Filha de Kurt Cobain publica carta emocionante dedicada ao pai: “gostaria de ter conhecido”

No dia em que completam-se 30 anos do falecimento de Kurt, Frances Bean Cobain publicou texto emocionante sobre luto

Hoje, 5 de Abril de 2024, completam-se exatos 30 anos desde que Kurt Cobain nos deixou. Além de sua grande influência musical, o vocalista e guitarrista do Nirvana deixou também outro legado muito importante: sua filha, Frances Bean Cobain, que relembrou o pai em uma carta emocionante publicada nas redes sociais hoje.

No forte relato de Frances Bean, destaca-se uma frase que partiu o coração de muitos fãs ao lerem a mensagem:

Eu gostaria de ter conhecido meu pai.

No texto, a jovem compara os relatos que recebeu de pessoas próximas, inclusive provavelmente sua mãe, Courtney Love, com a imagem que pôde criar do pai, já que ela tinha menos de dois anos de idade quando ele faleceu.

Frances Bean conta ainda sobre um carta deixada por Kurt a ela, em outro trecho pra lá de emocionante de sua publicação:

Kurt me escreveu uma carta antes de eu nascer. A última linha diz: ‘onde quer que você vá ou onde quer que eu vá, sempre estarei com você’. Ele cumpriu esta promessa porque está presente de muitas maneiras. Seja ouvindo uma música ou através das mãos que compartilhamos, nesses momentos posso passar um tempinho com meu pai e ele se faz transcendente.

A herdeira de Kurt Cobain ainda traz lições sobre luto e sobre a morte que diz ter aprendido com toda essa situação, e você pode conferir a impactante carta na íntegra logo abaixo, tanto em texto quanto em imagens e também em sua versão original, publicada no Instagram.

Carta de Frances Bean Cobain a Kurt Cobain
Há 30 anos a vida do meu pai acabou. A segunda e a terceira fotos capturam a última vez que estivemos juntos enquanto ele ainda estava vivo. Sua mãe, Wendy, muitas vezes pressionava minhas mãos em seu rosto e dizia, com uma tristeza calmante: ‘você tem as mãos dele’. Ela as inspirava como se fosse sua única chance de segurá-lo um pouco mais perto, congelado no tempo. Espero que ela esteja segurando as mãos dele onde quer que estejam.

Nos últimos 30 anos, minhas ideias sobre perda estiveram em contínuo estado de metamorfose. A maior lição aprendida através do luto, desde que estou consciente, é que ele serve a um propósito. A dualidade de vida e morte, dor e alegria, yin e yang, precisam existir lado a lado ou nada disso teria qualquer significado. É a natureza impermanente da existência humana que nos lança nas profundezas de nossas vidas mais autênticas. Acontece que não há maior motivação para se inclinar para a consciência amorosa do que saber que tudo acaba.

Eu gostaria de ter conhecido meu pai. Eu gostaria de saber a cadência de sua voz, como ele gostava de seu café ou como era ser colocada na cama depois de uma história para dormir. Sempre me perguntei se ele teria capturado girinos comigo durante os verões abafados de Washington ou se cheirava a Camel Lights e nesquik de morango (seus favoritos, segundo me disseram). Mas também há uma sabedoria profunda no caminho acelerado para compreender como a vida é preciosa. Ele me deu uma lição sobre a morte que só pode acontecer por meio da experiência VIVA de perder alguém. É o dom de saber com certeza, quando amamos a nós mesmos e aos que nos rodeiam com compaixão, com abertura, com graça, mais significativo o nosso tempo aqui se torna inerentemente.

Kurt me escreveu uma carta antes de eu nascer. A última linha diz: ‘onde quer que você vá ou onde quer que eu vá, sempre estarei com você’. Ele cumpriu esta promessa porque está presente de muitas maneiras. Seja ouvindo uma música ou através das mãos que compartilhamos, nesses momentos posso passar um tempinho com meu pai e ele se faz transcendente. Para quem já se perguntou como seria viver ao lado das pessoas que perderam, hoje estou mantendo você em meus pensamentos. O significado da nossa dor é o mesmo.

por Felipe Ernani
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Ciência: por que amamos as mesmas músicas de quando éramos adolescentes?

Reportagem ouviu psicólogos que estudam a “nostalgia neural”, que explica conexão diferente do cérebro com canções e bandas favoritas da juventude

Você ainda ouve as músicas que escutava sem parar quando era adolescente? Embora muita gente se esqueça ou mude de gosto musical mais tarde, esse pode ser um ótimo recurso terapêutico para aqueles dias ruins.

Essa foi a discussão levantada pela psicóloga americana Nikki Roy, que publicou um vídeo no Instagram falando sobre a “nostalgia neural”, área que tem sido cada vez mais pesquisada por médicos e terapeutas.

Segundo a especialista, as canções que se tornam queridinhas quando somos jovens “grudam” no nosso cérebro de forma diferente, servindo para acalmar a mente no futuro e nos transportar para um espaço seguro (via Loudwire):

Existe algo chamado ‘nostalgia neural’, em que pesquisadores estão descobrindo que as músicas que ouvimos na adolescência se associam ao nosso cérebro de uma forma diferente de qualquer coisa que ouviremos enquanto adultos. Então uma das melhores ferramentas para lidar com dias ruins é ouvir canções que você ama, aquelas ‘pedradas’ da adolescência, seja Punk Rock, Pitbull ou o que for. Isso nos ajuda a sair das nossas cabeças e reconectar com nós mesmos.


A música e a mente na adolescência

Nos últimos anos estamos observando um resgate da moda e das músicas do início dos anos 2000 – especialmente o Emo, o Pop Punk e o Nu Metal -, com a popularidade de bandas como Slipknot, Linkin Park, My Chemical Romance e blink-182.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, o cérebro humano se desenvolve em ritmo acelerado até os 20 anos de idade, e nessa fase a amígdala também desempenha um papel importante no processamento das emoções.

Além disso, os famosos e intensos hormônios da puberdade também podem explicar por que criamos laços tão fortes com algumas bandas durante a adolescência.

A reportagem da Loudwire ainda ouviu Daniel Levitin, psicólogo canadense e autor do livro This Is Your Brain on Music, que lembrou o aspecto social de ouvir música com os amigos na juventude:

Quando somos jovens, é a primeira vez que estamos descobrindo músicas por conta própria, normalmente com a ajuda de amigos. Isso funciona como uma ‘medalha’ e uma forma de pertencer a certo grupo social, e assim associamos as canções ao nosso senso de identidade.

por Rafael Teixeira
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos