Aquecimento de 1,5°C pode ser alcançado já nos próximos 5 anos

É praticamente certo que o mundo ultrapassará o limite de 1,5 grau Celsius de aquecimento global nos próximos cinco anos. É o que indica um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial, que alerta também para impactos devastadores em sistemas como recifes de coral e o gelo do Ártico.

Em 2015, as chances de as temperaturas mundiais excederem, ainda que temporariamente, 1,5°C nos cinco anos seguintes, eram próximas de zero. Essas probabilidades vêm aumentando desde então, à medida que a emissão de gases de efeito estufa segue aumentando, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.

Consequências permanentes ainda que o aquecimento seja temporário
O mundo já está pelo menos 1,1°C mais quente do que era antes da industrialização e algumas das mudanças que podem ocorrer como resultado do aquecimento em mais de 1,5 graus Celsius podem ser permanentes, mesmo que o planeta esfrie de volta.

Um único ano de excedência acima de 1,5°C não significa que violamos o limite do Acordo de Paris, mas revela que estamos nos aproximando cada vez mais a uma situação em que 1,5°C pode ser excedido por um período prolongado.

A 1,5°C, muitos dos recifes de coral do mundo serão destruídos, e o chamado permafrost em alguns lugares pode atingir um ponto de inflexão. O permafrost é um solo “permanentemente” congelado que fica sob grande parte do Ártico, mantendo reservadas enormes reservas de dióxido de carbono. Conforme a temperatura aumenta, esse gelo derrete e o CO2 vai sendo liberado, contribuindo para o aumento dos efeitos danosos das mudanças climáticas.

Nossos oceanos continuarão a se tornar mais quentes e ácidos, o gelo marinho e as geleiras continuarão a derreter, o nível do mar continuará subindo e nosso clima se tornará mais extremo. A camada de gelo e o derretimento das geleiras no Ártico levarão ao aumento acelerado do nível do mar, que pode ser irreversível por séculos e desastroso para o planeta, à medida que os riscos de inundações extremas aumentam.

O zero líquido refere-se a um estado em que o mundo reduz ao máximo suas emissões de gases de efeito estufa e compensa as que são difíceis de evitar, seja por meio do uso de tecnologia ou do plantio de árvores para capturar dióxido de carbono da atmosfera. Se não tomarmos essa ação, teremos ondas de calor muito piores e condições de incêndios florestais, bem como recifes de coral que foram dizimados além do reconhecimento. Nossas emissões de gases de efeito estufa ainda estão em níveis quase recordes e até que reduzamos as emissões para zero líquido, continuaremos a ver o aquecimento global. Resta saber se temos capacidade orgânica e física de suportar temperaturas tão altas – e por quanto tempo…

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*Fonte: pensamentoverde

Plantas “gritam” em voz alta, mas nós nunca havíamos ouvido

Você já imaginou que as plantas pudessem “gritar” quando estão estressadas? Segundo uma nova pesquisa, plantas emitem ruídos de estalo ou clique em frequências ultra-sônicas, inaudíveis para os seres humanos.

Lilach Hadany, bióloga evolucionista da Universidade de Tel Aviv, afirma que é possível que muita interação acústica ocorra entre as plantas e outros organismos que conseguem ouvir esses sons.

As plantas sofrem mudanças quando estão sob estresse, como a liberação de aromas fortes, alteração de cor e forma. Essas mudanças podem sinalizar perigo a outras plantas próximas ou atrair animais para lidar com as pragas que as prejudicam.

Para investigar se as plantas emitem sons, Hadany e seus colegas registraram plantas de tomate e tabaco em várias condições. Eles treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para diferenciar o som produzido por plantas átonas, plantas cortadas e plantas desidratadas.

Os sons que as plantas emitem são detectáveis em um raio de mais de um metro. Plantas estressadas são mais barulhentas, emitindo cerca de 40 cliques por hora, dependendo da espécie. As plantas privadas de água têm um perfil sonoro perceptível, que começa a clicar mais antes de mostrar sinais visíveis de desidratação.

Ainda há incógnitas, como como os sons estão sendo produzidos e se outras condições adversas também podem induzir o som. No entanto, a equipe mostrou que um algoritmo pode aprender a identificar e distinguir os sons das plantas.

“Por exemplo, uma mariposa que pretende colocar ovos em uma planta ou um animal que pretende comer uma planta pode usar os sons para ajudar a orientar sua decisão”, diz Hadany. Para os humanos, as implicações são claras: podemos entrar em sintonia com os pedidos de socorro das plantas sedentas e regá-las antes que isso se torne um problema.

A próxima etapa da pesquisa é investigar as respostas de outros organismos, animais e plantas, a esses sons.

*por Damares Alves
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*Fonte: socientifica

Qual o valor de uma árvore?

Um pesquisador da Esalq da cidade de Piracicaba decidiu responder esta questão. Confira!

O engenheiro florestal Flávio Henrique Mendes criou uma nova metodologia para calcular o valor aproximado que as árvores geram em serviços ecossistêmicos para a sociedade. O estudo foi desenvolvido durante seu doutorado, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e acaba de ser publicado na revista científica Labverde.

Orientada pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do departamento de Ciências Florestais, a pesquisa desenvolveu um método simplificado de valoração baseado na relação entre a área da copa, o Índice de Área Foliar (IAF) e um parâmetro médio R$/m2 de copa encontrado na literatura, ou seja, na magnitude da copa, uma vez que a maior parte dos serviços ecossistêmicos provém dela.

Quanto vale uma árvore?
A cidade de Piracicaba foi a escolhida por Mendes para realizar o seu estudo aproximado. A pesquisa estimou que as árvores retornem cerca de R $41 milhões por ano para a cidade em serviços ecossistêmicos. “Áreas arborizadas exigem menor investimento do poder público em manutenção de vias, além dos benefícios para a saúde humana”, pondera o autor do estudo.

Método acessível
Na prática, o pesquisador utilizou um método bastante acessível à população em geral. Segundo o engenheiro florestal, o valor do Índice de Área Foliar (IAF) pode ser calculado utilizando-se lentes fotográficas grande-angular, também conhecidas como “olho de peixe” a um preço acessível. As áreas de copa também podem ser medidas no próprio local, usando-se equipamentos ou até mesmo utilizando o passo como medida.

Metodologia utilizada pelo pesquisador para calcular o Índice de Área Foliar (IAF) utilizando fotografias. | Montagem de fotos retirada do estudo “Valoração monetária da arborização urbana baseada na magnitude da copa em Piracicaba/Brasil”

O levantamento levou em conta uma base de registro da cidade de Piracicaba de 60.146 árvores urbanas localizadas em calçadas. “Esse conjunto pode retornar ao município aproximadamente R $41 milhões (USD 8,2 milhões) por ano em serviços ecossistêmicos”, comentou Mendes.

Sapucaia do XV
Um dos símbolos do conjunto arbóreo piracicabano é um exemplar de Sapucaia, plantado em comemoração ao final da I Guerra Mundial. Localizada ao lado do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, a árvore chama a atenção do público em geral. “Como curiosidade, estimamos a valoração desta árvore símbolo do município e percebemos que sozinha ela retorna cerca de R $9 mil ao ano em serviços ecossistêmicos além, claro, dos valores históricos e sentimentais envolvidos no contexto dessa árvore”, aponta o pesquisador.

Segundo o autor do trabalho, investigações como esta, nas quais são aplicadas soluções baseadas na Natureza (SbN), poderão auxiliar no planejamento, gestão e formulação de políticas públicas. “A arborização urbana proporciona importantes serviços ecossistêmicos, porém, cada vez mais ela compete pelo espaço com grandes superfícies cinzentas, o que a pode tornar um elemento secundário no planejamento das cidades. A valoração monetária das árvores urbanas aparece, então, como mais uma alternativa capaz de mostrar a relevância desses seres vivos. Na prática, isso poderia viabilizar o pagamento por serviços ambientais como descontos em IPTU, por exemplo, aos moradores que possuem árvores em frente à sua casa”, finaliza.

Clique aqui e acesse o artigo na íntegra.

*Por Mayra Rosa
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*Fonte: ciclovivo

Plantoterapia: está comprovado que ter verde em casa faz bem para saúde

Você já ouviu falar sobre plantoterapia? Sim, e nós podemos provar. Se ter plantas em casa te dá uma sensação de tranquilidade e paz, você já está sentindo os efeitos dessa palavrinha complicada.

A plantoterapia é o hábito de mexer nas plantas, entrar em contato com a terra e cuidar para que elas se desenvolvam saudáveis e contentes. Esse ato de observar o nascimento e crescimento das plantinhas passa uma sensação de bem-estar e relaxamento.

Planta é vida
Pesquisadores são enfáticos em dizer que criar plantas em casa faz bem para a saúde mental. De acordo com um trabalho feito pela Universidade de Roma, o verde nas residências contribuiu para a diminuição do estresse causado pelo isolamento social durante a pandemia.

A pesquisa ouviu cerca de 300 italianos, que viviam no primeiro epicentro da pandemia. Eles foram praticamente unânimes em dizer que ter contado com atividades de jardinagem ajudou a diminuir a angústia provocada por tempos de incertezas e mortes em massa.

Ter plantas em casa fazer bem para a saúde mental e diminui o estresse

A sensação de relaxamento dessas pessoas foi muito maior, diz a Universidade de Roma, do que as que não tinham nenhum verde dentro de suas casas. A conclusão demonstra mais uma vez a relação próxima entre o ser humano e a natureza.

“Evoluímos biologicamente com a ajuda da natureza. Recorremos às plantas para nos abrigar e nos esconder dos predadores”, disse à revista Veja Melinda Knuth, professora de ciências da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Ela ressalta ainda os efeitos benéficos das plantinhas na corrente sanguínea e no nosso humor.

A satisfação causada pelas plantas mora também no senso de responsabilidade. É gratificante ver que você viabilizou o crescimento saudável de uma muda plantada por suas mãos.

“Psicologicamente, a prática proporciona prazer, faz bem a todos que criam. No momento em que você está plantando, você não está estressado ou ansioso, apenas ocupando a mente com coisas boas”, ressalta ao Agro Floresta Amazônia a psicóloga Jéssica Maia.

Cidades para pessoas

Está comprovado que plantas fazem bem para a saúde mental e ajudam a diminuir a incidência de casos de depressão. Isso se torna ainda mais importante em cidades hostis como São Paulo, que carece de áreas verdes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou sobre a importância de áreas verdes públicas para o bem-estar da população. É recomendado que os bairros tenham pelo menos um parque a cada 500 metros – algo bem distante da realidade das grandes cidades brasileiras.

São Paulo conta com 44% de seu território formado por áreas verdes, diz relatório de 2016 da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Acontece que a desigualdade impede de todos os mais de 12 milhões da metrópole usufruam dos benefícios das plantas.

Embora Parelheiros possua quase 90% de cobertura vegetal, o bairro fica muito longe do Centro da cidade (onde está o trabalho) e carece de estrutura para que as pessoas vivam com mais qualidade.

O Itaim Paulista, periferia do extremo leste, em contrapartida, possui apenas 6,45% de áreas verdes e as mesmas carências da localidade na zona sul da capital paulista.

Já que as cidades brasileiras ainda não conseguem oferecer qualidade de vida para as pessoas, que tal você garantir pelo menos um cantinho verde dentro de casa?

O Hypeness é defensor de carteirinha das plantinhas e tem muitas dicas preciosas para jardineiros de primeira viagem não se decepcionarem com os desafios de fazer uma mudinha virar uma planta feliz e saudável.

O segredo é começar. Sua saúde mental agradece.

*por Kaue Vieira
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*Fonte: hypeness

Agrotóxicos: ‘estamos todos participando de uma experiência química global

“O ser humano é parte da natureza, e sua guerra contra a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si mesmo.”

A citação é de Rachel Carson, a bióloga e conservacionista americana que causou comoção em seu país ao publicar seu famoso livro Primavera Silenciosa em 1962. O trabalho começa com um convite: imagine uma cidade em que os pássaros sumiram, vítimas do uso excessivo de compostos químicos como agrotóxicos.

Carson não era contra a aplicação seletiva de agrotóxicos e inseticidas, mas era contra seu uso indiscriminado, comum em uma época marcada por uma fé cega no poder da ciência.

A obra teve tanta repercussão que foi uma das catalisadoras do movimento ambientalista nos EUA. Carson não só escrevia com precisão científica como também comunicava com beleza poética o que chamava de “tecido intrincado da vida”, no qual tudo está interligado e do qual todos fazemos parte.

Sessenta anos depois da publicação de Primavera Silenciosa, quão preocupante é a atual proliferação de compostos químicos? E qual seria a mensagem de um livro como o de Carson hoje?

A BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC) conversou com Joan Grimalt, professor de Química Ambiental do Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha e integrante do Painel Intergovernamental de Poluição Química (IPCP). O IPCP é um grupo de cientistas que reivindica a criação de um organismo internacional para monitorar agrotóxicos.

BBC: Rachel Carson alertou sobre “a contaminação do ar, da terra e do mar com materiais perigosos e até letais”. Esta mensagem é relevante na atualidade?

Joan Grimalt: Sim, com certeza. É verdade que o uso em alguns lugares não é mais permitido. Mas, em geral, o uso de compostos químicos aumentou e o despejo desses compostos no meio ambiente também aumentou.

Existem atualmente cerca de 350 mil compostos fabricados pela indústria. Na época de Carson, eu diria que esse número não passava de 30 mil.

BBC: Em seu livro, Carson falou especialmente de um composto, o DDT.

Grimalt: O DDT foi importante. Mas o problema é que muitos compostos foram criados. Outro problema é a sua ampla utilização, que é o que gerou mais problemas ainda.

O DDT já era conhecido desde o final do século 19. Mas na década de 1940 havia um médico, Paul Müller, que propôs usar o DDT para eliminar os mosquitos do gênero Anopheles (mosquito-prego) que transmitem a malária.

E isso levou à disseminação do DDT em todo o mundo. Deve-se lembrar que isso rendeu o Prêmio Nobel de Medicina a Paul Müller, porque esse composto eliminou o mosquito Anopheles em praticamente todos os lugares, exceto nas zonas tropicais, e a incidência de malária caiu drasticamente.

E também é preciso dizer que desde 2005 a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do DDT para combater o mosquito Anopheles em lugares onde a malária ainda é endêmica.

Às vezes o que acontece é que uma coisa não é branca nem preta; depende do uso que se dá a ela.

BBC: Quais foram impactos negativos do DDT?

Grimalt: Concretamente, um primeiro efeito foi que nas aves expostas ao DDT, as cascas dos ovos ficaram muito mais finas e, por isso, durante a incubação, muitas ninhadas foram perdidas porque os ovos não aguentavam o peso dos adultos que os chocavam. Isso resultou no desaparecimento de muitos pássaros.

O DDT quase extinguiu a águia-americana, por exemplo, a águia símbolo dos Estados Unidos, e muitas outras espécies.

Além disso, se observou que em humanos o DDT também causava problemas. Há imagens onde você pode ver soldados dos Estados Unidos de cuecas sendo pulverizados com DDT (para matar pulgas e piolhos), porque se acreditava que o DDT não os afetava. Não sabemos como esses soldados estão agora. O DDT é neurotóxico e dentro das células dos organismos, incluindo os humanos, as células que mais se reproduzem são as células nervosas, por isso o dano causado ao sistema neurológico é mais permanente.

BBC: Você poderia nos dar alguns exemplos de compostos que são usados ​​hoje e são especialmente preocupantes para você? Fala-se muito sobre os produtos químicos “forever chemicals” ou compostos “eternos” (fluorosurfactantes).

Grimalt: Ao falar de compostos ou contaminantes químicos, devemos diferenciar aqueles que possuem importantes propriedades de estabilidade química. Estes seriam o que se chama de produtos químicos eternos, que são compostos persistentes.

A persistência existe por causa de dois fatores. Primeiro, porque quimicamente as moléculas são muito estáveis. No meio ambiente não há muitas reações que conseguem degradá-las, e a atividade dos organismos, sejam eles bactérias ou organismos superiores, as degrada muito pouco.

A outra propriedade que esses compostos costumam apresentar é serem hidrofóbicos, o que significa que se dissolvem mais em matéria orgânica do que em água. Por isso eles tendem a se acumular em organismos vivos, o que é chamado de bioacumulação. Toda vez que hum corpo bebe ou come algo que os contém, ele os acumula e não os excreta, porque nosso sistema de excreção mais normal é a urina, e eles não são solúveis na urina.

Além disso, na medida em que vamos subindo na cadeia alimentar, os organismos superiores se acumulam cada vez mais porque comem coisas que também continham esses compostos. Isso é o que é chamado de biomagnificação. Mamíferos marinhos, por exemplo, focas, baleias, acumulam mais [compostos] do que peixes. E os peixes que são predadores de outros peixes acumulam mais do que peixes que comem algas e zooplâncton.

BBC: Você pode nos dar um exemplo desses compostos persistentes?

Grimalt: Isso está no DDT. Todos nós carregamos DDT e seus metabólitos em nosso sangue.

Mas um composto que me preocupa muito é o mercúrio. Alguns tipos de carvão têm um certo nível de mercúrio e quando grandes quantidades desse carvão são queimadas, isso solta o mercúrio na atmosfera. A partir daí, isso passa para a água e também vai se acumulando em organismos.

Outra fonte de mercúrio é o fato de que em reservas tropicais, tanto na América quanto na África, há pessoas que se dedicam a procurar ouro, e são pessoas muito pobres com técnicas muito primitivas. Uma delas é amalgamar ouro com mercúrio.

BBC: Você pode nos lembrar de quão tóxico é o mercúrio?

Grimalt: Ele é neurotóxico nessas concentrações de que estamos falando, porque afeta tudo — o fígado, os rins. Também leva a deformidades nas crianças quando as mães grávidas são expostas.

Infelizmente, na Baía de Minamata, no Japão, isso foi perfeitamente documentado, porque havia uma indústria que despejava derivados de mercúrio no rio, e esses derivados entravam na cadeia alimentar e nos peixes que os habitantes locais comiam, e isso foi um desastre.

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BBC: Quais outras substâncias o preocupam? Muito se fala sobre os microplásticos, que em estudos recentes foram detectados até na placenta humana.

Grimalt: Os microplásticos também são importantes, mas ainda não sabemos quais efeitos eles têm. Mas cuidado, o plástico é uma invenção da humanidade que provou ser muito útil.

O plástico é inerte e a priori não tem nenhum efeito negativo. Se isso acontecesse, estaríamos acabados, porque embalamos comida em plástico e colocamos remédios em nossas veias com tubos de plástico e nada acontece.

Isso não significa dizer que estamos usando de forma correta o plástico.

É preciso investigar quais são os efeitos dos microplásticos na saúde. Mas não é preciso esperar pesquisas para tratar adequadamente os resíduos e as águas urbanas. Já podemos retirar muito plástico do meio ambiente. Por outro lado, com o mercúrio, quando você já o descartou, não existe mais remédio.

BBC: Antes da entrevista, você me disse que “estamos todos participando de uma experiência química global”. Por quê?

Grimalt: Digo isso porque estamos jogando muitos compostos no meio ambiente e alguns deles não voltam para nós. Mas a maioria deles sim, e colocamos tudo isso dentro do nosso corpo.

Em outras palavras, pensar que podemos ter uma saúde perfeita quando estamos cercados por água poluída, ar poluído e solo ou alimentos contaminados é uma bobagem.

BBC: E existem possíveis interações desses compostos entre si que ainda são desconhecidas?

Grimalt: Estamos falando de 350 mil compostos. Ainda há muitas coisas para entendermos.

Os compostos persistentes, uma vez ingeridos, como eu disse, permanecem dentro do corpo e começam a fazer efeito. E no caso daqueles que não são persistentes e o corpo os elimina principalmente na urina, se depois que os eliminamos voltamos a comer algo com eles, então estamos sendo sempre expostos.

BBC: Você pode nos dar um exemplo desses compostos não persistentes aos quais podemos estar sendo permanentemente expostos?

Grimalt: Por exemplo, os pesticidas que são usados ​​na agricultura em pequenas doses e que voltamos a comer. Ou os bisfenóis que são aditivos plásticos. Existem muitos tipos de plástico que possuem muitos aditivos para modificar as propriedades do polímero ou dar cor. Se esses microplásticos são ingeridos, todos os compostos vão para dentro de nosso corpo.

Se olharmos para os resíduos plásticos em uma praia que não foi limpa, há plásticos de todas as cores e isso já revela que são plásticos diferentes com propriedades diferentes.

BBC: E quem regula todos esses 350 mil compostos? Existe uma organização internacional?

Grimalt: No nível internacional não existe nada. É por isso que nós do mundo científico, os membros do Painel Intergovernamental de Poluição Química, publicamos uma carta na revista Science solicitando um painel internacional para monitorar e aconselhar sobre compostos e resíduos químicos para reduzir a exposição a esses compostos.

BBC: A regulação dos milhares de compostos é feita por cada país?

Grimalt: No nível europeu, existem leis diferentes, como por exemplo o REACH [Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals, uma lei da Comunidade Europeia de 2006], mas isso é apenas na Europa. Nos EUA, existe a Agência de Proteção Ambiental (EPA), que também é um órgão de referência em toda essa questão. Mas em muitos outros países, nada é feito. Não existe nada.

Além disso, outra coisa que eu pessoalmente acho uma vergonha é que muitos países desenvolvidos enviam resíduos para países subdesenvolvidos. Já se pode imaginar que o que acontece é que esses resíduos são despejados no meio ambiente ou tratados de forma totalmente inadequada.

Além disso, parte desses resíduos e dos compostos que contidos neles retornarão ao meio ambiente, serão distribuídos por todo o planeta e, portanto, também é do interesse de todos que esse tipo de coisa não aconteça.

BBC: Existem produtos que são proibidos em alguns países europeus, mas são vendidos na América Latina, como os pesticidas chamados neonicotinoides.

Grimalt: O que se tem feito muito é imitar as plantas, que, por não conseguirem se mexer, travam uma guerra química contra os insetos.

O tabaco produz nicotina não para os humanos fumarem, mas para matar insetos, para se defenderem. A nicotina foi tomada e suas moléculas modificadas para produzir derivados de nicotina ainda mais fortes para matar insetos. Com os neonicotinoides, existe a questão de saber se eles estão matando, por exemplo, abelhas.

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BBC: Com essa enorme quantidade de compostos no meio ambiente, o que nós consumidores podemos fazer?

Grimalt: No nível do consumidor, certamente podemos fazer coisas. Uma delas é tentar minimizar o uso de plásticos, por exemplo, ir ao mercado com uma cesta ou embrulhar produtos em papel.

Os consumidores também podem reciclar ao máximo, o que facilita a gestão dos resíduos de forma menos poluente.

BBC: E para tentar proteger a saúde?

Grimalt: Nesse caso, é mais difícil de se dizer. Obviamente existem produtos ecológicos ou orgânicos que foram cultivados sem agrotóxicos. Isso também é positivo, mas sinceramente ainda acho que isso precisa ser mais estudado.

BBC: Por quê?

Grimalt: Para verificar se realmente existe um benefício para o consumidor. Se meu vizinho está usando agrotóxicos, não sei até que ponto meus produtos estão contaminados ou não. É importante deixar claro que isso é positivo. Não quero dizer que não é bom. Mas deveria ser mais estudado.

BBC: Voltando agora ao livro de Rachel Carson. Ela alertou que pássaros e outras espécies corriam risco. Mas agora temos a crise do clima e da biodiversidade, com um milhão de espécies em perigo de extinção, segundo a ONU. Qual seria a mensagem de um livro como Primavera Silenciosa hoje?

Grimalt: Primavera Silenciosa foi um sucesso em parte porque os pesticidas que poderiam afetar mais as aves foram alterados. O DDT foi proibido em muitos países e onde ele ainda é usado para combater o mosquito Anopheles, isso é feito para proteger as pessoas. Ele não pode mais ser usado na agricultura.

Agora estamos discutindo outras coisas preocupantes, sobre uma grande diminuição da população de insetos em muitos lugares. E muitos desses insetos são polinizadores. Eles são necessários para as plantações, para que as plantas se reproduzam. O fato de haver muito menos insetos é preocupante. Eu diria que devemos passar da preocupação com os pássaros para a preocupação com os insetos, especialmente aqueles que vão de flor em flor — os voadores. E isso tem muito a ver com o uso de agrotóxicos.

BBC: É o que você estava falando sobre as abelhas…

Grimalt: As abelhas e todos. Lembro que quando pegava meu carro há vinte anos aqui na Catalunha ficava com a janela do carro cheia de insetos mortos. Hoje em dia há bem menos. Isso é uma observação pessoal. Mas se você ler artigos publicados em revistas científicas onde o nível de insetos em muitas áreas florestais foi monitorado, verá que houve uma queda.

BBC: Antes de terminar, eu queria perguntar sobre a figura de Carson. Ela escreveu seu livro quando lutava contra um câncer que tirou sua vida dois anos depois. Para você, pessoalmente, o que significa a figura de Carson?

Grimalt: Acho que Carson foi uma daquelas pessoas que tem uma visão que vai além do dia a dia de todos nós aqui no planeta. Ela percebeu o perigo do uso indiscriminado de agrotóxicos em geral e especificamente do DDT, quando todos estavam convencidos de que o DDT era uma coisa muito boa.

Em grande parte, o movimento ambientalista começou a partir da repercussão do livro de Carson, porque ela sugeriu que um dia poderá haver silêncio na primavera porque teremos matado todos os pássaros.

Naquela época, parecia que a natureza era imensamente poderosa diante da atividade humana. Mais tarde foi visto que não é bem assim. Agora somos muitos, temos muita atividade e o que estamos vendo é que a natureza é como se fosse um jardim, que se não cuidarmos, acabaremos destruindo.

Talvez, graças a Carson, muitas espécies de pássaros foram salvas. E o trabalho não acabou, porque temos que nos preocupar com insetos voadores.

BBC: Você fala de Carson como uma visionária. Você também destacaria sua grande determinação? Porque ela foi constantemente alvo de representantes da indústria de agrotóxicos.

Grimalt: Claro que sim. O mais fácil é tentar destruir a pessoa em vez de discutir as ideias que ela traz e ver se estão corretas ou não. Carson foi uma mulher super corajosa porque enfrentou todo status quo dos EUA. Por trás da fabricação de pesticidas e inseticidas, há muitos interesses econômicos. Muitas empresas se viram ameaçadas e pagaram a outras pessoas para que a atacassem.

E, além disso, ela sofreu com tudo isso quando estava com câncer, o que torna tudo muito mais doloroso e difícil. Porque estar bem de saúde não é o mesmo que estar muito doente e morrendo — na época, o câncer era praticamente uma sentença de morte — e ela tinha que se defender e continuar mantendo suas ideias. Eu acho que nesse sentido Carson é uma figura de referência mundial.

BBC: Você recomenda a leitura de Primavera Silenciosa para as novas gerações?

Grimalt: Claro que sim. Foi a primeira vez em que se disse que podemos causar um impacto irreversível na natureza.

*Por Alejandra Martins
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*Fonte: bbc-brasil

A natureza merece ser honrada, bem cuidada e preservada

A natureza merece ser honrada, bem cuidada e preservada por todos os seres. No passado, os seres humanos atribuíam poderes mágicos à natureza e a veneravam como uma grande mãe. Com o passar do tempo, o homem se afastou do simbolismo mágico envolvendo a natureza e passou a encará-la sob o viés utilitário.

Tolstói afirma que “há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira”. Imbuído desta lógica, o indivíduo iniciou a exploração e controle do ambiente natural, sem se preocupar com o equilíbrio do ecossistema.

O homem precisa hoje, mais do que nunca, retornar às suas origens e resgatar o seu encanto pela natureza. Será importante se harmonizar consigo, com a sua essência, para estabelecer elos de cuidado e confiança com o seu semelhante.

A natureza, ao doar o seu fruto, ensina para o homem a generosidade. Ao oferecer a sua sombra, ensina o valor da amorosidade. Ao saciar a sede, em um dia ensolarado, ensina o cultivo da compaixão.

A natureza está, a todo o momento, ensinando lições valiosas e se doando em benefício da humanidade. O ser humano, inspirado pela sua sabedoria, imita o seu exemplo e entende que existe para tornar o mundo melhor.

A sua razão de ser é justificada pelo auxílio que dá ao ecossistema. Deverá agir em favor da proteção à natureza, fortalecimento do vínculo familiar, compromisso em relação às amizades e respeito à humanidade.

Faz-se necessário mudar o cenário global de barbárie, ainda escondida por detrás dos atos humanos. O caminho para a união está na superação do egoísmo e na autoconscientização do dever ético-moral que privilegia o bem estar coletivo e a responsabilidade de educar a si para a construção de um futuro melhor em sociedade.

*Por Saulo de Oliva
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*Fonte: equilibrioemvida

Novo recorde: 8,5 mil km² já foram desmatados na Amazônia em 2022

Este é o maior valor registrado desde 2016 pelo Sistema DETER

Mais um recorde de desmatamento na Amazônia: entre 1 de janeiro a 30 de setembro, foram registrados alertas de desmatamento para 8.590 km². Este é o maior valor registrado pelo Sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 2016. O desmatamento foi 23% superior ao registrado no mesmo período no passado (7.006 km²) e mais que o dobro do valor de 2018 (4.081 km²).

Os estados que mais devastaram a Amazônia em 2022, até 30 de setembro, foram o Pará, o Amazonas e o Mato Grosso. No mês de setembro de 2022, o desmatamento na Amazônia atingiu 1.455 km², um valor 48% superior ao registrado em setembro do ano passado, quando este número ficou em 985 km². O valor é praticamente igual ao de setembro de 2019, com 1.454 km².

“O governo de Bolsonaro mostrou total descaso com a Amazônia e seus povos, desmontando as estruturas e políticas que promovem a proteção ambiental no Brasil, dentre muitas outras ações que compõem sua política anti-indígena e antiambiental. Isso resultou num aumento das emissões de CO2 e muitas perdas para o nosso país: em três anos, uma área equivalente a uma vez e meia o estado de Sergipe, foi desmatada na Amazônia. Além disso, muitas vidas de indígenas foram perdidas em decorrência do aumento de invasões em suas terras. Esse projeto de destruição não pode continuar”, pontua Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Além do recorde de alertas de desmatamento, setembro de 2022 acumulou o maior número de focos de calor desde 2010. Um grupo de pesquisadores brasileiros, liderado por Luciana Gatti, publicou um artigo na revista Nature constatando que em dois anos de governo Bolsonaro, as emissões de carbono dobraram em decorrência do desmonte ambiental. “Estamos diante do pior governo para o meio ambiente desde a redemocratização”, reforça Mazzetti.

Alerta: ponto de não retorno
Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, alerta que o desmatamento na Amazônia está crescendo num ritmo exponencial, com graves consequências para todo o país, impactando no regime de chuvas e na produção de alimentos. “A taxa de desmatamento nos primeiros nove meses de 2022 dobrou entre 2018 e 2020, passando de 4 mil km² para mais de 8 mil km² – é um crescimento sem precedentes”, afirmou.

De acordo com ela, se continuarmos nesse ritmo, em pouco tempo, podemos atingir o ponto de não retorno na Amazônia, que perderá sua capacidade de se reequilibrar e gerar chuvas tão necessárias a toda América Latina.

“Estudos recentes apontam que a Amazônia é a grande bomba geradora de chuvas da América Latina, produzindo pelo menos 25% de todas as chuvas do sudeste do Brasil. Estamos destruindo a nossa fonte de chuvas e de regularidade climática em benefício da grilagem de terras e de ações ilegais que não geram distribuição de riquezas, nem aumento do PIB do país”, declarou.

De acordo com análise dos pesquisadores Carlos Nobre e Thomas Lovejoy, não é necessário que a Amazônia seja toda desmatada para deixar de existir como floresta tropical, basta que algo em torno de 20-25% de sua extensão original seja desmatada ou altamente degradada.

“Se a política governamental seguir permitindo e incentivando a rápida derrubada da floresta, comprometeremos seriamente o nosso futuro. Por isso, brasileiras e brasileiros devem refletir profundamente sobre a sua escolha no 2º turno e votar pelo clima, pelas florestas e pelo futuro do Brasil. Seguir com a política atual é acelerar o colapso da Amazônia ao invés de usar o pouco tempo que temos para evitá-lo. Se continuar assim, a Amazônia não tem chances”, ressalta Mazzetti.

Desmatamento no Cerrado
No Cerrado, os dados disponíveis do Sistema Deter vão até o dia 28 de setembro. No mês de setembro, foram devastados 262 km². É o valor mais baixo desde 2020, mas ainda assim o desmatamento acumulado no ano já chega a 4.837 km², um valor 24% superior ao registrado em 2021.

No período entre 1 de janeiro e 28 de setembro, o desmatamento no Cerrado mais uma vez se concentrou nos estados do MATOPIBA: Bahia (1.228 km²), Maranhão (1.166 km²) e Tocantins (752 km²). Os municípios mais desmatados no período no Cerrado foram Formosa do Rio Preto (277 km²), São Desidério (275 km²) e Balsas (233 km²).

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*Fonte: ciclovivo

Doação bilionária à causa ambiental

Antes de mais nada, houve surpresa geral. Yvon Chouinard, dono da marca Patagonia, entregou todas as ações da empresa avaliada em nada menos que 3 bilhões de dólares e, além disso, com lucro anual de cerca de US$ 100 milhões, para lutar contra as mudanças climáticas e proteger áreas naturais. Um doação bilionária. A notícia foi manchete em todo o mundo. O icônico New York Times publicou Billionaire No More: Patagonia Founder Gives Away the Company. Ou seja, Ex-bilionário, Fundador da Patagonia doa a empresa, em 14 de setembro de 2022.

A doação de Yvon Chouinard, segundo o New York Times
‘Em vez de vender a empresa ou torná-la pública, Chouinard, sua esposa e dois filhos transferiram a propriedade da Patagonia, avaliada em cerca de US$ 3 bilhões. A doação foi para um fundo e uma ONG, criados para preservar a independência da empresa garantindo que seus lucros serão usados ​​para combater as mudanças climáticas e proteger terras não desenvolvidas em todo o mundo.’

Aos 83 anos, Chouinard deu uma entrevista ao NYT: “Esperamos que isso influencie uma nova forma de capitalismo que não produza apenas algumas pessoas ricas e um monte de pessoas pobres. Vamos doar o máximo para as pessoas que trabalham para salvar o planeta.”

‘A Terra é agora nosso único acionista’
O ex-bilionário publicou uma carta-aberta no site da empresa, cujo título copiamos acima, onde diz: ‘Eu nunca quis ser um empresário. Comecei como artesão, fazendo equipamentos de escalada para meus amigos e para mim, depois entrei no vestuário.’

‘À medida que começamos a testemunhar a extensão do aquecimento global e da destruição ecológica, e nossa própria contribuição, a Patagonia se comprometeu a usar a empresa para mudar a forma como os negócios eram feitos.’

