produção de eletricidade já existentes, pode atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra em 21 dias. Na hora de morar ou construir, por exemplo, evite o desperdício de materiais e prefira ambientes com boa iluminação natural, buscando sempre uma eficiência no consumo de água, energia e materiais.

Priorize fontes renováveis de energia
Estima-se que a geração de 75% da eletricidade a partir de fontes de baixo carbono, acima dos 39% atuais, atrasaria o Dia de Sobrecarga da Terra em 26 dias. Se possível, utilize a geração de energia solar ou dê preferência a empresas que usem ou estimulem o uso de fontes de energia renováveis.

Quer saber qual a sua pegada ecológica? No site Footprint Calculator é possível calcular quantos planetas seriam necessários se todos no mundo vivessem como você.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

5 Maneiras como a vida seria estranha se a TERRA fosse PLANA

Se você esteve na internet durante os últimos anos, provavelmente viu a enxurrada de conspiradores que decidiram contrariar tudo o que a ciência sabe até hoje e passaram a dizer que a Terra é plana. Na visão deles, nós não vivemos em um globo, mas sim em um disco estranho com a Lua e o Sol girando em nossas cabeças.

Loucura? Para alguns parece algo possível. Porém, se essa realmente fosse uma realidade, você já parou para pensar em como as nossas vidas seriam diferentes? Devido a todos os conhecimentos científicos que temos até hoje, muito mudaria. Então, veja só essa lista com cinco maneiras como a visa seria estranha se vivêssemos na Terra plana!

1. Fim da gravidade
Lembra todo aquele conceito de gravidade que você aprendeu na escola? Esqueça-o por completo. Na Terra esférica, a gravidade é responsável por puxar os objetos e nos prender no chão. E se adotássemos os mesmos conceitos para um planeta plano, ele logo voltaria a adquirir um formato esférico de qualquer maneira.

Então, tudo que a gente sabe até agora seria apenas uma grande mentira. Ou então, a gravidade seria aplicada nas extremidades do disco, puxando tudo para o centro — ou o Polo Norte, nessa visão de mundo. Isso causaria estragos por todas as partes, mas pelo menos saltar de um lugar para outro seria ainda mais fácil!

2. Inundação central
Se a gravidade puxasse tudo para o centro do planeta, o mesmo aconteceria com a chuva. Como sabemos, as precipitações só caem do céu por causa da gravidade e nesse novo sistema ela seria atraída para o ponto de maior força. Logo, somente no Polo Norte o mundo se comportaria da forma que conhecemos hoje.

Nesse sentido, água em rios e mares também fluiria em direção ao centro, o que automaticamente faria com que vastos oceanos se concentrassem nessa região em uma imensidão aquática sem limites. As bordas da Terra, por sua vez, estariam completamente secas.

3. Sumiço do GPS
Se a Terra fosse plana, é bem provável que os satélites também não existiriam — visto que teriam muitos problemas para orbitar esse tipo de astro. Sem satélites, esqueça todos os sistemas de GPS que inventamos até hoje. A geolocalização sumiria de uma vez por todas e você teria muito mais dificuldade de viajar para qualquer lugar no mundo.

Com o fim desse sistema, diversas das práticas que temos no mundo moderno fatalmente sumiriam como consequência e a humanidade ficaria, literalmente, perdida. Pelo lado positivo, a direção da chuva por conta da gravidade sempre nos mostraria para onde o norte fica.

4. Viagens mais longas
Viajar de um lugar para outro no mundo não seria apenas mais difícil pela ausência do GPS, como o tempo de locomoção seria consideravelmente maior. E por quê? De acordo com a crença da Terra plana, o Ártico fica no centro do planeta e a Antártida forma uma parede de gelo gigante em torno da borda — o que nos impediria de cair do planeta.

Portanto, viajar de uma ponta a outra do mundo plano demoraria quase que uma infinitude, visto que o conceito de atravessar a Antártida para reduzir o tempo de viagem seria um conceito que simplesmente não existiria.

5. Adeus, furacões
Todos os anos, furacões causam danos sem precedentes. Em 2017, o furacão Harvey sozinho causou danos no valor de US$ 125 bilhões nos Estados Unidos. Essa natureza devastadora só acontece por conta da força inercial de Coriolis, que faz com que as tempestades no Hemisfério Norte girem no sentido anti-horário e aquelas no Hemisfério Sul girem no sentido horário.

