O que falta para que os óculos inteligentes substituam os smartphones?

O conceito de óculos inteligentes, o qual é integrado com tecnologia para nos fornecer informações, não é recente, embora alguns modelos já tenham fracassado anteriormente.

Na década de 1990, os telefones celulares eram limitados a realizar chamadas e enviar mensagens de texto, enquanto os computadores pessoais (PCs) equipados com modems possibilitavam o envio de e-mails, a navegação pela Internet e a prática de jogos eletrônicos.

No entanto, foi na década seguinte que testemunhamos uma verdadeira revolução tecnológica: a combinação dessas duas funcionalidades em um único dispositivo, dando origem ao smartphone. Essa inovação transformou de maneira significativa a nossa forma de interagir com o mundo ao nosso redor.

Hoje, podemos estar à beira de uma nova transformação tecnológica com o desenvolvimento dos óculos inteligentes. Esses dispositivos têm o potencial de integrar computação pessoal, inteligência artificial e realidade aumentada em um só aparelho, oferecendo uma experiência inovadora e imersiva ao usuário.

Assim como os smartphones alteraram profundamente nosso cotidiano, os óculos inteligentes podem ser o próximo avanço que revolucionará a vida das pessoas como um todo, proporcionando novas formas de acessar informações, interagir com o ambiente e melhorar a nossa produtividade e, evidentemente, o entretenimento.

Aprendendo com os erros
O Google Glass pode ter sido um projeto caro e malsucedido para o Google, mas trouxe lições valiosas para a indústria de tecnologia. A experiência com o Google Glass forneceu orientações mais amplas sobre o que os consumidores não desejam, e essas lições estão influenciando o desenvolvimento da atual geração de óculos inteligentes.

Enquanto o Google Glass tinha uma aparência futurista, lembrando os acessórios do filme “Matrix”, os modelos de óculos inteligentes de hoje possuem um design muito mais discreto. Essa mudança ajuda os usuários a evitar o estigma de serem vistos como “espiões tecnológicos” tentando filmar outras pessoas sem consentimento, embora isso ainda possa acontecer.

O mercado de óculos inteligentes está em expansão, mas não há garantias de que esses dispositivos se tornarão populares ou substituirão os smartphones como nossos aparelhos eletrônicos pessoais. A indústria ainda está à procura de um “aplicativo matador”, ou seja, uma funcionalidade indispensável que só essa tecnologia pode oferecer.

Ironicamente, isso pode ser algo que o Google acertou parcialmente com o Google Glass. Em vez de focar em entretenimento passivo, os óculos inteligentes seriam mais úteis se enviassem notificações de texto, ajudassem a acompanhar a programação diária e exibissem informações úteis, como rotas a pé, diretamente no campo de visão do usuário.

O assistente digital no Google Glass, na versão que foi lançada, estava longe de ser ideal. Muitos revisores relataram frustração com o software, que frequentemente apresentava bugs e interpretava incorretamente os comandos dos usuários.

Hoje, graças aos avanços na inteligência artificial generativa, assistentes de IA muito mais eficazes são uma realidade. Esses avanços prometem aprimorar significativamente a funcionalidade e a utilidade dos óculos inteligentes, tornando-os potencialmente mais atraentes para os consumidores.

Assistente digital definitivo
No gancho das IAs generativas, desde o lançamento do extremamente popular ChatGPT em 2022, parece que todas as empresas de tecnologia começaram a explorar maneiras de utilizar a IA generativa para criar o assistente digital definitivo.

Muitas dessas inteligências artificiais, incluindo a da Meta, já estão sendo integradas em óculos inteligentes. Em maio de 2024, o Google DeepMind divulgou um vídeo de demonstração onde seu assistente de IA em desenvolvimento, o Projeto Astra, é usado em conjunto com um par de óculos inteligentes.

Greg Wayne, diretor de pesquisa do Google DeepMind e líder do Projeto Astra, afirmou ao Freethink que esses óculos são um “protótipo de pesquisa funcional” da equipe de realidade aumentada da empresa.

“Os agentes universais de IA têm o potencial de impactar positivamente muitos aspectos da vida cotidiana, desde capacitar pessoas com deficiência visual até traduzir idiomas com fluência e fornecer informações em tempo real sobre o mundo físico”, declarou Wayne.