…Começamos com nossos produtos, utilizando materiais que causavam menos danos ao meio ambiente. Doamos 1% das vendas a cada ano…Embora estejamos fazendo o nosso melhor para enfrentar a crise ambiental, não é suficiente…Precisávamos encontrar uma maneira de investir mais dinheiro no combate à crise, mantendo intactos os valores da empresa.’

Então, entre vender a empresa e correr o risco do novo proprietário ‘não manter nossos valores’, diz, optou pelo doação.

Como a Patagonia vai funcionar?
É Yvon quem responde: ‘Funciona assim: 100% do capital votante é transferido para o Patagonia Purpose Trust, criado para proteger os valores da empresa. Enquanto isso, 100% das ações sem direito a voto foram doadas ao Holdfast Collective, organização sem fins lucrativos dedicada a combater a crise ambiental e defender a natureza.’

‘O financiamento virá da Patagônia. A cada ano, o dinheiro que ganhamos após o reinvestimento no negócio será distribuído como dividendo para ajudar a combater a crise.’

E conclui: ‘Apesar de sua imensidão, os recursos da Terra não são infinitos e está claro que ultrapassamos seus limites. Mas também é resistente. Podemos salvar nosso planeta se nos comprometermos com isso.’

Ou seja, foi um ato de amor ao planeta, e ao mesmo tempo, de imenso desapego. O New York Times explica que ‘o fundo será supervisionado por membros da família e seus conselheiros mais próximos.’ E ‘visa garantir que a Patagonia cumpra seu compromisso de administrar um negócio socialmente responsável e doar seus lucros.’

Doação bilionária custou US$ 17 mi em impostos
Só em impostos pela doação, informa o NYT, ‘a família pagará cerca de US$ 17,5 milhões em impostos sobre o presente.’ E diz também que ‘a família não recebeu nenhum benefício fiscal por sua doação.

O NYT diz ainda que ‘Ao doar a maior parte de seus bens durante a vida, os Chouinards – Yvon, sua esposa Malinda e seus dois filhos, Fletcher e Claire, ambos na casa dos 40 anos – se estabeleceram como uma das famílias mais caridosas do país.’

Que o ato de desapego da família gere muitos frutos.

*Por João Lara Mesquita
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*Fonte: marsemfim

Dados revelam ser possível o fim do desmatamento

O ser humano destruiu as florestas por diversos motivos. Segundo o Our World In Data, nos últimos 10 mil anos, destruímos 1/3 das florestas do mundo. Mas isso irá, obviamente se voltar contra nós, já que degradamos a natureza de uma maneira muito feroz. Será que poderíamos expandir as florestas novamente?

A madeira é um dos itens mais fundamentais extraídos da natureza nos últimos milhares de anos. Com a madeira, o ser humano ergueu alguns dos primeiros pilares dos vilarejos e cidades das civilizações humanas. A pedra também era utilizada, mas a madeira, junto ao barro, é muito mais fácil de ser trabalhada. A madeira se tornou moradia, ferramentas, combustível, equipamentos, carroças, móveis. Além disso, a agricultura contribuiu imensamente para o desflorestamento.

Mas antes de conversar sobre expandir as florestas, precisamos abordar alguns pontos.

O desflorestamento
No início deste texto, eu disse que nos últimos 10 mil anos, o ser humano destruiu um terço das florestas do mundo, correto? Mas há mais um detalhe nessa história: cerca de metade desse desflorestamento ocorreu apenas no século XX. Ou seja, metade do desmatamento de 10 mil anos feito pelo ser humano ocorreu em apenas 100 anos.

Há dez mil anos, 57% das terras habitáveis do planeta Terra estavam cobertas por florestas – o equivalente a 6 bilhões de hectares. Hoje, há a apenas 4 bilhões de hectares. Então, com uma simples regra de três podemos chegar a uma conclusão. Aquele valor que correspondia a 57%, hoje corresponde a apenas 38%. Essa diferença de 2 bilhões de hectares (a área desmatada) corresponde a 2,3 vezes o tamanho do Brasil — o quinto maior país.

Em uma conta simples, vamos realizar mais uma conclusão. Se no século 20 o ser humano desmatou metade da área citada, então somente nesses cem anos, foi desmatada uma área do tamanho do Brasil.

Declínio no desmatamento
Fritz Haber foi um químico alemão laureado com o prêmio Nobel em 1918 por realizar a descoberta que foi, possivelmente, uma das descobertas mais importantes da humanidade. Embora Haber seja um criminoso de guerra, sua descoberta salvou a humanidade como conhecemos hoje.

O principal motivo do desmatamento é a agropecuária. A população do planeta crescia, então a área de plantio também precisava aumentar. No entanto, a área que se precisava para plantar para fornecer alimento para uma pessoa no século 19 era muito maior do que a área necessária para tal nos dias de hoje.

No final do século XIX, crises agrícolas traziam a iminência de uma crise alimentar. O mundo já não daria mais conta de produzir alimentos para a crescente população. No entanto, em 1900, o último ano do século 19, havia cinco vezes menos pessoas no mundo do que hoje. Como é possível produzir tanto alimento hoje? A resposta é o amoníaco.

Haber descobriu como sintetizar o nitrato de amônio. A substância é essencial para se fornecer nitrogênio às plantas. A descoberta aumentou a produtividade agrícola de maneira muito intensa. Antes disso, utilizava-se principalmente o salitre e o guano (fezes de aves) para o fornecimento de nitrogênio às plantas.

O ponto dessa história toda é: o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitem uma ótima produtividade agrícola. Dessa maneira, um dos principais motivos do desmatamento tem as necessidades de desmatamento diminuídas. Desde os anos 1960, as terras agrícolas per capita caíram em mais da metade.

O pico no desmatamento ocorreu nos anos 1980. Desde então, o desmatamento está em declínio. Isso de deve não só a melhora na produtividade da agricultura, mas à redução da necessidade da madeira como combustível e na utilização de outros materiais como matéria-prima.

O reflorestamento: como expandir as florestas?
O desmatamento já não é tão necessário para a agricultura, embora ainda ocorra. A criação de gado, no entanto, ainda é motivo de grande, já que estamos falando de animais. É até possível diminuir o espaço utilizado pela pecuária, mas o extremo confinamento dos animais é extremamente desumano.

No entanto, a melhora na produtividade agrícola já causou um enorme impacto na redução do desmatamento. Além disso, digamos que no futuro seja possível sintetizar a carne. Animais não sofrem, pessoas podem consumir carne e extensos pastos que destroem a Amazônia e outras importantes florestas pelo mundo não são mais necessárias.

Reflorestar o planeta e expandir as florestas é, como a história nos mostra, possível. Isso pode ser feito com o desenvolvimento da ciência focada na melhoria da produtividade agropecuária. Agricultura e meio ambiente não precisam ser inimigas. A produção agropecuária pode ser conciliada, sim, com o reflorestamento.

*Por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica

Queimadas na Amazônia em 2022 já superam todo o ano de 2021

O ano não chegou ao fim. Faltam mais de 3 meses para que 2022 termine e já temos mais um recorde de destruição na Amazônia: no último domingo, 18 de setembro, o número de queimadas floresta, desde o início de 2022, superou os focos registrados no ano anterior.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 75.592 focos de incêndio em apenas oito meses, enquanto em 2021 houve 75.090 focos de calor. Pará segue sendo o Estado recordista de queimadas, com 24.304 focos de calor registrados, representando 32,2% do total, seguido por Mato Grosso (17.480), Amazonas (15.772), Rondônia (8.232) e Acre (7.875).

Esta escalada no número de queimadas já era prevista, considerando que no início de setembro, o número de queimadas, em apenas quatro dias, foi o maior do ano, com o Inpe registrando, em um único dia, 3.393 focos de incêndio, superando, inclusive, o Dia do Fogo, ocorrido em 11 de agosto de 2019, em que na ocasião agropecuaristas do Pará combinaram a data para colocar fogo em áreas de pasto e recém-desmatadas, chegando a 2.366 focos.

Este avanço das queimadas acontece apesar do Decreto Nº 11.100 que, desde o dia 23 de junho deste ano, proíbe o uso do fogo na Amazônia e Pantanal. Infelizmente, o que se assiste são recordes alarmantes de queimadas pelo Bioma: “Para conter esse aumento avassalador de queimadas em nossas florestas é necessário uma política que promova um real avanço no combate às queimadas e que defenda os povos da floresta”, finaliza André Freitas, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Em uma época conhecida no Brasil como “verão amazônico”, pelo período seco na região, a Amazônia vem registrando desde 2018 recordes de áreas queimadas entre os meses de agosto a outubro. Para André, o aumento de queimadas na floresta amazônica está associado com desmatamento e grilagem de terras, estimulados por uma política anti-ambiental.

“O fogo é uma tragédia anunciada! E após quase quatro anos de uma clara e objetiva política anti-ambiental por parte do governo federal, vemos que na iminência de encerramento deste mandato – que está sendo um dos períodos mais sombrios para o meio ambiente brasileiro – grileiros e todos aqueles que têm operado na ilegalidade, viram um cenário perfeito para avançar sobre a floresta”, alerta André.

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*Fonte ciclovivo

Mudanças climáticas: ondas de calor são desafio para gestão das cidades

Altas temperaturas na Europa mostram que mudanças climáticas já chegaram. As cidades estão preparadas?

Cidades mais resistentes a altas temperaturas passaram a ser uma necessidade dos países tropicais e devem ser a realidade do mundo em um ambiente de mudanças climáticas. E a necessidade é urgente, como tem indicado a maior onda de calor da história, que está assolando a Europa.

A Inglaterra viu os termômetros passarem dos 40ºC pela primeira vez. Na Espanha, a temperatura chegou a 45ºC. A população está sentindo na pele os efeitos do calor extremo e tais cenários não devem ser pontuais. Segundo especialistas, a probabilidade de haver calor extremo no continente europeu é 10 vezes maior por causa das mudanças climáticas.

Mais ventilação
De acordo com o pesquisador e especialista em mudanças climáticas da London School of Economics, Bob Ward, em artigo publicado no The Guardian, “o próprio tecido de nossas áreas urbanas as torna propensas ao superaquecimento”. Isso porque, as superfícies escuras, o concreto, os edifícios e as estradas tendem a absorver luz do sol e reter calor. O resultado é a temperatura das áreas urbanas ser mais alta.

“Não podemos simplesmente demolir nossas cidades e reconstruí-las de uma maneira que seja mais adequada ao nosso clima em aquecimento, por isso temos que reajustá-las e adaptá-las”, argumenta Ward.

Tal adaptação não significa, simplesmente, aumentar a quantidade de equipamentos de ar-condicionado em espaços e prédios públicos. Afinal, essa medida acabaria transferindo o problema do aquecimento para outros lados da cidade. “Em vez de remover desesperadamente o excesso de calor dos prédios da cidade, precisaremos impedir que os raios do sol criem o problema em primeiro lugar. Escritórios e residências precisarão de vidros coloridos ou persianas instaladas para impedir a entrada da luz solar. E os telhados brancos devem se tornar padrão para refletir os raios do sol em vez de absorvê-los”, explica Ward.

Espaços verdes são aliados no controle das mudanças climáticas

Cultivar espaços verdes é uma das principais formas de reduzir os efeitos negativos das altas temperaturas, pois as árvores e a grama conseguem ajudar a refração da luz, diminuindo a área que recebe o calor direto do sol. Mas, enquanto plantar árvores é a saída para as calçadas, existem outras partes da cidade para as quais é preciso dar um pouco mais de atenção, é o caso da infraestrutura.

A infraestrutura da cidade sofre tanto com as temperaturas quanto as calçadas e as pessoas. Na Europa, a recente onda de calor conseguiu deformar trilhos de trem e rodovias. Como a substituição de materiais não é possível nesse caso, a saída tem sido pintar os trilhos de trem de branco, o que ajuda a resfriar as barras.

Nas estradas, a alta temperatura amolece o asfalto, bem como favorece os focos de incêndio. As pistas de aeroportos, feitas de asfalto, sofrem o mesmo problema. Em Londres, o aeroporto Luton teve que suspender voos porque uma grande parte da pista ficou deformada com a temperatura.

Repensar o material de toda a infraestrutura da cidade, além de redesenhar os prédios históricos, bem como as construções das estações de metrô, portanto, será necessário.

Chief Heat Officer
Para lidar com o aumento das temperaturas impulsionado pelas mudanças climáticas, cidades ao redor do mundo estão criando um novo cargo: o Chief Heat Officer (CHO).

Seguindo a tendência de gestores focados em área específicas e estratégicas, como o Chief Citizen Experience Officer e o Chief Resilience Officer, o objetivo do CHO é aumentar a conscientização sobre os riscos extremos de calor para proteger os cidadãos mais vulneráveis em sua cidade. Eles planejam e coordenam respostas de curto e longo prazos às ondas de calor, bem como implementam projetos de redução de risco. Em resumo, os chefes de aquecimento têm a tarefa de encontrar soluções para resfriar seus ambientes urbanos.

Os caminhos são diversos, indo desde facilitar para os formuladores de políticas a implementação de medidas de emergência até iniciativas de plantio de árvores. Na Europa, Atenas foi a primeira cidade a ter um CHO, anunciado no meio do ano passado. Localizada no sul do continente, a capital grega é uma das mais vulneráveis à oscilação de temperatura.

“As mudanças climáticas para nossa cidade significam temperaturas extremas mais frequentes e perigosas para moradores e turistas, que são críticos para nossa economia. Infelizmente, Atenas não é única – o calor é uma emergência para as cidades da Europa e do mundo”, comentou o prefeito ateniense, Kostas Bakoyannis, em julho do ano passado ao The Guardian.

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*Fonte: habitability

Plataforma flutuante gera energia através da movimentação das ondas

Desenvolvida na Austrália, a plataforma gera energia com o movimento das ondas superou as expectativas.

A empresa australiana de energia limpa, Wave Swell Energy, desenvolveu um equipamento capaz de capturar a energia das ondas. Batizado de UniWave 200, a plataforma instalada em uma ilha isolada na Tasmânia tem se mostrado extremamente eficiente, gerando muito mais energia das ondas do mar do que outras tecnologias semelhantes.

O UniWave 200 é um equipamento que, como uma balsa flutuante, pode ser rebocado para o destino desejado em qualquer lugar do oceano. Uma vez instalado, o dispositivo pode ser conectado à rede local, onde distribui a eletricidade gerada.

A empresa construiu uma plataforma de teste que gera 20 quilowatts na Ilha King, uma ilha isolada da Tasmânia. A plataforma resistiu com sucesso às ondas ferozes do Estreito de Bass e fornece energia continuamente à rede da ilha nos últimos 12 meses.

Plataforma flutuante gera energia através da movimentação das ondas
O equipamento UniWave 200 na ilha King, costa da Tasmânia, Austrália | Foto: Wave Swell
Embora muitos dispositivos tenham sido desenvolvidos anteriormente para aproveitar a energia das ondas, o UniWave 200 opera de maneira diferente e mais eficiente. A tecnologia de “coluna de água oscilante” (OWC), que a empresa comparou a um “espiráculo artificial”, funciona usando ondas para produzir ar de alta pressão, que é convertido em eletricidade por uma turbina.

Espiráculo ou gêiser marinhos acontecem quando existem cavernas subterrâneas que sobem em direção à superfície. Com o movimento da maré, a água é espirrada para fora com muita pressão, criando um grande spray de água. Quando a maré baixa, o ar é sugado de volta para o orifício com muita força.

O UniWave 200 usa uma metodologia semelhante, o volume da maré entra por uma câmara de concreto especialmente construída através de um canal. Quando a maré recua, cria um enorme vácuo que suga o ar para dentro, fazendo a turbina se movimentar.

Superando as expectativas
O projeto marca a primeira demonstração da tecnologia no mundo real, após extensos testes em uma ampla gama de condições simuladas no Australian Maritime College em Launceston, Tasmania.

“Em alguns casos, o desempenho de nossa tecnologia no oceano superou as expectativas devido às lições que aprendemos com o projeto, melhorias tecnológicas e refinamentos que fizemos ao longo do ano.” disse o CEO da WSE, Paul Geason, em um comunicado à imprensa.

O cofundador e CEO da WSE, Tom Denniss, disse à RenewEconomy que a empresa estava particularmente empolgada com o potencial da última aplicação da tecnologia, como uma solução climática para nações insulares que buscam reduzir o uso de combustível fóssil e se preparar contra elevação do nível do mar e erosão costeira que está sendo acelerada por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

Projeção de como a tecnologia poderia ser utilizada para proteger áreas costeiras | Imagens: Wave Swell
“Lugares como as Maldivas… são muito vulneráveis e, eventualmente, nas próximas décadas, provavelmente precisarão de muros marítimos construídos em cada metro de cada ilha. Por que não torná-los um quebra-mar ou paredão de produção de energia e obter benefícios duplos”, disse Denniss à RenewEconomy.

“Já estamos discutindo com dois grupos diferentes em outras partes do mundo [sobre essa aplicação do Uniwave] porque eles também podem ver o benefício nisso.”

*Por Mayra Rosa
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*Fonte: ciclovivo

Infraestrutura natural reduz efeitos de mudanças climáticas nas cidades

O crescimento e adensamento populacional tem se mostrado um fenômeno irreversível no mundo todo. O último relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre a população global projetou que, em 2100, a quantidade de pessoas no planeta pode chegar a 10,9 bilhões, levantando preocupações quanto à pressão sobre as cidades, em especial em áreas sensíveis como o acesso à água.

Uma das alternativas que têm avançado nos últimos anos para ajudar a enfrentar o problema é a chamada infraestrutura natural, que consiste na incorporação de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para resolver questões relacionadas à segurança hídrica e à resiliência.