No entanto, na Terra plana estacionária — o que significa que o mundo não gira — nenhum efeito Coriolis seria gerado. Sem Coriolis, sem furacões. Pelo menos um benefício, não é mesmo?

*Por Pedro Freitas
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*Fonte: megacurioso

Plano radical para fazer o buraco mais profundo da Terra pode liberar energia ilimitada

Desde o seu lançamento em 2020, uma empresa de energia pioneira chamada Quaise atraiu muita atenção por seu objetivo audacioso de ser a empresa que chegue mais fundo na crosta terrestre do que qualquer outra.

Após o encerramento do arrecadamento de investimentos de capital de risco, a empresa que nasceu no MIT (EUA) já levantou um total de US$ 63 milhões (R$ 317 milhões): um início respeitável que poderia tornar a energia geotérmica acessível por todo o mundo.

A visão da empresa para se aproximar do núcleo da Terra é combinar métodos convencionais de perfuração com uma lanterna de potência de megawatts inspirada no tipo de tecnologia que poderia um dia tornar possível a energia da fusão nuclear.

A energia geotérmica é uma fonte limpa esquecida. Com a energia solar e eólica dominando cada vez mais o mercado de energia verde, os esforços para explorar o vasto reservatório de calor sob nossos pés permanecem ignorados.

Não é difícil entender a causa. Apesar de ser uma escolha perfeitamente útil de energia limpa, ininterrupta e ilimitada, há muito poucos lugares onde a rocha quente — adequada para extração de energia geotérmica — fica convenientemente próxima à superfície.

A Quaise pretende mudar isso desenvolvendo tecnologia que nos permitirá fazer buracos na crosta para em profundidades nunca alcançadas.

Até o momento, nossos melhores esforços para abrir caminho pela crosta do planeta chegaram a cerca de 12,3 quilômetros. Embora o Kola Superdeep Borehole e outros semelhantes possam ter atingido seu limite, eles representam feitos incríveis de engenharia.

Para avançar, precisaríamos encontrar maneiras de triturar o material compactado por dezenas de quilômetros de rocha acima e depois transportá-lo de volta à superfície.

As ferramentas de escavação também precisariam ser capazes de moer rochas a temperaturas superiores a 180 graus Celsius. Girar as brocas por uma distância tão longa também precisaria de um pensamento inteligente.

Uma alternativa potencial para os obstáculos acima é perfurar menos – e queimar mais.

Nascida da pesquisa de fusão nuclear no MIT Plasma Science and Fusion Center, a solução de Quaise é usar ondas milimétricas de radiação eletromagnética que forçam os átomos a derreterem juntos.

Dispositivos chamados girotrons podem produzir com eficiência feixes contínuos de radiação eletromagnética agitando elétrons em alta velocidade dentro de poderosos campos magnéticos.

Ao conectar um girotron de energia de megawatt às mais recentes ferramentas de corte, a Quaise espera poder abrir caminho através da rocha mais dura e quente, até profundidades de cerca de 20 quilômetros (12,4 milhas) em questão de meses.

Nessas profundidades, o calor da rocha circundante pode atingir temperaturas de cerca de 500 graus Celsius – o suficiente para transformar qualquer água líquida bombeada lá em um estado supercrítico semelhante ao vapor, perfeito para gerar eletricidade.

Usando seu financiamento inicial e de investimento, a Quaise prevê ter dispositivos implantáveis ​​em campo fornecendo operações de prova de conceito nos próximos dois anos. Se tudo correr bem, poderá ter um sistema funcionando produzindo energia até 2026.

Até 2028, a empresa espera poder assumir antigas usinas de energia movidas a carvão, transformando-as em instalações movidas a vapor.

É uma tecnologia ao mesmo tempo tão antiga e tão nova que devemos ter muitas perguntas sobre como e se ela pode ter sucesso. Para nossa sorte, Loz Blain, da New Atlas , listou vários deles para o CEO e cofundador da Quaise, Carlos Araque, responder.

Mesmo sem essa tecnologia, cerca de 8,3% da energia mundial poderia vir de uma fonte geotérmica, abastecendo cerca de 17% da população mundial. Perto de 40 nações podem confiar completamente na energia geotérmica agora.