Ele acrescentou: “Dependendo do caso de uso, é fácil imaginar um futuro onde as pessoas poderiam ter um assistente de IA especialista ao seu lado, seja através de um telefone, óculos ou outros dispositivos de última geração”.

por Daniela Marinho
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*Fonte: socientifica

Estas 3 tecnologias podem acabar com a fome no mundo

Algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo. Segundo apuração de 2021 da Unicef (sigla que significa Fundo das Nações Unidas para a Infância), 828 milhões de pessoas estavam passando fome, número que subiu em 46 milhões de pessoas desde 2020 e 150 milhões de pessoas desde 2019.

Esse aumento não se deu apenas pelo aumento populacional do planeta. Entre 2015 e 2019, a proporção de pessoas afetadas pela fome não foi muito alterado, ou seja, não subiu consideravelmente. Entretanto, com a pandemia da Covid-19 os problemas da fome saltaram. Em 2019, 8% da população mundial passava fome; em 2020, esse valor saltou para 9,3% e em 2021, 9,8%.

A notícia boa é que a fome caiu. Em 2022, cerca de 735 milhões pessoas passaram fome. A notícia ruim é que esse número ainda está mais próximo do 1 bilhão do que do zero. Entretanto, algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo, ou pelo menos ajudar a chegarmos perto disso.

Essas 3 tecnologias podem acabar com a fome no mundo
O agronegócio não precisa ser necessariamente inimigo do meio ambiente, até porque dependemos dele para nos alimentarmos. Entretanto, se faz extremamente necessária uma agricultura responsável, principalmente porque com essa responsabilidade, as tecnologias podem acabar com a fome no mundo.

  1. Técnicas de melhoramento
    Ser geneticamente modificado não implica em necessariamente fazer mal para a saúde. Modificações genéticas, como o CRISPR, que está em uma tendência mundial, podem trazer uma série de melhoramento para as plantas, gerando uma produtividade inédita.

Terras para plantio são extremamente limitadas, o que torna as técnicas de melhoramento extremamente necessárias. O milho, por exemplo, teve qualidades de diferentes espécies mixadas, gerando uma espiga grande, com grãos graúdos, entre outras qualidades que só podem ser obtidas com a edição genética.

Hoje, 80% da soja no planeta é transgênica, ou seja, modificada geneticamente.

Embora haja uma grande polêmica em relação aos alimentos transgênicos, após duas décadas de extensivo cultivo, não há evidência de danos à saúde ou ao meio ambiente, conforme a Embrapa, apesar de potenciais riscos que são constantemente monitorados.

No Brasil, a lei em relação aos transgênicos é rigorosas, e somente após aproximadamente uma década de testes é que esse transgênico pode ser comercializado.

  1. Agricultura de Precisão
    Os drones são, hoje, muito acessíveis, e qualquer pessoa pode comprar um bom drone com câmeras em alta resolução integradas sem gastar muito dinheiro. E esses drones são uma das principais ferramentas da agricultura de precisão.

Também são extensivamente utilizados os sistemas de GPS e outros sistemas de sensoriamento e análises de solo, clima, tempo e quaisquer outros fatores analisáveis.

A agricultura de precisão permite lidar com particularidades de cada terreno, já que uma área, ou uma propriedade específica não possuem, necessariamente, uma composição uniforme de solo. Dessa maneira, essa tecnologia permite lidar da forma correta considerando as diferentes nuances do terreno, mantendo uma produtividade alta em todos os pontos.

  1. Biocontrole
    O biocontrole é outra tecnologia essencial para melhoria de produtividade e combate à fome no mundo.

Os agrotóxicos, ou na terminologia que não passa de um eufemismo, defensivos agrícolas, são uma agressão à nossa saúde e ao meio ambiente, e seu uso é bastante controlado. Entretanto, eles ainda se fazem muito necessários para o controle de pragas.

Eliminar o uso desses agrotóxicos é necessário, já que além de trazer danos à nossa saúde, muitos desses produtos químicos utilizados contaminam depósitos de água subterrânea e matam animais além das pragas, como as essenciais abelhas, que correm sério risco de extinção – um perigo não só para elas, mas para toda a produção de alimentos no mundo.

A chave para a eliminação dos agrotóxicos é o uso de biocontrole – ou seja, a utilização de plantas, insetos, animais, fungos ou bactérias dispostos de maneira estratégica ou aplicados nas plantas para conter pragas. Hoje, são utilizados principalmente os bioprodutos à base de bactérias e fungos.

Segundo a Embrapa, no Brasil, hoje, a área sob controle biológico hoje deve ser superior aos 70 milhões de hectares. Entretanto, ainda há espaço para crescimento, pois esse uso ainda é tímido, se comparado aos agrotóxicos.

por Felipe Miranda
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*Fonte: socientifica