Por meio da implantação de áreas verdes em pontos estratégicos das cidades, cria-se um sistema natural capaz de absorver a água da chuva, filtrar sedimentos do solo e reduzir custos com saneamento e saúde pública.

O projeto de telhado verde mais conhecido de Blumenau está situado na sede da Cia. Hering e foi idealizado por Burle Marx, um dos principais paisagistas que já atuaram no país.

“Muitas cidades estão pensando em seus sistemas de drenagem porque as tubulações que existem hoje, feitas décadas atrás, não dão conta de escoar o volume atual de água durante grandes tempestades, que acaba provocando enchentes e invadindo edificações. Isso é especialmente importante num cenário de crise climática, em que as chuvas estão cada vez mais intensas e concentradas em curtos períodos, criando uma sobrecarga sobre esses sistemas”, explica o gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, André Ferretti.

“ADOTAR ESTRATÉGIAS QUE USAM A PROTEÇÃO DA NATUREZA COMO SOLUÇÃO ELEVA OS MUNICÍPIOS AO QUE CHAMAMOS DE CIDADES BASEADAS NA NATUREZA.”

A aplicação prática da infraestrutura natural acontece por meio de soluções como jardins de infiltração, parques e telhados verdes, que juntos podem reduzir a quantidade de água que chega aos sistemas de drenagem, gerando ao mesmo tempo benefícios socioeconômicos.

Saúde e economia
“Ao absorverem a água da chuva e diminuírem sua velocidade de escoamento até chegarem às tubulações, essas áreas verdes, com solo altamente permeável, ajudam a prevenir a ocorrência de enchentes e alagamentos, o que evita muitos prejuízos. Esses espaços também servem como áreas de lazer e bem-estar para a população.”

Um estudo do World Resources Institute (WRI Brasil), publicado em 2018 em parceria com diversas entidades, mostrou que o aumento da cobertura florestal em 8% no Sistema Cantareira, na capital paulista, poderia reduzir em 36% a sedimentação.

“Ao impedir que mais sedimentos cheguem aos rios e, consequentemente, às estações de tratamento, a infraestrutura verde também alivia os cofres públicos, reduzindo o custo de tratamento da água que abastece as cidades”, completa André.

Para se ter uma ideia do impacto que isso pode gerar, a Estação de Tratamento de Água do Guandu, a maior do mundo, que fica no Rio de Janeiro, gasta 140 toneladas de sulfato de alumínio, 30 toneladas de cloreto férrico e mais 25 toneladas de cal diariamente para retirar impurezas da água que abastece a Região Metropolitana do Rio.

Ferretti cita ainda o exemplo do movimento Viva Água, que reúne diversos atores para proteger e recuperar ecossistemas naturais e incentivar o empreendedorismo com impacto socioambiental positivo na Bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais (PR), minimizando a sedimentação do rio e contribuindo com a segurança hídrica da região.

Entre as principais ações de urbanismo que as grandes cidades estão colocando em prática estão os jardins de infiltração. Também conhecidos como jardins de chuva, são espaços ao longo do território urbano que servem como esponjas, ajudando na absorção da água.

Além do aspecto funcional, contribuem para a valorização do espaço público e das propriedades em seu entorno. O ideal é que sejam instalados em partes mais baixas do terreno, que tendem a ser mais impactados por fortes chuvas.

Opção já bastante conhecida, mas com aplicação ainda pouco disseminada, é o telhado verde. Esse tipo de recurso auxilia na regulação microclimática das edificações e ajuda a acumular a água da chuva, sobretudo quando usado em conjunto com cisternas.

“Essa água pode ser usada para a limpeza das áreas comuns, reduzindo o consumo de água potável. Isso é ainda mais importante nos períodos de seca”, diz Ferretti.

Outra aplicação da infraestrutura natural acontece por meio dos parques e áreas verdes em geral, que além dos benefícios similares de filtragem de sedimentos e retenção de água, geram impacto positivo sobre a saúde e o bem-estar das pessoas, à medida que se tornam espaços de lazer e relaxamento para a população e atuam na redução da poluição sonora e atmosférica.

Além disso, as árvores também reduzem a velocidade de escoamento da água, impedindo que o sistema de drenagem se sobrecarregue rapidamente.

Políticas públicas
“Evitar alagamentos é igual reduzir grandes despesas, desde o tratamento da água até o sistema de saúde. Em um cenário de mudanças climáticas, com chuvas intensas seguidas por longos períodos de estiagem, ter controle sobre a disponibilidade da água é uma questão de sobrevivência”, afirma o gerente da Fundação Grupo Boticário.

De acordo com o DataSUS, em 2018, foram registradas mais de 230 mil internações por doença de veiculação hídrica, provocadas principalmente por falta de saneamento básico ou pelo contato com água suja em enchentes. Entre as doenças estão diarreia, leptospirose e hepatite A. Os gastos com internações com estas enfermidades no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a R$ 90 milhões no mesmo ano, segundo o Painel Saneamento Brasil, do Instituto Trata Brasil.

“O PODER PÚBLICO PRECISA PERCEBER QUE ISSO TEM VALOR. E AGORA, NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, O ELEITOR PODE AVALIAR E COBRAR DOS CANDIDATOS ESSE TIPO DE COMPROMISSO”, FINALIZA ANDRÉ.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Twitter banirá propagandas negacionistas sobre o clima

Nesta sexta-feira (22) é comemorado o Dia da Terra, com o objetivo de conscientizar a população sobre o efeito das ações danosas contra o nosso planeta. Por conta disso, o Twitter se mobilizou para banir propagandas que incitem o negacionismo a respeito das mudanças climáticas.

Em uma página do blog da rede social, Séan Boyle e Casey Junod, diretor e gerente de sustentabilidade do plataforma, comentam que o “negacionismo climático não deve ser monetizado no Twitter, e que anúncios de má fé não devem prejudicar conversas importantes sobre a crise climática”.

Os banimentos ocorrerão após uma análise das propagandas veiculadas, desde que as mesmas violem as regras de fontes autorizadas, como o Greenpece, Voice for the Planet e o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças das Nações Unidas). Fora isso, a companhia salientou que continuará informando como esse processo funcionará de maneira mais detalhada nos próximos meses.

O Twitter ressaltou que desde 2019 vem trabalhando para que 100% dos seus data centers usem apenas fontes de energia livre de carbono, além de ter se comprometido a investir em energia renovável em suas operações.

Situação do planeja pode ficar “irreversível”

Mudanças climáticas

Nos últimos meses a comunidade científica vem alertando sobre os riscos iminentes de um colapso no clima global, e que caso nada seja feito, as consequências serão irreversíveis. O sexto relatório do IPCC mostra que enchentes e ondas de calor de grandes proporções serão cada vez mais comuns nos próximos anos.

A esperança, de acordo com centenas de cientistas, é manter o aumento temperatura média do planeta abaixo de 1,5ºC, assim como o estipulado pelo Acordo de Paris em 2015.

*Por Felipe Vidal
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*Fonte: tecmundo

Pesquisa mostra que mais de 40% pretende passar mais tempo em contato com a natureza e em praças e espaços ao ar livre

A pandemia de Covid-19 fez com que muitas pessoas refletissem sobre o próprio estilo de vida e formas de melhorá-lo. Após o isolamento imposto pela crise sanitária, grande parte da população manifesta a intenção de fortalecer hábitos ligados à saúde e qualidade de vida, o que deve impactar de forma positiva na visitação de parques, tanto naturais como urbanos.

A pesquisa “Parques e a Pandemia – Comportamentos e Expectativas”, produzida pelo Instituto Semeia, revela as atividades que os brasileiros pretendem realizar mais do que costumavam fazer antes da pandemia. Quatro delas, todas com mais de 40% de menções, tiveram destaque: “estar em contato com a natureza” (46%), “ter uma alimentação mais saudável” (46%), “frequentar praças e locais ao ar livre” (43%) e “conviver com familiares e amigos” (43%).

Neste sentido, a pandemia intensificou a preocupação com a saúde e a valorização de atividades ao ar livre ligadas ao contato com a natureza. Por outro lado, opções de lazer em lugares fechados estão entre as práticas que as pessoas pretendem diminuir. No caso de bares e restaurantes, por exemplo, 32% declararam essa intenção; já os shoppings devem ser menos visitados por 29% das pessoas.

“Essas mudanças de comportamento e atitude podem representar uma oportunidade para os parques, na medida em que parcelas da população passam a reconhecer sua importância na implementação ou ampliação das práticas desses novos estilos de vida. A pesquisa revela que há uma forte propensão da população a frequentar parques quando a pandemia terminar. Caso isso se concretize, teremos um aumento no número de visitantes e também um incremento qualitativo, representado pelo desejo e motivação em se relacionar de forma diferenciada com a natureza e com o que essas áreas podem oferecer”, diz o diretor-presidente do Instituto, Fernando Pieroni.

Expectativas para o pós-pandemia
Segundo o levantamento, entre aqueles que já visitaram parques naturais (66% da população), 57% pretendem frequentá-los mais do que faziam antes da pandemia. A justificativa para tal intenção reúne um mix dos principais benefícios desse tipo de atividade: principalmente o gosto pela natureza (40%) e aproveitar mais a vida ao ar livre (16%).

Ainda no grupo de pessoas que já foram a parques naturais, apenas 4% declaram que pretendem diminuir sua frequência, 21% vão manter a intensidade de visitas que já realizavam e uma parcela de 18% ainda não sabe qual será sua atitude.

Entre os que nunca tiveram a experiência de visitar um parque natural (34% da população), 65% dizem que tentarão fazê-lo ao final da pandemia. Esse grupo destaca uma afinidade com os atrativos e benefícios já presentes nesses equipamentos: gostar da natureza (35%), atividade com família e amigos (14%) e aproveitar a vida ao ar livre (11%).

Uma hipótese para ainda não os ter visitado pode ser a impossibilidade (por falta de tempo ou recursos) de operacionalizar essas afinidades. Nesse grupo, chama a atenção a declaração de compensar o tempo que esteve em casa (7%), o que pode vir a ser um importante “empurrão” para motivar uma primeira visita.

Também é bastante significativo o impacto da pandemia na intenção de frequência a parques urbanos. Entre os que já visitaram esses equipamentos (85% da população), 48% pretendem intensificar as visitas e apenas 7% consideram diminuir as idas quando a pandemia terminar.

As pessoas que declaram que pretendem frequentar parques urbanos mais do que faziam antes da pandemia justificam essa decisão pela atitude positiva em relação à natureza (gosto da natureza, 23%; e aproveitar mais a vida ao ar livre, 11%) e pela relação já construída com os parques (gosto de frequentar, 12%), além de compensar o tempo que passaram em casa (11%).

Já entre os que nunca visitaram um parque urbano (15% da população), prevalece a incerteza e a dúvida sobre como agirão em relação a essa questão: 59% não sabem ainda o que pretendem fazer.

Nesse mesmo grupo, 28% vão tentar visitar um equipamento desse tipo. Aqueles que manifestam interesse em conhecer essas áreas mencionam como principal razão a intenção de aprender e conhecer (17%) mais sobre um parque desse tipo. Outra motivação é a possibilidade de acessar uma opção de lazer (15%), o que pode ser combinado com uma confraternização entre família e amigos (10%).

Impactos diretos na frequência em parques
O estudo também avaliou qual foi o impacto da pandemia na visitação de parques naturais e urbanos. Enquanto a frequência em parques naturais sofreu uma drástica queda, os parques urbanos mantiveram o nível de visitação.

No caso dos parques naturais, entre 2019 e 2021, o percentual de pessoas que havia feito sua última visita a um parque natural nos últimos 12 meses passou de 53% para 27%. Já em relação aos parques urbanos, antes e durante a pandemia, não há mudanças significativas: o percentual dos que visitaram o parque ao menos uma vez ao ano passou de 55% para 52% no período. Houve também um pequeno aumento naqueles que passaram a frequentá-los mais raramente (27% para 32%, respectivamente em 2019 e 2021).

Avaliação das visitas durante a pandemia
Como os números mostram, uma parcela da população manteve as visitas aos parques naturais e urbanos durante a pandemia. E, apesar de todos os problemas advindos do momento, os usuários tiveram uma percepção predominantemente positiva dessa experiência, especialmente se considerados os quesitos “manutenção e conservação de trilhas e equipamentos de lazer”; “manutenção e conservação da infraestrutura básica (banheiros, bebedouros, estacionamento e centro de visitantes); “informação sobre as medidas adotadas pelo parque durante a pandemia”; “condições de higiene”; “adoção de medidas de distanciamento social”; “controle de número de visitantes”; e “atendimento e orientação para visitação durante a pandemia”.

Segundo a pesquisa, 18% conseguiram visitar parques naturais durante a pandemia. Para todos os quesitos, prevalece uma avaliação satisfatória sempre superior a 55% (ótimo e bom). Cerca de um terço das pessoas avaliaram os atributos como regular e apenas uma parcela entre 10% e 15%, em média, consideraram a experiência insatisfatória.

Os parques urbanos, por sua vez, foram visitados por 51% da população durante a pandemia e também proporcionaram uma experiência bastante satisfatória, com índices bem próximos ao dos naturais. De forma geral, as atribuições de “ótimo” (média de 18%) são menos intensas no caso dos parques urbanos, mas também prevalece uma percepção positiva quando se considera a soma de “ótimo” e “bom” (média de 52%). Nos itens básicos de manutenção a avaliação foi positiva. Apenas uma pequena parcela – entre 10% e 15% dos usuários – declarara-se insatisfeita, classificando esses itens como “péssimo” e “ruim”.

Construindo uma nova relação
Os dados indicam que os desdobramentos da pandemia têm potencial de mudar a relação das pessoas com os parques e outras áreas verdes. Nesse sentido, o relatório apresenta três aspectos para reflexão e possíveis ações dos agentes que lidam com esta temática.

Em primeiro lugar, com a crise sanitária, as questões ligadas a saúde, alimentação saudável, contato com o verde e vida ao ar livre entraram mais intensamente na vida de muitas pessoas. A pandemia se mostrou, portanto, um momento de reflexão e propensão à mudança, abrindo oportunidades para valorização e reposicionamento do papel dos parques no cotidiano da população. Mas a conexão entre as novas demandas das pessoas e aquilo que os equipamentos podem oferecer precisa ser construída. Com isso, cabe aqui reforçar a produção e a divulgação de informações que estimulem os questionamentos e a oportunidade de mudanças atitudinais e comportamentais da população em função da pandemia.

Além disso, os parques podem contribuir com soluções para recuperar e manter a saúde física e mental das pessoas no pós-pandemia por meio do contato com áreas verdes e da vida ao ar livre. Entre as ações que ajudariam a impulsionar essa relação estão melhorar a divulgação dos parques, com ênfase sobre como e onde as pessoas podem encontrar informações; incentivar, apoiar e divulgar estudos que analisem o ecossistema mais amplo onde os parques estão inseridos; e comunicar de forma clara e didática a relação entre frequência a parques e seus benefícios.

Por fim, os parques precisam se preparar para o aumento de frequência que tende a acontecer no pós-pandemia. Isso passa pela manutenção de cuidados sanitários especiais e pela construção do parque como um espaço de encontro e coesão social, com uma infraestrutura de serviços capaz de oferecer o conforto adequado a seus visitantes e a atender aos diversos interesses de seus públicos.

Playground adaptado em Curitiba.
“Os parques podem desempenhar – e talvez sejam chamados a isso – um leque grande de atividades no pós-pandemia, incluindo algumas funções que nem estão entre os seus principais objetos de atuação. A saída para dar conta de todas essas demandas talvez passe pelas parcerias com o setor privado ou com organizações da sociedade civil. Além do apoio para a manutenção e o desenvolvimento de atividades, essas parcerias podem trazer como benefício adicional um maior engajamento da comunidade no cuidado e na preservação dos parques”, completa Pieroni.

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*Fonte: ciclovivo

Alerta de desmatamento na Amazônia bate recorde em fevereiro

Com 199 km² desmatados, Deter 2022 registra o pior fevereiro da série histórica.

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (11), reafirmam que o desmatamento na maior floresta tropical do planeta segue fora de controle. Entre os dias 1º e 28 de fevereiro, os alertas apontam para um total de 199 km² desmatados.

O desmatamento em fevereiro aponta um aumento de 62% em relação ao mesmo mês de 2021. É a maior área com alertas para o mês desde 2016, quando foram iniciadas as medições do Deter-B. Os alertas de desmatamento se concentram principalmente nos estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas.

“Os dois primeiros meses deste ano tiveram áreas recordes da série histórica, no acumulado já são 629 km² mais do que o triplo do que foi observado no ano passado, 206 km² desmatados. Isso tudo em um período no qual o desmatamento costuma ser mais baixo por conta do período chuvoso na região. Este aumento absurdo demonstra os resultados da falta de uma política de combate ao desmatamento e dos crimes ambientais na Amazônia, impulsionados pelo atual governo. A destruição não para”, afirma o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.

Amazônia fevereiro
Área dos alertas de desmatamento do programa DETER-B do mês de fevereiro | Fonte: INPE
Publicado na última segunda-feira (7), um estudo da Universidade de Exeter revelou que a floresta amazônica está perdendo sua capacidade de manutenção, chegando em um “ponto de não retorno”. De acordo com o estudo, três quartos da floresta estão apresentando uma resiliência cada vez menor contra secas e outros eventos climáticos adversos e, portanto, estão menos capazes de se recuperar.

A previsão é de que grandes áreas irão começar a se transformar em um bioma mais parecido com uma área de floresta degradada e mais seca, gerando riscos para a biodiversidade e para o clima em escala global e intensificando a ocorrência de eventos climáticos extremos.