No entanto, atualmente, menos de meio por cento da eletricidade do mundo é fornecida pelo calor sob nossos pés. Para permanecer no caminho para emissões líquidas zero até 2050, a energia geotérmica deve crescer cerca de 13% ao ano. No momento , sua expansão é uma mera fração disso.

Isso deixa muito espaço para crescer, mesmo que não encontremos uma maneira de expandir seu alcance. Se empresas como Quaise ajudarão a revigorar o interesse, esse azarão ainda está para ser visto.

O que é certo, porém, é que o tempo para reduzir as emissões e limitar o aquecimento global a algo menos catastrófico está diminuindo rapidamente. Estamos chegando ao fundo do poço, então talvez seja hora de cavarmos um pouco mais fundo. [Science Alert]

*Por Marcelo Ribeiro
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*Fonte: hypescience

Asteroide gigante e ‘potencialmente perigoso’ se aproximará da Terra em maio

Já imaginou se um asteroide gigante se chocasse com a Terra? Pois é exatamente isso que a NASA vem fazendo ao monitorar um asteroide estratosférico que passará “perto” do planeta Terra no mês de maio: reconhecido como um objeto com “poder destruidor” com diâmetro de 1,8 km, o 7335 (1989 JA), como o asteroide foi batizado, se aproximará do nosso planeta no dia 27 de maio. Apesar do alarme e da classificação como “asteroide potencialmente perigoso”, não há, segundo a agência espacial estadunidense, motivos para maiores preocupações.

Atualmente viajando em altíssima velocidade, no dia 27 o 7335 (1989 JA) irá passar “raspando” por nosso planeta, a “somente” cerca de 3,9 milhões de quilômetros de distância, mas, segundo a NASA, a proximidade não é suficiente para de fato ameaçar a Terra. De acordo com o site da agência, um “asteroide potencialmente perigoso” assim é classificado “baseado em parâmetros que medem o potencial do asteroide de se aproximar com perigo da Terra”, estabelecendo o limite em cerca de 7,4 milhões de quilômetros de distância. Qualquer corpo celeste que passe em distância inferior a essa do nosso planeta é classificado como “potencialmente perigoso”.

Outra medida importante para classificar a ameaça é o tamanho do corpo celeste, já que milhares de objetos se aproximam da Terra constantemente: o asteroide precisa ser maior que cerca de 140 metros de diâmetro para alcançar a classificação. Uma fotografia tirada no início de abril mostra o 7335 (1989 JA) a cerca de 57 milhões de quilômetros de distância, mas, no final de maio, a aproximação trará o asteroide para uma proximidade de “somente” 10,5 vezes a distância da Terra para a Lua.

Descoberto pela astrônoma estadunidense Eleanor Helin em maio de 1989, o asteroide em questão possui uma dimensão de quatro vezes o tamanho do edifício Empire State, em Nova York, com seus mais de 440 metros de altura e seus 102 andares, conforme informou a NASA em comunicado. Asteroides são objetos rochosos que orbitam o sol, mas que possuem um tamanho menor que um planeta, porém maior que um meteorito: o 7335 (1989 JA) completa uma volta ao redor do sol a cada 861 dias, ou 2 anos e 4 meses.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Primeiro eclipse solar de 2022 ocorre neste sábado (30)

Astrofísico da FEI explica o que esperar e como acompanhar o fenômeno celeste!

Neste sábado, dia 30 de abril, ocorrerá o primeiro eclipse solar de 2022. De tipo parcial, ele deve mostrar a Lua cobrindo mais de 50% da forma visível do Sol. E, embora não possa ser acompanhado em sua totalidade no Brasil, o fenômeno celeste deve atrair a atenção de cientistas e astrônomos amadores, ficando mais perceptível no sudeste do Oceano Pacífico e extremo sul da América Latina, principalmente na Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia.

“Como seu ápice ocorrerá por volta de 17h40, no horário de Brasília, o fenômeno celeste tem sido chamado de ‘eclipse do pôr do sol’”, explica Cássio Barbosa, astrofísico e professor do departamento de Física da FEI. “Infelizmente, nas grandes cidades brasileiras, não será possível acompanhar a Lua obscurecendo parte da luz do Sol. Mas, se houver condições de visibilidade no dia e for feito o uso de filtros apropriados, será possível ver a Lua cobrindo marginalmente o Sol e os corpos celestes mais próximos, algo que pode ser interessante também”, conta ele.

Conforme esclarece o docente da FEI, eclipses solares acontecem quando, do ponto de vista terrestre, a Lua parece bloquear a luz do Sol, algo que, geralmente, se passa durante a fase de Lua nova. “No caso dos eclipses solares totais, com os dois corpos celestes plenamente alinhados, o disco lunar consegue sobrepor por completo a face da estrela. Já nos eclipses solares parciais, a interposição da Lua atravessa apenas o arco do disco solar”, diz Barbosa.

Ainda de acordo com professor, apesar do evento do próximo sábado (30/04) não ser plenamente visível no Brasil, ele marca a abertura da temporada de observações de fenômenos astronômicos naturais no ano.

“A boa notícia é que este eclipse não vem desacompanhado. Teremos outros três ao longo de 2022, sendo dois eclipses solares e um eclipse lunar, que ocorrerá no próximo dia 16 maio. Inclusive, para este último, não será necessário qualquer tipo de equipamento especial para acompanhar. Um bom binóculo é o suficiente para ver em detalhes”, recomenda.

Como acompanhar
Se não é possível ver com os próprios olhos, ao menos será possível acompanhar na página do Observatório Nacional no Youtube. O fenômeno terá início às 15h45 (horário de Brasília) e retransmissão ao vivo terá início um pouco mais cedo, às 15h.

Em casos em que seja possível avistar o eclipse, fica o alerta da Agência Brasil: a observação de eclipses solares nunca deve ser feita nem a olho nu, nem com óculos escuros, chapas de Raio X ou filmes fotográficos, porque a claridade e o calor do Sol podem danificar seriamente a retina. Uma sugestão dada por especialistas é comprar, em lojas de ferragens ou de materiais de construção, o chamado vidro de solda. A tonalidade desse vidro deve ser, no mínimo, 14. O vidro deve ser colocado diante dos olhos para uma observação segura do Sol.

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*Fonte: ciclovivo

Polos derretendo ao mesmo tempo: Antártida e Ártico registram aquecimento recorde

Um alerta recente revelou que os dois polos da Terra registraram simultaneamente recordes de aquecimento nos últimos dias, marcando picos de calor ao mesmo tempo. Na Antártida, foram documentadas temperaturas até 40ºC acima do esperado em alguns pontos para essa época do ano, enquanto estações meteorológicas na região do Polo Norte apresentaram indícios de derretimento ainda mais intenso, com os termômetros marcando até 30ºC a mais do que o normal, alcançando marcas normalmente só atingidas meses depois. O fenômeno sem precedentes ilustra a noção global do aquecimento pelo qual o planeta vem atravessando, provocando colapsos climáticos por toda parte.

A informação foi publicada pela agência Associated Press e, segundo especialistas, o aumento exacerbado das temperaturas nas extremidades da Terra é mais um indício claro de desequilíbrio no sistema climático do planeta, com quadros que podem se confirmar irreversíveis, como o derretimento das calotas polares. Para esse período do ano era esperado que o Polo Sul estivesse esfriando rapidamente com o fim do verão, enquanto o Ártico, no extremo norte, iniciasse um processo lento de conclusão do inverno, com os dias passando a durar mais tempo que as noites.

O aquecimento e derretimento do Ártico vem provocando quadros irreversíveis na região

“O aquecimento do Ártico e da Antártida é motivo de preocupação, e o aumento de eventos climáticos extremos – dos quais estes são um exemplo – também preocupa”, afirmou Michael Mann, diretor do Centro de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA. “Os modelos climáticos projetaram o aquecimento geral, mas acreditamos que eventos extremos estão excedendo as projeções dos modelos. Esses eventos mostram a urgência da ação”, concluiu. Segundo informações do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA, a camada de gelo da Antártica registrou sua menor dimensão desde que as medições por satélite começaram a ser realizadas, em 1979, com área inferior a 2 milhões de km².

A Estação Concórdia, que registrou a temperatura recorde para o período na Antártida

A temperatura comum para o continente antártico nesse período do ano seria de -27,8ºC, mas a estação Concordia registrou marca de -12,2ºC, com o continente como um todo apresentando temperatura em média 4,8ºC mais quente. Já a estação Vostok aguardava um frio de -47,7ºC, mas chegou a registrar -17,7ºC, com a região em geral marcando 3,3ºC acima da média registrada entre 1979 e 2000. “São estações opostas. Você não vê o polo norte e o sul derretendo ao mesmo tempo”, afirmou Walt Meier, cientista do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo em Boulder, no Colorado.