“Na mesma semana em que milhares de pessoas se reuniram em Brasília, no Ato pela Terra, para exigir que o governo e o Congresso parem com o Pacote da Destruição, esse estudo publicado, a aprovação de urgência do PL da mineração em terras indígenas e os recordes dos alertas de desmatamento nos levam a refletir sobre o destino da Amazônia e seus povos”, ressalta Batista.

Segundo ele, quanto mais desmatamento, maior é a contribuição do país com a emissão de gases do efeito estufa, “agravando ainda mais a crise climática e acelerando os eventos extremos como as chuvas torrenciais que vimos esse ano no Brasil. Os dados de fevereiro apontam para mais um ano em que o Brasil caminha na contramão do combate à destruição ambiental e dos direitos dos povos indígenas”, finaliza.

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*Fonte: ciclovivo

Os seis insetos mais violentos do mundo

Muitas pessoas não gostam de insetos – e por alguns bons motivos. Esses pequenos animais podem ser nojentos, asquerosos e até mesmo perigosos. Os insetos que compõem esta lista têm um motivo a mais para serem temidos: eles podem ser muito violentos, causando medo até mesmo em quem se sente indiferente a essas criaturas.

Se você é do tipo de pessoa que não aprecia os insetos, talvez encontre certa dificuldade para ler este artigo até o final, mas se está morrendo de curiosidade para saber quais são os pequenos animais mais violentos do mundo, continue a leitura e surpreenda-se com os integrantes desta lista.

1. Formiga colhedora Maricopa
Essa espécie de formiga é muito comum na América do Norte e Central, nos Estados Unidos e México. Acredita-se que o veneno desse inseto seja um dos mais tóxicos do mundo; porém, o que chama atenção é a sua agressividade, já que o esse pequeno animal ataca violentamente qualquer criatura que chegue perto de seus ninhos.

2. Vespa-mandarina
A vespa-mandarina, também conhecida como vespa-gigante-asiática, é a maior de sua espécie e pode chegar a 5,5 cm. Trata-se de um inseto nativo do sudeste asiático e de partes do extremo oriente russo. O seu comportamento agressivo, com veneno potente e ataque coordenado em enxames, já foi responsável por dezenas de mortes em lugares onde o animal esteve presente.

3. Lagarta da espécie Megalopyge opercularis
É difícil imaginar uma mariposa compondo a lista dos insetos mais violentos, ainda mais se estivermos falando de sua forma larval. Porém, os estágios iniciais da Megalopyge opercularis conta com um inseto vagaroso, mas extremamente perigoso, que libera esporos responsáveis por causar queimaduras graves apenas com o menor contato. Além de utilizar isso como mecanismo de defesa, a larva usa para ataque.

4. Formiga-cabo-verde
Com seu tamanho avantajado (cerca de 2,5 cm) e picada severa, a formiga Paraponera clavata é utilizada no processo de iniciação de algumas tribos indígenas no Brasil. Uma luva recheada desses pequenos insetos é colocada na mão daqueles que estão passando para a fase adulta, um evento doloroso e muito perigoso. Não há registros de mortes causadas pela formiga-cabo-verde, mas os relatos das pessoas que sofreram suas picadas destacam dor intensa e violência do inseto.

5. Abelha africanizada
Também conhecida como “abelha assassina”, esse inseto é extremamente territorialista e ataca qualquer um que chegar perto de sua colmeia. Embora o seu veneno não seja muito tóxico, o seu ataque, por meio de enxames, é o que torna esse animal tão perigoso. Há diversos casos de mortes na América do Norte e do Sul, regiões em que esses insetos são mais comuns.

6. Formiga-correição
O nome, na verdade, é uma designação para um grupo de cerca de 200 espécies de formigas carnívoras. Esses insetos são notórios por conta de seu comportamento nômade, ou seja, não estabelecem colônias em nenhum lugar e vagam de forma contínua. No cardápio desses animais estão outros insetos, além de pequenas aves e mamíferos.

*Por Eduardo Harada
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*Fonte: megacurioso

Uma nota de 150 anos de Darwin está mudando a forma como plantamos florestas

Mais de 150 anos atrás, o biólogo vitoriano Charles Darwin fez uma observação poderosa: que uma mistura de espécies plantadas juntas geralmente cresce mais fortemente do que espécies plantadas individualmente.

Demorou um século e meio – ironicamente o tempo que leva para cultivar um carvalho – e uma crise climática fez com que os legisladores e proprietários de terras levassem a sério a ideia de Darwin e a aplicassem às árvores.

Não existe tecnologia humana que possa competir com as florestas pela absorção do dióxido de carbono atmosférico e seu armazenamento. A ideia de Darwin de cultivar muitas plantas diferentes juntas para aumentar o rendimento geral está agora sendo explorada por acadêmicos renomados, que pesquisam florestas e mudanças climáticas.

Cientistas e legisladores da Austrália, Canadá, Alemanha, Itália, Nigéria, Paquistão, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos se reuniram recentemente para discutir se a ideia de Darwin fornece uma maneira de plantar novas florestas que absorvem e armazenam carbono com segurança.

Por que plantar mais florestas
Plantar mais florestas é uma ferramenta potente para mitigar a crise climática, mas as florestas são como máquinas complexas com milhões de peças. O plantio de árvores pode causar danos ecológicos quando realizado de forma inadequada, principalmente se não houver compromisso com a diversidade do plantio. Seguindo o pensamento de Darwin, há uma consciência crescente de que as melhores e mais saudáveis ​​florestas são aquelas com a maior variedade de árvores – e árvores de várias idades.

As florestas que seguem esse modelo prometem crescer duas a quatro vezes mais fortes, maximizando a captura de carbono e, ao mesmo tempo, maximizando a resiliência a surto de doenças, mudanças climáticas rápidas e condições meteorológicas extremas.

Em florestas mistas, cada espécie acessa diferentes fontes de nutrientes das outras, levando a rendimentos mais elevados em geral. E esses caules mais grossos são feitos principalmente de carbono.

As florestas mistas também costumam ser mais resistentes a doenças ao diluir as populações de pragas e patógenos, organismos que causam doenças.


A observação presciente de Darwin está escondida no capítulo quatro de seu famoso livro de 1859, A Origem das Espécies. Estudos desse “efeito Darwin” geraram uma vasta literatura ecológica. No entanto, ainda está tão fora do pensamento dominante sobre silvicultura que, até agora, poucos financiamentos importantes estiveram disponíveis para estimular o uso dessa técnica.

Darwin também descreveu a evolução por seleção natural, um processo pelo qual os genes evoluem para se adequar ao ambiente. Infelizmente para o planeta, a mudança ambiental induzida pelo homem ultrapassa a evolução dos genes para organismos maiores e de reprodução mais lenta, como as árvores.

Técnicas modernas de edição de genes – manejo direto do DNA – podem ajudar a acelerar as coisas, uma vez que um cuidadoso trabalho de laboratório identifica os genes-chave. Mas apenas a evolução da prática humana – isto é, mudar o que fazemos – é rápida e abrangente o suficiente para reequilibrar o ciclo do carbono e nos trazer de volta aos limites planetários seguros.

Árvores mais saudáveis ​​capturam mais carbono
Em nossa reunião, discutimos um estudo da propriedade de Norbury Park no centro da Inglaterra, que descreve como – usando o efeito Darwin e outras medidas sensíveis ao clima – a propriedade agora captura mais de 5.000 toneladas de dióxido de carbono por ano, tornando-a possivelmente a maior quantidade de carbono negativo em terra no Reino Unido. Estatísticas tão impressionantes não acontecem por acidente ou colocando algumas árvores no chão e esperando; é preciso cuidado e consciência ecológica.

Árvores de diferentes idades também fornecem continuamente madeira para colheita e, portanto, empregos estáveis, em total contraste com os outros métodos de silvicultura, onde grandes áreas são derrubadas e desmatadas ao mesmo tempo.

O governo do Reino Unido, como outras administrações, estabeleceu requisitos para o plantio responsável de árvores em grande escala. Esses requisitos continuam a ser revisados ​​e aprimorados. Ainda há questões vitais sobre quais árvores devemos plantar, onde devemos plantá-las e o que fazer com elas depois de crescerem.

Já foi dito que é impossível plantar uma floresta, mas certamente seria possível projetar uma plantação que florescerá em floresta para as gerações futuras. Precisamos que as florestas sejam uma resposta prática, confiável e justa às nossas crises de clima e biodiversidade, e Darwin nos mostrou o caminho.

*Por Julio Batista
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*Fonte: universoracionalista

Pesquisadores criam jaqueta que gera energia solar

Modelo inclui painéis solares ultrafinos e embutidos que não comprometem o estilo da peça.

Em um futuro próximo, poderemos carregar o smartphone com nossa própria roupa. Pesquisadores de design e física da Universidade finlandesa Aalto já conseguiram o feito – ao menos de modo experimental. O grupo criou uma jaqueta exclusiva com painéis solares embutidos.

Diferentemente de outras roupas capazes de gerar energia solar já desenvolvidas, o novo trabalho em nada comprometeu a aparência da peça.

“A maneira tradicional de integrar fotovoltaicos com têxteis é anexar células solares na superfície frontal de um têxtil para garantir o máximo aproveitamento de energia”, explica a equipe da Universidade Aalto. O objetivo era fazer justamente o oposto: criar uma peça elegante com painéis solares ocultos.

Este detalhe pode parecer bobagem para alguns enquanto para outros é essencial. Quem é dos “primórdios” da internet e das discussões ambientais que ocorrem neste meio deve se lembrar do famoso tumblr: “é sustentável, mas é horrível”. Enfim, aqui não há este problema, pois a tecnologia é invisível a olho nu. A solução é inspirada nas fachadas de edifícios que possuem painéis fotovoltaicos integrados.

Para otimizar a captação de energia, foi escolhido um tecido que permite a passagem de luz. Os painéis solares ultrafinos podem ser incorporados a praticamente qualquer tecido – o que inclui algodão, linho, viscose e poliéster – bastam que sejam costurados entre duas camadas de tecido. E detalhe importante: o têxtil produzido é lavável à máquina.

No experimento do produto, a energia das células solares foi transferida para dispositivos vestíveis (wearables) por meio de fibras condutivas incorporadas à roupa. O painel solar foi projetado para ser muito fino e flexível. À Fast Company, Elina Ilén, principal líder deste projeto, afirma que com quatro a seis horas ao sol o material é capaz de carregar totalmente um smartphone.

Outro ponto importante é que a tecnologia é, por escolha, separada do tecido para que, ao fim da vida útil, ambos possam ser encaminhados à reciclagem.

Além do estiloso casaco, os pesquisadores veem um futuro promissor para a aplicação da tecnologia em uniformes de trabalho, roupas esportivas e ainda na indústria de cortinas.

Intitulado Sun-Powered Textiles, o projeto com peças que usam a tecnologia foi exibido na exposição online Designs for a Cooler Planet como parte da Helsinki Design Week.

*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo

Por que há cada vez mais moscas e baratas e menos borboletas e abelhas

Uma nova análise científica sobre o número de insetos no mundo sugere que 40% das espécies estão experimentando uma “dramática taxa de declínio” e podem desaparecer. Entre elas, abelhas, formigas e besouros, que estão desaparecendo oito vezes mais rápido que espécies de mamíferos, pássaros e répteis. Já outras espécies, como moscas domésticas e baratas, devem crescer em número.

Vários outros estudos realizados nos últimos anos já demonstraram que populações de algumas espécies de insetos, como abelhas, sofreram um grande declínio, principalmente nas economias desenvolvidas. A diferença dessa nova pesquisa é ter uma abordagem mais ampla sobre os insetos em geral. Publicado no periódico científico Biological Conservation, o artigo faz uma revisão de 73 estudos publicados nos últimos 13 anos em todo o mundo.

Os pesquisadores descobriram que o declínio nas populações de insetos vistos em quase todas as regiões do planeta pode levar à extinção de 40% dos insetos nas próximas décadas. Um terço das espécies está classificada como ameaçada de extinção.

“O principal fator é a perda de habitat, devido às práticas agrícolas, urbanização e desmatamento”, afirma o principal autor do estudo, Francisco Sánchez-Bayo, da Universidade de Sydney.

“Em segundo lugar, está o aumento no uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura ao redor do mundo, com poluentes químicos de todos os tipos. Em terceiro lugar, temos fatores biológicos, como espécies invasoras e patógenos. Quarto, mudanças climáticas, particularmente em áreas tropicais, onde se sabe que os impactos são maiores.”

Os insetos representam a maioria dos seres vivos que habitam a terra e oferecem benefícios para muitas outras espécies, incluindo humanos. Fornecem alimentos para pássaros, morcegos e pequenos mamíferos; polinizam em torno de 75% das plantações no mundo; reabastecem os solos e mantêm o número de pragas sob controle.

Os riscos da redução do número de insetos
Entre destaques apontados pelo estudo estão o recente e rápido declínio de insetos voadores na Alemanha e a dizimação da população de insetos em florestas tropicais de Porto Rico, ligados ao aumento da temperatura global.

Outros especialistas dizem que as descobertas são preocupantes. “Não se trata apenas de abelhas, ou de polinização ou alimentação humana. O declínio (no número de insetos) também impacta besouros que reciclam resíduos e libélulas que dão início à vida em rios e lagoas”, diz Matt Shardlow, do grupo ativista britânico Buglife.

“Está ficando cada vez mais claro que a ecologia do nosso planeta está em risco e que é preciso um esforço global e intenso para deter e reverter essas tendências terríveis. Permitir a erradicação lenta da vida dos insetos não é uma opção racional”.

Os autores do estudo ainda estão preocupados com o impacto do declínio dos insetos ao longo da cadeia de produção de comida. Já que muitas espécies de pássaros, répteis e peixes têm nos insetos sua principal fonte alimentar, é possível que essas espécies também acabem sendo eliminadas.


Baratas e moscas podem proliferar

Embora muitas espécies de insetos estejam experimentando uma redução, o estudo também descobriu que um menor número de espécies podem se adaptar às mudanças e proliferar.

“Espécies de insetos que são pragas e se reproduzem rápido provavelmente irão prosperar, seja devido ao clima mais quente, seja devido à redução de seus inimigos naturais, que se reproduzem mais lentamente”, afirma Dave Goulson, da Universidade de Sussex.

Segundo Goulson, espécies como moscas domésticas e baratas podem ser capazes de viver confortavelmente em ambientes humanos, além de terem desenvolvido resistência a pesticidas.

“É plausível que nós vejamos uma proliferação de insetos que são pragas, mas que percamos todos os insetos maravilhosos de que gostamos, como abelhas, moscas de flores, borboletas e besouros”.


O que podemos fazer a respeito?

Apesar dos resultados do estudo serem alarmantes, Goulson explica que todos podem tomar ações para ajudar a reverter esse quadro. Por exemplo, comprar comida orgânica e tornar os jardins mais amigáveis aos insetos, sem o uso de pesticidas.

Além disso, é preciso fazer mais pesquisas, já que 99% da evidência do declínio de insetos vêm da Europa e da América do Norte, com poucas pesquisas na África e América do Sul.

Se um grande número de insetos desaparecer, diz Goulson, eles provavelmente serão substituídos por outras espécies. Mas esse é um processo de milhões de anos. “O que não é um consolo para a próxima geração, infelizmente”.

*Por Matt McGrath
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*Fonte: bbc-brasil

App ensina crianças a identificarem árvores por meio de contos

Aprender a identificar espécies nativas da Mata Atlântica, como embaúba, ipê-amarelo, jequitibá, pau-brasil e pau-ferro, usando o celular. Esta é a proposta do aplicativo Natu Contos, criado em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, ele traz cinco contos sobre tais árvores narrados por grandes cantores brasileiros.

Com o Natu Contos, o público pode realizar uma “caça ao tesouro” por árvores. Depois de baixar o aplicativo e escolher o local de sua expedição, ele seguirá um mapa na tela do celular, integrado ao GPS, até a árvore identificada. Essa caminhada já é uma ótima oportunidade para prestar atenção à natureza local, relaxar e desfrutar dos benefícios que ela oferece.

Quando uma árvore é encontrada, um universo lúdico se abre: um vídeo animado a apresenta e, depois, um conto fica disponível para o adulto ler/ouvir com a criança embaixo da sua copa. Uma vez coletadas, as histórias e as fichas técnicas de cada árvore vão para uma biblioteca e podem ser relidas e ouvidas quantas vezes quiser, em qualquer lugar. A plataforma Natu Contos traz árvores mapeadas em parques e praças das cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Uberaba (MG). No futuro, seus desenvolvedores esperam expandir o projeto para mais cidades do Brasil. Veja como funciona:

Financiamento coletivo
Disponível gratuitamente na plataforma IOS , o aplicativo agora precisa da ajuda do público para seu desenvolvimento na versão Android. Para isso, foi aberto um financiamento coletivo no Catarse. A meta é alcançar R$ 16.522,00. Com doações a partir de R$ 15 quem participar do financiamento terá recompensas, como o plantio de mudas pela SOS Mata Atlântica, livro infantil, poster com ilustração do artista Arthur Daraujo, entre outras.

“Nosso maior objetivo é democratizar o aplicativo, tornando o material educacional acessível para mais adultos, crianças e escolas. Quando o criamos, pensamos em disponibilizar um conteúdo lúdico e original sobre o universo da natureza para reconectar as pessoas com o meio ambiente, principalmente as crianças, que estão cada vez mais distantes do verde nas grandes cidades”, afirma Fernanda Sarkis Coelho, idealizadora do aplicativo.

“Há alguns anos, as pessoas adoravam sentar em uma árvore para ler um livro. Esperamos que muitas pessoas ainda façam isso, mas por quê não aproveitar esta tecnologia tão presente na vida de todos para ouvir algumas histórias sobre aquela espécie que acabou de descobrir? Ao apoiar este aplicativo, queremos propor para as pessoas observarem, sentirem e se relacionarem mais com a natureza de suas cidades. Vivemos tempos em que parece que a natureza não existe mais ou que as árvores não fazem mais sentido, principalmente em ambientes urbanos. Queremos mostrar justamente o contrário”, afirma Cesar Pegoraro, biólogo e educador ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica.

Algumas histórias
Nos contos do aplicativo é possível lembrar como as pessoas já tiveram uma relação diferente com as árvores, qual a relação dos animais com elas e saber mais das transformações que cada espécie passa em cada estação do ano.

Em “Amélia e seu Ipê-amarelo”, de autoria de Índigo com narração de Tiê, por exemplo, Amélia que tinha tudo amarelo, até seu cabelo, adorava um eucalipto, mas não ligava para um ipê-amarelo que tinha em seu sítio. Quando ele floresceu na primavera, isso mudou. Já em “Árvore de Estimação”, de Tiago de Melo Andrade e narração de Lenine, uma menina fica triste por ter perdido o gramado e a sombra fresca de sua árvore de estimação queimada em um incêndio, onde ela tinha seu balanço. Em “À procura do Pau-Brasil”, de Andrea Pelagagi com narração de Fernanda Takai, um irmão e uma irmã tentam de todas as formas descobrir se a árvore que eles acharam era mesmo a espécie que deu nome ao nosso país.

No conto “O pica-pau e o Pau-ferro”, de João Anzanello Carrascoza e narração de Mart’nália, um pica-pau se aventura até a cidade e acha uma árvore diferente das do bosque que morava, pois ela era muito dura. E em “Simãozinho e o pé de Embaúba”, de Claudio Fragata e narração de Ney Matogrosso, o macaco Simãozinho tem medo de altura, mas sonha em subir na árvore para comer seus lindos frutos.

A Mata Atlântica é casa da maioria dos brasileiros, abriga cerca de 72% da população. Além disso, o bioma está presente na maioria dos estados brasileiros (17) e em 3.429 cidades. Ou seja, essa é a floresta que dá oportunidade para boa parte da população ter algum contato com a natureza, além de contribuir para a purificação do ar, a regulação o clima, a proteção do solo, de rios e nascentes, favorecendo o abastecimento de água nas cidades. Por tudo isso, sua conservação é fundamental, pois restam hoje apenas 12,4% da floresta que existia originalmente em bom estado de conservação.

Clique aqui para contribuir para o financiamento coletivo

Mais informações sobre o aplicativo também no Instagram e Facebook .

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*Fonte: ciclovivo

Cidades devem pensar em árvores como infraestrutura de saúde pública

Respirar ar puro é o sonho de qualquer morador de uma grande cidade, ainda que ele goste muito do meio urbano. E as ruas arborizadas, além de bonitas e agradáveis, são comprovadamente benéficas para a saúde física e mental. Então, porque não incluí-las nas verbas de financiamento da saúde? É isso que questiona a organização The Nature Conservancy, que criou um documento onde explica e demonstra em números as razões pelas quais isso deve ser feito.

Um White Paper é uma espécie de guia, um documento oficial, que detalha um determinado problema, indicando causas, conceitos e, principalmente, soluções para enfrentá-lo. O documento tem com base os Estados Unidos, onde se gasta menos de um terço de 1% dos orçamentos municipais em plantio e manutenção de árvores e, como resultado, as cidades norte-americanas perdem quatro milhões de árvores por ano.

“Imagine se houvesse uma ação simples que os líderes da cidade pudessem tomar para reduzir a obesidade e a depressão, melhorar a produtividade, aumentar os resultados educacionais e reduzir a incidência de asma e doenças cardíacas entre seus residentes. As árvores urbanas oferecem todos esses benefícios e muito mais” afirma a organização.

Mas, sabemos, alguns só se convencem quando os números entram na jogada. Por isso, foi estimado que gastar apenas oito dólares por pessoa, uma vez por ano, em média, em uma cidade americana poderia suprir a lacuna de financiamento e impedir a perda de árvores urbanas e todos os seus benefícios potenciais. Apesar do número não ser uma sugestão de valor, ele mostra que o investimento não é impossível.

Investimento desigual

O investimento no plantio de novas árvores – ou mesmo em cuidar daquelas que existem – é perpetuamente subfinanciado. Apesar das evidências, diz o relatório, as cidades estão gastando menos em árvores do que nas décadas anteriores.

Além disso, com muita frequência, a presença ou ausência da natureza urbana está ligada ao nível de renda de um bairro, resultando em enormes desigualdades na saúde. Em algumas cidades americanas, as expectativas de vida em diferentes bairros, localizadas a poucos quilômetros de distância, podem diferir em até uma década. Nem toda essa disparidade de saúde está conectada à cobertura arbórea, mas os pesquisadores estão cada vez mais certos de que bairros com menos árvores têm piores resultados de saúde, por isso a desigualdade no acesso à natureza urbana piora estes diferentes níveis de saúde.

Como ter mais árvores na cidade

O documento traz uma série de dicas que podem ser aplicadas pelo poder público e privado. Confira abaixo as principais delas:

– Implementação de políticas para incentivar o plantio privado de árvores.

– Mais trocas municipais que facilitem a colaboração de vários departamentos -, como órgãos de saúde pública e agências ambientais.

– Vincular o financiamento de árvores e parques a metas e objetivos de saúde.

– Invistir tempo e esforço na educação da população sobre os benefícios tangíveis da saúde pública e o impacto econômico das árvores.

*Por Mayra Rosa

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*Fonte: ciclovivo

Duas em cada cinco espécies de planta podem estar ameaçadas de extinção

“Plantas precisam ser namoradas,” cita a Dra. Marli Pires Morim, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A paráfrase, atribuída à botânica Graziela Maciel Barroso, veio como parte da resposta a uma pergunta que jamais canso de fazer a todos os colegas envolvidos com a conservação de espécies vegetais: “Porque é mais fácil envolver as pessoas com a conservação de animais do que com a conservação de plantas?”

“Isso ocorre porque os animais se movimentam, emitem sons, e fazem despertar em nós sentimentos de ternura, companheirismo ou mesmo medo,” explica Morim. “Já as plantas, mesmo que presentes no nosso dia a dia, nas mais diferentes formas – roupa, comida, remédio, artefatos e etc., – são totalmente silenciosas e imóveis, e requerem que agucemos nossa sensibilidade para perceber seus odores, as matizes de cores muitas vezes presentes em uma só flor, o néctar que delas goteja e tantas outras belas nuances.”

A resposta de Morim parece ecoar o sentimento manifestado por diversos outros profissionais. “Nós nos importamos mais com o que podemos nos relacionar com mais facilidade, como mamíferos, ou identificar como belos, como aves,” diz a Dra. Eimear Nic Lughadha, pesquisadora Sênior do Grupo de Avaliação de Análise e Conservação do Royal Botanical Gardens (Kew). “Quando eu converso com alguém sobre uma espécie de planta ameaçada, ouço perguntas utilitárias, como: ‘ela serve como comida ou remédio?’ Às vezes eu tento chocar as pessoas respondendo: ‘você me perguntaria isso se estivéssemos falando de um beija-flor?’”

Compreender essa frustração se torna ainda mais fácil quando percebemos que esse tipo de viés repercute severamente no mundo da conservação. “Para vertebrados, dados sobre riscos de extinção de espécies são gerados há décadas,” continua Morim, “o que propicia que recursos financeiros para projetos de pesquisa e conservação em certos grupos de animais sejam mais facilmente obtidos. Em plantas estas avaliações são muito mais deficientes, e para fungos, quase inexistentes.”

Morim e Lughadha fazem parte da equipe internacional de cientistas que, em outubro de 2020, produziram o mais completo relatório sobre o estado de conservação de plantas e fungos da atualidade. Liderado pelo Kew, o ‘Estado das Plantas e Fungos do Mundo’ contou com a participação de 210 pesquisadores distribuídos através de 97 instituições e 42 países. Além do relatório, a iniciativa foi também responsável por uma edição especial da revista científica Plants, People, Planet, que contém artigos detalhando dados, análises e referências de informações contidas no documento original.

Toda a atenção e energia empregada por essa aliança internacional para aprimorar nosso conhecimento são há muito tempo necessárias. Enquanto a descoberta de novas espécies de grupos animais bem estudados (como os já mencionados mamíferos e aves) são hoje eventos relativamente incomuns, apenas em 2019, 1.942 espécies de plantas e 1.886 espécies de fungo foram descritas pela primeira vez.

“As pessoas com frequência pensam que todas as espécies já foram localizadas e classificadas,” diz o Dr. Martin Cheek, pesquisador Sênior da equipe da África e Madagascar do Kew, no próprio relatório. “Ainda existe um vasto número de espécies no mundo sobre as quais nós não sabemos nada, e para as quais sequer demos um nome.”

O Brasil tem sido o constante líder em número de espécies novas de plantas descritas há mais de duas décadas, contribuindo mais de 200 espécies por ano (216 em 2019), seguido por países como China (com 195 espécies descritas em 2019), Colômbia (121), Equador (91) e Austrália (86). O fato de que essa taxa de descoberta não tem declinado ao longo dos anos é testemunha da riqueza de espécies que a ciência ainda desconhece. Espécies que podem ter potencial utilidade farmacêutica, gastronômica, indumentária, madeireira ou em qualquer outra indústria humana, e que mesmo antes de serem registradas, já podem estar ameaçadas de extinção.

Dentre as cerca de 350.000 espécies de plantas já identificadas em todo mundo, estima-se que 39,4% delas — mais de 137.000 — sofram algum grau de ameaça de acordo com os critérios da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN). Uma situação que parece estar lentamente se agravando. Além de tentar determinar quantas espécies correm o risco de desaparecer, um grupo de pesquisadores da iniciativa utilizaram dados de 400 espécies de monocotiledôneas (plantas com apenas uma folha embrionária – ou cotilédone – por semente, como gramas, orquídeas e palmeiras) e leguminosas (membros da família Fabaceae, como ervilhas e feijões) para tentar entender como o risco de extinção dessas espécies tem mudado ao longo do tempo. A técnica utilizada – o Índice da Lista Vermelha (Red List Index) – mostrou que existe uma leve tendência das espécies analisadas se moverem para categorias progressivamente mais ameaçadas, ou seja, em direção à extinção.

Os cientistas também estão atentos ao processo de débito de extinção. A relação direta entre a área de determinado ecossistema e o número de espécies que o mesmo comporta (ou simplesmente relação espécies-área) é um fenômeno conhecido pela biologia há muitas décadas. Essa relação dita que uma redução na área de determinado ambiente é seguida pela extinção local de um certo número de espécies. Estas perdas – causadas por reduções de recursos espaciais (como tocas e refúgios) e energéticos (alimento) associadas à diminuição do habitat, que acabam levando algumas espécies a números populacionais muito pequenos e instáveis – não ocorrem imediatamente. Estes desaparecimentos podem se estender por décadas, o que torna o cenário atual ainda mais preocupante.

Estima-se que cerca de 600 espécies de planta tenham desaparecido globalmente em tempos modernos, mas este número é muito menor que o esperado com base na perda de habitat observada em todo mundo. Isso significa que muito mais espécies provavelmente estão nos trilhos da extinção. Segundo Lughadha, isso torna imprescindível que medidas de manejo e conservação sejam tomadas o mais rápido possível. Mesmo que nosso conhecimento sobre o status de conservação de cada grupo seja imperfeito, ferramentas úteis para amenizar o problema já são bem conhecidas.

“Aprimorar a conectividade entre manchas de vegetação natural pode ajudar a mitigar algumas das consequências do débito de extinção,” diz a pesquisadora. “No entanto, o melhor a se fazer é manter a vegetação nativa em primeiro lugar, uma vez que mesmo projetos de restauração bem sucedidos raramente atingem níveis de biodiversidade encontrados em comunidades existentes há centenas ou milhares de anos.“

Estratégias de conservação denominadas ex-situ – fora do habitat natural onde essas plantas e fungos ocorrem, como o cultivo dos mesmos em jardins botânicos e armazenamento em bancos de semente – também oferecem alguma proteção à espécies ameaçadas. O número de espécies que estão depositadas nesses refúgios artificiais, no entanto, é limitado.

“Em termos globais, no mínimo 723 espécies de plantas medicinais deveriam estar conservadas ex situ em jardins botânicos do mundo,” diz Morim, ”assim como suas sementes armazenadas em bancos de sementes, uma vez que em seus ambientes naturais já estão expostas a algum grau de ameaça. Este quantitativo corresponde a 13% das 5.411 espécies de plantas avaliadas na Lista Vermelha da IUCN, embora o total de plantas documentadas como medicinais chegue a 25.791 espécies.”

Muitos estudos ainda continuarão a ser realizados para prover informações cada vez mais precisas a respeito da identidade e do status de conservação de plantas e fungos ao redor de todo o mundo, especialmente em lugares como o Brasil, onde ainda existe uma vasta biodiversidade a ser descoberta. Mas ainda que exista alguma incerteza a respeito da quantidade de espécies existentes e seu grau de ameaça, as medidas mais efetivas para a sua preservação já são bem conhecidas há décadas.

“Áreas protegidas são um dos mais importantes meios de assegurar a sobrevivência de espécies num futuro próximo,” conclui Lughadha. “Proteger espécies nessas áreas é quase sempre preferível à protegê-las fora de seu habitat natural, porque: (I) é mais custo-efetivo; (II) mais indivíduos podem ser protegidos, o que garante a manutenção de mais diversidade genética; (III) sua relação ecológica com outras espécies pode ser mantida; (IV) processos de seleção natural podem continuar a acontecer; e (V) a proteção efetiva de uma área pode proteger muitas outras espécies que também estão presentes naquele habitat, mas as quais ainda sequer conhecemos.”

*Por Bernardo Araújo

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*Fonte: oeco

Plástico recolhido das praias vira embalagem de protetor solar

Resíduos plásticos recolhidos das praias do litoral de São Paulo são reciclados e voltam para as praias, mas desta vez em forma de embalagens de protetor solar. Este é o objetivo do projeto Seaside, uma frente da área de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Boticário.

Em parceria com cooperativas de catadores de material reciclável das cidades do Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, no litoral sul de São Paulo, o projeto já recolheu 265 toneladas de plástico que vão ser processadas, transformadas em resina e darão origem a protetores solares e outros itens do portfólio do Grupo Boticário. A Globalpet, é outra parceira do projeto e realiza a captação junto às cooperativas.

Com foco em sustentabilidade, economia circular, redução do impacto ambiental e social, o Seaside vai beneficiar 316 famílias de trabalhadores de cooperativas de sete cidades litorâneas paulistas

“O trabalho com reciclagem é fundamental também para a preservação ambiental e com este projeto aliamos a necessidade de limpeza das praias à ajuda a famílias e cooperativas que vivem dessa coleta. Todos saem ganhando”, conta Daniele Medeiros, pesquisadora do Grupo Boticário responsável pelo projeto.

Há mais de 10 anos a empresa mantém em todas as lojas uma área de coleta de embalagens vazias que também recebem a destinação correta para a reciclagem. Chamado “Boti Recicla”, o projeto incentiva consumidores a darem um destino correto aos seus produtos.

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Árvores podem fazer cidades pouparem 500 milhões de dólares ao ano

Quando se fala dos benefícios das árvores nas cidades sempre tem aqueles que pensam “lá vem o ecochato”. O que tais pessoas não imaginam é que os benefícios ambientais se estendem também para o bolso, o que garante mais economia em muitos setores cruciais para o funcionamento de uma cidade. Um estudo publicado em 2017 mostrou os resultados aproximados deste ganho em dólares.

Após estudar 10 megacidades em cinco continentes e levando em consideração a poluição do ar, as águas pluviais, energia e emissões de carbono, os pesquisadores descobriram que as árvores têm um benefício econômico de cerca de 505 milhões de dólares a cada ano.

Estudiosos do SUNY College of Environmental Science and Forestry e Parthenope University of Naples descobriram que as árvores valem 1,2 milhão de dólares por quilômetro quadrado ou 35 dólares per capita.

Usando um aparelho de cobertura de árvores chamado i-Tree, os pesquisadores conseguiram estimaram os diversos benefícios. “As árvores têm benefícios diretos e indiretos para resfriar edifícios e reduzir o sofrimento humano durante as ondas de calor”, afirma o principal autor do estudo, Dr. Theodore Endreny, da Faculdade de Ciências Ambientais e Florestas (ESF) de Nova York.

“O benefício direto é a sombra que mantém a área urbana mais fria, o benefício indireto é a transpiração de águas pluviais que transforma o ar quente em um ar mais frio”, completa Theodore.

A cobertura de árvores em áreas metropolitanas varia de 8.1% para 36%, mas o potencial de tais cidades é muito maior, começando com 15,6%. Para Endreny, as megacidades podem aumentar esses benefícios em média em 85% apenas plantando mais árvores.

Confira alguns números levantados na pesquisa:

– Reduções da poluição do ar gera economia de 482 milhões de dólares por ano

– Redução da quantidade de águas pluviais processadas pelas usinas de águas residuais economiza 11 milhões de dólares

– Redução das emissões de carbono economiza 8 milhões de dólares por ano

– Redução no aquecimento e resfriamento de energia economiza 500 mil dólares por ano.

“Uma consciência mais profunda do valor econômico dos serviços gratuitos fornecidos pela natureza pode aumentar a nossa vontade de investir esforços e recursos na conservação, de modo que a riqueza social, a estabilidade econômica e o bem-estar também aumentariam. Com esta pesquisa conjunta, criamos na nossa universidade um Laboratório de Bem-estar Urbano, administrado conjuntamente por pesquisadores e stakeholders locais”, afirma um dos co-autores, o professor Sergio Ulgiati da Parthenope University of Naples, na Itália.