*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness

Plano radical para fazer o buraco mais profundo da Terra pode liberar energia ilimitada

Desde o seu lançamento em 2020, uma empresa de energia pioneira chamada Quaise atraiu muita atenção por seu objetivo audacioso de mergulhar mais fundo na crosta terrestre do que qualquer um já havia cavado antes.

Após o encerramento do financiamento de capital de risco da primeira rodada, o spin-off do MIT já levantou um total de US$ 63 milhões: um começo respeitável que poderia tornar a energia geotérmica acessível a mais populações em todo o mundo.

A visão da empresa para se aproximar do centro da Terra é combinar métodos convencionais de perfuração com uma lanterna de potência de megawatts inspirada no tipo de tecnologia que poderia um dia tornar possível a energia de fusão nuclear .

A energia geotérmica tornou-se a renovável esquecida. Com a energia solar e eólica dominando cada vez mais o mercado de energia verde, os esforços para explorar o vasto reservatório de calor sob nossos pés permanecem teimosamente bem atrás .

Não é difícil entender o porquê. Apesar de ser uma escolha perfeitamente boa de energia limpa, ininterrupta e ilimitada, há muito poucos lugares onde rochas quentes adequadas para extração de energia geotérmica ficam convenientemente próximas à superfície.

Quaise pretende mudar isso desenvolvendo tecnologia que nos permitirá fazer buracos na crosta para registrar profundidades.

Até o momento, nossos melhores esforços para abrir caminho pela pele do planeta chegaram ao fundo do poço em cerca de 12,3 quilômetros (7,6 milhas). Embora o Kola Superdeep Borehole e outros semelhantes possam ter atingido seu limite, eles representam feitos incríveis de engenharia.

Para avançar, precisaríamos encontrar maneiras de triturar o material espremido por dezenas de quilômetros de rocha suspensa e depois transportá-lo de volta à superfície.

As ferramentas de escavação também precisariam ser capazes de moer rochas a temperaturas superiores a 180 graus Celsius (356 graus Fahrenheit). Virar as brocas por uma distância tão longa também precisaria de um pensamento inteligente.

Uma alternativa potencial para os obstáculos acima é perfurar menos – e queimar mais.

Nascida da pesquisa de fusão nuclear no MIT Plasma Science and Fusion Center, a solução de Quaise é usar ondas milimétricas de radiação eletromagnética que forçam os átomos a derreterem juntos.

Dispositivos chamados girotrons podem produzir com eficiência feixes contínuos de radiação eletromagnética agitando elétrons em alta velocidade dentro de poderosos campos magnéticos.

Ao conectar um girotron de energia de megawatt às mais recentes ferramentas de corte, a Quaise espera poder abrir caminho através da rocha mais dura e quente, até profundidades de cerca de 20 quilômetros (12,4 milhas) em questão de meses.

Nessas profundidades, o calor da rocha circundante pode atingir temperaturas de cerca de 500 graus Celsius – o suficiente para transformar qualquer água líquida bombeada lá em um estado supercrítico semelhante ao vapor, perfeito para gerar eletricidade.

Usando seu financiamento inicial e de investimento, a Quaise prevê ter dispositivos implantáveis ​​em campo fornecendo operações de prova de conceito nos próximos dois anos. Se tudo correr bem, poderá ter um sistema funcionando produzindo energia até 2026.

Até 2028, a empresa espera poder assumir antigas usinas de energia movidas a carvão, transformando-as em instalações movidas a vapor.

É uma tecnologia ao mesmo tempo tão antiga e tão nova que devemos ter muitas perguntas sobre como e se ela pode ter sucesso. Para nossa sorte, Loz Blain, da New Atlas , listou vários deles para o CEO e cofundador da Quaise, Carlos Araque, responder.

Mesmo sem essa tecnologia, cerca de 8,3% da energia mundial poderia vir de uma fonte geotérmica, abastecendo cerca de 17% da população mundial. Perto de 40 nações podem confiar completamente na energia geotérmica agora.

No entanto, atualmente, menos de meio por cento da eletricidade do mundo é fornecida pelo calor sob nossos pés. Para permanecer no caminho para emissões líquidas zero até 2050, a energia geotérmica deve crescer cerca de 13% ao ano. No momento , sua expansão é uma mera fração disso.