As cidades estudadas foram: Pequim, China; Buenos Aires, Argentina; Cairo, Egito; Istambul, Turquia; Londres, Grã-Bretanha; Los Angeles, Estados Unidos; Cidade do México, México; Moscou, Rússia; Mumbai, Índia; e Tóquio, Japão.

Falar que é preciso mais espaços verdes para tornar as cidades mais habitáveis ou humanas pode não ser o melhor argumento para os gestores públicos, apesar de serem muito válidos. Neste caso, quando a única conversa que se entende é do dinheiro, vale usar esta pesquisa.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Biodiversidade de aves e índices de felicidade humana estão ligados

Quanto maior a biodiversidade de pássaros, mais felizes são as pessoas nesta região. Esta é a conclusão de uma estudo publicado pelo German Center for Integrative Biodiversity Research. Os cientistas mostram que a conservação da natureza é tão importante para o bem estar das pessoas quanto a segurança financeira.

O estudo foi publicado na Ecological Economics (Economia Ecológica, em português) e, com dados de moradores de cidades europeias, determinou que os índices de felicidade estão relacionado a um número mínimo de espécies de pássaros.

“De acordo com nossas informações, os europeus mais felizes são justamente os que tem contato com um número maior de espécies de pássaros na sua rotina diária, ou aqueles que vivem perto de áreas verdes que abrigam muitas destas espécies”, explica o Dr. Joel Methorst, da Universidade Goethe, em Frankfurt, que liderou o estudo.

De acordo com os cientistas, estar Cercado de 14 espécies de pássaros tem o mesmo efeito no bem estar das pessoas do que uma aumento mensal de US$ 150.

Mais de 26 mil pessoas foram entrevistadas para a pesquisa. Foram usados dados da pesquisa sobre qualidade de vida realizada em 2021, European Quality of Life Survey, para explorar a conexão entre a diversidade de espécies no entorno de casas, bairros e cidades, e como esta informação está relacionada com índices de satisfação.

Os autores afirmam que os pássaros são um dos melhores indicadores de biodiversidade nas mais diversas áreas, porque estes animais podem ser vistos e ouvidos nos seus ambientes naturais, mas também em centros urbanos. No entanto, uma variedade maior de pássaros é encontrada em áreas verdes mais conservadas, regiões afastadas ou próximo de cursos de água.

Nos Estados Unidos, a observação de pássaros se tornou um hobby mais comum neste ano de pandemia. Apesar de não ser uma atividade nova, ela vem atraindo cada vez mais pessoas. Milhares de observadores de pássaros, entre experts e amadores, participaram de uma atividade anual de 3 semanas em Nova Iorque que reúne amantes da natureza para uma contagem de pássaros em áreas específicas, divididas por grupos.

“Conservar a natureza não garante apenas as nossas necessidades básicas para uma vida saudável, é um investimento no bem estar de todos.”

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Canadá anuncia compromisso de emissões zero até 2050

O Canadá acaba de se juntar a um número crescente de grandes economias, incluindo Japão e Coréia do Sul, que se comprometem a atingir emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050. A notícia foi dada pelo governo liberal de Justin Trudeau a partir da introdução de uma nova lei que ainda precisa ser aprovada no legislativo.

O anúncio canadense segue de perto uma tendência global. O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu que o país será zero líquido até 2050, e antes a China já havia anunciado que será neutra em carbono até 2060.

Mas outros países, incluindo Nova Zelândia, Dinamarca e Reino Unido, têm uma legislação que torna obrigatórios os objetivos de redução de emissões de curto e longo prazos, enquanto a legislação canadense apresentada agora mira apenas em metas tardias.

E há outras diferenças: as emissões do Reino Unido diminuíram em 45% desde 1990 e mais acentuadamente desde que a Lei de Mudança Climática do país foi aprovada em 2008, enquanto as emissões do Canadá aumentaram em 21% no mesmo período.

Metas vazias

O Canadá tem um histórico de estabelecimento de metas ausentes. Desde o início dos anos 90, o país ainda não cumpriu uma única meta de redução de emissões. Por isso, os ambientalistas canadenses deram boas-vindas a esta nova legislação, mas apontam a falta de elementos-chave, incluindo um objetivo intermediário para 2025.

“O Canadá deu um passo significativo na quebra de seu ciclo de estabelecimento de metas climáticas vazias que não consegue cumprir, mas há muito trabalho a ser feito.” avalia Catherine Abreu, Diretora Executiva da Climate Action Network Canada.

“Em particular, há trabalho a ser feito para garantir que este projeto de lei impulsione a ambição climática canadense no curto prazo, em vez de simplesmente retroceder todo o trabalho sobre a mudança climática para décadas mais recentes.”
Catherine Abreu

“Os marcos de cinco anos do projeto de lei começam em 2030, mas é necessário que haja um marco intermediário em 2025.” avalia Marc-André Viau, Diretor de Relações Governamentais da ONG Équiterre.

“Os próximos anos são cruciais para lidar com a emergência climática e não podemos nos dar ao luxo de esperar. A prestação de contas deve começar agora, não em 2030.”
Marc-André Viau

Para Jamie Kirkpatrick, Gerente de Programas da coalizão Blue Green Canada (uma aliança de sindicatos e organizações ambientais e da sociedade civil) os canadenses precisam de um caminho mais claro para avançar. “As metas abstratas de mudança climática provaram ser ineficazes. A responsabilidade do governo precisa acontecer hoje. A legislação de responsabilidade climática deve proporcionar uma transição de baixo carbono com segurança e bons empregos para todos.”

Contradições

A atitude mista sobre o clima tem marcado a postura do Canadá nos últimos cinco anos, sob o comando do Liberal Justin Trudeau. Embora o primeiro-ministro fale repetidamente sobre a importância da ação climática, ele também tem defendido as areias petrolíferas de Alberta.

E como parte dos esforços de recuperação econômica da Covid-19, o governo prometeu destinar ao menos US$ 14,3 bilhões para apoiar os combustíveis fósseis, em comparação com US$ 7,95 milhões para a energia limpa. Mesmo antes da pandemia, de todos os países do G20, o Canadá gastou o máximo por PIB em finanças públicas aplicadas em energia fóssil.

Sophie Price, membro da Sustainabiliteens, uma rede de estudantes do ensino médio de Vancouver que exigem ação climática das autoridades, diz que o que foi apresentado pelo governo não é suficiente. “O Canadá precisa de uma meta para 2025. E não podemos nos tornar um zero líquido a menos que acabemos com o uso e a produção de combustíveis fósseis”, afirma.

“Se estamos falando sério sobre a rede zero, por que o governo canadense ainda está promovendo o gasoduto Keystone XL?.”

A jovem ativista se refere ao investimento público feito no oleoduto Keystone XL, que transportaria areias petrolíferas brutas para os Estados Unidos. Em sua primeira conversa com o presidente eleito Joe Biden, o primeiro ministro Trudeau discutiu mudança climática, mas também tratou de uma parceria para concretizar o projeto, que é alvo de fortes críticas no país.

No Canadá, entre 1990 e 2018, o setor de petróleo e gás foi a fonte de poluição de carbono que mais cresceu, em grande parte devido ao aumento da produção intensiva de areias petrolíferas com carbono. Em 2017, o petróleo e o gás foram responsáveis por 27% das emissões de gases de efeito estufa do país.

“É encorajador ver o Canadá, a China, o Japão e a Coréia do Sul que também anunciaram recentemente metas net-zero. Se entregues, elas nos dão uma chance de lidar com o pior impacto da mudança climática”, avalia Dale Marshall, gerente do Programa Climático Nacional na área de Defesa Ambiental do Canadá.

“Mas a legislação introduzida hoje infelizmente tem grandes buracos que, na melhor das hipóteses, responsabilizarão somente os futuros governos federais pelos compromissos climáticos.”
Dale Marshall

Brianne Whyte, da For Our Kids Toronto – uma rede de pais e avós que exige ação climática – também esperava mais. “Devemos a nossos filhos a melhor chance possível de um futuro habitável, mas a nova legislação não acrescenta medidas firmes de responsabilidade.”

Com o aniversário de Acordo de Paris no horizonte (12/12), dentro das próximas semanas espera-se que o Canadá faça múltiplos anúncios sobre o clima, incluindo um novo plano climático e investimentos de recuperação verde. Há ainda a possibilidade de o país anunciar uma atualização de suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas).

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

Utensílios de bambu e bagaço da cana se decompõem em 60 dias

O bagaço da cana-de-açúcar, subproduto do processo de extração, pode ser matéria-prima para plásticos biodegradáveis. Adicionando bambu na composição, chega-se a uma combinação ecológica, eficiente e barata. É o que sugere pesquisadores da Universidade do Nordeste, nos Estados Unidos, em artigo à revista Matter.

Em laboratório, os estudiosos testaram o uso dos dois materiais para criar bandejas, copos e tigelas. O objetivo era encontrar potenciais substitutos para os descartáveis. Afinal, a comodidade de “usar e jogar fora” foi popularizada há poucas décadas, mas foi tempo suficiente para tornar-se um dos grandes desafios ambientais.
plástico de bagaço

“É difícil proibir as pessoas de usar contêineres descartáveis ​​porque são baratos e convenientes”, afirma Hongli (Julie) Zhu, professora e coautora do artigo. “Mas acredito que uma das boas soluções é usar materiais mais sustentáveis”.

De origem chinesa, Hongli afirma que a primeira vez que pisou nos Estados Unidos, em 2007, ficou chocada com a quantidade de itens plásticos descartáveis disponíveis nos supermercados. Tempos depois passou a focar seus estudos na identificação de materiais naturais e tecnologias que ajudem a reduzir nossa dependência do petróleo.

Plástico de bambu e açúcar

Hongli e seus colegas da Universidade do Nordeste moldaram recipientes enrolando fibras de bambu longas e finas com fibras curtas e grossas de bagaço de cana – formando uma rede estável. O resultado é um material forte, limpo, não tóxico, eficiente para reter líquidos e o melhor: começa a se decompor após 30 a 45 dias no solo. Em 60 dias, perde completamente sua forma.

A composição do “plástico” alternativo leva também AKD (Dímero Alquil Ceteno) – um produto químico seguro para a indústria alimentícia – para aumentar a resistência ao óleo e à água.

De acordo com os pesquisadores, o novo produto emite 97% menos CO2 do que os recipientes de plástico e 65% menos CO2 do que produtos de papel e plástico biodegradável disponíveis no mercado. Por aproveitar de resíduos, o custo também é favorável – sobretudo em comparação aos biodegradáveis. O próximo passo é baixar ainda mais para competir com os copos plásticos tradicionais.

Agora, imagine o potencial do Brasil, que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Não à toa, o bagaço da cana já é estudado para diversas finalidades e esta pode ser mais uma delas.

O artigo, em inglês, você confere aqui.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Embalagem de ovos pode ser plantada após uso

Uma pesquisa do Ibope, divulgada em junho de 2018, revelou que quatro em cada 10 brasileiros não separam o lixo orgânico do reciclável. Mas o índice mais desesperador está na gestão: somente 3% de todo o lixo produzido no Brasil é reciclado. Diante destes fatos, além de cobrar melhorias dos munícipios, é preciso reduzir a geração de resíduos e optar, sempre que possível, pela compra de materiais menos impactantes ambientalmente. Neste sentido, o designer grego George Bosnas propõe uma embalagem plantável para embalar os ovos.

Batizada de Biopack, a caixa de ovos tem o formato mais arredondado do que as embalagens comuns. Ela é feita com pasta de papel, farinha, amido e sementes de leguminosas. Após usar os ovos, o consumidor rega (ou pode plantar em um vaso) e, em cerca de 30 dias, as primeiras sementes são germinadas. Zero complicações. O interessante é que, apesar de não ser uma novidade, ainda não se vê o uso industrial de papel semente em grande escala.

A escolha por sementes de leguminosas é fruto de sua pesquisa onde o designer descobriu que o cultivo de leguminosas aumenta a fertilidade do solo devido à sua capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico através do nódulo da raiz.

Trata-se de uma solução simples. Tão simples que até pode fazer alguém se perguntar: por que ninguém pensou nisso antes? Não é à toa que ele se concentra em resolver problemas cotidianos com um toque estético. Pelo desenvolvimento do produto, George venceu um concurso de design circular.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Zepelin solar poderia fazer transporte mais sustentável de cargas

As imagens de Zepelins remetem ao passado distante e, muito provavelmente, as novas gerações nem saibam o que eram os dirigíveis que cruzavam os céus. Mas, os ingleses da Varialift Airships apostam em um zepelin movido a energia solar como alternativa para o transporte mais sustentável de cargas.

A empresa está desenvolvendo este projeto e, segundo o diretor geral da companhia, Alan Handley, a aeronave poderá fazer viagens entre a Inglaterra e os Estados Unidos consumindo apenas 8% do combustível usado por uma avião comum.

O Zepelin terá a propulsão de um par de motores solares e dois motores convencionais e pode ser usado para o transporte internacional de cargas com baixas emissões.

A ausência de uma bateria limitaria as viagens ao período diurno e a velocidade seria aproximadamente a metade da que atinge um Boeing 747. Mas, para o transporte de mercadorias, o dirigível pode ser uma boa opção. Segundo a empresa, a aeronave será capaz de transportar até 250 toneladas, mas já existe um projeto para desenvolver modelos maiores com capacidade de carga de 3 mil toneladas.

Ainda segundo os fabricantes, é possível realizar o transporte de cargas mais volumosas na parte de baixo, usando cabos. OU seja, haveria um limite de peso, mas não um limite de tamanho para os itens transportados.

O fato das decolagens e pousos de dirigíveis serem mais similares aos de um balão do que de um avião, também pode ser um atrativo, já que dispensa pistas de aeroportos para deixar e voltar ao solo e chegaria a locais menos acessíveis.

A Varialift ainda não começou a construir o modelo definitivo, mas já começou a construir o primeiro protótipo de 140 metros de comprimento, 26 metros de largura e 26 metros de altura – a previsão é que o protótipo do zepelim solar seja finalizado em 9 meses.

*Por Natasha Olsen

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*Fonte: ciclovivo

As piores previsões da mudança climática estão se concretizando neste instante

As camadas congeladas da Antartica e Groelândia, que poderiam elevar o oceano mais 65 metros caso derretessem completamente, acompanham os piores cenários previstos pela ONU da elevação do nível do mar, afirmaram cientistas na segunda-feira, alertando sobre as falhas nos atuais modelos do aquecimento global.

O artigo científico publicado na revista Nature Climate Change informa que o derretimento acompanhou as piores previsões — de derretimento mais extremo das duas camadas de gelo — entre 2007 e 2017 o que levará ao aumento de 40 centímetros no nível do mar até 2100.

Disparidade

A perda de gelo constatada reflete aproximadamente três vezes as previsões médias do maior relatório recente do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) de 2014.

Há uma grande disparidade entre as previsões do IPCC e a realidade observada.

“Precisamos descobrir a um novo “pior cenário” para os mantos de gelo, porque eles já estão derretendo a uma taxa que condiz com o nosso atual. As projeções do nível do mar são essenciais para ajudar os governos a planejarem políticas climáticas, estratégias de mitigação e adaptação”, afirmou o autor principal do estudo, Thomas Slater, para a AFP. Slater é pesquisador do Centro de Observação e Modelagem Polar da Universidade de Leeds, na Inglaterra.

“Se subestimarmos o aumento futuro do nível do mar, essas medidas podem ser inadequadas e deixar as comunidades costeiras vulneráveis.”
Thomas Slater

O imenso custo da elevação do oceano

A capacidade destrutiva das tempestades aumentará drasticamente nas regiões costeiras, em que centenas de milhões de pessoas hoje vivem, por causa de tal aumento no nível do mar.

Mais de U$ 70 bilhões em gastos seriam necessários para proteger áreas costeiras com um metro do aumento do mar.

Modelos climáticos são complicados e pode haver vários motivos que expliquem porque as previsões da ONU erraram.

Segundo Slater precisamos entender melhor estes fatores para ajustar os modelos e fazer previsões mais precisas do aumento do nível do mar.

Até poucas décadas atrás os mantos de gelo da Antártica e da Groelândia perdiam a mesma quantidade de gelo que recebiam em forma de neve, mas o aumento gradual nas temperaturas quebrou esse equilíbrio.

Em 2019 a Groenlândia derreteu 532 bilhões de toneladas de gelo devido ao um verão extremamente quente o que causou 40% da elevação do oceano do ano todo.

De acordo com o cientista o próximo grande relatório do IPCC, que deve ser publicado em 2021, está sendo elaborado através de modelos que refletirão melhor o comportamento da atmosfera, mantos de gelo e mares; levando a previsões mais precisas.

*Por Marcelo Ribeiro

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*Fonte: hypescience

Árvores conseguem absorver mais da metade da poluição do ar

Pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, realizaram experiências para comprovar a eficiência das árvores em retirar a poluição do ar, e constataram que as folhas conseguem absorver mais da metade do material particulado presente na atmosfera, principal responsável pela poluição do ar nos grandes centros urbanos.

O experimento foi realizado numa movimentada avenida de Lancaster, sem árvores e nem canteiros verdes. Durante cinco dias, a equipe rastreou os níveis de poeira e material particulado que se acumulavam nas residências e estabelecimentos do local, e a quantidade coletada foi analisada posteriormente. Também foram utilizados lenços umedecidos para retirar a poeira de telas LED e outros equipamentos do interior das residências.