Isso deixa muito espaço para crescer, mesmo que não encontremos uma maneira de expandir seu alcance. Se empresas como Quaise ajudarão a revigorar o interesse, esse azarão ainda está para ser visto.

O que é certo, porém, é que o tempo para reduzir as emissões e limitar o aquecimento global a algo menos catastrófico está diminuindo rapidamente. Estamos chegando ao fundo do poço, então talvez seja hora de cavarmos um pouco mais fundo.

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*Fonte: sabersaude

Ciclo da água da Terra está mudando mais rápido que previsto

Um dos fatores que mais preocupa toda a humanidade é a preservação da água potável. Isso porque a mudança climática está modificando o ciclo da água que é depositada na terra.

Uma nova pesquisa, publicada na revista Nature, apontou que o ciclo da água está mudando mais rápido do que estava estimado, com base nas mudanças nos oceanos. Essa constatação mostra a necessidade de diminuir as emissões de gases que aquecem a atmosfera, antes que o ciclo da água mude de forma definitiva.

A mudança do ciclo da água
À medida que a Terra se aquece, o ciclo da água começa a intensificar-se no padrão em que o molhado fica mais molhado e seco ainda mais seco. Isso significa que a água doce está deixando as regiões mais secas do planeta e focando em regiões úmidas.

Isso representa que as áreas relativamente secas, ficarão secas com mais frequência, assim como as regiões úmidas podem ter mais tempestades e inundações extremas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou que as mudanças do ciclo da água já estão acontecendo. Um exemplo pode ser as inundações sem precedentes na Alemanha e o aumento das chuvas em Mumbai, na Índia.

No entanto, essas mudanças são apenas o começo. Nas próximas décadas, a intensificação do ciclo da água pode tornar mais difícil para as pessoas conseguirem água potável em muitas regiões do planeta.

O problema é que mesmo que o ciclo da água esteja se intensificando, não se sabe com qual rapidez isso está acontecendo.

A utilização do oceano como um pluviômetro
O principal motivo para ser difícil medir as mudanças no ciclo da água é que não existem medidas suficientes de chuvas e evaporação da Terra. Resumidamente, é muito difícil instalar pluviômetros permanentes ou tanques de evaporação em 70% das superfícies de água do nosso planeta. Além disso, ao analisar as mudanças, é preciso de medições de décadas atrás.

Por isso, os cientistas decidiram usar o oceano, visto que eles podem ser mais ou menos salgados dependendo da região. Um exemplo é que o Atlântico é mais salgado que o Pacífico, isso porque quando a chuva cai no oceano, dilui a água e ajuda a torná-la menos salgada. No entanto, quando a água evapora da superfície, o sal fica no oceano, aumentando a salinidade.

Isso significa que as mudanças mais bem registradas na salinidade do oceano podem ser usadas como um pluviômetro para detectar modificações no ciclo da água. Estudos anteriores usaram esse método para rastrear as mudanças na salinidade na superfície do oceano. Essa nova pesquisa apontou que o ciclo da água está se intensificando cada vez mais.

Porém, o oceano não fica parado como um pluviômetro convencional, já que as correntes e ondas mantêm as águas dos oceanos em constante movimento. Por causa disso, fica uma incerteza sobre a ligação entre a salinidade e a mudança do ciclo da água.

Após isso, foram desenvolvidos novos métodos, que permitem vincular com precisão as mudanças na salinidade do oceano, isso por meio das modificações no ciclo da água, em que a água doce é levada das regiões mais quentes para as mais frias.

As estimativas apontam que o ciclo mais amplo da água está mudando na atmosfera, sobre a terra e por meio dos oceanos. O estudo apontou que de 46.000 a 77.000 quilômetros cúbicos de água mudaram dos trópicos para as áreas mais frias desde 1970.

Isso simboliza uma intensificação do ciclo da água de até 7%. Isso representa a mesma porcentagem de mais chuva em áreas mais úmidas e de menos chuva, ou mais evaporação, em locais mais secos. Isso é bem superior às estimativas que estavam entre 2 e 4%.

Como seria o futuro com a mudança do ciclo da água ?
A mudança no ciclo da água significa secas extremas e chuvas mais fortes e mais frequentes. Mesmo que os governos mundiais mantenham o aquecimento global em um teto de 2℃, prevê-se que a Terra terá eventos extremos em média 14% mais fortes em comparação aos anos de 1850-1900.