Depois do primeiro período de testes, os pesquisadores colocaram árvores e plantas na fachada de algumas das construções, formando uma barreira, que ficou no local por 13 dias. Logo após este segundo experimento, os resultados mostraram que as árvores reduziram entre 52% e até 65% da concentração de material particulado na frente das residências e estabelecimentos.

Coordenado pela pesquisadora Barbara A. Maher, o estudo contou com uma série de exames realizados com um microscópio eletrônico, o qual confirmou que as folhas retiveram, em suas estruturas, boa parte das partículas de poluição, emitidas pela queima de combustíveis e pelo desgaste dos freios no trânsito.

Não é novidade que as árvores exercem papel fundamental na captura de poluição da atmosfera, mas a pesquisa trouxe animadores resultados, já que comprovou que os vegetais também podem eliminar os metais presentes no ar contaminado – como o chumbo e o ferro.

Além disso, a comprovada captura das partículas de poluição eleva o padrão de saúde da população da zona urbana, uma vez que, quanto menor a concentração de material particulado na atmosfera, também diminuem-se os riscos de doenças cardiorrespiratórias, do estresse e da ansiedade.

*Por Mayra Rosa

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*Fonte: ciclovivo

Sistema transforma plástico do oceano em combustível

Todos os anos milhões de toneladas de resíduos plásticos entram nos oceanos. Se nada for feito, até 2050 a quantidade de plástico pode ser maior do que a de peixes, segundo a Fundação Ellen MacArthur. Para a startup alemã Biofabrik, a solução está em reaproveitar o lixo marinho para a produção de combustível.

Com a Biofabrik, um quilograma de lixo plástico vira um litro de combustível e cada litro de combustível fornece cerca de 3,5 kWh de energia elétrica. Isso é possível graças ao processo de pirólise, ou seja, na decomposição por meio do calor. Os compostos de hidrocarbonetos dos resíduos plásticos são quebrados por altas temperaturas com a exclusão de oxigênio. O resultado do processo é um plástico transformado em líquido ou gasoso, que pode ser usado no motor marítimo. Também o combustível em geradores ou turbinas pode ser convertido em energia elétrica.

Biofabrik

O sistema de pirólise plástica da startup foi batizado de “WASTX”. A técnica passou por seis anos de desenvolvimento para chegar à versão atual, mas, para chegar até aqui, diferentes reatores foram testados e descartados, sendo o manuseio de plásticos não puros, comuns no gerenciamento de resíduos, o maior desafio encontrado. Hoje, a Biofabrik, que é totalmente automatizada, afirma que é capaz de reciclar tipos de plásticos que antes não eram possíveis.

A fábrica compacta está localizada na cidade de Dresden, capital do estado da Saxónia, às margens do rio Elba, e deve começar a produção em breve. “Estamos orgulhosos de ter chegado a este ponto depois de mais de seis anos de desenvolvimento. Nosso objetivo foi desenvolver uma solução rentável para o problema dos resíduos plásticos que pode ser implantada remotamente”, afirma Oliver Riedel, fundador da startup. O próximo passo é processar até uma tonelada de resíduos plásticos por dia.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Países podem ser 100% alimentados por energia limpa, segundo IRENA

Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), é possível alcançar um setor elétrico mundial movido apenas por fontes de energia renováveis.

Para isso, a instituição lista dezenas de inovações e políticas que os países devem adotar para direcionar as suas matrizes elétricas longe dos combustíveis fósseis.

Como exemplos de sucesso, são citados casos de países ocidentais que já obtém toda ou boa parte da sua energia por fontes limpas, como a Islândia (100%) e o Reino Unido (33%).

“A energia renovável é agora tão competitiva que em muitas regiões é a opção preferida para geração de eletricidade”, informa Francisco Boshell, analista de padrões e mercados de energia renovável na IRENA.

E é exatamente nos preços que se encontra um dos principais fatores para a expansão das tecnologias de energia limpa, como o painel solar.

De acordo com a IRENA, os custos da energia solar fotovoltaica e eólica costeira, líderes mundiais das renováveis, caíram 82% e 39%, respectivamente, desde 2010.

No entanto, a intermitência dessas fontes é um dos obstáculos que os países precisam solucionar para que possam aumentar a sua dependência nessas tecnologias.

“Ainda há um grande desafio: a integração dos sistemas de energia renovável variável. Isso requer muita inovação para desbloquear o que é chamado de flexibilidade” disse Boshell.

Cerca de 30 inovações tecnológicas existentes e políticas de incentivo foram citadas pela IRENA como capazes de permitir a transição global para longe dos combustíveis fósseis.

Como ressalta a agência, isso é imprescindível para reduzir as emissões de carbono que estão ligadas ao aquecimento global e padrões climáticos mais extremos, como furacões e secas.

A principal inovação apontada são as baterias de armazenamento de grande escala, que permitem aos operadores da rede elétrica armazenar energia e implantá-la em épocas de alta demanda.

Segundo a IRENA, os custos dessa tecnologia caíram 85% nos últimos 10 anos.

A agência também defende o uso de algoritmos de inteligência artificial para melhor prever a demanda e geração, bem como otimizar as funções de grandes redes de transmissão em tempo real.

Ao mesmo tempo, espera-se que a tecnologia blockchain facilite as transações e ajude os consumidores de energia a pagar e receber pagamentos por devolver energia à rede a partir das baterias de seus veículos elétricos ou de painéis solares em seus telhados, a chamada “flexibilidade do lado da demanda”.

Para isso, a IRENA afirma serem necessárias políticas para criação de um sistema que forneça incentivos financeiros para que os consumidores devolvam energia para a rede.

“Todas essas ações terão que ser feitas com contratos inteligentes automatizados e o blockchain ajudaria nisso”, alega Boshell.

Alguns especialistas do mercado dizem que o custo de toda essa inovação pode ser alto, especialmente para os países em desenvolvimento.

Mas Boshell diz que as ações de eficiência, como a substituição de usinas de energia reserva por sistemas de armazenamento, irão incentivar as operadoras de baixo custo a entrar no mercado e manter um controle sobre a conta que os consumidores têm de pagar.

“A ideia é que não precisamos que o sistema seja mais caro”, disse Boshell. “Precisamos apenas dos incentivos certos para direcionar os fluxos de receita aos atores certos”.

*Por Ruy Fontes

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*Fonte: thegreenestpost

Filipinas aprova lei que exige que os alunos plantem 10 árvores para se formar

O impacto ambiental positivo pode ser imenso: se a lei for bem aplicada, poderá gerar mais de 500 bilhões de novas árvores em uma única geração

A missão do ensino fundamental e médio e até da universidade é formar alunos não só para o mercado de trabalho, mas para a vida. É por isso que a nova lei recentemente aprovada nas Filipinas deve servir de exemplo para todo o mundo: não se trata mais de tirar apenas as melhores notas, mas de respeitar e cuidar do mundo em que vivemos, por isso os formandos devem plantar pelo menos 10 árvores, como parte da cerimônia de formatura, além de combater o aquecimento global de forma objetiva.

O novo projeto de lei prevê que, além de oficializar essa tradição, o impacto ambiental positivo pode ser imenso: se a lei for bem aplicada, poderá gerar mais de 500 bilhões de novas árvores em uma única geração. Esse número parece inflacionado, mas o autor da lei, Gary Alejano, fez as contas: “Com mais de 12 milhões de alunos estudando na primeira série, aproximadamente 5 milhões na segunda e quase 500 mil nas faculdades anualmente, essa iniciativa garante pelo menos 175 milhões de novas árvores todos os anos”, disse o parlamentar.

Segundo Alejano, mesmo a mais pessimista das projeções ainda será uma verdadeira revolução ambiental: “Mesmo com uma medida de sobrevivência de apenas 10% das árvores plantadas, 525 milhões estarão disponíveis para o gozo dos jovens, antes mesmo que eles assumam a liderança no futuro.

As árvores serão selecionadas de acordo com cada localidade e deverão ser plantadas em florestas existentes, áreas protegidas, espaços militares, pontos de mineração e instalações urbanas, com o objetivo de conscientizar as gerações futuras e, principalmente, ajudar a salvar o planeta.

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*Fonte: contioutra

Derretimento de geleiras poderá fazer o nível do mar aumentar 38 cm até 2100

Se os humanos continuarem emitindo gases de efeito estufa no ritmo atual, o derretimento de geleiras poderá fazer o nível do mar aumentar 38 centímetros até 2100. Dessa forma, pesquisadores afirmam que algo precisa ser feito e rápido. Caso contrário, as consequências serão irreversíveis.

Já sabemos que os gases de efeito estufa emitidos pela atividade humana, como o dióxido de carbono, contribuem significativamente para as mudanças climáticas e o aquecimento do planeta Terra. Assim, à medida que as temperaturas se elevam, as geleiras se derretem.

Tudo irá depender de como lidaremos com as mudanças climáticas

De acordo com um novo estudo realizado por uma equipe internacional de mais de 60 cientistas, o derretimento de mantos de gelo irá alterar os níveis globais do mar. “Quando se trata de quanto o nível do mar aumentará no futuro, uma das maiores incertezas é como os mantos de gelo contribuirão para essas mudanças”, afirma Sophie Nowicki, da Universidade de Buffalo e líder do projeto. “E a contribuição dos mantos de gelo depende muito do que como o clima será afetado”, completa.

Segundo os resultados do estudo, se as emissões humanas de gases de efeito estufa continuarem no ritmo em que estão, o derretimento das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica contribuirão para o aumento de mais de 28 centímetros no nível global do mar. Dessa forma, os pesquisadores chegaram a esses resultados traçando uma média de crescimento entre 2015 e 2100.

Com altas emissões de carbono, apenas o derretimento da região Groenlândia contribuirá com 9 centímetros no aumento global do nível do mar. Caso autoridades tomem medidas, esse número será menor. Assim, os pesquisadores estimam que, ao invés de 9 centímetros, o aumento seja de 3 centímetros.

Essas previsões valem para os anos entre 2015 e 2100

Em todo caso, a perda do manto de gelo na Antártida é mais difícil de prever. Isso porque, embora as plataformas de gelo continuem a derreter no lado ocidental do continente, o Leste da Antártica pode realmente ganhar massa. Por isso, as previsões são incertas. Mas, a estimativa é que o nível do mar aumente entre 18 e 30 centímetros.

Vale lembrar que, essas previsões não levam em conta derretimentos de gelo recentes. “Levou mais de seis anos de encontros com cientistas de todo o mundo trabalhando em camadas de gelo, atmosfera e modelagem do oceano para reunir o grupo do estudo”, afirma Nowicki, que participou do estudo. “A razão de ter funcionado, é porque a comunidade polar é pequena. Estamos muito interessados ??em resolver esse problema do nível do mar no futuro. Precisamos saber esses números”, completa.

Nesse sentido, os pesquisadores continuam o trabalho. Em breve, eles esperaram entregar um relatório e previsões mais atualizadas para o futuro. Tendo como base o atual trabalho, o próximo deverá vir mais preciso com as previsões. Dessa forma, a ideia é que isso seja feito até 2022. Até lá, os pesquisadores acreditam que muito líderes mundiais tomarão decisões importantes para mudar as previsões. E claro, de forma positiva. Entretanto, nesse caso, muitos pesquisadores se mostram pouco esperançosos quanto a isso, uma que não é o que temos visto.

*Por Erik Ely

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*Fonte: fatosdesconhecidos

Duas horas de natureza é a dose de saúde que seu corpo precisa

Pesquisa liderada pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, descobriu que pessoas que passam pelo menos 120 minutos, por semana, na natureza são significativamente mais propensas a terem boa saúde e maior bem-estar psicológico do que aquelas que não o fazem.

O estudo usou dados de quase 20 mil pessoas na Inglaterra e descobriu que não importa se os 120 minutos foram alcançados em uma única visita ou em várias visitas mais curtas. Esse tempo mínimo é o mesmo para homens, mulheres, adultos mais velhos e mais jovens, diferentes grupos ocupacionais e étnicos, os que vivem em áreas ricas e pobres e até mesmo entre pessoas com doenças prolongadas ou incapacidades, segundo a pesquisa.

Mat White, da Escola de Medicina da Universidade de Exeter, e líder do estudo, salienta que é possível aproveitar as áreas verdes mesmo dentro dos limites da cidade. “É sabido que ficar ao ar livre na natureza pode ser bom para a saúde e o bem-estar das pessoas, mas, até hoje não sabíamos dizer quanto tempo seria suficiente. A maioria das visitas na natureza [que constam na pesquisa] ocorreu [no raio de] três quilômetros das residências, por isso mesmo visitar espaços verdes urbanos locais parece ser uma coisa boa”.

“Há muitas razões para que o tempo na natureza seja bom para a saúde e bem-estar. As descobertas atuais oferecem um valioso apoio aos profissionais de saúde ao fazerem recomendações sobre o tempo gasto na natureza para promover a saúde básica e o bem-estar, semelhante às diretrizes para os exercícios físicos semanais”, defende o co-autor da pesquisa, Terry Hartig, da Universidade de Uppsala, na Suécia.

O artigo completo intitulado “Gastar pelo menos 120 minutos por semana na natureza está associado à boa saúde e bem-estar” foi publicado em Scientific Reports.

Outro estudos

Há evidências crescentes de que só o fato de morar em um bairro mais verde já pode ser bom para a saúde, inclusive mental. Confira aqui: Morar perto de árvores reduz casos de depressão, Viver perto do mar faz bem à saúde, Ficar exposto à natureza ajuda na saúde mental e Contato com a natureza previne ansiedade, depressão e estresse.

*Por Marcia Sousa

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*Fonte: ciclovivo

Parque Nacional envia para casa de turistas lixo que eles deixaram no local

O Parque Nacional Khao Yai, na Tailândia está devolvendo o lixo que turistas “esqueceram” na unidade. O BangKok Tribune News, explica em sua página no Facebook que o Ministro do Meio Ambiente do país, Varawut Silpa-archa ameaçou entrar com uma ação judicial contra visitantes indisciplinados, os quais visitam os parques nacionais do país e deixam seu lixo para trás sem a coleta adequada.

A reportagem cita o caso de um pequeno grupo que alugou duas barracas de camping para passarem um final de semana no parque, no acampamento Pha Kluay Mak, mas deixou o parque devido a uma forte chuva. Os guardas da unidade encontraram garrafas plásticas, copos plásticos, embalagens de salgadinhos e outros tipos de lixo dentro das barracas alugadas (foto abaixo).

Ao saber do caso, o ministro instruiu os funcionários para que recolhessem o lixo e enviassem de volta aos proprietários dele por meio de um serviço postal (antes de entrar no parque, os visitantes deixam o endereço residencial e outros dados na administração). Os funcionários também registraram queixa na polícia, segundo o jornal.

“Lembre-se de que jogar lixo nos parques desordenadamente viola a lei dos parques nacionais e acarreta penalidades … Por favor, ajude a manter os locais limpos e comportados, pois a partir de agora vamos aplicar estritamente a lei contra os violadores.”, comentou.

O lixo deixado pelos visitantes causa vários problemas à vida selvagem, pois os animais comem os resíduos e morrem em conta das consequências da ingestão de plástico, por exemplo.

Em fotos publicadas no Facebook (acima), segundo o Bangkok Tribune, é possível conferir bilhetes dizendo “Você deixou algumas coisas no parque. Posso mandá-los de volta para você”. Ainda de acordo com a publicação, a decisão de convocar os infratores está com a polícia local.

 

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*Fonte: mochileiros

Nos EUA, terrenos abandonados são transformados em fazendas urbanas de abelhas que recuperam biodiversidade local

Abelhas cada vez mais presentes na cidade… Parece até coisa de filme (de terror), não? Pois não é! Pouca gente sabe, mas apesar de pequenas, as abelhas são consideradas importantíssimas para garantir o equilíbrio ambiental das regiões onde estão presentes. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), esses animais são responsáveis por pelo menos um terço da produção mundial de alimentos. Sem eles, não falta apenas mel, mas também o trabalho de polinização tão essencial para a reprodução e manutenção da variabilidade genética das plantas e do equilíbrio da biodiversidade.

Pensando nisso (e procurando ajudar a combater a extinção de abelhas que assola o mundo), o casal Timothy Paule e Nicole Lindsey, criou a Hives Detroit (Colmeias de Detroit, em português), uma organização sem fins lucrativos que pretende conservar a vida das abelhas transformando lotes urbanos abandonados da cidade norte-americana em fazendas comunitárias de abelhas.

Até agora o casal aplicou o projeto em um lote abandonado, localizado no leste de Detroit, que foi transformado em um espaço com horta e três colmeias. O lugar, que antes era usado como depósito de lixo, hoje é muito mais verde, sobrevoado por milhares de abelhas e o xodó dos vizinhos.

Em entrevista ao HuffPost, Paule e Lindsey contam que sua fascinação por abelhas começou por conta de um resfriado persistente que tiveram e que só foi curado com mel. Foram, então, fazer cursos de apicultura e descobriram os inúmeros benefícios que esse animal garante às cidades. Todo o conhecimento que adquiriram é transmitido aos cidadãos: a Hives Detroit faz palestras em escolas para ensinar jovens e crianças e oferece visitação gratuita à sua primeira fazendo urbana de abelhas para que a população conheça seu trabalho.

Mais do que isso: a entidade fornece mel para mercados locais e também para um abrigo que recebe pessoas em situação de rua, além de comercializar seus produtos apícolas para quem quiser comprar e usar e abusar de suas propriedades medicinais. Curtiu? Curitiba também tem um projeto semelhante, como já contamos aqui no The Greenest Post. Por cidades com mais abelhas!

Assista, abaixo, vídeo sobre a iniciativa Hives Detroit.

*Por Mattheus Goto / Fonte: thegreenestpost