O relatório do IPCC aponta que algumas pessoas e ecossistemas serão mais atingidos do que outros. Por causa disso, foi notado que as nações mediterrâneas, o sudoeste e sudeste da Austrália e a América Central ficarão mais secas, já as regiões de monções e os pólos ficarão mais úmidos ou mais nevados.

Em áreas mais secas atingidas pela mudança no ciclo da água, pode-se esperar ameaças reais de viabilidade das cidades.

Década de pesquisa científica aponta a relação entre as emissões de gases de efeito estufa e o aumento das temperaturas globais, o que provoca a mudança no ciclo. Essa é a principal razão que os cientistas apontam para a diminuição desses gases e diminuir os danos das mudanças climáticas.

*Por Nathália Matos
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*Fonte: fatosdesconhecidos / Science Alert

Nova teoria sugere que Planeta Terra é um ser inteligente

No artigo os pesquisadores discutem o que chamam de “inteligência planetária”.

Um planeta pode ser inteligente? Essa parece ser a questão central de uma nova teoria proposta por astrobiólogos, de que os planetas também são entidades inteligentes. Este experimento mental se baseia na noção de que a atividade coletiva da vida, na forma de micróbios ou plantas, mudou planetas como a Terra e permite que eles tenham vida própria.

No artigo publicado no International Journal of Astrobiology, os pesquisadores discutem o que chamam de “inteligência planetária” – a ideia de atividade cognitiva operando em escala planetária – para levantar novas ideias sobre as maneiras pelas quais os humanos podem lidar com questões globais, como as mudanças climáticas, por exemplo.

Se a atividade coletiva da vida – conhecida como biosfera – pode mudar o mundo, a atividade coletiva da cognição e a ação baseada nessa cognição também podem mudar um planeta? Uma vez que a biosfera evoluiu, a Terra ganhou vida própria. Se um planeta com vida tem vida própria, ele também pode ter mente própria?

Inteligência planetária
Conhecemos a inteligência como um conceito que descreve indivíduos, grupos coletivos, até mesmo os comportamentos curiosos de vírus ou fungos. As redes subterrâneas de fungos, por exemplo, formam um sistema de vida que reconhece as mudanças nas condições climáticas e responde ativamente a elas. Essas coisas alteram profundamente a condição de todo o planeta.

“O que importa é quando a inteligência coletiva é colocada para trabalhar em direção ao propósito coletivo mais essencial da vida: a sobrevivência. Tal como a concebemos, a inteligência planetária é medida pela capacidade da vida em um planeta de se sustentar em perpetuidade”, observaram os pesquisadores.

“Ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta”, disse Adam Frank, professor de física da Universidade de Rochester e coautor do artigo, em um comunicado à imprensa.

A noção de um planeta ganhando vida própria foi observada pela primeira vez através da percepção da “biosfera” na ciência. “A biosfera nos diz que uma vez que a vida aparece em um mundo, esse mundo pode ganhar vida própria”, escreveram os pesquisadores.

Tecnosfera imatura
Curiosamente, a teoria observa que a Terra pode estar cheia de vida inteligente – mas “não parece muito inteligente”. “Ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta”, diz o astrofísico Adam Frank, da Universidade de Rochester. “Há inteligência na Terra, mas não há inteligência planetária.”

A Terra parece estar presa em um estágio chamado de “tecnosfera imatura”. Este é um cenário em que a atividade tecnológica está plenamente desenvolvida e enraizada – mas ainda não está integrada harmoniosamente com outros sistemas, como o ambiente físico. É importante integrar essas duas esferas, pois somente quando os processos biológicos e tecnológicos estiverem em sincronia podemos garantir a produtividade e o futuro do ser humano neste planeta.

“A biosfera descobriu como hospedar a vida por si mesma bilhões de anos atrás, criando sistemas para movimentar nitrogênio e transportar carbono”, diz Frank. “Agora temos que descobrir como ter o mesmo tipo de características de auto-manutenção com a tecnosfera.”

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*Fonte: ciclovivo

Asteroide com maior risco de impacto poderá atingir a Terra em 2023

O Observatório Astronômico Mount Lemmon, no Arizona, EUA, detectou um asteroide com alto risco de impacto com a Terra. Ele se aproximará da Terra em meados de 2023.

Asteroide com maior risco de impacto poderá atingir a Terra em 2023
O asteroide 2022 AE1, encontrado em 6 de janeiro em uma pesquisa do Observatório Astronômico Mount Lemmon, no Arizona, nos Estados Unidos, segundo os cientistas, tem o maior risco de colisão com a Terra entre todos os objetos próximos da Terra conhecidos.

Os dados sobre o objeto são fornecidos no site do Centro para o Estudo de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA.

O tamanho do asteroide 2022 AE1 é comparável ao tamanho do hipotético “meteorito de Tunguska” – cerca de 70 metros, o que equivale à altura de um prédio de 23 andares.

A velocidade de movimento deste corpo cósmico é de 19,83 km/s. A magnitude visual do brilho – 22V, o que o deixa no limite da possibilidade de observação por grandes telescópios. Na última semana devido à lua cheia, o objeto não é visível.

Atualmente, o objeto recebeu um ponto na escala de dez pontos de Turim de perigo que emana de um objeto celestial. Um ponto é o limite da norma. Você deve começar a se preocupar quando a pontuação for de 4 pontos ou mais.

A magnitude do perigo na escala de Turim é determinada com base na probabilidade matemática de uma colisão e na energia cinética de uma colisão – de zero no caso em que a probabilidade de uma colisão está abaixo do erro de observação, a dez quando uma colisão é inevitável.

Uma potencial colisão com a Terra é possível em 4 de julho de 2023. Os cientistas estimam a probabilidade de uma colisão em 1 em 1700.

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*Fonte: ovnihoje

Camada de ozônio está se recuperando e restaurando circulação de ventos

Em meio à enxurrada de más notícias dos últimos dias, eis que temos boas novas para compartilhar! Um levantamento apontou que a camada de ozônio está se recuperando e regenerando a circulação de ventos por todo o planeta, em especial no Hemisfério Sul, e a restauração parece estar associada às medidas acordadas e postas em ação a partir da assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987.

Regeneração
O Protocolo de Montreal estabeleceu as diretrizes para frear a fabricação e uso de agentes associados com a destruição da camada de ozônio que envolve o planeta, entre eles os clorofluorocarbonetos – substâncias conhecidas popularmente como CFCs. Já no início dos anos 2000, se registrou uma queda significativa nas concentrações desses materiais na atmosfera, assim como o início da recuperação da camada de ozônio em escala global e da redução do colossal “buraco” que existia nela sobre a Antártida.

Agora, o levantamento apresentado apontou que, na mesma época, o impacto na circulação dos ventos registrado em decorrência das alterações na atmosfera provocadas pelo uso de substâncias envolvidas na rarefação da camada de ozônio começou a se normalizar. Mais precisamente, se notou uma pausa na migração de correntes de ar em direção aos polos terrestres e inclusive uma reversão em algumas das anomalias nos padrões de ventos que vinham sedo registradas até então.

Só para você entender melhor a importância desse resultado, você já deve ter ouvido falar de correntes de ar conhecidas como “correntes de jato”, certo? Elas circulam a grandes altitudes e velocidade entre a troposfera e a estratosfera e fluem em direção aos polos. Pois, por conta da rarefação da camada de ozônio, essas correntes haviam começado a circular mais ao sul do que o normal no nosso hemisfério, afetando, com isso, os padrões de chuva – e possivelmente até os de correntes oceânicas, interferindo, por sua vez, no clima.

O que o levantamento mostrou foi que, pouco mais de 1 década depois de o Protocolo de Montreal entrar em vigor, o deslocamento das correntes de jato parou – e inclusive sofreu reversão em alguns pontos –, mostrando que o esforço conjunto e o compromisso global de parar com a fabricação e emissão de substâncias prejudiciais para a camada de ozônio rendeu excelentes frutos.

Mas, apesar de o resultado do estudo merecer ser celebrado, é importante mencionar que as emissões de gases de efeito estufa continuam sendo um sério problema. Ademais, nos últimos anos, foi detectado um aumento na emissão de outros materiais associados com a rarefação da camada de ozônio, especialmente na China, algo que pode afetar a reversão das correntes aos padrões normais e, na pior das hipóteses, voltar a empurrá-las em direção aos polos.

*Por Maria Tamanini
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*Fonte: tecmundo